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Carta de motivacao Analise da Decisao

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Caro professor Fernando,
	Tirei 10 na sua matéria porque não tive outra escolha.
	Esse semestre não me apresentou muitas opções. Aliás, a minha vida ultimamente não tem me apresentado muitas opções.
Nem sempre foi assim. Tive incontáveis escolhas na minha vida, diferentemente de muitos por aí, desprivilegiados da sociedade, que desce cedo a vida não permite o luxo de ter uma escolha. Comigo foi diferente, nasci num berço de ouro e sempre tive do bom e do melhor.
A vida é como um caminho sem volta. Cada escolha é uma bifurcação que leva a destinos completamente diferentes. Às vezes respiramos aliviados por ter escolhido o caminho certo, outras vezes amargamos nossas escolhas, já muito tarde para concertá-las. Nenhuma quantidade de lágrimas nos traz de volta a bifurcação, a única opção é seguir em frente.
Meados de 2013. Os caminhos da vida tinham me levado a uma situação trágica. Não foram duas ou três escolhas erradas. Incontáveis decisões horrorosas da minha parte me deixaram numa situação onde a minha vida estava ruindo a minha volta, sem nenhuma perspectiva para o futuro. As opções foram sumindo uma a uma até que finalmente me deparei com duas opções: ou continuava do jeito que estava, e aceitava uma vida medíocre até o fim dos meus dias, ou resolvia começar de novo, largando todos os meus vícios e me esforçando para valer. A escolha foi mais difícil do que parece.
Entrei na FEA. Entrei com 25 anos e uma motivação que nunca tivera há muitíssimo tempo. Fiz meu primeiro ano já de olho no futuro, pensando na carreira, tanto acadêmica quanto profissional. Mas não era o suficiente. O ritmo era devagar demais, tinha completado 26 anos e o tempo não me esperava, mas ainda faltava muito pra me formar.
Decidi me desafiar. Não podia me deixar levar no ritmo dos outros. Outros tinham o que eu não tinha, tempo. A vida, tão cheia de escolhas antigamente, não me apresentou uma dessa vez. 
Me matriculei em 48 créditos-aula. O semestre seria longo, e para aguentar o tranco seria preciso um esforço hercúleo, uma força de vontade que não sabia que era capaz. Não havia o que fazer, não restava mais escolhas.
Entre as 17 disciplinas que cursei nesse semestre havia uma chamada Análise da Decisão. Admito que não aprendi muita coisa na aula em si, mas toda quarta-feira à tarde eu tinha uma oportunidade para olhar para trás e refletir as diversas decisões que tomei para chegar a este ponto, e sempre saía com motivação renovada para seguir em frente nessa rotina excruciante.
Depois de meses de pouco sono e muito esforço, consegui mais esta etapa para a minha formação. Era apenas um passo, como diria um certo astronauta, mas no contexto da minha vida foi muito maior. Me mostrou que superei os meus demônios de antigamente e estou pronto para seguir em frente.
Não tive escolha. A nota 10 é apenas um detalhe.

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