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GESTÃO DE DADOS NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS Iuri Pinheiro Machado Patos de Minas - MG FERRAMENTAS ELETRÔNICAS (INDISPENSÁVEIS) Softwares específicos: • S2 • Pig care • Farm Planilhas EXTRAPOLAÇÃO ECONÔMICA • Custos da granja • Sintonia com o mercado • Avaliação de investimentos e melhorias ÍNDICES GERAIS KG PRODUZIDOS/MATRIZ/ANO • mais de 3.000 kg CONVERSÃO DE REBANHO • kg de ração/kg vendido (2,60) • R$ de ração/kg vendido (?) CONVERSÃO ALIMENTAR Consumo por matriz alojada de 1.050 a 1.200kg/ matriz/ano Considerando leitoas de reposição alojadas desde os 150 dias de idade Em torno de 40% é ração lactação CONVERSÃO DE CRECHE • Rações mais caras • Diferentes programa nutricionais com diferentes custos • Melhor comparação por custo/benefício = R$/kg de ganho CONVERSÃO ALIMENTAR X CUSTO DA RAÇÃO NA CRECHE Por se tratar de rações caras, cada sistema deve determinar o seu ponto de equilíbrio. CA 1,450 Kg Custo 0,86/Kg ração CA 1,500 Kg Custo 0,76/Kg ração Mesmo com CA melhor, custo maior. R$ 1,14 de ração/kg de leitão R$ 1,25 de ração/kg de leitão CA R$/kg ração Peso saída Ração cons R$ ração Ração/kg leitão 1,5 0,76 25 37,5 28,5 R$ 1,140 1,45 0,86 25 36,2 31,2 R$ 1,247 25 kg x 1,5 CA 25 kg x 1,45 CA 37,5 kg ração x R$ 0,76 36,2 kg ração x R$ 0,86 custo de ração por animal/25 kg INTER-RELAÇÃO ENTRE ÍNDICES Auxílio ao diagnóstico de pontos críticos no manejo das fases de crescimento: • GPD baixo pode estar relacionado a baixo consumo de ração e/ou problema sanitário; • lotes com boa CA na creche normalmente apresentam bom GPD, entretanto, quando o GPD é alto e a conversão é ruim pode ser um indicativo de desperdício excessivo de ração. • GPD baixo e alto consumo de ração, com baixo desperdício, podem indicar problema sanitário (entérico). CONVERSÃO DE REBANHO A produtividade baixa, aumenta a participação do consumo das matrizes no custo de produção, mas a conversão de terminação é quem tem peso maior sobre o custo total. Ração pode ser + de 80% do custo total CA REBANHO (CONSUMO MATRIZES 1200KG/ANO EM TODAS) Fonte: Faccin, 2010 CONSUMO RAÇÃO MATRIZES X PRODUTIVIDADE 1.200kg/ano Cevado/femea/ano=20 (60 kg) C/f/a = 28 (42,9kg) Diferença = 17,1 kg/cevados (R$ 12,00) CA, PRODUTIVIDADE E FATURAMENTO QUANTO VALE UM SUÍNO PRODUZIDO A MAIS? Valor de venda do suíno – custos fixos – custos variáveis Retorno sobre qualquer investimento ou modificação? • Adequação na instalação • Automação e climatização • Mais ou menos um funcionário • Manejo novo CUSTO DE PRODUÇÃO GRANJA (R$/KG PRODUZIDO) CUSTO DE PRODUÇÃO GRANJA (R$/KG PRODUZIDO) CUSTO DE PRODUÇÃO GRANJA (R$/KG PRODUZIDO) CUSTOS FIXOS Instalações Equipamentos Depreciação Manutenção Reprodutores Rações reprodutores Medicamentos reprodutores Mão de obra Inseminação Assistência técnica CUSTO DE PRODUÇÃO GRANJA (R$/KG PRODUZIDO) CUSTOS FIXOS Instalações Equipamentos Depreciação Manutenção Reprodutores Rações reprodutores Medicamentos reprodutores Mão de obra Inseminação Assistência técnica CUSTOS VARIÁVEIS Fretes Impostos Energia Rações e medicamentos de Creche e terminação EXEMPLO: VOCÊ AVALIA O FUNCIONÁRIO NOTURNO DA MATERNIDADE? • O parto do noturno é bem atendido (natimortalidade)? • Morrem poucos leitões à noite? • Quanto custa a equipe de noturnos? • Quanto representa um leitão nascido a mais ou salvo? Margem extra (ME) ME = PREÇO DE VENDA – custo variável ME = MARGEM EXTRA Ganho extra sobre cada animal produzido a mais, considerando que existe um custo fixo a partir de um ponto de equilíbrio (quando a granja começa a dar lucro). A partir de deste ponto de equilíbrio, cada animal produzido a mais só agregará de custo o consumo de ração e medicamento nas fases de crescimento e o investimento ou melhoria feita para esta produção extra. ME = PREÇO DE VENDA – CUSTO VARIÁVEL Exemplo: Granja acima do ponto de equilíbrio financeiro Preço de venda (por cevado): R$ 270,00 Custo variável (por cevado): R$ 170,00 • Ração de creche: R$ 30,00 • Ração de terminação: R$ 130,00 • Medicamentos, vacinas: R$ 10,00 ME = 270 – 170 = R$ 100,00 Cálculo de viabilidade de climatização em gestação (ventilação/nebulização) EXEMPLO DE INVESTIMENTO NÚMERO DE NASCIDOS VIVOS RELACIONADO COM O CICLO CLIMÁTICO E USO OU NÃO DE EQUIPAMENTOS DE CLIMATIZAÇÃO NA GESTAÇÃO 8 9 10 11 12 13 out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set meses do ano Mé dia de na sc ido s v ivo s/l eit eg ad a c/ climatização na gestação s/ climatização na gestação (Nääs, 1998) Custo estimado da climatização de gestação (ventilação e nebulização): R$ 40.000,00 para 1.140 matrizes produtivas Margem extra = 270,00 – 170 Margem extra/suíno extra = 100,00 N° de suínos para pagar o investimento: 40.000 / 100 = 400 suínos produzidos a mais CLIMATIZAÇÃO DE GESTAÇÃO 400 suínos produzidos a mais Suínos/fêmea/ano = 400 / 1140 0,35 suíno/fêmea/ano produzido A mais em um ano paga o investimento CLIMATIZAÇÃO ALIMENTAÇÃO AUTOMÁTICA NA GESTAÇÃO DESEMPENHO DE MATRIZES COM DIFERENTES SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE RAÇÃO NA GESTAÇÃO Parâmetro Manual Automático N° de retornos ao cio 74 53 Taxa de abortos 3,00 0,75 NV/parto 10,4 10,7 P<0,05 Adaptado de Corrêa et all (2006) Investimento: R$ 150 mil (1100 matrizes) Receita bruta/suíno terminado (100kg): R$ 270,00 Custo operacional/suíno terminado: 170,00 Margem extra/suíno vendido: R$ 100,00 Suínos a mais por/matriz/ano: 0,7 suíno X 1.100 mtz = 770 Margem extra anual com o ganho estimado em produtividade: 770 X 100,00 = R$ 77.000,00 (2 anos) + GANHO COM MÃO-DE-OBRA?? AUTOMAÇÃO DE GESTAÇÃO Conversão alimentar (CA) Nem sempre a melhor CA representa a maximização do lucro É preciso analisar em conjunto: • O custo unitário da ração; • O benefício zootecnico; • O preço de venda do suíno EFICIÊNCIA NA TERMINAÇÃO Calculando o retorno sobre investimento em ração na terminação (ração B melhorada) Premissas: Ração A: R$ 0,50 Ração B: 0,55 Preço do suíno: R$ 2,75/kg EXEMPLO 1: PREÇO DE VENDA R$ 2,75 Calculando o retorno sobre investimento em ração na terminação (ração B melhorada) Ração PM Entrada PM Saída* Ganho peso fase CA Ração/ suíno R$/kg ração R$ ração/suino A 23 kg 105 kg 82 kg 2,50 205 kg R$ 0,50 R$ 102,50 B 23 kg 107,5 kg 84,5 kg 2,45 200,9 kg R$ 0,55 R$ 110,50 Diferença/suíno (B-A) + 2,5kg * 100 dias de terminação Diferença/suíno (A – B) - R$ 8,00 EXEMPLO 1: PREÇO DE VENDA R$ 2,75 Calculando o retorno sobre investimento em ração na terminação (ração B melhorada) Ração PM Entrada PM Saída* Ganho peso fase CA Ração/ suíno R$/kg ração R$ ração/suino A 23 kg 105 kg 82 kg 2,50 205 kg R$ 0,50 R$ 102,50 B 23 kg 107,5 kg 84,5 kg 2,45 200,9 kg R$ 0,55 R$ 110,50 Diferença/suíno (B-A) + 2,5kg * 100 dias de terminação Diferença/suíno (A – B) - R$ 8,00 Benefícios da ração R$ 8,00 mais cara (B sobre A): Redução de 0,050 un na CA (2%)Melhora de 0,025kg no GPD (3%) EXEMPLO 1: PREÇO DE VENDA R$ 2,75 Calculando o retorno sobre investimento em ração na terminação Premissas: Ração A: R$ 0,50 Ração B: 0,55 Preço do suíno: R$ 2,75/kg RETORNO NEGATIVO: {(retorno – investimento)/investimento} X 100 {(6,87 – 8,00)/8,00} X 100 = - 14,13 % Custo do investimento: R$ 8,00/suíno Retorno final (2,5kg): R$ 6,87/suíno EXEMPLO 1: PREÇO DE VENDA R$ 2,75 Calculando o retorno sobre investimento em ração na terminação (ração B melhorada) Premissas: Ração A: R$ 0,50 Ração B: 0,55 Preço do suíno: R$ 3,40/kg EXEMPLO 2: PREÇO DE VENDA = R$ 3,40 Calculando o retorno sobre investimento em ração na terminação Premissas: Ração A: R$ 0,50 Ração B: 0,55 Preço do suíno: R$ 3,40/kg RETORNO POSITIVO: {(retorno – investimento)/investimento} X 100 {(8,50 – 8,00)/8,00} X 100 = + 6,25 % Custo do investimento: R$ 8,00/suíno Retorno final (2,5kg): R$ 8,50/suíno EXEMPLO 2: PREÇO DE VENDA = R$ 3,40 Qual o verdadeiro impacto econômico? Alojados/mês Mortalidade e abate 3% 2% 1.300 1.261 1.274 Faturamento bruto R$ 398.791,25 R$ 400.902,50 Diferença mensal R$ 4.111,25 Valor agregado/suíno vendido R$ 3,22 REDUÇÃO DA MORTALIDADE NA TERMINAÇÃO Alojados/mês Mortalidade e abate 3% 2% 1.300 1.261 1.274 Faturamento bruto R$ 398.791,25 R$ 400.902,50 Diferença mensal R$ 4.111,25 Valor agregado/suíno vendido R$ 3,22 Em um ano o valor bruto produzido a mais é de R$ 49.335,00 REDUÇÃO DA MORTALIDADE NA TERMINAÇÃO Qual o verdadeiro impacto econômico? ÍNDICES ESPECÍFICOS • Plantel • Reprodução • Creche • Recria/terminação ÍNDICES ESPECÍFICOS Plantel • N. matrizes produt. x capacidade da granja • Taxa de mortalidade de matrizes • Taxa de descarte e reposição • Composição etária do plantel (OP) ÍNDICES ESPECÍFICOS Reprodução • desmamados/femea/ano • Partos/femea/ano • Nascidos totais/parto • % natimortalidade e mumificação • Nascidos vivos/parto • % Mortalidade na lactação • Taxa de parto • Alvos de cobertura ÍNDICES ESPECÍFICOS Reprodução Indicadores de qualidade • % abortos e retornos ao cio • % matrizes descartadas pós cobertura • Produtividade média ao longo da vida • Peso ao nascer • Peso ao desmame • Idade ao desmame DISTRIBUIÇÃO MATRIZES (CICLO) Ideal: 50% entre 3 e 7 ciclos DESCARTE ESTRATÉGICO DESCARTE ESTRATÉGICO DESCARTE ESTRATÉGICO DESCARTE ESTRATÉGICO FAIXAS DE PESO AO NASCER EFEITO DO PESO AO NASCIMENTO SOBRE A TAXA DE MORTALIDADE 59,38 35,09 22,65 14,85 9,83 12,15 10,46 5,10 0 8 16 24 32 40 48 56 64 Mo rta lid ad e, % < 0,67 0,67-0,86 0,90-1,10 1,15-1,30 1,35-1,55 1,60-1,75 1,80- 2,00 > 2,00 Peso ao Nascimento, kg. IDADE AO DEMAME (DISPERSÃO) INDUÇÃO AO PARTO HORÁRIO DO PARTO ÍNDICES ESPECÍFICOS Creche, recria e terminação • GPD na fase; • Conversão na fase e custo da ração; • Peso de saída; • % mortalidade • % descarte (qualidade) Dados, controles e registros são ferramentas para tomada de decisão e ações. AÇÕES • Auditagem técnica nos registros e nos setores • Foco na resolução dos problemas e proatividade • O gerente tem de ter a consciencia de que ele e sua equipe é que fazem o resultado. O assistente é um suporte. AÇÕES • Definir prioridades • Elaborar planos de ação: o quê? por que? Como? Quem? Quando? • Cobrar a execução das ações estabelecidas • Comprometimento das lideranças e da equipe (convencimento e consenso) • Sem comprometimento: “eu falei que não ia dar certo!” • O uso de softwares é fundamental na gestão da granja • É preciso correlacionar os índices zootecnicos com o balanço financeiro da atividade • A confiabilidade dos registros é condição indispensável para a tomada de decisão CONSIDERAÇÕES FINAIS MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO! Iuri Pinheiro Machado iuri@integrall.org
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