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Apostila de Radiologia Odontológica 21 História da Radiologia Odontológica Edmund Kells, em seu trabalho publicado no Dental Cosmos, em agosto de 1899, Kells já fazia referência ä importância de se tomar uma radiografia usando ângulos corretos e posicionadores padronizados para o filme radiográfico. Edmund Kells é considerado o mártir da Radiologia Odontológica, pois em virtude de Ter realizado inúmeras pesquisas clínicas, com a aplicação dos Raios X, como conseqüência foi vítima dos efeitos biológicos da radiações , sofreu inúmeras queimaduras e teve amputados várias falanges, dedos e a mão, fatos que o levaram ao suicídio. Os Raios X, até os idos de 19912, por desconhecimentos da sua natureza , eram chamados de raios de Röntgen, Não só como homenagem ao seu descobridor, mas também devido ao fato ä sua natureza. Podemos conceituar a Radiologia como sendo a ciência que com a utilização dos Raiox-X e dos filmes radiográficos, procura fornecer uma imagem "INTERNA" ou poderíamos chamar de "imagem historadiográfica", pois fornece imagens dos constituintes e da estrutura de uma região anatômica, invisíveis ao olho nu. No campo da Radiologia Odontológica no Brasil, temos a considerar como pioneiro na prática de ensino, o Professor Cyro ª Silva , que implantou a Radiologia no Curriculum acadêmico , como disciplina autônoma; nos idos de 1932, na Faculdade de Farmácia e Odontologia de São Paulo; Rio de Janeiro. O professor Carlos Newlands, Catedrático de Clínica Odontológica , na Faculdade Nacional de Odontologia, da Universidade do Brasil, foi o primeiro autor de um livro de Radiologia dentária, destinado aos profissionais odontológicos. Aproveitando uma das propriedades dos Raios X, que é o seu poder de penetração , eles têm sido empregados em vários seguimentos do campo científico . Assim é que além de ser aliados em todas as especialidades odontológicas, e nas várias outras áreas do campo da saúde. Equipamento de Raio X O aparelho de raios-X deve ser designado para que possa ser operado de maneira simples pelos profissionais. Para a obtenção dos elementos fundamentais para a produção de Rx, são necessários: Gerador de elétrons; Acelerador de elétrons; Alvo ou anteparo. Basicamente, estes elementos estão contidos em duas partes: Tubo de Rx ou âmpola- contém o filamento (cátodo- parte negativa), área focal (ânodo- pólo positivo), este último possui elevado ponto de fusão e é bom condutor de calor. Circuito elétrico, com os transformadores - aquece o filamento e aplica a elevada quilovoltagem. a)Base: Fixa ou móvel – pode estar presa à parede ou ao próprio equipo odontológico. b)Corpo: Partes elétricas gerais: Autotransformador Estabilizador de corrente Regulador de miliamperagem Marcador de tempo Voltímetro Seletores de quilovoltagem e miliamperagem c)Braço Articulador: Permite movimentos do cabeçote nos planos vertical e horizontal. d)Cabeçote: Continente blindado para o tubo de Raios-X e: Transformador de alta tensão Transformador de baixa tensão Filtro adicional de alumínio Diafragma de chumbo – Colimadores metálicos Localizadores Equipamento Periapical de Raios X Odontológico Controle do Equipamento ALGUMAS CARACTERÍSTICAS MONOFÁSICO; CÁTODO - Filamento de Tungstênio; ÂNODO FIXO – Tungstênio ( Z = 74 / Fusão = 3,370ºC). CLASSIFICAÇAO DOS FILMES Filmes Intrabucais – no screen São colocados na cavidade bucal para a sua exposição aos raios-x. Possuem bordas suavemente arredondadas e um ponto impresso no envoltório do filme, que indica o picote (ponto de orientação) em relevo na radiografia, que facilita a sua interpretação (lado D ou E). Filmes Extrabucais – screen São colocados fora da cavidade bucal. Para serem expostos, necessitam da utilização de placas itensificadoras que diminuem a dose de raios-x recebida pelo paciente. Periapicais - Obtenção de imagens da coroa dentária, raiz e região do periápice. São encontradas em diversos tamanhos: 22 x35 mm, 24 x 40 mm, 32 x 41 mm Interproximais (Bite Wing)- Obtenção de imagens de coroa, cristas alveolares (proximais) – Tamanho (20 x 30 mm ou periapical standard adaptado). Oclusais – Obtenção de im a gens complementares às periapicais. – Tamanho: 57 x 75 mm COMPONENTES Picote- voltado para a parte do aparelho de Rx · Envelope Branco- impermeabiliza o filme · Face Colorida- contém o chumbo · Chumbo- reduz a dose de radiação ao paciente · Envoltório preto- evita a sensibilidade pela luz · Filme:Emulsão- É uma dupla camada de gelatina de AgBr ou IBr que aumenta a sensibilidade · Velocidade (sensibilidade) do filme :A, B, C, D, E, F. Filmes Extrabucais - Screen Panorâmica Telerradiografia Écrans- Placas intensificadoras- Base - Camada de fósforo( CaWO 4 ) - Cam. Refletora - Cam. ProtetoraObs: odontologia – mais usada é o D e E PROCESSAMENTO QUÍMICO Importante: Para a obtenção de uma radiografia perfeita, é preciso que o processamento seja realizado dentro de alto rigor. Câmara escura: Portátil, quarto ou labirinto; Soluções de processamento: Fixador e Revelador; A temperatura das soluções deve variar 16 à 25° OBS: Seqüência da Revelação Manual ANATOMIA ODONTOLÓGICA PLANOS: SAGITAL - Divide o corpo em direito e esquerdo. CORONAL – Divide o corpo em anterior e posterior. AXIAL – Divide o corpo em superior e inferior. * OBS: Proximal (face lateral dos elementos dentários), pode ser: Distal – Face de direção oposta à linha mediana Mesial - Face da mesma direção da linha mediana EIXOS: LONGITUDINAL – comprimento ANTERO - posterior – profundidade LATERO - lateral - largura PLANOS DE INTERESSE À RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA Plano sagital mediano Plano de Campe Linha Tragus –Comissura Labial ANATOMIA DA FACE DO CRANIO ANATOMIA DO DENTE 1- Incisivos – central e lateral 2- Caninos 3- Pré-molares (2) 4- Molares (3) ESTRUTURA DO DENTE Esmalte Dentina Polpa Cemento Osso Alveolar Espaço Periodontal DEFINIÇAO DA ESTRUTURA DO DENTE ESMALTE - Estrutura que apresenta a maior radio densidade, dentre as estruturas calcificadas, reveste a coroa do dente e, para os incisivos, só pode ser visualizado nas faces proximais. DENTINA - Estrutura de menor radio densidade que o esmalte e que se constitui no esqueleto do dente, encerrando o tecido pulpar e suportando o esmalte e o cemento. CEMENTO -O cemento, em condições normais, apresenta-se como uma estrutura delgada envolvendo a raiz dentária, tornando-se radiograficamente impossível de ser visualizado ou diferenciado da dentina, salvo nos casos de hipercementose. ESPAÇO PERIODONTAL - Correspondente ao espaço ocupado pelo periodonto. Radiograficamente, é visto sob a forma de uma delgada linha radio lúcida contornando a raiz em toda a sua periferia. LÂMINA DURA - Linha radiopaca que contorna internamente o alvéolo. DENTIÇAO PERMANENTE DENTIÇAO DENCIDUA DENTES DA MAXILA Quando do exame radiográfico dos dentes da maxila , a mesma orientação descrita para os dentes da mandíbula deverá ser observada , sendo que as áreas de incidência do feixe de Raios x serão determinadas pela intersecção das linhas imaginárias , anteriormente descritas , com aquela que vai do trágus à asa do nariz , que estará orientada paralelamente ao plano horizontal . -Lado de exposição voltado para o feixe de raios x -Para radiografar molares e pré molares o longo do eixo do filme devera estar paralelo ao plano horizontal , e para radiografar incisivos e caninos deverá estar perpendicular . -O picote existente no filme deverá estar voltado para a porção oclusal ou mesial dos dentes ,pois o correto posicionamento indicará o lado radiografado( direito ou esquerdo) Outro aspecto importante a considerar a colocação dos filmes abrangendo os dentes de cada região a ser examinada , ultrapassando a face oclusal ou incisal cerca e 4 a 5 mm . A manutenção do filme na técnica Peri apical da bissetriz , é feita pelo próprio paciente ;na maxila com o dedo polegar da mão do lado oposto àquele a ser radiografado e os dedos mais espalmados , apoiados na face em posição de continência , e na mandíbula , a manutenção é feita pelo dedo indicador , também da mão do lado oposto àquele a ser radiografado. O dedo polegar fica sob o mento e os demais dedos fechados. DISTANCIA FOCAL-TEMPO DE EXPOSIÇÃO A distancia focal na técnica Peri apical da bissetriz é de 20 cm , e é dada encostando-se o cilindro aberto na face do paciente , na região a ser radiografada . O tempo de exposição deverá obedecer ao padrão do fabricante do filme radiográfico , o mesmo acontecerá com o processamento quando for utilizado o método tempo/temperatura. TÉCNICA DO PARALELISMO Também conhecida como técnica do cone longo As diferenças fundamentais entre o PARALELISMO E A BISSETRIZ são: -Em pego de suporte especiais para o filme radiográfico , que facilitam a manutenção do mesmo , além de melhorar a relação do paralelismo entre o longo dente do eixo e filme , proporcionando assim a obtenção de uma imagem radiográfica com menor grau de ampliação Estes suportes porta filmes possuem além do dispositivo para a manutenção do filme , um anel localizado , que facilita a determinação dos ângulos verticais e horizontais , , como também a área de incidência do feixe de raios x . -A distancia focal do paralelismo é de 40 cm , enquanto que na técnica da bissetriz é de 20 cm , o que vem proporcionar melhor detalhe na qualidade das radiografias VANTAGENS E DESVANTAGENS VANTAGENS -Maior simplicidade na realização dos exames radiográfica, não havendo necessidade de posicionamento correto da cabeça do paciente -Menor grau de ampliação da imagem radiográfica -Exame Radiográfico padronizado -Determinação dos ângulos verticais e horizontais pelo posicionamento do suporte porta filme DESVANTAGENS -Maior possibilidade de movimento do paciente, devido a um maior tempo de exposição -Dentro de certos limites, provoca um pouco de desconforto ao paciente -Maior custo operacional, devido os fabricantes ser de procedência estrangeira Posicionamentos Radiográficos da Radiologia Odontológica Oclusal É uma técnica radiográfica que se presta para examinar grandes áreas da maxila e da mandíbula, é indicada para detectar fraturas, patologias, corpos estranhos ou anomalias intra bucais. Posicionamento da Cabeça Maxila: Linha tragus à asa do nariz paralela ao Perpendicular Mandíbula: Linha tragus a comissura labial paralelo ao PH. Técnica Oclusal Posicionamento do filme Exame total (maxila ou Mandíbula): Perpendicular ao PSM Exame parcial (Maxila ou Mandíbula): Paralelo ao PSM. Periapical Princípio da bissetriz Princípio do paralelismo Princípio da bissetrizPrincípio da bissetriz Princípio da bissetriz: A imagem radiográfica mais fidedigna do dente e estruturas de suporte é obtida quando a incidência do feixe de radiação é perpendicular à bissetriz do ângulo formado entre o eixo do dente e o plano do filme. Demonstração como vai incidir o RC ( Raio Central). Quando o feixe de radiação incide perpendicularmente ao eixo do filme, ocorre o encurtamento da imagem radiográfica. Encurtamento Para assegurar ainda a qualidade da imagem radiográfica, é fundamental que o feixe de radiação passe exatamente através dos espaços interdentários, evitando assim a superposição das faces proximais dos dentes Imagem radiográfica sem superposição mésio-distal Obs: É uma técnica radiográfica que abrange o dente em toda a sua extensão (coroa e raiz) e os tecidos de sustentação (espaço periodontal, periodonto e o osso alveolar) é a radiografia mais usada em odontologia. INTERPROXIMAL É uma técnica radiográfica, que abrange somente as coroas dos dentes, exibindo a imagem dos dentes superiores e inferiores na mesma incidência, é muito indicada para localizar cáries e problemas periodontais iniciais. PERIAPICAL MILIMETRADA Com todas as vantagens da radiografia periapical convencional, permite mensurações de dentes, raizes, lesões e osso alveolar, sendo muito usada em periodontia. MÉTODOS DE LOCALIZAÇÃO São métodos que utilizam as técnicas radiográficas para localizar estruturas, tais como dentes inclusos, lesões, fraturas, raízes de dentes.Algumas vezes, são utilizadas substâncias de contraste para auxiliar a localização. Os mais usados são o método de Clark, método de Miller-Winter, modificação de Donovan, método de Parma, método de Le Marter, Radiografias conjugadas, métodos com contraste e métodos com Cone de Guta Pecha MÉTODOS RADIOGRÁFICOS DE LOCALIZAÇÃO Os métodos radiográficos de localização, como o próprio nome sugere, são aplicados na localização de lesões, corpos estranhos e dentes retidos. Basicamente, consistem na obtenção de duas radiografias a 90º uma em relação à outra, e dão a visão da terceira dimensão, o que não é possível com apenas uma radiografia. 1- Método de Clark Baseado no princípio da paralaxe. Duas ou mais radiografias periapicais de uma região, obtidas com variação de ângulo horizontal ou vertical de aproximadamente 10º uma em relação a outra. Aplicável a qualquer região dos arcos dentários 2- Método de Miller-Winter Uma radiografia periapical e uma oclusal com filme periapical da região de interesse. Indicada para região posterior da mandíbula. 3- Método de Parma Modificação da técnica periapical convencional. Utilizada para visualização de terceiros molares inferiores impactados. 4- Método de Donnovan Modificação de técnica periapical convencional; Indicada para visualização da posição vestibulo-lingual de terceiros molares inferiores impactados. 5- Combinação de técnicas Duas ou mais radiografias em 90º uma em relação à outra; Os tipos de radiografias são selecionadas de acordo com a necessidade do caso São as técnicas radiográficas nas quais o filme é colocado fora da boca, as mais usadas em odontologia são as radiografias panorâmicas , tele r radiografia e radiografia de ATM. » Radiografia Carpal » Radiografia de ATM » Radiografia Panorâmica » Tele r radiografia Lateral » Tele r radiografia Frontal » Outras Técnicas Radiográficas Extra-bucais Radiografia Carpal A radiografia carpal é usada na ortopedia funcional dos maxilares e ortodontia para determinar a idade óssea e o estágio de desenvolvimento esquelético do paciente RADIOGRAFIA DE ATM É uma radiografia da articulação têmporo-mandibular, ou seja, da junção dos ossos temporal ( crânio ) com a mandíbula ( face ).Com esta radiografia é possível conhecer a anatomia esquelética e proceder o tratamento de dores e estalidos na ATM.É realizada com a boca aberta, fechada e em repouso. Radiografia Panorâmica A radiografia panorâmica, como o próprio nome diz, nos dá um panorama geral dos maxilares, numa visão de 180 graus. Proporciona subsídios adequados para a maioria dos procedimentos odontológicos.É a radiografia extra bucal mais comum, devido à sua ampla indicação Equipamento de Raios X Panorâmico Radiografia Panorâmica 1- Radiografia panorâmica convencional Avaliação geral das estruturas maxilo-mandibulares; Avaliação de lesões e alterações ósseas extensas; Verificação da mineralização dos dentes permanentes e sua relaçãocom os dentes decíduos Avaliação das anomalias de desenvolvimento Visualização de traumas; Avaliação de dentes retidos e impactados; Avaliação inicial de pacientes edêntulos. 2- Radiografia panorâmcia dental Semelhante à panorâmica convencional, mas com redução na dose de exposição aos raios X, pela exclusão dos ramos ascendentes da mandíbula. Ideal para quando existe a necessidade da avaliação geral somente dos dentes e estruturas de suporte. Para avaliação com maior quantidade de detalhes, recomenda-se radiografias periapicais. 3- Radiografia panorâmica para implantes Panorâmica com magnificação média de 25% (segundo o fabricante), para estudos e medidas em tratamentos com implantes ósseo-integrados Telerradiografia Lateral É uma radiografia lateral da cabeça e do crânio, indicada para avaliação do padrão dento - esquelético facial. É sobre a imagem desta radiografia que são feitos os traçados cefalométricos, possibilitando o diagnóstico e tratamento em ortodontia, ortopedia facial e cirurgia buco maxilo facial. TELERRADIOGRAFIA FRONTAL É uma radiografia lateral da cabeça e do crânio, indicada para avaliação do padrão dento-esquelético facial. É sobre a imagem desta radiografia que são feitos os traçados cefalométricos, possibilitando o diagnóstico e tratamento em ortodontia, ortopedia facial e cirurgia buco maxilo facial . Bibliografia Livro de Radiologia Odontológica/Americanizado Editora: Guanabara
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