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BOAS PRÁTICAS SILVICULTURAIS PARA O CULTIVO DA AROEIRA SCHINUS TEREBINTHIFOLIUS RADDI Edinelson Maciel Neves Pesquisador Embrapa Florestas POR QUÊ BOAS PRÁTICAS SILVICULTURAIS...? Porque o cultivo de árvores deve ser encarado como um cultivo agrícola. Por ex., no cultivo de soja todas as atividades são feitas visando obter máxima produção. Num cultivo florestal, as boas práticas silviculturais constituem a base para que o produtor rural obtenha sucesso com o investimento feito. POR QUÊ CULTIVAR AROEIRA...? Espécie florestal rústica e com produção precoce de frutos. Apresenta diversos usos nos mercados interno e externo, sendo seus frutos usados na gastronomia e na indústria de cosméticos: Gastronomia: condimento da pimenta rosa. Cosmético: produtos feitos a partir da extração do óleo. OBJETIVO Transmitir aos produtores rurais, procedimentos sobre práticas silviculturais que contribuam para o sucesso do cultivo da aroeira destinada à produção de frutos. PLANEJAMENTO AQUISIÇÃO DE MUDAS Nem sempre é fácil obter-se mudas aptas para a melhor época de plantio e nas quantidades desejadas. Em viveiro, mudas de aroeira necessitam em torno de 6 meses para irem ao campo, quando produzidas em tubetes de 280 cm3. AQUISIÇÃO DE MUDAS Mudas usadas para plantios florestais são adquiridas em viveiros comerciais, em órgão de fomento ou em ONG. Mudas de branquilho e erva-mate. (Autor: Edinelson Neves) CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE BOAS MUDAS Priorizar as que apresentam altura homogênea. Mudas de guanandi com altura homogênea. (Autor: Edinelson Neves) CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE BOAS MUDAS Selecionar mudas sadias. Descartar as que apresentam sinais de ataque de pragas e doenças. Priorizar mudas com rigidez de colo e sistema radicular bem formado. Muda com rigidez do colo e sistema radicular bem formado. (Autor: Edinelson Neves) CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE BOAS MUDAS Descartar as que apresentam sistema radicular com raízes enoveladas ou insuficientes Muda com raízes enoveladas, produzidas em tubetes com tamanho inadequado. (Autor: Edinelson Neves) CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE BOAS MUDAS Solicitar que as mudas sejam produzidas preferencialmente em tubetes com 280 cm3. Descartar mudas com altura inferior de 15 a 20 cm. Mudas de uvaia (Eugenia piriformes) produzidas em tubetes com 280 cm3. (Autor: Edinelson Neves) CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE BOAS MUDAS Muda com necessidade de poda de raiz. No viveiro é produzida próxima do solo – umidade. Muda com raiz a ser podada. (Autor: Edinelson Neves) TRANSPORTE DO VIVEIRO À PROPRIEDADE RURAL Cuidados devem ser tomados no sentido de se evitar que durante o transporte as mudas sejam queimadas pela ação do vento. RUSTIFICAÇÃO DAS MUDAS NA PROPRIEDADE RURAL Até o dia do plantio, o produtor deve manter as mudas em locais com bastante luz solar e irrigá-las no final do dia. Este procedimento evita que as mudas percam o processo de rustificação feito no viveiro. RUSTIFICAÇÃO DAS MUDAS NA PROPRIEDADE RURAL Mudas rustificadas para plantio. (Autor: Edinelson Neves) PREPARO DE ÁREA Deve-se evitar área com solo raso, declivosa e com lençol freático próximo a superfície do solo. Em alguns casos, a abertura de linhas para redução da incidência de gramíneas e descompactação do solo é o suficiente. A abertura de linha pode ser feita com o uso de enxada rotativa. PREPARO DE ÁREA Abertura de linha feita com o uso de enxada rotativa. (Autor: Ricardo Britez) PREPARO DE ÁREA Dependendo da textura, a descompactação pode ser feita com o uso de um subsolador. Abertura de linha de plantio com uso de subsolador para descompactação do solo. (Autor: Ricardo Britez) PREPARO DE ÁREA Uso de subsolador, de arado e de grade rotativa Preparo de área para plantios. (Autor: Edinelson Neves) PREPARO DE ÁREA Ambientalmente, o uso de herbicida não é recomendável. Aplicação de herbicida. (Autor: Edinelson Neves) COLETA DE SOLO Coletado em forma de X, dos primeiros 20 cm de profundidade. Após análise química, verifica-se a necessidade de calagem e do uso de fertilizantes. CALAGEM Saturação de bases Necessária quando < de 50%. Entre os valores de 50 a 60%, usar calcário dolomítico (Ca + Mg) – 30 dias antes do plantio. Aplicar metade ao solo antes da aração e o restante após. Incorporar com a operação de gradagem. ABERTURA DE COVAS Não precisam ser grandes. Dimensões de 20 cm de lado x 20 cm de profundidade ou de uma pá plantadeira (23 cm) são suficiente. Caso o plantio seja adubado, as covas podem ter 30 cm de lado x 20 cm de profundidade. Recomenda-se uso de hidrogel hidratado – 2,5 g/cova diluído em 1 L de água. ADUBAÇÃO DE COVA Para se proporcionar um bom desenvolvimento às espécies cultivadas, pode-se adotar uma adubação padrão com o uso de 100 g por cova de NPK na formulação 10:30:10. Na ausência de adubo químico, usar adubo orgânico bem curtido. Aplicação pode ser dividida em duas partes: na cova e na primeira semana após o plantio COMBATE ÀS FORMIGAS CORTADEIRAS Deve ser iniciado antes do plantio e continuar de forma constante nos primeiros três meses pós-plantio. É importante que periodicamente sejam feitas inspeções para verificação de possíveis ataques. Quando necessário, pode-se usar isca granulada ou formicida adequado para combater os ataques. ÉPOCA DE PLANTIO Seguir o ano agrícola – novembro até final de Janeiro. Ter cuidado para que o torrão da muda não se desfaça. Com uso de hidrogel pode-se antecipar para outubro. Torrão preservado no plantio com uso de hidrogel. (Autor: Edinelson Neves) ESPAÇAMENTO Levar em consideração os objetivos e a espécie usada com ênfase à formação de fuste e arquitetura de copa. Nas ruas de plantio uso de leguminosas forrageira ou arbustiva; supressão das gramíneas; redução dos custos com manutenção (uso de mão de obra). ESPAÇAMENTO Shinus terebinthifolius (aroeira) com 6 meses. (Autor: Edinelson Neves) TRATOS CULTURAIS Roçagem mecanizada nas ruas e linhas de plantio. Se necessário coroamento – resíduos em torno da planta como “mulching”. Controle de formigas – Mirex ou outro. PODA Poda de aroeira praticada por produtores do município de São Mateus (Autor: Edinelson Neves) PODA Precisa ser cultivada como planta frutífera; copa direcionada para formação de maior quantidade de galhos e máxima produção de frutos. Bifurcação precoce; tronco com 15 a 20 cm em relação à superfície do solo. Predominância de ramos com crescimento horizontal – plagiotrópicos. ÉPOCA E TIPOS DE PODA Logo após o término da principal colheita de frutos. Poda de Formação – copa na forma de taça. Poda de Frutificação ou Produção – indução de galhos plagiotrópicos (produtivos e finos); regulação de seu comprimento em função do espaçamento; eliminação dos ramos “ladrões”. Poda de Limpeza – eliminar galhos secos, fracos, mal localizados e molestados; tratamento químico (cúprico) da parte cortada. RESULTADOS PRELIMINARES Experimento com aroeira implantado em fevereiro de 2013. Delineamento de Blocos ao Acaso (DBC) : 6 tratamentos com 3 repetições Parcelas: 49 plantas com 25 úteis TRATAMENTOS Tratamento 1: (testemunha) 20 g/cova de calcário. Tratamento 2: 20 g/cova de calcário + 100 g/cova NPK 5-30-10. Tratamento 3: 20 g/cova de calcário + 100 g/cova NPK 5-30-10 + 2g/cova Ácido bórico. Tratamento 4: 20 g/cova de calcário + 100 g/cova NPK 5-30-10 + 2g/cova Sulfato de Zn. Tratamento 5: 20 g/covade calcário + 100 g/cova NPK 5-30-10 + 2g/cova Sulfato de Zn + 2g/cova Ácido bórico. Tratamento 6: 20 g/cova de calcário + 500g composto orgânico. AVALIAÇÕES DENDOMÉTRICAS Aos 13 meses Caracteres: Altura DAC Área copa diâmetro nos sentidos Leste-Oeste e Norte-Sul TESTE DE MÉDIAS – TUKEY Grupos Tratamentos Diâmetro Médias (mm) Altura médias (cm) a 2 NPK 50.38 165.9 ab 5 NPK+Zn+B 48.12 156.7 ab 4 NPK+Zn 47.89 156.5 b 3 NPK+B 45.91 150.8 c 6 Comp. Orgânico 40.47 136.6 d 1 test. 32.73 119.2 DIÂMETRO DE COPA Grupo Tratamento Médias (cm) a 2 247.9 ab 4 241.6 ab 5 238.7 bc 3 221.3 c 6 205.2 d 1 159.5 OBRIGADO! Edinelson Maciel Neves
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