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BASANE_A_INFLUENCIA_DO_CLIMA_URBANO_EM_CIDADES_DE_PEQUENO_PORTE_UMA_REVISAO_TEORICA

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A INFLUÊNCIA DO CLIMA URBANO EM CIDADES DE PEQUENO 
PORTE: UMA REVISÃO TEÓRICA
1
 
 
BASANE, Ana Caroline
2 
SILVA, Renan Freitas
3
 
MIRANDA, Yara Campos
4
 
BALDO, Maria Cleide 
5
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão teórica sobre o clima urbano, 
destacando principalmente os estudos produzidos para as cidades de pequeno porte. As condições 
climáticas existentes em áreas urbanizadas são totalmente diferentes das áreas rurais circunvizinhas. 
Estas diferentes condições são decorrentes da interferência provocada pela estrutura urbana, como a 
forma geométrica das construções, os materiais utilizados, a impermeabilização do solo que 
interferem nas trocas de energia entre superfície e a atmosfera e consequentemente gera diferentes 
ambientes climáticos no espaço urbano. A ilha de calor não é um fenômeno típico somente dos 
grandes centros urbanos. Atualmente muitos trabalhos estão sendo realizados em cidades de 
pequeno porte no Brasil mostrando que estas também apresentam temperaturas mais elevadas 
quando comparadas com seu entorno. É importante salientar que trabalhos nessa linha de pesquisa 
são relevantes, pois possibilitam identificar e mapear as áreas mais problemáticas e dar subsídios 
para que o poder público adote alternativas para a sua mitigação. 
Palavras chaves: Clima; Urbanização; Ilhas de Calor. 
 
 
 
1 EIXO TEMÁTICO: Clima Urbano 
2 Graduanda-Engenharia Ambiental – (UTFPR - Campo Mourão – PR) - anabasane@hotmail.com 
3 Graduando -Engenharia Ambiental – (UTFPR - Campo Mourão – PR) - renansilvautfpr@gmail.com 
4
 Graduanda - Engenharia Ambiental – (UTFPR -Campo Mourão – PR) - yaracmiranda@hotmail.com 
5 Prof.Dra.Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campo Mourão - mcbaldo33@hotmail.com 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Atualmente mais de 80% da população vive nas áreas urbanas, principalmente nos países em 
desenvolvimento. Assim as cidades cresceram de forma desordenada sem muito planejamento 
adequado, o que vem causando vários problemas que interferem na qualidade de vida. 
A urbanização duplicou a taxa de impermeabilização, diminuindo a evaporação, a 
evapotranspiração e a infiltração, gerando o desconforto térmico como também o risco de 
inundações, principalmente nos períodos chuvosos, e gerando grande impacto em termos de custo 
para o poder público e para a população atingida por estes episódios. 
É importante destacar que a urbanização juntamente com a industrialização modifica as 
características da atmosfera. A urbanização gera o aumento tanto horizontal quanto vertical das 
estruturas urbanas, e consequentemente é registrado um acréscimo significativo no coeficiente de 
rugosidade na superfície, alterando o deslocamento do vento, temperatura do ar, infiltração da água 
e a evaporação no interior da cidade. 
Essas mudanças nos elementos climáticos já foram quantificadas, analisadas em diversos 
trabalhos realizados tanto para cidade de grande porte quanto de pequeno porte, iniciados na década 
de 1950. Mesmo tendo um volume considerável de resultados vale ressaltar que poucos foram os 
estudos que se dedicaram às mudanças climáticas causadas pela urbanização e seus efeitos no clima 
regional. 
A ilha de calor não é um fenômeno típico somente dos grandes centros urbanos, muitos 
trabalhos realizados em cidades de pequeno porte em diferentes regiões do Brasil, têm mostrado 
que estas também apresentam diferentes “ilhas” ou de calor ou de frescor no seu interior. 
Estes trabalhos são relevantes porque possibilita identificar e mapear as áreas mais 
problemáticas e também disponibilizar subsídios para que o poder público adote algumas 
alternativas para a mitigação como, por exemplo, a arborização urbana, calçadas ecológicas ou 
calçadas com a utilização de materiais permeáveis dentre outras medidas para amenizar a 
temperatura do ar como também possibilitar o aumento da taxa de infiltração da água no solo. 
 
 
 
 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
Fenômenos inter-relacionados, como poluição do ar, chuvas intensas, desconforto térmico e 
inundações, passam a fazer parte do cotidiano, levando populações a se defrontarem com essa 
natureza alterada obrigando-as a conviver diariamente com os problemas dela decorrentes. O 
homem em sua jornada diária, sofre estímulos contraditórios de uso do solo inadequado. 
O clima interfere no cotidiano do ser humano assim como o homem também pode 
influenciá-lo através da modificação das áreas naturais para a formação dos centros urbanos. 
Segundo Amorim (2000) “as transformações na paisagem provocadas pelo surgimento e 
crescimento das cidades alteram o balanço de energia e o balanço hídrico urbano”. 
Considerando as transformações ocorridas nas cidades e o aumento significativo da 
população, é que nasceu a necessidade de uma nova abordagem no estudo do clima para os centros 
urbanos. Monteiro (1976) definiu clima urbano como sendo o sistema que abrange o clima de um 
dado espaço terrestre e sua urbanização. 
O clima urbano é fruto da interferência de atributos como capeamento do solo, material 
empregado nas construções, geometria e rugosidade da cidade, emissão de aerossóis e produção 
artificial de calor sobre a camada limite, segundo Danni (1995). 
Alguns trabalhos citados abaixo enfocam o clima urbano em cidades brasileiras de pequeno 
porte. Embora apresentando várias abordagens e metodologias os resultados foram muito 
semelhantes, principalmente no que se refere a diferença de temperatura, quando comparado o 
centro da cidade com a áreas de entorno. Evidentemente que cada cidade apresentou intensidade 
diferente dos valores de temperatura devido às feições diversificadas, localização geográfica e uso 
do solo urbano. 
Anunciação e Sant’Anna Neto (2002) realizaram um estudo para a cidade de Campo 
Grande-MS e constataram que a formação de ilhas de calor e de frescor ocorrem tanto na estação de 
verão quanto na estação de inverno. Este padrão sazonal é explicado pela atuação dos sistemas 
atmosféricos e as variações espaciais, tanto de temperatura quanto de umidade relativa, foram 
associadas ao tipo de uso do solo, exposição de vertentes, presença de vegetação, altitude e 
intensidade de radiação. 
Numa análise comparativa Zamparoni (1995) estudou as variações de temperatura e 
umidade relativa do ar em duas cidades Barras do Bugres e Tangará da Serra no Mato Grosso. 
 
 
Foram utilizadas medidas móveis e pontos fixos, as coletas foram realizadas na estação seca 
e na chuvosa no ano de 1993. Também foi elaborado um mapa de uso do solo para as duas cidades. 
Os resultados mostraram valores de ilha de calor de 2
o
C durante a estação chuvosa e 3,6
o
C na 
estação seca na Barra do Bugres. Para Tangará da Serra, os valores foram maiores, sendo de 4 
o
C na 
estação chuvosa e 5,4 
o
C na estação seca. 
A tendência para a formação de ilhas de calor foi realizada por Tavares et. al. (1995) para 
três cidades média tropicais no estado de São Paulo, Jales, Rio Claro e Americana, no período do 
inverno, enfocando as interações entre os sistemas atmosféricos atuantes, o clima urbano e a 
poluição do ar. Entre vários resultados apresentados, concluíram que no período de inverno a 
ocorrência de ilha de calor em cidades médias tropicais é freqüente ao anoitecer, a contribuição 
deste padrão é devido a presença abundante de materiais dotado de grande condutibilidade térmica, 
que tornam o resfriamento mais lento. Também ressaltaram a importância de extensas áreas 
vegetadas, estas contribuem para atenuar ou dissipar o fenômeno de ilha de calor. 
Tarifa (1977) fez uma análise comparativa da temperaturae a umidade do ar na área urbana 
e rural de São José dos Campos-SP. Caracterizou a influência da natureza do espaço e do tipo de 
cobertura do solo nas variações de temperatura e umidade, investigou as variações impostas a esses 
elementos pelas diferentes exposições de vertentes. Comparando os valores da temperatura urbana 
com a área rural com diferentes exposições de vertentes, constatou que o ambiente urbano mostrou-
se mais aquecido. 
Existem muitos outros trabalhos relevantes realizados em cidades de pequeno porte que não 
foram neste momento contemplados nesta revisão teórica, considerando ser um resumo expandido. 
Porém é importante destacar que todos os estudos elaborados são necessários, porque o processo de 
crescimento urbano impõe um caráter específico a ponto de produzir condições atmosféricas locais 
distintas das encontradas em seu entorno. 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O homem modifica cada vez mais o espaço natural para atender suas necessidade 
produzindo cada vez mais impactos, o que acaba afetando a qualidade de vida tanto nas grandes 
quanto nas pequenas cidades. 
 
O desenvolvimento urbano modifica os ambientes naturais, causando efeitos negativos 
sobre os principais elementos climáticos como a radiação solar, a temperatura do ar, a velocidade e 
direção dos ventos, pluviosidade e umidade gerando diferentes ambientes climáticos. 
Os trabalhos realizados em diferentes locais do Brasil têm mostrado que é de suma 
importância identificar os diferentes compartimentos climáticos gerados nos sítios urbanos. O clima 
é um elemento muito importante no planejamento urbano, conhecendo as variações espaciais e 
temporais juntamente com o uso do solo é possível propor medidas mitigadoras para aumentar o 
conforto térmico já que o processo de urbanização é algo consumado. 
 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
AMORIM, M.C.C.T. O clima urbano de Presidente Prudente-SP. 2000, 374p. (Tese de 
Doutorado). Programa de Pós Graduação em Geografia Física – Faculdade de Filosofia, Letras e 
Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. 
 
ANUNCIAÇÃO, V.S., SANT’ANNA NETO, J.L., O Clima Urbano da Cidade de Campo Grande – 
MS. p.61-87. In. SANT’ANNA NETO, J.L. (Org.) Os Climas das Cidades Brasileiras. 
Presidente Prudente, 2002, 227p. 
 
DANNI, I.M. Aspectos conceituais do sistema clima urbano: uma breve revisão bibliográfica sobre 
as ilhas de calor. Caderno de Geociência, Rio de Janeiro, n.15, p. 1-191, julho/setembro, 1995. 
 
MONTEIRO, C.A.F. Teoria e Clima Urbano. São Paulo: IGEOG/USP. 1976, 181p. (Série Teses e 
Monografias, 25). 
 
TARIFA, J.R. Análise comparativa da temperatura e umidade na área urbana e rural de São José 
dos Campos – SP. Geografia. Rio Claro, v.2, n.4, p. 59-80, 1977. 
TAVARES, A.C. et. al. Interações entre ilhas de calor em cidades médias tropicais, tipos de tempo 
no inverno e saúde dos citadinos. Geografia, Rio Claro-SP, vol.20(2), p.73-99, outubro 1995. 
 
ZAMPARONI, C.A.G.P. Ilha de calor em Barra do Bugres e Tangará da Serra – MT: uma 
contribuição ao estudo do clima urbano em cidades de pequeno porte em área tropical. 1995. 
Dissertação de mestrado – Curso de Pós Graduação em Geografia Física – Departamento de 
Geografia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995.

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