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Análise das Demonstrações Financeiras Janeiro 2018 Capítulo 1 - Demonstrações contábeis obrigatórias Análise das Demonstrações Financeiras (ADF) No mundo dos negócios, certas decisões podem determinar o sucesso ou o fracasso de uma empresa. Para amparar a tomada de decisão, é fundamental que os gestores tenham à disposição informações econômicas e financeiras do negócio, dando mais racionalidade ao processo. No mundo empresarial a tomada de decisão é uma tarefa não trivial que requer inúmeras informações. A ADF auxilia na busca por maior eficiência e competitividade das empresas. Pontos fundamentais da ADF Só teremos condições de conhecer a realidade econômico-financeira de uma empresa por meio dos três pontos fundamentais da análise, conhecido como tripé da análise. Situação financeira (liquidez) – que corresponde a capacidade de pagamento da empresa (fôlego ou pulmões); Situação econômica (rentabilidade) – que corresponde a posição econômica relativa ao lucro, à rentabilidade, à vida da empresa (sangue); Estrutura de capital (solvência) – que representa o dinheiro dos proprietários e de outros financiadores (capacidade de pagamento), o que equivale a entrada de recursos da empresa para honrar suas obrigações (aparelho digestivo). Através da ADF conseguiremos responder as seguintes perguntas... Como anda a saúde financeira da empresa, ou melhor, seu patrimônio em comparação às dívidas? A empresa possui reserva de dinheiro? A empresa deve comprar à vista ou a prazo? Como saber se a empresa está saudável financeiramente? Como saber em qual empresa investir? ADF Para que seja possível fazer uma boa avaliação da situação econômico-financeira de uma empresa torna-se necessário o conhecimento das demonstrações financeiras (contábeis) para que as informações possam ser utilizadas com a finalidade de análise. Então, a ADF objetiva extrair informações das Demonstrações Contábeis para amparar a tomada de decisão. O que será extraído da ADF? O analista das demonstrações financeiras preocupa-se com a ADF que, por sua vez, precisam ser transformadas em informações que permitam concluir se: A empresa merece ou não crédito; Vem sendo bem ou mal administrada; Tem ou não condições de pagar suas dívidas; É ou não lucrativa; Vem evoluindo ou regredindo; É eficiente ou ineficiente; Irá falir ou continuar operando. Demonstrações Financeiras De acordo com o Artigo 176 da Lei nº 6404 de 15 de dezembro de 1976 as Demonstrações Financeiras são: Balanço Patrimonial - (mostra a situação financeira e patrimonial); Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) (Explica e evidencia as alterações e os motivos da variação entre o saldo inicial e o final da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados contida no Patrimônio Líquido); Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) – (mostra como o resultado líquido do exercício foi formado); Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) – (mostra de que modo aconteceram os movimentos dos recursos disponíveis); Se cia aberta, Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Padronização das demonstrações financeiras Em 2007, com a promulgação da Lei 11.638, houve a adequação dos padrões contábeis brasileiros aos internacionais. A harmonização contábil permitiu que os balanços se adequassem aos padrões internacionais, facilitando o acesso de empresas brasileiras ao mercado externo. Hoje os balanços das cias brasileiras seguem padrões internacionais conhecidos pela sigla IFRS (Internacional Financial Reporting Standards) – Padrões Internacionais de Relatórios Financeiros. Padronização das demonstrações financeiras A Lei 11.638 também modificou algumas demonstrações. A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) foi substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). Também foi instituída a elaboração e apresentação da Demonstração do Valor Adicionado (DVA), que detalha como a riqueza da entidade é gerada e distribuída. A partir da internacionalização da contabilidade, a conta de Lucros Acumulados dentro do Patrimônio Líquido (PL) deixou de existir e outra demonstração foi criada a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) A DFC divide-se em três grupos permitindo entender todas as atividades da empresa. Fluxo de Caixa das Operações: Relaciona-se com a produção e entrega de bens e serviços, sendo as entradas de recursos representadas por recebimento na venda de bens e serviços e, as saídas, relacionadas aos pagamentos de fornecedores, salários, impostos e outras contas necessárias a atividade operacional da empresa. Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento: Atividades ligadas a empréstimos e financiamentos. Incluem recebimentos de empréstimos e demais entradas de recursos financeiros e as saídas são caracterizadas por pagamentos de dividendos. Fluxo de Caixa das Operações de Investimento: Representado pelas atividades de investimento relacionadas aos aumentos ou diminuições de ativos utilizados na produção de bens e serviços. Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) A DFC propicia informações concretas, se houve ou haverá dinheiro, quanto se deve tomar de empréstimos. Por isso, é um instrumento de curto prazo, voltada para o usuário interno. A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) tornou-se obrigatória com a Lei 11638/7 para as S.A. e para empresas com Patrimônio Líquido (PL) superior a R$ 2 milhões. Essa demonstração mostra os pagamentos e recebimentos que passaram por caixa e equivalentes de caixa. Demonstração do Valor Adicionado (DVA) A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é o informe contábil que evidencia os valores correspondentes à formação da riqueza gerada pela empresa em determinado período e sua respectiva distribuição. Obviamente, por se tratar de um demonstrativo contábil, suas informações devem ser extraídas da escrituração, com base nas Normas Contábeis vigentes e tendo como base o Princípio Contábil da Competência. A riqueza gerada pela empresa, medida no conceito de valor adicionado, é calculada a partir da diferença entre o valor de sua produção e o dos bens e serviços produzidos por terceiros utilizados no processo de produção da empresa. A utilização do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da seguinte forma: como índice de avaliação do desempenho na geração da riqueza, ao medir a eficiência da empresa na utilização dos fatores de produção, comparando o valor das saídas com o valor das entradas, 2) como índice de avaliação do desempenho social à medida que demonstra, na distribuição da riqueza gerada, a participação dos empregados. Complementação das informações fornecidas pelo BP e pela DRE A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) contem, em uma de suas colunas, a DLPA, que é importante para o processo decisório, pois complementa as informações fornecidas pelo BP e pela DRE. A Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA) que faz parte da DMPL, liga a DRE ao BP, uma vez que o lucro apresentado na DRE deve ser distribuído de acordo com as contas da DLPA. Padronização das demonstrações financeiras = Complementação das informações fornecidas pelo BP e pela DRE Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido A DMPL é um relatório contábil que visa evidenciar as variações ocorridas em todas as contas que compõem o Patrimônio Líquido em determinado período. A DMPL não é exigida no aspecto societário, neste caso, o que aparece é a DLPA. No entanto, a DMPL é uma demonstração mais abrangente pois apresenta toda a movimentação do Patrimônio Líquido, e não só a distribuição do lucro que ocorre na DLPA. Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados A DLPA é uma relatório contábil que explica e evidencia as alterações e os motivos da variação entre o saldo inicial e o final da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados contida no Patrimônio Líquido. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá discriminar: O saldo inicial do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; As reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; As transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período; O montante do dividendo por ação do capital social. Diferença entre BP e DRE O Balanço Patrimonial (BP) é uma demonstração estática que apresenta a situação patrimonial em um determinado momento. A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é uma demonstração dinâmica que mostra o cálculo do resultado do exercício, demonstrando outra diferença, uma vez que o resultado está ligado ao aspecto econômico. É importante compreender que o aspecto econômico nem sempre se reflete em financeiro, pois as receitas se convertem em clientes, ou seja, ainda não foram recebidos. Balanço Patrimonial O Balanço Patrimonial (BP) é uma demonstração estática que apresenta a situação patrimonial em um determinado momento. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é uma demonstração dinâmica que mostra o cálculo do resultado do exercício, demonstrando outra diferença, uma vez que o resultado está ligado ao aspecto econômico. É importante compreender que o aspecto econômico nem sempre se reflete em financeiro, pois as receitas se convertem em clientes, ou seja, ainda não foram recebidos. O que é Balanço Patrimonial? É a demonstração que apresenta tanto o aspecto patrimonial (qualitativo) da empresa, quanto o financeiro (quantitativo). Neste sentido, entende-se que essa demonstração nos oferece dois tipos de informação: Qualitativa - Ao apresentar os elementos patrimoniais: Bens (caixa), Direitos (Clientes) e Obrigações (fornecedores). Quantitativa – Mensuração desses elementos, ou seja, o valor dos bens, direitos e obrigações. Composição do Balanço Patrimonial (BP) Lei nº 6404/76 Artigo 178. No balanço, as contas do ativo serão dispostas em ordem decrescente de liquidez dos elementos nela registrados, nos seguintes grupos: Ativo circulante: É o dinheiro em caixa e os recursos que podem ser transformados em dinheiro rapidamente, tais como: estoques, contas a receber e aplicações financeiras. Ativo não circulante: São bens de permanência duradoura destinados ao funcionamento da empresa bem como os direitos exercidos com essa finalidade. Tais bens e direitos serão convertidos em dinheiro a longo prazo, tais como: duplicatas a receber em longo prazo, investimentos (terrenos, obras de arte, entre outros), imobilizado (móveis, utensílios, veículos e máquinas), intangível (marcas e patentes, fórmulas, goodwill (é a diferença entre o valor da empresa (valor avaliado) e o seu valor de mercado. Composição do Balanço Patrimonial (BP) No passivo, a ordem de classificação dos elementos é decrescente do grau de exigibilidade. Passivo circulante: Aqui estão apresentadas as obrigações da empresa: dívidas com fornecedores, obrigações financeiras em geral, obrigações trabalhistas e fiscais, obrigações com os sócios (dividendos e provisões), tarifas públicas (energia, água e esgoto e telefonia). Passivo não circulante: Apresenta as obrigações que tiverem vencimento após o término do exercício seguinte, tais como: empréstimos e duplicatas a pagar de longo prazo. Composição do Balanço Patrimonial (BP) Patrimônio líquido: capital social (capital dos sócios), reservas de capital (excedente do valor das ações, alienações e correção monetária do capital), ajustes da avaliação patrimonial (resultado de aumentos ou diminuições de avaliações do ativo e do passivo), reserva de lucros (apropriação de lucros da empresa ao longo de sua atividade), ações em tesouraria e prejuízos acumulados (conta redutora do PL representada pela aquisição das ações pela própria empresa). Esquema gráfico do Balanço Patrimonial Esquema gráfico do Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial Apresentação Ativo Ativo circulante Disponibilidades Caixa Aplicações financeiras Clientes Estoques Ativo não circulante Realizável a longo prazo Investimentos Imobilizado Intangível Passivo Passivo circulante Passivo não circulante Patrimônio líquido Capital social Reservas de capital Ajustes de avaliação patrimonial Reservas de lucros Ações em tesouraria Prejuízos acumulados Ativo circulante Ativo não circulante Passivo circulante (PC) e não circulante (PNC) O resultado da soma do PC com o PNC denomina-se Capital de Terceiros (CT) CT = PC + PNC Patrimônio Líquido (PL) ou Capital Próprio Equação Patrimonial – O Equilíbrio do Balanço Equações de Equilíbrio Patrimoniais Ativo Passivo (Exigivel) Obrigações para com terceiros Bens e Direitos Patrimônio Líquido Parte dos Proprietários Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo PL = Bens + Direitos – Obrigações PL = AC + ANC – (PC + PNC) Patrimônio Bruto = Ativo + Passivo PL = Bens + Direitos + Obrigações PL = AC + ANC + (PC + PNC) Aplicação das Equações Patrimoniais Ativo R$ Passivo R$ Ativo Circulante 500,00 Passivo Circulante 235,00 Disponibilidades 180,00 Fornecedores 150,00 Caixa 80,00 Salários 65,00 Aplicações bancárias 100,00 Impostos 15,00 Energia, água, telefonia 5,00 Clientes 120,00 Passivo não circulante 60,00 Estoques Financiamentos de LP 60,00 Ativo não circulante 270,00 Patrimônio Líquido ? Realizável a longo prazo 30,00 Capital Social 0,00 Investimentos 150,00 Reservas de capital 0,00 Imobilizado 90,00 Ajustes da aval. patrimonial 0,00 Reservas de lucros 0,00 Ações em tesouraria 0,00 Total do ativo 770,00 Total do passivo ? Cia Sem Grana S.A. Balanço Patrimonial 31/12/2016 Equação Patrimonial PL = Ativo – Passivo PL = Bens + Direitos – Obrigações PL = AC + ANC – (PC + PNC) PL = 500,00 + 270,00 – (235,00 + 60,00) PL = 475,00 Exercícios... Apostila + Complementar Capítulo 2 - Análise das demonstrações contábeis ADF Dados x Análise As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre as empresas que são apresentados de acordo com as regras e a legislação societária. A análise das demonstrações transformará esses dados em informações pertinentes aos usuários a que se destinam. Metodologia de análise das demonstrações contábeis Contador x Analista O contador dará atenção aos registros das operações, ou seja, tudo que tiver impacto no patrimônio de uma determinada empresa. Ele produzirá dados. O analista avaliará o contudo dos dados. Em resumo, um registra e o outro avalia. Processo de análise das demonstrações Análise Vertical O critério básico utilizado nas demonstrações financeiras é a comparação. Assim, a análise de uma empresa é baseada na comparação dos valores obtidos em determinado período com os levantados em períodos anteriores. A Análise Vertical (AV) tem por objetivo revelar a participação relativa de cada elemento patrimonial e de resultados. Desse modo, a análise vertical indica a relevância de cada elemento do patrimônio. A análise vertical determina a relevância de cada elemento. AV = (valor atual do item / valor total do passivo) x 100 AV = (empréstimos bancários/ total do passivo) x 100 AV = (66.165/ 2.726.178) x 100 = 2,43% Análise Horizontal A Análise Horizontal consiste na comparação entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes períodos. A finalidade da análise horizontal é elucidar as variações de cada conta ou grupo de conta dos balanços e demonstrações de Resultados, bem como de outros demonstrativos, através dos exercícios sociais, com o objetivo de identificar tendências. A análise horizontal determina a velocidade de crescimento ou decrescimento. BALANÇOPATRIMONIAL ATIVO/PASSIVO 2007 AH 2008 AH 2009 AH Ativo Circulante 100.000 100 110.000 110 95.000 086 Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo 160.000 100 184.000 115 192.000 104 Investimento 120.000 100 130.000 108 145.000 112 Imobilizado 80.000 100 100.000 125 130.000 130 Intangível 100.000 100 160.000 160 170.000 106 Total 560.000 100 684.000 122 732.000 107 Passivo Circulante 70.000 100 90.300 129 106.400 118 Passivo não Circulante 150.000 100 200.000 133 235.000 118 Patrimônio Líquido 340.000 100 393.700 116 390.600 099 Total 560.000 100 684.000 122 732.000 107 AH = {(valor atual do item / valor do item no ano anterior) – 1} x 100 AH = {(investimento_2008 / investimento_2007) – 1} x 100 AH = {(130.000 / 120.000)-1} x 100 = 8,33% Retorno Operacional dos Investimentos (ROI) O ROI permite uma ampla decomposição dos elementos que influenciam na determinação de taxas de rentabilidade de uma empresa e irá explicar quais os fatores que levam ao aumento ou à queda da rentabilidade. ROI = Lucro Operacional / Investimento Ele mensura qual o retorno que um certo investimento está trazendo. Análise por índices Essa análise é a relação entre contas ou grupo de contas das demonstrações financeiras e que visam evidenciar determinados aspectos da situação de uma empresa. Exemplo: índice de liquidez (OBS: Existem 4 tipos de liquidez) Neste caso, a análise se concentra apenas nos itens CIRCULANTES do BP: (AC; ANC; PC e PNC). Exemplo: Liquidez Geral = {AC+ Realizável a LP (ANC)} / (PC + PNC) Análise do Capital de Giro O Capital de Giro é o somatório das disponibilidades e todos os outros direitos no curto prazo que também podem ser convertidos em disponibilidades. Na prática, o Capital de Giro é identificado no valor do Ativo Circulante. Análise representada pelo cálculo dos índices de rotação ou prazos médios (recebimento, pagamento e estocagem). Com a utilização desses índices é possível construir um modelo de análise de investimentos e financiamento de capital de giro. R$ 20,00 para compra de matéria prima. R$ 10,00 para transformar a matéria prima em produto. R$ 20,00 com despesas de venda R$ 62,00 que são todas as despesas mais a margem de lucro. Outros tipos de análise... Liquidez: Esse índice representa a capacidade de pagamento que a empresa possuí; ou seja, pode indicar se a empresa tem condições de saldar suas dívidas; Endividamento: esse índice representa o grau de endividamento da empresa, seja a curto ou a longo prazo, a garantia ofertada pelo capital próprio; Rentabilidade: esse índice representa o retorno que a empresa tem com relação ao seu ativo, patrimônio líquido, receita líquida etc. Usuários da ADF Bancos comerciais – Concessão de créditos no curto-prazo; Bancos de investimento – Concessão de crédito no longo-prazo; Concorrentes – Avaliam a situação da concorrência para se posicionarem melhor. Dirigentes – Avaliam a situação do negócio para amparar suas ações estratégicas. Investidores – Analisam a situação do negócio antes de decidirem investir. Por hoje é só... Muito Obrigado! Análise das Demonstrações Financeiras Aula 2 09 de Junho 2016 Roteiro de aula Hoje veremos... Análise Vertical e Horizontal (Capítulo 3) Surgimento de ativos e passivos (Capítulo 4) Análise com utilização de Índice 1 (Capítulo 5) Análise Horizontal A Análise Horizontal (AH) visa medir a evolução ou variação de cada conta do Balanço Patrimonial (BP) ou da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) em relação a um exercício específico. É uma variação matemática (quociente do valor da conta do exercício atual pelo valor da conta do exercício anterior) que mede a evolução positiva ou negativa – Análise Temporal. Trata-se de um percentual que mede o quanto o valor de uma conta de um exercício cresceu e ou diminuiu em relação a outra de outro exercício. Análise Horizontal A Análise Horizontal (AH) permite observar a evolução dos Ativos (investimentos) e Passivos (financiamento de curto prazo) e concluir sobre a existência de folga financeira (liquidez corrente) - caso os Ativos Circulantes (AC) tenham crescido de forma mais rápida que os Passivos Circulantes (PC) ou o inverso; A Análise Horizontal (AH) permite observar a evolução do Ativo Permanente produtivo; A Análise Horizontal (AH) permite observar a evolução da estrutura de capital analisando como a empresa esta financiando seus investimentos em ativos, ou seja, se houve maior ou menor preferência por empréstimos e financiamentos em relação ao uso do capital próprio, se existe algum visível desequilíbrio de capital. Análise Horizontal Para exemplificarmos a análise horizontal do BP, considere os valores das contas do Ativo dos exercícios de 2013 e 2012 da cia X-tudo S/A a seguir: Ativos 2013 AH 2012 AH AC 1.960.480 -13,60 2.269.171 100,00 Disponibilidades 163.634 52,61 107.224 100,00 Caixa e bancos 34.665 31,76 26.309 100,00 Aplicações financeiras 128.969 59,39 80.915 100,00 Clientes 1.045.640 -6,85 1.122.512 100,00 Estoques 751.206 -27,73 1.039.435 100,00 ANC 765.698 7,11 714.879 100,00 Realizavel a LP 0 0 100,00 Investimentos 72.250 -53,83 156.475 100,00 Imobilizado 693.448 34,00 517.506 100,00 Intangível 0 0,00 40.898 100,00 Total do Ativo 2.726.178 -8,64 2.984.050 100,00 Agora aplicaremos a formula da AH. Como exemplo iremos analisar a conta das Disponibilidades do exercício de 2013 em relação ao exercício de 2012, conforme a seguir: Verifica-se que as Disponibilidades cresceram 52,61% em 2013, comparando com 2012. AH Disponibilidades = [(2013/2012)-1] x 100 = 163.634/107.224 = 1,5261 => (1,5261-1)*100 = 52,61% Análise Vertical A Análise Vertical (AV) visa medir a participação percentual ou representatividade de cada conta do Balanço Patrimonial (BP) ou da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) em relação ao grupo a que pertence (Ativo ou Passivo ou Receita Líquida); É uma relação matemática (quociente de uma fração) que mede a parte pelo todo, ou seja, o valor da conta sobre o valor total do seu grupo. Trata-se de um percentual que mede o tamanho, em grandeza percentual, da conta em relação ao grupo em que pertence. Análise Vertical Para exemplificar a Análise Vertical (AV) do Balanço Patrimonial (BP), considere os valores das contas do Ativo do exercício de 2013 da Cia X-tudo S/A, a seguir. Ativos 2013 AV (%) AC 1.960.480 71,91 Disponibilidades 163.634 6,00 Caixa e bancos 34.665 1,27 Aplicações financeiras 128.969 4,73 Clientes 1.045.640 38,36 Estoques 751.206 27,56 ANC 765.698 28,09 Realizavel a LP 0 0,00 Investimentos 72.250 2,65 Imobilizado 693.448 25,44 Intangível 0 0,00 Total do Ativo 2.726.178 100,00 Exemplo: Calcule a Análise Vertical (AV) da conta Disponibilidade. Trata-se de descobrir quanto as Disponibilidades representam do Total do Ativo. AV Disponibilidades = (Disponibilidade/Total do Ativo) x 100 AV Disponibilidades = (163.634/2.726.178) x 100 = 6,00 Análise: Verifica-se que as Disponibilidades representam em 2013, 6% do Total do Ativo da empresa. Não existe um percentual padronizado para cada empresa, mas é desejável que a empresa tenha sempre alta liquidez. Se a empresa tiver os itens do AC > ANC isso é preferível mostrando que a empresa possui maior capacidade de pagamento. Análise Vertical Exemplo: Vamos comparar agora a participação de cada conta, por exemplo, do ativo, referente ao exercício de 2013 e 2012 e fazer a análise respectiva. Ativos 2013 AV 2012 AV Análise de participação da conta AC 1.960.480 71,91 2.269.171 76,04 2013 < 2012 Disponibilidades 163.634 6,00 107.224 3,59 2013 > 2012 Caixa e bancos 34.665 1,27 26.309 0,88 2014 > 2012 Aplicações financeiras 128.969 4,73 80.915 2,71 2015 > 2012 Clientes 1.045.640 38,36 1.122.512 37,62 2013 > 2012 Estoques 751.206 27,56 1.039.435 34,83 2013 < 2012 ANC 765.698 28,09 714.879 23,96 2013 > 2012 Realizavel a LP 0 0,00 0 0,00 2013 = 2012 Investimentos 72.250 2,65 156.475 5,24 2013 < 2012 Imobilizado 693.448 25,44 517.506 17,34 2013 > 2012 Intangível 0 0,00 40.898 1,37 2013 < 2012 Total do Ativo 2.726.178 100,00 2.984.050 100,00 Análise Vertical na DRE Na Demonstração de Resultados do Exercício (DRE), a Análise Vertical (AV) é realizada única e exclusivamente pela Receita Líquida. Para exemplificar a Análise Vertical da DRE, considere os valores das Contas de Resultado do Exercício de 2013 da Cia X-tudo S/A., a seguir: 2013 AV Receita Bruta 5.168.123 107,26 (-) Deduções/Abatimentos/Impostos 350.000 7,26 Receita Líquida 4.818.123 100,00 (-) Custo das mercadorias vendidas 3.621.530 75,16 (=) Lucro Bruto 1.196.593 24,84 (-) Despesas Operacionais 487.599 10,12 (-) Despesas Financeiras 273.448 5,68 (=) Lucro Operacional 435.546 9,04 Imposto de Renda (30%) 130.664 2,71 Lucro Líquido 304.882 6,33 A AV da DRE é calculada dividindo-se o valor de cada conta em relação ao total da Receita Líquida. Assim, vamos calcular a AV da conta Lucro Bruto, a seguir: AV Lucro Bruto = (Lucro Bruto/Receita Líquida) x 100 AV Lucro Bruto = (1.196.593/4.818.123) x 100 = 24,84% Análise: Verifica-se que o Lucro Bruto representa em 2013, 24,84% do Total da Receita Líquida da empresa. Relação entre análises Vertical e Horizontal É altamente recomendável que as Análises Vertical e Horizontal sejam utilizadas em conjunto, uma vez que não devemos tirar conclusões isoladas da Análise Horizontal, já que um item que pode ter uma grande variação de um ano para outro pode não ser representativo dentro de um grupo ao qual pertence. Exercícios... Análise com utilização de índice Um dos instrumentos básicos para a efetiva análise de demonstrações financeiras são os índices econômico-financeiros, que possuem funções, fórmulas, significados e interpretações distintos. Existem diversas técnicas para se analisar demonstrações contábeis, mas os índices são a técnica de análise mais empregada pelas empresas. Eles possuem uma característica muito importante, que é o fornecimento de visão mais ampliada da situação econômico-financeira da empresa. Índices Genéricos Examinaremos os índices mais genéricos, que são comuns a todas as empresas, como: De liquidez; De estrutura de capital; De rentabilidade. Principais índices econômico-financeiros Alguns índices, como Liquidez Corrente ou Rentabilidade do Patrimônio Líquido, são utilizados pela maioria dos analistas. Outros índices, como o de Liquidez Seca e a Rentabilidade do Ativo, não são muito utilizados nos procedimentos de análise. Isso acontece porque algumas empresas, como as prestadoras de serviços, normalmente não apresentam estoques em sua estrutura empresarial. Índices de Liquidez Liquidez é um indicador financeiro de análise contábil que objetiva medir a capacidade que uma empresa possui de realizar os seus pagamentos ora planejados, ou seja, honrar com suas obrigações/compromissos. Também é conhecida como índice de solvência. Solvência: Empresa solvente é aquela que apresenta capacidade de pagamento. Índices de Liquidez Na literatura de ADF há quatro índices diferentes de liquidez: Liquidez geral Liquidez corrente ou Rentabilidade do Patrimônio Líquido Liquidez seca (menos utilizado) Liquidez imediata ou absoluta Cada índice visa estudar e ou analisar aspectos específicos da capacidade de pagamento das empresas. Índices de Liquidez Liquidez Geral: Indica quanto a empresa possui no Ativo Circulante (AC) e, adicionalmente, no Realizável em Longo Prazo, que faça frente ao total das obrigações. Então ele indica a capacidade de pagamento da empresa de curto e longo prazo. Ativo 2015 2014 AC 680,00 * 630,00 * Disponibilidades 180,00 150,00 Caixa e bancos 80,00 75,00 Aplicações financeiras 100,00 75,00 Clientes 120,00 115,00 Estoques 200,00 195,00 ANC 320,00 300,00 Realizávela LP 30,00 * 25,00 * Investimentos 150,00 145,00 Imobilizado 90,00 85,00 Intangível 50,00 45,00 Total do Ativo 1000,00 930,00 Passivo 2015 2014 PC 465,00 * 445,00 * Fornecedores 325,00 320,00 Salários 85,00 80,00 Impostos 35,00 30,00 Energia, água e Tel. 20,00 15,00 PNC Financiamento bancário 60,00 * 55,00 * PL 475,00 430,00 Capital Social 255,00 250,00 Patrimônio líquido 220,00 180,00 Total do Passivo 1000,00 930,00 LG = (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) / (Passivo Circulante + Exigível a longo prazo) LG 2015 = (AC + RLP) / (PC + ELP) = (680,00 + 30,00) / (465,00 + 60,00) = 710/525 = 1,35 LG 2014 = (630,00 + 25,00) / (445,00 + 55,00) = 655/500 = 1,31 Então, em 2014, para cada R$ 1,00 de dívida que a empresa tem ela possui cobertura de R$ 1,31. Já em 2015 a capacidade de pagamento da empresa aumentou passando de R$ 1,31 para R$ 1,35. Atenção: As divergências em datas de recebimentos e de pagamentos tendem a acentuar-se quando analisamos períodos longos, ou seja, o recebimento do Ativo pode divergir consideravelmente do pagamento do Passivo e isso pode empobrecer o indicador. Por isso, vale uma série de vários anos para enriquecer a análise, pois se o índice for decrescente, por exemplo, indicará que a empresa está perdendo a sua capacidade de pagamento. Da mesma forma, se a empresa contrair um grande financiamento (investindo em ativo permanente) poderá sofrer uma queda na LG, pois seu exigível a longo prazo aumentará sem que o AC e o RLP tenham se alterado. Dicas para análise: A) Não considerar qualquer indicador isoladamente; B) Apreciar o indicador em uma série de anos; C) Comparar os índices com o de empresas do mesmo ramo. Índices de Liquidez Liquidez Imediata e absoluta: Indica quanto a empresa possui imediatamente para saldar dividas de curto prazo. Ativo 2015 2014 AC 680,00 630,00 Disponibilidades 180,00 * 150,00 * Caixa e bancos 80,00 75,00 Aplicações financeiras 100,00 75,00 Clientes 120,00 115,00 Estoques 200,00 195,00 ANC 320,00 300,00 Realizávela LP 30,00 25,00 Investimentos 150,00 145,00 Imobilizado 90,00 85,00 Intangível 50,00 45,00 Total do Ativo 1000,00 930,00 Passivo 2015 2014 PC 465,00 * 445,00 * Fornecedores 325,00 320,00 Salários 85,00 80,00 Impostos 35,00 30,00 Energia, água e Tel. 20,00 15,00 PNC Financiamento bancário 60,00 55,00 PL 475,00 430,00 Capital Social 255,00 250,00 Patrimônio líquido 220,00 180,00 Total do Passivo 1000,00 930,00 LI = (Caixa + Bancos + Aplicações de Curtíssimo Prazo) / Passivo Circulante LI 2015 = (80,00 + 100,00) / 465,00 = 0,39 (Para cada R$ 1,00 de obrigações no PC ele só cobre R$ 0,39) LI 2014 = (75,00 + 75,00 / 445,00 = 0,34 (Para cada R$ 1,00 de obrigações no PC ele só cobre R$ 0,34) Para efeito de análise, é um índice sem muito realce, pois relacionamos dinheiro disponível com valores, que vencerão em datas as mais variadas possível, embora a curto prazo. A empresa deverá manter certos limites de segurança, não esperando o analista obter índices altos, pois Caixa e Bancos perdem o poder aquisitivo com a inflação. Índices de Liquidez Liquidez Seca: Se a empresa sofresse uma total paralisação de suas vendas, ou se seu estoque se tornasse obsoleto, quais seriam as chances de pagar suas dívidas com Disponível e Duplicatas a Receber? Ativo 2015 2014 AC 680,00 * 630,00 * Disponibilidades 180,00 150,00 Caixa e bancos 80,00 75,00 Aplicações financeiras 100,00 75,00 Clientes 120,00 115,00 Estoques 200,00 * 195,00 * ANC 320,00 300,00 Realizávela LP 30,00 25,00 Investimentos 150,00 145,00 Imobilizado 90,00 85,00 Intangível 50,00 45,00 Total do Ativo 1000,00 930,00 Passivo 2015 2014 PC 465,00 * 445,00 * Fornecedores 325,00 320,00 Salários 85,00 80,00 Impostos 35,00 30,00 Energia, água e Tel. 20,00 15,00 PNC Financiamento bancário 60,00 55,00 PL 475,00 430,00 Capital Social 255,00 250,00 Patrimônio líquido 220,00 180,00 Total do Passivo 1000,00 930,00 LS = (Ativo Circulante - Estoque) / Passivo Circulante LS 2015 = (680,00 – 200,00) / 465,00 = 1,03 LS 2014 = (630,00 - 195,00) / 445,00 = 0,98 Nem sempre um índice de liquidez seca baixo é sintoma de situação financeira apertada. Veja, por exemplo, um supermercado, cujo investimento em estoques é elevadíssimo, em que não há Duplicatas a Receber, pois só se vende à vista. Então, nesse caso, esse índice só pode ser baixo. Índices de Liquidez Liquidez Corrente: Indica quanto a empresa possui no Ativo circulante (AC) para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante (PC). Ativo 2015 2014 AC 680,00 * 630,00 * Disponibilidades 180,00 150,00 Caixa e bancos 80,00 75,00 Aplicações financeiras 100,00 75,00 Clientes 120,00 115,00 Estoques 200,00 195,00 ANC 320,00 300,00 Realizávela LP 30,00 25,00 Investimentos 150,00 145,00 Imobilizado 90,00 85,00 Intangível 50,00 45,00 Total do Ativo 1000,00 930,00 Passivo 2015 2014 PC 465,00 * 445,00 * Fornecedores 325,00 320,00 Salários 85,00 80,00 Impostos 35,00 30,00 Energia, água e Tel. 20,00 15,00 PNC Financiamento bancário 60,00 55,00 PL 475,00 430,00 Capital Social 255,00 250,00 Patrimônio líquido 220,00 180,00 Total do Passivo 1000,00 930,00 LC = (Ativo Circulante) / (Passivo Circulante) LC 2015 = 680,00 / 465,00 = 1,46 LC 2014 = 630,00 / 445,00 = 1,42 Análise: Para cada R$ 1,00 no Passivo Circulante (PC) a empresa possui R$ 1,46 em 2015. Pontos de Atenção para Liquidez Corrente: O índice não revela a qualidade dos itens no Ativo Circulante. Os Estoques estão superavaliados? Os títulos a receber são totalmente recebíveis? O índice não revela a sincronização de recebimentos e pagamentos. Estoque avaliado a custos históricos e não a valor de mercado. Capital Circulante Líquido (CCL) É a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante Ativo 2015 2014 AC 680,00 * 630,00 * Disponibilidades 180,00 150,00 Caixa e bancos 80,00 75,00 Aplicações financeiras 100,00 75,00 Clientes 120,00 115,00 Estoques 200,00 195,00 ANC 320,00 300,00 Realizávela LP 30,00 25,00 Investimentos 150,00 145,00 Imobilizado 90,00 85,00 Intangível 50,00 45,00 Total do Ativo 1000,00 930,00 Passivo 2015 2014 PC 465,00 * 445,00 * Fornecedores 325,00 320,00 Salários 85,00 80,00 Impostos 35,00 30,00 Energia, água e Tel. 20,00 15,00 PNC Financiamento bancário 60,00 55,00 PL 475,00 430,00 Capital Social 255,00 250,00 Patrimônio líquido 220,00 180,00 Total do Passivo 1000,00 930,00 CCL 2015 = Ativo Circulante – Passivo Circulante CCL 2015 = 680,00 – 465,00 = 215,00 CCL 2014 = 630,00 – 445,00 = 185,00 Interpretação do CCL CCL Positivo = AC > PC (Representa folga financeira) CCL Negativo = AC < PC CCL Nulo = AC = PC Exercícios... Estrutura de Capital das Empresas A estrutura de capital objetiva medir a participação de cada fonte de recursos (PC, PNC e PL) em relação ao total das fontes de recursos, bem como, a influência destas com as aplicações de recursos não circulantes (ANC). Os índices que compõem a Estrutura de Capital também são denominados de Endividamento, pois, fazem referência ao estudo da evolução do endividamento das empresas. Fontes e Aplicações de Recursos Todos os valores contraídos com obrigações no passivo estão investidos no ativo. Então, as fontes de recurso provém do passivo e elas estão aplicadas no ativo. Estrutura de Capital das Empresas Na literatura de ADF há quatro índices diferentes de Estrutura de Capital, os quais estudaremos, conforme a seguir: Índice de Participação de Capital de Terceiros (PCT); Índice de Composição de Endividamento (CE); Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL); Índice de Imobilização dos Recursos não Correntes. Cada índice visa estudar e analisar aspectos específicos do Endividamento das Empresas. Índice de Participação de Capitais de Terceiros (PCT) Ativo 2015 2014 AC 680,00 * 630,00 * Disponibilidades 180,00 150,00 Caixa e bancos 80,00 75,00 Aplicações financeiras 100,00 75,00 Clientes 120,00 115,00 Estoques 200,00 195,00 ANC 320,00 300,00 Realizávela LP 30,00 25,00 Investimentos 150,00 145,00 Imobilizado 90,00 85,00 Intangível 50,00 45,00 Total do Ativo 1000,00 930,00 Passivo 2015 2014 PC 465,00 * 445,00 * Fornecedores 325,00 320,00 Salários 85,00 80,00 Impostos 35,00 30,00 Energia, água e Tel. 20,00 15,00 PNC Financiamento bancário 60,00 55,00 PL 475,00 430,00 Capital Social 255,00 250,00 Patrimônio líquido 220,00 180,00 Total do Passivo 1000,00 930,00 O Índice de Participação de Capitais de Terceiros relaciona as duas grandes fontes de recursos da empresa, ou seja, Capitais Próprios (PL) e Capitais de Terceiros (PC+PNC). É um indicador de risco ou de dependência a terceiros, por parte da Empresa. Também pode ser chamado de Índice de Grau de Endividamento. PCT = (Capitais de Terceiros / Patrimônio Líquido) x 100 PCT 2014 = (445,00 + 55,00) / 430,00 = 116% PCT 2015 = (465,00 + 60,00) / 475,00 = 110% Indica quanto a empresa tomou de Capitais de Terceiros para cada R$ 100,00 de Capital Próprio investido. Quanto menor, melhor! Índice de Composição do Endividamento O Índice de Composição do Endividamento mede o grau de participação das dívidas de curto prazo classificadas no Passivo Circulante, em relação às dívidas totais (Capital de Terceiros). O empresário tem que dedicar maior esforço em cumprir com as obrigações de curto prazo do que com as obrigações de longo prazo. CE = (Passivo Circulante / Capital de Terceiros ) x 100 CE 2014 = 445,00 / (445,00 + 55,00) = 89% CE 2015 = 465,00 / (465,00 + 60,00) = 88% Indica qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais . Quanto menor, melhor! Ativo 2015 2014 AC 680,00 * 630,00 * Disponibilidades 180,00 150,00 Caixa e bancos 80,00 75,00 Aplicações financeiras 100,00 75,00 Clientes 120,00 115,00 Estoques 200,00 195,00 ANC 320,00 300,00 Realizávela LP 30,00 25,00 Investimentos 150,00 145,00 Imobilizado 90,00 85,00 Intangível 50,00 45,00 Total do Ativo 1000,00 930,00 Passivo 2015 2014 PC 465,00 * 445,00 * Fornecedores 325,00 320,00 Salários 85,00 80,00 Impostos 35,00 30,00 Energia, água e Tel. 20,00 15,00 PNC Financiamento bancário 60,00 55,00 PL 475,00 430,00 Capital Social 255,00 250,00 Patrimônio líquido 220,00 180,00 Total do Passivo 1000,00 930,00 Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL) O Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido O Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido procura medir qual o valor ou o percentual do Patrimônio Líquido (PL) está investido no Ativo não Circulante (ANC). Nota-se que quanto mais a empresa investir no ANC menos recursos próprios sobrarão para o AC e a consequência será a maior dependência de CT para o financiamento do AC. IPL = (Ativo Não Circulante ) / Patrimônio Líquido ) x 100 IPL 2014 = (300,00/430,00) x 100 = 70% IPL 2015 = (320,00/475,00) x 100 = 67% Quanto menor, melhor! Ativo 2015 2014 AC 680,00 * 630,00 * Disponibilidades 180,00 150,00 Caixa e bancos 80,00 75,00 Aplicações financeiras 100,00 75,00 Clientes 120,00 115,00 Estoques 200,00 195,00 ANC 320,00 300,00 Realizávela LP 30,00 25,00 Investimentos 150,00 145,00 Imobilizado 90,00 85,00 Intangível 50,00 45,00 Total do Ativo 1000,00 930,00 Passivo 2015 2014 PC 465,00 * 445,00 * Fornecedores 325,00 320,00 Salários 85,00 80,00 Impostos 35,00 30,00 Energia, água e Tel. 20,00 15,00 PNC Financiamento bancário 60,00 55,00 PL 475,00 430,00 Capital Social 255,00 250,00 Patrimônio líquido 220,00 180,00 Total do Passivo 1000,00 930,00 Índice de Imobilização dos Recursos não Correntes O índice de Imobilização dos recursos não correntes relaciona as fontes de recursos não correntes do Balanço (PNC e PL) com as aplicações não correntes (ANC). Compara as fontes fixas de recursos de longo prazo com as aplicações fixas. IRNC = (ANC/PL+PNC) x 100 IRNC 2014 = (300,00 / 430,00 + 55,00) x 100 = 62% IRNC 2015 = (320,00 / 475,00 + 60,00) x 100 = 60% Quanto menor, melhor! Obs.: Item circulante = item corrente Ativo 2015 2014 AC 680,00 * 630,00 * Disponibilidades 180,00 150,00 Caixa e bancos 80,00 75,00 Aplicações financeiras 100,00 75,00 Clientes 120,00 115,00 Estoques 200,00 195,00 ANC 320,00 300,00 Realizávela LP 30,00 25,00 Investimentos 150,00 145,00 Imobilizado 90,00 85,00 Intangível 50,00 45,00 Total do Ativo 1000,00 930,00 Passivo 2015 2014 PC 465,00 * 445,00 * Fornecedores 325,00 320,00 Salários 85,00 80,00 Impostos 35,00 30,00 Energia, água e Tel. 20,00 15,00 PNC Financiamento bancário 60,00 55,00 PL 475,00 430,00 Capital Social 255,00 250,00 Patrimônio líquido 220,00 180,00 Total do Passivo 1000,00 930,00 Capital Circulante Próprio (CCP) O Capital Circulante Próprio (CCP) é a diferença entre o Patrimônio Líquido e o Ativo Não Circulante. Representa a parcela do Patrimônio Líquido (PL) investida no Ativo Circulante. CCP = PL-ANC CCP 2014 = 430,00 – 300,00 = 130,00 CCP 2015 = 475,00 – 320,00 = 155,00 Ativo 2015 2014 AC 680,00 * 630,00 * Disponibilidades 180,00 150,00 Caixa e bancos 80,00 75,00 Aplicações financeiras 100,00 75,00 Clientes 120,00 115,00 Estoques 200,00 195,00 ANC 320,00 300,00 Realizávela LP 30,00 25,00 Investimentos 150,00 145,00 Imobilizado 90,00 85,00 Intangível 50,00 45,00 Total do Ativo 1000,00 930,00 Passivo 2015 2014 PC 465,00 * 445,00 * Fornecedores 325,00 320,00 Salários 85,00 80,00 Impostos 35,00 30,00 Energia, água e Tel. 20,00 15,00 PNC Financiamento bancário 60,00 55,00 PL 475,00 430,00 Capital Social 255,00 250,00 Patrimônio líquido 220,00 180,00 Total do Passivo 1000,00 930,00 Exercícios... Índices de Rentabilidade Os índices de que compõem a Rentabilidade também são denominados de resultados, pois fazem referência ao estudo do resultado operacional apurado na DRE e sua relação com os investimentos que foram realizados no Balanço Patrimonial. Conceito: Os índices desse grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa. Composição da DRE Índices de Rentabilidade ou de Resultado Na literatura de Análise das Demonstrações Financeiras há quatro índices diferentes de Rentabilidade: Giro do Ativo (GA); Margem Líquida (ML); Rentabilidade do Ativo (RA); Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL). Cada índice visa estudar e ou analisar aspectos específicos do Resultado das Empresas. Giro do Ativo (GA) O índice do Giro do Ativo relaciona as Vendas Líquidas com o Ativo (Investimentos) das empresas. Esse índice procura medir qual o efeito direto dos Investimentos realizados no Ativo sobre as vendas. GA = Vendas Líquidas / Ativos Na DRE, Receita Bruta (Venda Bruta) (-) impostos = Receita Líquida (Venda Líquida) Cia X-tudo S/A. DRE 31/12/2013 2013 2012 Receita Bruta 5.168.123 5.105.866 (-) Deduções/Abatimentos/Impostos 350.000 680.000 Receita Líquida 4.818.123 4.425.866 (-) Custo das mercadorias vendidas 3.621.530 3.273.530 (=) Lucro Bruto 1.196.593 1.152.336 (-) Despesas Operacionais 487.599 409.644 (-) Despesas Financeiras 273.448 435.254 (=) Lucro Operacional 435.546 307.438 Imposto de Renda (30%) 130.664 92.231 Lucro Líquido 304.882 215.207 Ativos 2013 2012 AC 1.960.480 2.269.171 Disponibilidades 163.634 107.224 Caixa e bancos 34.665 26.309 Aplicações financeiras 128.969 80.915 Clientes 1.045.640 1.122.512 Estoques 751.206 1.039.435 ANC 765.698 714.879 Realizavel a LP 0 0 Investimentos 72.250 156.475 Imobilizado 693.448 517.506 Intangível 0 40.898 Total do Ativo 2.726.178 2.984.050 Cia X-tudo S/A. BP 31/12/2013 GA 2013 = 4.818.123 / 2.726.178 = 1,77 GA 2012 = 4.425.866 / 2.984.050 = 1,48 O GA indica quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 de investimento total. Em outras palavras, para cada R$ 1,00 de investimento no ativo ela vendeu R$ 1,77, ou seja, R$ 0,77 a mais. Margem Líquida (ML) O Índice de Margem Líquida mede a relação entre o Lucro Líquido e as Vendas Líquidas realizadas pelas Empresas. ML = (Lucro Líquido / Vendas Líquidas) x 100 Cia X-tudo S/A. DRE 31/12/2013 2013 2012 Receita Bruta 5.168.123 5.105.866 (-) Deduções/Abatimentos/Impostos 350.000 680.000 Receita Líquida 4.818.123 4.425.866 (-) Custo das mercadorias vendidas 3.621.530 3.273.530 (=) Lucro Bruto 1.196.593 1.152.336 (-) Despesas Operacionais 487.599 409.644 (-) Despesas Financeiras 273.448 435.254 (=) Lucro Operacional 435.546 307.438 Imposto de Renda (30%) 130.664 92.231 Lucro Líquido 304.882 215.207 Ativos 2013 2012 AC 1.960.480 2.269.171 Disponibilidades 163.634 107.224 Caixa e bancos 34.665 26.309 Aplicações financeiras 128.969 80.915 Clientes 1.045.640 1.122.512 Estoques 751.206 1.039.435 ANC 765.698 714.879 Realizavel a LP 0 0 Investimentos 72.250 156.475 Imobilizado 693.448 517.506 Intangível 0 40.898 Total do Ativo 2.726.178 2.984.050 Cia X-tudo S/A. BP 31/12/2013 ML 2012 = (215.207 / 4.425.866) x 100= 4,86% ML 2013 = (304.882 / 4.818.123) x 100 = 6,32% O ML indica quanto a empresa obtém de Lucro Líquido para cada R$ 100,00 vendidos. Em outras palavras, a cada R$ 100,00 investidos no ativo R$ 6,32 ficam com a empresa. Quanto maior, melhor. Rentabilidade do Ativo (RA) O Índice de Rentabilidade do Ativo relaciona o Lucro Líquido com o Ativo (Investimentos) das Empresas. Procura medir qual o efeito direto dos investimentos realizados no Ativo sobre a geração do Lucro Líquido. RA = (Lucro Líquido (DRE)) / Ativo (BP)) x 100 Cia X-tudo S/A. DRE 31/12/2013 2013 2012 Receita Bruta 5.168.123 5.105.866 (-) Deduções/Abatimentos/Impostos 350.000 680.000 Receita Líquida 4.818.123 4.425.866 (-) Custo das mercadorias vendidas 3.621.530 3.273.530 (=) Lucro Bruto 1.196.593 1.152.336 (-) Despesas Operacionais 487.599 409.644 (-) Despesas Financeiras 273.448 435.254 (=) Lucro Operacional 435.546 307.438 Imposto de Renda (30%) 130.664 92.231 Lucro Líquido 304.882 215.207 Ativos 2013 2012 AC 1.960.480 2.269.171 Disponibilidades 163.634 107.224 Caixa e bancos 34.665 26.309 Aplicações financeiras 128.969 80.915 Clientes 1.045.640 1.122.512 Estoques 751.206 1.039.435 ANC 765.698 714.879 Realizavel a LP 0 0 Investimentos 72.250 156.475 Imobilizado 693.448 517.506 Intangível 0 40.898 Total do Ativo 2.726.178 2.984.050 Cia X-tudo S/A. BP 31/12/2013 RA 2012 = (215.207 / 2.984.050) x 100= 7,21% RA 2013 = (304.882 / 2.726.178) x 100 = 11,18% O RA indica quanto a empresa obtém de Lucro para cada R$ 100,00 de Investimento Total. Em outras palavras, para cada R$ 100,00 investidos em 2013 a empresa obteve Lucro Líquido de R$ 11,38. Quanto maior, melhor. Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL) O Índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido relaciona o Lucro Líquido com o Patrimônio Líquido (Capital Próprio Investido) das empresas. Visa medir qual o efeito direto do Capital Próprio Investido sobre a geração do Lucro Líquido. RPL = (Lucro Líquido (DRE)) / Patrimônio Líquido (BP)) x 100 Cia X-tudo S/A. DRE 31/12/2013 2013 2012 Receita Bruta 5.168.123 5.105.866 (-) Deduções/Abatimentos/Impostos 350.000 680.000 Receita Líquida 4.818.123 4.425.866 (-) Custo das mercadorias vendidas 3.621.530 3.273.530 (=) Lucro Bruto 1.196.593 1.152.336 (-) Despesas Operacionais 487.599 409.644 (-) Despesas Financeiras 273.448 435.254 (=) Lucro Operacional 435.546 307.438 Imposto de Renda (30%) 130.664 92.231 Lucro Líquido 304.882 215.207 Ativos 2013 2012 AC 1.960.480 2.269.171 Disponibilidades 163.634 107.224 Caixa e bancos 34.665 26.309 Aplicações financeiras 128.969 80.915 Clientes 1.045.640 1.122.512 Estoques 751.206 1.039.435 ANC 765.698 714.879 Realizavel a LP 0 0 Investimentos 72.250 156.475 Imobilizado 693.448 517.506 Intangível 0 40.898 Total do Ativo 2.726.178 2.984.050 Cia X-tudo S/A. BP 31/12/2013 RPL 2012 = (215.207 / 1.417.269) x 100= 15,18% RA 2013 = (304.882 / 1.571.282) x 100 = 19,40% O RPL indica quanto a empresa obteve de Lucro Líquido para cada R$ 100,00 de Capital Próprio Investido. Em outras palavras, para cada R$ 100,00 investidos em 2012 de Capital Próprio a empresa obteve lucro de R$ 15,18. Quanto maior, melhor. Exercícios... Por hoje é só... Muito Obrigado!
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