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Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho 2017 Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Desenho Técnico Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Introdução M.C. Escher comentou certa vez que o desenho lhe permitia comunicar “imagens de pensamento” impossíveis de serem traduzidas em palavras. A comunicação desses pensamentos exigia uma visibilidade, uma imagem, um grafismo que o desenho poderia auxiliar a criar. Segundo ARGAN (1991, p.25), “...Um projeto cujo desenho é antes de tudo síntese entre ideia e coisa”. Durante o processo projetual, o projetista utiliza linguagens para representar e documentar suas intenções. A representação visual da forma tem no desenho (e na construção de modelos) seu principal meio de comunicação. Segundo o dicionário Aurélio, Desenho é a “representação de formas sobre uma superfície, por meio de linhas, pontos, manchas, com objetivo lúdico, artístico, científico ou técnico”. Independente da maneira como o desenho se manifesta, sua importância em grande parte é devida ao seu objetivo de comunicar. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Introdução O desenho pode ser definido como suporte artístico ligado à produção de obras bidimensionais, diferindo da pintura e da gravura. É encarado tanto como processo quanto como resultado artístico. Refere-se ao processo pelo qual uma superfície é marcada aplicando-se sobre ela a pressão de uma ferramenta (em geral, um lápis, caneta ou pincel) e movendo-a, de forma a surgirem pontos, linhas e formas planas. Desta forma, um desenho manifesta-se essencialmente como uma composição bidimensional formada por linhas, pontos e formas. Gravura Diderot 1760 Nesse sentido o desenho pode significar a composição ou os elementos estruturais de uma obra. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Aplicação do desenho no desenvolvimento de projetos Se de um lado, o desenho é um risco, um traço e um meio para a expressão de uma ideia a realizar, de outro, é intenção, propósito, projeto no sentido de proposta. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Aplicação do desenho na construção civil No campo da Arquitetura e Engenharia, o desenho desempenha o papel fundamental de servir como elo de ligação entre o criador, o projetista, e aquele a quem a criação se destina. Assim, a projetação, de forma abrangente, tem a necessidade do conhecimento dos métodos de desenho, principalmente os do desenho técnico (que é guiado pelos fundamentos da geometria descritiva). Quanto maior o grau de conhecimento das formas geométricas e das suas possibilidades de apresentação e representação, maior a capacidade e liberdade criativas. Além disso, percebe-se que aqueles que detêm o conhecimento desses métodos, terão maior liberdade criativa. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Aplicação do desenho na construção civil Durante a antiguidade clássica, Marcus Vitruvius Pollio – Vitrúvio (I Séc. a.C.) elabora o seu tratado "De Architectura" em dez capítulos que abordam a formação do “arquiteto”, os requisitos mecânicos e estruturais de habitabilidade e estéticas das edificações e as características “projetuais” e construtivas, geometria, propriedade dos materiais, etc. Os seus padrões de proporções e os seus princípios conceituais - "utilitas" (utilidade), "venustas" (beleza) e "firmitas" (solidez) - inauguraram a base da Arquitetura clássica. O trabalho de Vitrúvio lança as bases para um tratamento teórico e formal da atividade de construção que até então era realizada de forma prática, com os conhecimentos construtivos sendo transmitidos oralmente e por exemplos – edificações existentes. Outra significativa inflexão na capacidade construtiva humana ocorre com o desenvolvimento científico a partir do renascimento e sua posterior associação às técnicas e ao trabalho durante a revolução industrial, marcando o surgimento da tecnologia. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Técnica x Tecnologia Técnica Técnica é o procedimento ou o conjunto de procedimentos que têm como objetivo obter um determinado resultado seja no campo da Ciência, da Tecnologia, das Artes ou em outra atividade. Como técnica pode-se entender um: “...conjunto de regras práticas para fazer coisas determinadas, envolvendo a habilidade do executor, e transmitidas, verbalmente, pelo exemplo, no uso das mãos, dos instrumentos e ferramentas e das máquinas” (Gama, 1986). As regras práticas, as habilidades e a transmissão dos conhecimentos incluídos na definição de técnica representam capacidades humanas importantes que estão associadas à interpretação e reinterpretação da natureza e das coisas. “...a essência de algo vale, segundo antiga doutrina, pelo que algo é. Questionamos a técnica quando questionamos o que ela é. Todos conhecem os dois enunciados que respondem à nossa questão. Um diz: técnica é um meio para fins. O outro diz: técnica é um fazer do homem. As duas determinações da técnica estão correlacionadas. Pois estabelecer fins e para isso arranjar e empregar os meios constitui um fazer humano”. (Martin Heidegger, A questão da técnica) Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Técnica x Tecnologia A tecnologia pode ser caracterizada pelo emprego da ciência moderna às técnicas e meios de produção. Segundo BETZ (1997, p. 9) "Tecnologia é o conhecimento da manipulação da natureza para propósitos do ser humano". Na realidade, tecnologia é uma das bases do conhecimento das empresas e tem desempenhado, cada vez mais, um papel determinante na competitividade das empresas e países. A descoberta e o consequente uso do fogo foi um ponto chave na evolução tecnológica do homem, permitindo um melhor aproveitamento dos alimentos e o aproveitamento dos recursos naturais que necessitam do calor para serem úteis. BETZ (1997) mostra que a etimologia do termo "tecnologia" é indicativo do fato que a tecnologia é uma forma de conhecimento: a primeira parte da palavra vem da palavra grega "technos" significando o processo para fazer alguma coisa; a segunda parte "ology" também vem do grego e significa a compreensão sistemática de alguma coisa. Logo tecnologia é o conhecimento de se fazer alguma coisa, o conhecimento de uma técnica funcional. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho O estudo das técnicas de representação gráfica se enquadra na área de comunicação. Assim como a linguagem verbal escrita, exige alfabetização. A execução e a interpretação da linguagem gráfica do desenho técnico exige treinamento específico para poder ser bem entendida, tanto por quem escreve, quanto por quem lê. O escultor Henry Moore dizia que o hábito do desenho rompe a inércia e a preguiça do olhar. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Expressão Gráfica O ensino dos métodos de perspectiva, por exemplo, é muitas vezes ofuscado pelos diversos softwares gráficos que modelam e geram, quase que “automaticamente”, imagens em perspectiva. O ensino e a prática da expressão gráfica têm passado por profundas mudanças nos últimos anos nas ás dreae tecnologia e artes. Isso vem acontecendo devido, sobretudo, à nova realidade profissional e didática instalada com a consolidação dos recursos da informática e da computação gráfica. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Expressão Gráfica Nos trabalhos que envolvem os conhecimentos tecnológicos de engenharia, a viabilização de boas ideias depende de cálculos exaustivos, estudos econômicos, análise de riscos etc. que, na maioria dos casos, são resumidos em desenhos que representam o que deve ser executado ou construído ou apresentados em gráficos e diagramas que mostram os resultados dos estudos feitos. Todo o processo de desenvolvimento e criação dentro da engenharia está intimamente ligado à expressão gráfica. O desenho técnico é uma ferramenta que pode ser utilizada não só para apresentar resultados como também para soluções gráficas que podem substituir cálculos complicados. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Expressão Gráfica O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a representação de formas, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas diversas áreas do conhecimento, como Engenharia, Arquitetura e Design. O desenho técnico utiliza um conjunto de elementos geométricos constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas normalizadas internacionalmente. O desenho técnico é definido como linguagem gráfica universal da Engenharia, Arquitetura e Design. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Expressão Gráfica – Visão Espacial Visão espacial, em princípio, todos têm e nos dá a capacidade de percepção mental das formas espaciais. Perceber mentalmente uma forma espacial, significa ter o sentimento da forma sem estar vendo o objeto. Por exemplo, fechando os olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de um copo, de um determinado carro, da sua casa, etc. A habilidade de percepção das formas espaciais a partir das figuras planas pode ser desenvolvida a partir de exercícios progressivos e sistematizados. O desenhista técnico tem uma tarefa grande. Passar uma informação exata e positiva de todos os detalhes dos objetos ou estrutura existente em sua imaginação. O desenho técnico é uma ferramenta que pode ser utilizada não só para apresentar resultados, mas também para soluções gráficas, que podem substituir cálculos complicados. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Expressão Gráfica – Visão Espacial Com a evolução tecnológica e dos recursos disponíveis pela computação gráfica, o ensino de desenho técnico é imprescindível na formação do Engenheiro, do Arquiteto, do Designer ou de qualquer outra modalidade que faça uso desse recurso. Além dos aspectos da linguagem gráfica que permite que as ideias concebidas por alguém sejam executadas por terceiros, o desenho técnico desenvolve o raciocínio, o senso de rigor geométrico, o espírito de iniciativa e de organização. Dessa forma, as áreas de Arquitetura, Engenharia e Construção irão depender, de uma forma ou de outra, do desenho técnico. No campo da Arquitetura e Engenharia, o desenho desempenha o papel fundamental de servir como elo de ligação entre o criador, o projetista, e aquele a quem a criação se destina. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Desenho Técnico Desenho Projetivo No século XVII, por patriotismo e visando facilitar as construções de fortificações, o matemático francês Gaspar Monge, que além de sábio era dotado de extraordinária habilidade como desenhista, criou, utilizando projeções ortogonais, um sistema com correspondência biunívoca entre os elementos do plano e do espaço. O sistema criado por Gaspar Monge, publicado em 1795 com o título “Geometrie Descriptive” é a base da linguagem utilizada pelo Desenho Técnico. Desenho não Projetivo São os desenhos resultantes de projeções do objeto em um ou mais planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas e às perspectivas. Na maioria dos casos, corresponde a desenhos resultantes dos cálculos algébricos e compreendem os desenhos de gráficos, diagramas, fluxogramas, organogramas etc. ▪ O desenho técnico é dividido em dois grandes grupos: Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Desenho Técnico Os desenhos projetivos compreendem a maior parte dos desenhos feitos nas industrias e alguns exemplos de utilização são: • Projeto e fabricação de máquinas, equipamentos e de estruturas nas indústrias de processo e de manufatura (indústrias mecânicas, aeroespaciais, químicas, farmacêuticas, petroquímicas, alimentícias etc.). • Projeto e construção de edificações com todos os seus detalhamentos elétricos, hidráulicos, elevadores etc. • Projeto e construção de rodovias e ferrovias mostrando detalhes de corte, aterro, drenagem, pontes, viadutos etc. • Projeto e montagem de unidades de processos, tubulações industriais, sistemas de tratamento e distribuição de água, sistema de coleta e tratamento de resíduos. • Projeto e construção de móveis e utilitários domésticos. • Promoção de vendas com apresentação de ilustrações sobre o produto. • Representação de relevos topográficos e cartas náuticas. • Desenvolvimento de produtos industriais. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Aplicação do desenho na construção civil No campo da Arquitetura e Engenharia, o desenho desempenha o papel fundamental de servir como elo de ligação entre o criador, o projetista, e aquele a quem a criação se destina. O desenho projetivo é utilizado em todas as modalidades da engenharia e pela arquitetura. O desenho projetivo aparece com vários nomes que correspondem a alguma utilização específica: • Desenho Mecânico • Desenho de Máquinas • Desenho de Estruturas • Desenho Arquitetônico • Desenho Elétrico/Eletrônico • Desenho de Tubulações Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Desenho Técnico Representação gráfica inicial elaborada geralmente a lápis, à mão livre e algumas vezes, sem escala, usando papel sulfite, manteiga ou milimetrado. É um suporte gráfico do raciocínio de um projeto ou de um levantamento de medidas e dados de um objeto. Facilita a escolha das vistas e cortes e o planejamento geral do desenho definitivo. Esboço ou croqui Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Desenho preliminar ou anteprojeto Desenho melhorado do croqui, realizado com instrumentos ou a mão livre, em escala, mas ainda sujeito a alterações. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Desenho definitivo ou projeto Desenho integrante da solução final do projeto, contendo os elementos necessários a sua compreensão, de modo a poder servir à execução. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Desenho Técnico – Quanto ao detalhe: O desenho de parte de uma peça ou conjunto, necessário para completar informações do desenho definitivo. Geralmente são feitos em escalas ampliadas para aumentar a clareza e precisão das informações. Desenho de detalhe Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Desenho de conjunto Desenho que mostra, juntos, todos os componentes que formam uma máquina ou estrutura. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho - Papel sulfite A4 e A3 sem legenda; - Prancheta A3 com régua fixa ou régua “T” com 60 cm (acrílico); - Par de esquadros de acrílico (30 e 45 graus); tamanho médio de 30 cm. (Trident ou Desetec) - Escalímetro ( 1:100 - 1:50 - 175: ); evite comprar escalímetro fabricado na China, se puderem compre das marcas Trident ou Desetec: - Borracha branca tipo “TK PLAST”; - Lapiseiras “0,3 mm”, “0,5 mm” e “0,7 mm” tipo PENTEL (marrom, preta e amarela) - Grafites com dureza “HB” “0,3”mm, 0,5 mm e “B” para 0,7 mm. - Compasso tipo KERN; Lixa de unha (para lixar grafite que vai no compasso) - Fita crepe, - papel de forro “KRAFT” ou “PARDO” caso use régua “T” em casa - Flanela - Pasta de plástico “A3” para guardar materiais e folhas RELAÇÃO DE MATERIAIS: OBJETIVOS: - Introdução à linguagem técnica com o desenvolvimento de projetos. - Possibilitar ao aluno o desenvolvimento de projetos, atendendo às Normas Técnicas e de acordo com as restrições dos Órgãos locais. Desenho Técnico Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Modelo da carimbo - ENTREGA DOS TRABALHOS: Todos os trabalhos deverão ser entregues “dobrados”, conforme as Normas Técnicas. Todos os trabalhos realizados irão compor seu portfólio, este servirá como um guia para a leitura de projetos e a realização de desenhos técnicos com qualidade e rigor técnico. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Bibliografia (Consultar na Biblioteca da Universidade Anhembi Morumbi) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8196: Desenho técnico - Emprego de escalas. 1999 (Base de Dados GedWeb). FRENCH T. E., VIERCK C. J., ESTEVES E. R. Desenho Técnico e Tecnologia Gráfica. São Paulo: Globo, 2005. MAGUIRE D. E., SIMMONS C. H., VIDAL L. R. G. Desenho Técnico: problemas e soluções gerais de desenho. São Paulo: Hemus, 2004. BOTELHO M. H. C. Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo - comentado e criticado: Lei nº 11.228 e decreto nº 32.329 com modificações e acréscimos. São Paulo: Pini, 2008. CARVALHO B. A. Desenho Geométrico. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2008. MONTENEGRO G. A. Desenho Arquitetônico: Para cursos técnicos de 2º grau e faculdades de arquitetura. São Paulo: Edgard Blucher, 1998. NEIZEL E., SCHMIESKE M. L. Desenho técnico para a construção civil: desenho básico. São Paulo: E.P.U. - Editora Pedagógica e Universitária, 1974. SILVA G. S. Curso de desenho técnico: para desenhistas acadêmicos de engenharia e arquitetura. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1993. Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Normas ABNT-NBR para DESENHO TÉCNICO (Consultar na Biblioteca da Universidade Anhembi Morumbi) Catálogo para consulta das normas da ABNT-NBR: https://www.abntcatalogo.com.br/ ABNT NBR10.068/1997 - Folha de Desenho – Leiaute e Dimensões – Padronização ABNT NBR 8403/1984 - Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - Larguras das linhas – Procedimento ABNT NBR 6.492/1994 - Representação de Projetos de Arquitetura ABNT NBR 10.067/1995 - Princípios Gerais de Representação em Desenho Técnico – Procedimento ABNT NBR 8.196/1999 - Desenho técnico – emprego de escalas ABNT NBR 10.126/1987 - Cotagem em desenho técnico – Procedimento (Errata 2:1998) ABNT NBR 8.402/1994 - Execução de caracter para escrita em desenho técnico - Procedimento Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Profº. M.S. Waldomiro Guimarães Filho Profº. M.S. 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