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AULA 3 JURISDIÇÃO

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JURISDIÇÃO
CONCEITO
É o poder/dever, a função e atividade estatal, que somente pode ser legitimado através do processo devidamente estruturado (devido processo legal).
Função: Encargo que têm os órgãos estatais de promover a pacificação dos conflitos interindividuais.
Atividade: Complexo de atos.
Poder: O Estado substitui com uma atividade sua as atividades daqueles que estão envolvidos na situação de crise jurídica. Hoje a jurisdição vem sendo encarada menos como um poder e mais como uma função, vez que as partes podem e devem colaborar para a decisão judicial.
ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO
A rigor a jurisdição como expressão do poder soberano do Estado, não comporta divisões. A jurisdição é una e indivisível.
 Quando falamos em espécies de jurisdição estamos para fins didáticos avaliando a sua distribuição.
De acordo com os critérios de classificação podemos estabelecer como espécies de jurisdição:
ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO
Penal ou Civil (Objeto)
Especial ou Comum (organismos judiciários que a exercem)
Superior ou Inferior (posição hierárquica dos órgãos)
JURISDIÇÃO PENAL E JURISDIÇÃO CIVIL
É comum dividir-se o exercício da jurisdição entre os juízes dando a uns competência para apreciar pretensões de natureza penal e a outros as demais.
Jurisdição penal: pretensões punitivas
Jurisdição civil: as demais
A Justiça do Trabalho é desprovida de competência penal.
RELACIONAMENTO ENTRE JURISDIÇÃO PENAL E CIVIL
SUSPENSÃO PREJUDICIAL: Se alguém está sendo processado criminalmente e para o julgamento dessa acusação é relevante o deslinde de uma questão civil, suspende-se o processo criminal à espera de uma solução do caso no cível. (CPP, arts. 92-94).
Art. 91 , I do CP: Tem-se como efeito secundário da sentença penal condenatória “tornar certa a obrigação de indenizar o dano resultante do crime”.
Art. 64 do CPP: Previsão de suspensão do processo cível no aguardo do deslinde do processo-crime.
LIMITES DA JURISDIÇÃO
Existem limitações internas, em cada Estado, excluindo a tutela jurisdicional em casos determinados; e há também limitações internacionais, ditadas pela necessidade de coexistência dos Estados, e pelos critérios de convivência e viabilidade, como a seguir se verá. 
Assim sendo, nem sempre há coincidência de extensão entre a legislação e a jurisdição. 
LIMITES DA JURISDIÇÃO
O legislador se baseia nos critérios de: 
A) Convivência (excluem-se os conflitos irrelevantes para o Estado)
B) Viabilidade (excluem-se os casos em que não será possível a imposição autoritativa do cumprimento da sentença).
* Em princípio cada Estado tem poder jurisdicional nos limites de seu território.
* CPC arts. 88 e 89 
LIMITES DA JURISDIÇÃO
Em regra são imunes à jurisdição de um país:
A) Os Estados Estrangeiros (par in parem non habet judicium);
B) Os chefes de Estado estrangeiros;
C) Os agentes diplomáticos.
LIMITES DA JURISDIÇÃO
Art. 189 do CC: Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Impossibilidade Jurídica da Demanda: casos excepcionalíssimos (ex: cobrança de dívida de jogo,art. 814 do CC, causas de valor ínfimo, interferência no mérito administrativo) 
CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO
A existência da lide é uma constante na atividade processual, quando se trata de pretensões insatisfeitas que poderiam ter sido satisfeitas pelo obrigado (ao invés de lide penal é preferível falar em controvérsia penal) .
Inércia dos órgãos jurisdicionais (art. 2º do NCPC e 24 do CPP). *Em processo penal temos como regra geral os princípios da indisponibilidade e da obrigatoriedade.
CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO
Definitividade: Só os atos jurisdicionais são suscetíveis de se tornar imutáveis.
Art. 5º, XXXVI: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.
Coisa Julgada: é justamente caracterizada pela imutabilidade dos efeitos de uma sentença.
JURISDIÇÃO, LEGISLAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO
“Há funções jurisdicionais exercidas por outros órgãos (art. 52, I, CF); e há funções não jurisdicionais que os órgãos judiciários exercem”
PRINCÍPIOS INERENTES À JURISIDÇÃO
Investidura
Aderência ao território
Indelegabilidade
Inevitabilidade
Inafastabilidade
Juiz natural 
Inércia
INVESTIDURA
A jurisdição somente poderá ser exercida, em qualquer parte do território nacional, por pessoas regularmente investidas na magistratura (juízes, desembargadores e ministros).
Atos praticados por pessoas não investidas legitimamente na judicatura deverão ser declarados inexistentes ou nulos de pleno direito.
ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO
Cada magistrado exerce a atividade jurisdicional, dentro do território nacional, nos limites de sua competência. Está cada órgão judicial adstrito a um determinado território (circunscrição territorial).
ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO
Os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.
O Tribunal de Justiça de cada Estado, sobre o território do respectivo Estado.
Os juízes estaduais exercem a jurisdição dentro da Comarca e os juízes federais dentro da seção judiciária.
ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO
Caso haja necessidade de praticar um ato fora dos limites do exercício da atividade jurisdicional, cabe ao juiz solicitar a cooperação entre outros magistrados seja por meio da expedição de carta precatória ou rogatória.
INDELEGABILIDADE
A atividade jurisdicional é indelegável.
O magistrado não pode atribuir a outros órgãos ou a outras pessoas as funções que são inerentes ao seu cargo.
INEVITABILIDADE
A jurisdição é inevitável.
Ao recorrer ao órgão judiciário as partes não poderão escolher o magistrado que solucionará o litígio e aplicará a lei no caso concreto.
A vontade do magistrado substitui a vontade das partes.
INAFASTABILIDADE
Conhecida por alguns autores como indeclinabilidade refere-se a jurisdição como dever do Estado.
Art. 5º, XXXV.
O STF julgou improcedente a arguição de inconstitucionalidade frente à Lei 9.307/96, reconhecendo a arbitragem como forma solucionadora de litígios no Brasil.
INÉRCIA
O exercício espontâneo da atividade jurisdicional acabaria sendo contraproducente, pois a finalidade que informa toda a atividade jurídica do Estado é a pacificação social.
JUIZ NATURAL 
Art. 5°, XXXVII. No Brasil não haverá juízo ou Tribunal de Exceção.
Cada pessoa tem o direito constitucional de ser submetida a um julgamento isento, imparcial e emanado de um magistrado não suspeito, nem impedido e regularmente investido na função jurisdicional.

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