AVES NOTURNAS

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INSTITUO DE BIOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA
RELATÓRIO DE AVES NOTURNAS
MENDES 2015.2
ANA LETICIA CARRACENA
ANA RIBEIRO
HUMBERTO MARTINS
JÉSSICA INGRID FARIAS
LORENA SANTOS
INTRODUÇÃO
A prática foi realizada na cidade Mendes – RJ. Tal região foi escolhida, pois se trata de um local ainda pouco modificado e por esse motivo pôde-se escutar com clareza a vocalização de animais noturnos. O tempo se encontrava bem estável e não havia nenhum ruído que pudesse atrapalhar na localização das aves pela sua vocalização.
Aves noturnas são mais difíceis de serem vistas, devido à coloração diferenciada de suas penas, que geralmente possuem tonalidades mais escuras como o marrom, cinza e preto. Isso ocorre para facilitar sua camuflagem conforme seu hábito (locais de pouca iluminação) e não influencia consideravelmente na escolha da fêmea por parceiro sexual. Dessa forma, o trabalho do observador é dificultado quando este não está munido de lanternas, uma vez que, inicialmente, só é possível observar a silhueta do animal – geralmente nas copas das árvores ou quando as aves voam de um lugar para o outro. Tal observação também pode ser muito confusa, uma vez que o olho do ser humano não é muito bem adaptado para hábitos noturnos. Como há pouca presença de luz, essas aves utilizam-se de muitos mecanismos sonoros para se comunicar em seu território. Na maior parte das vezes, a disputa territorial entre eles é realizada pela competição entre cantos, bem como o reconhecimento interespecífico. Por isso, uma técnica muito utilizada para atrair e escutar os cantos desses animais é a da reprodução de vocalizações por playback para que aves tenham reação territorial e se aproximem para melhor visualizá-las ou apenas respondam para que o observador consiga encontrá-las ou, dependendo do objetivo do estudo, poder identificar a espécie só a partir do canto. Porém, tal técnica há muitos cuidados, como por exemplo som elevado e intervalos reduzidos, pode transmitir a impressão de que o possível invasor é muito maior e mais forte/tem muita energia, o que ocasiona o afugentamento ao invés de atração das aves do local. A melhor época do ano para fazer essa técnica é na época de reprodução, período este que as aves, em busca de parceiros, vocalizam mais. Como a época em que a visita à Mendes foi feita era de muda, criou-se a hipótese de que as aves noturnas estariam vocalizando menos para economizar energia e tornarem-se menos expostas.
Há três principais representantes de aves noturnas: Coruja, Bacurau e Urutau. Corujas são as principais representantes de aves noturnas, podendo ser encontradas em matas e florestas, porém, cada coruja possuirá um nicho diferente, fazendo-se necessário conhecimento básico sobre a espécie para uma observação de qualidade. Os Bacuraus são insetívoros que caçam ou no chão ou no voo (forrageando) e preferem noites mais quentes e de lua cheia. Já o grupo d os urutaus são exclusivamente neotropicais.
O objetivo da atividade foi atrair, capturar e identificar aves de hábito noturno da região, assim como aprender as técnicas utilizadas para tal.
METODOLOGIA
Para a prática utilizou-se um aparelho amplificador de som que reproduzia um playback de diferentes vocalizações de aves noturnas, para que os pássaros com hábito noturno da região tivessem uma reação territorial de defesa ou em busca de um parceiro sexual, que resultasse em uma aproximação da turma. O playback não foi executado muitas vezes seguido ou em volume muito alto.
Havia um conhecimento prévio por parte do professor e monitores responsáveis sobre as famílias que habitam a região de Mendes, utilizando então, o canto dessas aves no playback.
Durante a prática as lanternas foram apagadas e a turma permaneceu em silêncio para que as aves não vissem as pessoas e pudesse ser atraída pelo som da vocalização reproduzida até proximidades do local onde o grupo estava.
Os lugares escolhidos para a reprodução do playback foram preferencialmente locais abertos para favorecer a propagação do som bem como a visualização das aves.
Havia um conhecimento prévio por parte do professor e monitores responsáveis sobre as famílias que habitam a região de Mendes, utilizando então, o canto dessas aves no playback.
RESULTADO
Ao andar em uma trilha, o professor e os monitores, avistaram um Bacurau na margem da mata. O animal não respondeu a vocalização e então, o professor Luiz tentou uma aproximação e foi bem sucedido ao capturar o animal. A espécie encontrada era a Nyctidromus albicollis e tratava-se de um macho. Logo se pode perceber que as cores das asas do animal eram escuras (Imagem 1), o que facilitava na camuflagem do animal quando submetido a pouca luminosidade. Possuía uma asa longa (Imagem 3) (característico de aves de rapina para auxiliar nas manobras), com uma faixa amarela atravessando a ponta da asa e áreas brancas na cauda (Imagem 4), cabeça e garganta (mostra partes brancas do corpo para a fêmea). Era notável o tamanho grande de sua boca quando se abria a boca do animal (Imagem 2). Tal tamanho é relacionado ao fato que essa ave abocanha insetos no voo. Os olhos também eram proporcionalmente grandes em relação à cabeça.
Imagem 1 – Cores neutras da ave. Imagem 2 – Boca da ave. 
Imagem 3 – Asa da ave. Imagem 4 – Cauda da ave. 
Posteriormente, pode-se escutar o canto de uma coruja, que respondia bem timidamente, o playback. Porém, tal coruja não pôde ser visualizada.
DISCUSSÃO
Existem diversos fatores que podem influenciar a vocalização das aves noturnas e aumentar o número de hipóteses que justificam a pouca vocalização, tais como: fase lunar, o vento, a época do ano, a temperatura à noite, muda entre outros.
A época do ano é determinante, pois em épocas próximas ao seu período reprodutivo essas aves vão vocalizar mais, tornando mais fácil localizá-las utilizando a técnica de playback.
Aves noturnas como corujas e bacuraus ficam mais agitadas em noites mais claras, por serem caçadoras, a iluminação da lua influencia numa melhor visualização de suas presas, portanto há preferência por noites de luas cheias.
Noites frias são mais difíceis de usar a técnica de playback, pois os animais não estão muito ativos. Vento e chuva provocam ruídos tornando difícil localizar auditivamente estas aves.