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Slide Títulos de Crédito autuzlizado

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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	
	“Título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito , literal e autônomo , nele mencionado” . Cesar Vivante 
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	A atividade empresarial se estabelece em três pilares fundamentais : rapidez, segurança e crédito.
O credito = creditum = credere = confiar, ter fé.
Portanto o crédito confere poder de compra a quem não dispõe de recursos. É a troca de uma prestação atual por uma prestação futura => promessa de pagamento
	Os elementos fundamentais para se configurar o crédito decorrem da noção de:
	
	- confiança { critério subjetivo e objetivo}
	- tempo
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	
	Confiança: necessária, vez que o crédito se assegura numa promessa de pagamento. Confiança na Pessoa, em seus atributos morais ou confiança na capacidade econômico-financeira do devedor. 
Tempo: fundamental , pois subentende-se que o sentido do crédito é o pagamento futuro combinado, pelo contrário seria à vista
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	Da necessidade cada vez mais crescente na sociedade da existência das relações de comercio, entre as pessoas e até mesmo entre povos de países diferentes para circulação de pecúnia, tem-se a primeira noção da existência de crédito, que corresponde a um valor a ser pago, devido por alguém.
 Mas, desde o início foi evidenciado um problema relativo à circulação dos direitos creditórios, problema que, de fato, só veio a ser solucionado com o aparecimento dos títulos de crédito.
Sociedade primitivas: Escambo (troca direta), que limitava o comercio pois exigia a coincidência de interesses e a ausência de equivalência de valores entre os diversos bens.
Criação da moeda: troca indireta, o que permitia a quem produzisse um determinado bem, pudesse vende-lo por um preço e depois comprar outro produto pagando seu respectivo preço, expresso em moeda ( sal, metais preciosos e posteriormente o papel moeda)
No direito Romano: Lei das XII Táboas, relação pessoal: morte ou escravidão do devedor
Após a Lex Papira : relação passa a ser patrimonial, permitindo assim a transferência do crédito
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	Com o passar do tempo a moeda também se mostrou uma forma ineficiente para dar efetividade a todas as transações ocorridas e às exigências de um mercado cada vez mais complexo, surgindo então os títulos de credito.
SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
A doutrina noticia o surgimento dos títulos de credito na Idade Média, justamente no período histórico em que surge o direito Comercial. Este visava inicialmente a proteção do comprador e do devedor. Costuma-se dividir o direito Cambiário em quatro períodos distintos:
PERÍODO ITALIANO: que vai até 1650, caracterizado pelas feiras realizadas nas cidades italianas que atraiam os grandes mercadores da época, surgindo o problema do Câmbio, em razão da diversidade de moedas. Surge o Câmbio tragetício, pelo qual o transporte da moeda ficava por conta do de um banqueiro, que tinha o valor em depósito e se responsabilizava por pagá-lo ao credor, (início da nota promissória) e ainda a Littera cambii quando o banqueiro ordenava ao seu correspondente que pagasse a quantia nela fixada.
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	PERÍODO FRANCÊS: 1650 a 1848, surge nessa época a cláusula à ordem , o que acarretou o surgimento do instituto do endosso, que permitia o titular do título transferi-lo independentemente da autorização do Sacador
 PERÍODO ALEMÃO: inicia-se em 1848 com a edição da Ordenação Geral do Direito Cambiário, uma codificação de normas especiais sobre Letra de Câmbio, consolidando a existência dos títulos de crédito como forma de circulação de direitos .
 PERÍODO UNIFORME: iniciou-se em 1930 com a realização da convenção de Genebra sobre títulos de crédito e a aprovação da LEI UNIFORME DAS CAMBIAIS, aplicáveis às Letras de Câmbio e às Notas Promissórias. No ano seguinte foi aprovada a Lei Uniforme do Cheque
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	o Crédito possibilitou a realização de negócios em massa e na velocidade que sociedade exige hoje, quanto maior o volume de crédito maior o crescimento da economia de um país.
Mas nesse turbilhão de circulação de crédito a garantia na sua solvabilidade é essencial, tornando-o menos arriscado e consequentemente mais barato e melhor aceito.
Quanto à garantia o crédito pode ser: 
REAL - a garantia se assenta em determinado bem imóvel (hipoteca) ou móvel ( penhor)
PESSOAL – a garantia se assenta em todo o patrimônio da pessoa – fidejussória ( aval e fiança)
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	
	Características que distinguem os títulos de crédito dos demais documentos representativos de direitos e obrigações:
 	- referir-se unicamente a relações creditícias;
	 - facilidade na cobrança do crédito em juízo ( não há necessidade de ação monitória ou de cobrança ); e 
	- facilidade de circulação e negociação do direito nele contido pois representa esse direito
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
TÍTULOS TÍPICOS aqueles definidos por um modelo legal, ou melhor, consistem na impossibilidade de se emitirem títulos de crédito que não estejam definidos pela própria lei. Os títulos típicos, ou com previsão legal, são em numerus clausus e só podem ser emitidos quando especialmente regulados por lei.
Ao revés, os TÍTULOS ATÍPICOS designam um documento não expressamente previsto na legislação, mas que, nem por isso, estão inteiramente afastados dos princípios reguladores dos títulos típicos ou nominados, mas não possuem executividade
Um exemplo de título [de crédito] atípico usado no país é o chamado FICA, ou vaca papel, que visa a instrumentalizar os direitos decorrentes do contrato de parceria pecuária. Neste contrato, o objeto é a cessão de animais para cria, recria, invernagem e engorda, mediante partilha proporcional dos riscos e dos frutos ou lucros havidos. O título (vaca-papel) representaria justamente o direito ao recebimento dos lucros e à devolução dos animais entregues”
	 
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Cartularidade: o título de crédito se materializa em um documento (cártula), sendo que para se exercitar qualquer direito oriundo do título de crédito, faz-se mister a apresentação do documento. ( receber, executar, protestar)
Obs: Desmaterialização dos títulos de crédito- cria a possibilidade da criação de títulos virtuais ( eletrônicos). Ex: duplicatas virtuais que podem ser executadas mediante a apresentação do instrumento de protesto por indicação e o comprovante de entrega da mercadoria
constantes do mesmo título.
PRINCÍPIOS
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Literalidade: consiste em dizer que vale no título apenas o que nele está expressamente escrito. Só se pode reclamar, então, aquilo que constar do título, nem mais nem menos. 
Assegura às partes a exata correspondência entre o teor do título e o direito que ele representa, devendo constar do título também a quitação parcial, o aval e o endosso.
Autonomia: significa que as obrigações representadas por um título de crédito são independentes entre si. Se uma delas for eivada de vício jurídico, não comprometerá a validade e eficácia das demais obrigações
Abstração: consiste na separação da causa ao título por ela originado. Os títulos de créditos podem circular como documentos abstratos, ou seja, sem qualquer ligação com a relação subjacente, que é a relação que lhe deu origem. De tal principio decorre a inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé 
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	Características Principais dos Títulos de Crédito: 
	- Negociabilidade
	- Executividade
	- Tipicidade
	- Circulabilidade
	- Formalismo
	- Co-obrigação
	
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	
	Negociabilidade decorre da facilidade de circulação do crédito, para Fábio Ulhoa, “possibilita uma negociação mais fácil do crédito decorrente
da obrigação representada”; antecipa o acesso a recursos que só seriam recebidos no futuro
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	
	Executividade resulta numa maior eficiência na cobrança pelo grau de certeza, ou seja, existindo um documento provando o crédito, a cobrança judicial é mais eficiente e rápida;
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	
	Tipicidade significa ter uma lei específica que regule os títulos de crédito, como está posto no artigo 903 do Código Civil Brasileiro;
	* apesar de termos visto que existe a possibilidade ( controvertida na doutrina) da existência de títulos atípicos.
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	
	Circulabilidade traz maior benefício ao mundo econômico, garantindo maior rapidez na circulação de valores, seja através do endosso, seja pela simples tradição, quando ocorre transmissão de todos os direitos inerentes ao título de crédito;
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	
	Formalismo está presente no título através de seus requisitos, sendo necessário documento e declaração de vontade, ou seja, assinatura dos interessados;
A falta dos requisitos não gera nulidade, mas apenas não se reconhece o documento como título de credito – art. 888 do CC
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	Co-obrigação – Solidariedade Cambiária: maior proteção ao portador do título. Artigo 47 da Lei Uniforme de Genebra: “Os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas de uma letra são todos solidariamente responsáveis para com o portador”.
Obs: solidariedade cambiária difere da solidariedade civil em algumas consequências e requisitos, por ex. o direito de regresso que não ocorre para alguns devedores que pagarem o título tais como o aceitante na LC e na duplicata e do emitente do cheque e da nota promissória
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Exemplo: 
Rúbia emite nota promissória, com vencimento de 1 ano, em favor de Fabiano. Fabiano é credor e precisa do dinheiro antes do vencimento e faz endosso ao Banco do Brasil, o qual lhe paga R$8000,00.
 O Banco do Brasil faz endosso à Caixa, a qual lhe paga R$7000,00, mas exige avalista. Ao vencer o título, se Rúbia não paga, os demais são corresponsáveis. CEF pode cobrar de Fabiano, mas Fabiano não pode cobrar do BB, pois este já lhe pagou a quantia. Fabiano só poderá entrar contra Rúbia. 
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Teoria Geral dos Títulos de Crédito
	Regra da Inoponibilidade de Exceções 
	O art. 17 da Lei Uniforme de Genebra sobre as Letras de Câmbio e Notas Promissórias, dispõe que o obrigado não pode recusar o pagamento ao portador alegando suas relações pessoais como sacador ou outros obrigados anteriores do título.
Direito pessoal é aquele que deriva de obrigação assumida diretamente pelo obrigado cambiário (réu) para com o portador ( autor), portanto compete somente a esse réu e a esse autor, fundado em direito civil e não cambiário.
 Ex: erro, fraude, dolo, compensação, remissão, confusão, etc.
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Classificação dos Títulos de Crédito
	A doutrina classifica os títulos de crédito em 4 grandes grupos: 
	I - Quanto ao Modelo:     - se vinculado, é necessário observar forma e padrão, previamente estabelecidos em lei, como é o caso dos cheques e a duplicata ( conselho monetário nacional);     - se livre, pode ser feito a critério do emissor, bastando que contenha os requisitos legais, como as notas promissórias e letra de câmbio. 
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Classificação dos Títulos de Crédito
	II - Quanto a estrutura:     - ordem de pagamento: cria 3 situações jurídicas distintas, a de quem dá a ordem (emitente ou sacador), a de quem recebe a ordem (sacado) e do beneficiário da ordem (tomador), cheque, letra de cambio     - promessa de pagamento: cria 2 situações jurídicas distintas, a de quem promete pagar e a do beneficiário da promessa, nota promissória.
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Classificação dos Títulos de Crédito
	III - Quanto as hipóteses de emissão:     - causais: temos como exemplo a duplicata mercantil (documento emitido pela compra e venda mercantil), que exige acontecimento que fundamente sua emissão;     - não causais: inexiste tal necessidade de acontecimento que fundamente sua emissão, cheque.
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Classificação dos Títulos de Crédito
	 IV- Quanto as hipóteses de circulação:
	    - ao portador: são aqueles em que o sujeito ativo dos direitos do título é aquele que legitimamente é o seu proprietário, e circulam pela simples tradição. Ex cheque até determinado valor   -  nominativo. 
a) à ordem 
b) não à ordem 
c) registrados 
a) circula por meio de endosso. Declaração do tipo endosso coobriga o endossante. Ex: cheque nominal pode ser endossado e passado a terceiros. 
b) circula por meio de cessão civil. Ex: cheque possui cláusula “à ordem”. Se riscar essa cláusula, se tornará não à ordem. A cessão civil exige notificação ao dono do cheque. 
c) art. 921, CC.Se transfere pela entrega e registro no livro próprio. 
Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente
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 nominativo. 
a) à ordem 
b) não à ordem 
c) registrados 
a) circula por meio de endosso. Declaração do tipo endosso coobriga o endossante. Ex: cheque nominal pode ser endossado e passado a terceiros. 
b) circula por meio de cessão civil. Ex: cheque possui cláusula “à ordem”. Se riscar essa cláusula, se tornará não à ordem. A cessão civil exige notificação ao dono do cheque. 
c) art. 921, CC.Se transfere pela entrega e registro no livro próprio. 
Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente.
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TÍTULOS DE CRÉDITO e LEGISLAÇÃO
Letra de Câmbio
Cheque
Duplicata
Nota Promissória
O Código Civil Brasileiro trata dos títulos de créditos em seus artigos 887 a 926;
Lei Uniforme de Genebra (Dec. 57.663/66) – nota promissória e letra de câmbio;
Decreto 2.044/1908 - nota promissória e letra de câmbio
Lei do Cheque (7.357/85);
Lei das Duplicatas (5.474/68)
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Letra de Cambio
 Letra de câmbio é a espécie de título de crédito, classificada como “ordem de pagamento”, que se consubstancia numa declaração unilateral de vontade do Sacador que manda que o Sacado pagar, pura e simplesmente, ao Tomador determinado valor constante do documento que o corporifica. 
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Saque
	Segundo Fábio Ulhoa Coelho, “é o ato de criação, de emissão da letra de câmbio”
	A LC possui as três situações jurídicas antes mencionadas, sacador, sacado e tomador.
	Assim, após o saque o tomador estará autorizado a procurar o sacado para poder receber dele a quantia referida no título.
LU 2.044/1908
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Sacador: é aquele que cria a letra de câmbio; é a pessoa que dá a ordem de pagamento.
Sacado: é o destinatário da ordem, pessoa para quem a ordem é dada; quem deve realizar o pagamento ordenado;
Tomador: é o credor da quantia mencionada no título; é o beneficiário da letra de câmbio (pode ser terceiro ou próprio sacador).
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Requisitos Letra de Câmbio
O artigo 1º da LEI UNIFORME impõe os seguintes requisitos essenciais: 
1- a palavra “letra” ou “letra de câmbio” escrita no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação do título 
2- o mandado puro e simples de pagar uma quantia determinada 
3- nome daquele que deve pagar (sacado) 
4- nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga (tomador) 
5- época do pagamento 
6- indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento 
7- indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada 
8- assinatura de quem passa a letra (sacador) 
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Requisitos Letra de Câmbio
 Requisito de constar o nome da pessoa que deve pagar (sacado): a pessoa a quem a ordem é endereçada deve ser identificada no texto do título. O sacado da letra de câmbio, convém ressaltar, não está obrigado ao pagamento senão depois de praticar ato manifestando sua concordância com o atendimento à ordem recebida (aceite). Para o atendimento completo às formalidades exigidas em lei, deve o sacado da letra de câmbio identificar-se pelo número da Cédula
de identidade.
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Requisitos Letra de Câmbio
 Requisito de identificação do tomador: ou seja, a pessoa para quem o título será pago. Não produz, em decorrência, os efeitos de letra de câmbio o documento emitido “ao portador”, ainda que presentes os demais requisitos da lei. Claro que, uma vez emitido na forma nominativa, o título poderá tornar-se ao portador, através do endosso em branco. Mas a falta de menção do credor originário do documento busca sua total ineficácia, para o direito cambiário. De se registrar, também, que do fato de a lei se referir à “pessoa à ordem de quem deve a letra ser paga”, não se segue a proibição de inserção, no documento, da cláusula “não à ordem” no momento do saque. Pelo contrário, o art. 11, da LUG diz que o sacador, em querendo evitar a circulação da letra pelo regime cambiário, saque-a com essa cláusula expressa no texto do título. 
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Requisitos Letra de Câmbio
LEI UNIFORME. Artigo 2º. 
 “ O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como letra, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes: 
 A letra em que se não identifica que época do pagamento entende-se pagável a vista. 
 Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do sacado. 
 A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado, ao lado do nome do sacador.” 
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Requisitos Letra de Câmbio
EXCEÇÃO AOS REQUISITOS
A despeito de a LUG apontar a necessidade de requisitos, a jurisprudência admite a emissão da letra de câmbio (e de qualquer outro título de crédito) em branco ou incompleta.
Súmula 387, STF – A cambial emitida ou aceita com omissões ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.
CC/02, art. 891 – O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados
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Aceite
	É o ato cambial pelo qual o sacado concorda em acolher a ordem incorporada pela letra. O sacado somente assumirá obrigação cambial, pelo aceite, se o desejar. 
	Resulta da simples assinatura do sacado lançada no anverso do título ou no verso, desde que identificado o ato praticado pela expressão “aceito” ou outra equivalente.
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Aceite
O aceite é a declaração cambial do sacado de que se compromete a pagar o título, no seu vencimento. 
Essa declaração, ao convertê-lo em aceitante, torna-o o principal obrigado e, se não exonera os demais coobrigados, deixa-os, contudo, numa posição subsidiária. A noção de aceite consta do artigo 28 da LEI UNIFORME: 
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Aceite
Quanto ao prazo para aceite, é importante destacar que, em regra, conforme artigo 21 da LUG, o título pode ser apresentado até a data do vencimento do título. No entanto, na forma do artigo 22 da LEI UNIFORME, o sacador pode fixar prazo para a apresentação da letra de câmbio ao Sacado para aceite. 
LEI UNIFORME. Artigo 22. 
 “O sacador pode, em qualquer letra, estipular que ela será apresentada ao aceite, com ou sem fixação de prazo... 
 Pode proibir na própria letra a sua apresentação ao aceite, salvo se se tratar de uma letra pagável em domicílio de terceiro, ou de uma letra pagável em localidade diferente da do domicílio do sacado, ou de uma letra sacada a certo termo de vista. 
 O sacador pode também estipular que a apresentação ao aceite não poderá efetuar-se antes de determinada data. 
 Todo endossante pode estipular que a letra deve ser apresentada ao aceite, com ou sem a fixação de prazo, salvo se ela tiver sido declarada não aceitável pelo sacador.” 
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Aceite
	
	Como o sacado não está obrigado a aceitar a letra de câmbio, a recusa do aceite é comportamento lícito. Neste caso vai ocorrer o vencimento antecipado da letra de câmbio (LU, art. 43) e o tomador (credor) poderá cobrar o título de imediato do sacador, posto que o vencimento originariamente fixado para a cambial é antecipado com a recusa do aceite.
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Falta de aceite
O sacado poderá não aceitar inteiramente a ordem.
Nesse caso, o falta de aceite será provada pelo protesto que terá como conseqüência o vencimento antecipado do título, possibilitando ao tomador a cobrança imediata do título ao sacador, por meio do protesto;(art. 43 LU)
Cláusula “não – aceitável” = exceção
imaginemos a seguinte situação: “A” (sacador) emite uma letra de câmbio contra “B” (sacado) e em favor de “C” (tomador) com vencimento para 1(um) ano a contar da data do saque. No dia seguinte ao saque, “C” apresenta o título a “B” (sacado) para aceite e “B” recusa o aceite. Assim, o título pode ser imediatamente cobrado do sacador. Trata-se, portanto, de um grande risco para o sacador. 
 Então, para evitar a antecipação provocada pela recusa total ou parcial do aceite, a lei possibilita, ao sacador a introdução de cláusula na letra de câmbio, proibindo sua apresentação ao sacado antes do vencimento, trata-se da cláusula “Não Aceitável”.
NÃO PODENDO SER INCERIDA EM LC A CERTO TERMO DA VISTA
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Falta de aceite
O sacado poderá aceitar parcialmente: (Dec. 2044/08, art. 11)
Aceite limitativo: o sacado reduz o valor da obrigação que ele assume.
Aceite Modificativo: o sacado posterga o vencimento ou altera a praça em que deverá realizá-lo.
O possuidor poderá levar o título a protesto, por falta de aceite ou por recusa parcial do aceite.
Mas, ressalte-se, o sacado se vincula ao pagamento da letra de câmbio, nos termos do seu aceite. Isto é, o sacador deve honrar o cumprimento do título junto ao tomador (ou outro portador), mas poderá depois cobra-lo, em regresso, do aceitante parcial. Por exemplo, se Benedito, ao aceitar a ordem de R$ 1.000 que Antonio lhe havia endereçado, limitou o seu aceite a R$ 500,00 o tomador Carlos pode, de imediato, exigir o valor total do sacador. Mas, no vencimento previsto no título, Antonio poderá cobrar de Benedito o valor aceito14. É o que consta do artigo 43 da LEI UNIFORME: 
LEI UNIFORME. Artigo 43 
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Endosso
é o ato cambiário que opera a transferência do crédito representado por título “à ordem”.
O beneficiário do título (tomador) é que pode endossar a letra de câmbio para terceiros;
Endossante é o signatário do endosso.
Endossatário é o que se beneficia do endosso dado; é a pessoa a quem o título e o direito são transferidos.
Efeito: O endossatário se torna novo credor da letra de câmbio e o endossante passa a ser um de seus co-devedores.
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Endosso
	O endosso produz, em regra, dois efeitos:
	a) transfere a titularidade do crédito representado na letra, do endossante para o endossatário;
	b) vincula o endossante ao pagamento do título, na qualidade de coobrigado (LU, art. 15).
Não há qualquer limite para o número de endossos de um título de crédito; ele pode ser endossado diversas vezes, ou pode não ser endossado
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Vencimento da Letra
A cártula deve indicar seu vencimento, Não se trata, de requisito essencial, tendo em vista que, não constando data de pagamento, considera-se como “à vista” a letra de câmbio, conforme prevê o artigo 2º, da LEI UNIFORME: 
A LC com DIA CERTO é aquela que vence na data preestabelecida pelo sacador, fixada no título
A LC À VISTA é aquela que tem vencimento no dia da apresentação do título ao sacado, não havendo prefixação de uma data específica
A LC a CERTO TERMO DA VISTA, é aquela que vence após um determinado prazo, estipulado pelo Sacador que só começará a correr a partir do aceite
A LC a CERTO TERMO DA DATA, é aquela que vence após um determinado prazo estipulado pelo sacador, que começa a correr a partir da emissão Ex; dois meses após a emissão
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A possibilidade de fixação de juros 
O artigo 5º da LEI UNIFORME prevê, para as letras de câmbio “à vista” e “a um certo termo de vista”, a possibilidade do sacador estipular cláusula determinando que incidirão juros sobre a importância a ser paga pelo
sacado. 
A cláusula prevendo a taxa de juros deve constar da própria letra, sendo que a sua falta é considerada como inexistente a fixação de juros. 
 Quanto ao início de contagem dos juros, o artigo 5º da LEI UNIFORME determina que, se outra data não for indicada, os juros contam-se da data do saque da letra
admite-se sempre a cláusula de correção monetária e, se a letra é à vista ou a certo termo da vista, também a fluência de juros entre as datas do saque e da apresentação a pagamento – art. 5º, LUG.
 Nas LC em data certa e a certo termo da data, os juros somente podem ser cobrados, a partir do vencimento, caso se verifique o inadimplemento da obrigação.
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Letra de Câmbio – títulos de investimento
Título de crédito pelo qual o emitente (sacador) dá ao aceitante (sacado), ordem de pagar, ao beneficiário investidor (tomador), determinada quantia, no tempo e nos lugares fixados na cambial (letra de câmbio).
Na letra de câmbio o emitente é o devedor, a instituição financeira é a aceitante e o beneficiário é a pessoa física ou jurídica investidora, que nesse caso é a adquirente da cambial (letra de câmbio).
No mercado financeiro, o fato gerador de uma letra de câmbio com aceite da instituição financeira é a formalização do contrato de financiamento, onde o sacador é o seu emitente e devedor. Nesse caso a letra de câmbio será utilizada pela instituição financeira aceitante como instrumento de captação de recursos financeiros para fazer funding (fundo) para empréstimos a pessoas físicas ou jurídicas.
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Letra de Câmbio – títulos de investimento
A negociação de letras de câmbio com aceite de instituições financeiras deve ser intermediada por instituições financeiras e demais sociedades do sistema distribuidor de títulos e valores mobiliários cujos funcionamentos foram devidamente autorizadas pelo BACEN
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 NOTA PROMISSÓRIA
CONCEITO:
	- é um titulo de credito cambial. É uma promessa de pagamento (dec. 2044/08, art. 54)
CARACTERISTICAS:
	a) é um titulo de credito cambial;
	b) é de natureza eminentemente comercial;
	c) contem uma promessa e não uma ordem de pagamento;
	d) envolve apenas duas partes: emitente e beneficiário
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Requisitos essenciais
Estão elencados no artigo 75 da Lei Uniforme, como seguem:
1 – Denominação nota promissória;
2 – Promessa solene, direta e incondicional de pagamento;
3 – Nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga (promissário-credor ou beneficiário);
4 – Indicação da data de emissão;
5 – Assinatura do emitente (subscritor ou promitente-devedor). O emitente deve ser indicado obrigatoriamente (Lei 6268/75, artigo 3º) pela sua cédula de identidade, de inscrição no CPF/MF, ou do título eleitoral ou da carteira profissional;
6 – Local de emissão e local de pagamento. Na falta de indicação especial, o local de emissão será considerado o de pagamento e, ao mesmo tempo, o local de domicílio do emitente da nota promissória.
7 – Data de vencimento. Na sua ausência, será considerada pagável à vista
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Quais as situações jurídicas presentes na nota promissória?
Como é uma promessa, teremos somente duas situações jurídicas. 
Subscritor: aquele que, ao praticar o ato do saque, promete pagar a quantia estampada no título concordando ainda com a circulação deste
Tomador: é o beneficiário da promessa de pagamento. Aqui não existe ordem de pagamento, mas sim promessa.
 Regime jurídico
A NP permite endosso, aval, vencimento, protesto por prazo, etc. menos o aceite. Por que só há duas pessoas na relação. E qual é o conceito do aceite? Faria sentido eu aceitar uma obrigação que eu mesmo já prometi antes? Não mesmo. A função do aceite era fazer que o sacado se vinculasse à obrigação como devedor principal 
Sendo a nota promissória emitida pelo próprio devedor, que ali afirma que irá pagar o montante devido ao credor em data definida, sendo uma promessa, uma declaração unilateral do promitende-devedor, não há, portanto, necessidade de aceite, uma vez que a manifestação e ciência da dívida já são feitas implicitamente no ato da promessa unilateral.
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NOTA PROMISSÓRIA EM BRANCO
A nota promissória não pode ser emitida ao portador. No entanto, não há qualquer vedação no sentido de que o emitente entregue o título em branco ao credor, facilitando a circulação do título.
Obs:“A nota promissória ao portador não constitui, per se, título de dívida líquida e certa – decidiu certa vez o Tribunal – podendo, quando muito, auxiliar a prova da obrigação assumida pelo signatário para com o autor, cobrável pela via ordinária, e não pela executiva” (in RT 598/213)
No entanto importante referir que, antes do protesto ou da cobrança do título, é obrigatório que seja preenchido o campo do credor, a fim de que sejam cumpridos todos os requisitos essenciais dispostos no art. 75 da LUG. O título incompleto não serve para basear ação de execução, pois lhe falta requisito essencial.
A complementação de qualquer requisito pode ser feita por credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto do título (sumula 387, STF).
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FORMAS DE VENCIMENTO DA NOTA PROMISSÓRIA
O pagamento da nota promissória será feito na data ou no tempo indicado no título. Se não se determina o prazo para pagamento, entende-se que se trata de nota promissória à vista.
A nota promissória pode ser passada:
1. à vista;
2. em dia certo;
3. a tempo certo da data da emissão; neste caso, a data da emissão tem relevância.
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Vinculação da nota promissória a contrato
Quando a NP for emitida com vinculação a determinado contrato, tal fato DEVE constar expressamente do título, uma vez que este pode circular e o terceiro que recebê-lo por endosso deve ter conhecimento da relação contratual à qual o título está atrelado.
A NP que possui essas características, de certa forma, tem mitigada a abstração/autonomia, já que o terceiro que recebeu via endosso tem conhecimento dessa relação que lhe deu origem está consciente que contra ele poderão ser opostas exceções ligadas ao referido contrato
Todavia a NP conserva sua executividade, salvo se o contrato a que está ligada descaracterizar sua liquidez
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jurisprudência
O Fato de achar-se a nota promissória vinculada a contrato não a desnatura como título executivo extrajudicial – STJ
A vinculação de uma NP a um contrato retira a autonomia de título cambial, mas não, necessariamente, a sua executoriedade. Assim, quando a relação jurídica subjacente estiver consubstanciada em contrato que espelhe uma dívida liquida, não há empecilho ao prosseguimento da execução. Diversamente se estiver amparada em contrato que não espelhe dívida líquida, como se verifica do contrato de abertura de crédito, não será possível a execução.
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Prazos prescricionais
Quanto aos prazos para a propositura de ação executiva baseada na nota promissória, o credor terá que observar os seguintes prazos prescricionais: 
a) em 03 (três) anos a contar do vencimento do título, para o exercício do direito de crédito contra o promitente-devedor e seu avalista. 
b) em 01 (um) ano a contar do protesto efetuado dentro dos prazos legais, para o exercício da competente ação executiva contra os endossantes e seus respectivos avalistas.
 
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Regime jurídico aplicável
São igualmente aplicáveis às Notas Promissórias as disposições relativas às letras pagáveis no domicílio de terceiro ou numa localidade diversa da do domicílio do sacado (arts. 4º e 27), a estipulação de juros (Art. 5º), as divergências das indicações da quantia a pagar (Art. 6º), as conseqüências da aposição de uma assinatura nas condições indicadas no Art. 7º, e a letra em branco (Art. 10).
São também aplicáveis às Notas Promissórias as disposições relativas ao aval (arts. 30 a 32); no caso previsto na última alínea do Art. 31, se o aval não indicar a pessoa por quem é dado, entender-se-á ser pelo subscritor da Nota Promissória.
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CHEQUE
		A notícia que se tem é que o cheque mais antigo é datado de 170
encontra-se no museu de Londres.
Apesar da referência histórica é certo que o cheque tem a mesma origem da Letra de Câmbio e chegaram a se confundir num determinado tendo em vista que ambos destinavam-se a facilitar o transporte de moeda e dependiam da provisão de fundos em poder do Sacado.
Após 1848 há uma clara distinção entre os dois institutos, passando a não mais exigir para a LC a provisão de fundos, o que subsistiu para o cheque.
			LEGISLAÇÃO
A Convenção de Genebra resultou em dois tratados, uma lei uniforme sobre cheque, uma lei destinada a regular conflitos de leis sobre o cheque, que foram incorporadas ao direito pátrio pelo decreto 57.595/66
Essa lei admitiu certa flexibilidade de alguns de seus institutos, possibilitando a adoção de reservas pelos países signatários. Neste sentido o Brasil efetuou 24 reservas, ou seja não adotou 24 regras da LUG . Para facilitar a interpretação foi editada a Lei 7.357/85, que manteve-se fiel às normas obrigatórias da LUG, e atribuiu poderes ao CMV( Conselho Monetário Nacional), para editar regras sobre o cheque
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CHEQUE
		CONCEITO
CHEQUE:  ordem de pagamento à vista, emitida por pessoa física ou jurídica, em favor próprio ou de terceiro, contra instituição bancária ou financeira que lhe seja equiparada, com a qual o emitente mantém contrato que a autorize a dispor de fundos existentes em conta-corrente. Sujeitos
O SACADOR: que mantém o contrato de conta-corrente em instituição financeira;
O SACADO: é sempre a instituição financeira, com a qual haja um contrato de conta corrente entre emitente e sacado;
O BENEFICIÁRIO: pessoa indicada nominalmente no ato de criação ou posteriormente.
Natureza e função dúplices
A) ordem incondicional de pagamento imediato (à vista), onde o emitente promete que terceiro irá fazê-lo mediante apresentação;
B) Ato de criação de crédito, ainda que atual e não futuro, uma vez que, quem aceita receber um cheque não está recebendo dinheiro.
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CARACTERISTICAS
A) Título executivo: o possuidor pode promover ação de execução visando receber a prestação indicada pelo emitente.
B)Título formal: sua emissão se dá em modelo- padrão, em papel fornecido pela instituição sacada, segundo normas fixadas pelo Banco Central do Brasil.
c) Título autônomo: não vincula à relação jurídica que lhe deu origem.
d) Pagamento em dinheiro: traz sempre uma obrigação de prestação em dinheiro, representando quantia certa.
 
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REQUISITOS
Denominação CHEQUE contida no documento e ordem pura de pagar determinada quantia ( não se admite cláusula de juros), que deverá ser escrita em algarismos e por extenso, prevalecendo esta última em caso de divergência
Nome do Sacado, agência, data de emissão para a aferição da Capacidade do Emitente e do prazo de apresentação e prescricional
Assinatura do Emitente ou procurador com poderes especiais, podendo ser essa por chancela mecânica ( de acordo com as normas regulamentares)
Lugar do pagamento, na falta desse no título será considerado o lugar designado junto ao nome do Sacado (endereço da agência), se tiver vários lugares será o primeiro deles, não existindo será o local da emissão.
Local da emissão, no modelo padronizado este encontra-se antes da data de emissão e é fundamental para saber o prazo de apresentação
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modalidades
CHEQUES NOMINATIVOS E AO PORTADOR:  são os cheques emitidos a favor de alguém indicado como beneficiário, caso possua cláusula não à ordem expressa – só pode transferir mediante cessão de crédito.
CHEQUE AO PORTADOR – preenche o espaço destinado ao beneficiário com a expressão ao portador, ou equivalente, ou simplesmente deixa em branco. Somente valores inferiores a R$100,00
CHEQUE CRUZADO: caracteriza-se pela inscrição de duas linhas paralelas no anverso (frente), como o fim de determinar que o pagamento somente seja feito a um banco.Pode ser gera ou especial ( branco ou preto) com indicação do banco ou sem indicação do banco onde deve ser depositado	
CHEQUE BANCÁRIO, CHEQUE DE CAIXA, CHEQUE COMPRADO, CHEQUE ADMINISTRATIVO.  É aquele emitido pelo próprio banco contra seu caixa, ou seja, aquele no qual um mesmo banco ocupa a posição de emitente e de sacado – artigo 9 º III da Lei do Cheque.
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AVAL NO CHEQUE
Pode-se lançar aval no cheque, a favor do emitente, de qualquer um dos endossantes ou mesmo do outro avalista.
Em regra lança-se o aval no verso do cheque ou em folha de alongamento – pedaço de papel que se acrescenta ao título quando necessário.
Expressão “por aval”
A omissão quanto ao nome do avalizado faz presumir que foi dado a favor do emitente.
Obrigação solidária.
No cheque o Sacado não pode ser avalista ( art 29 da Lei 7.357/85)
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ENDOSSO NO CHEQUE
Ao Endosso no cheque se aplicam praticamente todas as regras da Letra de Câmbio, com algumas peculiaridades
1 – A figura do Endosso-quitação, que é o endosso feito ao Sacado e vale como quitação do cheque ( art 18§2º). É o que ocorre quando se faz um saque de um cheque na boca do caixa, neste caso o beneficiário deve assinar no verso endossando ao banco, o que não visa transferir o título mas somente provar que o cheque foi pago.
2 – O endosso póstumo no cheque se dá após o protesto ou a expiração do prazo para apresentação ( 30 ou 60 dias da emissão)
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APRESENTAÇÃO DO CHEQUE
Em regra toma-se o lugar da emissão aquele que o emitente preenche ao inscrever a data.
Muitas vezes o cheque é preenchido com a anotação de duas datas: uma de emissão e a outra “pós data”, relativa à marcação de outro dia para apresentação – cheque pós – datado.
Art . 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-escrita qualquer menção em contrário.
Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação.
Art . 33 O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.
Parágrafo único - Quando o cheque é emitido entre lugares com calendários diferentes, considera-se como de emissão o dia correspondente do calendário do lugar de pagamento.
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Efeitos da não apresentação no prazo certo.
A execução do cheque contra os endossantes e seus avalistas somente é possível se o portador apresentou o cheque dentro do prazo previsto no artigo. 33- trinta ou sessenta dias – exigindo-se, ainda a comprovação de que houve a recusa do pagamento.
Em relação ao emitente e seus avalistas, a execução é possível desde que o cheque tenha sido apresentado dentro do prazo de prescrição.
(art . 47) – até seis meses depois do decurso do prazo de apresentação.
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Motivos de Devolução de Cheque
Resolução n. 1631/89 Bacen
11 – insuficiência de fundos – 1ª apresentação
12 - insuficiência de fundos – 2ª apresentação
13 – conta encerrada
20 – folha de cheque cancelada por solicitação do correntista
24 – bloqueio judicial ou determinação do Bacen
33 – divergência de endosso
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PRESCRIÇÃO
Prescrição cambial = prazo de apresentação + 6 meses
Cheque prescrito deixa de ser título executivo.
“LC, Art . 47, § 3º O portador que não apresentar o cheque em tempo hábil, ou não comprovar a recusa de pagamento pela forma indicada neste artigo, perde o direito de execução contra o emitente, se este tinha fundos disponíveis durante o prazo de apresentação e os deixou de ter, em razão de fato que não lhe seja imputável.
§ 4º A execução independe do protesto e das declarações previstas neste artigo, se a apresentação ou o pagamento do cheque são obstados pelo fato de o sacado ter sido submetido a intervenção, liquidação extrajudicial ou falência.”
Só se pode protestar um cheque se houver a devolução do banco (carimbo com o código 11, falta de pagamento, e o 12).
O cheque devolvido pelo banco não exige protesto para atingir os outros co-devedores.
LC, Art . 47 Pode o portador promover a execução do cheque:
I – contra o emitente e seu avalista;
II – contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração do sacado....
“STF, súmula 600 – Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária.”
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DUPLICATA
É um título de crédito que representa saque relativo a crédito oriundo de um contrato de compra e venda mercantil ou de uma prestação de serviço. É sempre antecedida de uma fatura comercial (nota fiscal); art.1º LD
A duplicata é um título que é emitido pelo credor, declarando existir, a seu favor, um crédito de determinado valor em moeda corrente, fruto – obrigatoriamente – de um negócio empresarial subjacente de compra e venda de mercadorias ou de prestação de serviços, cujo pagamento é devido em determinada data (termo)
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REQUISITOS 
Esses elementos são indispensáveis, porque a duplicata é um título de modelo vinculado, deve emitida obedecendo todos os padrões de emissão determinados pelo Conselho Monetário Nacional.
Esses elementos são indispensáveis, porque a duplicata é um título de modelo vinculado, isso quer dizer que só poderá ser emitida obedecendo todos os padrões de emissão determinados pelo Conselho Monetário Nacional.
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EMISSÃO DA DUPLICATA
A emissão de uma duplicata dá oritem a 2(duas) situações
jurídicas obrigatórias, que são a:
- a do vendedor ou prestador de serviço (sacador)
- a do comprador ou beneficiário dos serviços (sacado)
 Eventualmente também uma duplicata pode ter as figuras do
avalista, do endossante e do endossatário.
 
 Citando Amador Paes de Almeida, temos que intervêm, em
princípio, na duplicata, o vendedor e o comprador, ou a empresa prestadora de
serviços e o que se utiliza desses serviços. O primeiro, isto é, o vendedor, há de ser sempre empresário (empresário individual ou sociedade empresária). Só estes podem emitir duplicata, sendo nulo o título emitido por quem não se revestir dessas condições. O comprador ou o que se utiliza dos serviços prestados é quem aceita a duplicata, obrigando-se pelo seu resgate, na época do pagamento. 
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EMISSÃO DA DUPLICATA
1º existência de um contrato (verbal, escrito, tácito...) de compra e venda ou prestação de serviços; 
2º existência de uma fatura que é o documento descritivo da compra e venda mercantil ou prestação de serviços que contém a indicação da qualidade, quantidade e o preço do produto transacionado ou do serviço prestado;
3º depois da emissão da fatura é que se emite a duplicata (dentro de 30 dias);
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REMESSA E DEVOLUÇÃO
Da fatura, o vendedor tem a faculdade de extrair a duplicata que deverá ser apresentada ao devedor dentro de 30 dias da sua emissão; (art. 2º/ 6º, LD) ( tem-se admitido que esta seja emitida a qualquer momento antes do vencimento)
O devedor deverá devolvê-la nos próximos 10 dias, com sua assinatura de aceite ou declaração escrita esclarecendo por que não aceita; (art. 7º, LD).
Portanto, a duplicata será preenchida e emitida com as informações extraídas da nota fiscal ou fatura que documenta a venda. devendo ser enviada ao comprador/sacado/devedor para que o mesmo pague, tratando-se de duplicata à vista, ou aceite e faça a evolução, caso seja a prazo.
 A teor do § 2ª do art. 2º da Lei n.º 5.474 /68, "uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura", ou seja, é requisito essencial da duplicata que ela corresponda a apenas uma nota fiscal fatura.
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ACEITE
 O aceite da duplicata é obrigatório, ou seja, mesmo que o comprador não assine a duplicata aceitando esta de maneira expressa, ele assumirá a obrigação determinada no título.
O devedor sacado assina o título (com o aceite) e devolve o título ao credor. Aceite Ordinário;
O sacado recebe a cártula, não assina, mas comunica o aceite ao credor. Aceite por comunicação;
O sacado recebe a cártula, não lança a assinatura e a devolve sem ressalva. Aceite por presunção (protesto indispensável);
O sacado recebe a cártula, não lança a sua assinatura, não devolve e não faz qualquer ressalva. Aceite por presunção (protesto indispensável);
O sacado não assina e devolve a cártula com a sua recusa do aceite fundamentada no art. 8º, LD. Não há aceite.
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Art 15 – A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade com o processo aplicável aos títulos executivos extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de Processo Civil, quando se tratar:
I – de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não;
II – de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumulativamente:
a) haja sido protestada;
b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria; e
c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas condições e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º desta Lei.
Sendo assim, os empresários vendedores devem prestar bastante atenção no momento da entrega de suas mercadorias, para que o canhoto que comprova a entrega das mesmas seja devidamente assinado pelo devedor ou seu representante, sob pena de não poder tornar a duplicata um título executivo, dificultando e muito a recuperação do crédito.
COBRANÇA DA DUPLICATA
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O comprador pode resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes da data do vencimento. 
A prova do pagamento e o recibo, passado pelo legítimo portador ou por seu representante com poderes especiais, no verso do próprio título ou em documento, em separado, com referência expressa à duplicata. O pagamento por meio de cheque, a favor do estabelecimento endossatário, deve constar, no verso, que seu valor se destina a amortização ou liquidação da duplicata nele caracterizada.
DO RESGATE DA DUPLICATA
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PROTESTO
O protesto deverá ser realizado no Tabelionato de Protesto localizado na praça (local, ou seja, a cidade) de pagamento indicado no título, mediante apresentação da duplicata, no prazo de trinta dias a partir de seu vencimento (para assegurar o direito de regresso contra os codevedores).
A duplicata poderá ser protestada por: (art. 13, LD)
Falta de aceite: duplicata sem assinatura do devedor, antes do vencimento.
Falta de pagamento: depois do vencimento.
Falta de devolução (protesto por indicações): duplicada não devolvida no prazo legal (deverá ocorrer antes do vencimento). 
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PROTESTO
Importante observar o disposto no artigo 13, § 1º da Lei das Duplicatas, que permite o protesto de duplicata por meio de indicações fornecidas pelo Credor/Vendedor, chamada de protesto por indicações. Nesse caso o credor não possui a duplicata, porque o devedor não a devolveu retendo injustificadamente, dessa maneira deve o credor informar ao cartório as indicações do título através da fatura.
Nesse contexto, ocorrendo a retenção da duplicata, o credor fará o protesto por indicações e juntamente com o comprovante de entrega das mercadorias permitirá o ajuizamento de ação executiva. Por isso a importância do comprovante de entrega das mercadorias.
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TRIPLICATA
Pode ser emitida no caso de extravio da duplicata; 
Apesar do protesto por indicações possuir uma sistemática delineada na Lei das Duplicatas, na prática está correndo algo diferente. Muitos credores estão emitindo Triplicata (cópia da duplicata) e enviando para protesto, efetuando posteriormente a execução do título junto com o comprovante de entrega. A doutrina afirma que este procedimento não é correto, porque a Triplicata só poderá ser emitida em caso de perda ou extravio da duplicata, de acordo com artigo 23 da Lei das Duplicatas. Mas na prática tal procedimento está sendo aceito sem grandes problemas.
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PRESCRIÇÃO
A ação de execução prescreve em 3 anos, contados da data do vencimento do título contra o sacado e avalistas;
Prescreve em 1 ano contra o endossante e seus avalistas, contado da data do
protesto;
Prescreve em 1 ano para o exercício do direito de regresso contado da data do pagamento.
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DUPLICATA POR MEIO MAGNÉTICO
Art. 8º da Lei de Protesto de Títulos e Documentos (lei 9.492/97) regula que poderão ser recepcionadas as indicações de protesto das duplicatas mercantis e de prestação de serviços por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados;
O vendedor transmite por meio magnético ordem ao banco para cobrança do sacado;
O banco, com essas informações, gera um boleto bancário;
Esse boleto é enviado ao devedor para que se dirija a uma agência bancária e efetue o pagamento na data de seu vencimento;
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Caso o devedor não efetue o pagamento, caberá ao banco, por meio magnético, encaminhar a ordem de protesto ao cartório, que realizará o protesto por indicação (sem a apresentação física da duplicata);
Em juízo basta apresentar o instrumento de protesto por indicação e o comprovante de entrega de mercadorias.
Esse procedimento incentiva a fraude?
“Isso tudo incentiva a fraude, pois muitos boletos bancários têm sido emitidos como se fossem baseados em algumas duplicatas, mas estas na verdade não existem e nunca existiram, não têm lastro e são consideradas “frias”.(COSTA, Wille Duarte. Títulos de Crédito)
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“Duplicata simulada ou sem lastro é aquela que não tem por base uma operação de compra e venda mercantil ou prestação de serviços. É também chamada de duplicata fria. É fruto de atividade criminosa e muito comum nos dias atuais.” (COSTA, Wille Duarte. Títulos de Crédito)
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ENDOSSO 
Conceito: Cláusula acessória que tem como efeito a transmissão do título e em consequência dos direitos nele incorporados
Pressupõe que o título possua cláusula à ordem ( que pode ser implícita). Para impedir o endosso deverá constar de forma expressa a cláusula não à ordem
Cláusula não à ordem: só pode ser transferido por meio da cessão civil ou cessão de crédito.
FORMA: deve se dar no verso do título pelo Beneficiário, caso seja na face deverá vir acompanhado dos termos: Pague a ; transfiro para...
		-em branco- não indica o endossatário, nesse 
ENDOSSO	caso o título passa a circular sendo ao portador 
		
		- em preto- indica o nome do endossatário
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ENDOSSO 
Não é permitido endosso parcial – não tem como transferir parte do título, neste caso o endosso é considerado não 
Escrito
Legitimidade para endossar: o 1º endossante é o beneficiário (tomador, credor). O terceiro que recebe chama-se 1º endossatário. Se este endossar, será o 2º endossante; o próximo será o 2º endossatário. E assim por diante
RESPONSABILIDADE DO ENDOSSANTE
O Endossante se torna garantidor do pagamento e do aceite, salvo cláusula em contrário deve ser inserida no título: SEM GARANTIA ou SEM RESPONSABILIDADE
Obs: Dificilmente se vê tal cláusula pois o endossatário não receberá o título por insegurança
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ENDOSSO 
Cláusula de proibição de endosso: Na verdade não impede novos endossos, mas limita a responsabilidade do endossante que a inseriu, impedindo que novos endossatários cobrem da pessoa que proibiu novos endossos ( possível na LC).
ENDOSSO IMPRÓPRIO: ( Caução e Mandato)Tem a finalidade apenas de legitimar a posse de alguém sobre o título permitindo o exercício dos direitos representados na cártula, tais como os de cobrança.
ENDOSSO Mandato: ( art 18 LUG) Visa constituir um procurador para praticar os atos necessários ao recebimento – sem alterar a figura do credor – ex: instituição financeira que recebe endosso para promover a cobrança e o protesto em nome do credor ( direito alheio).
Se dá mediante colocação das expressões: para cobrança, por procuração, valor a cobrar...
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ENDOSSO 
Sumula 476 STJ: “ O Endossatário de título de crédito por endosso-mandato, só responde por dados decorrente de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário
ENDOSSO Caução: Também chamando de endosso pignoratício ou de garantia ( art 19 LUG), ocorre quando o Endossante oferece o título em garantia de uma dívida contraída perante o Endossatário.
Neste caso o Endossatário não assume a titularidade do crédito, mas sua posse, o que irá acontecer somente se o Endossante não honrar a dívida perante o Endossatário, neste caso poderá cobrar o titulo – 
ENDOSSO POSTUMO OU TARDIO
Art 20 LUG prevê que o Endosso pode ser dado após o vencimento, caso em que produzirá seus efeitos de transferência e responsabilização do Endossante
No entanto caso esse endosso seja feito após o protesto ou após o prazo para protesto por falta de pagamento, produz apenas os efeitos de uma cessão de crédito
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ACEITE
ATO PELO QUAL O SACADO, POR MEIO DE SUA ASSINATURA NO TÍTULO CONCORDA COM A ORDEM DE PAGAMENTO DADA PELO SACADOR EM SEU NOME
Nos títulos cuja natureza sejam “ordem de pagamento” a declaração de vontade do sacador é a única essencial para o nascimento do título ( letra de câmbio e cheque). A vinculação do sacado depende exclusivamente da sua vontade, portanto é ato facultativo.
Para assumir a condição de devedor, pelo principio da literalidade, o Sacado deverá apor sua assinatura no anverso ( na frente) do título, mesmo sem qualquer indicação, se for colocada no verso deverá vir acompanhada de alguma expressão que indique aceitação. Ex: de acordo, aceitante etc.
Obs: o aceite dado fora do título de crédito para parte da doutrina produz os mesmos efeitos, para outros produz efeitos não cambiários, mas nos dizeres de Rosa Júnior: nos casos de aceite riscado pelo sacado este poderá ser dado novamente fora do título
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ACEITE
O Sacado tem o direito de arrependimento, uma vez que não é o criador do título, para tanto ele deverá riscar o aceite ante de devolver o título a quem o apresentou ( LUG- art.29), eximindo-o assim de qualquer responsabilidade sobre o pagamento
DATA DO ACEITE
Em regra o aceite não precisa ser datado, todavia nas letras “acerto termo da vista” é fundamental identificar o dia do aceite para poder se chegar ao dia do vencimento. Também é fundamental quando o teor do título determina que a apresentação para o aceite deva ser feita dentro de um prazo determinado ( LGU –art .25)
APRESENTAÇÃO
Pelo princípio da cartularidade o título deve ser apresentado ao Sacado no vencimento para que este efetue o pagamento. Caso o Beneficiário esteja em dúvida sobre o pagamento poderá apresentar antes do vencimento para que o Sacado dê o aceite no próprio título, salvo quando o Sacador já entrega o título com o aceite firmado
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ACEITE
APRESENTAÇÃO FACULTATIVA
Nos casos de vencimento em dia certo ou a certo termo da data ( 30 dias da emissão) a apresentação é facultativa, pois não interferirá no vencimento do título
APRESENTAÇÃO OBRIGATÓRIA
Quando o vencimento do título for a certo termo da vista ( 90 dias da vista do presente título) este deverá ser apresentado obrigatoriamente para que se inicie o prazo de vencimento. 
Para que não ocorra a perpetuação do título a lei estabelece que o prazo para apresentação é de 01 ano contado da emissão do título ( LUG –art.23)
OBS: O Sacador e o Endossante podem impor a letra contra aceite, obrigando o beneficiário a apresenta-la para o sacado antes do vencimento, podendo ou não ser estipulado um prazo para isso.
Neste caso se o Beneficiário não o fizer dentro do prazo não poderá exigir o pagamento do título do Sacador ( LUG- art.53).Caso a declaração seja feita pelo Endossante, somente este ficará isento do pagamento
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ACEITE
Nos títulos à vista, a apresentação ao Sacado já torna a obrigação exigível, neste caso a apresentação apesar de não ser vedada torna-se desnecessária. Esse é o entendimento de Vivante
O Art. 44 da LUG afirma que o protesto deve ser feito nos prazos fixados para apresentação para o aceite, portanto se não há prazo para apresentação para o aceite, não há protesto por falta de aceite nos títulos à vista.
REAPRESENTAÇÃO
O Sacado tem o direito e o dever de confirmar a autenticidade do título que lhe foi apresentado,
para tanto pode requerer a reapresentação do título no primeiro dia subsequente
ENTREGA E RETENÇÃO DO TÍTULO
O Beneficiário na apresentação deve colocar o título à disposição do Sacado, podendo inclusive deixar o título em seu poder. Caso o título não seja devolvido em 24 horas a retenção já será indevida e caberá medida judicial para restituição do titulo ( existe inclusive previsão de prisão)
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ACEITE
EFEITOS DO ACEITE
O aceite que é facultativo, torna o aceitante DEVEDOR PRINCIPAL, e sua obrigação é autônoma e abstrata de modo que, apenas se o aceitante não pagar é que os demais coobrigados podem ser compelidos a pagar.
Sua obrigação por ser principal, independe da realização do protesto como a dos demais coobrigados.
Quando o Aceitante assume a obrigação todos os demais ficam liberados, ou seja, ele não tem DIREITO DE REGRESSO contra ninguém. 
Diante do aceite todos os demais devedores ( avalistas, endossantes) terão direito de regresso contra ele, inclusive o Sacador, pois se presume que o Sacado recebeu algum valor deste ao dar o aceite.
FALTA E RECUSA DO ACEITE
Por ser facultativo, a recusa o aceite não faz surgir qualquer obrigação para o aceitante, que não passa a integrar a relação cambiária
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ACEITE
FALTA E RECUSA DO ACEITE
Todavia a recusa gera o vencimento antecipado do título ( LUG-art.43), tonando a obrigação constante no título exigível imediatamente e todos os que assinaram o título ( sacador, endossantes e avalistas) serão chamados a pagar, pois garantiram que o sacado iria aceitar e efetuar o pagamento.
Para exercer esse direito o Beneficiário deverá provar a recusa do aceite, que se dá deforma solene por meio do Protesto por recusa do aceite (LUG-art. 44). Com essa prova o beneficiário poderá cobrar e executar antecipadamente o título.
ACEITE QUALIFICADO
Trata-se do aceite alterando alguma das condições da ordem de pagamento, que poderá configurar um aceite LIMITATIVO ou MODIFICATIVO
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ACEITE
LIMITATIVO
O aceitante pode limitar o valor pelo qual dará o aceite
MODIFICATIVO
O aceitante poderá alterar as condições de pagamento ( local, data, moeda)
Obs: o Aceite qualificado equivale a uma RECUSA. Caso o Beneficiário não concorde com seus termos, poderá valer-se o protesto que facultará a cobrança antecipada.
Alguns autores alegam que o aceite limitativo daria direito ao protesto por parte do beneficiário, somente do valor que o aceitante se recusou a aceitar.
CLÁSULA NÃO ACEITÁVEL
A LUG, em seu artigo 22, permite ao Sacador estabelecer a vedação de que o título seja apresentado antes do vencimento, determinando que o beneficiário apresente somente da data do pagamento. 
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ACEITE
A aposição desta cláusula traz como benefício ao Sacador a impossibilidade de vencimento antecipado da Letra em caso de recusa do aceite.
Mesmo que o Beneficiário viole a vedação a faça a apresentação antecipada, a cláusula de não aceitável impede o vencimento antecipado
Obs: Tal clausula não pode ser aposta em títulos cujo vencimento seja a certo termo da vista, pois impedirá o próprio início do prazo de vencimento.
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AVAL
Ato cambiário pelo qual um terceiro ( avalista) se responsabiliza pelo pagamento da obrigação ( Art – 30 LUG- art. 897 cc) da mesma forma que o avalizado.
Deve ser dado o aval no Anverso- bastando a assinatura- caso seja dado no verso, deve ser acompanhado de expressões que denotem aval ( por aval; por garantia)- não se admite aval com efeitos cambiários fora do título.
* Em branco: não se identifica o avalizado, caso em que se presume em favor do sacador ou emitente
* Em preto: identifica-se expressamente o avalizado
AVAL LIMITADO
O avalista pode dar aval parcial, ou seja, garantir parte da dívida, no caso dos títulos típicos pois possui previsão expressa ( LUG- art 30, lei 7357 art. 85, Lei 5474/68- art. 25). 
Nos títulos atípicos cuja regulamentação se dá pelo CC, o aval parcial foi vedado- art. 897 parágrafo único.
*
AVAL
Qualquer devedor do título pode ser avalizado ( sacador, endossante, aceitante e inclusive outro avalista)
AVAL SUCESSIVO- Aval do aval
Ocorre quando alguém avaliza um outro avalista. Neste caso todos os avalistas dos avalistas terão a mesma responsabilidade do AVALIZADO, ou seja, aquele que pagar a dívida terá direito de regresso em relação à dívida toda.
AVAL SIMUNTÂNEO- coavais
Ocorre quando duas ou mais pessoas avalizam conjuntamente um título, garantindo a mesma obrigação cambial – sendo os avalistas considerados uma só pessoa assumindo uma responsabilidade solidária nos termos do código civil.
Avalizado avalista 1 se um deles pagar o total da dívida tem o 
 avalista 2 direito de regresso do total contra o avalizado
 mas só da cota parte do outro avalizado
*
AVAL
RESPONSABILIDADE DO AVALISTA
Este se torna devedor solidário do título de crédito ( LUG- art. 47) ou seja, pode ser obrigado a pagar a integralidade da dívida mesmo que o avalizado possua bens – Aval não possui benefício de ordem
Além de solidário ele poderá ser devedor PRINCIPAL OU INDIRETO
Principal se o avalizado for devedor principal
Indireto se o avalizado for devedor indireto
Portanto para saber se precisa de protesto ou mesmo qual o prazo prescricional para cobrar do avalista é necessário que se identifique o avalizado.
AUTONOMIA E ABSTRAÇÃO DA OBRIGAÇÃO DO AVALISTA
A obrigação do avalista não é afetada pela obrigação do avalizado, ou seja, mesmo que esta seja nula ou mesmo se a assinatura do avalizado for falsa, o aval permanece intacto, salvo nos casos de vícios formais do título ( LUG- art. 7º e 32), neste caso o título não terá valor portanto o aval não sbsiste
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AVAL
OBS: Caso o título não circule, ou seja, não se tenha na relação um terceiro de boa fé, o avalista poderá discutir e alegar contra o credor originário da obrigação, defesas ligadas ou negócio que lhe deu origem, não se aplicando neste caso o princípio da abstração, pois se assim não fosse estaria permitindo-se que o credor recebesse do avalista uma obrigação que não foi cumprida, ocorrendo enriquecimento ilícito do credor e prestigiando sua má fé.
TRANSFERÊNCIA AOS HERDEIROS
Por não tratar-se de obrigação personalíssima o avl se transmite aos herdeiros dentro das forças da herança ( CC- art. 1792)
DIREITO DO AVALISTA
O avalista tem o direito de regresso contra o avalizado e contra as mesmas pessoas que este teria direito, pois passa a ocupar a mesma posição deste.
Prova disso é que ao pagar o título o avalista pode riscar do documento seu aval, bem como a assinatura dos obrigados posteriores ( LUG- art.50)
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AVAL
OUTORGA CONJUGAL EM AVAL
O CC art 1647, inciso III exige tanto para o aval quanto para a fiança a outorga conjugal, salvo se o regime for o da separação absoluta de bens.
O STJ já aplicou essa regra declarando a nulidade do aval sem outorga o que veio a prejudicar em muito os credores de boa fé que confiaram no aval prestado e ainda tal decisão de prestava a beneficiar o avalista que é justamente a pessoa que deu causa à nulidade.
 O fundamento era a proteção do cônjuge que não consentiu, para tanto bastava resguardar sua meação
No final de 2016 a quarta turma do STJ decidiu que a exigência do art. 1647 só se aplica aos títulos atípicos/inominados, apesar desta regra encontrar-se na parte referente ao direito de família e não aos títulos de crédito prevaleceu o entendimento de que se a lei especial não exige o código civil que tem aplicação apenas subsidiária não poderia exigir
Ainda quanto ao regime de separação absoluta de bens, manifestou que se aplica tanto à separação convencional quanto à legal (obrigatória)
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AVAL
AVAL X FIANÇA
É OBRIGA

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