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Desenvolvimento Humano III Resumão Estacio

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TEXTO 1:
DESENVOLVIMENTO FÍSICO E COGNITIVO DO ADULTO JOVEM E DO ADULTO MADURO
Adulto jovem
Desenvolvimento físico e cognitivo do jovem adulto: Os adultos jovens geralmente acham suas capacidades físicas e boa saúde algo normal. Mas é na idade adulta jovem que se assenta a base para o funcionamento físico de todo o restante da vida. O que os jovens adultos comem, o quanto são fisicamente ativos, se fumam, bebem ou utilizam drogas - todos esses fatores contribuem muito para a saúde e para o bem-estar no presente e no futuro.
Adultos jovens, frequentemente, estão no auge do funcionamento sensório e motor. Em meados dos 20 anos, a maioria das funções corporais está plenamente desenvolvida. 
A acuidade visual é máxima aproximadamente dos 20 aos 40 anos; e o paladar, o olfato e a sensibilidade à dor e à temperatura geralmente permanecem inalterados até pelo menos os 45 anos. Entretanto, uma gradual perda auditiva, que geralmente começa durante a adolescência, torna-se mais evidente após os 25 anos, especialmente para sons mais agudos.
Acidentes automobilísticos: principal causa de morte para norte-americanos de 25 a 44 anos. A seguir vem o câncer, depois a doença cardíaca, seguidos pelo suicídio, pela AIDS e pelo homicídio. (OBSERVE QUE ESSES DADOS FORAM LEVANTADOS EM 1999). 
 As taxas de mortalidade para jovens adultos diminuíram, assim como as taxas de mortalidade para todas as demais faixas etárias, exceto os idosos mais velhos, de mais de 85 anos. O câncer, a doença cardíaca e os derrames estão diminuindo. (Hoyert et al., 1999). Por outro lado, um número muito grande de adultos – inclusive adultos jovens – apresentam tem excesso de peso e não são suficientemente ativos: fatores prejudiciais à saúde.
- Influências Comportamentais sobre a Saúde: Hábitos saudáveis. Alimentação, atividade física, dentre outras. Processos de adoecimento: tabagismo, uso abusivo de drogas, condições concretas de vida. 
Além das coisas que as pessoas fazem ou deixam de fazer que afetam sua saúde diretamente, existem as influências indiretas sobre a saúde. As mais importantes incluem a renda, a educação e a etnicidade. O gênero também faz diferença, assim como os relacionamentos.
 Diferenças nos indicadores de Longevidade entre homens e mulheres: A maior longevidade das mulheres foi atribuída à proteção genética garantida pelo segundo cromossomo X (ausente nos homens) e, antes da menopausa, aos efeitos benéficos do hormônio feminino estrogênio, principalmente sobre a saúde cardiovascular. Entretanto, fatores psicossociais e culturais, como a maior propensão dos homens para correr riscos e sua preferência por carne e batatas em vez de frutas e verduras, podem também desempenhar um papel influente.
Apesar de sua vida mais longa, as mulheres dizem estar doentes com mais frequência do que os homens: são mais propensas a procurar tratamento para doenças menores e descrevem mais sintomas não explicados. Os homens, em contraste, ficam mais tempo hospitalizados, e seus problemas de saúde tendem a ser crônicos e a ameaçar a vida. Possíveis explicações: os homens tendem a esperar mais para buscar auxílio médico. 
- A procura da mulher do atendimento médico pode significar que estão mais conscientes da saúde. A menstruação e a gravidez tornam as mulheres mais conscientes do corpo e de seu funcionamento, e os padrões culturais incentivam o gerenciamento médico desses processos. Muitas mulheres consultam um médico regularmente, não apenas durante a gravidez, mas para realizar exames ginecológicos de rotina As mulheres costumam saber mais do que os homens sobre saúde, pensam e fazem mais pela prevenção de doenças, têm mais consciência de sintomas e de suscetibilidade e são mais propensas a falar sobre suas preocupações de saúde. Os homens podem achar que a doença não é "masculina" e, assim, serem menos propensos a admitir que não se sentem bem. É possível que o melhor cuidado das mulheres com sua própria saúde ajude-as a viver mais do que os homens.
Os Relacionamentos e a Saúde: Os relacionamentos pessoais podem ser vitais para a saúde. Adultos sem amigos ou entes queridos são suscetíveis a uma ampla gama de problemas, incluindo acidentes de trânsito, transtornos de alimentação e suicídio. Evidentemente, como essa pesquisa é correlacionai, não podemos ter certeza de que os relacionamentos contribuem para a boa saúde. E possível que pessoas saudáveis tenham maior tendência a manter relacionamentos.
Questões Sexuais e Reprodutivas (incluem o adulto maduro): Distúrbios da menstruação Doenças Sexualmente Transmissíveis. Infertilidade (sobrecarga emocional no relacionamento).
ADULTO MADURO
Existem diferentes classificações, entre as quais: dos 30 a 45 anos (adulto intermediário) e dos 45 a 65 anos (adulto de meia idade).. 
Desenvolvimento físico do adulto maduro 
Dos 30 aos 45 anos: Adulto Maduro
Desenvolvimento físico: Uma série de mudanças que podem preocupar o adulto nessa fase: • Diminuição da densidade óssea. • Regeneração limitada da cartilagem em articulações levando ao aumento de queixas relativas à artrite.
Ganho de peso natural independente do aumento do consumo calórico. • Decréscimo linear no funcionamento dos órgãos. • Presbiopia (dificuldade de distinguir com nitidez os objetos próximos). Mas é também o ponto ótimo da vida sexual!!
 É evidente também a influência do estilo de vida sobre as condições de saúde, como por exemplo, nas doenças cardiovasculares, hipertensão, depressão, etc.
Desenvolvimento da linguagem: sem alterações frente ao período anterior
Desenvolvimento cognitivo: é o auge da habilidade intelectual.
Dos 45 aos 65 anos: Adulto Meia idade
Desenvolvimento físico: Momento de cuidados especiais com a saúde em função da: Redistribuição dos depósitos de gordura, mudanças de pele, início da perda da integridade musculoesquelética, diminuição na massa e densidade corporal. • Mudança nos padrões hormonais, menopausa ou climatério. • Tendência ao aumento de peso independentemente da diminuição da massa corporal, gradual compressão vertebral. • Perda da acuidade auditiva. • O tempo de acionamento dos reflexos é mais lento. • Diminuição do tônus e força muscular. • Maior prevalência de doenças crônicas.
Frequente: HIPERMETROPIA associada ao envelhecimento, que ocorre quando o cristalino perde a elasticidade. MIOPIA: Dificuldade para visualizar objetos distantes com nitidez. PRESBIACUSIA: Perda gradual da audição, que se acelera após os 55 anos, principalmente em relação a sons de frequência mais alta. 
Texto complementar A:
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DO JOVEM ADULTO:
Memória: Os jovens adultos estão no ápice das suas habilidades cognitivas. Embora você continue aprendendo coisas novas a cada dia, a sua memória funciona melhor durante esses anos. A precisão tanto da memória curta quanto da memória longa está no seu auge.
Pensamento: Muitos jovens adultos desenvolveram a habilidade de raciocinar logicamente e resolver problemas abstratos. Esta também é a idade onde são capazes de resolver problemas teóricos. Este grupo tem uma pontuação mais alta na parte de inteligência fluida de qualquer teste de QI. O fluido de inteligência não é apenas a habilidade de pensar de forma abstrata, mas de lidar com situações hipotéticas. É nessa idade que a consciência a respeito das consequências se desenvolve. 
Os universitários tendem a desenvolver o pensamento relativo, às vezes, chamado de pensamento pós-formal, em contraste com o pensamento rígido (PAPALAIA & OLDS, 2006).
Aspectos da inteligência: (Robert Sternberg): Componencial (analítica), • Experiencial e • Contextual (prática).
Os aspectos experienciais e contextuais tornam-se particularmente importantes durante a idade adulta. Os testes que medem o conhecimento tácito, um aspecto da inteligência prática, são complementos úteis para os testes de inteligência na previsão de desempenho no emprego. 
Medidas da habilidade cognitiva, assim como a habilidade física, mostram declínio com a idade, emboraesse declínio ocorra bastante mais tarde em habilidades como o vocabulário, problemas diários de memória e solução normal de problemas. 
Perspectivas da cognição adulta: Piaget: pensamento formal. • Neopiagetianos: pensamento. Reflexivo.• Pensamento pós-formal. • Mudança conceitual 
Pensamento reflexivo: Tipo de pensamento lógico que pode surgir na vida adulta, envolvendo avaliação contínua e ativa das informações e crenças, levando em conta as evidências e implicações.
Pensamento pós-formal: Tipo de pensamento maduro que recorre à experiência subjetiva e à intuição, bem como à lógica, e é útil para lidar com a ambiguidade, incerteza, inconsistência, contradição, imperfeição e tolerância. 
Critérios do pensamento pós-formal • Mudança de marcha • Definição do problema • Mudança de processo e produto • Pragmatismo • Soluções múltiplas • Consciência do paradoxo • Pensamento auto referencial. 
Shaie: Modelo de desenvolvimento cognitivo para o ciclo de vida • Estágio aquisitivo (infância e adolescência) • Estágio realizador (20-30) • Estágio responsável (30-60) • Estágio executivo (40-60) • Estágio reorganizacional (50-60) • Estágio reintegrativo (60- ) • Estágio de criação de um legado. 
Sternberg: Insiht e conhecimento prático: Insight criativo (elemento empírico). • Inteligência prática (elemento contextual). • Capacidade componencial (analítica)
Inteligência emocional • Capacidade de reconhecer e lidar com os próprios sentimentos e com os sentimentos dos outros. • Influência no sucesso profissional. • capacidade e uso do conhecimento tácito.
A inteligência emocional inclui a própria compreensão de si mesmo, a compreensão dos outros e a capacidade de regular os sentimentos. Essas habilidades podem desempenhar papel importante no êxito na vida (PAPALAIA & OLDS, 2006).
Conhecimento tácito • Denomina as informações que não são formalmente ensinadas ou abertamente expressas, mas são necessárias para que se tenha um desempenho bem-sucedido.
Mudança conceitual: Nossas ideias se modificam e se transformam. • Conflitos cognitivos. • Critérios pragmáticos ou funcionais ao invés de estritamente lógicos. • Crenças culturais e representações sociais.
TEXTO 2:
 DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL: principais abordagens
São destacadas QUATRO ABORDAGENS: Modelos normativo-sequenciais Modelo da cronologia dos eventos Modelos de traços Modelos tipológicos.
MODELOS NORMATIVO-SEQUENCIAIS
Desenvolvimento relacionado à idade, •Os adultos seguem a mesma sequência básica de mudanças psicossociais relacionadas à idade. •As mudanças são normativas porque parecem ser comuns a todos os membros de uma população E surgem em períodos, ou etapas, sucessivos, às vezes marcados por crises emocionais que preparam o caminho para desenvolvimentos adicionais.
MODELOS NORMATIVO-SEQUENCIAIS: ERIK ERIKSON 
Na idade adulta: 2 ESTÁGIOS intimidade x isolamento (adulto jovem) e generatividade x estagnação (adulto maduro).
- INTIMIDADE VERSUS ISOLAMENTO: Início da maturidade. **Namoro e começo da vida familiar. **Desde o final da adolescência até o começo da meia idade **Intimidade = mais que a simples realização amorosa; capacidade de envolver-se, de partilhar com outrem e cuidar de outrem, sem temor de perder-se no processo.
- O êxito na realização de um senso de intimidade depende apenas indiretamente dos pais, no que eles tenham contribuído para o sucesso ou fracasso do indivíduo nos estágios iniciais da vida. As condições sociais podem ajudar ou prejudicar o estabelecimento do senso de intimidade. Se não for criado um senso de intimidade com os amigos ou com o parceiro conjugal, o resultado, no entender de Erikson, é um senso de isolamento, OU SEJA, a incapacidade para arriscar a própria identidade (compartilhando uma intimidade autêntica).
Elementos importantes para a intimidade: Autorrevelação e Revelação compartilhada. Receptividade às necessidades do outro Aceitação e respeito mútuo Habilidades para os relacionamentos íntimos Autoconsciência ▫ Empatia ▫ Capacidade de comunicar emoções ▫ Resolução de conflitos Capacidade para manter compromissos.
- GENERATIVIDADE VERSUS ESTAGNAÇÃO (adulto maduro ou de meia idade) 
GENERATIVIDADE: é a preocupação de adultos maduros em estabelecer e orientar a próxima geração, perpetuando a si próprio e influenciando os que o sucedem. A Generatividade surge dos desejos internos da imortalidade simbólica ou de uma necessidade de ser útil e produzir interesse na próxima geração. É uma forma de fazer-se sobreviver, de fazer valer todo o esforço de sua vida, de saber que tem um pouco de si nos outros. A generatividade pode ser a chave para o bem-estar na meia-idade.
“A virtude deste período é o “cuidar” das pessoas, dos produtos e das ideias com as quais a pessoa aprendeu a se importar” (ERIKSON, 1985).
ESTAGNAÇÃO: O indivíduo se dá conta de que de que tudo o que fez e tudo o que construiu não valei a pena, não teve um porquê, já que não existe como dar prosseguimento, seja em forma de um filho, um sócio, uma empresa ou uma pesquisa. Marasmo da lamentação/estagnação.
KOTRE (1984) distinguiu 4 formas de generatividade: 1) Biológica (concebendo e educando crianças). 2) Parental (sustentando e criando crianças). 3) Técnica (preparando aprendizes) 4) Cultural (transmitindo valores e instruções culturais).
MODELOS NORMATIVO-SEQUENCIAIS: VAILLANT E LEVINSON (Herdeiros de Erikson)
 Nesta etapa de vida o adulto jovem constrói sua primeira estrutura temporária de vida. Sai da casa de seus pais ▫ torna-se financeira e emocionalmente independente. Estabelece e define suas metas e um tempo para realizá-las. A maneira pela qual ele lida com as questões desta fase afetará a transição para a meia-idade. 
MODELO DA CRONOLOGIA DOS EVENTOS (Bernice Neugarten e outros)
 A trajetória do desenvolvimento depende do momento em que os eventos ocorrem na vida das pessoas. Eventos de vida normativos: aqueles que geralmente ocorrem em certos momentos da vida: casamento, paternidade/maternidade, ser avô/avó, aposentadoria...
- O modelo está pautado no significado da expressão “RELÓGIO SOCIAL”: conjunto de normas ou expectativas culturais a respeito do momento da vida em que certos eventos costumam acontecer. Assim, caso os eventos não ocorrem em tempo certo podem causar estresse. Por exemplo: Emprego ▫ Casar ▫ (Não) ter filhos. Trata-se de um modelo limitado: culturas e períodos em que as normas de comportamento sejam estáveis e generalizadas.
MODELO DE TRAÇOS ou Modelo dos Cinco Fatores (Costa e MacCrae)
Paul T. Costa e Robert R. McCrae desenvolveram e testaram um modelo de cinco fatores que consiste em fatores ou dimensões que parecem ser subjacentes aos cinco grupos de traços associados, conhecidos como “Os Cinco Grandes
Os cinco grandes • Neuroticismo • Extroversão • Abertura a experiências • Escrupulosidade • Amabilidade 
Obs.: Estudos com diversas culturas encontraram os mesmos cinco fatores, que parecem ser, portanto, universais, de acordo com seus defensores.
•Neuroticismo: é um agrupamento de seis traços indicadores de: instabilidade emocional: ansiedade, hostilidade, depressão, inibição, impulsividade e vulnerabilidade. 
• Extroversão: também tem seis facetas: calor humano, espírito gregário, assertividade, atividade, busca de sensações e emoções positivas.
•Abertura a experiências são as pessoas que estão dispostas a experimentar coisas novas e abraçar novas ideias.
• Escrupulosidade: são para pessoas realizadoras - são competentes, organizadas, cumpridoras do dever, ponderadas e disciplinadas. 
• Amáveis são pessoas confiáveis, sinceras, altruístas, obedientes, modesta e facilmente influenciadas. 
Estudos realizados revelaram mudanças em todos os cinco fatores entre a adolescência e os trinta anos, com uma mudança muito mais lenta a partir desta idade. A amabilidade e a escrupolosidade aumentam na idade adulta. Críticas: Avaliações subjetivas: ausência de validade. Escolha dos fatores: arbitrária. A personalidade é mais que uma coleção detraços.
MODELOS TIPOLÓGICOS (Block)
 • Block (1971) foi um dos pioneiros da abordagem tipológica. • A pesquisa tipológica procura complementar e expandir o estudo de traços ao olhar para a personalidade como um todo em funcionamento. • Pesquisadores identificaram três tipos básicos de personalidades: ego-resiliente, supercontrolado e subcontrolado. 
 Pessoas ego-resilientes são bem ajustadas: autoconfiantes, independentes, desembaraçadas, atentas, prestativas, colaboradoras e focalizadas nas tarefas. Pessoas supercontroladas tendem a ser tímidas, caladas, ansiosas e confiáveis; tendem a guardar seus pensamentos para si mesmas e a se afastarem de conflitos, e são as mais sujeitas à depressão. Pessoas subcontroladas são ativas, energéticas, impulsivas, teimosas e facilmente distraídas.
Além dos quatros modelos, é citada a ABORDAGEM DE BALTES.
Blates e o desenvolvimento do ciclo de vida: seis princípios básicos do desenvolvimento do ciclo da vida: 
1 Desenvolvimento é vitalício • O desenvolvimento é um processo vitalício de mudança na capacidade de se adaptar às situações escolhidas ou nas quais a pessoa se encontra. • Cada período do ciclo de vida é afetado pelo que aconteceu antes e afetará o que estar por vir. Cada período tem suas próprias características e valores; nenhum é mais ou menos importante que outro. • Mesmo pessoas mais velhas podem crescer emocionalmente e intelectualmente.
2 Desenvolvimento envolve ganho e perda • O desenvolvimento é multidimensional e multidirecional • Ocorre ao longo das múltiplas dimensões que interagem: biológica, psicológica e social • Desenvolvimento prossegue em mais de uma direção – enquanto se ganha em uma área, pode se perder em outra (por exemplo, o adolescente ganha em habilidade física e perde em facilidade para aprender outro idioma).
3 Influências relativas de mudanças biológicas e culturais sobre o ciclo de vida; O processo de desenvolvimento é influenciado tanto pela biologia quanto pela cultura • O equilíbrio entre as influências se altera • Influências biológicas vão se acentuando com avançar da idade • Os apoios culturais, relacionamentos e a educação compensam as influências biológicas.
4 Desenvolvimento envolve mudança na alocação de recursos • Os indivíduos escolhem como investir seus recursos de tempo, energia, talento, dinheiro, apoio social, etc. • Os recursos podem ser usados para o crescimento, conservação ou recuperação, para lidar com a perda quando a conservação ou recuperação não são possíveis • A alocação de recursos para essas três funções muda ao longo da vida ▫
Da infância até o início da vida adulta: a maior parte dos recursos é direcionada para o crescimento ▫ Na meia-idade: há um equilíbrio de alocações ▫ Na velhice: para regulação da perda
5 O desenvolvimento revela plasticidade • Muitas capacidades, como memória, força física e resistência podem ser aperfeiçoadas com treinamento e prática, mesmo em idade avançada • Ainda resta a dúvida: até que ponto determinados tipos de desenvolvimento podem ser modificados em diversas idades? 
6 O desenvolvimento é influenciado pelo contexto histórico e cultural • Cada pessoa se desenvolve em múltiplos contextos • Além da maturação biológica, há a influência pelo tempo e lugar • Os seres humanos influenciam e são influenciados pelo contexto histórico cultural. 
TEXTO 3:
DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DO JOVEM ADULTO: um pequeno recorte
- Trajetórias mutáveis na idade adulta: são mais variáveis do que antigamente. Em 1960, de acordo com Mouw (2005), os jovens normalmente concluíam a educação escolar, saíam de casa, encontravam um emprego, casavam-se e tinham filhos. Nos anos de 1990 somente um em quatro seguia essa sequência. 
•Atualmente: fase de experimentação antes de se assumir papéis e responsabilidades.
- Relacionamento com os pais: Experiências da adolescência podem influenciar o relacionamento com os pais na fase adulta inicial •Tende a ser melhor na fase da vida adulta •Há um retorno aos laços familiares. 
As bases dos relacionamentos íntimos: 
- Tarefa crucial da idade adulta jovem (Erikson): Conforme já salientado: Intimidade = mais que a simples realização amorosa; capacidade de envolver-se, de partilhar com outrem e cuidar de outrem, sem temor de perder-se no processo.
- A mecessidade de estabelecer relacionamentos fortes, estáveis, estreitos e carinhosos é um forte motivador do comportamento humano. 
- Expressões de intimidade na idade adulta jovem: Amizade •Amor •Sexualidade
Amizade • As amizades tendem a centrar-se nas atividades de trabalho, de criação dos filhos, na partilha de confidências e conselhos • Amizades para vida inteira/ amizades fulgazes • Jovens solteiros recorrem mais às amizades para satisfazer às suas necessidades sociais • O número de amigos e quantidade de tempo investida neles decresce com o avançar da idade. 
Amizade • Amizades são importantes para os adultos jovens – pessoas que têm amigos tendem a sentir a sensação de bem-estar • Mulheres têm geralmente mais amizades íntimas. Conversam sobre os problemas conjugais e recebem conselhos • Os homens têm propensão a compartilhar informações e atividades, e não confidências.
Amor: Contribuições de Stemberg: A maneira pela qual o amor se desenvolve é uma história. Os amantes são os autores e o tipo de histórias que eles criam reflete suas personalidades e suas concepções de amor. •• O amor para alguns é um vício (com vínculo forte, ansioso, colado). • Para outros, o amor é uma fantasia na qual uma pessoa espera ser salva por outra – “um cavaleiro com armadura brilhante” • Outros enxergam o amor como uma guerra.
O amor de acordo com Sternberg: SUBTREORIA TRIANGULAR DO AMOR Os três elementos do amor são: intimidade, paixão e compromisso. • INTIMIDADE = elemento emocional, autorrevelação, ligação, ternura e confiança • PAIXÃO = elemento motivacional, impulsos interiores e desejo sexual. COMPROMISSO = elemento cognitivo, a decisão de amar e permanecer com a pessoa amada.
Sexualidade: O senso comum sugere que os homens e as mulheres diferem quanto à sexualidade. •Muitas pesquisas sustentam essa visão. Homens: Demonstram mais desejo sexual. •Tendem a querer sexo frequentemente. •Se masturbam mais cedo e com maior frequência •Priorizam o prazer físico. Mulheres: Querem sexo dentro do relacionamento, de preferência com amor completo. •Mais influenciadas por fatores culturais, sociais e situacionais. Observe, entretanto, que existem inúmeros questionamentos sobre essa tentativa de diferenciação. 
TEXTO 4:
 DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DO ADULTO MADURO OU DA MEIA IDADE
Crise da meia idade: Termo cunhado pelo psicanalista Elliot Jacques (1967). A crise da meia-idade refere-se á mudança de personalidade e estilo de vida durante o início e meados dos 40 anos, período supostamente estressante desencadeado pelo exame e pela reavaliação de nossa vida.
A crise da meia idade foi caracterizada como uma crise de identidade chamada de segunda adolescência.
O que a suscita crise da meia-idade? Segundo Jacques, é a consciência da mortalidade. Mas, para outros autores, constitui apenas uma das transições da vida e, por isso, poderá provocar um exame introspectivo e uma reavaliação de valores e prioridades: Os sonhos da juventude foram realizados? Aqueles sonhos que foram concretizados trouxeram satisfação? Ainda é possível adotar outro estilo de vida ou reestruturar o estilo de vida até aqui adotado? 
Se a transição irá ou não transformar-se em crise pode depender mais das circunstâncias individuais e dos recursos pessoais do que da idade.
ATUALMENTE: A existência de uma crise da meia-idade como experiência normativa de desenvolvimento foi posta em xeque. Isto significa que não pode ser considerada universal. Assim, pessoas com ego resiliente (CITAR TEORIA) - que apresentam capacidade de se adaptar de maneira mais flexível e engenhosa a possíveis fontes de estresse – têm mais chances de serem bem-sucedidas na travessia da meia idade. 
1. MUDANÇAS NA MEIA IDADE: principaisabordagens teóricas
ABORDAGENS CLÁSSICAS Freud, Maslow
- FREUD: Em termos psicossociais, a meia idade já foi considerada um período relativamente estável. O autor não viu razão para a psicoterapia para pessoas acima de 50 anos, porque ele acreditava que a personalidade estava permanentemente formada nessa idade.
- MASLOW e ROGERS (teóricos humanistas): vida adulta intermediária oportunidade para uma mudança positiva. Cabe lembrar que: 
A “autorrealização (realização plena do potencial humano) pode vir apenas com a maturidade” (MASLOW, 1968).
MODELOS DE ESTÁGIO NORMATIVO (Jung e Erikson)
JUNG: Individualização e transcendência O desenvolvimento saudável da meia idade busca a individuação, a emergência do eu verdadeiro por meio do equilíbrio ou integração das partes conflitantes da personalidade, incluindo as que foram anteriormente negligenciadas. 
- Na meia-idade, as pessoas voltam suas preocupações para o próprio interior. 
- Duas tarefas difíceis, porém necessárias na meia-idade, são: (1) Abrir mão da imagem jovem. (2) Reconhecer a mortalidade.
Exige uma busca por significado dentro de si mesmo. Este movimento de interiorização pode ser inquietante. Pode representar “Perder temporariamente o porto seguro”.
- Aqueles que evitam essa transição perdem a chance de crescer psicologicamente.
Em síntese: Jung afirmava que homens e mulheres na meia-idade sofrem um processo de individuação, no qual expressam aspectos da personalidade anteriormente negligenciados. Duas tarefas necessárias são abrir mão da imagem de juventude e reconhecera mortalidade, o que instiga a introspecção e o questionamento - ou o que Neugarten chamou de interioridade. 
ERIK ERIKSON: Estágio Generatividade versus Estagnação. (verificar páginas 5 e 6). 
“A virtude deste período é o “cuidar” das pessoas, dos produtos e das ideias com as quais a pessoa aprendeu a se importar” (ERIKSON, 1985).
- VAILLANT: Ampliação da teoria de Erikson: Êxito na resolução da crise de generatividade versus estagnação. Constatou que a generatividade é fundamental para um ajustamento psicossocial bem-sucedido na meia-idade. PESQUISAS: Em seus 50 anos, os homens mais bem ajustados na amostra de alunos de Harvard de Vaillant (1989) eram os mais generativos, avaliada segundo sua responsabilidade com outras pessoas no trabalho, suas doações a instituições de caridade e as realizações de seus filhos. • Esses homens eram quatro vezes mais propensos a utilizar formas maduras de enfrentamento, como altruísmo e humor, do que utilizar formas imaturas, como beber ou desenvolver hipocondria (VAILLANT, 1989).
MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO EVENTO
 Relógio social: apesar da maior fluidez do ciclo de vida na atualidade, as pessoas ainda tendem a esperar e a avaliar eventos importantes em suas vidas através de um "relógio social".
2. IDENTIDADE E BEM ESTAR PSICOLÓGICO
Alguns pesquisadores do desenvolvimento veem a formação da identidade como a questão central da idade adulta. 
A identidade pode consistir não somente de um self, mas de múltiplos "selves possíveis", incluindo o self que a pessoa espera ser e o self que a pessoa tem medo de ser. (MARKUS, NURIUS, 1986).
Bem-Estar Psicológico e Saúde Mental Positiva Saúde mental:
Saúde mental não é apenas a ausência de doença mental. A saúde mental positiva envolve uma sensação de bem-estar psicológico, que anda de mãos dadas com um senso de identidade saudável. No entanto, é difícil definir o bem-estar. 
2.1. Como os teóricos e os pesquisadores abordaram esse conceito de difícil apreensão?
 VAILLANT: Êxito na resolução da crise de geratividade versus estagnação. (citado acima) 
 CAROL RYFF e as múltiplas dimensões do bem-estar: Carol e colaboradores utilizando-se de uma gama de teorias, desde a de Erikson até a de Maslow para desenvolveram um modelo multifacetado que inclui seis dimensões, de bem-estar: autoaceitação, relações positivas com outras pessoas, autonomia, domínio do ambiente, propósito na vida e crescimento pessoal (ver Tabela na página: xxxx do material didático).
SUSN KRAUSS WITBOURNE: modelo teórico fundamentado em Erikson, Marcia e Piaget. 
Identidade: "um esquema de organização através do qual as experiências do indivíduo são interpretadas" 
A identidade é formada de percepções acumuladas do self, tanto conscientes como inconscientes, dos Traços de personalidade percebidos, ("Sou sensível" ou "Sou teimoso") e das características físicas e capacidades cognitivas são incorporadas ao esquema de identidade. Isto significa que: 
Identidade = percepções acumuladas + traços de personalidade percebidos + características físicas e capacidades cognitivas. 
Essas percepções de nós mesmos são constantemente confirmadas ou alteradas em resposta às novas informações, que podem ser provenientes de relacionamentos íntimos, de situações relacionadas com o trabalho, de atividades comunitárias e de outras experiências.
As pessoas interpretam suas interações com o ambiente por meio de dois processos contínuos (semelhantes aos que Piaget descrevia para o desenvolvimento cognitivo): ASSIMILAÇÃO DE IDENTIDADE E ACOMODAÇÃO DE IDENTIDADE. 
A assimilação de identidade é uma tentativa de enquadrar novas experiências em um esquema existente; acomodação de identidade é o ajustamento do esquema para que se coadune com a nova experiência. A assimilação de identidade: preserva a continuidade do self. 
Acomodação de identidade tende a ocasionar mudanças necessárias. A maioria das pessoas utiliza ambos os processos em alguma medida. As pessoas costumam resistir à acomodação até que certos fatos as forçam a reconhecer essa necessidade.
O equilíbrio que uma pessoa costuma alcançar entre assimilação e acomodação determina seu estilo de identidade. Uma pessoa que utiliza mais assimilação do que acomodação possui um estilo de identidade assimilativo. Uma pessoa que utiliza mais a acomodação possui um estilo de identidade acomodativo. 
A excessiva utilização de assimilação ou de acomodação é insalubre, diz Whitbourne: A pessoa que assimila constantemente está enganando a si mesma e não aprende com a experiência ela só vê o que está procurando. Ela pode fazer todo o possível para não ter que reconhecer suas insuficiências. A pessoas que constantemente acomoda é facilmente dominada e altamente vulnerável a críticas sua identidade é facilmente ameaçada.
O mais saudável: um estilo de identidade equilibrado, observado nos indivíduos mais maduros, em que a identidade "a identidade é suficientemente flexível para mudar quando necessário, mas não é estruturada ao ponto de que qualquer nova experiência faça com que a pessoa questione suposições fundamentais em relação a si mesma" (WITBOURNE). 
 Whitbourne identifica uma relação entre os estilos de identidade e os estados de identidade definidos por Marcia; por exemplo, uma pessoa que conquistou identidade deveria possuir um estilo equilibrado de identidade, ao passo que outra em pré fechamento teria mais provavelmente um estilo assimilativo.
Segundo Whitbourne, as pessoas lidam com mudanças físicas, mentais e emocionais associadas à chegada da velhice de um modo muito semelhante ao que utilizam para lidar com outras experiências que desafiam o esquema de identidade. Pessoas assimilativas procuram manter uma auto-imagem de juventude a todo custo. Pessoas acomodativas podem identificar-se - talvez prematuramente - como velhas e preocupar- se com os sintomas do envelhecimento e da doença. 
As pessoas com um estilo equilibrado reconhecem as mudanças que estão ocorrendo de forma realista, procurando controlar o que pode ser controlado e aceitar o que não pode. Entretanto, os estilos de identidade podem mudar diante de fatos profundamente perturbadores, como perder o emprego para uma pessoa mais jovem. Assim, uma crise de meia-idade pode ser "uma reação acomodativa extrema a um conjunto de experiências que não podem mais ser processadas através de assimilação de identidade" 
CRÍTICA: Com ou sem a presença de uma crise, o modelo de Whitbourne é uma tentativaabrangente de explicar tanto a estabilidade como a mudança no self. Contudo, ele precisa de mais apoio da pesquisa.
- Psicologia Narrativa: a identidade como uma história de vida
O QUE É PSICOLOGIA NARRATIVA? Concebe o desenvolvimento da identidade como um processo contínuo de construção de nossa história pessoal de vida – uma narrativa dramática que nos ajude a entender nossa vida. Alguns psicólogos narrativos veem a própria identidade como essa história ou um roteiro internalizado As pessoas seguem o "roteiro" que criaram à medida que expressam sua identidade por seus atos. 
A CRISE meia-idade costuma ser uma época de revisão da história de vida. Uma "crise de meia-idade" pode ser vivenciada como uma ruptura perturbadora na continuidade e na coerência do enredo.
 Conforme as pessoas envelhecem, a geratividade pode tornar-se um tema importante da história de vida. Um script de geratividade pode dar à história um final feliz. Ele faz com que as pessoas sintam-se necessárias e traz-lhes uma sensação de "imortalidade simbólica". Ele se baseia na convicção de que atos gerativos fazem diferença. 
Adultos altamente gerativos costumam contar uma história de comprometimento (MCADAMS et al., 1997). Normalmente essas pessoas tiveram vidas privilegiadas e desejam aliviar o sofrimento de outras. Dedicam suas vidas às melhorias sociais e não se desviam desse objetivo a despeito de obstáculos atrozes, que posteriormente têm resultados positivos. Pessoas moralmente exemplares organizam suas vidas em torno dessas histórias de dedicação
3. Considerações acerca das singularidades da Meia idade.
3.1 MEIA IDADE: é o apogeu da mulher?
Condizente com a teoria de Jung, o maior bem-estar das mulheres pode ser o resultado de um balanço na meia-idade que conduz à busca de aspirações anteriormente negligenciadas. 
Em um estudo longitudinal com a classe de 1964 da Radclifffe College, as consequências de um balanço na meia-idade pareciam mais substanciais para as mulheres que gostariam de ter explorado opções profissionais ou educacionais mais plenamente antes de assumir os papéis familiares tradicionais. Aproximadamente dois terços das mulheres dessa classe empreenderam importantes mudanças de vida entre 37 e 43 anos. As mulheres que tinham insatisfações e que mudaram suas vidas por isso desfrutavam maior bem-estar e melhor adaptação psicológica ao final de seus 40 anos do que aquelas que tinham insatisfações, mas não fizeram as mudanças desejadas. .
3.2. Mudanças nos Relacionamentos na Idade Adulta: Que papel as relações sociais desempenham na vida de pessoas de meia-idade?
3.2.1 Duas teorias sobre a mudança de importância dos relacionamentos são a teoria do comboio social, de Kahn e Antonucci, e a teoria de seletividade socioemocional, de Laura Carstensen. Segundo ambas as teorias, o apoio socioemocional é um importante elemento na interação social na meia-idade e depois dela.
- Teoria do comboio social/contato social: as pessoas passam pela vida cercadas por comboios sociais: círculos de amigos próximos e de familiares com os quais elas podem contar para auxílio, para bem-estar e para apoio social e as quais elas, por sua vez, também oferecem assistência, interesse e ajuda. Embora os comboios geralmente apresentem grande estabilidade, sua composição pode mudar. Em certa época, os laços com os irmãos podem ser mais significativos; em outra, os laços com os amigos (Paul, 1997).
- Em um estudo, pessoas de uma ampla variedade de idades, de 8 a 93 anos, identificaram três círculos concêntricos de comboios sociais: as pessoas mais próximas e mais importantes para elas - normalmente o cônjuge, os filhos e os pais. 
- Os entrevistados de meia-idade tinham os comboios mais amplos, em média cerca de 10 a 11 pessoas e diminuindo ligeiramente após os 50 (tendência que continua durante a vida do idoso). Os comboios das mulheres, particularmente o círculo interno, eram maiores do que os dos homens 
- Teoria de seletividade socioemocional de Laura Carstensen (oferece uma perspectiva abrangente sobre o papel dos comboios sociais na meia-idade) 
 A interação social tem três principais objetivos: (1) ela é uma fonte de informações; (2) ela ajuda as pessoas a desenvolver e a manter seu senso de identidade; e (3) ela é uma fonte de prazer e de conforto ou de bem-estar emocional. No primeiro ano de vida, a necessidade de apoio emocional é suprema. Da infância ao início da idade adulta, a busca de informações fica em primeiro plano. À medida que os jovens esforçam-se para compreender sobre sua sociedade e seu lugar nela, estranhos podem bem ser as melhores fontes de conhecimento. Na meia-idade, outros métodos de coleta de informações (tais como a leitura) tornam-se mais eficientes, e a função de regulação das emoções dos contatos sociais torna-se de novo central. As pessoas tornam- se mais seletivas em relação a esses contatos, preferindo a companhia de seus “comboios sociais" ( pessoas com as quais podem contar em época de necessidade). 
3.2.2. Relacionamentos e Qualidade de Vida: Embora considerem que relacionamentos sexuais satisfatórios sejam importantes para a qualidade de vida, os relacionamentos sociais são ainda mais importantes: um bom relacionamento com um cônjuge ou com um parceiro é importante para sua qualidade de vida, assim como laços íntimos com amigos e com a família. 
- Estudo longitudinal com 32.624 homens norte-americanos saudáveis de 42 a 77 anos: homens socialmente isolados - os que não eram casados, tinham menos do que seis amigos e parentes e não pertenciam a grupos religiosos ou comunitários - tinham maior probabilidade de morrer de doença cardiovascular, de acidentes ou de suicídio durante os quatro anos seguintes do que homens com redes sociais mais amplas. 
- Demandas estressantes e restritivas: especialmente nas mulheres: O senso de responsabilidade e de preocupação com os outros pode prejudicar o bem-estar de uma mulher quando problemas ou infortúnios atingem seu parceiro, seus filhos, seus pais, seus amigos e seus colegas de trabalho. 
 Esse "estresse vicário" pode ajudar a explicar por que mulheres de meia-idade são especialmente suscetíveis à depressão e a outros problemas de saúde mental e por que elas tendem a ser mais infelizes com seus casamentos do que os homens. 
Importante: "Mais" não significa necessariamente "melhor": o que importa é a qualidade de um relacionamento e seu impacto sobre o bem-estar, e esses atributos podem mudar de tempos em tempos (Paul, 1997).
3.2.3 Relações consensuais: 
Os casamentos tornam-se mais felizes ou infelizes durante os anos intermediários? A pesquisa sobre qualidade do casamento sugere uma queda na satisfação conjugai durante os anos de criação dos filhos, seguida por uma melhora no relacionamento depois que os filhos saem de casa.
Divórcio: O divórcio na meia idade é relativamente incomum, talvez devido em parte ao acúmulo de capital conjugal. Entretanto, o divórcio na meia-idade está aumentando. 
A condição econômica e o momento de ocorrência e os efeitos do ninho vazio desempenham um papel fundamental: podendo acarretar em uma ruptura ou em uma “2ª lua de mel”.
Como as relações homossexuais comparam-se com as heterossexuais? Por demorarem mais para assumir a homossexualidade, muitos homossexuais na meia-idade somente nesse período assumem relacionamentos íntimos. • Casais homossexuais de ambos os sexos tendem a ser mais igualitários do que casais heterossexuais, mas apresentam problemas semelhantes para equilibrar os compromissos familiares e profissionais.
3.2.4. Relacionamento com os filhos.
- Quando os filhos são adolescentes: Geralmente os pais de adolescentes são adultos de meia-idade. Enquanto lidam com suas próprias preocupações especiais, os pais precisam lidar diariamente com jovens que estão passando por grandes mudanças físicas, emocionais e sociais.
DADOS DE PESQUISA: Mais vulneráveis: mães que não tinham um vínculo forte vínculo mais forte com algum trabalho remunerado. Ao queparece, o trabalho pode apoiar a autoestima dos pais a despeito dos desafios de ter um filho adolescente. Para outros pais, especialmente funcionários de escritório e com curso superior com filhos homens, a adolescência de seus filhos trouxe maior satisfação, bem-estar e até orgulho. Para a maioria dos pais, as mudanças normativas da adolescência provocaram uma mistura de emoções positivas e negativas. Isso se aplicava particularmente às mães com filhas adolescentes jovens, cujos relacionamentos geralmente tendiam a ser tanto próximos quanto repletos de conflitos. 
- Quando os filhos partem O NINHO VAZIO: possível vivência dos pais (afetando geralmente a mãe) a partir do momento em que os filhos se tornam independentes, partindo para outra moradia. Pode acarretar em um quadro depressivo. 
- O ninho vazio não indica o fim da paternidade e da maternidade. Ele é uma transição para uma nova etapa: o relacionamento entre pais e filhos adultos. Para muitas mulheres, essa transição traz alívio para o que Gutmann chamou de "emergência parental crônica” Eles agora podem perseguir seus próprios interesses enquanto usufruem das realizações dos filhos crescidos. 
- O ninho vazio parece de fato ser difícil para mulheres que não se prepararam para isso reorganizando sua vida (Targ, 1979). Essa fase também pode ser difícil para pais que se arrependem por não terem passado mais tempo com os filhos. Com a saída dos filhos: situações possíveis: ruptura do casamento ou 2ª lua de mel. 
- Quando os filhos retornam A SÍNDROME DA PORTA GIRATÓRIA: Tendência entre jovens adultos de retornar ao lar dos pais enquanto estabelecem-se ou em épocas de dificuldades financeira, conjugai ou de outro tipo.
3.2.5 Outros laços de parentesco: Relacionamento com os pais idosos
- Muitas pessoas de meia-idade têm uma visão mais objetiva dos pais do que antes, vendo-os como indivíduos com qualidades e com defeitos. Outra coisa acontece nesse período: um dia um filho ou uma filha olha para o pai ou para a mãe e vê um idoso, e essa percepção pode ser perturbadora. 
 - A maioria dos adultos de meia-idade e seus pais têm relacionamentos próximos baseados em contato frequente e mútuo auxílio. Adultos idosos retomam o papel mais ativo de pais quando um filho precisa de auxílio e quando eles mesmos precisam de auxílio, seus filhos são as primeiras pessoas às quais eles recorrem e as que mais tendem a ajudar.
Maturidade filial: Etapa de vida, proposta por Marcoen e por outros pesquisadores, em que os filhos de meia-idade, em consequência de uma crise filial, aprendem a aceitar e a satisfazer a necessidade dos pais de depender deles. Saída saudável da crise filial. Os adultos aprendem a equilibrar amor e dever com os pais e autonomia em um relacionamento bidirecional. Neste contexto, a necessidade de cuidar dos pais idosos não se torna fonte de sofrimento. 
- Caso o cuidador não tenha apoio social e financeiro esgotamento. Condição de exaustão física, mental e emocional que acomete adultos que cuidam de pessoas idosas.
3.2.6. Geração sanduíche: Adultos de meia-idade pressionados pelas necessidades concorrentes de criar ou de encaminhar os filhos e de cuidar de pais idosos. O casal vive pressionado entre essas necessidades concorrentes e seus limitados recursos de tempo, de dinheiro e de energia. São também perturbadores os conflitos entre obrigações de assistência e interesse pessoais, atividades sociais ou planos de viagem. Tal dinâmica ( prestação de assistência e interesses/necessidades pessoais) pode trazer tensão a um casamento e até levar ao divorcio e/ou esgotamento do cuidador. 
2.2.7 Relacionamentos com os Irmãos: Em algumas pesquisas transversais, os relacionamentos entre irmãos durante o ciclo de vida parecem assumir a forma de uma ampulheta, com mais contato nos dois extremos: - infância e idade adulta intermediária e tardia - e menos contato durante os anos de criação dos filhos. Depois de estabelecerem carreiras e famílias, os irmãos podem renovar os laços. Outros pesquisadores apontam para um declínio no relacionamento entre irmãos durante a idade adulta. Entretanto, a maioria das pessoas de meia idade permanece em contato com os irmãos, e os relacionamentos com os irmãos são importantes para o bem-estar.
2.2.7. A meia idade e a condição de avó/avô: 
No que diferem os avós de hoje dos de antigamente e que papéis eles desempenham? Embora a maioria dos avós da atualidade tenham menor envolvimento íntimo com a vida de seus netos do que no passado, eles, muitas vezes, desempenham um papel importante. • O divórcio e o segundo casamento de um filho adulto pode afetar os relacionamentos entre avós e netos e criar novos papéis para os avós "emprestados". • Um número crescente de crianças recebe assistência dos avós/avôs. Para os avós, criar os netos pode trazer tensões físicas, emocionais e financeiras.
TEXTO 5: 
 DESENVOLVIMENTO DO IDOSO
Embora existam diferentes tentativas de categorização do envelhecimento, cada vez mais é aceito que o processo de envelhecimento é uma experiência heterogênea, vivida como uma experiência individual. 
Classificações mais comuns: A velhice pode ser divida em três grupos: 
• Idosos jovens (65 a 74 anos): ativos, cheios de vida e vigorosos. • Idosos velhos (75 a 84 anos): maior tendência para a fraqueza e enfermidades. Pode ter dificuldade para desempenhar atividades da vida diária. • Idosos mais velhos (85 anos ou mais): as mesmas características anteriores de maneira mais acentuada.
IDDADE FUNCIONAL: O QUÃO BEM UMA PESSOA funciona em um ambiente físico e social em comparação a outras de mesma idade cronológica. Por exemplo, uma pessoa de 90 anos com boa saúde física pode ser funcionalmente mais jovem do que uma de 65 anos que não está funcionalmente bem. (Papalia et al., 2006). 
Isto significa que: o envelhecimento não é algo determinado pela idade cronológica, mas é consequência das experiências passadas, da forma como se vive e se administra a própria vida no presente e de expectativas futuras. É, portanto, uma integração entre as vivências pessoais e o contexto social e cultural em determinada época, e nele estão envolvidos diferentes aspectos: biológico, cronológico, psicológico e social.
Não importa a quantidade de anos que o indivíduo tem, mas sim, o que ele fez com os anos vividos, e como a sociedade trata alguém com aquela idade.
Organização Mundial da saúde: IDOSO: → idade cronológica= 65 anos.[1: A Organização Mundial de Saúde define o idoso a partir da idade cronológica, portanto, idosa é aquela pessoa com 60 anos ou mais, em países em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em países desenvolvidos.]
No Brasil (Estatuto do Idoso): a partir dos 60 anos. Entretanto, alguns direitos como a gratuidade no transporte coletivo público urbano e semiurbano só é concedida aos maiores de 65 anos.
Conforme já descrito, a velhice não é definida por simples cronologia, mas pelas condições físicas, funcionais, mentais e de saúde das pessoas, o que equivale a afirmar que podem ser observadas diferentes idades biológicas e subjetivas em indivíduos com a mesma idade cronológica. Desta forma, o envelhecimento humano pode ser compreendido como um processo complexo e composto pelas diferentes idades: cronológica, biológica, psicológica e social.
IDADE CRONOLÓGICA: VARIÁVEL
IDADE BIOLÓGICA: A idade biológica é definida pelas modificações corporais e mentais que ocorrem ao longo do processo de desenvolvimento e caracterizam o processo de envelhecimento humano, que pode ser compreendido como um processo que se inicia antes do nascimento do indivíduo e se estende por toda a existência humana.
- MUDANÇAS FÍSICAS: A partir dos 40 anos, a estatura do indivíduo diminui cerca de um centímetro por década, principalmente devido à diminuição da altura vertebral ocasionada pela redução da massa óssea e outras alterações degenerativas da coluna vertebral. 
A pele fica mais fina e friável, menos elástica e com menos oleosidade. 
A visão também declina,principalmente para objetos próximos. 
A audição diminui ao longo dos anos, porém normalmente não interfere no dia-a-dia. 
 O peso e o volume do encéfalo diminuem por perda de neurônios, mas, apesar desta redução, as funções mentais permanecem preservadas até o final da vida.
IDADE SOCIAL: A idade social é definida pela obtenção de hábitos e status social pelo indivíduo para o preenchimento de muitos papéis sociais ou expectativas em relação às pessoas de sua idade, em sua cultura e em seu grupo social.
A idade social diz respeito à avaliação do grau de adequação de um indivíduo ao desempenho dos papéis sociais e dos comportamentos esperados para as pessoas da sua idade em um dado momento da história de cada sociedade.
Aposentadoria: O indivíduo passa a ser considerado improdutivo (velho). Rompimento abrupto das relações sociais com outras pessoas com as quais o indivíduo conviveu durante muitos anos. Ocorre, ainda, uma redução salarial considerável e a falta de atividades alternativas fora do ambiente de trabalho.
Mais uma vez, percebe-se o quanto a velhice é uma experiência heterogênea e complexa, pois para alguns a aposentadoria pode significar o desengajamento da vida social e, para outros, o início de uma vida social prazerosa, composta por atividades e lazer.
IDADE PSICOLÓGICA: O conceito de idade psicológica pode ser usado em dois sentidos: (1) relação entre idade cronológica e às capacidades psicológicas (2) relação com o senso subjetivo de idade. (2) relação que existe entre a idade cronológica e às capacidades psicológicas, tais como percepção, aprendizagem e memória, as quais prenunciam o potencial de funcionamento futuro do indivíduo (Neri, 2005).
- Na maioria das vezes, o declínio no funcionamento cognitivo é provocado pelo “desuso” (falta de prática), doenças (como depressão), fatores comportamentais (como consumo de álcool e medicamentos), fatores psicológicos (por exemplo, falta de motivação, de confiança e baixas expectativas) e fatores sociais (como a solidão e o isolamento), mais do que o envelhecimento em si (WHO, 2005).
. Um dos aspectos que poderia atuar como fator de proteção do declínio cognitivo é a escolaridade, já que “os idosos que têm mais escolaridade conservaram um melhor resultado no período de três anos em muitas funções cognitivas examinadas.. 
O senso subjetivo de idade: como cada pessoa avalia a presença ou a ausência de marcadores biológicos, sociais e psicológicos do envelhecimento com outras pessoas de sua idade (Neri, 2005). 
Auto eficácia e resiliência: A AUTO EFICÁCIA, que é a crença do indivíduo na capacidade de exercer controle sobre a própria vida, está relacionada às escolhas pessoais de comportamento durante o processo de envelhecimento e à preparação para a aposentadoria. Saber superar as adversidades determina o nível de adaptação a mudanças e a crises próprias do processo de envelhecimento. (WHO, 2005). “Homens e mulheres que se preparam para a velhice e se adaptam a mudanças fazem um melhor ajuste em sua vida depois dos 60 anos” (p.27). 
Estudos atuais sugerem que os idosos podem apresentar uma imensa capacidade de se adaptar a novas situações e de pensar estratégias que sirvam como fatores protetores. O conceito de RESILIÊNCIA, que pode ser definido como a capacidade de recuperação e manutenção do comportamento adaptativo mesmo quando ameaçado por um evento estressante, e o de plasticidade, caracterizado como o potencial para mudança, são vividos pelos idosos e constituem fatores indispensáveis para um envelhecimento bem-sucedido.
TEXTO COMPLEMENTAR: IMAGENS DA VELHICE
Mesmo nos dias atuais, o envelhecimento aparece associado a doenças e perdas, e é na maioria das vezes entendido como apenas um problema médico. Para Neri e Freire (2000), o envelhecimento ainda está ligado à deterioração do corpo, ao declínio e à incapacidade. “Na base da rejeição ou da exaltação acrítica da velhice, existe uma forte associação entre esse evento do ciclo vital com a morte, a doença, o afastamento e a dependência” (Neri & Freire, 2000, p. 8). A velhice começou a ser tratada como uma etapa da vida caracterizada pela decadência física e ausência de papéis sociais a partir da segunda metade do século XIX. O avanço da idade dar-se-ia como um processo contínuo de perdas e de dependência, que daria uma identidade de falta de condições aos idosos e seria responsável por um conjunto de imagens negativas associadas à velhice (Debert, 1999).
O velho passa a ser ultrapassado, descartado, ou já está fora de moda. Pode-se entender um pouco mais a dinâmica da sociedade atual nas palavras de Pacheco (2005), que toma como exemplo o fenômeno dos aparelhos celulares:
Em poucos anos, eles se modificaram centenas de vezes. Desenhos modernos, bonitos e funcionais são criados para que as pessoas pareçam “antenadas”, jovens e bem-sucedidas. O medo da transformação que surge com a velhice assemelha-se um pouco ao fenômeno dos celulares. Tem-se medo de envelhecer como se tem receio de ser ridicularizado ao usar o aparelho antigo de dez anos, como os tijolões dos ‘tiozinhos’. O ser humano envelhecido é-nos apresentado, pela ideologia dominante, como o aparelho ultrapassado. Fala, mas ninguém quer! (p. 65).
Os estereótipos negativos são atribuídos principalmente pelos próprios idosos, que não se reconhecem como tal e falam da categoria “velho” como se não fizessem parte da mesma. Tal atitude seria uma falsa consciência ou uma atitude preconceituosa? 
Possíveis causas dos estereótipos sobre o idoso e o envelhecimento. 1ª Valorização do novo e do produtivo. Ênfase contemporânea na juventude, beleza, autonomia, independência e na habilidade de ser produtivo ou reprodutivo. 2ª: Para muitas pessoas, interagir com velhos é lembrar-se da proximidade com a morte. Assim, o preconceito serviria como fator protetor porque manteria afastadas as ideias de declínio e de morte.
TEXTO COMPLEMENTAR: QUAL O NOME DA VELHICE?
Proliferação dos termos utilizados para se referir às pessoas que já viveram mais tempo ou à fase da vida anteriormente chamada apenas de velhice. Entre os termos mais comuns estão: terceira idade, melhor idade, adulto maduro, idoso, velho, meia-idade, maturidade, idade maior e idade madura (Neri & Freire, 2000)
É comum que a maioria das pessoas mais velhas resista a ser chamada de velha. Segundo Ferreira (2000), a palavra “velho” significa muito idoso, antigo, gasto pelo tempo, experimentado, veterano, que há muito tempo exerce uma profissão ou tem certa qualidade, desusado, obsoleto. Nesta breve definição, percebem-se os vários sentidos negativos da palavra velho como algo já ultrapassado, descartado e fora de moda. De acordo com Gibson (2000), atitudes preconceituosas e estereótipos sociais estão também incorporados na linguagem e, provavelmente, levarão muitos anos para ocorrerem mudanças nesse sentido. Para ele, a palavra velho não significa decrepitude, desgaste, fora de moda, mas simplesmente se refere ao número de anos que a pessoa viveu.
A palavra terceira idade, atualmente tão usada, teve sua origem na França, na década de 1960: indicava a idade em que a pessoa se aposentava. A primeira idade seria a infância (improdutividade, mas com possibilidade de crescimento). A segunda idade: vida adulta, etapa produtiva. A terceira idade: INATIVIDADE REMUNERADA. 
Na época em que a expressão terceira idade foi criada, procurou-se garantir a atividade das pessoas depois da aposentadoria, que ocorria na França por volta dos 45 anos. 
 A invenção da terceira idade indicaria uma experiência inusitada de envelhecimento, cuja compreensão NÃO pode ser reduzida aos indicadores de prolongamento da vida nas sociedades contemporâneas. De acordo com esse autor, essa invenção requer a existência de uma "comunidade de aposentados" com peso suficiente na sociedade, demonstrando dispor de saúde, independência financeira e outros meios apropriados para tornar reais as expectativas de que essa etapa da vida é propícia à realização e satisfação pessoal.
Com o avançocontínuo da esperança de vida, a expressão “terceira idade” passou a designar a faixa etária intermediária, entre a vida adulta e a velhice (Neri & Freire, 2000). Desta forma, o uso do termo terceira idade torna-se inadequado para descrever o grupo de indivíduos com 60 anos ou mais, e traz ainda uma conotação negativa ao termo velhice, porque se compreende que quem está na terceira idade ainda não é velho (Araújo & Carvalho, 2005). 
Também é utilizado: idade madura. 
 “A preferência por termos como terceira idade ou idade madura pode parecer um eufemismo, palavra de origem grega que significa soar bem” (p.14). O uso de tantos termos e expressões tem por objetivo “soar bem, mascarando o preconceito e negando a realidade. Se não houvesse preconceito, não seria necessário disfarçar nada por meio de palavras” (p.18). 
Segundo as mesmas autoras, as pessoas que viveram mais tempo devem ser chamadas simplesmente de velhas ou idosas. As palavras, na maioria das vezes, trazem consigo uma forte associação. O termo pensionista, no Reino Unido, é muitas vezes usado como sinônimo de pessoa velha. Lá, é esperado que as avós sejam, por excelência, pessoas velhas. Assim, há uma estreita relação entre ser pensionista, ser avó e ser uma pessoa velha (Bytheway, 1995). Palavras como old, older, elderly e referências de idade cronológica podem posicionar alguém como velho, mas cada caso precisa ser visto individualmente dentro de realidades próprias (Bytheway, 2000). Posicionar alguém como velho requer atenção a cada detalhe. O posicionamento de alguém como idoso não pode ser simplesmente respondido pela ocorrência de palavras como “avó” ou referência de idade cronológica. Muitas frases que deveriam ser esperadas para posicionar alguém como velho não fazem sentido dentro de todas as circunstâncias. Por exemplo, em algumas situações particulares, tais como um encontro de centenários, ser descrito com 90 anos posiciona alguém como relativamente jovem. As palavras “avó”, “aposentado” e “pensionista” suscitam controvérsias na realidade brasileira porque elas não são sinônimas de “ser velho”. Avô pode ser alguém aos 30 anos ou até um milionário que pode ter se aposentado aos 35 anos (Jones, 2006). 
TEXTO 6: 
AS IDADES DA VELHICE
De acordo com Papalia, Olds e Feldman (2006), uma classificação da velhice mais significativa é pela idade funcional: 
Envelhecimento primário: processo gradual e inevitável de deteriorização corporal que começa cedo na vida e continua ao longo dos anos. • Envelhecimento secundário: é constituído pela consequência de doença, de abuso e de ausência de uso de medidas preventivas; alimentando-se bem e mantendo-se fisicamente em forma, é possível evitar os efeitos secundários do envelhecimento. 
- Quanto à atitude social em relação à velhice, segundo Barreto (1992), é a de negar a velhice enquanto tal, valorizando-se a pessoa que consegue disfarçá-la física (“velhos bem conservados”) e/ ou psicologicamente (“velhos de espírito jovem”). 
Não há a valorização da velhice, “conserva-se uma norma que estabelece que os idosos devam ser respeitados, mas esse ‘objeto de respeito’ encontra-se desaparecido, ‘disfarçado de jovem’, física, moral e psicologicamente” (p. 23).
- Diferença entre Expectativa de vida e Longevidade: Expectativa de vida: idade até a qual uma pessoa nascida e numa determinada época e determinado lugar tem a tendência estatística de viver, considerando-se sua idade e seu estado de saúde atuais. Longevidade: quanto tempo de fato uma pessoa vive. A expectativa de vida baseia-se na longevidade media dos integrantes de uma população. 
Preocupações: O envelhecimento biológico e psicológico: perda de capacidades. Duração e condição de vida. 
DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DO IDOSO.
Teoria e Pesquisa sobre Desenvolvimento Psicossocial: Quanto muda a personalidade na terceira idade? Não muito, segundo algumas pesquisas. Como os idosos tendem a enfrentar as situações de estresse; é possível caracterizar o envelhecimento bem sucedido? 
Desenvolvimento psicossocial: principais teorias: 
- Estabilidade dos Traços de Personalidade
Embora algumas pesquisas tenham constatado mudanças na terceira idade nas "Cinco Grandes " dimensões de personalidade, como aumentos no nível de socialização e diminuições na extroversão (Field e Millsap, 1991), o trabalho de Costa e McCrae (1994a, 1994b, 1996) demonstrou claramente a estabilidade essencial dos traços de personalidade (ver Capítulo 14). Pessoas hostis são pouco inclinadas a se suavizar com a idade, a menos que recebam tratamento psicoterapêutico; pessoas otimistas tendem a se preservar assim. Alguns padrões de traços persistentes contribuem para a adaptação ao envelhecimento e podem até predizer a saúde e a longevidade (Baltes, Lindenberger e Staudinger,1998; ver Quadro 18-1).
- Os Cinco fatores: mudanças pouco significativas. No senso comum, entretanto, o envelhecimento está associado à depressão e rigidez: não existem evidências significativas. 
-QUESTÕES E MUDANÇAS NORMATIVAS: Erik Erikson : Integridade do Ego versus Desespero
Para Erikson, a realização suprema da terceira idade é o senso de integridade do ego ou integridade do self, realização baseada na reflexão sobre a própria vida. Na oitava e última crise do ciclo de vida, integridade do ego versus desespero, adultos mais velhos precisam avaliar, resumir e aceitar sua vida para poderem aceitar a aproximação da morte. A partir dos resultados das sete crises anteriores, eles se esforçam para obter um senso de coerência e de integridade, em vez de ceder ao desespero por sua incapacidade de reviver o passado de forma diferente (Erikson, Erikson e Kivnick, 1986). 
As pessoas que são bem-sucedidas nessa tarefa final de integração adquirem um senso de ordem e significado de sua vida na ordem social mais ampla, do passado, do presente e do futuro. A "virtude" que pode desenvolver-se durante esse estágio é a sabedoria, uma "preocupação informada e/imparcial com a própria vida diante da própria morte". 
Sabedoria, diz Erikson, significa aceitar a vida que se viveu, sem maiores arrependimentos: sem alongar-se no que "deveria ter feito" ou em "como poderia ter sido". Isso envolve aceitar nossos pais como pessoas que fizeram o melhor que podiam e por isso merecem amor, ainda que não tenham sido perfeitos. Isso implica aceitar nossa morte como fim inevitável de uma vida vivida tão bem quanto soubemos vivê-la. Em suma, significa aceitar imperfeição no self, nos pais e na vida. 
As pessoas que não alcançam a aceitação sucumbem ao desespero, percebendo que o tempo é curto demais para buscar outros caminhos para a integridade do ego.
Importante observar 	que nesse ciclo de vida (de acordo com Erikson) o desespero é inevitável. ( pela transitoriedade da condição humana, mas quando a pessoa mantém um envolvimento vital com a sociedade, o desespero dá lugar a sabedoria. A reflexão não está limitada a análise do passado, mas em função de um contínuo envolvimento com situações, desafios e tarefas do presente, que incluem: trabalhos criativos e envolvimento com os netos). 
Desespero ou desesperança: sentimento de frustração, aborrecido porque perdeu oportunidades e arrependido de erros que não pode corrigir, não há mais tempo para corrigi-los, então há a desesperança. Os indivíduos ficam desgostosos consigo mesmos, ranzinzas, ficam amargos em relação ao que poderiam ter sido, criticam e são intolerantes com as novas gerações. 
Tic-tac. O tempo é implacável. Tic-tac. A cada segundo que passa nos tornamos alguém diferente. Presente vira passado, futuro vira presente. Tictac. Surgem problemas, surpresas, emoções, realidades, desejos e seguimos em frente, tomando decisões, trilhando caminhos, transformando e sendo transformados, muitas vezes sem perceber. Tic-tac. Alguns amadurecem jovialmente, outros envelhecem imaturos. Tic-tac. Fazemos planos, lutamos para colocá-los em prática, comemoramos êxitos, desistimos de tudo, sofremos derrotas, juntamos os cacos, reconstruímos a partir do zero. Tictac[...] (BRANCO, 2011).
Instantes: Se eu pudesse viver novamente a minha vida [...] Correria mais riscos, viajaria mais, Contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, Nadaria mais rios [...] Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais os Amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse Outra vez a vida pela frente. Mas eu tenho 85 anos e sei que estou morrendo (BORGES, 2011).
Esse poema ilustra a postura mais contemplativa sobre o presente e também introduz o tema da morte. A mortalidade/imortalidade é o grande tema existencial da velhice. A angústia existencial frente à morte é muito forte, pois existe uma consciência mais vívida de que a morte é um acontecimento concreto e próximo. 
Entretanto, se o indivíduo estiver em paz consigo mesmo (integridade de ego), o medo diante da morte é atenuado. Do contrário, o indivíduo entra em desespero, pois constata que agora o tempo é curto para alcançar a integridade.
Os relacionamentos sociais são muito importantes para os idosos, embora a frequência do contato social decline na velhice. Em muitos casos, a rede social do idoso fica esgarçada, já que ocorrem muitas perdas e rupturas; alguns papéis sociais deixam não são mais exercidos, como o profissional, e com isso o indivíduo perde as interações sociais decorrentes deste.
- George Vaillant → Fatores na Saúde Emocional: Investigação dos atributos de personalidade que contribuem para uma adaptação saudável ao envelhecimento. 
Provavelmente o fator mais significativo para uma boa adaptação emocional era a capacidade de utilizar mecanismos adaptativos maduros - lidar com os problemas sem culpa, amargura ou passividade. Os homens que, ao longo dos anos, não haviam acumulado injustiças, reclamado, fingido que não havia nada de errado ou tornado-se amargurados ou tendenciosos - e, portanto, podiam responder adequadamente às crises - eram os mais bem adaptados aos 65 anos.
Para Vaillant, como para Costa e McCrae: as pessoas idosas tendem a utilizar mecanismos adaptativos semelhantes aos utilizados ao longo da vida. Entre esses processos são destacados dois: modelo de avaliação cognitiva e o sistema de apoio (religião).
- Modos de Enfrentamento: Sua saúde pode não ser mais a mesma, eles perderam velhos amigos e familiares – muitas vezes, os cônjuges - e provavelmente não ganham tanto dinheiro quanto no passado. Suas vidas vão se transformando de inúmeras formas estressantes. Em geral, contudo, os adultos mais velhos possuem menos transtornos mentais e são mais satisfeitos com a vida do que adultos mais jovens. O que explica essa notável capacidade de enfrentamento?
Enfrentamento é o pensamento ou o comportamento adaptativo que visa a reduzir ou a aliviar o estresse oriundo de condições prejudiciais, ameaçadoras ou desafiadoras.
Modelo de Avaliação Cognitiva: No modelo de avaliação cognitiva (Lazarus e Folkman, 1984), as pessoas escolhem as estratégias de enfrentamento com base no modo como percebem e analisam uma situação. As estratégias de enfrentamento podem ser: ENFOCADAS NO PROBLEMA ou ENFOCADAS NA EMOÇÃO. 
 ENFRENTAMENTO ENFOCADO NO PROBLEMA: visa eliminar o problema, administrar ou melhorar a situação estressante. 
ENFRENTAMENTO ENFOCADO NA EMOÇÃO (OU PALIATIVO): a pessoa busca sentir-se melhor, adminstrando ou regulando a resposta emocional a uma situação estressante para atenuar o impacto (físico ou psicológico). Geralmente ocorre quanto a pessoa entende que não tem condições para mudar de fato a situação estressante. Assim, ela nega o problema ou passa a considerar que não é tão grave ou ainda procura desviar a atenção. Ex: empregado sendo cobrado pelo empregador. 
Idosos tendem a priorizar o enfrentamento focado na emoção (em comparação com os adultos, especialmente, adultos jovens): Será que os idosos são menos capazes de se concentrar nos problemas ou será que eles são mais capazes de controlar suas emoções?
Observa-se que as pessoas independente da idade tende a focar mais no problema quando a situação não é altamente emocional. (homem divorciado que só podia ver o filho uma vez por semana). Nestes casos, os idosos tendem a utilizar mais a regulação das emoções do que os jovens (não fazer nada, esperar até que a situação melhore, não se preocupar com isso). Parece que os mais velhos tendem a ser mais flexíveis: quando não há o que mudar, são mais eficazes na regulação das emoções. 
Religião e Bem-estar Emocional na Velhice: Entre 836 adultos mais velhos de dois grupos seculares e três de orientação religiosa, o ânimo estava positivamente associado a três tipos de atividade religiosa: organizada (frequentar e participar de igreja ou sinagoga), informal (rezar ou ler a Bíblia) e espiritual (comprometimento pessoal com crenças religiosas). As pessoas com níveis mais altos em alguma dessas dimensões apresentavam melhor ânimo e melhor atitude em relação ao envelhecimento e eram mais satisfeitas e menos solitárias (Koenig, Kvale e Ferrei, 1988). Afro-americanos idosos são mais envolvidos em atividade religiosa do que brancos
- O envolvimento religioso de praticamente qualquer tipo tem um impacto positivo sobre a saúde física e mental e sobre a longevidade. Isso é verdade independentemente de gênero, raça, etnicidade, educação e condição de saúde e pode estar em par te relacionado com a disponibilidade de apoio social em época de necessidade.
MODELOS DE ENVELHECIMENTO "BEM-SUCEDIDO" OU "IDEAL"
Os pesquisadores discordam sobre como definir e medir o envelhecimento bem-sucedido ou ideal. Alguns deles se concentram em critérios como funcionamento cardiovascular, desempenho cognitivo e saúde mental, sobre os quais há consenso quanto aos resultados desejáveis. Entretanto, o todo pode não ser igual à soma de suas partes: um coração forte, um vocabulário amplo e a ausência de depressão não indicam necessariamente êxito no viver. Outros pesquisadores consideram que a produtividade econômica ou de outro tipo como importante critério para uma vida significativa ou saudável.
Outros, por sua vez, examinam a longevidade, que pode ser um sinal de saúde física e mental.
Outra abordagem é examinar a experiência subjetiva: quão bem os indivíduos realizam suas metas e o quão satisfeitos estão com sua vida. 
Um modelo, por exemplo, enfatiza o grau de controle que as pessoas conservam: sua capacidade de moldar sua vida para atender às suas necessidades e otimizar seu desenvolvimento.
TEORIAS SOBRE O ENVELHECIMENTO SAÚDÁVEL.
TEORIA DO DESENGAJAMENTO (CUMMMING; HENRY, 1961) VERSUS TEORIA DA ATIVIDADE.
A TEORIA DO DESENGAJAMENTO foi uma das primeiras teorias mais influentes na gerontologia. Desengajamento: condição universal do envelhecimento. Declínios no funcionamento físico e a consciência da proximidade da morte resultam em uma retirada gradual E inevitável dos papéis sociais (trabalhador, cônjuge, progenitor) e, uma vez que a sociedade deixa de oferecer papéis úteis para o adulto mais velho, o desengajamento é mútuo. Acredita-se que o desengajamento é acompanhado (como sugeriu Jung) pela introspecção e pelo apaziguamento das emoções. EVIDENTE QUE RECEBEU CRÍTICAS CONTUNDENTES
 A TEORIA DA ATIVIDADE: os papéis adultos são fontes importantes de satisfação; quanto maior a perda dos papéis devido à aposentadoria, à viuvez, à distância dos filhos ou à enfermidade, menos satisfeita será uma pessoa. 
As pessoas que estão envelhecendo bem mantêm o máximo possível de atividades e encontram substitutos para papéis perdidos (Neugarten, Havinghurst e Tobin, 1968). Para alguns adultos mais velhos, mesmo uma atividade comum, como caminhar no shopping, se realizada regularmente, pode servir não apenas como uma forma de exercício, mas também com um substituto para o senso de propósito, de afiliação, de contato social e de autodisciplina anteriormente obtidos com o trabalho remunerado (Duncan, Travis e McAuley, 1995). 
A pesquisa sobre a hipótese do engajamento (ver Capítulo 17) sugere que o envolvimento em atividades desafiadoras e os papéis sociais promovem a retenção das habilidadescognitivas e podem ter efeitos positivos sobre a saúde e sobre a adaptação social.
CRÍTICAS: SIMPLIFICA A REALIDADE, NÃO CONSIDERAR SINGULARIDADES. Para alguns: ok, para outros não. A atividade em e por si mesma tem pouca relação com o bem-estar psicológico ou com a satisfação com a vida. Assim, o tipo de atividade ou conteúdo é o que faz a diferença. 
TEORIA DA CONTINUIDADE (Atchley): 
A atividade é importante não por si mesma, mas por representar a continuação de um estilo de vida. Para adultos mais velhos que sempre foram ativos e envolvidos, pode ser importante manter um alto nível de atividade. Por outro lado, pessoas menos ativas podem se sair melhor na proverbial cadeira de balanço.
Quando o envelhecimento provoca marcadas mudanças físicas ou cognitivas, uma pessoa pode tornar-se dependente ou pode ter que fazer novos arranjos de vida. O apoio da família, dos amigos ou de serviços comunitários pode ajudar a minimizar a descontinuidade. A teoria da continuidade, portanto, oferece um motivo para manter adultos mais velhos fora de instituições e na comunidade e para ajudá-los a viver da maneira mais independente possível.
O PAPEL DA PRODUTIVIDADE: para envelhecer bem, as pessoas precisam manter um equilíbrio entre a continuidade e a mudança nas estruturas interna e externa de sua vida. Neste caso, as pessoas idosas podem manter-se produtivas e também desenvolver novas competências. Atividades de lazer também são bem vindas. 
É possível que qualquer atividade regular que expresse e realce algum aspecto do self possa contribuir para o envelhecimento "bem-sucedido". (Herzog et al., 1998). Entre 2.761 habitantes mais velhos de New Haven, tanto a atividade produtiva como a atividade social sedentária eram tão eficazes quanto o exercício físico na redução da mortalidade(Glass, de Leon, Marottoli e Berkman, 1999).
 OTIMIZAÇÃO SELETIVA COM COMPENSAÇÃO: Segundo Baltes e colaboradores: o envelhecimento "bem-sucedido" depende de haver metas para orientar o desenvolvimento e os recursos que tornem essas metas potencialmente realizáveis. Em idade avançada - na verdade, durante toda a vida, dizem esses investigadores - isso ocorre através de otimização seletiva com compensação.
O cérebro em envelhecimento compensa as perdas em determinadas áreas ou pela "otimização" seletiva ou pelo aproveitamento ao máximo das outras habilidades. Por exemplo, o célebre pianista Arthur Rubinstein, que deu seu último concerto aos 89 anos de idade, compensava as perdas de memória e as perdas motoras mantendo um repertório menor, praticando por mais tempo todos os dias e tocando mais lentamente antes de movimentos rápidos (que ele não era mais capaz de tocar em velocidade máxima) para aumentar o contraste (Baltes e Baltes, 1990).
O mesmo princípio aplica-se ao DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL: adultos mais velhos, muitas vezes, podem ser mais flexíveis do que adultos mais jovens na seleção de estratégias de enfrentamento e, desse modo, podem otimizar o bem-estar diante de problemas opressores intratáveis. Sua maior capacidade de tirar proveito de estratégias enfocadas na emoção pode compensar a perda de controle sobre algumas áreas de sua vida. 
Além disso, como a teoria da seletividade socioemocional de Laura Carstensen (1991, 1995, 1996) sugere, as pessoas tornam-se mais seletivas em relação aos contatos sociais à medida que envelhecem, mantendo contato com pessoas que melhor podem satisfazer suas necessidades correntes de satisfação emocional. Esses contatos significativos podem ajudar pessoas mais velhas a compensar o estreitamento das possibilidades em sua vida. 
A discussão sobre o que constitui envelhecimento "bem-sucedido" ou "ideal" está longe de resolvida e talvez nunca se resolva. Mas uma coisa é certa: as pessoas são muito diferentes quanto aos modos como envelhecem. 
- QUESTÕES DE ESTILO DE VIDA E QUESTÕES SOCIAIS RELACIONADAS AO ENVELHECIMENTO
Aposentadoria: Aposentar-se é uma ideia relativamente nova; surgiu em muitos países industrializados durante o final do século XIX e início do século XX à medida que a expectativa de vida aumentou. Nos Estados Unidos, a depressão econômica dos anos de 1930 foi o ímpeto para o sistema de seguro social, que, juntamente com planos de aposentadoria patrocinados por empresas negociados pelos sindicatos, tornou possível para muitos profissionais se aposentarem-se com segurança financeira. Posteriormente, a aposentadoria obrigatória aos 65 anos tornou-se quase universal. Hoje, a aposentadoria compulsória foi praticamente proscrita como uma forma de discriminação etária. Os adultos possuem muitas escolhas, entre elas aposentar-se precocemente, aposentar-se em uma carreira ou cargo para começar outro, trabalhar em turno parcial para se manter ocupado ou para suplementar a renda, para voltar a estudar, para fazer trabalho voluntário, para perseguir outros interesses de lazer - ou nunca se aposentar. 
Sugestão de pesquisa: perguntar a três idosos sobre o que mudou na sua vida após a aposentadoria. Quais são os aspectos positivos? Quais são os aspectos negativos? 
A IDADE AFETA O DESEMPENHO NO TRABALHO? Os profissionais mais velhos, muitas vezes, são mais produtivos do que profissionais mais jovens. Embora possam trabalhar mais lentamente do que pessoas mais jovens, são mais precisos no que fazem. 
Profissionais mais velhos tendem a ser mais confiáveis, cuidadosos, responsáveis e econômicos com o tempo e com os materiais do que profissionais mais jovens, e suas sugestões tendem a ser mais aceitas.
Nos Estados Unidos a Lei de Discriminação Etária no Emprego protege a maioria das pessoas de 40 anos ou mais de serem recusadas para um emprego, despedidas, serem menos remuneradas ou forçadas a se aposentar por causa da idade. Essa lei, que se aplica a empresas com 20 ou mais funcionários, eliminou algumas práticas ostensivas, como anúncios de emprego que especificam "idade de 25 a 35". Mesmo assim, muitos empregadores exercem pressões sutis sobre funcionários mais velhos 
Poderosa munição para profissionais mais velhos que lutam contra estereótipos de idade foi fornecida por um estudo abrangente realizado por uma força-tarefa interdisciplinar comissionada pelo congresso norte-americano (Landy, 1992, 1994).
 O estudo constatou que a idade, em e por si mesma, não prognostica o desempenho no emprego. A força-tarefa passou quase dois anos pesquisando mais de 5 mil artigos de pesquisa e coletando dados de mais de 500 cidades. As principais descobertas foram que:
 (1) o bem-estar físico e as capacidades mentais variam cada vez mais com a idade e diferem mais dentro das faixas etárias do que entre elas, e (2) testes de capacidades psicológicas, físicas e perceptual-motoras específicas podem prognosticar o desempenho no trabalho muito melhor do que a idade.
Tendências no Trabalho e na Aposentadoria na Terceira Idade. Aposentadoria compulsória Aposentadoria diferenciada para homens e mulheres. Programas sociais: auxílio ao idoso pobre e com doenças graves. 
A VIDA DEPOIS DA APOSENTADORIA: Três tendências:
O ESTILO DE VIDA ENFOCADO NA FAMÍLIA: consiste principalmente de atividades acessíveis de baixo custo que giram em torno da família, do lar e dos companheiros: conversar, assistir à televisão, visitar a família e os amigos, entretenimento informal, jogar cartas ou apenas fazer "o que aparecer".
INVESTIMENTO EQUILIBRADO: melhor renda e grau de instrução. Alocam seu tempo de forma mais igualitária entre família, trabalho e lazer (Kelly, 1987, 1994). Esses padrões podem mudar com a idade: com mais idade tendem a focar na família. 
LAZER SÉRIO: é dominado por atividade que "exige habilidade, atenção e comprometimento" (Kelly, 1994, p. 502). Aposentados que se envolvem nesse padrão tendem a ter extraordinária satisfação com sua vida. (Aprendem um ofício e vivem esse ofício com paixão: pintores, jardineiros, chefes de cozinha....) 
Os muitos caminhos para uma aposentadoria significativa e aprazível possuem duas coisas em comum: fazer coisas satisfatórias e ter relacionamentos

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