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Auriculoterapia: Conceitos e Prática

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
AURICULOTERAPIA 
 
 
1 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
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Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842a Auriculoterapia / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 
2012. 
 104p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-66104-29-5 
 1. Auriculoterapia. 2. Acumputura auricular. Pontos de acumputura I. Portal 
Educação. II. Título. 
 CDD 615.892 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO AOS CONHECIMENTOS HOLÍSTICOS ........................................................... 4 
1.1 PARADIGMA CARTESIANO E PARADIGMA HOLÍSTICO ........................................................ 5 
1.2 A NATUREZA DO SER HUMANO ............................................................................................. 8 
1.3 FUNDAMENTOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) ........................................... 9 
1.4 TEORIA YIN-YANG ................................................................................................................... 10 
1.5 TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS ......................................................................................... 12 
1.6 SANGUE ................................................................................................................................... 14 
1.7 KI (ENERGIA) ............................................................................................................................ 15 
1.8 TEORIA ZANG-FU (ÓRGÃOS INTERNOS) .............................................................................. 15 
1.9 TEORIA JING (MERIDIANOS) .................................................................................................. 15 
2 HISTÓRICO DA AURICULOTERAPIA ..................................................................................... 17 
2.1 DESENVOLVIMENTO ATUAL .................................................................................................. 19 
3 MECANISMOS DE AÇÃO DA AURICULOTERAPIA ............................................................... 22 
4 ANATOMIA DA ORELHA ......................................................................................................... 25 
4.1 NOMENCLATURA..................................................................................................................... 25 
4.2 CORRELAÇÃO DOS PONTOS AURICULARES ...................................................................... 31 
4.3 ESTRUTURAS ANATÔMICAS DO PAVILHÃO AURICULAR ................................................... 33 
5 LOCALIZAÇÃO E FUNÇÃO DOS PONTOS AURICULARES ................................................. 38 
5.1 LÓBULO .................................................................................................................................... 38 
5.2 ANTÍTRAGO .............................................................................................................................. 40 
 
 
3 
5.3 FOSSA SUPERIOR DO ANTÍTRAGO ....................................................................................... 43 
5.4 TRAGO ...................................................................................................................................... 43 
5.5 INCISURA DO SUPRATRAGO ................................................................................................. 45 
5.6 ANTI-HÉLIX ............................................................................................................................... 46 
5.7 ANTI-HÉLIX – CRUZ INFERIOR ............................................................................................... 48 
5.8 ANTI-HÉLIX – CRUZ SUPERIOR ............................................................................................. 48 
5.9 FOSSA ESCAFÓIDE OU ESCAFA ........................................................................................... 50 
5.10 FOSSA TRIANGULAR .............................................................................................................. 51 
5.11 CONCHA CIMBA ....................................................................................................................... 53 
5.12 CONCHA CAVA ........................................................................................................................ 56 
5.13 INCISURA DO INTERTRAGO ................................................................................................... 58 
5.14 HÉLIX ........................................................................................................................................ 59 
6 DIAGNÓSTICO ......................................................................................................................... 62 
6.1 DIAGNÓSTICO – CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS ........................................................ 63 
7 INDICAÇÕES ............................................................................................................................ 64 
8 TRATAMENTO ......................................................................................................................... 65 
8.1 TÉCNICAS DE TRATAMENTO ................................................................................................. 66 
9 PROTOCOLOS AVANÇADOS DE TRATAMENTO ................................................................. 68 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 103 
 
 
 
 
 
 
4 
1 INTRODUÇÃO AOS CONHECIMENTOS HOLÍSTICOS 
 
A Terapia Holística se propõe a trabalhar o ser humano integral. Este é constituído de 
uma fração visível, o corpo físico, e uma porção invisível, que embora não vemos, possam 
entender. Fato é que devido à regeneração celular, nosso corpo é permanentemente 
reconstruído. Nossas células de hoje não são as mesmas de ontem, não serão as mesmas 
amanhã. Todavia nossa essência continua a mesma. Mantemos a mesma autoconsciência, 
habilidades adquiridas, temos os mesmos gostos, ideais, sabemos o que fizemos ontem e quais 
são os nossos planos para amanhã. Há um princípio intangível que garante a continuidade do 
Ser mesmo através das mudanças que o corpo físico atravessa. Numa graduação progressiva, 
podemos entender a parte intangível como, primeiro um corpo emocional, sede dos nossos 
desejos, num plano imediatamente subseqüente, virá o corpo mental, onde se desenvolve o 
pensamento. O corpo mental treinado consegue controlar as emoções. Mesmo que em nível 
básico, todos os seres humanos impõem algum tipo de limite, advindo de um processo mental, 
aos seus desejos. Ao conjunto do corpo físico, emocional e mental chamamos de personalidade. 
A grande maioria das técnicas de Terapias Holísticas desenvolve-se nos campos 
mental e emocional, repercutindo sobre o campo físico. Assim, a Terapia Floral, trata das 
emoções para que uma vez estas estejam equilibradas, o corpo físico também retorne ao seu 
estado de equilíbrio. 
As técnicas Radiestésicas e Radiônicas se desenvolvem no corpo mental, através da 
imprescindível anulação dos desejos e vontades do operador, para a adequada investigação das 
causas do desequilíbrio do cliente,e o foco mental na intenção, quando se trata de transmitir a 
Energia sutil. Mesmo técnicas aparentemente mais físicas, como a Cromoterapia ou a Terapia 
Tradicional Chinesa também se utilizam dessa prática. 
A Cromoterapia pode ser desenvolvida através da simples visualização das cores 
aplicadas (nível mental), enquanto a Acupuntura, por exemplo, busca tratar os desequilíbrios do 
corpo emocional. Uma conhecida técnica chinesa, o Qi Gong, busca através do foco mental 
redistribuir a Energia sutil através dos centros de energia do corpo. 
Poderíamos continuar descrevendo inúmeras associações de técnicas terapêuticas e 
os corpos mental e emocional. Mas nossa intenção aqui é a de entender o relacionamento da 
Energia sutil com nossa constituição intangível. A Energia sutil nutre e permeia o corpo físico e o 
 
 
5 
corpo emocional. Estes dois, por sua vez, estão profundamente interligados, já que o foco mental 
gera uma vontade emocional. Este está ligado ao corpo físico, onde observamos as suas 
manifestações. Portanto, a maioria dos desequilíbrios energéticos do corpo físico tem sua origem 
no corpo emocional ou mental. Que assim podem ser tratados através das várias técnicas de 
Terapia Holísticas. 
As abordagens holísticas, ou terapias complementares e alternativas, têm em comum 
àquilo que a Organização Mundial da Saúde descreve como: “cuidar de modo que as pessoas 
sejam vistas na totalidade dentro de um espectro ecológico amplo, que enfatize a visão de que a 
saúde ou a doença é gerada por uma pessoa em seu sistema ecológico global, e não causada 
apenas pelo agente ecológico e pela evolução patogenética”. 
A totalidade do indivíduo geralmente é referida como saúde holística porque incorpora 
não apenas o corpo, mas os quadrantes de necessidade e função: o físico (corpo e movimento), 
o intelectual (cérebro e mente), e o emocional (sentimentos). As terapias complementares e 
alternativas procuram preencher os quadrantes de significado e função e enfatizam a relação 
cientificamente comprovada entre mente e corpo. 
Em vez da redução das variáveis, ou descoberta da pílula mágica, essas terapias são 
aplicadas para atingir a integralidade do indivíduo, na tentativa de ajudar o paciente a recuperar-
se da doença e/ou lesão, facilitando o fluxo de energia natural do próprio indivíduo. A teoria 
holística, que é fundamentada na medicina e no sistema de saúde praticado na maior parte do 
mundo fora do ocidente, sugere que o Ki (energia) é responsável pela saúde e homeostase 
quando está fluindo livremente em equilíbrio. 
 
1.1 PARADIGMA CARTESIANO E PARADIGMA HOLÍSTICO 
 
A palavra paradigma vem sendo usada freqüentemente desde que o filósofo e físico 
Thomas S. Khun a empregou em seu livro The Structure of Scientific Revolutions, significando 
modelo ou padrão a ser seguido para o estudo dos fenômenos e da realidade. 
Representa um sistema de aprender a aprender e determina normas para o 
desenvolvimento do conhecimento futuro. Ciência significa o conjunto do conhecimento humano 
adquirido principalmente a partir da observação dos fenômenos da natureza, da intuição 
 
 
6 
humana, e mais precisamente, da pesquisa analítica. Objetiva proporcionar ao ser humano 
conforto, paz e felicidade. 
A ciência evoluiu relativamente pouco e desordenadamente até meados do século 
XVI, sem bases bem estabelecidas de estudo e pesquisa, quando passou a ser fortemente 
influenciada pelo pensamento dos grandes gênios de então, principalmente Galileo Galilei, 
mestre da dedução teórica, Francis Bacon, o criador do empirismo da investigação, René 
Descartes, criador da geometria analítica e Isaac Newton, criador dos princípios da mecânica. 
René Descartes desenvolveu o método científico racional dedutivo e defendeu o 
dualismo da natureza – matéria, pensamento e favoreceu assim o dualismo do ser humano – 
corpo e alma. Foi capaz ainda de distinguir duas fontes de conhecimento: a intuição e a 
dedução. 
Porém, para ele todo conhecimento humano dependeria apenas da razão ou do 
pensamento e nunca da sensação ou da imaginação. Considerou que todos os corpos materiais, 
incluindo o homem, são como máquinas, cujo funcionamento obedece a princípios mecânicos. 
Newton consolidou o método racional e dedutivo de Descartes, e assim surgiu o 
Paradigma Newtoniano-Cartesiano, que influenciou e influencia ainda hoje, praticamente todos 
os campos do conhecimento científico. Este paradigma simplificadamente parte do pressuposto 
de que, para se conhecer o todo, é preciso fragmentá-lo em seus componentes e estudar cada 
um deles separadamente. O todo seria o resultado da união e entrelaçamento dessas partes 
menores. Por exemplo, para conhecer o funcionamento de uma máquina, é preciso desmontá-la 
em suas partes. Isto é, dividir para conhecer. Através dos conceitos deste paradigma é que 
surgiram as diferentes especialidades médicas, nas quais o médico aprofunda seu conhecimento 
em determinado órgão ou sistema, quase sempre relegando a segundo plano a abordagem do 
ser como um todo. 
O método analítico cartesiano foi com certeza um dos pilares da fantástica evolução 
do mundo moderno. Mas, igualmente contribuiu para o descaso dos sentimentos íntimos do ser 
humano, em virtude da ênfase na abordagem mecanicista. Serviu, por exemplo, para criar 
confusão entre riqueza material e felicidade individual, isto explica, em partes, os desequilíbrios 
sociais e a destruição sistemática do nosso ecossistema, a qual, realizada em nome do 
progresso, ameaça a existência da vida na terra, inclusive a humana. 
 
 
7 
Estas observações levam a uma constatação paradoxal: a ciência, apesar de seu 
desenvolvimento fantástico nos últimos 150 anos e criada para oferecer ao homem conforto, paz 
e felicidade, não foi capaz de fazer o homem descobrir a paz, a felicidade, e principalmente o 
amor. Ao contrário, despertou um mundo dominado pelo egoísmo, crueldade, miséria, fome, 
opressão, guerras, destruição indiscriminada da natureza e descaso pelos verdadeiros valores 
do ser. 
Em medicina algo semelhante ocorre. Os médicos modernos e conscientes convivem 
simultaneamente com uma euforia e uma perplexidade: euforia por se julgarem donos de um 
grande conhecimento, proporcionado pela evolução da ciência médica, e perplexidade por se 
sentirem, que mesmo com tanto saber, ainda são incapazes de solucionar certas patologias. 
Diante da nossa relativa (in) eficácia no exercício da medicina, podemos ponderar que 
ela se deve, pelo menos em parte, a excessiva ênfase que habitualmente dedicamos à doença e 
relativo descaso para com o doente (com o todo). Enquanto procuramos conhecer aquela em 
seus mais íntimos mecanismos e detalhes, não nos damos conta de que, por trás do órgão 
doente, existe um ser de altíssima complexidade, possuidor de cérebro, sentimento e mente. 
Assim devido a esta tendência, esta necessidade de se conhecer o ser humano de 
forma mais abrangível, de uma forma mais global, é que se deu surgimento ao Paradigma 
Holístico. Paradigma que não surgiu por intervenção de nenhum grande nome, e nem com 
época definida. Sempre existiu, mas nunca lhe foi dado à devida importância. Com o 
renascimento das Terapias Holísticas por volta de 1970 é que foi observado com maior 
freqüência. Esse paradigma é à base das técnicas e terapias complementares ou alternativas, 
que vêem o ser humano por completo, como o nome já diz, holismo, significa tudo tem a haver 
com tudo. 
Esse paradigma surgiu principalmente das alterações das necessidades das pessoas, 
uma necessidade mais natural, mais “limpa”, surgiu da falta de interesse da maioria dos médicos 
atuais com os sentimentos do ser humano, surgiu da insatisfação dos métodos e resultados 
atuais, que mais provocam reações e efeitos colaterais do que efeitos de cura. 
Temos então um paradigma (cartesiano) que dá ênfase na doença, que precisa 
fragmentar o máximo possível o ser humano parachegar ao local exato da lesão ou doença, e 
um paradigma (holístico) que analisa e observa principalmente o doente, não sua doença, que 
aborda o ser humano de forma global, corpo físico, mental e emocional. 
 
 
8 
1.2 A NATUREZA DO SER HUMANO 
 
A natureza do ser humano não costuma ser abordada nas diversas disciplinas do 
currículo médico, em geral, o tema só é tratado em compêndios de psicologia ou medicina 
psicossomática. Entretanto, como exercer adequadamente a medicina humana, ou tratar de 
doença ou lesões, se não conhecemos o homem em sua totalidade. Para a organização mundial 
da saúde, o homem é um ser biopsicossocial e a saúde subentende-se por um perfeito equilíbrio 
entre os três componentes e não simplesmente pela ausência de sintomas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 01. Representação esquemática do ser humano. Ser “Bio-psico-social”. 
Fonte: do autor (2007); 
 
 Doenças podem ser consideradas, ou pelo menos adquiridas, um resultado de 
desequilíbrio em um ou mais componentes do indivíduo. Em outras palavras, significa uma 
exteriorização de distúrbios íntimos da esfera física, psíquica e/ou social da pessoa. Uma 
perturbação em qualquer um dos componentes vai inevitavelmente refletir, nos outros dois, por 
serem inter-relacionados e indissociáveis, gerando então, uma seqüência de eventos, que numa 
BIO 
SOCIAL PSICO 
 
 
9 
última análise, se manifestarão como sintomas e sinais de uma doença. As escolas médicas, 
como salientamos, enfatizam a doença em detrimento do doente e para ela direcionam os 
recursos diagnósticos e terapêuticos, não levam em conta que a doença representa apenas uma 
manifestação exteriorizada de problemas interiores do ser. Assim aplicam ênfase na parte e 
negligência no todo. A tecnologia moderna investiga bem a doença, mas é fria, impessoal, 
insensível e incapaz de adentrar na alma do paciente. Este não aguarda ansiosamente apenas 
pela modernidade na condução do seu caso, mas espera encontrar diante de si alguém que seja 
também um confessor, um protetor, um amigo. 
 
 
1.3 FUNDAMENTOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) 
 
 
A MTC é um sistema de medicina coerente e bem desenvolvido, praticado na China 
por milhares de anos. O sistema considera o corpo humano como um todo e como parte da 
natureza. Para manter-se saudável é preciso conservar a harmonia das funções do corpo e entre 
o corpo e a natureza. A doença ocorre quando a harmonia é rompida. Para restabelecer o 
estado de harmonia, são usadas várias abordagens terapêuticas: a medicina chinesa a base de 
ervas, a acupuntura, massagens, exercícios corpo-mente, e a terapia dietética chinesa. A 
prevenção da doença é parte integrante da MTC. 
As origens da medicina chinesa estão ligadas a três imperadores lendários: Huang Di, 
o Imperador Amarelo (2697 a.C.), conhecido como o fundador da medicina tradicional da China; 
Shen Nong (2698-2598 a.C.), o agricultor divino, considerado o fundador da agricultura e da 
medicina chinesa a base de ervas; e Fu Xi, o domesticador de bois e foi conhecido como o 
criador das agulhas de acupuntura. Acredita-se que Huang Di seja o autor do primeiro trabalho 
clássico sobre a MTC, o Yellow Emperor’s Inner Classic. 
Os conceitos fundamentais da MTC são Yin-Yang e a Teoria dos Cinco Elementos. 
Essas duas teorias explicam as mudanças e os fenômenos da natureza, inclusive os seres 
humanos. 
 
 
10 
1.4 TEORIA YIN-YANG 
 
Segundo a MTC, o universo é um todo, formado pela união de dois componentes 
opostos, mas complementares, que formam todas as coisas do universo, são forças contrárias, 
mas que não existem individualmente. 
 
 
 
 
 
Fig. 02. – Yang (Branco) e Yin (Preto). 
Fonte: LEVIN & JONAS (2001). 
 
 
Yin normalmente representa as coisas relativamente inertes, descendentes, internas, 
frias e escuras. O Yang em geral representa as coisas relativamente ativas, ascendentes, 
externas, quentes e luminosas. 
YIN YANG 
Para baixo Para cima 
Lua Sol 
Noite Dia 
Água Fogo 
Frio Quente 
Imobilidade Movimento 
 
 
11 
Interior Exterior 
Escuridão Luminosidade 
Estrutura Função 
Tabela 01 – Exemplo de caracteres opostos Yin-Yang. 
Fonte: LEVIN & JONAS (2001). 
 
Todas as funções fisiológicas do corpo e também os sinais de alterações patológicas, 
podem ser diferenciadas com base nas características Yin-Yang. 
 
Síndromes de Yin Síndromes de Yang 
Calafrio e hipofunção Febre, transpiração, hiperfunção 
Índice metabólico basal reduzido Índice metabólico basal aumentado 
Temperatura baixa Temperatura elevada 
Transpiração reduzida Transpiração abundante 
Peristalse gástrica reduzida Peristalse gástrica aumentada 
Hiperatividade parassimpática Hiperatividade aumentada 
Intolerância ao frio Intolerância ao calor 
Palidez Pele rosada ou vermelha 
Desejo por alimentos quentes Desejo por alimentos ou bebidas frias 
Urina clara Urina amarela 
Tabela 02 – Diferenciação de síndromes segundo o Yin e Yang; 
Fonte: LEVIN & JONAS (2001); 
 
 
 
12 
Entretanto, é importante que fique bem claro que a natureza Yin-Yang não é absoluta, 
são conceitos relativos, Yin e Yang são interdependentes e podem transformar-se um no outro. 
O equilíbrio Yin-Yang garante a manutenção da harmonia do corpo. Normalmente considera-se 
que uma pessoa saudável, sem qualquer sintoma de doença, tenha equilíbrio Yin-Yang. 
 
 
1.5 TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS 
 
 
A partir da observação da natureza os antigos chineses concluíram que todos os 
fenômenos obedecem a ritmos e ciclos repetitivos, e a partir daí estabelecem as bases da 
filosofia oriental, que são Yin e Yang, e os Cinco Elementos. 
Segundo a concepção chinesa, os cinco elementos – água, madeira, fogo, terra e 
metal não são considerados substâncias materiais, mas as cinco fases de transformação que 
universalmente ocorrem em todos os fenômenos, sejam na química, na física, na biologia ou na 
psicologia. Na verdade, o nome original ou tradução mais correta seria as Cinco Transformações 
ou os Cinco Movimentos. A própria energia Ki, fluindo ao longo dos meridianos, entrando e 
saindo de vários órgãos e exercendo diversas funções, também não podem fugir a lei universal 
da mudança ou mutação. Todas as coisas no universo transformam-se por meio de ciclos, por 
exemplo, as estações do ano, os ciclos da lua, a gestação de um bebê, o ciclo menstrual, as 
marés, etc. 
Cada elemento se relaciona com uma parte do corpo. Saber isso será muito útil 
inclusive nos diagnósticos. 
- Fogo: relaciona-se com a parte superior (cabeça e região cárdio-respiratória); 
- Terra: relaciona-se com a região gastro-intestinal; 
- Água: relaciona-se com a parte inferior e a região genito-urinária; 
- Madeira: relaciona-se com o lado esquerdo do corpo; 
 
 
13 
- Metal: relaciona-se com o lado direito do corpo; 
 
 MADEIRA FOGO TERRA METAL ÁGUA 
Estações Primavera Verão Final do verão Outono Inverno 
Direções Leste Sul Mediana Oeste Norte 
Tempo Vento Calor Umidade Sequidão Frio 
Cores Verde Vermelho Amarelo Branca Preto 
Sabores Azedo Amargo Doce Picante Salgado 
Órgãos 
Zang 
Fígado Coração Baço Pulmão Rim 
Órgãos 
Fu 
Vesícula Intestino 
delgado 
Estômago Intestino grosso Bexiga 
Tecidos Tendão Vasos Músculos Pele Osso 
Sentidos Olho Língua Boca Nariz Ouvido 
Vozes Gritar Rir Cantar Chorar Gemer 
Tabela 03 – Características da Teoria dos Cinco Elementos; 
Fonte: do autor (2007); 
 
 
 
 
 
 
Fig. 03 – Os cinco elementos; 
Fogo 
Terra 
Metal Água 
Madeira 
 
 
14 
Fonte: do autor (2007); 
 
Na teoria dos cinco elementos temos dois ciclos. O ciclo de geração representado pelo 
circulo e o ciclo de controle representado pelo pentagrama. 
 
CICLO DE GERAÇÃO 
 
A madeira pega fogo que produz o fogo, o fogo vira cinza que forma a terra, a terra 
contém no seu interior os minérios e as rochas que formam o metal, o metal ao ser derretido 
forma a água, e a água faz brotar a madeirae assim por diante; 
 
CICLO DE CONTROLE 
 
O metal corta madeira, a madeira suga os nutrientes da terra, a terra delimita os 
caminhos da água, a água apaga o fogo o fogo derrete o metal e assim por diante novamente; 
 
 
1.6 SANGUE 
 
 
O sangue origina-se da essência do alimento, desenvolvido no baço e no estômago. O 
sangue é dominado pelo coração, armazenado no fígado e controlado pelo baço. Tem a função 
de nutrir os órgãos e tecidos do corpo. Tanto o sangue como o Ki servem de base material para 
as atividades da vida. 
 
 
 
15 
1.7 KI (ENERGIA) 
 
 
O Ki é a energia vital de cada ser humano, ou seja, é uma substância essencial para a 
manutenção das atividades da vida. As funções do Ki são: promover, aquecer, defender, 
governar e transformar. 
 
 
1.8 TEORIA ZANG-FU (ÓRGÃOS INTERNOS) 
 
 
Essa teoria explica as funções fisiológicas e as alterações patológicas dos órgãos 
internos, através da observação das manifestações externas do corpo. Os cinco zang são os 
órgãos sólidos, considerados yin, que são o coração, o fígado, o baço, os pulmões e os rins. Os 
seis Fu são os órgãos vazios, pertencentes à categoria Yang, constituída de vesícula, estômago, 
intestino delgado, intestino grosso, bexiga, e sanjião (triplo aquecedor – formado pelo diafragma, 
abdômen e baixo ventre). As funções fisiológicas dos órgãos zang são elaborar e estocar as 
substâncias essenciais. A função dos órgãos fu é receber e digerir o alimento, distribuí-lo e 
excretar os resíduos. 
 
 
1.9 TEORIA JING (MERIDIANOS) 
 
 
Descreve o sistema de energia do organismo e trata da circulação e distribuição do Ki. 
Os meridianos, ou caminhos, são os principais troncos que correm pelo nosso corpo. Existem 14 
 
 
16 
meridianos, sendo 12 os principais, que se correlacionam interiormente aos órgãos zang-fu, e 
exteriormente, estão ligados as extremidades e aos pontos de acupuntura (tsubôs), integrando 
assim, os órgãos e os tecidos num único sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
2 HISTÓRICO DA AURICULOTERAPIA 
 
Dentro dos microssistemas da Acupuntura, a Auriculoterapia é nos dias atuais, um dos 
mais populares, isso não somente na China e no Oriente, mas também em todo Ocidente. O 
método sobre-saio às outras técnicas pelos seus resultados obtidos e por ser geralmente pouco 
invasivo, o que agrada os pacientes. 
A Auriculoterapia Chinesa tem sofrido algumas limitações no Ocidente, principalmente 
pela dificuldade na tradução de textos escritos no idioma chinês sobre a temática, o qual limita 
em grande parte o intercâmbio de informação entre a China e o resto do mundo e também a 
incredulidade dos setores médicos ocidentais sobre a Medicina Tradicional Chinesa e é claro, 
sobre a auriculoterapia. 
Grado passo, e de extrema importância para o fortalecimento da Auriculoterapia, foi 
dado pelo professor Nogier da França, que dedicou muitos anos de sua vida ao estudo do 
método, publicando livros e artigos. 
O nome mais recente que merece destaque dentro da Auriculoterapia é a professora 
Huang Li Chun, pela sua experiência acumulada em investigações ininterrupta em busca de 
resultados nessa área. 
A Auriculoterapia é uma técnica da Acupuntura, que usa o pavilhão auricular para 
efetuar tratamentos terapêuticos, usando do reflexo que a aurícula exerce sobre o sistema 
nervoso central. 
O uso desta técnica como objetivo terapêutico vem desde a antiguidade, no Oriente e 
na Europa Antiga. Existem relatos de que as mulheres do antigo Egito usavam pontos 
auriculares como forma de anticoncepcionais, isto no século 2500 a. C. Outros relatos, como os 
escritos por Hipócrates, e traduzidos em 1851 por Litfreé, dizem que as incisões efetuadas no 
pavilhão auricular do homem produziam ejaculação escassa, inativa e infecunda. Ainda, 
escreveu que existia uma região do dorso da orelha, que ao ser picada curava a impotência 
masculina. 
O mesmo Hipócrates ao escrever o “O Livro das Epidemias”, indicava a punção com 
estiletes nos vasos auriculares para o tratamento de processos inflamatórios. 
 
 
18 
A principal obra da acupuntura, o livro “Hung Ti Nei Ching”, escrito há mais de 5000 
anos, traz relatos de que o pavilhão auricular é um órgão isolado que mantém relações com os 
demais órgãos e regiões do corpo através do reflexo cerebral. 
A localização e a nomenclatura dos pontos foram sendo introduzidas conforme eram 
intensificados os estudos e as observações aurícula-orgão, aurícula-função orgânica, aurículas-
posição anatômicas. 
Houve uma época em que o Dr. Paul Nogier, introduziu alterações na localização e no 
número de pontos. Passou a ser conhecida como a Auriculoterapia Francesa, mas existem os 
que duvidem e não trabalham com essa nova nomenclatura, pois, o sistema clássico chinês é 
fruto de observações milenares. 
 
 
 
Fig. 01. Relação do pavilhão auricular com o ser humano. 
 
 
 
 
 
 
 
19 
2.1 DESENVOLVIMENTO ATUAL 
 
 
Depois da fundação da nova China, houve um amplo, forte e rápido desenvolvimento 
de toda a medicina local, o que ajudou que no final dos anos 80 fosse a Auriculoterapia intitulada 
como uma especialização dentro da acupuntura. 
Na década de 50, o desenvolvimento da Auriculoterapia é muito fraco e pobre, mesmo 
que ainda chama-se bastante a atenção na época. Por volta de dezembro de 1958, Ye Xiao Wu 
publicou numa revista de Shangai alguns estudos realizados pelo médico francês Dr. Paul 
Nogier, sobre a relação de certas zonas do pavilhão auricular com os órgãos internos. Foi Nogier 
o primeiro a representar a orelha como um feto em posição pré-natal. Foi o surgimento deste 
mapa que impulsionou os médicos chineses a começar um estudo profundo sobre a 
auriculoterapia. 
Em 1960, o médico chinês Xu Zuo Lin, publicou um trabalho realizado com 255 
pacientes, mostrando que conseguiu descobrir 15 pontos na aurícula e mostrar seus excelentes 
resultados na experiência clinica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Fig. 02. Mapa de Xu Zuo Lin. 
Fonte: GARCIA, 1999. 
 
Na década de 60 até o final da década de 70, o estudo sobre a Auriculoterapia foi 
aprofundado em busca da afirmação da localização dos pontos. Em 1970, foi editado um mapa 
de acupuntura juntamente com um mapa de auriculoterapia que continha 107 pontos. Em 1971, 
o Instituto Científico de Investigações Biológicas da China, editou um livro que continha um mapa 
de auriculoterapia com 112 pontos. Em 1972, o Dr. Wang Zhong Tang escreve um livro em que 
demonstra 131 pontos. E isso foi sendo alterado constantemente nesta época, isso, devido à 
quantidade de experiências que eram realizadas na época. Eram estudos minuciosos das 
 
 
21 
diferentes reações do pavilhão auricular. Esta grande variedade de estudos teve também seu 
lado negativo, onde surgiam discussões e controvérsias na localização e na função de alguns 
pontos. Mas por outro lado, possibilitou a criação de um “Esquema padrão dos pontos 
auriculares”. 
As décadas de 60 e 70 foram extremamente importantes no desenvolvimento da 
auriculoterapia, não somente no que se diz respeito à localização dos pontos, mas também na 
descrição das funções dos pontos. Motivo esse, que levou a validar em torno de 150 patologias 
como tratáveis pela auriculoterapia. 
Na década de 80 foram dados novos passos nas investigações sobre o método. 
Surgiram os estudos dos mecanismos fisiológicos, anatomia, do sistema nervoso, dos fluidos 
corporais, entre outros. 
Em 1982 surgiu na China o Grupo Nacional de Trabalho em Auriculoterapia, em 1984, 
em Kun Ming Shao, realizou-se a Assembléia Nacional para o estudo da Auriculoterapia e 
Craniopuntura. Em 1987, com a criação do Grupo Nacional para a Investigação em 
Auriculoterapia é que surgiu um mapa padrão dos pontos auriculares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
3 MECANISMOS DE AÇÃO DA AURICULOTERAPIA 
 
 
Na prática clínica temse verificado que ao estimular um ponto auricular, podemos nos 
deparar com diferentes manifestações sentidas pelo paciente, como, sensação de corrente de 
energia que percorre o corpo, calor que reflete em algumas partes do corpo entre outras. 
Não há dúvida que a rica inervação do pavilhão auricular tem grande peso na 
obtenção de resultados terapêuticos através do uso dos pontos auriculares. O pavilhão auricular 
está inervado principalmente por nervos espinhais do plexo cervical como o auricular maior e o 
occipital menor e por nervos cerebrais como o auriculotemporal, facial, glossofaríngeo, ramos do 
vago e simpático. 
Esses nervos descritos acima se ramificam e distribuem-se por todo pavilhão auricular, 
conectando assim ao sistema nervoso central: 
→ O nervo auriculotemporal parte do ramo inferior do trigêmeo, apresentando relação 
com os movimentos de deglutição e sensibilidade da face e da cabeça, como também se 
relaciona a medula espinhal; 
→ O nervo facial controla o movimento dos músculos superficiais da face e da região 
das adenóides; 
→ Do bulbo raquidiano partem o nervo Vago e o Glossofaríngeo, que controlam o 
centro respiratório, o centro cardíaco, o centro vasomotor e o centro das secreções salivares; 
→ O nervo auricular maior e o occipital menor comandam as atividades do tronco e os 
quatro membros, os movimentos músculos-esqueléticos e os movimentos dos órgãos e vísceras; 
Assim fica claro como podemos influenciar todo o restante do corpo. 
O pavilhão auricular, em suas faces anterior e posterior é sulcado por inúmeros filetes 
nervosos e por uma circulação sanguínea constituída por extensa malha de vasos capilares. 
Estes são mais numerosos na superfície da aurícula, enquanto que os filetes nervosos são mais 
profundos. 
 
 
 
23 
 
Fig. 03. Mecanismo de ação da auriculoterapia; 
 
Segundo Lowe (1973), cita que a orelha possui inervação abundante e significativa, 
obtida através dos nervos trigêmeos, facial e vago, auricular maior e occipital maior e menor. 
Estas inervações quando estimuladas por agulhas, sementes, laser, e outros métodos, 
sensibiliza regiões do cérebro (tronco cerebral, córtex cerebral). Cada ponto da aurícula tem 
 
 
24 
relação direta com um ponto cerebral, o qual, por sua vez, está ligado pela rede do sistema 
nervoso, a determinado órgão ou região do corpo. A relação aurícula-cérebro-orgão é que torna 
a auriculoterapia compatível como tratamento de inúmeras enfermidades. 
Essa informação dada pelo estímulo à aurícula é enviada a formação reticular, que 
compreende uma estrutura formada por neurônios ao longo do tronco cerebral e que vão do 
bulbo ao tálamo. Esta estrutura reticular tem uma composição característica, sendo que este 
sistema neuronal possui alto grau de agrupamento dos impulsos nervosos, onde cada impulso 
regulador da atividade dos órgãos internos e regulador a nível sensorial desempenham papel 
fundamental. 
As células do núcleo reticular estão repletas de neurônios de associação do tronco 
cerebral, elas além de relacionar os impulsos do cérebro e da medula, também relacionam as 
fibras aferentes dos segmentos superiores e inferiores do tronco cerebral, recebem inúmeros 
impulsos dos ramos laterais do trato e volta a enviá-los deste até o córtex. Assim, a formação 
reticular elabora um sistema especial de síntese de sinais, que nos permite considerar a mesma 
como um viabilizador da ação da auriculoterapia no sistema nervoso, no tratamento da dor e na 
regulação da atividade dos órgãos internos. 
A aplicação de um estímulo auricular, mesmo sendo débil, acelera uma série de 
reflexos que provocam reações imediatas ou demoradas, temporárias ou permanentes, 
passageiras ou definitivas, todas elas de natureza terapêutica. 
 
RESUMO 
 
Qualquer estímulo ao pavilhão auricular envia uma informação ao tronco cerebral, 
mais exatamente na formação reticular, esta que por sua vez, faz o reconhecimento do ponto 
estimulado enviando uma informação terapêutica até o órgão estimulado. 
AURÍCULA → CÉREBRO → ÓRGÃO 
 
 
 
 
25 
4 ANATOMIA DA ORELHA 
 
O pavilhão auricular tem uma anatomia específica, muitos ensinam que ela tem 
semelhança ao feto de cabeça para baixo, mas devemos sempre usar como base a relação 
existente entre a aurícula e organismo humano as terminações nervosas da orelha com o 
cérebro. 
Nossa orelha apresenta-se como uma lâmina dobrada sobre si mesma, nos mais 
variados sentidos, sendo no geral, na forma de corneta musical, devido a sua principal função, a 
de captar os sons. 
A aurícula é constituída por tecido fibrocartilaginoso, ligamentos, tecido adiposo e 
músculos. A região inferior é rica em nervos, vasos sanguíneos e linfáticos, mas a região central 
e superior é formada principalmente por cartilagem. A região que contém a maior quantidade de 
tecido adiposo é o lóbulo. 
 
 
4.1 NOMENCLATURA 
 
 
→ Hélix: 
A hélix é a mais excêntrica das proeminências da orelha. Estende-se desde a concha 
por uma crista oblíqua para cima e para frente, a raiz da hélix. Contorna a metade superior da 
circunferência da aurícula, primeiro frente, depois para cima e logo para trás, e por último, 
termina na parte superior do lóbulo. 
 
→ Raiz da Hélix: 
É uma proeminência horizontal que divide as conchas cava e cimba; 
 
 
26 
 
→ Tubérculo de Darwin: 
É uma pequena proeminência na região póstero-superior da hélix; 
 
→ Anti-Hélix: 
Está localizada internamente a hélix, paralelamente ao segmento posterior desta, e na 
sua porção superior se divide em dois ramos que limitam uma depressão; 
 
→ Cruz superior da anti-hélix: 
Ramo superior formado da divisão da anti-hélix; 
 
→ Cruz Inferior da anti-hélix: 
Ramo inferior formado da divisão da anti-hélix; 
 
→ Fossa Triangular: 
É a depressão que se forma entre a cruz superior e a cruz inferior da anti-hélix; 
 
→ Fossa Escafóide: 
Surge entre a hélix e a anti-hélix, apresenta-se como um sulco curvilíneo; 
 
→ Trago: 
É uma proeminência triangular que surge antes da concha e abaixo da hélix, que se 
projeta para frente e por fora do orifício do conduto auditivo externo. 
 
 
 
27 
→ Incisura do Supratrago: 
É uma depressão que se forma pela hélix e pelo bordo superior do trago, praticamente 
dentro do ouvido; 
 
→ Antítrago: 
É uma pequena proeminência triangular, localizada abaixo da anti-hélix e da concha 
cava; 
 
→ Incisura do Intertrago: 
É a depressão formada entre o trago e o antítrago, abaixo da concha cava; 
 
→ Fossa superior do antítrago: 
É a depressão formada entre o antítrago e anti-hélix; 
 
→ Lóbulo: 
É a porção mais carnosa, localizada na extremidade inferior do pavilhão auricular; 
 
→ Concha Cimba: 
É uma profunda escavação ou cavidade, superior a raiz da hélix e inferior a cruz 
inferior da anti-hélix; 
 
→ Concha Cava: 
É uma profunda escavação ou cavidade, inferior a raiz da hélix e superior a incisura do 
intertrago e ao antítrago; 
 
 
28 
 
Fig. 04. Anatomia da Orelha; Fonte: VIEIRA (2002). 
 
 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Fig. 05. Anatomia da Orelha. 
Fonte: GARCIA (1999). 
 
 
 
 
 
31 
 
Fig. 06. Anatomia da orelha – região dorsal. 
Fonte: VIEIRA (2002). 
 
 
4.2 CORRELAÇÃO DOS PONTOS AURICULARES 
 
 
→ Hélix: 
 
 
32 
Contém pontos relacionados aos órgãos genitais externos; 
→ Raiz da Hélix: 
Sistema digestivo e diafragma; 
→ Anti-Hélix: 
Corresponde a coluna, as vértebras, tronco, pescoço, abdômen, tireóide, mamas e 
tórax; 
 
→ Cruz Superior da Anti-Hélix: 
Corresponde aos membros inferiores: pé, tornozelo, joelho, cóccix, quadril; 
 
→ Cruz Inferior da Anti-Hélix: 
Corresponde a região glútea, nervo ciático, e o ponto simpático; 
 
→ Fossa Triangular: 
Corresponde ao sistema reprodutor e o ponto Shen Men; 
 
→ Fossa Escafóide: 
Corresponde aos membros superiores: dedos, punho, cotovelo e ombro; 
 
→ Trago: 
Correspondeaos pontos do nariz, supra-renal e dos vícios; 
 
→ Incisura do Supratrago: 
 
 
33 
Corresponde ao ponto boca; 
→ Antítrago: 
Corresponde a cabeça, a fronte, o tronco cerebral, córtex, ao sistema nervoso em 
geral; 
 
→ Incisura do Intertrago: 
Correspondem as glândulas endócrinas, ovário e testículos; 
 
→ Lóbulo: 
Corresponde a face, olhos, maxilar, mandíbula, cavidade oral, amígdalas, língua e 
dentes; 
 
→ Concha Cimba: 
Corresponde a todos os órgãos abdominais; 
 
→ Concha Cava: 
Corresponde a todos os órgãos da região torácica; 
 
 
4.3 ESTRUTURAS ANATÔMICAS DO PAVILHÃO AURICULAR 
 
 
→ Vascularização: 
 
 
34 
As principais artérias que fazem à irrigação da orelha procedem da artéria temporal 
superficial e da artéria auricular posterior. A artéria temporal superficial ramifica-se para frente do 
conduto auditivo externo em três ramos: superior, médio, e inferior, as quais irrigam 
fundamentalmente a face anterior da aurícula. A artéria auricular posterior irriga principalmente a 
parte posterior da aurícula. 
 
→ Vasos Linfáticos: 
Estes partem da região anterior da hélix e do trago procedente do gânglio pré-
auricular. Os da face anterior do pavilhão auricular e os que nascem em sua face posterior na 
região da concha, são procedentes dos gânglios mastóideos, parótidas e subesternomastóideo. 
 
Fig. 07. Principais artérias que irrigam o pavilhão auricular. 
Fonte: GARCIA (1999). 
 
 
 
35 
→ Músculos: 
- Músculo maior da hélix: estende-se verticalmente sobre a parte anterior da hélix; 
- Músculo menor da hélix: situa-se sobre o bordo livre da raiz da hélix; 
- Músculo do trago: é composto por feixes verticais situados sobre a face externa do 
trago; 
- Músculo do antítrago: vai do antítrago até a região inferior da anti-hélix; 
- Músculos transverso e oblíquo: situa-se na face interna do pavilhão auricular e se 
estendem desde a concha até as convexidades determinadas pela fossa escafóide. 
 
Fig. 08. Músculos do pavilhão auricular. 
Fonte: GARCIA (1999). 
→ Inervação: 
No pavilhão auricular possuímos nervos cranianos e nervos espinhais. Os nervos 
espinhais incluem o nervo auricular maior e o nervo occipital menor. Os nervos cerebrais incluem 
o nervo aurículotemporal e o nervo vago. 
 
 
36 
- Nervo Auricular Maior: Origina no segundo e terceiro pares do plexo cervical, 
passando por trás do músculo esternoclidomastóideo até atingir a orelha, onde se divide em dois 
ramos. 
- Nervo Occipital Menor: também se origina no segundo e terceiros pares do plexo 
cervical, sobem por trás do músculo esternoclidomastóideo até atingir a raiz da hélix. Abrange a 
parte superior anterior e posterior da aurícula. 
- Nervo Auriculotemporal: procede do ramo inferior do trigêmeo e corre para a face 
anterior e superior do pavilhão auricular, dividindo-se em ramos que irão inervar a parede 
anterior do conduto auditivo externo, o trago, o lado superior da raiz da hélix, até a fossa 
triangular. 
- Nervo Vago: sai um ramo do nervo vago que se une com o nervo glossofaríngeo e 
com fibras do nervo facial que penetram na orelha. Abrange a concha cava, a raiz da hélix, 
estendendo-se até a fossa escafóide. 
 
 
Fig. 09. Inervação do pavilhão auricular. 
Fonte: GARCIA (1999). 
 
 
 
 
37 
 
Fig. 10. Metâmeros auriculares. 
Fonte: GARCIA (1999). 
 
 
 
 
 
38 
5 LOCALIZAÇÃO E FUNÇÃO DOS PONTOS AURICULARES 
 
 
 
5.1 LÓBULO 
 
 
 
Para facilitar a localização dos pontos do lóbulo da orelha, dividimos o mesmo em 
nove quadrantes (zonas), começando a enumerar desde a incisura do intertrago e seguindo uma 
ordem de localização de dentro para fora e de cima para baixo. 
 
→ Ponto Dente ou Analgésico para Exodontia: 
Localização: está localizado no centro da primeira zona do lóbulo; 
Função: tratamento das odontalgias, periodontites, exodontia de superiores; 
 
→ Ponto Língua: 
Localização: está localizado no centro da segunda zona do lóbulo; 
Função: Tratamento de afecções da língua, glossite, fissuras, úlceras, infecções e 
outros distúrbios da mesma; 
 
→ Ponto Paladar Inferior ou Assoalho Bucal: 
Localização: Se dividirmos a segunda zona do lóbulo em outras três zonas horizontais, 
o ponto está no início primeira zona superior; 
Função: Tratamento das afecções inflamatórias dos lábios, como também da cavidade 
bucal, e neuralgias do trigêmeo. 
 
→ Ponto Paladar Superior: 
Localização: se dividirmos a segunda zona do lóbulo em outras três zonas horizontais, 
o ponto está no final da terceira zona; 
Função: as mesmas funções do ponto anterior; 
 
→ Ponto Maxilar: 
Localização: está localizado no centro da terceira zona do lóbulo; 
 
 
39 
Função: Tratamento de odontologia, subluxação da articulação têmporo-mandibular e 
neuralgias do trigêmeo; 
 
→ Ponto Lóbulo Anterior, Neurastenia ou Nevralgia: 
Localização: está localizado no centro da quarta zona do lóbulo; 
Função: Neurastenia, nevralgias, dores orofaciais e transtornos do sono; 
 
→ Ponto Olho: 
Localização: está localizado no centro da quinta zona do lóbulo; 
Função: Usado para tratar qualquer distúrbio oftalmológico, entre eles, a conjuntivite, 
ametropia, glaucoma, ceratite, entre outras, além de atuar em casos de paralisia facial; 
 
→ Ponto Ouvido Interno: 
Localização: está localizado no centro da sexta zona do lóbulo; 
Função: usado no tratamento de distúrbios correspondentes a área, hipoacusia, otite, 
vertigens, labirintites, e zumbidos; 
 
→ Ponto Amígdala: 
Localização: encontra-se localizado no centro da oitava zona do lóbulo; 
Função: Usado somente nos tratamentos de amidalite e faringite; 
 
→ Ponto Face: 
Localização: Compreende a área do centro da quinta zona até o centro da sexta zona 
do lóbulo; 
Função: Dores orofaciais, paralisia facial, acne, tratamentos estéticos da face; 
 
 
 
40 
 
Fig. 01. Lóbulo 1) Dente; 2) Paladar Inferior; 3) Paladar superior; 4) Língua; 5) Maxilar; 7) Lóbulo 
Anterior; 8) Olho; 9) Ouvido interno; 10) Amígdala; 11) Face; 
Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
 
5.2 ANTÍTRAGO 
 
 
 
→ Ponto Parótida: 
Localização: no ápice do antítrago; 
Função: É utilizado no tratamento de parotidite, dermatites neurogênicas, dermatites 
em geral, e doenças cutâneas e da mucosa bucal; 
 
→ Ponto Ping Chuan: 
Localização: No ápice do antítrago, 2 mm lateral e posterior ao ponto da parótida; 
Função: Tratamentos de asma, bronquites, dispnéia e alergias respiratórias; 
 
→ Ponto Temporal ou Tai Yang: 
Localização: Localizado no lado externo do antítrago, mais abaixo do ponto asma, no 
centro da linha em forma de arco traçada do bordo superior ao bordo inferior do antítrago; 
Função: cefaléia, enxaquecas, analgésico, pode-se associar ainda aos tratamentos de 
visão e audição; 
 
→ Ponto Fronte: 
 
 
41 
Localização: localizado no lado externo do antítrago, na extremidade anterior e inferior 
do mesmo; 
Função: fortalece e estimula a mente, casos de falta de concentração, sonolência, 
hipertensão arterial, e ainda atua como analgésico para as cefaléias de origem frontal; 
 
→ Ponto Occipital: 
Localização: localizado no lado externo do antítrago, na extremidade posterior e 
superior da linha traçada em forma de arco; 
Função: vertigens, sedativo, usado em convulsões e síndromes do pânico, e ainda 
para acalmar a tosse e a dispnéia; 
 
→ Ponto Hipófise: 
Localização: localizado no bordo superior do antítrago, próximo a fossa superior do 
antítrago; 
Função: Atua sobre os distúrbios ginecológicos de origem endócrina: menstruação 
irregular e amenorréia; Tratamentos de hiper ou hipotireoidismo, e tratamento de enfermidades 
hemorrágicas; 
 
→ Ponto Cérebro: 
Localização: Encontra-se no lado interno e superior do antítrago; 
Função: Usado nos tratamentos das enfermidades cerebrais, como, insuficiência 
cérebro vascular, ataxia, epilepsia e hipercinesia; 
 
→ Ponto Tálamo: 
Localização: encontra-se no lado interno doantítrago, no extremo interno de uma linha 
traçada entre os pontos parótida e pulmão, imediatamente por baixo deste último; 
Função: Atividade neurovegetativa, regulação da fisiologia dos órgãos internos; 
 
→ Ponto Subcórtex; 
Localização: Está localizado no lado interno do antítrago, na metade da distância de 
uma linha que une os pontos tálamo e ovário; 
Função: regula a função do córtex cerebral; Trata transtornos neurovegetativos, 
neuroses, afecções do sistema digestivo, e afecções do sistema cardiovascular; 
 
 
42 
 
Fig. 02. Antítrago ((parte externa) – 1) parótida; 2) ping chuan; 3) temporal; 4) fronte; 5) occipital; 7) 
hipófise; 8) cérebro; 
Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
Fig. 03. Antítrago ((parte interna) – 11) (Tálamo; 13) Subcórtex; 
Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
5.3 FOSSA SUPERIOR DO ANTÍTRAGO 
 
 
→ Ponto Tronco Cerebral: 
Localização: está localizado no bordo superior da fossa do intertrago; 
Função: Estimula a mente, acalma o pânico, a convulsão, tratamento de tosse, febre, 
e bronquites; 
 
→ Ponto Laringe: 
Localização: encontra-se no bordo externo e inferior da fossa do intertrago, 2 mm 
abaixo do ponto tronco cerebral; 
Função: tratamentos das afecções da orofaringe e das odontalgias; 
 
 
Fig. 04. Fossa Superior do (Antítrago – 1) Tronco cerebral; 2) Laringe; 
Fonte: GARCIA, 1999; 
 
 
 
5.4 TRAGO 
 
 
→ Ponto Ápice do Trago: 
Localização: localizado na metade superior do trago no lado externo, por cima da 
proeminência central do ápice; 
 
 
44 
Função: antiinflamatório, antipirética, sedante e analgésica; Muito utilizado nos 
tratamentos febris; 
 
→ Ponto Supra-Renal: 
Localização: situa-se sobre a metade inferior do lado externo do trago, por baixo da 
proeminência deste; 
Função: tonifica e ativa as funções das glândulas supra-renais; possui propriedades 
antialérgicas, antiinfecciosa, antiinflamatória, e é contra-indicado em pacientes com hipertensão 
arterial; Ainda pode ser utilizado como complemento nos tratamentos de asma e bronquite; 
 
→ Ponto Nariz Externo: 
Localização: situa-se sobre a face externa do trago, formando um triângulo com os 
pontos supra-renal e ápice do trago; 
Função: Inflamações do nariz, máculas e acne; 
 
→ Ponto Laringe-Faringe: 
Localização: situa-se na face interna do trago, na metade superior; 
Função: faringites, amigdalites, traqueíte e bronquites; 
 
→ Ponto Nariz Interno: 
Localização: situa-se na face interna do trago, na metade inferior; 
Função: rinites alérgicas, resfriados, sinusites e obstrução nasal; 
 
→ Ponto Fome: 
Localização: situa-se na metade da distância da linha que conecta o ponto nariz 
externo ao ponto supra-renal; 
Função: regular a apetite e tratamento da obesidade; 
 
→ Ponto Sede: 
Localização: situa-se na metade da distância da linha que une os pontos nariz externo 
e o ápice do trago; 
Função: regula o mecanismo da sede, empregado no tratamento da diabete e 
enurese; 
 
 
 
45 
 
Fig. 05. Trago; 1) ápice do trago; 2) supra-renal; 3) nariz externo; 5) laringe-faringe; 6) nariz interno; 8) 
ponto fome; 9) ponto sede; 
Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
 
5.5 INCISURA DO SUPRATRAGO 
 
 
 
→ Ponto Ouvido Externo: 
Localização: está situado sobre a área que forma a depressão entre a fossa do 
supratrago e o hélix; 
Função: usado em tratamentos de distúrbios do ouvido, como: tinido, hipoacusia, 
surdez, labirintites e vertigens; 
 
Fig. 06. Trago; 4) Ouvido Externo; 
Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
46 
5.6 ANTI-HÉLIX 
 
 
Dividimos a anti-hélix do seu início até onde se divide em raiz superior e raiz inferior 
em cinco partes. 
 
→ Ponto da Região Cervical: 
Localização: abrange o primeiro quinto (o mais inferior) da anti-hélix; 
Função: Qualquer disfunção relacionada à área. Desde dores musculares, espasmos 
e torcicolos; 
 
→ Ponto da Região Dorsal: 
Localização: está região percorre o segundo e o terceiro quinto da anti-hélix, de baixo 
para cima; 
Função: Atua sobre qualquer disfunção ou patologia localizada na coluna dorsal; 
 
→ Ponto da Região Lombar: 
Localização: irá abranger o quarto quinto, estando entre a coluna dorsal e a região 
sacra; 
Função: atua sobre qualquer disfunção ou patologia localizada na coluna lombar, 
principalmente as lombalgias; 
 
→ Ponto da Região Sacra; 
Localização: abrange o quinto final, mais próximo da ramificação em cruz superior e 
inferior; 
Função: qualquer patologia ou disfunção local. 
 
→ Ponto Pescoço: 
Localização: está localizado na área da região cervical, no início e mais internamente; 
Função: torcicolos, hipo ou hipertireoidismo, inflamações musculares, espasmos, etc. 
 
→ Ponto Tórax: 
Localização: está localizado no início e no bordo interno da região dorsal; 
Função: Para tratamentos de patologias específicas da zona, como: angina, herpes 
 
 
47 
zoster, sensação de opressão torácica, etc. 
 
→ Ponto Abdômen: 
Localização: está localizado no início e no bordo interno da região lombar; 
Função: Tratamento de enterite, constipação, dor pós-parto, dismenorréia, e também 
pode ser utilizado como complemento no tratamento da obesidade; 
 
→ Ponto dos Músculos Lombares: 
 Localização: Está situado na região lombar da anti-hélix, mas ao nível do bordo 
externo (em direção a escafa); 
Função: Todas as alterações da musculatura paravertebral; Lombalgias e Hérnias 
discais; 
 
→ Ponto Tireóide: 
Localização: este está localizado entre a região cervical e o ponto do tronco cerebral; 
Função: tratamento das patologias de tireóide; 
 
 
Fig. 07. Anti-Hélix; 1) região cervical; 2) região dorsal; 3) região lombar; 4) região sacra; 6) pescoço; 7) 
tórax; 8) abdômen; 11) músculos lombares; 15) tireóide; 
Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
 
 
48 
5.7 ANTI-HÉLIX – CRUZ INFERIOR 
 
 
→ Ponto da Região Glútea: 
Localização: representa o primeiro terço da cruz inferior; 
Função: para tratamento de algias da região glútea, sacro-ilíaco e ciático; 
 
→ Ponto do Nervo Ciático: 
Localização: representa o segundo terço, ou o central, da cruz inferior da anti-hélix; 
Função: tratamento das ciatalgias. Nesse caso, utiliza-se estimular esse ponto via 
anterior e posterior, de tal forma em que fiquem em oposição direta; 
 
→ Ponto Simpático: 
Localização: representa o terceiro terço da cruz inferior da anti-hélix; 
Função: regular a função do sistema neurovegetativo, relaxar os espasmos da 
musculatura lisa, tem ação vasodilatadora e regula as secreções internas; 
 
 
 
5.8 ANTI-HÉLIX – CRUZ SUPERIOR 
 
 
→ Ponto Dedos: 
Localização: encontra-se na parte mais alta do bordo externo da cruz superior; 
Função: indicado para os casos de entorses de qualquer um dos dedos, debilidades 
vasculares e micoses; 
 
→ Ponto Calcâneo; 
Localização: encontra-se na parte mais alta do bordo interno da cruz superior; 
Função: utilizado nos tratamentos de esporão de calcâneo, dor no calcâneo e 
deficiência do rim; 
 
→ Ponto da Articulação do Tornozelo: 
Localização: Situa-se na metade de uma linha lançada entre o ponto calcâneo e 
 
 
49 
joelho; 
Função: entorses de tornozelo, inflamações da articulação, subluxação da articulação; 
→ Ponto da Articulação do Quadril: 
Localização: situa-se bem no centro da linha inicial da cruz superior; 
Função: atua sobre dores lombares, dores do quadril, ciatalgias, espondilolistése; 
 
→ Ponto da Articulação do Joelho: 
Localização: situa-se exatamente no centro da cruz superior; 
Função: para o tratamento de todas as afecções do joelho, principalmente em casos 
de reumatismos; 
 
→ Ponto dos Músculos Gastrocnêmicos: 
Localização: no bordo externo da cruz superior, na região central; 
Função: espasmos da panturrilha, cãibras, até ciatalgias; 
 
→ Ponto do Músculo Quadríceps; 
Localização: situa-se entre a articulação do joelho e a articulação do quadril; 
Função: qualquer disfunção ou patologia localizada na coxa; 
 
 
Fig. 08. CruzInferior e Superior da Anti-Hélix. a) região glútea; b) nervo ciático; c) simpático; 1) dedos; 
2) calcâneo; 3) tornozelo; 4) quadril; 5) joelho; 8) gastrocnêmico; 
Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
 
 
 
 
 
50 
5.9 FOSSA ESCAFÓIDE OU ESCAFA 
 
 
→ Ponto Falanges: 
Localização: situa-se na extremidade superior da escafa; 
Função: usada em qualquer alteração dos dedos da mão, hiperidrose, dermatites, 
formigamentos, luxações, etc. 
 
→ Ponto Clavícula: 
Localização: situa-se na extremidade inferior da escafa; 
Função: atua em dores da região cervico-braquial, luxações da clavícula, etc. 
 
→ Ponto da Articulação do Punho: 
Localização: situa-se a mais ou menos 5 mm abaixo do ponto falanges; 
Função: usado em tratamentos de síndrome do túnel do carpo, tendossinovites, 
quervain, etc. 
 
→ Ponto Cotovelo: 
Localização: situa-se 2 mm abaixo do ponto da articulação do punho; 
Função: para todas as afecções do cotovelo, epicondilites, reumatismos, etc. 
 
→ Ponto Ombro: 
Localização: situa-se a 3 mm abaixo do ponto cotovelo; 
Função: para todas as disfunções ou patologias do ombro; 
 
→ Ponto Alergia ou Urticária: 
Localização: situa-se entre os pontos falanges e articulação do punho; 
Função: todas as patologias alérgicas como, asma, dermatites, rinites, urticária, etc. 
 
 
 
51 
 
Fig. 08. Fossa Escafóide. 1) falanges; 2) clavícula; 3) punho; 4) cotovelo; 5) ombro; 7) alergia; 
Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
 
5.10 FOSSA TRIANGULAR 
 
 
→ Ponto Hipotensor: 
Localização: está localizado no bordo interno e superior da fossa triangular, próxima a 
hélix; 
Função: Usado nos tratamentos de hipertensão arterial; 
 
→ Ponto Pelve: 
Localização: encontra-se na junção da cruz superior com a cruz inferior, pelo bordo 
interno, na fossa triangular; 
Função: Utilizado nos tratamentos de dores na região do baixo ventre, dismenorréia, 
prostatite e dores locais; 
 
→ Shen Men: 
 
 
52 
Localização: situa-se a 2 mm do ponto pelve em direção ao ponto hipotensor, no 
bordo superior interno da fossa triangular; 
Função: É analgésico para qualquer tipo de dor; Sedante para qualquer patologia 
respiratória e/ou alérgica; e ainda age com antiinflamatório; 
É considerado o ponto mais importante da auriculoterapia, sendo que o mesmo é 
utilizado em todo e qualquer tratamento; 
 
→ Ponto Útero; 
Localização: está localizado na linha do ponto hipotensor, na outra extremidade da 
fossa triangular; 
Função: usado em tratamentos de menstruação irregular, dismenorréias, amenorréias, 
hemorragias, endometriose e disfunções sexuais. 
 
→ Ponto Constipação: 
Localização: esse ponto forma um triangulo com os pontos do nervo ciático e 
simpático, mas o ponto constipação está localizado dentro da fossa triangular, próximo ao bordo 
inferior; 
Função: usado nos tratamentos de constipação; 
 
 
Fig. 09. Fossa Triangular 1) Hipotensor; 2) Pelve; 3) Shen Men; 5) Útero; 9) Constipação; Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
 
 
 
 
53 
5. 11 CONCHA CIMBA 
 
 
→ Ponto Estômago: 
Localização: situa-se no final da raiz da hélix, exatamente no local em que ela termina; 
Função: indicado em todos os tratamentos que envolvam a região do estômago, 
gastrite, azia, espasmos estomacais, úlceras gástricas, etc. 
 
→ Ponto Duodeno: 
Localização: situa-se 2 mm acima do ponto estômago, pelo bordo superior da raiz do 
hélix, na mesma direção do ponto cárdia; 
Função: usado nos tratamentos da duodenite e úlceras do duodeno; 
 
→ Ponto Intestino Delgado: 
Localização: encontra-se no bordo superior da raiz do hélix, na mesma direção do 
ponto esôfago; 
Função: nos tratamentos de constipação, má absorção de alimentos, diarréias, 
distensão abdominal e transtornos gastrointestinais em geral; 
 
→ Ponto Intestino Grosso: 
Localização: encontra-se no bordo superior da raiz do hélix, na mesma direção do 
ponto boca; 
Função: Constipação, transtornos intestinais, diarréias, e distensão abdominal; 
 
→ Ponto Apêndice: 
Localização: também encontra-se no bordo superior da raiz do hélix, entre os pontos 
do intestino grosso e delgado; 
Função: indicado somente para casos de apendicite aguda; 
 
 
 
54 
 
Fig. 10. Concha Cimba ((bordo inferior) – 4) Estômago; 5) duodeno; 6) intestino delgado; 7) intestino 
grosso; 8) apêndice - Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
→ Ponto Rim: 
Localização: situa-se na mesma direção do ponto pelve, mas na concha cimba, no 
bordo superior por baixo de uma cavidade formada pela cruz inferior da anti-hélix; 
Função: manutenção e conservação do estado de saúde geral do paciente; usado 
para fortalecer a região lombar, a medula espinhal e a função cerebral; ajuda a manter a 
harmonia na circulação dos líquidos corporais e é considerado como o segundo ponto mais 
importante da auriculoterapia; 
 
→ Ponto Próstata: 
Localização: situa-se no bordo superior da concha cimba, muito próximo ao hélix, na 
cavidade por baixo da cruz inferior da anti-hélix; 
Função: indicado para os tratamentos da próstata e transtornos da função sexual; 
 
→ Ponto Bexiga: 
Localização: situa-se a 2 mm ao lado do ponto próstata em direção ao ponto rim; 
Função: indicado para todos os tratamentos relacionados à bexiga e a retenção ou 
eliminação dos líquidos do corpo; 
 
 
55 
 
→ Ponto Fígado: 
Localização: o ponto fígado apresenta-se no bordo posterior e inferior da concha 
cimba; 
Função: ajuda a fortalecer as funções do baço e do estômago; atua sobre todas as 
afecções do fígado; controla os ligamentos e tendões; é também indicado sobre distúrbios do 
sangue; 
 
→ Ponto Vesícula Biliar e Pâncreas: 
 
 
Localização: situa-se na borda superior da concha cimba, na meia distância entre os 
pontos fígado e rins; 
Função do ponto Vesícula: herpes zoster, distensão abdominal e consistência de 
sabor amargo na boca por vários dias; 
Função do ponto Pâncreas: diabetes e pancreatites; 
 
 
Fig. 11. Concha Cimba ((bordo superior) – 1) rim; 2) próstata; 3) bexiga; 4) fígado; 5) vesícula e 
pâncreas - Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
 
56 
5. 12 CONCHA CAVA 
 
 
→ Ponto Boca: 
Localização: situa-se na região do conduto auditivo externo, na borda superior, mais 
exatamente dentro da incisura do supratrago, por baixo da raiz do hélix; 
 
Função: para o tratamento de qualquer afecção da boca: úlceras, glossite, gengivite, 
dores na ATM (articulação têmporo-mandibular), infecções e inflamações da laringe e da faringe; 
 
→ Ponto Esôfago: 
Localização: encontra-se no bordo inferior da raiz do hélix, na mesma direção do 
ponto coração; 
Função: indicado para o tratamento de hérnia de hiato, esofagite, disfagia e alguns 
transtornos digestivos; 
 
→ Ponto Cárdia: 
Localização: situa-se no bordo inferior da raiz da hélix, entre os pontos do estômago e 
do esôfago; 
Função: indicado para os casos de refluxo gastroesofágico e náuseas; 
 
 
Fig 12. Concha Cava ((bordo superior) – 1) Boca; 2) esôfago; 3) cárdia; 
Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
57 
→ Ponto Coração: 
Localização: situa-se exatamente no centro da concha cava, na mesma direção do 
ponto do esôfago; 
Funções: Melhora a capacidade funcional do coração; regular a pressão arterial; 
ajuste no metabolismo da transpiração; insônia; e para regular o metabolismo da circulação 
sanguínea; 
 
→ Ponto Pulmão: 
Localização: esse ponto situa-se por cima e por baixo do ponto do coração. O ponto 
pulmão por baixo na orelha tratada coincide com o pulmão do lado da orelha tratada, já o ponto 
pulmão acima do coração, representa o pulmão do lado contrário da orelha tratada; 
Função: Tem a função de controlar a respiração; dispnéia; indicado em todos os 
distúrbios e/ou patologias do sistema respiratório; Ajuda a controlar a pele e os pêlos; 
 
→ Ponto Traquéia: 
Localização: situa-se na direção do conduto auditivo externo, na meia distância entre 
esse e o coração; 
Função: usado nos tratamentos de laringites e epiglotites; 
 
→ Ponto Brônquios: 
Localização:situa-se na meia distância entre os pontos traquéia e pulmão; 
Função: diminui a tosse, a dispnéia, as crises de asma, e atua sobre a bronquiectasia 
e a bronquite; 
 
→ Ponto Baço: 
Localização: situa-se na concha cava em direção a anti-hélix, a meia distância entre 
os pontos estômago e tronco cerebral; 
Função: Atua sobre os quatro membros, podendo tratar as algias lombares e dos 
membros, casos de atrofia muscular e perda de força muscular nos membros; Ajuda a combater 
afecções do sistema digestivo; e pode atuar ainda sobre enfermidades hemorrágicas; 
 
→ Ponto San Jiao: 
Localização: situa-se por baixo do conduto auditivo externo, no bordo interno do 
antítrago, na meia distância entre o bordo inferior do conduto e o ponto subcórtex; 
 
 
58 
Função: Analgésico, tonificante do coração, fortalece o baço, estômago e rim, e 
também pode ser usado nos tratamentos que envolvem o aparelho genital; 
 
 
Fig. 13. Concha Cava 1) coração; 2) pulmão; 3) traquéia; 4) brônquios; 5) baço; 6) san jiao. Fonte: GARCIA, 
1999. 
 
 
 
5. 13 INCISURA DO INTERTRAGO 
 
 
 
→ Ponto Endócrino: 
Localização: está situado exatamente na parte mais baixa e interna da incisura do 
intertrago; 
Função: usado para regular as funções do sistema endócrino; possui propriedades 
imunológicas e antiinflamatórias; e pode ser usado ainda como complemento nos tratamentos da 
função digestiva e em casos de obesidade; 
 
→ Ponto Hipertensor: 
Localização: encontra-se no bordo inferior da incisura do supratrago; 
Função: tratamento de hipotensão arterial (pressão baixa); 
 
 
59 
 
→ Ponto Ovário: 
Localização: situa-se dentro da incisura do intertrago, próximo ao início do antítrago; 
Função: transtornos menstruais, hemorragias uterinas e infertilidade; 
 
 
Fig. 14. Incisura do intertrago 1) endócrino, 4) hipertensor, 5) ovário; 
Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
 
5. 14 HÉLIX 
 
 
 
→ Ponto Ápice do Hélix: 
Localização: é o ponto mais alto da hélix, ou pode-se encontrar esse ponto dobrando o 
pavilhão auricular para frente, sendo o ponto a ponta mais alta que se forma na orelha; 
Função: antiinflamatório, antipirética, hipotensora e antialérgica; 
 
→ Ponto Ânus: 
Localização: este se localiza na hélix, na linha do bordo inferior da cruz superior da 
anti-hélix; 
Função: tratamento de hemorróidas, prolapso retal e prurido anal; 
 
 
 
60 
→ Ponto Órgãos Genitais Externos: 
Localização: na hélix seguindo a linha do bordo superior da cruz inferior da anti-hélix; 
Função: uretrites, prurido genital, coceiras e micoses na região genital; 
 
→ Ponto Uretra: 
Localização: na hélix, na mesma linha do ponto próstata; 
Função: prostatite, enurese noturna, poliúria e afecções da própria uretra; 
 
→ Ponto Reto: 
Localização: na hélix, na linha do ponto intestino grosso; 
Função: tratamento de hemorróidas, prolapso retal e incontinência fecal; 
 
 
Fig. 15. Hélix 1) ápice da orelha; 2) ânus; 3) órgãos genitais externos; 4) uretra; 5) reto; 
Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
→ Ponto Diafragma: 
Localização: situa-se na raiz da hélix, sobre o conduto auditivo externo; 
Função: tem a função de manter a homeostase sanguínea, diminuir os espasmos 
musculares e do diafragma, além de ser muito importante no tratamento das afecções 
dermatológicas; 
 
 
61 
 
Fig. 16. Raiz da Hélix 2) diafragma. 
Fonte: GARCIA, 1999. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
] 
 
 
 
 
 
 
62 
6 DIAGNÓSTICO 
 
 
 Podemos estar utilizando tanto os diagnósticos clínicos como os alternativos para 
criarmos nossos programas de tratamento. 
 O pavilhão auricular é considerado uma parte muito importante do corpo humano, por 
conformar um microssistema. Possui a capacidade de funcionar como um receptor de sinais de 
alta especificidade, podendo assim, refletir todas as mudanças dos órgãos e vísceras, membros, 
tecidos, ou seja, de todo o organismo. 
 
→ Diagnóstico Clínico: 
 São muito importantes os dados fornecidos pelos exames laboratoriais, raio-x, 
eletrocardiograma, anamnese, palpação, pois todos trazem informações relevantes sobre a 
patologia ou a disfunção do paciente; 
 
→ Pulsologia: 
 O diagnóstico de energia fornecido pelo exame do pulso e da língua, é necessário 
somente quando houver a associação da auriculoterapia com a acupuntura sistêmica. 
 
→ Auriculodiagnóstico: 
 Quando certo órgão ou suas funções apresentam algum distúrbio, a área auricular 
correspondente sofre certas alterações, podendo ser estas alterações pigmentarias, alterações 
da vascularização, aparecimento de protuberâncias ou de cavidades, maior ou menor secreção, 
etc. 
 E também, os pontos auriculares correspondentes a algum problema, tornam-se 
extremamente sensíveis ao toque. Ocorre uma diminuição do limiar doloroso, ou seja, o ponto 
estará mais sensível a dor. Isto pode ser mais frequentemente observado nas enfermidades 
agudas e tumores. 
 Este método é o mais utilizado, realizando-se com a ponta romba de um lápis, ou 
palpadores específicos que são vendidos para esse procedimento. 
 Deve-se realizar pressão, sempre de mesma magnitude sobre todos os pontos 
relacionados com a patologia, sendo necessário tratar todos os pontos com maior sensibilidade a 
palpação. 
 
 
 
63 
6.1 DIAGNÓSTICO – CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS 
 
 
 Nesse tipo de diagnóstico, poucas informações temos a respeito do que indica cada tipo 
de reação. O mais importante, e sabermos que qualquer que seja o encontrado, é saber o local, 
a anatomia, porque qualquer uma dessas reações vão nos indicar que naquele ponto existe 
algum distúrbio. 
 
→ Mudanças da Coloração: 
 - Vermelho brilhante: geralmente observa-se nas patologias agudas, recém começadas 
e até mesmo nos episódios que não é possível tolerar a dor; 
 - Vermelho Pálido ou escuro: observado nas afecções com um período evolutivo crônico, 
e também em afecções recidivantes, aqueles que costumam desaparecer e reaparecer com o 
passar do tempo. 
 - Cor Cinza-Escuro: geralmente relacionadas a tumores e câncer. 
 
→ Mudanças Morfológicas: 
 - Proeminências: apresentam-se na forma de nós ou nódulos, podendo variar muito no 
seu tamanho. Estas elevam a pele para cima, e pode ser isolados ou em vários nós. 
- Depressões: Essas podemos observar em forma de pontos, de gomos, sulcos ou 
linhas. 
 
→ Descamações: 
 Apresentam-se como uma alteração de cor esbranquiçada na pele do ponto que ao ser 
raspada desprende-se com facilidade. Nas enfermidades dermatológicas e alérgicas é muito 
mais freqüente encontrarmos essas reações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
7 INDICAÇÕES 
 
 
 Podemos utilizar a auriculoterapia como método de tratamento para todos os problemas 
físicos e psíquicos, abrangendo uma vasta relação de tratamentos. Tendo sempre como 
fundamento o reflexo direto sobre o cérebro e, através deste, sobre todo o nosso organismo. 
Podendo ser associado ou não a outro tipo de tratamento. 
 Além de alcançarmos com essa técnica efeitos curativos imediatos, podemos ainda 
realizar tratamentos preventivos. 
 Aplica-se principalmente em todos os distúrbios do sistema músculo-esquelético, cólicas 
e dores menstruais, constipação, dores relacionadas ao sistema nervoso, problemas 
respiratórios e dermatológicos. 
 Podemos aplicar em pacientes de qualquer idade, recém nascidos, crianças, adultos e 
idosos. 
 Não existem contra-indicações, mas sim, fenômenos adversos ou de rejeição. Rejeição 
a dor, excesso de sensibilidade, náuseas, sudorese e inflamação do ponto. 
 As reações adversas podem apresentar-se de três maneiras diferentes: 
 - Nível Leve: no momento em que se está fazendo a aplicação, o paciente refere tontura, 
visão turva, incômodo no peito, mas com respiração e pressão normal; 
 - Nível Médio: o paciente sente palpitações difíceis de controlar, desejos de vomitar e 
suor frio nas extremidades; 
 - Nível Severo: o paciente desmaia de maneira súbita; 
 Em todosos casos, retiramos as agulhas, deixamos o paciente deitado o mais 
confortavelmente possível, afrouxam-se as roupas e espera o tempo necessário para que o 
paciente volte à normalidade. 
 
 A auriculoterapia é realizada uma vez por semana. Cada atendimento dura 
aproximadamente 40 minutos. Após selecionar os pontos relacionados à patologia, aplica-se as 
agulhas no pavilhão auricular deixando-as de 20 a 30 minutos, após isso, coloca-se as sementes 
de mostarda nos mesmos pontos e o paciente permanece com elas até caírem ou por no 
máximo até 7 dias. 
 
 
 
 
 
65 
8 TRATAMENTO 
 
 
 
→ Tratamento com Agulhas Filiformes: 
 Desde as primeiras aplicações de auriculoterapia na China, sempre foi recomendado o 
uso de agulhas filiformes nos pontos auriculares. 
 O tamanho da agulha pode ser variável, variando no comprimento, e variando no calibre, 
podendo ser de 26, 28, 30 ou 32 mm. Todas as agulhas possuem cabo e ponta como as agulhas 
usadas na acupuntura sistêmica. As agulhas faciais são as melhores para aplicação no pavilhão 
auricular. 
 
 Devemos sempre garantir que as agulhas estejam esterilizadas, para que não haja o 
risco de contaminação ou infecção. 
 Primeiramente iniciamos a observação e palpação dos pontos a fim de determinar quais 
os pontos auriculares que iremos aplicar a puntura. Passamos ao processo de assepsia do 
pavilhão auricular com álcool 70%, também para evitarmos as reações inflamatórias e infecções. 
Essa assepsia é feita com algodão embebido em álcool 70% realizando de dentro para fora, de 
cima para baixo e da parte da frente para trás. Assim, estaremos prontos a realizar a inserção 
das agulhas. 
 
 A inserção da agulha pode variar. Podemos inserir a agulha rodando-a, realizando 
movimentos de rotação rápidos, harmônicos e contínuos. Outro método, podemos estabilizar a 
orelha do paciente com uma das mãos e com a outra mão aproximamos a ponta da agulha até o 
ponto selecionado, procedendo a introdução da agulha em um só movimento rápido e seguro. 
 
 A profundidade da puntura deve levar em consideração a espessura do pavilhão 
auricular que varia de individuo para individuo. Normalmente aplica-se a agulha numa 
profundidade de 2 ou 3mm. É necessário que a agulha chegue até a cartilagem, aderindo-se 
firmemente sem balanceios ou movimentos. Nunca deve-se aplicar um agulha que atravesse o 
pavilhão auricular como um todo. 
 
 Devemos realizar a puntura nos pontos localizados na concha cimba, concha cava e 
fossa triangular, sempre na inclinação de 90 graus. Nos pontos localizados na fossa escafóide 
 
 
66 
na anti-hélix e no lóbulo devemos aplicar a agulha a uma inclinação de 15 graus. Já nos pontos 
do trago, supratrago, intertrago, antítrago, hélix, cruz superior e inferior aplicamos a agulha a 45 
graus. 
 
 Para retirarmos a agulha, devemos fixar bem o pavilhão auricular com uma das mãos, e 
com a outra mão retira-se a agulha. Retiramos segurando pelo cabo, com rapidez, em um 
movimento único para que cause o mínimo de dor ao paciente. 
 
→ Tratamento com colocação de Semente: 
 É o método mais simples utilizado na auriculoterapia, mas sem duvidas, muito eficaz e 
bem aceito pelos pacientes, além de não ter altos custos ao terapeuta. 
 Consiste na seleção de materiais esféricos, de superfície lisa, que realizem pressão 
sobre os pontos auriculares. Podemos utilizar pequenas pílulas, esferinhas imantadas ou 
sementes de certas plantas, a mais utilizada, é a semente de mostarda, devido ao seu formato 
que se adapta muito bem sobre o ponto. 
 É um método muito novo, desenvolvido há mais ou menos uns 25 anos na China, sendo 
que esse apresenta vantagens como sendo menos doloroso que as agulhas intradérmicas que 
permaneciam nos pacientes, o que se torna mais aceito pelos mesmos. 
 
 Também inicialmente realiza-se a exploração dos pontos dolorosos, marcando os pontos 
auriculares a serem tratados. Realiza-se normalmente a assepsia do pavilhão auricular e 
procede-se com a aplicação das sementes com o auxílio de uma pinça. Essas sementes vêem 
em placas especiais onde cada semente possui um pedacinho de esparadrapo o qual irá ajudar 
na fixação das mesmas na aurícula. 
 O paciente permanece com as sementes por até 7 dias, devendo estimular esses pontos 
diariamente, várias vezes ao dia. 
 
 
 
8.1 TÉCNICAS DE TRATAMENTO 
 
 
 Os antigos mestres da acupuntura chinesa mantinham sob hermetismo algumas 
técnicas de tratamento, que eram repassadas somente a discípulos especiais, ou privilegiados. 
 
 
67 
 Na auriculoterapia, um desses segredos era o uso de três pontos, utilizando-os sempre, 
não importante qual a patologia. Isso ficou conhecimento como o programa de auriculo-
cibernética, que consiste na aplicação dos pontos: Shen Men, Rim e Simpático, sempre nesta 
ordem, partindo ai sim, para os pontos selecionados pelo terapeuta. 
 Esses três pontos são considerados os mais importantes da auriculoterapia, por isso, 
devemos por costume sempre aplicá-los, independente do tipo de enfermidade a ser tratada. 
 Aplicam-se no máximo até 10 pontos somando-se as duas orelhas. Geralmente aplica-
se na orelha do mesmo lado do problema. Mas o mais importante é procurar em ambas as 
orelhas por sinais ou pontos dolorosos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
9 PROTOCOLOS AVANÇADOS DE TRATAMENTO 
 
 
 
→ GASTRITE 
 É a irritação da mucosa gástrica, que na clínica pode-se manifestar por dor epigástrica 
com sensação de opressão e distensão do estômago. 
 
Pontos utilizados no tratamento: 
- Shen Men, Rim, Simpático, Estômago, Sub-Córtex, e Baço; 
 
 
Fig. 01 – Pontos para o tratamento da Gastrite. 
Fonte: do autor (2007). 
 
 
→ ÚLCERA GÁSTRICA 
 
 É uma perda significativa de tecido que alcança as capas mucosa, submucosa e 
muscular, e se forma nas partes do tubo digestivo expostas a ação do suco gástrico. Pode ser 
ocasionada por jejum prolongado, estímulo nervoso excessivo e mudanças nutricionais. 
 
Pontos utilizados no tratamento: 
 
 
69 
- Shen Men, Rim, Simpático, Fígado, Duodeno, Estômago, Baço e Sub-Córtex. 
 
 
Fig. 02 – Pontos para o tratamento da Úlcera Gástrica. 
Fonte: do autor (2007). 
 
 
 
→ CONSTIPAÇÃO 
 É o atraso da evacuação intestinal. Num individuo normal a deposição é de uma vez a 
cada 24 horas. Assim, a melhor definição para constipação seria a decomposição difícil, com 
fezes duras e secas, uma vez, a cada vários dias. 
 
Pontos utilizados no tratamento: 
- Shen Men, Rim, Simpático, Abômen, Pulmão, Sub-Córtex, Baço, San Jiao, Intestino Grosso, e 
Constipação. 
 
 
70 
 
Fig. 03 – Pontos utilizados para o tratamento da constipação. 
Fonte: do autor (2007). 
 
 
→ DIARRÉIAS 
 A diarréia é todo processo mórbido, qualquer que seja sua etiologia, que tem, entre seus 
sintomas mais importantes, o aumento brusco das deposições, um acréscimo no volume usual 
de fezes ou uma mudança na consistência das mesmas. Pode acompanhar transtornos 
hidroeletrolíticos e do equilíbrio ácido-básico. 
 
Pontos utilizados no tratamento: 
- Shen Men, Simpático, Reto, Intestino Grosso, Baço, Endócrino e Occipital; 
 
 
 
 
 
 
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Fig. 04 – Pontos utilizados no tratamento das diarréias. 
Fonte: do autor (2007). 
 
→ NÁUSEAS E VÔMITOS 
 São sintomas que aparecem com freqüência na prática clínica. Acompanham inúmeras 
enfermidades, principalmente relacionadas ao sistema nervosos e ao sistema digestivo. 
 
Pontos utilizados no tratamento: 
- Shen Men, Estômago, Simpático, Cárdia, Occipital, e Sub-córtex; 
 
 
 
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Fig. 05 – Pontos utilizados no tratamento das náuseas e vômitos. 
Fonte: do autor (2007). 
 
 
→ BRONQUITE 
 É a inflamação dos brônquios que, em geral, está relacionada a mucosa. Acontece por 
agressões de agentes infecciosos, principalmente vírus e bactérias, irritantes externos, físicos ou 
alérgicos. 
 
Pontos utilizados

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