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EXCEÇÃO DECLINATÓRIA DE FORO Instrumento apto para se alegar a incompetência relativa O excipiente arguirá a incompetência em petição fundamentada e devidamente instruída, indicando o juízo para o qual declina” (CPC, art.307) “Conclusos os autos, o juiz manda ouvir o excepto em 10 dias, decidindo em igual prazo” (CPC, art.308) CONFLITO DE COMPETÊNCIA “Ocorre quando dois ou mais juízes dão-se por competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo) para determinada demanda” (CPC, art.115) “A parte que ofereceu exceção declinatória de foro não pode suscitar conflito de competência” (CPC, art.117) Ocorrendo conflito negativo de competência e sendo necessário tomada de medidas urgentes, quem decide? O relator pode designar um dos juízes para decidir (CPC, art.120, caput) “Nos tribunais, somente o órgão colegiado (pleno, seção, turma, câmara) pode suscitar o conflito de competência e não o juiz isoladamente (presidente, ministro, desembargador, relator)” A função de julgar e decidir conflitos é exclusiva do Poder Judiciário? Não! Executivo e Legislativo desempenham atividades jurisdicionais (Funções Atípicas) Senado julga o Presidente nos crimes de responsabilidade (CF, 86) Arbitragem (Lei 9307/36) Justiça Desportiva decide conflitos relacionados à competições desportivas (CF, 217, § 1º) Tribunais de Contas julgam contas prestadas pelos administradores públicos (CF, 71) Agências Reguladoras dirimem conflitos decorrentes da atividade econômica que regulam CADE – Decide conflitos envolvendo infração à ordem econômica (Lei 8.884/94, art.3º) AÇÃO “Direito de ser provocar a tutela jurisdicional do Estado, que será exercido mediante o processo, independente da existência ou não do direito material invocado” É um direito público, pois de dirige contra o Estado-juízo É subjetivo porque todo lesado em seu direito tem o direito de provocar a tutela jurisdicional TEORIAS TEORIA IMANENTISTA: a ação é aderida ao direito, de forma que ela só existe se existir também o direito material (Savigny e CC/1916) TEORIA DA AÇÃO COMO DIREITO AUTÔNOMO E CONCRETO: o direito de ação só existe quando a sentença for favorável TEORIA DA AÇÃO COMO DIREITO AUTÔNOMO E ABSTRATO: a ação não tem qualquer relação de dependência com o direito material TEORIA ECLÉTICA: a ação é o direito a uma sentença de mérito, seja qual for o seu conteúdo (Liebman e CPC) CONDIÇÕES DA AÇÃO Requisitos para se obter um pronunciamento de mérito Podem ser conhecidas de ofício pelo juiz (matéria de ordem pública) Se ausentes, levam à extinção do processo sem resolução do mérito (“carência de ação”) 1- POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO O pedido não pode contrariar o ordenamento jurídico 2- INTERESSE DE AGIR (necessidade/adequação) A propositura da ação deve ser indispensável para que obtenha o bem desejado (necessidade) O meio processual deve ser apto para produzir o resultado (adequação) 3- LEGITIMIDADE PARA AGIR (legitimidade “ad causam”) Deve haver uma correspondência entre a causa em discussão e as pessoas que irão litigar sobre ela Exame das condições da ação Nem sempre é possível diferenciar com facilidade, no caso concreto, o que é mérito e o que é condição da ação TEORIA DA EXPOSIÇÃO As condições devem ser provadas pelas partes TEORIA DA ASSERÇÃO As condições da ação são precisam ser provadas. Basta apenas a mera afirmação pela parte na inicial ELEMENTOS DA AÇÃO Devem ser indicados na petição inicial (CPC, art.282) Tem importância para determinar a existência de litispendência, coisa julgada, continência e conexão Quem pede? O que se pede? Por qual razão se pede? Conta quem se pede? PARTES (Quem pede e contra quem se pede?) É quem participa da relação jurídico processual e se submete ao contraditório Pode ou não coincidir com as partes da relação de direito material Substituição Processual ou Legitimidade Extraordinária (CPC, art.6º) O substituto processual (legitimado extraordinário) age em nome próprio, mas atua no interesse de terceiro (substituído) Ex: Sindicado que defende interesses dos associados (CF, art.8º, III) Ministério Público que defende direitos coletivos (CF, art.129, III) PEDIDO (O que se pede?) É a pretensão formulada contra o Estado-juízo Imediato – Qual o tipo de tutela? Mediato – Qual o bem jurídico pretendido? O pedido serve de parâmetro para fixação do valor da causa (CPC, art.259) Também limita a atuação do magistrado, que não pode decidir aquém (citra), além (ultra) ou fora (extra) do pedido - Princípio da Congruência ou Adstrição (CPC, 128 e 460) CAUSA DE PEDIR (Por qual razão se pede?) A inicial deve expor os fatos que justificam o pedido E também deve indicar quais as consequências jurídicas desses fatos O CPC adotou a Teoria da Substanciação O juiz se atém aos fatos narrados, não ao direito invocado (“jura novit curia”) O autor não precisa indicar a norma jurídica que sustenta o seu pedido (fundamentação legal) ESPÉCIES DE AÇÃO DE ACORDO COM O PROVIMENTO JURISDICIONAL PRETENDIDO Ação de conhecimento: visa ao acertamento ao direito, resolvendo uma crise de incerteza. Podem ser: a) declaratórias, b) constitutivas/desconstitutivas e c) condenatórias Ação de execução: busca a satisfação de um direito materializado em um título judicial ou extrajudicial Ação cautelar: objetiva proteger e garantir a eficácia de uma ação de conhecimento ou de execução PROCESSO “Sequência de atos ordenados, indicados na Constituição Federal e nas leis, encadeados logicamente e que se voltam para a realização da prestação jurisdicional” “É o método pelo qual se opera a jurisdição. É o instrumento da jurisdição” Tipos de Processo Processo de conhecimento Processo de execução Processo cautelar Pressupostos Processuais “Elementos necessários à existência e validade da relação processual” Não se confundem com as condições da ação, que são requisitos que legitimam o autor a pleitear a tutela jurisdicional Podem ser conhecidos de ofício pelo juiz enquanto não proferida sentença (CPC, 267, § 3º) Não se sujeitam a preclusão, nem mesmo para o juiz (preclusão pro iudicato) Pressupostos Processuais de Existência EXISTÊNCIA DE DEMANDA (petição inicial) – CPC, art.2º. Exceções: execução trabalhista, abertura de inventário, decretação de falência, concessão de habeas corpus B) CAPACIDADE POSTULATÓRIA (CPC, art.37, § único): Aptidão para intervir no processo, praticando atos postulatórios Exceções: OAB, AGU, Defensores Públicos, Procuradores do Estado e Município, Ministério Público A postulação pela própria parte é excepcional: * Se não há advogado no lugar, recusa ou impedimento dos que houver (CPC, art.36); * Medidas protetivas de urgência da Lei 11.340/2006 (Maria da Penha); * Causas de até 20 salários mínimos perante os Juizados Especiais Órgão investido de jurisdição Citação OBSERVAÇÕES O vício gera a inexistência do processo A inexistência deve ser judicialmente declarada Não há prazo para declarar a inexistência A desconstituição do vício pode ser feita por impugnação ao cumprimento de sentença (CPC, art.475-L, I), embargos a execução (art.741, I) ou via ação declaratória (querella nullitatis insanabilis) PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DE VALIDADE A) Petição inicial apta (CPC, art.295, § único) B) Juiz absolutamente competente e imparcial-não impedido (CPC, art.134). Obs: A suspeição e a incompetência relativa não invalidam o processo 27 C) Capacidade de ser parte (personalidade de direito) Aptidão atribuída a todas as pessoas e alguns entes despersonalizados de poder integrar a relação processual Nascituro: CC, art. 2º e Lei 11.804/2008 – “Alimentos Gravídicos” Ações sem réus: ADI, ADC e ADPF (controle objetivo de constitucionalidade) D) Capacidade processual (legitimatio ad processum): É a possibilidade de figurar no processo sem precisar estar representado ou assistido “Toda pessoa tem capacidade de ser parte, mas nem toda tem capacidade processual” Pressupostos Processuais Negativos “São fatos ou situações que não podem ocorrer para que o processo se instaure validamente” Levam à extinção do processo sem resolução do mérito (CPC, art.267, V e VII) A) Litispendência e coisa julgada: repetição de demanda idêntica à anteriormente proposta B) Perempção: autor dá causa, por 3 vezes consecutivas, à extinção do processo por inércia (art.267, III) OBSERVAÇÕES O meio de declaração de nulidade do feito por ausência dos pressupostos processuais de validade é a ação rescisória (CPC, 485) Por meio desta as partes ou o Ministério Público podem requerer ao tribunal que declare nulo o feito em que foi verificado o pretenso vício. O prazo de interposição é de dois anos contados do trânsito em julgado da sentença do processo irregular (CPC, art.485) 31 CAPACIDADE PROCESSUAL Capacidade processual x Capacidade de Direito Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo (NCPC). A representação e a assistência Curador especial (artigo 9º e 72 NCPC) Pessoas casadas. A outorga uxória ou marital. Intimação ou suprimento judicial de consentimento (NCPC, art.73, § 3º e 74). Não se aplica à união estável (NCPC, art.73, 5º) Citação de ambos os cônjuges (NCPC, art.73, § 1º). A sucessão: alteração da pessoa que figura em um dos polos da ação A) alienação do bem litigioso. Consequências (NCPC, art.109) B) morte da parte – habilitação Regularização da incapacidade processual ou da representação processual (art.13 e 76 NCPC) Suspensão do processo e concessão de prazo Extinção do processo (autor) Revelia (réu ou terceiro) Exclusão do processo (terceiro) Não conhecimento do recurso (recorrente) Desentranhamento das contrarrazões (recorrido) Representação das pessoas jurídicas (art. 12 CPC/73 e 75 do NCPC) União – AGU Estados e DF – Procuradores Município – Prefeito ou Procuradores Municipais Autarquias e fundações – quem a lei designar Massa falida – administrador judicial Herança jacente e vacante – curador Espólio – inventariante Condomínio – administrador ou síndico Pessoa jurídica estrangeira - gerente, representante ou administrador DO ADVOGADO Capacidade postulatória Inscrição na OAB O mandato judicial: procuração geral e com “cláusula específica” (receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica) – NCPC, art.105 Substituição do Advogado Revogação do mandato (constituir outro em 15 dias – consequências: NCPC, art.76: extinção do processo, revelia, exclusão do processo, não conhecimento do recurso, desentranhamento das contrarrazões) Renúncia do mandato (advogado continua por mais 10 dias) DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES (ART.14 e 77 do NCPC) Expor os fatos conforme a verdade: mentira consciente e intencional não é tolerada Proceder com lealdade e boa-fé: não utilizar expedientes desonestos que retardem ou prejudiquem a solução Não formular pretensões, nem alegar defesa, ciente de que são destituídas de fundamento: erro inescusável Não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito: não suscitar incidentes protelatórios Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza antecipada ou final, e não criar embaraços a sua efetivação: não dificultar ou retardar o cumprimento de provimentos Declinar o endereço, residencial ou profissional, onde receberão intimações e atualizar essa informação se houver modificação Não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso Ato atentatório a dignidade da justiça Pena de multa de até 20% do valor da causa. Destinada a União ou Estado. Não se aplica a advogados públicos, Defensores Públicos ou MP LITIGANCIA DE MÁ-FÉ. Penalidade. Multa de 2% a 10%. O valor é revertido em favor da parte contrária DESPESAS, HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E MULTAS. Regra geral: quem sucumbe paga! Responsabilidade pelo pagamento da perícia passa a ser das duas partes, quando a prova for requerida por ambas Honorários serão majorados na medida em que forem julgados recursos interpostos no processo Ações contra a Fazenda Pública: escalonamento de honorários, que podem variar desde 10% a 20%, se a causa for de menor valor, até de 1% a 3%, se a condenação envolver valores de maior vulto Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade A GRATUIDADE DA JUSTIÇA Novo Código de Processo Civil, art.98 a 102 Lei 1.060/50 A abrange taxas, custas processuais, selos postais, publicação de editais etc (§ 1º, art.98) Não abrange multas processuais e honorários advocatícios se houver sucumbência A exigibilidade fica sob condição suspensiva (§ 3º) O juiz pode parcelar ou reduzir em percentuais o pagamento das despesas processuais (§ 6º e 7º) A impugnação ao pedido é feita por simples petição no prazo de 15 dias (art.100) Contra a decisão que defere ou indefere a gratuidade cabe Agravo de Instrumento Mas se a gratuidade foi deferida/indeferida na sentença, cabe Apelação DO MINISTÉRIO PÚBLICO Instituição permanente e essencial à função jurisdicional Defende, no âmbito civil, interesses público, sociais, difusos e coletivos (CF, artigo 129) É titular da ação civil pública (Lei 7347/48) Tem legitimidade para ajuizar ação: Envolvendo relação de consumo (Lei 8078/90) Nulidade de casamento (CC, art.1549) Interdição Investigação de paternidade (Lei 8560/92) entre outras Pode ser PARTE ou FISCAL (NCPC, art. 179) Vantagens processuais Intimado pessoalmente Manifesta depois das partes Tem prazo em dobro para falar nos autos Não paga custa ou verbas de sucumbência DO JUIZ CPC de 1973: artigo 125 e seg. NCPC: artigo 139 e seg. Inovações pode inverter a ordem da produção das provas para dar maior efetividade ao processo No caso de diversas demandas individuais repetitivas, pode oficiar ao MP ou Defensoria Pública para propositura de ação coletiva GARANTIAS DOS JUÍZES VITALICIEDADE Só perde o cargo por sentença judicial (CF, art.95, inciso I) INAMOVIBILIDADE Juiz só se remove se de um lugar para outro se ele quiser (Exceção: em caso de interesse público e com votos de 2/3 terços dos membros do TJ) IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIOS IMPEDIMENTO – NCPC, art.144 Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido qualquer decisão; III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; IV – quando for parte no feito ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte na causa; VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado. SUSPEIÇÃO – NCPC, art.145 Art. 145. Há suspeição do juiz: I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; III – quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; IV – interessado no julgamento de causa em favor de qualquer das partes. COMO AFASTAR O JUÍZ IMPEDIDO OU SUPEITO? Petição específica dirigida ao juiz, indicando o fundamento da recusa Juntar documentos ou arrolar testemunhas Prazo de 15 dias a contar da data em que se verificou o fato O julgamento é feito pelo TJ LITISCONSÓRCIO Pluralidade de partes no polo ativo ou passivo da ação Fundamento Economia, celeridade processual e evitar decisões conflitantes Classificações Litisconsórcio Necessário: lei ou a relação jurídica obrigam Facultativo: formado por opção do autor Unitário: a decisão será igual para todos os litisconsortes Simples: o juiz pode decidir de maneira diferente Multidutinário: número excessivo de partes Litisconsócio Facultativo (NCPC, art.113) Comunhão de direitos e obrigações Conexão Afinidade por um ponto de fato ou direito É possível limitar o número de litigantes se este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença (NCPC, 113, § 1º) Litisconsórcio Necessário A lei ou a relação jurídica exigem a pluralidade de partes No polo passivo: o autor deve incluir o litisconsorte e citá-lo, sob pena de extinção do processo (art.116, §1º) No polo ativo: o juiz convoca o litisconsorte para, querendo, integrar o processo (art.116, § 2º) O que pode ocorrer: 1-Quedar-se inerte; 2-Assumir sua posição de litisconsorte ativo; 3-Contestar a ação Sentença proferida sem a citação do litisconsorte necessário é nula, se o litisconsórcio for unitário (art.116, caput) Regime do Litisconsórcio A) Litisconsórcio simples Independência Atos e omissões de um não prejudicam os demais (art.117, caput) Em regra, a conduta benéfica de um não aproveita aos demais. Exceção A prova produzida por um pode ser aproveitada por outro (princípio da comunhão da prova) A defesa apresentada por um pode beneficiar o litisconsorte revel se o argumento invocado for comum a ambos Litisconsórcio unitário Atos benéficos aproveitam a todos Atos ou omissões lesivos praticados por um só são eficazes com relação aos outros se todos consentirem (art.117, caput) Lembrete1: O litisconsórcio pode ser Necessário-simples: ação de usucapião, divisão e demarcação Necessário-unitário: ação de anulação de casamento Facultativo-simples: ação de reparação de danos Facultativo-unitário: ação proposta por acionistas para anular a assembleia de uma S/A Lembrete2: Sentença proferida sem a citação do litisconsorte necessário é nula, se o litisconsórcio foi unitário Nos demais casos de litisconsórcio necessário, é válido o capítulo da decisão relativo àquele que foi citado; é nulo o capítulo que diz respeito ao que não o foi (NCPC, art.116) DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS TÍTULO III CAPÍTULO I - DA ASSITENCIA (art.119 a 124) Conceito: Dá-se quando o terceiro juridicamente interessado intervém no processo para prestar colaboração a uma das partes Com exceção do procedimento sumaríssimo (Lei 9.099/95), cabe em qualquer procedimento Será admitida em todos os graus de jurisdição Tipos de assistência A) Simples (adesiva) O interesse do assistente não está vinculado diretamente ao litígio B) Litisconsorcial Assistente tem relação direta com o adversário do assistente Efeitos da intervenção A) Assistência simples Assistente é mero auxiliar Não pode ir de encontro à opção processual do assistido Se assistido for revel, ele atua como substituto processual B) Assistência litisconsorcial Assistente praticar processuais sem se subordinar ao assistido Pode praticar atos que contrariem os interesses do assistido Efeitos da coisa julgada (art.123) A) Assistência simples Não pode ser atingido pela coisa julgada Não pode discutir a justiça da decisão (salvo se houver má gestão processual – exceptio male gesti processus) B) Assistência litisconsorcial Será atingido diretamente pela coisa julgada DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE Ação regressiva, que pode ser proposta tanto pelo autor quanto pelo réu, com o objetivo de garantir a indenização do denunciante caso ele perca a demanda Hipóteses de admissibilidade: A) Para garantir ao adquirente o direito resultante da evicção B) Para garantir direito regressivo de indenização Características Deferida a denunciação, o juiz julga as duas demandas (lide principal e lide secundária) Há relação de prejudicialidade entre a lide principal a lide secundária Se for procedente a demanda principal, o autor pode pedir o cumprimento da sentença diretamente do denunciado DO CHAMAMENTO AO PROCESSO Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: I – do afiançado, na ação em que o fiador for réu; II – dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; III – dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. Objetiva a inclusão do devedor ou dos coobrigados pela dívida para integrarem o polo passivo da relação processual, a fim de que o juiz declare, na mesma sentença, a responsabilidade de cada um O chamamento ao processo leva à formação de litisconsórcio passivo, ulterior, facultativo e simples Não se confunde com a denunciação da lide: No chamamento há a ampliação do polo passivo Na denunciação ocorre a introdução de nova lide No chamamento o chamado tem relação jurídica com o autor Na denunciação, o denunciado tem relação apenas com o denunciante e não com o autor da demanda Hipóteses Do afiançado, na ação em que o fiador for réu Dos outros fiadores, na ação proposta contra algum deles Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir a dívida de um ou de algum deles Lembrete: A responsabilidade do fiador, em regra, é subsidiária Primeiro a constrição deve atingir bens do devedor para só depois atingir bens do fiador É o benefício de ordem (CC, 827) Procedimento Dever ser requerido pelo réu na contestação Se o juiz indefere liminarmente, cabe Agravo de Instrumento (art.1015, IX) Se deferir, a citação deve ser promovida em 30 dias ou 2 meses A sentença valerá com título executivo: Em favor do autor, que poderá executar o devedor originário ou qualquer um dos litisconsortes Em favor do réu que satisfizer a dívida Lembrete: Só é cabível no processo de conhecimento É inadmissível o chamamento ao processo da União, pelo Estado-membro, em ação de fornecimento de medicamentos É possível o chamamento nas ações de alimentos (CC, art.1698) ? É cabível o chamamento no CDC (art.101, II) INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (NCPC, art.133) Prevista no artigo 50 do CC e 28 do CDC e em outras leis extravagantes “Consiste em levantar o véu da desta para alcançar aquele (administrador ou sócio) que, por desvio de finalidade ou confusão patrimonial, tentou se eximir por trás da personalidade jurídica da empresa, fazendo dela uma simples fachada para ocultar uma situação danosa”. (Caio Mário da Silva Pereira) É possível a desconsideração inversa Pode ser instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público Jamais pode ser instaurada de ofício pelo juiz Instaurado o incidente, juiz comunica o distribuidor Juiz suspende o processo e manda citar o sócio ou a pessoa jurídica A resposta deve ser apresentada em 15 dias O juiz decide o incidente e o recurso cabível é o agravo (art.1015, IV) Julgado procedente o pedido, os atos da execução atingirão o patrimônio dos sócios ou da empresa “AMICUS CURIAE” (NCPC, art.138) Possibilita a intervenção de órgãos ou entidades interessadas no desfecho da demanda. Visa a democratizar o debate acerca de decisões proferidas pelo Poder Judiciário É admissível em todas as ações de controle concentrado de constitucionalidade, e no controle difuso Pressupostos de admissibilidade: Representatividade e relevância da matéria DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA (NCPC, art.149 a 176) Escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias. LIVRO IV - DOS ATOS PROCESSUAIS Ato processual é todo aquele que tem por fim instaurar, desenvolver, modificar ou extinguir a relação processual Classificação 1-Atos das partes 2-Atos do juiz 3-Atos do escrivão ou chefe de secretaria Atos das partes Produzem seus efeitos de imediato Não dependem de homologação judicial Vigora a irretratabilidade! Atenção: A desistência da ação só produz efeito depois de homologada pelo juiz (art.200, § único) Pronunciamentos dos juiz Sentenças: ato por meio do qual o juiz põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução (30 dias) Decisões interlocutórias: pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre na descrição de sentença (10 dias) Despachos: todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte (5 dias) Os despachos de mero expediente não existem mais: ficam a cargo do serventuário da Justiça Atos do escrivão ou chefe da secretaria: atos de documentação e de comunicação Protocolo - considera-se proposta a ação (art.312) Registro – onde há apenas uma Vara Distribuição – onde há mais de uma Vara Autuação – formação dos autos do processo Atos meramente ordinatórios (juntada de petição e vista obrigatória) não dependem de despacho Forma dos atos processuais Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. A regra é a forma livre Princípio da instrumentalidade das formas (art.188): reputar-se-á válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade Publicidade dos atos processuais Em geral são públicos – art.189 Correm em segredo de justiça: Se o interesse público ou social exigir Casamento, separação de corpos, união estável, alimentos, guarda, filiação Se houver dados protegidos pelo direito à intimidade Se houver confidencialidade estipulada em arbitragem TEMPO E LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 as 20 horas Serão praticados depois das 20h os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano Não se confunde horário para a prática do ato com horário de expediente forense O expediente forense pode se encerrar às 17, 18, 19, 20h – depende da Lei de Organização Judiciária Ato externo pode ser praticado até as 20h, independente de o expediente encerrar-se antes desse horário Ato processual eletrônico pode ocorrer em qualquer horário, até as 24h do último dia do prazo (art.213) Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para fim de atendimento do prazo. Citação e penhora poderão realizar-se fora do horário, independentemente de autorização do juiz Os atos processuais realizam-se, de regra, na sede do juízo. Exceções: deferência, interesse da justiça ou obstáculo criado pela parte Recesso e férias forenses- não existem mais-EC/45 Nos tribunais superiores ainda existem férias Não se praticam atos processuais nesse período, salvo citação, intimação, penhora e tutela de urgência (art.214)- Tramitam durante o recesso/férias (art.215): Ação de alimentos, Nomeação/remoção de curador, Procedimentos de jurisdição voluntária (separação, emancipação), Atos necessários a conservação de direito (liminares) PRAZOS PROCESSUAIS (art.218 a 235) Lapso de tempo em que o ato processual pode ser validamente praticado (“dies a quo” e “dies ad quem”) Prazos legais, judiciais ou convencionais Na omissão da lei e do juiz: 5 dias Prazos próprios e impróprios Prazos dilatórios ou peremptórios Regra: o curso do prazo não se interrompe nos feriados Suspensão dos prazos: entre 20 de dezembro a 20 de janeiro Há atividade judiciária! Apenas não se pratica ato que envolva a parte ou o advogado (art.220) Juiz pode prorrogar os prazos por até 2 meses Em caso de calamidade poderá ser excedido Juiz não pode reduzir prazos peremptórios sem a concordância das partes (art.222) Contagem do prazo Computar-se-ão somente os dias úteis (art.219) Exclui-se o dia do começo e inclui-se o do vencimento O prazo só começa a correr a partir do dia útil seguinte ao da intimação Haverá prorrogação do prazo: Expediente forense iniciar antes Expediente encerrar depois Indisponibilidade da comunicação eletrônica Suspensão do prazo - “crise do processo” Hipóteses do art.313 Evento alheio à vontade da parte Semanas de conciliação e mediação Preclusão Perda ou extinção da possibilidade de se praticar o ato processual Modalidades Preclusão temporal: decorre da inércia da parte, que deixa de praticar um ato no tempo devido – art.223 Restituição do prazo em se houver justa causa Preclusão lógica: incompatibilidade entre o ato praticado e outro que se deseja praticar Preclusão consumativa: origina-se do fato de ter praticado o ato, não importa se bem ou mal Prazo em dobro - art.229 Réus com advogados distintos e de escritórios diferentes Dificuldade de acesso aos autos Processo eletrônico: não se aplica!! Ministério Público, Fazenda Pública e Defensoria Pública – prazo em dobro (art.181 e 186) Quando se dá efetivamente a citação e a intimação? Art. 231: Citação e intimação postal: juntada do AR Citação e intimação por oficial de justiça: juntada do mandado Citação e intimação pelo escrivão: data da ocorrência Citação e intimação por edital: dia seguinte ao fim do prazo estipulado pelo juiz Citação e intimação por meio eletrônico: dia seguinte à consulta no sistema do tribunal Citação e intimação por carta: quando chegar ao juízo de origem a informação do cumprimento da carta Intimação pelo Diário da Justiça: data da publicação Atenção Contestação e vários réus: prazo para contestar é contado a partir da realização da última citação Intimação e vários réus: o prazo corre independente para cada um Verificação dos prazos e penalidades – art.233 Não devolução dos autos no prazo Advogado privado: Não poderá mais retirar os autos Pagar multa de ½ salário mínimo Comunicação à seção local da OAB Advogado público, MP, e Defensoria: não perde o direito de retirar os autos. COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS Os ônus e faculdades decorrentes da relação processual só se estabelecem após a comunicação do ato A comunicação dos atos se dá por meio da CITAÇÃO e INTIMAÇÃO Prática de atos fora da competência territorial é feita por carta. Carta precatória: a diligência tem de ser cumprida por juiz do mesmo grau Carta de ordem: expedida por um tribunal para ser cumprida por juiz subordinado a ele Carta rogatória: dirigida a autoridade estrangeira Carta arbitral: expedida por juízo arbitral (art.237, IV) Videoconferência ou outro recurso tecnológico de sons e imagens também são admitidos - art.236, §3º CITAÇÃO É o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual (art.238) Pode ser feita pessoalmente, na pessoa do representante legal ou procurador O comparecimento espontâneo supre a falta de citação ou convalida a citação irregular (art.239, § 1º) Classificação Citação pessoal: realizada na pessoa do réu/executado/interessado ou de seu representante legal/procurador. Ex: citação por correio, oficial de justiça e meio eletrônico Citação ficta: o réu não é encontrado pessoalmente. Ex: citação por “hora certa” e “por edital” Modalidades Pelo correio, Oficial de justiça Pelo escrivão ou chefe de secretaria Por edital Por meio eletrônico Citação pelo correio: é a regra. Exceções (art.247): Ação de interdição Quando o citando for incapaz Quando o citando for pessoa de direito público Quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência Quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma Vedação momentânea da citação – art.244 Culto religioso Morte do cônjuge, companheiro ou parente do morto (2º grau) – 7 dias Recém casados – 3 dias Doentes em estado grave Requisitos do mandado de citação (art.250) Citação por hora certa (art.252) Basta que o oficial procure o réu por 2 vezes e haja suspeita de ocultação Condomínios edilícios ou loteamentos com controle de acesso, será válida a intimação a que se refere feita a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência Efeitos da citação Torna eficaz a litispendência Faz litigiosa a coisa Constitui em mora o devedor Interrompe a prescrição Citação por edital e seus requisitos (art.256) Requisitos das cartas (art.260) INTIMAÇÃO É o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo Feita por meio eletrônico, publicação na imprensa oficial, pelo escrivão, pelo oficial de justiça ou carta registrada Intimação em nome da sociedade de advogados - § 1º, art.272 Atualização de endereço - § único, art.274 Parágrafo único. Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência no primitivo endereço. Das nulidades Nulidade é um defeito do ato processual Nulidades absolutas Podem ser conhecidas de ofício pelo juiz Podem ser alegada pela parte que a deu causa Não há preclusão se não for alegada Nulidades relativas Só podem ser apontadas pela parte interessada Só será conhecida se arguida pela parte que a ela não deu causa Há preclusão se não alegada na primeira oportunidade Nulidades cominadas (previstas em lei) - absolutas Ato praticado por juiz absolutamente incompetente ou impedido Ausência de intervenção do curador especial Não intervenção do MP Falta de citação do réu Ausência de fundamentação das decisões judiciais Princípio do aproveitamento ou da instrumentalidade das formas Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. Todas as nulidades são sanáveis (relativas ou absolutas) Esse princípio se sujeita aos princípios da finalidade e da ausência de prejuízo Não havendo prejuízo, não se declara nulidade (art.282, § 1º) Não se decreta a nulidade se o juiz puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveita a declaração (art.282, § 2º) Princípio da boa-fé Art. 276. Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa. Princípio da concatenação ou interdependência dos atos processuais (efeito expansivo das nulidades) Art. 281. Anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele dependam; a nulidade de uma parte do ato não prejudicará, todavia, as outras que dela sejam independentes. Intervenção obrigatória do Ministério Público Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir. § 1º Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Ministério Público, o juiz invalidará os atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado. § 2º A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo. Da formação, suspenção e extinção do processo Formação da relação processual Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado. Inicia-se com a propositura da ação Estabelece-se uma relação linear entre autor e juiz Completa-se com a citação do réu O processo passa a vincular autor, juiz e réu, numa relação angular (teoria de Hellwing) Efeitos da citação Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, torna eficaz a litispendência para o réu, faz litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 do Código Civil. Estabilização do processo Art. 329. O autor poderá: I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar Mesmo com a aquiescência do réu, somente até a fase de saneamento pode-se alterar o pedido ou a causa de pedir As partes só podem ser substituídas em casos excepcionais: a) Alienação da coisa litigiosa (art.109) b) Morte (art.110) c) Correção do polo passivo (art.338) Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. A forma legal de requerer a tutela jurisdicional (de invocar a jurisdição) é por meio da petição inicial Iniciado o processo, ele se desenvolve por impulso oficial O art.2º contempla os princípios do dispositivo e do inquisitivo Suspensão do processo – art.313 Suspensão do processo por morte (inc.I) A) Da parte 1.Direito intransmissível (divórcio, alimentos): extinção (art.485, IX) 2.Direito transmissível: suspende até a habilitação dos sucessores B) Do representante legal Se tiver outro (pai, mãe): ocorre a substituição Se não tiver representante legal: nomeação de curador especial C) Do procurador: constituir outro – prazo de 15 dias (art.313, § 3º) 1-Se o autor não nomeia outro: extinção do processo 2-Se a inércia for do réu: processo segue à revelia Suspensão perda da capacidade processual (inc.I) A) Da parte ou do seu representante Habilitação do curador Se não houver curador: nomeia um curador especial B) Do procurador: intima a parte a constituir outro Suspensão do processo por convenção das partes (inc.II) O juiz é obrigado a suspender (ato vinculado) Prazo máximo 6 meses Suspensão pela arguição de impedimento e suspeição (inc.III) Tanto a incompetência relativa quanto a absoluta são arguidas em preliminar de contestação (art.337, II) Motivos de impedimento e suspeição: artigos 144 e 145 O julgamento é feito pelo Tribunal e o processo fica suspenso enquanto não definir o incidente Suspensão quando a sentença de mérito (inc.V) Depender do julgamento de prejudicar externa, não sendo possível reunir os processos Depender da verificação de fato ou a produção de prova requisitada a outro juízo (por carta) Suspensão por motivo de força maior (inc.VI): Razão que torna impossível o funcionamento do órgão jurisdicional Suspensão nos demais casos previstos no Código (inc. VII) Suspensão até que se pronuncie a justiça criminal (art.315) Prazo indeterminado Se a ação penal não for instaurada em 3 meses, o processo cível retoma seu curso Atenção Durante a suspensão não se praticam atos processuais, salvo atos urgentes, para se evitar dano irreparável. Mas, se arguida suspensão ou impedimento, não se praticam quaisquer atos: Art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato processual, podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de impedimento e de suspeição. Durante a suspensão do processo, os prazos também ficam suspensos (art.221) Da extinção do processo Sentença terminativa = não aprecia o mérito Sentença definitiva = aprecia a pretensão formulada EXTINÇÃO SEM APRECIAÇÃO DO MÉRITO – art.485 Inciso I: indeferimento da petição inicial Não preenchimento dos requisitos do art.330: A)Inépcia (§1º) * falta pedido ou causa de pedir * o pedido for indeterminado * da narrativa dos fatos não decorre a conclusão do pedido * os pedidos forem incompatíveis entre si B) Parte manifestamente ilegítima C) Falta e interesse processual Inciso II: paralisação por mais de 1 ano por negligência Inventário e execução podem ficar no arquivo sem serem extintos § 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. § 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados. Inciso III: quando o autor não promove atos e diligências que lhe competir e abandona o processo por mais de 30 dias Juiz intima o autor para dar seguimento em 5 dias Depois ouve o réu (Sumula 240 STJ) Inciso IV: ausência de pressuposto constituição e desenvolvimento válido e regular do processo Se for sanável, juiz concede prazo para regularização – art.76 Consequências: Extinção se a providência couber ao autor Revelia, se a providência couber ao réu Exclusão do processo, se couber ao terceiro Inciso V: reconhecimento da perempção, litispendência ou coisa julgada Definição de perempção: art.486, § 3º Inciso VI: ausência de legitimidade e interesse Se for sanável, o juiz concede prazo para regularização Inciso VII: acolher a existência de convenção de arbitragem Lei 9307/96 Inciso VIII: autor desiste da ação Pode ser requerida a qualquer momento Após o oferecimento da contestação, depende da concordância do réu Se for revel, é dispensada a concordância do réu Havendo litisconsórcio facultativo, dependerá da concordância de todos que já foram citados A discordância do réu deve ser fundamentada Quem desiste paga as verbas de sucumbência Inciso IX: morte da parte e direito intransmissível Ações personalíssimas Separação judicial, anulação de casamento, interdição Inciso X: demais casos previstos no Código Autor não promove a citação do litisconsorte necessário Atenção: Juiz/Tribunal pode conhecer de ofício as hipóteses dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado Consequências da extinção do processo sem resolução do mérito Não atinge o direito substancial Não impede a repropositura da ação – art.486 Se for reiterado o pedido, a causa será distribuída por dependência (art.286, II) A coisa que era objeto de discussão deixa de ser litigiosa A interrupção da prescrição fica mantida Permanece a constituição em mora do devedor EXTINÇÃO DO PROCESSO COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO – art.487 Inciso I: acolhimento ou rejeição do pedido formulado na ação ou na reconvenção Inciso II: decidir de ofício ou a requerimento a ocorrência de decadência ou a prescrição Prescrição – artigos 205 e 206 do CC Decadência – todos os demais prazos Antes de pronunciar a prescrição ou a decadência, o juiz deve ouvir as partes (§ único, art.487) Inciso III: homologação A) Do reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção B) Da transação Transação = negócio jurídico bilateral Gera eficácia independe de homologação judicial Pode ser celebrada a qualquer tempo, mesmo após a sentença Dispensa capacidade postulatória Não está limitada ao objeto do litígio (art.515 § 2) C) Da renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485. Da tutela provisória Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. Tutela de urgência = afastar o perigo da demora (periculum in mora), evitando um prejuízo grave ou irreparável enquanto durar o processo Tutela de evidência = baseia-se no alto grau de probabilidade do direito invocado A tutela de urgência pode ser satisfativa (tutela antecipada) ou cautelar “A tutela antecipada satisfaz para proteger” “A tutela cautelar antecipada para proteger” A tutela cautelar e a tutela antecipada são provisórias e revogáveis (cognição sumária) Ambas visam a neutralizar os males do tempo A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas O NCPC fez desaparecer o processo cautelar como processo autônomo Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo. A decisão que concede a tutela provisória tem natureza de decisão interlocutória, sujeitando-se ao recurso de agravo de instrumento (art.1015, I) O agravo de instrumento não tem efeito suspensivo, via de regra O capítulo da sentença que trata da tutela provisória não está sujeita a efeito suspensivo, produzindo efeitos imediatos (art.1012, V) Julgado improcedente o pedido, a tutela provisória deixa de produzir efeitos, mesmo se houve recurso de apelação Pois o comando que a revoga não está sujeito ao efeito suspensivo
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