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1 Aula SURTO 13 03 12

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Medidas em Saúde Coletiva 
Investigação de surto epidêmico
Taxas de Ataque
Profª Márcia H. V. Rezende
OBS: Uma epidemia é muitas vezes confirmada pela verificação de uma incidência de casos na população (ou grupos populacionais) significativa- mente maior que a usual.
TAXA DE ATAQUE:
TAXA DE ATAQUE: 
Objetivo Identificar a fonte de infecção nos surtos epidêmicos de uma determinada doença, em um local ou em uma situação onde o grupo populacional é bem definido como, por exemplo: residência, creche, escola, quartel ou quando se trata de um grupo de pessoas que participou de um evento específico como um almoço ou um lanche.
TAXA DE ATAQUE: 
Definição É o coeficiente ou taxa de incidência de uma doença em uma população específica ou em um grupo bem definido de pessoas expostas ao risco de serem acometidas por essa doença, limitado a uma área e tempo restritos.
Está padronizado que o resultado da taxa de ataque seja em porcentagem (%).
TAXA DE ATAQUE: Cálculo
A formula para o cálculo da taxa de ataque é:
 
TA= nºde casos novos , em um período e local x 100	 
 População exposta ao risco mesmo período e local 
 Para entender melhor, vamos ao exemplo:
 Em uma festa de comemoração do Dia da Criança, na creche Cantinho do céu, onde havia 125 pessoas, entre adultos e crianças, ocorreram 25 casos de diarreia. Calcule a taxa Taxa de Ataque para doença (diarreia).
TAXA DE ATAQUE: Cálculo
Para saber a taxa de ataque (TA) aplica-se a fórmula:
 TA=nºde casos novos da doença, em um período e localx100	 População exposta ao risco
 TA = 25 x100 = 0,2x100 = 20%
 125
 
Interpretação: 
a) A probabilidade(ou risco) dos participantes da festa de comemoração do dia da criança na creche desenvolver um quadro de diarréia foi de 20% 
b) De cada 100 participantes 20 corriam o risco de adoecer por diarréia
Int.:O maior risco de contrair hepatite A esteve entre os contatos domiciliares(20%), pois os 10% de casos da creche tem o poder de disseminar a doença (contagiosa) para os domicílios destes, assim pondo em risco a população. A vigilância deve estar mais atenta aos domicílios destes, na tentativa de bloquear a disseminação da doença.
EXERCÍCIO:
Considere um surto de rubéola ocorrido em uma comunidade, na qual 18 pessoas em 18 domicílios diferentes ficaram doentes. A população da comunidade é igual a 1000 pessoas.
Posteriormente, após esse primeiro surto, 17 pessoas dos mesmos domicílios dos casos primários desenvolveram rubéola. Nos 18 domicílios onde ocorreram os casos havia um total de 86 pessoas.
Calcule as devidas taxas de ataque para esse surto e interprete
Para calcular a taxa de ataque de rubéola devemos primeiro definir
O numerador e o denominador
 nº de casos na nº de pessoas em 
 comunidade risco na comunidade
EXERCÍCIO:
Considere um surto de rubéola ocorrido em uma comunidade, na qual 18 pessoas em 18 domicílios diferentes ficaram doentes. A população da comunidade é igual a 1000 pessoas.
Posteriormente, após esse primeiro surto, 17 pessoas dos mesmos domicílios dos casos primários desenvolveram rubéola. Nos 18 domicílios onde ocorreram os casos havia um total de 86 pessoas.
Calcule as devidas taxas de ataque para esse surto e interprete
Calculo da taxa de ataque primária
TA1ª = nº casos na comunidade x 100
Pessoas na comunidade
TA1ª = (18⁄1000) x (100) = 1,8%
Calculo da taxa de ataque secundária 
TA2ª = nº de contatos domiciliares doentesx 100
(nº de membros da família) – (nº dos que já apresentaram rubéola)
 TA2ª =(17 ⁄(86−18) x 100% = (17⁄68) × 100%
TA2ª = 25,0%
Posteriormente, após esse primeiro surto, 17 pessoas dos mesmos domicílios dos casos primários desenvolveram rubéola. Nos 18 domicílios onde ocorreram os casos havia um total de 86 pessoas.
Interpretação
O maior risco de contrair rubéola esteve entre os contatos domiciliares e não na comunidade. A vigilância epidemiológica deve estar mais atenta aos domicílios
Int.:O maior risco de contrair hepatite A esteve entre os contatos domiciliares, pois os 10% decasos da creche tem o poder de disseminar a doença (contagiosa) para os domicílios destes, assim pondo em risco a população.A vigilância deve estar mais atenta aos domicílios destes.
Quando estamos diante de um número grande de possibilidades de agentes infeciosos, como o caso de surtos alimentares, o primeiro passo é comparar as taxas de ataque entre aqueles que comeram um dado alimento e não se alimentaram dele.
O exemplo que segue 
Investigação de surto de gastroenterite
1. Um ambulatório médico, localizado em bairro próximo ao distrito industrial de um pequeno município, atendeu 34 pessoas entre as 19:30 horas de 7 de janeiro e as 20:00 horas de 8 de janeiro deste ano, com queixas de vômitos e diarréia. O município possui 5.238 habitantes.
Calcule a taxa de ataque de gastroenterite
para esse município
TAXA DE ATAQUE: Cálculo
Para saber a taxa de ataque (TA) aplica-se a fórmula:
TA = Nº de casos novos da doença, em um período e local x 100	 População exposta ao risco
 TA = 34 x100 = 3400 = 0,64%
 5238 5238
 
	Este resultado significa que menos de 1% da população do município, adoeceram.
	Cont... Investigação de surto de gastroenterite
2. O fato foi notificado ao serviço de epidemiologia do município, que, já no início da investigação, verificou que todos os pacientes atendidos eram funcionários
de uma empresa de 1.278 funcionários, situada no distrito industrial da cidade.
	Calcule a taxa de ataque de gastroenterite entre os funcionários da
empresa
TAXA DE ATAQUE: Cálculo
Para saber a taxa de ataque (TA) aplica-se a fórmula:
TA = Nº de casos novos da doença, em um período e local x 100	 População exposta ao risco (funcionários)
 TA = 34 x100 = 3400 = 2,7%
 1278 1278
 
	Este resultado significa que quase 3% dos funcionários da empresa do distrito industrial adoeceram.
		Cont... Investigação de surto de gastroenterite
	3. Em continuidade à investigação, foram levantadas informações referentes à distribuição dos casos entre os funcionários, segundo o departamento em que trabalhavam. Os resultados desse levantamento encontram-se na tabela 1
Gabarito do exercício
Investigação de surto de gastroenterite
TA = Nº de casos novos da doença, em um período e local x 10ⁿ	 População exposta ao risco
Cont... Investigação de surto de gastroenterite
3b. Calcule as taxas de ataque (em %) para cada um dos dois departamentos afetados e para o conjunto dos funcionários dos dois departamentos afetados.
Cont... Investigação de surto de gastroenterite
Cont... Investigação de surto de gastroenterite
	4. A entrevista feita com todos os funcionários desses dois departamentos revelou, além dos 34 casos já conhecidos, outros 76, totalizando 110 casos de gastroenterite durante o surto. Qual foi a verdadeira taxa de ataque de gastroenterite (em %) entre os funcionários dos dois departamentos?
Cont... Investigação de surto de gastroenterite
	5. Com fundamento nos dados dos questionários correspondentes aos 110 casos identificados, foi preparada a seguinte lista indicando a freqüência de sintomas.
Cont... Investigação de surto de gastroenterite
	Cont... Investigação de surto de gastroenterite
6a. Calcule as taxas de ataque (em %) por refeição entre os funcionários
que almoçaram e que não almoçaram na lanchonete. Com os resultados
obtidos, complete a tabela acima.
	6b. Qual refeição foi, provavelmente, o veículo de infecção? Por que?
=52*100
 152
=62*100
 179
=89*100
 239
=29*100
 92
	Para certificar a associação entre exposição (consumo do alimento, bebida ou outra fonte/fator de risco) e a doença, é necessário
realizar um cálculo matemático que tem que ser feito para cada item. 
	
É o partir do Risco Relativo RR que se estabelece a causa do surto
 Risco Relativo (RR) =
TA dos doentes que se expuseram ao/ou comeram o item X 
TA dos doentes que não se expuseram ao/ou comeram o item X 
6b) Então, o maior Risco Relativo(8,4) foi determinado para o almoço do dia 7, assim calculado:
RR= taxas de ataque entre os doentes que comeram
 taxas de ataque entre os doentes que não comeram
Data
Refeição
Comeram
Ñ Comeram
RR
=TxAcomeram
TxAñcomeram
TxA%D
TxA%D
Dia 6
Café manhã
34,2
34,6
=34,2/34,6=1,0
Almoço
37,2
31,3
=37,2/31,3=1,2
Jantar
36,2
34,3
=36,2/34,3=1,1
Dia 7
Café manhã
34,8
32,1
=34,8/32,1=1,1
Almoço
42,2
5
=42,2/5=8,4*
Jantar
37,5
32,6
=37,5/32,6=1,2
Este resultado do RR indica que os funcionários que tomaram a refeição do almoço do dia 7 tinham 8,4 vezes mais chance (probabilidade) de ficar doente do que aquelas que os funcionários que não tomaram a refeição do almoço no dia 7
 
Como interpretamos os resultados de Risco Relativo (RR) e Risco Atribuível (RA)
Quando o RR apresenta um valor igual a 1, temos uma ausência de associação; 
2) Quando o RR é menor que 1, a associação sugere que o fator estudado teria uma ação protetora; 
3) Quando o RR é maior que 1, o fator estudado teria uma associação com a doença, e quanto maior, maior sua força de associação entre a exposição e a doença; 
4) O RA quantifica o quanto da incidência da doença pode ser atribuída exclusivamente ao fator de risco em estudo.
Risco Atribuível (RA) é: = [TA dos doentes que se expuseram ao/ou comeram o item X] – [TA dos doentes que não se expuseram ao/ou comeram o item X] 
Data
Refeição
Comeram
Ñ Comeram
RA
(TxAdoentescomeram)-TxAdoentesñcomeram)
TxA%D
TxA%D -
Dia 6
Café manhã
34,2
34,6
-0,4
Almoço
37,2
31,3
5,9
Jantar
36,2
34,3
1,9
Dia 7
Café manhã
34,8
32,1
2,7
Almoço
42,2
5
37,2*
Jantar
37,5
32,6
4,9
O RA quantifica o quanto da incidência da doença pode ser atribuída exclusivamente ao fator de risco em estudo.
O RA quantifica o quanto da incidência da doença pode ser atribuída exclusivamente ao fator de risco em estudo.
Cont... Investigação de surto de gastroenterite
7. Depois de haver identificado a refeição durante a qual provavelmente os funcionários estiveram expostos à infecção e sabendo o momento do início dos sintomas, pôde-se calcular os períodos de incubação dos 110 funcionários que adoeceram. Com fundamento em uma lista de distribuição dos períodos de incubação, em intervalos de uma hora, preparou-se o seguinte resumo:
R: A mediana em horas: onde a metade (50%) já dos que tinham iniciado os sintomas, (diagnóstico)=10 horas
7b. Conhecendo o período de incubação (10horas) e sabendo que o momento de pico do surto ocorreu entre as 21:00 e 22:00 horas do dia 7 de janeiro, como identificaria o período provável de exposição? 
Subtrai 21h –período de incubação (10h) 11h 
 e 
Subtrai 22h –período de incubação (10h) 12h
Período provável de exposição foi entre 11 e 12h 
(horário de almoço)
8. Com fundamento nas informações obtidas a partir dos questionários, foi possível identificar os alimentos que foram servidos aos 331 funcionários durante o almoço do dia 7 de janeiro, sexta-feira. Com a finalidade de identificar o alimento responsável pelo surto, preparou-se o seguinte quadro (Tabela 5):
Tabela 5 Taxas de ataque de gastrenterite entre funcionários segundo o consumo de alimentos e bebidas específicos
alimento ou bebida
Funcionários que ingeriram o alimento ou bebida especificados
Pessoas que não ingeriram o alimento ou bebida especificados
∑ TOTAL de Funcionários
 
Doentes
Sãos
Total
Tx Ataque*
Doentes
Sãos
Total
TxAtaque*
Total
Peixe
44
97
141
=44x100/141
87
103
190
87x100/190
331
Torta de Frango
110
90
200
=110x100/200
10
121
131
10x100/131
331
Macarrão com Atum
28
131
159
92
80
172
331
Salada de Gelatina e abacaxi
105
118
223
39
69
108
331
Torta de frutas
84
102
186
63
82
145
331
Salada de Repolho
49
61
110
95
126
221
331
Gelatina natural com baunilha
59
90
149
80
102
182
331
Gelatina natural sem baunilha
105
131
236
39
56
95
331
Leite
108
198
306
12
13
25
331
Café
76
63
139
78
114
192
331
*Taxa de ataque em %
Tabela 5 Taxas de ataque de gastrenterite entre funcionários segundo o consumo de alimentos e bebidas específicos
alimento ou bebida
Funcionários que ingeriram o alimento ou bebida especificados
Pessoas que não ingeriram o alimento ou bebida especificados
∑ TOTAL de Funcionários
 
Doentes
Sãos
Total
Tx Ataque*
Doentes
Sãos
Total
Tx Ataque*
Total
Peixe
44
97
141
31,2
87
103
190
45,8
331
Torta de Frango
110
90
200
55,0
10
121
131
7,6
331
Macarrão com Atum
28
131
159
17,6
92
80
172
53,5
331
Salada de Gelatina e abacaxi
105
118
223
47,1
39
69
108
36,1
331
Torta de frutas
84
102
186
45,2
63
82
145
43,4
331
Salada de Repolho
49
61
110
44,5
95
126
221
43,0
331
Gelatina natural com baunilha
59
90
149
39,6
80
102
182
44,0
331
Gelatina natural sem baunilha
105
131
236
44,5
39
56
95
41,1
331
Leite
108
198
306
35,3
12
13
25
48,0
331
Café
76
63
139
54,7
78
114
192
40,6
331
*Taxa de ataque em %
Tabela 5 – Taxas de Ataque de gastroenterite entre funcionários segundo o consumo de alimentos e bebidas especificados
8b) Torta de frango (55,0%) e café (54,7%)
8c) Torta de frango
RR= TxA dos que adoeceram e consumiram 
 TxA dos que adoeceram e ñ consumiram
 
RR(torta de frango)=55,0 = 7,2 
 7,6 
	Este resultado (do RR) indica que quem consumiu a torta de frango teve 7,2 vezes mais chance (probabilidade) de ficar doente com gastrenterite.

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