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DIREITO ADMINISTRATIVO I

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DIREITO ADMINISTRATIVO I
ORIGEM
Num primeiro momento, no modelo de Estado Liberal, a atuação da Administração Pública é pouco desenvolvida e servia apenas como Estado de Polícia (regida pelas regras do Direito Privado, que serve para regular as relações entre os indivíduos). Nesse período, o poder legislativo estava em expansão, pois a ideia era substituir o Rei pela lei. O judiciário não possuía tanta influência, apenas conferia se a lei estava sendo aplicada. O burguês não queria a interferência do Estado. Quando causava algum dano à sociedade, a Administração Pública respondia como se fosse pessoa privada. 
Na França, qualquer processo promovido pela Administração Pública ou contra ela, quem julga é o Poder Executivo, através do Contencioso Administrativo (Conselho de Estado Francês - órgão autônomo que faz parte da Administração Pública), pois entendia-se que um poder não podia interferir no outro. Assim, há uma jurisdição dual, pois esta pode ser exercido tanto pelo Judiciário quanto pelo Executivo. As ações movidas entre particulares serão julgadas pelo Poder Judiciário. Essa ideia não foi aderida pelo Brasil (adotou a ideia de jurisdição una, ou seja, quem julga com possibilidade de um julgamento material, que encerra a discussão, é o Poder Judiciário - modelo americano). Ao longo dos séculos, a Administração Pública começa a ganhar força. 
O Conselho de Estado Francês, chamado de Contencioso Administrativo, será o responsável por criar regras, normas e princípios de ordem pública para conduzir a Administração Pública. Fará isso no âmbito de suas decisões e dará origem à ciência jurídica chamada "direito administrativo" por meio de suas decisões. E o caso emblemático que vai dar início à formação dessa ciência jurídica é o Caso Blanco (1873). 
Criou-se quatro princípios fundamentais: a separação entre as autoridades do Judiciário e do Executivo; as decisões da Administração Pública serão executórias (não precisa ir para o Judiciário validar sua decisão); a legalidade e a responsabilidade do Poder Público. 
No Estado Social, como a Administração Pública vai atuar na atividade econômica, há a necessidade de se criar uma máquina estatal mais equipada. O Estado passou a prover direitos sociais (saúde, educação, trabalho, lazer, previdência social, etc.) para proteger as pessoas da exploração da atividade econômica. A Administração Pública (função executiva), nesse momento, se expande mais do que as outras funções estatais, não só para proteger os indivíduos da exploração, mas principalmente porque o Estado vai assumir a prestação do serviço público. A Administração Pública assume o papel de ser prestadora do serviço público, provedora dos direitos sociais, fiscalizadora e disciplinadora da atividade econômica. Para atender a demanda que se estabelece nesse modelo de estado, a Administração Pública terá mais órgãos. Com o aumento de responsabilidades, aumentou-se, também, o risco de causar dano à população. A responsabilidade, nesse momento, era subjetiva. Significa que, a princípio, quem respondia era o agente público. Mas era necessário provar o dano.
Já no Estado Democrático de Direito, a Administração Pública precisou ser revista pois cresceu muito e tornou-se ineficiente. Uma das soluções para sua reestruturação é a diminuição das suas responsabilidades (passa para a iniciativa privada a possibilidade de prestar o serviço público, porém o Estado mantém a titularidade do serviço). A Administração Pública tem atividade mais voltada para a fiscalização das atividades e para o estabelecimento de regras.
Quando ocorre uma privatização, o Estado passa para a mão da iniciativa privada a prestação do serviço público. Essa transferência do direito de prestar o serviço necessita de um procedimento chamado licitação. Após a licitação, o Estado celebra com o particular um contrato chamado "Contrato Administrativo". Neste momento, o Estado passa para o particular somente o direito à prestação do serviço e o Estado mantém para si o direito sobre o serviço. Significa que a qualquer momento ele pode retomar o serviço e também controla e fiscaliza as empresas. O Estado continua tendo responsabilidade civil objetiva sobre o serviço.
A responsabilidade civil da Administração Pública passa a ser objetiva. Significa que se um agente público comete algum dano, por meio de seu ato, o Estado é civilmente responsável (art. 37, §6º, CF/88). Todavia, deve ser provado o nexo causal entre o ato do agente público e o resultado danoso. O Estado terá o dever de indenizar mesmo que o ato do agente público tenha sido legítimo (o que pode acontecer, nesse caso, é uma diminuição no valor da indenização, mas de qualquer jeito deve pagar). A responsabilidade do agente público é, nesse caso, subjetiva. Há, ainda, o direito à ação de regresso: o Estado, após indenizar a vítima na ação civil, poderá/deverá entrar com ação de regresso contra seu agente público. Para que o Estado possa entrar com ação de regresso, ele deverá provar a culpa ou o dolo de seu agente. 
Toda vez que o Estado é condenado, ele emite um título precatório para quem ganhou a ação (art. 100, CF) – a exceção são os alimentos, pois são pagos diretamente (não emite precatório). 
O Direito Administrativo é ramo do direito público que se encarrega de estabelecer as regras para definir a atuação da Administração Pública e seus agentes. Esta age com supremacia de poder e pode interferir nos direitos dos indivíduos pois tem poder de polícia (dado pela lei, numa relação vertical) mas a própria lei impede os abusos. 
A formação do Direito Administrativo como ramo autônomo, teve início a partir do momento em que começou a desenvolver-se o conceito de Estado de Direito, estruturado sobre o princípio da legalidade e sobre o princípio da separação de poderes, que tem por objetivo assegurar a proteção dos direitos individuais nas relações entre particulares e entre estes e o Estado.
O processo administrativo não precisa ter uma lide, basta haver contato entre o Estado e o indivíduo. A decisão tomada nesse processo faz coisa julgada administrativa, significa, portanto, que essa decisão pode ser levada ao Judiciário. Em outras palavras, todo ato administrativo é passível de controle jurisdicional, por conta de um direito fundamental, o qual determina a apreciação de toda lesão ou ameaça de lesão a um direito (art. 5º, XXXV, CF - inafastabilidade jurisdicional). Os atos administrativos são feitos por escrito para dar publicidade aos atos e, também, para garantir o direito ao contraditório e ampla defesa.
O fato de a Administração Pública ter supremacia de poder, lhe garante a autoexecutoriedade dos seus atos. Isso significa que a Administração Pública não necessita recorrer ao Judiciário para a prática do seu ato administrativo. A única coisa que deve ser respeitada é a legalidade. 
A administração torna seu ato público através do Diário Oficial (presume-se que o indivíduo tomou conhecimento do ato), pessoalmente, mas por escrito ou por correspondência.
A Administração Pública pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou a regime jurídico de direito público. A opção por um regime ou outro é feita, em regra, pela Constituição ou pela lei. 
O art. 175, CF, outorga ao Poder Público a incumbência de prestar serviços públicos, podendo fazê-lo diretamente ou sob regime de concessão ou permissão; e o parágrafo único deixa à lei ordinária a tarefa de fixar o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato, de sua prorrogação, bem como as condições de execução, fiscalização e rescisão de concessão ou permissão. Vale dizer que a Constituição deixou à lei a opção de adotar um regime ou outro.
Quando a Administração emprega modelos privatísticos, nunca é integral a sua submissão ao direito privado; às vezes, ela se nivela ao particular, no sentido de que não exerce sobre ele qualquer prerrogativa de Poder Público, mas nunca se despe de determinados privilégios; e sempre se submete a restrições concernentesà competência, finalidade, motivo, forma, procedimento, publicidade.
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO - PRINCÍPIOS
A Administração Pública é regida por regime próprio. Foi no Caso Blanco (1873), na França, que o Conselho de Estado Francês começou a criar regras próprias para a Administração Pública, bem como uma principiologia específica. Porém, até então, a Administração Pública era regida pelas regras de Direito Privado. 
Esse regime jurídico, o qual contempla prerrogativas e limitações para o agente público, é formado por princípios. Assim, a principiologia do Direito Administrativo tem a função de atribuir prerrogativas para a Administração Pública e também sujeitá-la a determinadas regras (limita a atuação).
Princípios L.I.M.P.E. (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência) são princípios constitucionais que regem a ação da Administração Pública, previstos pelo art. 37, caput, CF. 
Os princípios norteiam a atuação da Administração Pública. O Estado não pode ser tratado da mesma maneira que um particular. Por isso, ao longo dos séculos, foi sendo criado um regime jurídico para disciplinar a ação da Administração Pública. Essa principiologia estabelece dois parâmetros: prerrogativas e limitações (sujeições). O agente público, no exercício da sua função, tem a possibilidade de praticar determinados atos dotados de fé pública. Possibilitam que o agente possa, por exemplo, gozar de prazos em dobro em processos judiciais. 
A primeira grande base principiológica é a supremacia do interesse público sobre o privado. Significa que a Administração Pública, em relação aos administrados (membros da sociedade), se coloca numa relação vertical. Significa que está encontra-se em situação privilegiada pois defende os interesses públicos. A supremacia deve ser vista com equilíbrio diante do caso concreto.
Exemplo: devido a essa posição privilegiada, o Estado tem execução diferenciada. Se um indivíduo ganha ação de indenização contra o Estado, ele entra para a fila dos precatórios (não pode executar diretamente os bens do Estado). Todavia, se o Estado é condenado em ação de alimentos, não vai para a fila dos precatórios (limitação). 
A segunda base principiológica é a indisponibilidade, pela administração, dos interesses públicos. Define as limitações da Administração Pública, pois o interesse público é dos membros da sociedade. Como os interesses são da coletividade, eles não estão disponíveis livremente para que o administrador público possa cumprir ou não cumprir. Dentro dessa base, existem subprincípios:
a) Princípio da legalidade: a lei, em sentido amplo, é o parâmetro para o agente público. Dá segurança jurídica para a sociedade. Para o agente público vigora a submissão à lei (só age de acordo com a lei). Na ausência de lei, a administração pública deve se abster do ato. 
Existem alguns subprincípios da legalidade, como o da finalidade. A finalidade, nesse caso, é atender ao interesse público que está discriminado na lei. Essa finalidade evita o abuso de poder. O legislador define a finalidade de forma vinculada ou de forma discricionária. O ato vinculado é o ato previsto em lei, porém sem margem de liberdade de escolha por parte do agente público. O legislador define a única solução jurídica possível para o caso concreto. Ao contrário do ato vinculado, o ato discricionário atribui ao agente público margem de liberdade de escolha, porém a liberdade de escolha está definida na lei. Essa liberdade de escolha deve ser motivada e está baseada nos critérios de conveniência e oportunidade. Um mesmo ato pode conter vinculação e discricionariedade.
Todo ato do agente público é passível de questionamento por vias judiciais. No caso de ato discricionário, se questionado, o juiz julga com base na razoabilidade entre o fato e a escolha do agente. Pode invalidar o ato e dar a opção ao agente público de refazer a escolha. 
Art. 2º, Lei 4.717/65.
b) Princípio da razoabilidade e proporcionalidade: a maioria da doutrina entende que são a mesma coisa. Mas ainda existe quem faça a distinção entre os dois conceitos. O agente público, na prática de ato administrativo, tem que analisar o binômio meio-fim, ou seja, o meio a ser aplicado para atingir a finalidade mais razoável no caso concreto. O agente público tem que buscar, no caso concreto, uma punição/decisão que seja proporcional/suficiente para punir, mas sem excesso. 
c) Princípio da motivação: o ato praticado pelo agente público deve expor as razões de direito e de fato pelas quais a providência foi adotada. Portanto, motivar significa fundamentar o ato praticado, justificando as razões que serviram de base para a escolha. Principalmente o ato discricionário necessita de motivação. 
d) Princípio da ampla responsabilidade do Estado: previsto no art. 37, §6º, CF. Neste artigo, o legislador estabeleceu que o Estado é responsável pelos atos que seus agentes, no exercício da função, praticarem e que vierem a causar dano. A responsabilidade da administração pública, portanto, é civil objetiva, bastando que a vítima do dano demonstre o nexo causal entre o ato ou fato administrativo e o resultado danoso. Porém, o Estado tem contra seu agente público o direito a uma ação regressiva (ação de ressarcimento) desde que demonstre dolo ou culpa de seu agente. Significa que a responsabilidade do agente público é civil subjetiva, baseada em dolo ou culpa.
e) Princípio da continuidade da prestação do serviço público: sendo a Administração curadora de determinados interesses (coletivos), se impõe a ela a obrigatoriedade de continuidade da prestação do serviço público. A Administração não pode, livremente, optar por prestar ou não o serviço. Se quem presta o serviço no lugar do Estado interrompe a prestação, o Estado deve, imediatamente, prestar o serviço de forma direta. 
f) Princípio do controle administrativo ou tutela: é um princípio que dá à Administração Pública o direito de controlar seus próprios atos, de ofício ou por provocação (corrigir, suspender, anular, sem ter necessidade de pleitear isso no Judiciário). A anulação do ato está associada a uma ilegalidade na prática do ato, enquanto que a revogação está associada a ato superveniente. 
De ofício: o agente público praticou um ato e, percebendo erro/equívoco/ilegalidade, pode corrigi-lo, seja desfazendo-o ou substituindo-o. Essa correção também pode ocorrer mediante ação de superior hierárquico ao agente que praticou o ato.
Por provocação: o agente público pratica ato administrativo e aquele que sofreu o ato não concorda. Este que sofreu o ato (administrado) pode provocar a Administração Pública, através de recurso administrativo (regra geral), para que o ato seja revisto. A chance de a Administração Pública rever seu ato é mínima pois, em regra, ela segue o princípio da legalidade. Toda vez que se interpõe um recurso administrativo, ele será direcionado ao superior hierárquico daquele que praticou o ato, salvo uma exceção: quando aquele que praticou o ato já é autoridade máxima dentro da estrutura da Administração Pública. Nesse caso, ao invés de usar o recurso administrativo clássico, utilizará uma das espécies de recurso chamada de “pedido de reconsideração”. Se o recurso é procedente, anula-se o ato anterior. Se o recurso é improcedente, significa que não se reconhece a ilegalidade no ato. Nesse caso, é possível levar o caso ao Poder Judiciário, utilizando-se do Princípio do Controle Jurisdicional, pois todo ato administrativo é passível de controle jurisdicional. 
Não existe, no âmbito da Administração Pública, pedido de liminar. Mandado de segurança também não pode ser utilizado, pois é peça de processo judicial. 
Revogação é ato de vontade da própria Administração Pública, fundada em lei, decorrente de fato superveniente, que leva o agente público a suspender ou cancelar um ato, desde que devidamente fundamentado. Devem estar presentes os critérios de conveniência e oportunidade a justificar a revogação do ato. O ato era válido e estava produzindo seus legítimos efeitos. A parteprejudicada, nesse caso, tem direito à indenização. 
g) Princípio do Controle Jurisdicional: fundado no art. 5º, XXXV, CF/88, o qual versa sobre a inafastabilidade do Poder Judiciário. Não se pode criar lei que afaste o direito individual dos cidadãos de recorrer ao Judiciário a fim de controlar atos lesivos ou que ameaçam lesionar o direito. Para que se faça o controle jurisdicional não é necessário esgotar as possibilidades no âmbito administrativo, salvo uma exceção: na lei do mandado de segurança (Lei nº 12.016/2009), há uma previsão que determina que não será cabível o mandado de segurança de ato administrativo do qual caiba recurso com efeito suspensivo (nenhum ato pode ser praticado até a tomada de decisão do agente público).
O efeito é suspensivo quando a lei o atribui ao recurso. Quando a lei é omissa, o efeito é meramente devolutivo (outros atos poderão ser praticados enquanto o recurso é julgado). Mas, o administrador público pode optar pelo efeito mais benéfico quando a lei nada traz, ou seja, pode aplicar o efeito suspensivo, no silêncio da lei, pois esse será sempre mais benéfico para o direito do interessado.
O Poder Judiciário não pode revogar atos, apenas anular.
h) Princípio da isonomia: é equivalente ao Princípio da Igualdade e prevê que o administrador público tem que tratar de forma isonômica todos os administrados. Significa que se o administrado procurar a Administração Pública, esta deve tratar esse como trataria todos os outros (não pode ser beneficiado ou prejudicado). Esse princípio é fundamental dentro do processo de licitação, para que os concorrentes sejam tratados de forma igualitária.
i) Princípio da publicidade: busca dar acesso, clareza, para toda a sociedade de como estão sendo praticados os atos administrativos (qualquer pessoa deve ter acesso a eles). É o princípio que busca a transparência na Administração Pública. Se a Administração Pública se negar a conceder a informação, cabe contra ela o Mandado de Segurança. Esse princípio também permite que o administrado possa, acessando o ato administrativo, fazer sua defesa. 
Um ato administrativo se torna público de duas maneiras: com a publicação no Diário Oficial e quando o agente público dirige notificação pessoal ao administrado. Essa notificação pode ser pessoal com documento no próprio balcão da repartição pública ou enviado pelo correio. 
j) Princípio da inalienabilidade: toda vez que a Administração Pública toma uma decisão, esta deve estar baseada na lei e levando em conta os interesses coletivos. Não pode alienar os direitos coletivos, pois representa toda a coletividade. Quando a lei dispõe que a Administração Pública tem que fazer algo, ela não pode deixar de fazer, pois não pode abrir mão de algo que não é dela. 
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS
São cinco atividades administrativas: serviço público, polícia administrativa, fomento, intervenção e regulação.
O serviço público é assim chamado pois é de titularidade do Estado, que se presta a atender necessidades públicas/coletivas. Esse serviço pode ser exercido diretamente pelo Estado ou o Estado pode delegar para as concessionárias e permissionárias (empresas privadas) de serviço público. Essa delegação ocorre via licitação. Ao delegar o serviço público, o Estado mantém a titularidade do serviço, passando para a concessionária apenas o direito à prestação do serviço. Isso dá a ele o direito de disciplinar a atividade (criar regras) e fiscalizá-la (verifica se o prestador do serviço está cumprindo a regra). Ao fiscalizar, o Estado pode autuar (lançar a irregularidade num auto de infração), multar, suspender a atividade ou, até mesmo, retomar a prestação do serviço. 
Polícia administrativa é uma função também conhecida como "poder de polícia" (poder dado ao Estado pela lei). É o direito de o Estado interferir nos nossos direitos individuais e está previsto pelo art. 78, do Código Tributário Nacional. Portanto, é por intermédio do poder de polícia que o Estado impõe restrições e limitações ao exercício dos nossos direitos individuais. É um poder vasto. O legislador, ao criar lei, dá para a administração pública o respectivo poder de polícia. Cria-se, na lei, o direito de interferência do Estado. Com esse poder, o Estado disciplina como será a atividade econômica, por exemplo, podendo autuar, multar ou suspender a atividade se necessário. Se a atividade for de serviço público, pode ainda retomar a prestação do serviço. O Estado pode, não só, interferir nos direitos individuais, mas também impor limitações ao seu exercício. 
Art. 170, CF - a escolha da atividade econômica é livre, mas a atividade pode estar submetida a limitações porque esta pode vir a causar prejuízos para a sociedade. 
Não é ato administrativo. É um dos poderes utilizados pela Administração Pública.
Costuma-se apontar como atributos do poder de polícia a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade, além do fato de corresponder a uma atividade negativa. Pode-se, atualmente, acrescentar outra característica, que é a indelegabilidade do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado. A autoexecutoriedade é a possibilidade que tem a Administração de, com os próprios meios, pôr em execução suas decisões, sem precisar recorrer previamente ao Poder Judiciário.
Fomento é a atividade em que o Estado incentiva a iniciativa privada quando considera que o particular merece uma ajuda porque está atuando em benefício do interesse público, numa atuação paralela ao Estado. São exemplos: auxílios financeiros, os financiamentos, favores fiscais e desapropriações.
Existem três setores econômicos: o primeiro é o setor público (Estado presta serviços para atender interesses públicos), o segundo setor é a iniciativa privada (exerce atividade econômica com fins lucrativos) e o terceiro setor é aquele que exerce atividade econômica, mas sem fins lucrativos (ex.: ONGS, organizações sociais, etc.). O Estado pode fomentar atividades do 2º ou 3º setor, buscando sempre atender os interesses da sociedade.
O Estado, nessa atividade de fomento, pode liberar verba pública para a atividade da iniciativa privada ou do 3º setor. Pode, ainda, prestar auxílios financeiros ou subvenções (ex.: BNDES - banco para financiar atividades econômicas de interesse do Estado). Ademais, pode fazer financiamentos com juros mais baratos, via banco estatal e pode prestar favores fiscais. O Estado, querendo estimular determinadas atividades consideradas benéficas para o progresso do país, reduz o imposto para determinados setores. O Estado também pode usar da atividade de fomento para fazer desapropriações de determinadas áreas para beneficiar atividades de interesse coletivo. A desapropriação exige do Poder Público justa e prévia indenização. Ademais, é ato coercitivo, exercido com poder de polícia (indivíduo não pode se opor a desapropriação). Há uma supremacia do interesse público sobre o interesse privado.
Intervenção pode se dar de forma direta ou indireta. A intervenção direta ocorre quando o Estado exerce uma atividade econômica (ex.: Caixa econômica federal - atividade econômica bancária). A regra, porém, não é essa. Quando o Estado intervém diretamente, exercendo uma atividade econômica, ele não terá privilégios nem prerrogativas que não sejam destinadas também à iniciativa privada. A tendência é que o Estado exerça uma intervenção indireta, que significa o Estado atuando como interventor na atividade econômica, de maneira a ditar regras, baixar normas, fiscalizar.
Regulação: o Estado, regulando atividades econômicas, busca preservar o direito dos usuários na prestação do serviço que está tanto nas mãos da iniciativa pública quanto nas mãos da iniciativa privada. É uma forma de intervenção indireta na atividade econômica. O serviço de regulação é específico. 
Exemplo: telefonias. Agências reguladoras são entidades criadas dentro da Administração Pública indireta para regular determinadas atividades econômicas. Estas podem estar nas mãos da iniciativa privada ou da iniciativa pública. No Brasil,a ANATEL regula as telefonias. É uma autarquia federal que regulamentará e fiscalizará as atividades de todas as empresas que trabalham no ramo das telecomunicações. Para que a ANATEL fiscalize as empresas, estas devem pagar uma taxa. Assim, quem mantém parte do funcionamento das agências reguladoras é a própria iniciativa privada. 
Toda agência reguladora faz parte da administração pública indireta. É, portanto, autarquia federal, criada por lei. Por isso, tem orçamento próprio, o qual pode vir de duas maneiras: por repasse da administração pública direta ou por definição legal (taxa de fiscalização paga pelas empresas públicas e privadas).
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA
Administração Pública direta (Federal): é formada por órgãos despersonalizados, que exercem a função administrativa de forma desconcentrada. Toda essa estrutura entre os órgãos é hierárquica e o chefe, na administração federal, é o Presidente da República. A pessoa jurídica de direito público interno que detém a personalidade jurídica é a União. Todos os órgãos que estão abaixo da União não terão personalidade jurídica (ex.: Presidente da República, Ministérios). A União, especialmente nas ações de cunho civil indenizatórias, arcará com o pagamento da indenização. Pode ser autora e ré nas ações processuais, sendo que nesse caso, quando está no polo passivo, figurará como Fazenda Pública Federal. Nas questões criminais, porém, é o próprio agente público que responde. 
Existem três naturezas de responsabilidades: civil, penal e administrativa. Quando se trata de ação indenizatória, é a União que arca com a responsabilidade (art. 37, §6º, CF). Porém, na esfera cível indenizatória, a União tem direito à ação de regresso contra o agente público (o qual responde de forma subjetiva). Se se tratar de Mandado de Segurança, nos Habeas Corpus, Habeas Data e Mandado de Injunção, apenas de serem de natureza civil, não significa que a União estará no polo passivo da ação (as unidades coatoras figurarão no polo passivo - autoridades que cometeram ato e causaram o dano). Em se tratando de ação civil indenizatória: se o agente público é federal, ele responde na esfera da Justiça Federal, mas se o agente público é estadual ou municipal, responde na esfera da Justiça Estadual. Enquanto ocorre a ação civil, a Adm. Pública abre sindicância (colhe-se informações sobre materialidade e autoria do dano, para dar-se início ao processo disciplinar) que se tornará processo administrativo disciplinar. Nas responsabilidades penal e administrativa, é a pessoa do agente público que responde. 
O Presidente da República é agente público federal que chefia toda a Adm. Pública direta federal (chefe do Executivo). A estrutura da Adm. Pública federal é formada por órgãos subordinados hierarquicamente (não detêm personalidade jurídica), os chamados Ministérios. No âmbito estadual e municipal, as secretarias são equivalentes aos ministérios. A competência administrativa é a competência estabelecida pela CF para a ação da Adm. Pública (art. 21, CF, trata das competências administrativas da União).
O Executivo, para todos os entes, tem a mesma estrutura: administração pública direta e indireta. Na Direta, em âmbito federal, a União possui personalidade jurídica. É formada pela Presidência da República, Ministérios secretarias e subsecretarias, os quais exercem a atividade administrativa. Essa estrutura é hierárquica. O Presidente entra nessa estrutura por eleição, os Ministros entram por indicação/nomeação do Presidente e os demais são concursados. Quando um desses agentes públicos, por meio de ato administrativo, causar dano à terceiro, em matéria civil quem responde é o Estado, na figura da União. Essa responsabilidade civil é objetiva. A responsabilidade do agente público é civil subjetiva. 
O Poder Legislativo, em âmbito federal, é formado pelo Congresso Nacional, formado pelo Senado Federal e Câmara dos Deputados. Está autorizado a criar leis federais (a administração pública direta terá que obedecer todas essas leis). É sempre Lei Federal que autoriza o Presidente da República e toda a estrutura da administração pública a atuar com poder de polícia, por exemplo. Dentre os artigos constitucionais está estabelecida a competência legislativa de cada Estado-membro. Uma lei, porém, que é criada no Estado de SP, não será aplicada ao Estado do RJ, por uma questão de competência e autonomia de cada ente federativo. O Estado-membro, portanto, não pode criar lei que seja colidente com as leis federais ou com a CF. 
Âmbito estadual: quem legisla é a assembleia legislativa, composta pelos deputados estaduais. Quando se cria lei estadual, ela valerá para todo o território do Estado do qual faz parte. Todos os municípios que fazem parte desse Estado, estão submetidos à legislação estadual. 
Âmbito municipal: quem legisla é a câmara municipal, composta pelos vereadores. A câmara só poderá criar normas de acordo com o que prevê a CF. Se cria norma que está fora de sua competência, essa lei deverá ser expulsa do sistema. 
O Poder Judiciário é divido em federal e estadual. Toda a ação contra agente público municipal será julgada pela Justiça Estadual. Dentro da Justiça Federal, existem as justiças especializadas: eleitoral, militar e trabalhista. Dentro da federação, existe uma Justiça especializada para tratar apenas dos casos que envolvem a Fazenda Pública. Quando o Município não tem Fazenda Pública, a ação é distribuída na justiça estadual ou federal (verifica-se contra quem estou entrando com ação). 
As justiças estaduais estão localizadas nos municípios, dentro dos estados. Em regra, o foro central fica na capital e os foros regionais são aqueles que ficam nos diferentes bairros e nas mais variadas comarcas. O tribunal superior competente para julgar os recursos é o Tribunal de Justiça do Estado onde foi distribuída a ação. Se o agente público tem foro privilegiado em razão da função exercida, o TJ será o órgão competente para julgar aquela ação. 
Juiz federal (art. 109, CF) obedece às regras específicas, de âmbito federal. O TRF é o tribunal competente para julgar os recursos, equivalente ao TJ. 
Tribunais superiores: Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. Suas competências estão estabelecidas pelos art. 102 e 105, CF. Se o Presidente da República comete delito, o STF será o órgão competente para julgar. Exemplo: mandado de segurança contra atos do P. R. - originariamente quem tem competência para julgar é o STF, porque a CF assim estabeleceu.
Administração pública indireta: em âmbito federal
As autarquias fazem parte da administração publica indireta e são definidas como tais pelo art. 5º, I, do Decreto Lei 200/67. Trata-se de um serviço autônomo, criado por lei (pelo Princípio da Simetria, só poderá ser desfeita por lei), com autonomia financeira (obtida mediante receitas que podem ser obtidas por meios próprios ou repasse da administração pública direta), gestão administrativa independente, com personalidade jurídica própria (ela mesma responde por seus atos), para exercer atividade descentralizada (não está subordinada hierarquicamente à administração direta, porém a autarquia é vinculada a um órgão da administração direta e, portanto, está sujeita ao controle de tutela do órgão ao qual está vinculada - esse controle de tutela só será exercido para verificar se a finalidade para a qual a autarquia foi criada está sendo cumprida). Toda autarquia possui uma finalidade específica. É um ente que auxilia a adm. pública direta na prestação de serviço público, isto é, na prestação de atividade administrativa.
Exemplo: INSS. Tem vinculação com o Ministério da Previdência, mas não está subordinado pois fazem parte de estruturas diferentes. O Ministério faz o controle de tutela sobre o INSS - verifica se ele está pagando as pensões. Esse controle de tutela é chamado de Supervisão Ministerial. 
A autarquia será estruturada para prestar atividade administrativa (serviço público). A adm. pública direta descentraliza a atividade, passando-apara ente que terá personalidade jurídica própria (a União não responde pelos atos dos agentes públicos das autarquias - a própria autarquia que responde).
Toda autarquia é criada por lei e, por isso, também só pode ser desfeita por lei. Exerce a sua própria gestão administrativa e financeira (tem patrimônio próprio e receitas). 
A autarquia não está subordinada hierarquicamente à Adm. Pública direta, mas está necessariamente vinculada a um ministério. E, por fim, o fato de estar vinculada a um ministério, faz com que ela esteja submetida ao controle de tutela (chamado de "supervisão ministerial"). Essa supervisão verifica se a autarquia está cumprindo a finalidade para a qual foi criada. 
A autarquia está inteiramente subordinada a um regime jurídico público. Se o regime jurídico é público, todas as regras válidas para a Adm. P. Direta valem igualmente para a autarquia, pois esta tem personalidade jurídica de direito público. Isso faz com que a autarquia tenha prerrogativas e também sujeições.
Prerrogativas: 
a) o ato praticado por ela goza de presunção de legitimidade e legalidade, contempla também imperatividade e autoexecutoriedade; 
b) as autarquias gozam de imunidade recíproca somente em relação ao patrimônio afetado a realização de suas atividades (patrimônio afetado é aquele que tem destinação pública específica). Todo bem não afetado está sujeito aos tributos. 
Um bem público é impenhorável, não pode ser usucapido, para poder ser vendido deve ser desafetado (perde a finalidade pública) e passar por processo de licitação. Quando a União quer vender o bem, ela deve desafetá-lo e submeter à apreciação do Congresso Nacional, que baixa lei autorizativa. Em seguida, o bem é submetido à apreciação, para se chegar ao valor de mercado daquele bem. Abre-se, então, o processo de licitação (processo de venda do bem - através de leilão).
A imunidade é entre todos os entes federativos.
c) as autarquias são julgadas e processadas no juízo privativo da entidade estatal a que pertencem. Uma autarquia federal faz parte da administração pública indireta federal, logo, será julgada na Justiça Federal. Se a autarquia é condenada, obedece ao regime dos precatórios. 
Quando se trata de autarquia federal, pode entrar com recurso impróprio, perante o Ministério (devido à ideia de supervisão ministerial). Esse recurso pode ser feito contra o órgão da Administração Pública direta ao qual a autarquia está vinculada. 
O consórcio público é uma parceria entre os entes federativos. Existe como ente da administração pública indireta quando há necessidade pública que pode envolver vários entes federativos. Possibilita que diversos entes federativos possam se consorciar sobre questão que interessa a todos. 
d) as autarquias gozam de prazos em dobro. É uma regra do Código de Processo Civil (art. 183) - a Adm. Pública goza de prazos em dobro para contestar e recorrer. 
e) as condenações em face de autarquias vão para a regra dos precatórios. A autarquia está submetida ao regime jurídico público e, portanto, à regra do art. 100, CF.
f) só pagam custas processuais ao final do processo, se vencidas judicialmente.
g) estão sujeitas ao "reexame necessário" (duplo grau de jurisdição) - toda vez que a autarquia for condenada, a sentença será reapreciada mesmo se ela não entrar com recurso. 
Sujeições: 
a) obrigatoriedade de licitação para contratação;
b) os agentes públicos devem ser obrigatoriamente concursados;
c) as autarquias são obrigadas a prestar contas, pois tem receita pública;
d) os agentes públicos estão submetidos ao estatuto do funcionalismo público (Lei 8112/90) - não se subordinam ao regime da CLT.
e) a autarquia está submetida à mesma responsabilidade prevista pelo art. 37, §6º (responsabilidade civil objetiva, com direito de ação de regresso contra o agente público)
f) os bens das autarquias estão submetidas às regras do art. 98, CC - esses bens são inalienáveis (para alienar deve observar alguns requisitos), são impenhoráveis (o bem público desafetado pode ser penhorado para pagar dívidas), são imprescritíveis (não se submetem ao usucapião) e não podem ser gravados com ônus reais.
ESTATAIS
"Estatal" = significa que a empresa tem, em sua estrutura, dinheiro público.
Estatal é um gênero, do qual tem-se duas espécies: as empresas públicas e as sociedades de economia mista. São definidas como pessoas jurídicas de direito privado, com finalidade econômica, controlada direta ou indiretamente por uma (ou mais de uma) entidade estatal, que executa serviços públicos ou explora atividade econômica caracterizada pela produção e comercialização de bens ou pela prestação de serviços em geral.
As estatais fazem parte da administração pública indireta. A empresa estatal deve ser criada por lei e, por isso, para ser desfeita também só mediante lei (regra semelhante às autarquias). Criada a lei autorizadora, a estatal passa a ter existência. 
Existem duas modalidades de estatais. No caso das empresas públicas, o capital é 100% do Estado (exclusivo). Esta pode se revestir de qualquer modalidade societária. Já a sociedade de economia mista tem essa nomenclatura pois seu capital tem origem pública e privada, porém, a sociedade de economia mista só pode ser uma sociedade anônima (S/A). Tendo capital público e privado, ela será controlada pelo Estado. Esta também necessita de lei para sua formação, bem como seu desfazimento. Por ter personalidade jurídica de direito privado, existe distinção para cada uma das modelagens. 
Empresa pública: caixa econômica federal, BNDES, correios, infraero.
Sociedade de economia mista: banco do Brasil, Petrobrás.
As estatais são de personalidade jurídica privada, mas sofrerão derrogação do regime de direito público - algumas regras de direito público são aplicadas às estatais.
Há a necessidade de concurso público para a contratação de seus empregados públicos. Funcionário público é aquele que está submetido às regras do estatuto do funcionalismo público (não está submetido a CLT), já o empregado público presta concurso tal qual o funcionário público, mas está submetido à CLT. 
As estatais estão submetidas ao procedimento licitatório para a realização de contratos, muito embora tenha personalidade jurídica privada, pois dentro de seu capital contém dinheiro público. 
Cabe contra as estatais mandado de segurança (súmula 333, STJ). 
Para fins penais, o empregado público é equiparado ao funcionário público, para que aqueles possam responder por crimes contra a Administração Pública (art. 327, CP). Como são agentes públicos, respondem pela prática de improbidade administrativa (Lei nº 8429/92 - art. 1º). É vedado a eles a cumulação de cargos, empregos e funções públicas (art. 37, XVII, CF). 
Nenhum empregado público pode ganhar mais do que o teto constitucional de remuneração (= salário de Ministro do STF). 
As empresas públicas e sociedades de economia mista estão sujeitas ao princípio da especialidade, significa que foram criadas para determinado fim. Nesse sentido, estão sujeitas ao controle de tutela e não estão sujeitas à falência. 
As estatais podem atuar de duas maneiras: desenvolvendo diretamente atividade econômica (estatal tem atividade de intervenção, participando de atividades econômicas) ou prestando serviços públicos. 
Quando atuam prestando atividade econômica, as estatais estão sujeitas ao regime privado (regras válidas para qualquer empresa privada) - art. 173, §1º, II, CF. Significa, portanto, que se a empresa privada não tem vantagem, a pública também não terá. As estatais que exploram atividade econômica não estão submetidas à responsabilidade civil objetiva, do art. 37, §6º, CF. Significa que deve ser demonstrada a culpa/dolo para que haja a indenização (a responsabilidade é, portanto, subjetiva - quem paga é o próprio empregado público). No tocante aos direitos tributários, a CF estabelece em seu art. 173, §2º, que as estatais não poderão gozar de privilégios que não sejam extensivos ao setor privado. Em relação ao regime contratual de empregados,aplica-se o regime trabalhista da CLT, logo, litígios envolvendo empregados públicos, decorrentes da relação trabalhista, serão discutidos na Justiça do Trabalho. 
Quando a estatal presta serviço público, seu regime jurídico acaba sendo mais público, apesar da personalidade jurídica continuar sendo de natureza privada. O art. 175, CF, estabelece a regra para essas empresas: a) necessariamente serão criadas por lei, a pedido do Poder Executivo (baixa decreto pedindo a criação da Lei); b) as estatais que prestam serviço público estão sujeitas à regra da responsabilidade civil objetiva, prevista pelo art. 37, §6º, CF; c) garante-se a essas estatais o direito à imunidade tributária, por entendimento jurisprudencial; d) o patrimônio da estatal, de acordo com o STF, é patrimônio público no tocante àqueles bens destinados a sua finalidade (significa que não podem ser penhorados, não podem sofrer usucapião, etc); e) o regime de contratação é pela CLT e os eventuais conflitos serão resolvidos na Justiça do Trabalho.
FUNDAÇÕES
Decreto lei 200/67, art. 5º, IV - prevê que a fundação pública é uma entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada por intermédio de autorização legislativa, tem autonomia administrativa e patrimônio próprio, recebe recursos da União para exercer uma atividade que não exija execução por órgãos ou entidades de direito público. 
Toda fundação é pública, mas pode acontecer de ter personalidade jurídica de direito privado ou público. Quando é de direito público, ela é equivalente a uma autarquia (as regras são as mesmas).
Ao falar de personalidade jurídica de direito público ou privado, trata-se de qual regime jurídico irá nortear a atuação da fundação.
Regras
1) Adquirem personalidade jurídica com a sua inscrição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (é feita por escritura pública, após autorização legislativa).
2) Criada por lei, só pode ser destituída por lei.
3) Quando é criada por lei, a pedido do Poder Executivo, ele já define qual será sua finalidade. Assim, se ela tem finalidade, pode sofrer controle de tutela (supervisão ministerial).
4) Além do controle de tutela, as fundações, por mais que tenham personalidade jurídica de direito privado, por receberem dinheiro público, estão submetidas à fiscalização do TCU (Tribunal de Contas da União). 
5) Os bens de fundações de natureza privada são penhoráveis pois são considerados bens privados, com exceção daqueles destinados a sua finalidade.
6) Pelo fato de não desenvolverem serviços públicos, são submetidas a responsabilidade civil de natureza privada (responsabilidade civil subjetiva).
7) As fundações respondem com seu próprio patrimônio, quando acionadas no Poder Judiciário. Não há, nesse caso, responsabilidade subsidiária do Estado.
8) As fundações não têm prerrogativas processuais, como prazos dilatados ou duplo grau de jurisdição, pois têm personalidade jurídica de direito privado. 
9) O regime de contratação de empregados é CLT - trata-se portanto de empregados públicos. Se o regime é CLT, a Justiça do Trabalho é a competente para julgar qualquer conflito nesse âmbito.
10) Para a contratação do empregado público, há a necessidade do concurso público.
11) Os empregados públicos são considerados funcionários públicos para responderem por crimes contra a Administração Pública. A mesma regra vale para a impetração de mandado de segurança (pode ser impetrado contra eles).
12) É vedado o acúmulo de cargos, empregos e funções públicas (art. 37, XVII, CF). 
13) Aplica-se aos empregados a regra do teto constitucional de remuneração (não pode receber mais do que 33 mil reais - salário equivalente ao salário de um Ministro do STF). 
14) Gozam de imunidade tributária, mas só recai sobre os bens destinados a sua finalidade.
15) As fundações estão submetidas à licitação (art. 37, XXI, CF)
16) Para que se possa processar fundação pública de personalidade jurídica de direito privado, a justiça competente para julgar e processar essas fundações é a Justiça Comum Estadual. 
PODERES ADMINISTRATIVOS
Para que a Administração Pública possa praticar o ato administrativo, são necessários poderes específicos, criados pelo direito público. O poder administrativo, para ser qualificado, dependerá se está associado a uma maior ou menor liberdade da Administração, se visa ordenar ou punir seus agentes, será relacionado à finalidade normativa ou se estará associado à contenção dos direitos individuais. Para que o administrador público possa praticar ato com validade e que possa produzir efeitos jurídicos, é necessário o poder. Esse poder se manifesta a depender da situação em que o agente público se encontra.
A depender do que precisa o agente público para prática de ato administrativo, ele utilizará determinado poder. Esse poder pode ser vinculado ou discricionário, a depender de maior ou menor liberdade; pode ser hierárquico ou disciplinar, utilizado para punir e ordenar; pode ser regulamentar ou de polícia.
O poder vinculado, também conhecido como poder regrado, é aquele que confere à Administração Pública, para prática de um ato de sua competência, determinados elementos e requisitos necessários à sua formalização. Para a prática desse ato, o agente público fica inteiramente preso ao enunciado da lei (não há margem de liberdade para escolha). Se não cumpre o ato previsto pela lei, ele é nulo. O agente público, diante de uma situação fática, só possui uma solução jurídica a ser aplicada (o legislador anteviu essa situação e criou para ela única situação jurídica, o que faz com que o agente público fique vinculado à prática daquele ato administrativo).
Exemplo: se determinada empresa polui o ambiente com sua atividade econômica, o agente público deve autuar a empresa (preencher auto de infração). Primeiramente, para fiscalizar a empresa, o agente público utiliza o poder de polícia (permite que ele interfira no direito dos indivíduos – no caso, o direito individual de o empresário exercer atividade econômica). O poder vinculado é utilizado no momento da autuação. Ademais, a Administração Pública, a depender do nível do dano, terá que escolher uma forma de punição administrativa. O poder discricionário, portanto, surge nesse momento.
Desapropriação: para desapropriar, é necessário que o Poder Público utilize o poder de polícia. A lei, porém, traz a regra de como pode ser a prática desse ato administrativo. Quando a regra traz apenas uma maneira de praticar um ato, o ato é vinculado e, portanto, o agente público fará uso do poder vinculado. Para o ato de desapropriação, portanto, utiliza-se o poder de polícia discricionário (escolha do imóvel a ser desapropriado) e poder vinculado (não pode desapropriar sem justa e prévia indenização). Para desapropriar, deve baixar decreto (só pode ser feito pelos chefes do Executivo), no qual deve demonstrar qual a natureza da desapropriação: necessidade pública, utilidade pública ou interesse social. Ademais, deve indenizar o proprietário de forma justa e prévia, de acordo com a regra da CF (art. 5º, XXIV).
Para desapropriar, utiliza o poder de polícia, o qual também é discricionário (escolhe qual imóvel desapropriar, quando ele será desapropriado e para que o imóvel servirá). O poder discricionário foi utilizado na hora de justificar a natureza da desapropriação. O poder vinculado foi utilizado no momento em que a lei estabelece prévia e justa indenização – o legislador, ao criar o instituto da desapropriação, previu a necessidade dessa indenização em dinheiro – se não atua dessa forma, o ato será nulo. E, por fim, o poder regulamentar foi utilizado pois para desapropriar é necessário baixar decreto (chefe do executivo regulamenta situação).
O agente precisa cumprir todos os elementos do ato administrativo: art. 2º, Lei 4.717/65. A Lei de Desapropriação regulamenta o procedimento – determina que o agente público que pode desapropriar é o Chefe do Executivo, pois ocorrerá mediante decreto. Se este decreto for baixado por alguém que não é competentepara a prática do ato, é possível pedir a nulidade desse ato? Sim, por meio do controle do ato administrativo, o qual pode ocorrer na esfera da Administração Pública ou na esfera do Poder Judiciário. Provoca-se o administrador público, por meio de recurso administrativo, para que ele reconheça a ilegalidade do ato – a Administração Pública, nesse caso, faz controle de tutela, mediante provocação da parte interessada. Esse recurso é enviado para o superior hierárquico. Quando o agente público controla ato de seu subordinado, ele corrige o ato. Se o próprio superior hierárquico realizou o ato, o recurso é chamado de “pedido de reconsideração”. No Poder Judiciário, faz-se controle jurisdicional. Leva-se ao conhecimento do Judiciário, via ação anulatória, o ato praticado com ilegalidade, para que o juiz decida se anula ou não o ato. Se o juiz anula o ato, ele pode ser refeito, dentro das formalidades legais. Porém, se o ato é refeito ainda de forma ilegal, não precisa entrar com novo processo de conhecimento, pois trata-se de descumprimento de sentença.
Se o pagamento prévio e justo, em dinheiro, não é feito, há desrespeito de um dos elementos do ato administrativo (forma). Isso afeta o direito líquido e certo do proprietário de ser indenizado. Portanto, a ação judicial a ser utilizada, nesse caso, é o Mandado de Segurança. Para que o proprietário não saia da casa antes do recebimento do dinheiro, deve ser concedida liminar pelo juiz. Para demonstrar que o ato do agente teve alguma ilegalidade, sem que tenha sido infringido direito líquido e certo, entra-se com ação anulatória. 
O poder discricionário dá maior liberdade ao agente público, no tocante à prática do ato administrativo. Porém, não significa que o agente público tem liberdade ilimitada e poder agir da maneira que quiser. Se assim fosse, agiria com total arbitrariedade. Esse poder existe pois não é possível para o legislador prever todas as situações fáticas que a sociedade irá passar – deixa margem de liberdade para que o agente público possa atuar, fazer escolhas diante do caso concreto, não seja engessado e não vire mero aplicador da lei. Essa margem de escolha é chamada de discricionariedade e, portanto, faz uso do poder discricionário (sendo previsto em lei, permite ao agente público que ele tenha margem de liberdade de escolha, mas essas escolhas já estão previstas em lei). A escolha deve ocorrer segundo conveniência e oportunidade.
Para que aplique sanção administrativa, o agente público faz uso da razoabilidade e proporcionalidade. A escolha é chamada de mérito administrativo. Vê, no caso concreto, as consequências daquela atividade (exemplo da empresa).
A Administração Pública é estruturada de forma hierárquica e a hierarquia é a relação de subordinação existente entre os vários órgãos de agentes do Executivo, com distribuição de funções e a gradação da autoridade de cada um. O poder hierárquico é utilizado dentro de sua própria estrutura, assim como o poder disciplinar. Portanto, a Administração Pública, ordena quais são as atividades, podendo controla-las e ainda corrigi-las. Essas são as chamadas “determinações”, que competem ao poder hierárquico. Encontrando inadequação no ato praticado pelo agente, o superior hierárquico deve aplicar o poder disciplinar. É o poder-dever. O agente público tem obrigação de aplica-lo quando encontra, no ato de seu subordinado, uma ilegalidade. O poder disciplinar não pode ser aplicado de forma arbitrária – para que agente público aplique punição ao seu subordinado, deve obedecer ao procedimento legal (Processo Administrativo Disciplinar – PAD). 
Sempre o superior hierárquico pode dar ordens, fiscalizar atividade dos subordinados, delegar (atribuir atividade que é sua para seu subordinado), avocar (tomar atividade de outro agente para si), rever.
Todo subordinado deve obedecer às ordens de seu superior hierárquico, sob pena de crime funcional, porém deve-se entender essas ordens como legais: o subordinado não é obrigado a cumprir ordem manifestamente ilegal. Essa justificativa está prevista no art. 5º, II, CF (ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, se não em virtude de lei).
O superior hierárquico tem direito e o dever de fiscalizar a atividade de seus subordinados, para verificar se a tarefa atribuída está sendo devidamente realizada. Encontrando alguma irregularidade, o superior hierárquico deve buscar o devido processo administrativo disciplinar (Lei 9784/99) para punir o seu subordinado. O agente que for processado terá direito ao contraditório e ampla defesa. A punição deve se dar por meio desse processo e, se houver necessidade, esse processo deverá ser precedido de uma sindicância. É um momento prévio, em que o superior hierárquico irá averiguar a autoria e a materialidade (o que corresponde a um inquérito policial, que ocorre antes da ação penal). Como punição: advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria, destituição de cargo em comissão, destituição de função comissionada.
A sindicância é necessária quando não se tem certeza de autoria e materialidade do ato. Mas é dispensável quando, por exemplo, o agente é pego em flagrante cometendo o ato irregular, pelo Princípio da Eficiência.
O PAD é regido pela Lei 9784/99 – toda vez que o agente atua de forma irregular, será aberto um processo administrativo contra ele. Mas esse processo não é inteiramente acompanhado pelo Superior Hierárquico e sim por uma comissão (composta por 3 integrantes que estão na mesma categoria de função que o agente público). Chegando ao final do processo, é feito relatório, com parecer favorável ou contrário e o encaminha para o superior hierárquico. Instaurado o processo, a comissão apura as provas e dará ao subordinado o direito ao contraditório e ampla defesa – não ocorre na sindicância, pois serve apenas para apurar autoria e materialidade. O subordinado não precisa de advogado nessa fase de PAD e o STF foi questionado sobre se haveria prejuízo ao direito de contraditório e ampla defesa por ausência de advogado. Entende-se que ausência de advogado no PAD não prejudica o direito, pois a parte poderá fazer sua autodefesa e será ouvida em todas as etapas. Se o subordinado tiver algo para reclamar, ele o fará diante da Comissão.
Se o subordinado que está sendo processado não tiver conhecimento sobre determinada prova, juntada pela Comissão, foi prejudicado seu direito ao contraditório e ampla defesa. Nesse sentido, ele pode recorrer diretamente ao Superior Hierárquico ou, então, pode recorrer ao Judiciário, por intermédio do Mandado de Segurança. Se quem impediu o exercício do direito foi a comissão, deve saber qual é a natureza de Administração Pública que ela atua (federal/estadual/municipal). Se foi o superior hierárquico que impediu o exercício do direito e este é o chefe do Executivo federal (Presidente da República), o mandado de segurança deve ser interposto no STF.
Se, ao final do PAD, o Superior Hierárquico optou pela demissão, por decisão motivada, o subordinado pode questionar essa decisão no Judiciário, para tentar reverter a decisão, com base no Princípio do Controle Jurisdicional. Para isso, deve ter fundamento (pode questionar se a decisão foi razoável, proporcional). A ação utilizada é ação anulatória de ato administrativo, com pedido de liminar (para manter o subordinado no cargo até a decisão final).
O Superior Hierárquico pode rever todas as decisões tomadas pelos seus subordinados, de ofício ou mediante provocação da parte interessada. Quando revê mediante provocação, ele revê via recursos. 
Delegar significa que o Superior Hierárquico pode pegar ato de sua competência, o qual teria que praticar pessoalmente, e atribuir a prática do ato para seus subordinados. Porém, esses atos que podem ser delegados, só podem dizer respeito a atribuições genéricas do delegante. Assim, não poderão ser delegadas atribuições cuja competência seja privativa do Superior Hierárquico. 
Ao avocar, o Superior Hierárquico pode chamar para si a prática do ato, originalmente atribuídaa outro agente. Só pode avocar atos que não sejam de competência exclusiva daquele que deveria praticar o ato. 
Poder regulamentar: é o poder que tem o agente público para, por intermédio de decreto, explicar a lei, a qual é genérica e abstrata e, portanto, necessita de explicação. Esse mesmo agente público competente pode baixar decreto autônomo para disciplinar um fato da vida social para o qual ainda não existe norma/lei. Porém, decretos autônomos só podem versar sobre questões corriqueiras da vida social, pois não pode adentrar em matérias cuja disciplina foi reservada à lei. 
O agente público competente para baixar decreto é o Chefe do Poder Executivo (Presidente da República, Governador de Estado ou Prefeito). Se o decreto versa sobre conteúdo que não estava estabelecido pela Lei, o Legislativo pode sustar a parte do decreto que é extra competência. Deve se limitar a explicar a lei (art. 49, V, CF).
O poder de polícia é o meio que viabiliza a prática do ato do agente público. Serve para que a Administração Pública limite os direitos individuais e os harmonize com os direitos coletivos. É o Poder Legislativo que autoriza o Legislativo à prática de determinados atos. A Administração Pública não pode praticar ato sem que haja lei anterior permitindo-o. Está, portanto, inteiramente subordinada ao Princípio da Legalidade e a uma finalidade (interesse público). Ao mesmo tempo que esse poder proíbe a prática de um ato, ele também permite. 
De acordo com a CF, em seu art. 170, todos têm o direito ao livre exercício de uma atividade econômica. Por ser livre, o indivíduo tem a liberdade para escolher a atividade. Porém, a atividade escolhida pode estar submetida à controle da Administração Pública. O poder polícia preventivo é utilizado para se prevenir qualquer choque entre o direito individual e o direito da coletividade. 
O art. 225, CF, traz o direito da coletividade ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Se é escolhida atividade para produção de pneus, é necessária licença da Prefeitura e dos órgãos ambientais. A Administração Pública, nesse momento, faz uso do poder de polícia preventivo. Concede, ao particular, o direito de exercer a atividade econômica. O poder de polícia, nesse caso, ocorre através de pedido de licença (apresenta para o interessado quais são os requisitos que devem ser cumpridos para se obter licença final – são exigidos pois estão na lei).
Licença prévia: é a licença que antecede a construção da empresa e o exercício da atividade econômica. O empreendedor deve mostrar estudo em que fique provado a viabilidade da atividade. A Administração exige, portanto, do indivíduo o EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório). Esse estudo é caro pois deve ser pago pelo empreendedor e envolve equipe multidisciplinar. Se o Estudo é favorável à obra, deve conceder a licença. Se o órgão administrativo conceder a licença quando o Estudo demonstrar inviável a obra e, no futuro, ocorrer um dano, a responsabilidade primária é do empreendedor pois a responsabilidade civil é objetiva – o órgão licenciador pode ser corresponsável, pois ao licenciar, ele assumiu o risco. A licença, depois de concedida, pode ser cassada pelo Ministério Público, através de ação civil pública.
Licença de instalação: serve para que efetivamente se instale a empresa. 
Licença de operação: é a licença para que a atividade econômica entre em funcionamento. É chamada de licença precária. Pode ser retomada pelo Poder Público – de tempos em tempos, o empreendedor deve renovar. A Administração, nesse momento, faz o equilíbrio contínuo entre os dos interesses. O poder de polícia ocorre, principalmente, nessa situação.
O poder de polícia é repressivo no momento em que se percebe que a empresa está atuando de maneira irregular. Nesse caso, a Administração Pública pode autuar a empresa e aplicar uma multa. Utiliza-se, aqui, razoabilidade e proporcionalidade. 
Os atributos do poder de polícia são: coercibilidade, autoexecutoriedade e discricionariedade. A discricionariedade diz respeito ao momento em que ocorrerá a fiscalização (escolhe o dia e qual empresa fiscalizar). Não existe coercibilidade no poder de polícia preventivo, apenas no repressivo. A coercibilidade/imperatividade está no fato de que a fiscalização ocorrerá independentemente da vontade da empresa. Se o agente público necessitar, pode usar força policial. A autoexecutoriedade está no fato de, ao encontrar irregularidade, o agente público poder tomar as medidas cabíveis sem precisar recorrer ao Judiciário.
O agente, para utilizar do poder de polícia, precisa ser competente, atender à forma prevista em lei, o objeto precisa ser legal, deve motivar seu ato e este deve ter uma finalidade – art. 2º, Lei nº 4717/65.

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