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celulas tronco

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O que é?
As células-tronco são células capazes de autorrenovação e diferenciação em muitas categorias de células. Elas também podem se dividir e se transformar em outros tipos de células. Além disso, as células-tronco podem ser programadas para desenvolver funções específicas, tendo em vista que ainda não possuem uma especialização.
Basicamente, as células tronco podem se autorreplicar, ou seja, se duplicar, gerando outras células-tronco. Ou ainda se transformar em outros tipos de células.
Por que as células-tronco são tão importantes?
Como as células-tronco se multiplicam, gerando outras células-tronco, e se diferenciam de acordo com os estímulos do tecido em que são colocadas, forma-se uma excelente linha de produção e renovação dos tecidos. Esse é grande poder dessas células, o poder regenerativo.
Essas propriedades são usadas pela medicina regenerativa, com as células-tronco sendo capazes de renovar as estruturas do corpo humano, reparando regiões lesadas e auxiliando no tratamento de doenças.
Tipos de células-tronco:
Existem dois tipos de células-tronco oriundas de fontes naturais: as embrionárias e as adultas, que são encontradas principalmente na medula óssea e no cordão umbilical,. As pluripotentes induzidas, que foram obtidas por cientistas em laboratório em 2007.
 
Células-tronco embrionárias:
As células pluripotentes ou embrionárias, são assim chamadas por possuir a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula adulta. Elas são encontradas no embrião, apenas quando este se encontra no estágio de blastocisto (4 a 5 dias após a fecundação). Na figura abaixo, a região circulada em vermelho é chamada Massa Celular Interna e é esta massa de células que chamamos de células-tronco embrionárias.
Em uma fase posterior ao embrião de 5 dias, ele já apresenta estruturas mais complexas como coração e sistema nervoso em desenvolvimento, ou seja, as suas células já se especializaram e não podem mais ser consideradas células-troncos.
Células-tronco adultas:
Na fase adulta, as células-tronco encontram-se, principalmente, na medula óssea e no sangue do cordão umbilical, mas cada órgão do nosso corpo possui um pouco de células-tronco para poder renovar as células ao longo da nossa vida, como mostra a figura. Elas podem se dividir para gerar uma célula nova ou outra diferenciada. As células-tronco adultas são chamadas de multipotentes por serem menos versáteis que as embrionárias.
Células-tronco induzidas:
As primeiras células-tronco humanas induzidas foram produzidas em 2007, a partir da pele. E tem sido daí que são retiradas as células para reprogramação, mesmo que teoricamente, qualquer tecido do corpo possa ser reprogramado. O processo de reprogramação se dá através da inserção de um vírus contendo 4 genes. Estes genes se inserem no DNA da célula adulta, como, por exemplo, uma da pele, e reprogramam o código genético. Com este novo programa, as células voltam ao estágio de uma célula-tronco embrionária e possuem características de autorrenovação e capacidade de se diferenciarem em qualquer tecido.
Estas células são chamadas de células-tronco de pluripotência induzida ou pela sigla iPS (do inglês induced pluripotent stem cells).
Para pesquisas de células-tronco, todos os tipos são necessários para análise pois cada uma delas têm um potencial diferente a ser explorado e, em muitos casos, elas podem se complementar.
Mesmo após a criação das células iPS, não podemos deixar de utilizar as células-tronco embrionárias, pois sem conhecê-las seria impossível desenvolver a reprogramação celular. Além disso, embora os resultados sejam muito promissores, as iPS e as embrionárias ainda não são 100% iguais e o processo de reprogramação ainda sofre com um mínimo de insegurança por conta da utilização dos vírus. Existem outras opções sendo estudadas, mas é muito importante que possamos ter e comparar esses 2 tipos celulares.
O que são as células-tronco hematopoéticas?
As células-tronco hematopoéticas são as capazes de dar origem às células do sangue e do sistema imunológico: as hemácias, os leucócitos e as plaquetas. Elas podem ser encontradas no sangue do cordão umbilical e na medula óssea de pessoas de qualquer idade, e já são usadas no tratamento de doenças há mais de 20 anos.
O que são as células-tronco mesenquimais?
As células-tronco mesenquimais dão origem a células presentes nos ossos, nas cartilagens, nos músculos, nos tendões e na gordura e podem ser encontradas em diversas fontes do corpo de um ser humano, como gordura, vasos, medula óssea, placenta e tecido do cordão umbilical. Ao contrário das células-tronco hematopoiéticas, as mesenquimais ainda não são usadas no tratamento de qualquer doença, mas as pesquisas são extremamente promissoras e espera-se que isso mude em um futuro próximo.
Como é feito o armazenamento das células-tronco?
Ao chegar ao laboratório, o material coletado é processado e analisado antes do armazenamento, passando por um controle de qualidade. São verificados o número de células-tronco presentes e são realizados exames de sorologia e cultura para determinar se há qualquer contaminação por vírus ou bactérias naquele material.
As células-tronco do sangue são armazenadas por meio da técnica de criopreservação, na qual a temperatura é reduzida lentamente com nitrogênio líquido até que se atinja -196ºC. Por meio dessa técnica, a integridade das células é preservada e elas podem ser mantidas nesse estado por anos, sem perder suas características funcionais e de viabilidade.
As células-tronco mesenquimais encontradas no cordão podem ser isoladas antes da criopreservação ou então pode-se congelar o tecido como um todo, planejando o isolamento apenas no momento em que as células forem utilizadas no futuro. A técnica escolhida depende de cada laboratório.
Quais as células-tronco presentes no cordão umbilical?
O cordão umbilical do bebê é muito rico em células-tronco adultas tanto hematopoéticas quanto mesenquimais, sendo, portanto, um tecido altamente valioso.
As células hematopoéticas são encontradas no sangue presente no cordão umbilical após o nascimento do bebê. Já as mesenquimais estão presentes no próprio tecido do cordão.
Como escolher um banco de armazenamento de células-tronco?
A escolha de um bom banco de armazenamento
Faz toda a diferença. Pergunte ao seu médico e amigos e informe-se em relação à atuação do banco nas regiões do país, às técnicas de coleta, transporte, processamento e armazenamento utilizadas, o atendimento e os serviços prestados antes, durante e depois da coleta das células.
Confira também se o banco possui o certificado da Associação Americana de Bancos de Sangue (AABB), assegurando padronização, qualidade e segurança dos serviços prestados com os padrões mundialmente consagrados.
Cheque se o banco tem parcerias formais de colaboração técnico-científicas com instituições de renome, principalmente no exterior, e peça comprovação documental desses acordos.
Visite o local e pergunte sobre as tecnologias utilizadas e qual é o tempo de experiência da equipe nessa prática. Não deixe de investigar todas as informações que forem repassadas a você, com a ajuda do seu médico, avaliando a veracidade do que foi conversado e lhe trazendo ainda mais segurança para o momento de fazer a sua escolha. Além disso, vale a pena checar a estabilidade financeira do serviço, já que o armazenamento será prestado a longo prazo.
É possível armazenar as células-tronco em bancos públicos ou em bancos privados.
Como funciona o armazenamento de células-tronco em bancos públicos?
Os bancos públicos
De células-tronco no Brasil pertencem à rede BrasilCord, já tendo armazenado cerca de 19 mil unidades e tendo utilizados mais de 175 em transplantes. Todas as unidades de células se originam de doações voluntárias realizadas por gestantes em maternidades credenciadas à rede, espalhadas por todas as regiões do país.
Dessa forma, o material coletado não pertence à mãe ou à criança, mas à rede pública, podendo ser utilizado por qualquer brasileiroque necessite das células para transplante e seja compatível. Todas as transações são feitas de forma confidencial, sem qualquer contato entre os doadores e as pessoas que receberem o transplante.
Como ainda não são realizados tratamentos com as células-tronco mesenquimais encontradas no tecido, os bancos públicos coletam apenas o sangue do cordão umbilical.
Como funciona o armazenamento de células-tronco em bancos privados?
Nos bancos privados, o material coletado pertence a quem contratou o serviço, ou seja, aos responsáveis legais pela criança, que pagam pelo armazenamento. Assim, o material só é utilizado após autorização dos responsáveis, ficando guardadinho até que a criança ou algum familiar precise de um transplante.
Os detalhes da coleta e do armazenamento variam de acordo com cada laboratório, mas, em geral, é possível realizar a coleta tanto do sangue quanto do tecido do cordão umbilical em hospitais de todo o Brasil e enviar o material para o laboratório dentro do prazo previsto pela ANVISA. Com toda a organização, o material é corretamente identificado e mantido em um recipiente refrigerado até chegar ao laboratório, quando então é processado e armazenado.
Os bancos privados brasileiros já armazenam mais de 90 mil unidades de células-tronco, de acordo com a última informação oficial em 2013, com uma estimativa de 16 tendo sido utilizadas até 2014.
Por quanto tempo as células-tronco podem ficar armazenadas?
A literatura científica atual relata a viabilidade de células-tronco do sangue do cordão umbilical criopreservadas há mais de 24 anos. Isso sugere que, uma vez criopreservadas nas condições corretas, as células-tronco podem permanecer viáveis por tempo indefinido.
Doenças tratáveis com uso de células do cordão umbilical 
Doenças malignas: 
- Leucemia linfóide aguda 
- Leucemia mielóide aguda 
- Leucemia mielóide crônica 
- Leucemia mielóide crônica juvenil 
- Linfoma de Burkitt 
- Liposarcoma 
- Síndrome Mielodisplásica 
- Tumores sólidos (ex.: neuroblastoma ou retinoblastoma) 
- Doença de Hodgkin refratária 
- Linfoma Não-Hodgkin 
Deficiências medulares: 
- Anemia aplástica 
- Anemia aplástica idiopática 
- Síndrome Blackfan-Diamond 
- Disqueratosis congênita 
- Anemia de Fanconi 
- Trombocitopenia amegacariocitica 
- Síndrome de Kostmann 
Hemoglobinopatias: 
- Talassemia (anemia de Cooley) 
- Anemias falciformes

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