Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
JURISDIÇÃO CONCEITO É o poder/dever, a função e atividade estatal, que somente pode ser legitimado através do processo devidamente estruturado (devido processo legal). Função: Encargo que têm os órgãos estatais de promover a pacificação dos conflitos interindividuais. Atividade: Complexo de atos. Poder: O Estado substitui com uma atividade sua as atividades daqueles que estão envolvidos na situação de crise jurídica. Hoje a jurisdição vem sendo encarada menos como um poder e mais como uma função, vez que as partes podem e devem colaborar para a decisão judicial. ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO A rigor a jurisdição como expressão do poder soberano do Estado, não comporta divisões. A jurisdição é una e indivisível. Quando falamos em espécies de jurisdição estamos para fins didáticos avaliando a sua distribuição. De acordo com os critérios de classificação podemos estabelecer como espécies de jurisdição: ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO Penal ou Civil (Objeto) Especial ou Comum (organismos judiciários que a exercem) Superior ou Inferior (posição hierárquica dos órgãos) JURISDIÇÃO PENAL E JURISDIÇÃO CIVIL É comum dividir-se o exercício da jurisdição entre os juízes dando a uns competência para apreciar pretensões de natureza penal e a outros as demais. Jurisdição penal: pretensões punitivas Jurisdição civil: as demais A Justiça do Trabalho é desprovida de competência penal. RELACIONAMENTO ENTRE JURISDIÇÃO PENAL E CIVIL SUSPENSÃO PREJUDICIAL: Se alguém está sendo processado criminalmente e para o julgamento dessa acusação é relevante o deslinde de uma questão civil, suspende-se o processo criminal à espera de uma solução do caso no cível. (CPP, arts. 92-94). Art. 91 , I do CP: Tem-se como efeito secundário da sentença penal condenatória “tornar certa a obrigação de indenizar o dano resultante do crime”. Art. 64 do CPP: Previsão de suspensão do processo cível no aguardo do deslinde do processo-crime. LIMITES DA JURISDIÇÃO Existem limitações internas, em cada Estado, excluindo a tutela jurisdicional em casos determinados; e há também limitações internacionais, ditadas pela necessidade de coexistência dos Estados, e pelos critérios de convivência e viabilidade, como a seguir se verá. Assim sendo, nem sempre há coincidência de extensão entre a legislação e a jurisdição. LIMITES DA JURISDIÇÃO O legislador se baseia nos critérios de: A) Convivência (excluem-se os conflitos irrelevantes para o Estado) B) Viabilidade (excluem-se os casos em que não será possível a imposição autoritativa do cumprimento da sentença). * Em princípio cada Estado tem poder jurisdicional nos limites de seu território. * CPC arts. 88 e 89 LIMITES DA JURISDIÇÃO Em regra são imunes à jurisdição de um país: A) Os Estados Estrangeiros (par in parem non habet judicium); B) Os chefes de Estado estrangeiros; C) Os agentes diplomáticos. LIMITES DA JURISDIÇÃO Art. 189 do CC: Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. Impossibilidade Jurídica da Demanda: casos excepcionalíssimos (ex: cobrança de dívida de jogo,art. 814 do CC, causas de valor ínfimo, interferência no mérito administrativo) CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO A existência da lide é uma constante na atividade processual, quando se trata de pretensões insatisfeitas que poderiam ter sido satisfeitas pelo obrigado (ao invés de lide penal é preferível falar em controvérsia penal) . Inércia dos órgãos jurisdicionais (art. 2º do NCPC e 24 do CPP). *Em processo penal temos como regra geral os princípios da indisponibilidade e da obrigatoriedade. CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO Definitividade: Só os atos jurisdicionais são suscetíveis de se tornar imutáveis. Art. 5º, XXXVI: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. Coisa Julgada: é justamente caracterizada pela imutabilidade dos efeitos de uma sentença. JURISDIÇÃO, LEGISLAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO “Há funções jurisdicionais exercidas por outros órgãos (art. 52, I, CF); e há funções não jurisdicionais que os órgãos judiciários exercem” PRINCÍPIOS INERENTES À JURISIDÇÃO Investidura Aderência ao território Indelegabilidade Inevitabilidade Inafastabilidade Juiz natural Inércia INVESTIDURA A jurisdição somente poderá ser exercida, em qualquer parte do território nacional, por pessoas regularmente investidas na magistratura (juízes, desembargadores e ministros). Atos praticados por pessoas não investidas legitimamente na judicatura deverão ser declarados inexistentes ou nulos de pleno direito. ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO Cada magistrado exerce a atividade jurisdicional, dentro do território nacional, nos limites de sua competência. Está cada órgão judicial adstrito a um determinado território (circunscrição territorial). ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO Os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. O Tribunal de Justiça de cada Estado, sobre o território do respectivo Estado. Os juízes estaduais exercem a jurisdição dentro da Comarca e os juízes federais dentro da seção judiciária. ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO Caso haja necessidade de praticar um ato fora dos limites do exercício da atividade jurisdicional, cabe ao juiz solicitar a cooperação entre outros magistrados seja por meio da expedição de carta precatória ou rogatória. INDELEGABILIDADE A atividade jurisdicional é indelegável. O magistrado não pode atribuir a outros órgãos ou a outras pessoas as funções que são inerentes ao seu cargo. INEVITABILIDADE A jurisdição é inevitável. Ao recorrer ao órgão judiciário as partes não poderão escolher o magistrado que solucionará o litígio e aplicará a lei no caso concreto. A vontade do magistrado substitui a vontade das partes. INAFASTABILIDADE Conhecida por alguns autores como indeclinabilidade refere-se a jurisdição como dever do Estado. Art. 5º, XXXV. O STF julgou improcedente a arguição de inconstitucionalidade frente à Lei 9.307/96, reconhecendo a arbitragem como forma solucionadora de litígios no Brasil. INÉRCIA O exercício espontâneo da atividade jurisdicional acabaria sendo contraproducente, pois a finalidade que informa toda a atividade jurídica do Estado é a pacificação social. JUIZ NATURAL Art. 5°, XXXVII. No Brasil não haverá juízo ou Tribunal de Exceção. Cada pessoa tem o direito constitucional de ser submetida a um julgamento isento, imparcial e emanado de um magistrado não suspeito, nem impedido e regularmente investido na função jurisdicional.
Compartilhar