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Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br E-Book comprado por Leonam da Costa Portela - Proibida a transferência a terceiros 1 Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 2 http://www.questoesdiscursivas.com.br O melhor site de questões discursivas de concursos públicos. Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 3 ÍNDICE DIREITO CIVIL -5 Atos, Fatos e Negócios Jurídicos - 5 Busca e Apreensão - 5 Contratos - 5 Direitos das Sucessões -8 Direitos de Família - 10 Direitos Reais - 15 Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - 20 LINDB -20 Pessoa Jurídica - 20 Pessoa Natural - 21 Prescrição e Decadência - 21 Responsabilidade Civil - 21 DIREITO PENAL - 24 Aplicação da Lei Penal - 24 Aplicação da Pena - 27 Crime Eleitoral - 28 Crimes - 28 Crimes contra a Administração Pública - 31 Crimes contra a Dignidade Sexual - 33 Crimes contra a Fé Pública- 34 Crimes contra a Ordem Tributária - 34 Crimes contra a Vida - 35 Crimes contra o Patrimônio - 36 Crimes Financeiros - 36 Crimes Hediondos - 36 Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - 36 Estatuto do Desarmamento - 37 Imputabilidade - 37 Lei de Drogas - 38 Pena - 38 Prescrição e Decadência - 38 Princípios do Direito Penal - 38 Tipicidade – 38 DIREITO PROCESSUAL CIVIL - 39 Ação Civil Pública - 39 Ação Popular - 39 Atos Judiciais - 40 Busca e Apreensão - 40 Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 4 Citação - 40 Competência - 40 Direitos Reais - 41 Execução -41 Extinção do Processo - 42 Juizado Especial Cível (JEC) - 42 Mandado de Segurança - 42 Partes e Procuradores - 43 Prescrição e Decadência - 43 Princípios do Processo Civil - 43 Processo e Procedimento - 43 Provas - 48 Recursos - 48 Sentença – 49 Teoria do Processo -95 DIREITO PROCESSUAL PENAL - 96 Ação Penal - 96 Arquivamento -96 Competência - 96 Delação Premiada - 97 Denúncia - 97 Detração Penal - 98 Execução Penal - 98 Inquérito Policial - 99 Liberdade Provisória - 99 Pena - 99 Princípios do Processo Penal - 100 Prisão - 100 Processo e Procedimento - 103 Provas - 112 Recursos - 113 Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) - 116 Sentença - 116 Sequestro - 177 Tribunal do Júri - 177 Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 5 DIREITO CIVIL Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2009 - Banca: EJEF - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Atos, Fatos e Negócios Jurídicos - José Costa Manso foi a uma loja especializada em relógios comprar um que fosse completamente de ouro. Lá chegando, avistou um que o satisfez. Comprou-o, de imediato, sem indagações. Dias depois, ao mostrá-lo a um especialista, descobriu que o relógio não era de ouro, como pensava, já que relógio de ouro é apenas uma designação ao relógio recoberto ou banhado a ouro. Frustrada essa sua vontade, ou seja, não sendo o relógio completamente de ouro, como imaginava, e tendo-o comprado somente por isso, vê vício na coisa e quer ajuizar ação redibitória. Pergunta-se: teria ele sucesso na demanda? Responda justificadamente. Magistratura Federal - TJDFT - Ano: 2009 - Banca: TJDFT - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Atos, Fatos e Negócios Jurídicos - Discorra soďƌeà oà ͞PƌiŶĐípioà daà CoŶveƌsĆoà “uďstaŶĐialà doà NegſĐioà JuƌídiĐo͟?à Foià acolhido pelo legislador civil? Justifique. Magistratura Federal - TJDFT - Ano: 2009 - Banca: TJDFT - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Atos, Fatos e Negócios Jurídicos - Há distinção entre Dolo Eventual e Culpa Consciente? Justifique a resposta. Magistratura Estadual - TJAP - Ano: 2006 - Banca: TJAP - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Atos, Fatos e Negócios Jurídicos - Vícios sociais do ato jurídico. Defina-os. Indique-os. Magistratura Estadual - TJRJ - Ano: 2008 - Banca: TJRJ - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Busca e Apreensão - Em ação de busca e apreensão de bem objeto de alienação fiduciária convertida em ação de depósito, o Réu regularmente citado, ofereceu contestação, alegando que o bem foi furtado e requerendo a extinção do processo sem apreciação do mérito, tanto mais que não fora formulado pedido alternativo de condenação ao pagamento do equivalente em dinheiro. Sendo você o juiz, como solucionaria a controvérsia? Dispensa-se a adoção da forma de sentença. Magistratura Estadual - TJMS - Ano:2012 - Banca: PUC- PR - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - Discorra fundamentadamente sobre a violação positiva do contrato, contemplando as concepções doutrinárias a respeito de seu conceito no Direito Brasileiro, bem como sua relação com os conceitos de mora e inadimplemento das obrigações. - Resposta: Espera-se do candidato a definição de violação positiva do contrato que contemple o descumprimento de deveres laterais derivados da boa-fé (COSTA, Jorge Cesa Ferreira da. A boa-fé e a violação positiva do contrato. Rio de Janeiro: Renovar, 2002, p. 273), bem como a posição doutrinária que afirma configurar-se a violação positiva na hipótese em que a obrigação não é cumprida no modo pactuado, qualificando-seĐoŵoà ͞ĐuŵpƌiŵeŶtoà ƌuiŵà ouà iŶexatoà doà ĐoŶtƌato͟à ;PONTE“àDEàMI‘áNDá,à JosĠà Cavalcanti. Tratado de Direito Privado. Tomo XXVI. Rio de Janeiro: Borsoi, p. 15) - Quanto à relação entre mora e inadimplemento, espera-se do candidato a demonstração de que, enquanto na mora e no inadimplemento ocorre inexecução da obrigação, na violaçãoà positivaà doà ĐoŶtƌatoà ͞teŵà lugaƌà uŵaà ͚açãoà positiva͛à doà devedoƌ,à poƌĠŵà seŵà satisfazeƌà adeƋuadaŵeŶteà oà iŶteƌesseà doà Đƌedoƌ͟.à ;TEPEDINO,à Gustavo et al. Código Civil Interpretado Conforme a Constituição da República. Volume I. Rio de Janeiro: Renovar, 2004, p. 693). Admite-se, alternativamente, resposta em que se afirme que a violação positiva pode se enquadrar no conceito de mora ou de inadimplemento, haja vista o teor do artigo 394 do Código Civil que também qualifica como mora o ĐuŵpƌiŵeŶtoàƋueàŶãoàĠàƌealizadoàŶaà͞foƌŵaàƋueàaàleià ouà aà ĐoŶveŶçãoà estaďeleĐeƌ͟à ouà Ƌueà aà violaçãoà positiva, como inexecução de deveres laterais, é uma forma de inadimplemento que não se refere à prestação principal (COSTA, Jorge Cesa Ferreira da. Op. Cit., p. 273). - QUESITO AVALIADO NOTA - 1) APRESENTAÇÃO E ESTRUTURA TEXTUAL (legibilidade, respeito às margens, paragrafação, coerência, concisão, clareza, propriedade vocabular); ASPECTOS GRAMATICAIS (morfologia, sintaxe de emprego e colocação, sintaxe de regência e pontuação); ASPECTOS FORMAIS (erros de forma em geral e erros de ortografia); CAPACIDADE DE INTERPRETAÇÃO E EXPOSIÇÃO 2) DESENVOLVIMENTO DO TEMA: a) Referência expressaàăàŶoçãoàdeà͞adiŵpleŵeŶtoàƌuiŵ͟à Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 6 ou expressão equivalente. b) Referência expressa à violação de deveres laterais derivados da boa-fé. c) 3 Possibilidades de resposta: a) Afirmação de que a violação positiva do contrato é uma categoria que não se confunde com a mora e com o inadimplemento absoluto/definitivo, uma vez que, enquanto estes ocorrem mediante inexecução da obrigação, a violação positivaconsiste em execução que não atende adequadamente ao interesse do credor. OU b) Alternativamente, admite-se como resposta a afirmação de que a violação positiva do contrato pode qualificar-se como modalidade de mora ou de inadimplemento definitivo que se configura pelo não ĐuŵpƌiŵeŶtoà daà oďƌigaçãoà Ŷaà ͞foƌŵaàƋueà aà leià ouà aà ĐoŶveŶçãoàestaďeleĐeƌ͟à ;aƌt.à ϯϵϰàdoàCſdigo Civil) OU c) ainda, que violação positiva, como inexecução de deveres laterais, é uma forma de inadimplemento que não se refere à prestação principal. Magistratura Federal - TRF4 - Ano:2007 - Banca: TRF4 - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - No atual sistema jurídico brasileiro, a mera onerosidade excessiva autoriza a revisão judicial dos contratos ou esta revisão depende da ocorrência de fatos imprevisíveis (aplicação da teoria da imprevisão)? Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2007 - Banca: EJEF - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - Joelson Silva, brasileiro, divorciado, residente e domiciliado em Contagem (MG), empresário individual, devidamente registrado na JUCEMG, explorando o ramo de hortifrutigranjeiros, desenvolvia o seu negócio em imóvel próprio, na cidade de Belo Horizonte (MG), Ƌueà edžiďiaà oà títuloà ͞“áCOLÃOà VENDáà NOVá͟.à Endividado, celebrou com um determinado banco comercial um contrato de mútuo. Os recursos obtidos com este contrato foram suficientes para que ele quitasse as dívidas então existentes. Contudo, sem capital de giro, ajustou com um banco uma operação de abertura de crédito em conta corrente, no limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais), que, por sua vez, foi documentada por uma Cédula de Crédito Bancário emitido por ele em favor da respectiva instituição financeira. Joelson Silva não conseguiu honrar as obrigações contraídas nos respectivos prazos. Assim, ele ingressou com uma ação revisional do contrato de mútuo, invocando a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, citando uma série de cláusulas contratuais que, supostamente, seriam abusivas. Entre as cláusulas Đitadas,à JoelsoŶà destaĐouà asà seguiŶtes:à ;iͿà ͞FiĐaà estipulado expressamente e aceito pelo MUTUÁRIO que a taxa de juros será definida pelo Banco de acordo com os parâmetros utilizados para operações desta Ŷatuƌeza.͟à ;iiͿà ͞Eŵà Đasoà deà iŶadiŵplġŶĐia,à alĠŵà dosà juros moratórios à razão de 1% a.m, será devida multa moratória equivalente a 2% por mês até a efetiva quitação daà dívida.͟à ;iiiͿà ͞Oà BaŶĐoà fiĐaà autorizado a debitar nas contas correntes do MUTUÁRIO as quantias devidasà eŵà viƌtudeà doà pƌeseŶteà ĐoŶtƌato.͟à Concomitantemente, o banco ajuizou em desfavor de Joelson uma execução por quantia certa lastreada na Cédula de Crédito Bancário, instruindo a inicial com os extratos da conta corrente, discriminando as parcelas utilizadas do crédito aberto. a) Quanto à ação revisional noticiada, na qualidade de Juiz (íza), avalie as supostas abusividades do contrato de mútuo apontadas pelo autor. Limite a análise em, no máximo, dez linhas. b) Uma vez citado na noticiada execução, Joelson opôs embargos, arguindo, tão-só, a carência de ação do exequente face à iliquidez do seu crédito e ao disposto na súmula 233 do STJ. Como você, na qualidade de Juiz(íza), decidiria estes embargos. Justifique, abordando os aspectos Magistratura Estadual - TJRJ - Ano: 2008 - Banca: TJRJ - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - Dário D͛áŶtas,àĐasadoàĐoŵàMaƌiaàIŶez,àosteŶtavaàpƌoĐuƌaçĆoà por instrumento particular com amplos poderes, outorgada pela mulher, para a gerência dos negócios e patrimônio desta. Desfeita a sociedade conjugal, Maria Inez revogou o mandato e notificou o ex-marido. ápesaƌà daà ŶotifiĐaçĆo,à DĄƌioà D͛áŶtasà Đeleďƌouà eŵà nome do ex-cônjuge contrato de empréstimo com o ďaŶĐoàL͛OĐasiuŶit.à“eŵàsaďeƌàdoàĐoŶtƌatoàďaŶĐĄƌio,àƋueà por isso não foi adimplido conforme o pactuado, Maria Inez se viu citada em execução por título extrajudicial, defendendo-se, por meio de embargos, com base no argumento de ineficácia do negócio jurídico tendo em vista que o contrato foi celebrado após a notificação do mandatário acerca da revogação do mandato. A seu turno, o banco ressaltou sua condição de terceiro de boa-fé, já que não possuía meios de saber sobre a revogação do mandato, além do fato de que Dário D͛áŶtasà haďitualŵeŶteà Đeleďƌavaà eŵà Ŷoŵeà deà Maƌiaà Inez diversas operações bancárias. Considerando os fatos provados e dispensando-se o relatório, decida o Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 7 conflito na forma de sentença, com abordagem das questões e regras jurídicas inerentes ao tema. Magistratura Estadual - TJMT - Ano: 2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - Disserte sobre os dois questionamentos. a) A propositura da ação declaratória negativa inibe o aforamento da ação de execução relativamente ao mesmo crédito? (Justifique a sua resposta) É possível a propositura de ação declaratória visando à interpretação de cláusulas contratuais? Justifique a sua resposta. - Resposta: a) É possível nos termos do disposto no artigo 585, § 1.º do Código de Processo Civil. Os argumentos dos candidatos deverão levar à conclusão do disposto no artigo mencionado. b) O candidato deverá dissertar interpretando literalmente o artigo 4.º, I do CPC. Em primeiro plano, não seria possível concluir que sim, pois a cláusula contratual não se ĐoŶfuŶdeà Đoŵàaà ƌelaçãoà juƌídiĐa.à ͞Esseà eŶteŶdiŵeŶtoà não se harmoniza, porém, com a finalidade do iŶstituto,à Ƌueà ͞està laà foƌŵeà laà plus élevée et la plus dĠliĐateà d͛exeƌĐiĐeà duà pouvoiƌà judiĐiaiƌe,à età doità ġtƌeà considerée comme très utile aux litigants et à la vie sociale. Da interpretação de uma única cláusula contratual depende, muitas vezes, a solução de todo o litígio, o que autoriza o ajuizamento da declaratória, presente o interesse processual. É a orientação mais liďeƌal,à seguidaà pelaà doutƌiŶaà eà pelaà juƌispƌudġŶĐia.͟à (João Batista Lopes. Ação Declaratória. EditoraRT. 4.ª edição. São Paulo: 1995, p.71). 1 Tradução livre do Elaborador: é a forma mais elevada e a mais delicada de exercício do Poder Judiciário. E deve ser considerada como muito útil aos litigantes e à vida social. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2009 - Banca: EJEF - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - José dos Anzóis realizou com Antônio Prometeu contrato de promessa de compra e venda, com cláusula de arrependimento, sobre uma gleba de terras na periferia da cidade. A promessa de compra e venda não foi registrada, mas foi quitada devidamente. Após a quitação, o promitente vendedor se nega a passar a escritura definitiva. Então, o promitente comprador ajuíza ação de outorga de escritura, onde sustenta que a promessa de compra e venda quitada, independente de registro imobiliário, gera-lhe direito à escritura, e requer que, após processamento do pedido, seja-lhe outorgada a escritura definitiva do imóvel pelo promitente vendedor, em prazo determinado na sentença, sob pena de esta lhe suprir a vontade. Contestado o pedido, o promitente vendedor sustenta a invalidade do contrato de promessa de compra e venda, pela ausência do registro e, em mérito, diz-se arrependido e que quer fazer uso da cláusula de arrependimento, indenizando o promitente comprador do valor pago, corrigido. Decida. Magistratura Estadual - TJGO - Ano: 2010 - Banca: TJGO - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - A função social do contrato prevista no artigo 421 do CCB é matéria de ordem pública?Tal disposição legal se aplica às relações de consumo reguladas pela Lei nº 8.078/90? Magistratura Estadual - TJSP - Ano: 2007 - Banca: TJSP - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - DISSERTAÇÃO-Plano de Saúde. Contratos que o estabelecem. Sua natureza e elementos característicos. Atos normativos que regulam as relações entre os contratantes. Coberturas obrigatórias e exclusões permitidas pela lei. Regras a serem obedecidas nas cláusulas restritivas e na interpretação dos contratos. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2007 - Banca: TJMG - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - Em 1 º/02/2006, FRANCISCO, na qualidade de vendedor, celebrou um contrato de compra e venda de maquinário industrial com JOÃO, na qualidade de comprador. Na cláusula referente ao pagamento, as paƌtesà ajustaƌaŵà oà seguiŶte:à ͞JOÃOà à eŵitirá um cheque, no valor de R$ 100.000,00, em favor de FRANCISCO, avalizado por WALDÍRIO. No ato da entrega do cheque nas condições ora entabuladas, FRANCISCO dará plena e geral quitação a JOÃO, ŵediaŶteàoàƌespeĐtivoàƌeĐiďo͟.àássiŵ,àeŵàϬϮ/ϬϮ/ϮϬϬϲ,à JOÃO emitiu o cheque, colheu a assinatura de WALDÍRIO, na qualidade de avalista, e o entregou, contra recibo, para FRANCISCO. Em 03/02/2006, o beneficiário apresentou o cheque ao banco-sacado, tendo este último, todavia, devolvido o cheque por insuficiência de fundos. Irresignado, após algumas tentativas frustradas de solucionar o impasse de forma amigável, FRANCISCO encaminhou o cheque ao Cartório de Protesto em 24/07/2006, tendo sido o Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 8 protesto devidamente lavrado em 27/07/2006. Pergunta-se: a) Ante as circunstâncias narradas, poderá FRANCISCO pleitear a resolução do contrato de compra e venda ajustado com JOÃO com o fito de reaver o maquinário industrial? Justifique em, no máximo, cinco linhas. b) Supondo que, em 15/12/2006, o beneficiário tenha ajuizado uma execução lastreada no referido cheque em face de JOÃO e WALDÍRIO, poderia ser pronunciada a prescrição? Justifique Magistratura Estadual - TJAP - Ano: 2006 - Banca: TJAP - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - Proposta uma ação de despejo por falta de pagamento e por descumprimento do contrato quanto à destinação do imóvel c/c cobrança dos aluguéis que se vencerem no curso da ação, o réu, regularmente citado, purgou a mora integralmente e ofertou contestação em relação aos demais fundamentos, argumentando que o imóvel estava sendo usado para a finalidade não residencial estabelecida no contrato (escritório de representação), requerendo inclusive inspeção judicial, que foi realizada, mas constatou foi a sublocação do prédio para uso residencial, como alegado na petição inicial. Por fim, estando os autos conclusos para sentença, o autor noticiou ao Juízo que o imóvel se encontrava abandonado e que o réu ficou devendo os aluguéis dos dois últimos meses anteriores ao abandono. Pergunta- se: se o candidato fosse o Juiz da causa, que providência adotaria no respeitante ao mencionado abandono e como decidiria os três pedidos aduzidos na petição inicial? Magistratura Federal - TRF2 - Ano: 2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - Empresa pública federal celebra contrato com empresa brasileira contendo cláusula compromissória. A empresa privada descumpre o acordado e a empresa pública ajuíza ação judicial. A empresa privada requer a extinção do processo sem julgamento do mérito face à existência de convenção de arbitragem. Analise a questão, à luz da legislação, jurisprudência e doutrina. Magistratura Federal - TRF2 - Ano: 2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - Distinguir boa-fé objetiva de boa-fé subjetiva. Justifique a resposta. Magistratura Estadual - TJMS - Ano: 2010 - Banca: TJMS - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direito de Família - Maria e Hélio se conheceram em 2006 e, em seguida, iniciaram relacionamento amoroso, sendo que ambos eram solteiros. Hélio, com 25 anos de idade, havia conseguido seu primeiro emprego como consultor em uma multinacional. Já Maria, aos 22 anos de idade, não possuía nenhuma fonte de renda, estava desempregada e atravessava inúmeras dificuldades financeiras, tanto que havia abandonado o curso supeƌioƌàƋueàfƌeƋueŶtavaàeàŵoƌavaà͞deàfavoƌ͟àŶaàĐasaà de parentes. Alguns meses depois, o casal passou a viver em união estável e Hélio adquiriu um imóvel comercial em nome de Maria, cuja quitação efetuou mediante pagamento de 20 prestações mensais e consecutivas. Ao longo dos anos, Maria concluiu a faculdade e curso de pós-graduação, com o auxílio exclusivo do companheiro, o único a trabalhar para prover o custeio das despesas do lar. Ainda durante o convívio, Hélio também conseguiu comprar em seu próprio nome dois automóveis e uma chácara de lazer. Em 20 de janeiro de 2010, Maria foi contemplada em uŵàsoƌteioàdaà͞ŵega-seŶa͟,àviŶdoàaàƌeĐeďeƌàaàƋuaŶtiaà de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Em seguida, diante da perspectiva de mudar de vida, rompeu o relacionamento com Hélio, pondo fim à união. Hélio concordou com a separação, mas os conviventes não chegaram a um consenso em relação à divisão do patrimônio. Diante da situação fática acima narrada e considerando a inexistência de contrato escrito entre as partes, pergunta-se: a) Algum dos bens adquiridos está sujeito à partilha? b) Em caso positivo, qual deles? E qual seria a proporção da divisão? Fundamente. Magistratura Estadual - TJMT - Ano: 2010 - Banca: TJMS - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direito de Família - A mudança de regime de bens é um direito potestativo dos cônjuges ? Em face do que dispõem os artigos 1.639 parágrafo 2º e 2.039 do Código Civil vigorante e, ainda, considerando o entendimento do STJ, exponha sobre a possibilidade de alteração desse regime nos casamentos celebrados na vigência do Código Civil de 1916. Fundamente. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2007 - Banca: EJEF - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direito das Sucessões - Desdêmona Machiaveli manteve concubinato (more uxorio) com Pedro Colombo Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 9 Pizarro, por quase 35 anos, não obstante este não haver se separado de sua mulher. Com a morte do Sr. Pizarro, Desdêmona ajuíza ação de reconhecimento de sociedade de fato e meação nos bens adquiridos enquanto durou o concubinato. Antes de morrer, Pizarro e Desdêmona firmaram contrato, em 18/03/1995, recebendo esta, por conta de serviços prestados, uma indenização em dinheiro. No período posterior a este ajuste, mantido o concubinato, foram adquiridos três imóveis urbanos. O espólio de Pedro Colombo Pizarro contesta, dizendo que, nos termos dos artigos 1º e 3º da Lei 8.971/1994, só faz jus à meação de bens a companheira de homem solteiro, separado judicialmente, divorciado ou viúvo, o que não é o caso dos autos, pois o de cujus permaneceu casado sem jamais ter intenção de constituir família com a autora. Não houve esforço comum para a aquisição dos bens, e o acordo realizado entre os companheiros resultou na quitação das mútuas obrigações constituídas até aquela data. Decidir à luz do direito aplicável. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2009 - Banca: EJEF - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direito das Sucessões - Como donatário de um imóvel, constituído por um apartamento residencial, situado em região nobre da cidadede Belo Horizonte, Carla Maria, que reside em outro imóvel de sua propriedade, quer vendê-lo, a despeito de estar o imóvel gravado com cláusula de inalienabilidade e, consequentemente, de impenhorabilidade e incomunicabilidade. O gravame decorreu de vontade do doador, seu pai, encerrada em cláusula testamentária, instituída e cumprida, devidamente, no correr do ano de 2003, ano da moléstia e morte dele, pai. Não cogita a donatária e proprietária do apartamento converter o produto da venda em outro bem, fazendo incidir sobre ele as restrições apostas ao apartamento vendido, porque está acometida de grave doença hereditária, que lhe impõe tratamento de alto custo, compatível com o valor da venda do bem, que será, por isso e para tanto, gasto. Após provocação do Poder Judiciário, onde se sustentou a possibilidade do cancelamento do gravame e a venda incondicionada do bem, sobreveio parecer do custos legis, opondo-se à venda tal como requerida, alegando falta de previsão legal para a hipótese contida no pedido. Decida. Magistratura Estadual - TJPA - Ano: 2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos das Sucessões - Manoel, solteiro, pai de Cláudia e Pedro, faleceu em agosto de 2011, deixando a casa n.º 50, situada na rua São Silvestre, em Belém – PA, registrada em seu nome no X Ofício do Cartório de Imóveis de Belém. A referida casa havia sido emprestada, em 2005, a um casal de amigos, Carlos e Cristina, pelo prazo de dois anos, necessários à conclusão da obra de imóvel que haviam comprado. Passados três anos, não tendo sido restituído o imóvel, Manoel, em 10/10/2008, notificou extrajudicialmente o casal para que deixasse o imóvel no prazo de trinta dias. O casal não atendeu a notificação, tendo permanecido no imóvel. Manoel, em 10/3/2011, novamente notificou extrajudicialmente o casal, que continuou inerte. Em junho de 2011, Manoel foi internado com complicações de saúde, tendo falecido dois meses depois. O espólio, representado por sua inventariante, mãe dos dois herdeiros que representa legalmente, ajuizou, ainda no curso do inventário, ação reivindicatória, em face de Carlos e Cristina, com o fim de reaver o imóvel ocupado. A escritura do imóvel e cópia das notificações recebidas pelos réus foram juntadas aos autos. Na ação, foram narrados os fatos e feito o pedido de imissão na posse do imóvel e de condenação dos réus em indenizar a quantia correspondente ao valor do aluguel do imóvel, desde 10/11/2008 até a sua efetiva desocupação, que seria apurado em liquidação de sentença por arbitramento. Citados, Carlos e Cristina apresentaram contestação, alegando: a) a inépcia da inicial, ante a falta de identificação detalhada do imóvel, com suas confrontações e características, e a ausência de propriedade do imóvel, com base no argumento de que não houvera partilha no processo de inventário; b) a impossibilidade jurídica do pedido, sob o argumento de que não cabe pedido reivindicatório para a obtenção da posse do imóvel; c) a ilegitimidade do espólio para figurar no polo ativo, sob o fundamento de que a legitimidade seria dos herdeiros; d) o direito à usucapião urbana por estarem na posse do imóvel por mais de cinco anos ininterruptos, utilizando-o como sua moradia, não possuírem outro imóvel e por medir o imóvel ocupado área de 180 m2; e) o direito de serem indenizados no valor de R$ 15.000,00 por benfeitorias realizadas no imóvel, a saber: colocação de armários nos quartos e substituição do piso da cozinha, tendo juntado notas Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 10 fiscais comprobatórias datadas de maio de 2011; f) a falta de amparo para o pedido de indenização pelo aluguel, sob o argumento de que utilizavam a casa a título de empréstimo, e de que, em momento algum, Manoel lhes impusera a cobrança de qualquer valor nem tomara qualquer medida judicial para retirá-los do imóvel, o que demonstrava a aceitação tácita da continuidade do empréstimo. Ao final, pediram a extinção do processo sem resolução do mérito, ou a declaração de usucapião do imóvel em seu favor, ou, ainda, a condenação do autor a pagar-lhes a indenização referente ao gasto efetuado. Em réplica, o autor alegou: o não cabimento das preliminares; o não cabimento da alegação de usucapião aventada em contestação, sob o argumento de que não restara configurada a usucapião; o não cabimento do pleito de indenização, pois não fora provada a data da realização das benfeitorias; a pertinência da cobrança do aluguel pela utilização do imóvel após a notificação para sua devolução. O autor reafirmou os pedidos, requerendo a improcedência dos pedidos dos réus. Não havendo provas para produzir em audiência, os autos seguiram conclusos para sentença. Considerando os fatos hipotéticos acima relatados, profira, na condição de juiz substituto, a sentença, dando solução à lide. Analise toda a matéria de direito processual e material pertinente ao julgamento, fundamente suas explanações, dispense o relatório e não crie fatos novos. - Resposta: ASPECTOS MACROESTRUTURAIS - Sentença Cível - Quesito avaliado Faixa de valor Nota - 1 Capacidade de expressão na modalidade escrita e uso das normas do registro formal da língua - 2 Conhecimento do tema - 2.1 Preliminares não prosperam / Petição inicial atende aos requisitos previstos no art. 282 do CPC / Imóvel identificado / Inventário em andamento não há óbice / Legitimidade do espólio / Inventário não encerrado / Art. 12, V, do CPC / Possibilidade jurídica do pedido 0,00 a 1,50 - 1,25 - 2.2 Possibilidade de usucapir em contestação: Súmula n.° 237/STF / Requisitos não configurados / Oposição após a notificação 0,00 a 1,50 1,00 - 2.3 Benfeitorias / Ausência de direito / Realização quando a posse não era mais de boa-fé / Art. 333, II, do CPC 0,00 a 1,00 0,83 - 2.4 Aluguéis devidos pela utilização do imóvel após 30 dias da notificação até a desocupação / Liquidação por arbitramento / Art. 475-C do CPC 0,00 a 1,50 1,50 - 2.5 Direito à imissão na posse do imóvel: requisitos preenchidos 0,00 a 2,00 1,00 - 2.6 Dispositivo: afastar as preliminares; extinção consoante o art. 269, I, do CPC; julgar procedentes os pedidos, para imitir o espólio na posse do imóvel; condenar os réus a indenizar da quantia correspondente ao valor do aluguel do imóvel, desde 10/11/2008 até a sua efetiva desocupação, a ser apurado em liquidação de sentença por arbitramento / Condenação em custas e honorários em percentual sobre a condenação no valor referente indenização pelo pagamento do aluguel (art. 20, § 3.°, do CPC) 0,00 a 1,50 Magistratura Estadual - TJAP - Ano: 2006 - Banca: TJAP - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos das Sucessões - NOÉ, magistrado aposentado, divorciado, quando contava a idade de sessenta e cinco (65) anos, casou-se com INGRA, de trinta e cinco (35), advogada, solteira. O casal, desde o enlace, passou a morar em casa de alto luxo pertencente ao marido e seu único bem. INGRA não possuía bens ao casar. Nenhum bem foi adquirido na constância do casamento, que também não gerou filhos. NOÉ morreu seis meses após o casamento. Ao casar com INGRA, NOÉ já possuía os filhos COSME e DAMIÃO, ambos advogados. Antes mesmo do inventário de NOÉ, INGRA casou-se com ODAIR, que foi morar com ela na casa deixada por NOÉ, residência do novo casal. INGRA morreu seis meses após o casamento, sem deixar ascendentes, descendentes ou parentes de sangue.À luz do vigente ordenamento jurídico, que direitos hereditários ou de sucessão tem ODAIR? Justifique. Magistratura Estadual - TJAC - Ano: 2006 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - Ana ajuizou ação de investigação de paternidade contra Carlos, e a sentença decidiu pela procedência do pedido, isto é, reconheceu a paternidade do investigante e transitou em julgado em 12/12/2000. Em virtude da recusa injustificada do réu em submeter-se a exame pericial, consistente no exame de DNA, a paternidade foi reconhecida sem a referida prova técnica, valendo-se o juiz de outros meios de prova, testemunhais e documentais, existentes nos autos. Em 15/11/2006, Carlos ajuizou ação negatória de paternidade contra Ana, alegando Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 11 que deseja submeter-se ao exame DNA, para que se estabeleça a verdade real e não presumida quanto à paternidade questionada. Diante dessa situação hipotética, elabore um texto dissertativo acerca da decisão judicial a ser proferida na ação proposta por Carlos, incluindo, se for o caso, elementos que poderiam ser apresentados por Ana em sua defesa. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2007 - Banca: EJEF - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - M.V. ajuíza ação de reparação de danos contra H.C.V., sob o fundamento de que se casaram, após longo período de namoro e noivado, no entanto, passados 45 (quarenta e cinco) dias do casamento, ocorreu a separação do casal. Sustenta que o desfazimento de seu casamento ocorreu por culpa exclusiva do requerido, que, pretextando haver perdido o emprego, culminou por abandonar o lar, sem qualquer explicação, deixando-a na mais completa carência e abandono, pois, até então, ela era apenas estudante e dependente de seu genitor. Diz a autora que realizou despesas diversas, tais como igreja, vestidos de noiva, fotógrafos, buffet e outras. Viu-se obrigada a cancelar a viagem de lua-de-mel, programada para dois meses depois do enlace, sendo ressarcida apenas em parte pelos gastos efetuados com a agência de turismo contratada. Haviam combinado, enquanto noivos, que as despesas com a celebração e comemoração do casamento seriam divididas proporcionalmente. O ex-marido não honrou o compromisso assumido, tendo a autora que arcar, sozinha, com todas as despesas, graças a empréstimo contraído com seu genitor. Conclui que faz jus à indenização pelos prejuízos materiais sofridos, além do dano moral suportado, já que tudo isso lhe causou os maiores transtornos e forte abalo emocional. Defendendo-se o réu alega que não há prova de sua culpa pelo fim do casamento, visto que a autora fundamenta o pedido nos arts. 186 e 927 do Código Civil. A ruptura da união se deu consensualmente, com a plena aquiescência da requerente. Jamais fez acordo com a autora no sentido de responsabilizar-se pelo pagamento de metade das despesas realizadas com o casamento, mesmo porque estavam fora de seu padrão econômico. O fim da união ocorreu em razão da perda de seu emprego, o que acabou por abalar a relação conjugal. Não se pode falar em responsabilidade contratual ou extracontratual. Para configuração de sua responsabilidade civil, deveria ter sido comprovado não somente o dano alegado, mas também a conduta culposa e o nexo causal entre esta e aquele, salientando que o simples aborrecimento pela dissolução da sociedade conjugal é insuficiente para caracterizar a responsabilidade civil, consoante entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante. Decida. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2008 - Banca: EJEF - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - ELIZIÁRIO VERNE e sua esposa ANAZILDA SANTUZA SANTOS ajuízam ação visando alterar o regime de bens adotado para o patrimônio do casal, realizado em julho de 2001, de comunhão parcial para separação total. Esclarecem que não possuem quaisquer bens a serem partilhados. Dizem, ainda, que já haviam, mesmo antes do casamento, manifestado o desejo de adotarem o regime de separação total, que restou frustrado pelo fato de não disporem, à época, de condições financeiras para arcar com as despesas da indispensável escritura de pacto antenupcial. Realizada audiência de instrução, as testemunhas inquiridas confirmaram os fatos alegados pelos requerentes. O Ministério Público opinou pelo deferimento do pedido. DECIDA. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2008 - Banca: EJEF - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - ALEXANDRINA VESCHER e HELMUT VESCHER separaram-se consensualmente em 05/03/1995, ocasião em acordaram manter em comunhão os direitos patrimoniais sobre o apartamento de n. 72 do edifício Sabiá, integrante do condomínio Parque das Aves, situado à rua Marechal Rondon, n. 145/297, bairro Santa Amália, nesta cidade, dividindo-se em partes iguais os frutos advindos do aluguel do imóvel. Posteriormente, em 27/04/1997, autora e réu firmaram instrumento particular de cessão de direitos de meação e extinção do condomínio, por meio do qual cedia ela ao réu a parte que lhe pertencia no referido bem imóvel, mediante o pagamento de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), em 60 (sessenta) parcelas, das quais foram solvidas apenas as 15 (quinze) primeiras. Diante do inadimplemento e, decorridos 7 (sete) anos, pleiteia a resolução do instrumento particular de cessão de direitos, assim como a condenação do réu ao pagamento das perdas e danos , incluindo os frutos da Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 12 coisa comum. Na contestação, o réu arguiu a prescrição (CC/1916, art. 178, §§ 8º e 9º, inciso V) e a improcedência do pedido inicial. Reconveio, pretendendo haver da autora reconvinda indenização pela conservação e manutenção do imóvel durante o período, reembolso das quantias relativas ao IPTU e às taxas condominiais e, ainda, das importâncias emprestadas para que ela pudesse adquirir o apartamento onde reside. A autora reconvinda rebateu a pretensão do réu reconvinte. Os litigantes concordam com o julgamento antecipado, visto que a matéria controvertida é de direito e os documentos necessários estão nos autos. DECIDA. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2008 - Banca: EJEF - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - ͞á͟à afoƌouà açĆoà deà iŶdeŶizaçĆoà ĐoŶtƌaà ͞B͟,à pretendendo receber a importância de R$1.000.000,00. A pretensão foi atendida e a intimação da sentença ocorreu em 15.10.2007. Os honorários advocatícios foram fixados em 10% sobre o valor da condenação. O vencido não interpôs recurso e, no dia 12.11.2007, efetuou o pagamento no importe de R$300.000,00 mais R$30.000,00 a título de honorários advocatícios. Em 14.12.2007, o vencedor requereu o cumprimento da sentença, na modalidade de execução, e apresentou planilha contendo os seguintes valores: a) R$700.000,00 pelo principal; b) R$70.000,00 pelos honorários advocatícios; c) R$70.000,00 pela multa prevista no art. 475-J do CPC. Requereu, ainda, fosse feito arbitramento de honorários advocatícios para a execução. O juiz, antes de decidir o pedido, preferiu ouvir o devedor. Este asseverou que a verba não é devida porque: a) os honorários advocatícios fixados na sentença abrange as fases de conhecimento e execução: b) a multa abrange a remuneração pelos eventuais serviços do advogado na fase de execução. Com base nestes dados, redigir a decisão sobre o derradeiro pedido formulado pelo credor, levando-seem conta a orientação do Superior Tribunal de Justiça em relação ao tema. Dissertar sobre o princípio da unirreĐoƌƌiďilidadeà eà aà fuŶgiďilidadeà ƌeĐuƌsal.à à ͞á͟à faleĐeuàeàdeidžou,àalĠŵàdaàviúvaà͞B͟,àosàfilhosà͞C͟,à͞D͟,à ͞E͟,à eà ͞F͟,à todosà ŵeŶoƌes.à IŶiĐiadoà oà iŶveŶtĄƌio,à ͞G͟à alegou que o falecido manteve com ela união estável ŶosàúltiŵosàƋuatƌoàaŶosàeàgeƌaƌaŵàaàfilhaà͞H͟, embora ele, simultaneamente, mantivesse a união conjugal. A filhaà ͞H͟à foià ƌeĐoŶheĐidaà poƌà esĐƌituƌaà púďliĐaà aiŶdaà ŶĆoàaveƌďadaàŶoàƌegistƌoàĐivil.à͞G͟àalegou,àaiŶda,àteƌeŵà ela e o falecido adquirido, no curso da união estável, um automóvel importado no valor de R$150.000,00, porém, registrado na repartição administrativa em Ŷoŵeàdeà͞á͟.à‘eƋueƌeuàfosseàadŵitidaàŶaàĐoŶdiçĆoàdeà meeira do veículo e, na condição de representante legalà deà ͞H͟,à fosseà aà ŵeŶoƌà adŵitidaà Ŷoà ƌolà dosà heƌdeiƌos.àOuvidos,àaàviúvaà͞B͟àeàos filhosà͞C͟,à͞D͟,à͞E͟à eà ͞F͟à iŶfoƌŵaƌaŵà Ƌueà desĐoŶheĐiaŵà oà supostoà ĐoŶvívioà siŵultąŶeoàdeà͞á͟àĐoŵà͞G͟àŶaàĐoŶstąŶĐiaàdoà ĐasaŵeŶtoàdele,àŵasàĐoŶĐoƌdaƌaŵàƋueà͞H͟àeƌaàfilhaàdoà falecido em decorrência de relacionamento extraconjugal e, portanto, poderia ser habilitada como heƌdeiƌa.à Oà juizà eŶteŶdeuà Ƌueà oà pedidoà deà ͞G͟,à relacionado com a união estável sem separação de fato, é tese jurídica complexa. Entendeu, também, que aà haďilitaçĆoà deà ͞H͟,à Ŷaà ĐoŶdiçĆoà deà heƌdeiƌa,à Ġà questão de alta indagação porque a escritura pública de reconhecimento da paternidade ainda não foi averbada e estaria sujeita a impugnação tanto pela viúva e quanto pelos filhos do inventariado. DeteƌŵiŶouàƋueà͞G͟àeàaà filhaà͞H͟àpƌoĐuƌasseŵàasàviasà ordinárias. Analise, no aspecto estritamente processual, se a decisão foi correta ou incorreta, fundamentando a resposta. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2009 - Banca: EJEF - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - Paula Lafaiete contraiu matrimônio com Hélio Vaz. Quatro meses depois, o cônjuge virago descobriu que seu marido havia sido condenado pelo crime de estupro, circunstância que tornou insuportável a convivência do casal e motivou o ajuizamento, por parte dela, de ação de nulidade do casamento. Magistratura Federal - TJDFT - Ano: 2009 - Banca: TJDFT - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - Maria ajuizou ação de separação judicial contra João objetivando o decreto de separação do casal com reconhecimento da culpa por parte do réu pela ruptura do casamento. Alegou, em síntese, que se casou com o réu em 2000 e que dessa união nasceram três filhos; que o réu não estava arcando com as despesas oriundas do lar; que chegava tarde a casa quase todos os dias; que tinha amante; que após uma séria briga em 2003 foi obrigada a sair de casa. A autora intimada não compareceu à audiência preliminar. O réu compareceu desacompanhado de Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br E-Book comprado por Leonam da Costa Portela - Proibida a transferência a terceiros 13 advogado e não contestou a ação. Ante a revelia do réu, com a consequente presunção de veracidade dos fatos alegados pela autora na inicial, o juiz acolheu o pedido e decretou dissolvida a sociedade conjugal por culpa do réu que, como consequência direta do seu comportamento, ficou sujeito a prestar alimentos à autora. Inconformado, apela o réu, sustentando que não poderia ter sido antecipado o julgamento do feito. Ademais, a improcedência se impõe. O juiz decidiu corretamente? Magistratura Federal - TJDFT - Ano: 2007 - Banca: TJDFT - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - Paulo move ação de prestação de contas em face da ex-cônjuge Maria, dando conta de que esta recebe a pensão alimentícia destinada à filha comum, menor impúbere, razão pela qual deve esclarecer a real destinação desses recursos, haja vista a suspeita de desvio. A sentença julgou extinto o processo, na forma do art. 267, VI, do Código de Processo Civil, reconhecida a inadequação da via eleita. Sobreveio apelação no prazo legal, sustentando, em suma, que o autor, responsável pelo pagamento da pensão e detentor do pátrio poder, ostenta legitimidade e interesse de agir. O recurso merece provimento? Magistratura Estadual - TJSP - Ano: 2007 - Banca: TJSP - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - Dissertação- Princípios basilares do Código Civil brasileiro (Lei Nº 10.406,De 10.01.2002) Inovações no Direito de Família em relação ao Código Civil De 1916 (Livro IV, Título I, Substituto I, Capítulos I Ao XI) Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2007 - Banca: TJMG - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - Discorra sobre a reformatio in pejus indireta e suas consequências nos julgamentos pelo Tribunal do Júri. M.V. ajuíza ação de reparação de danos contra H.C.V., sob o fundamento de que se casaram, após longo período de namoro e noivado, no entanto, passados 45 (quarenta e cinco) dias do casamento, ocorreu a separação do casal. Sustenta que o desfazimento de seu casamento ocorreu por culpa exclusiva do requerido, que, pretextando haver perdido o emprego, culminou por abandonar o lar, sem qualquer explicação, deixando-a na mais completa carência e abandono, pois, até então, ela era apenas estudante e dependente de seu genitor. Diz a autora que realizou despesas diversas, tais como igreja, vestidos de noiva, fotógrafos, buffet e outras. Viu-se obrigada a cancelar a viagem de lua-de-mel, programada para dois meses depois do enlace, sendo ressarcida apenas em parte pelos gastos efetuados com a agência de turismo contratada. Haviam combinado, enquanto noivos, que as despesas com a celebração e comemoração do casamento seriam divididas proporcionalmente. O ex-marido não honrou o compromisso assumido, tendo a autora que arcar, sozinha, com todas as despesas, graças a empréstimo contraído com seu genitor. Conclui que faz jus à indenização pelos prejuízos materiais sofridos, além do dano moral suportado, já que tudo isso lhe causou os maiores transtornos e forte abalo emocional. Defendendo-se o réu alega que não há prova de sua culpa pelo fim do casamento, visto que a autora fundamenta o pedido nos arts. 186 e 927 do Código Civil. A ruptura da união se deu consensualmente, com a plena aquiescência da requerente. Jamais fez acordo com a autora no sentido de responsabilizar-se pelo pagamento de metade das despesas realizadas com o casamento, mesmo porque estavam fora de seu padrão econômico. O fim da união ocorreu em razão da perda de seu emprego, o que acabou por abalar a relação conjugal. Não se pode falar em responsabilidade contratual ou extracontratual. Para configuração de sua responsabilidade civil, deveria ter sido comprovado não somente o dano alegado, mas também a conduta culposa e o nexo causal entre esta e aquele, salientando que o simples aborrecimento pela dissolução da sociedade conjugal é insuficiente para caracterizar a responsabilidade civil, consoante entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante. Decida. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2007 - Banca: TJMG - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - Desdêmona Machiaveli manteve concubinato (more uxorio) com Pedro Colombo Pizarro, por quase 35 anos, não obstante este não haver se separado de sua mulher. Com a morte do Sr. Pizarro, Desdêmona ajuíza ação de reconhecimento de sociedade de fato e meação nos bens adquiridos enquanto durou o concubinato. Antes de morrer, Pizarroe Desdêmona firmaram contrato, em 18/03/1995, recebendo esta, por conta de serviços prestados, uma indenização em dinheiro. No período posterior a este ajuste, mantido o concubinato, foram adquiridos três imóveis urbanos. O Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 14 espólio de Pedro Colombo Pizarro contesta, dizendo que, nos termos dos artigos 1º e 3º da Lei 8.971/1994, só faz jus à meação de bens a companheira de homem solteiro, separado judicialmente, divorciado ou viúvo, o que não é o caso dos autos, pois o de cujus permaneceu casado sem jamais ter intenção de constituir família com a autora. Não houve esforço comum para a aquisição dos bens, e o acordo realizado entre os companheiros resultou na quitação das mútuas obrigações constituídas até aquela data. Decidir à luz do direito aplicável. Magistratura Estadual - TJAP - Ano: 2006 - Banca: TJAP - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - Após anos de estável união homoafetiva, a advogada AURA e a enfermeira ALMA decidiram que uma delas teria um filho biológico da outra. Em Clínica especializada e procedimento próprio, usado banco de esperma, óvulo de ALMA, fertilizado in vitro foi implantado com sucesso em AURA, que gerou e pariu AMÉLIA. Essa, à vista de atestado médico expedido pela maternidade, foi registrada como filha apenas de AURA, na forma da lei. Meses após o nascimento de AMÉLIA, AURA e ALMA se separaram. AURA mudou-se para Belém (PA), onde foi trabalhar e estudar. Ficando em Macapá, ALMA voltou a morar com os pais em companhia de AMÉLIA. O ambiente familiar de criação de AMÉLIA é harmonioso e amoroso. Nada lhe falta. Parecidíssima com ALMA, sua mãe genética, em físico e temperamento, AMÉLIA é a alegria da casa, paixão dos "avós" cinquentões. Ninguém da família, todavia, possui sua guarda de direito. AURA, mesmo durante o tempo em que morou fora de Macapá, habituou-se a visitar AMÉLIA pelo menos uma vez por mês. Além disso, desde a separação, auxilia em sua criação com "mesada" regular, depositada em conta de ALMA. AMÉLIA adora a "tia" AURA, que adora AMÉLIA. Com o retorno definitivo de AURA para Macapá, agora na condição de alta funcionária pública federal efetiva, quer ela, cada vez mais, influir na criação e educação de AMÉLIA, "filha" que gestou e pariu. ALMA e sua família não aceitam. O frágil equilíbrio das relações se rompeu. Não há mais espaço para solução amigável do conflito. AMÉLIA tem cinco anos; AURA e ALMA, trinta e cinco cada uma. AURA é de classe média alta e mora em confortável casa própria, situada em área nobre de Macapá; vive com uma irmã mais velha, também solteira, sua única parente viva. ALMA, filha única, é de classe média baixa; mora, com AMÉLIA, em casa simples, de propriedade de seus pais, em companhia deles, situada em bairro periférico de Macapá. AURA ameaça com sua qualidade de mãe jurídica de AMÉLIA. ALMA argumenta com sua condição de mãe afetiva e genética de AMÉLIA, fato esse fora de dúvidas, porque devidamente comprovado por exame de DNA. Magistratura Estadual - TJAP - Ano: 2006 - Banca: TJAP - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - À luz da Constituição Federal, princípios pertinentes ao direito de família e ao vigente ordenamento jurídico, como se deve resolver a questão da filiação de AMÉLIA, levada ao Judiciário? À luz da Constituição Federal, princípios pertinentes ao direito de família e ao vigente ordenamento jurídico, como se deve resolver a questão da posse e guarda de AMÉLIA, levada ao Judiciário? Magistratura Estadual - TJAP - Ano: 2006 - Banca: TJAP - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - ADÃO, funcionário público federal, casado, renda mensal de R$7.000,00, possui filhos com diferentes mulheres, a saber: PEDRO, sete anos e PAULO, seis anos, com RITA, eletricitária, renda mensal de R$1.000,00; ANA, oito anos e JOÃO, cinco anos, com EDLA, comerciária, renda mensal de R$ 600,00; OTÁVIO, quatro anos, com EDITE, bancária, renda de R$ 2.000,00 e CLÉA, três anos, com ANTONIA, dona de casa, sem renda própria. Exceto quanto à CLÉA, que vive em sua companhia com a atual esposa, ADÃO paga aos demais as seguintes pensões mensais, mediante desconto em folha de pagamento, resultado de sucessivos acordos celebrados com as mães dos menores em diferentes datas e homologados por sentença: R$ 500,00 para PEDRO e PAULO, metade para cada um; R$ 1.000,00 para ANA e JOÃO, metade para cada um; R$ 1.500,00 para OTÁVIO. RITA, EDLA e EDITE, todas solteiras, não possuem outros filhos além dos mencionados, todos normais, nenhum portador de necessidades especiais. CLÉA também é uma criança normal. Tanto ADÃO quanto as mães das crianças, são pessoas normais, residindo todos em casas próprias e ninguém estuda. À luz da Constituição Federal, princípios pertinentes ao direito de família e ao vigente Código Civil, PEDRO e PAULO teriam bases para rever o Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 15 valor das pensões que vêm recebendo, seja para majorá-las ao padrão da paga ao meio-irmão OTÁVIO, seja para, em seus proveitos e prejuízo de meio-irmãos, equipar todas elas, em proporção? Magistratura Estadual - TJSP - Ano: 2011 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - Dissertação - Os direitos sucessórios da companheira viúva e da mulher viúva casada pelo regime da comunhão parcial de bens, mediante a interpretação sistemática das normas jurídicas, constitucionais e legais, aplicáveis à espécie. Magistratura Federal - TRF2 - Ano: 2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos de Família - Um brasileiro e uma americana casaram-se em Nova York, em 1995. Em 2004, o casamento se desfez e o brasileiro voltou para o Brasil. A esposa ajuizou uma ação de divórcio e a citação do marido foi realizada pelo correio. Em 2005, de posse da sentença de divórcio proferida em NY, na qual o marido foi revel, a ex-esposa ajuizou um pedido de homologação no STJ. Analise os requisitos de homologabilidade do caso em questão. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2007 - Banca: EJEF - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - João Floriano e s/m Maria Dolores ajuízam ação de reivindicação de imóvel urbano, em que os autores se baseiam em escritura devidamente transcrita no Registro Imobiliário, e os réus, Pedro Leôncio e Tereza Dulcinéia se defendem com base em posse oriunda de contrato de compromisso de compra e venda não registrado e outorgado por outrem que não o reivindicante. Os autores enfatizam a posse injusta dos réus, enquanto estes, na defesa, invocam posse justa de boa-fé. Decidir. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2008 - Banca: EJEF - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - CLODOALDO FORMIGA, brasileiro, casado, comerciário, residente no município de Belo Horizonte, ajuíza AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE contra GERMINO SILVA, brasileiro, solteiro, mecânico de veículos, sob fundamento de que detém a posse do lote de terreno e da casa nele edificada, situados na rua Bagdá, 25, bairro Cantareira, onde morou com a esposa e filhos por 10 (dez) anos. No entanto, em razão de haver praticado crime de homicídio, esteve cumprindo pena de reclusão em estabelecimento prisional no interior do Estado. Agora, em liberdade, apóso cumprimento da pena, encontrou o imóvel ocupado pelo réu, que nega restituí-lo. O esbulho está caracterizado. O pedido para reintegração de posse deve ser julgado procedente. O réu contesta com a alegação de que adquiriu o imóvel da mulher do autor, mediante contrato de promessa de compra e venda, com pagamento integral do preço. Também realizou benfeitorias na casa no valor de R$ 827,00 (oitocentos e vinte e sete reais). Assim, tem a posse legítima do imóvel. O pedido inicial deve ser julgado improcedente. Não sendo assim, o autor deve devolver-lhe o dinheiro pago na aquisição do imóvel e indenizá-lo pelo preço das benfeitorias, assegurado o direito de retenção. O autor volta aos autos para dizer que não assinou a promessa de compra e venda, que é inválida, e, por isso, não deve ser reconhecida a posse em favor do réu. Não responde pela restituição do dinheiro pago à sua mulher. Não há prova da realização e do dinheiro gasto pelo réu com supostas benfeitorias. Concluída a instrução da causa, o autor diz que as 6 (seis) testemunhas inquiridas em juízo comprovaram os fatos por ele alegados e os requisitos legais para a procedência do pedido inicial de reintegração de posse; o réu, por sua vez, rebate dizendo que a prova testemunhal não infirma o contrato de promessa de compra e venda, e, assim, é a seu favor que deve ser reconhecida a posse. O pedido inicial é improcedente ou deve ser acatado o pedido alternativo. Questões preliminares, de ordem processual, foram superadas no despacho saneador e estão protegidas pela coisa julgada. DECIDA. Magistratura Estadual - TJRJ - Ano: 2011 - Banca: TJRJ - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - MÉVIO OCUPA, DESDE 1º DE JANEIRO DE 1992 UM LOTE DE TERRENO COM 460 M2, EM ÁREA URBANA, ONDE DESDE ENTÃO, CONSTRUIU UMA CASA ONDE RESIDE COM SUA FAMÍLIA, SEM POSSUIR QUALQUER TÍTULO DO BEM. EM 07 DE FEVEREIRO DE 2005, AJUIZOU AÇÃO DE USUCAPIÃO DESSE IMÓVEL. AO CONTESTAR O PEDIDO, O RÉU ARGUMENTOU QUE O PRAZO AQUISITIVO SOMENTE SE COMPLETARIA EM 1º DE JANEIRO DE 2012. ASSISTE RAZÃO AO RÉU? JUSTIFIQUE. Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 16 Magistratura Estadual - TJRJ - Ano: 2011 - Banca: TJRJ - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - É POSSÍVEL O DIREITO DE SUPERFÍCIE DE SUBSOLO OU DE ESPAÇO AÉREO? JUSTIFIQUE A RESPOSTA. Magistratura Estadual - TJPR - Ano:2011 - Banca: PUC- PR - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - Laura Beck Varela destaca que a regulação jurídica da posse no direito brasileiro, tomada a perspectiva da teoria subjetiva ou da teoria objetiva, oscilou ao longo do tempo entre abstração e autonomia sendo que, de acordo com ela, "pode-se extrair uma contribuição para refletir, para redimensionar a hermenêutica jurídica dos conflitos possessórios, conciliando-os com os valores da atual Constituição e do novo Código Civil" (A tutela da posse entre abstração e autonomia, in A Reconstrução do Direito Privado, org. Judith Martins- Costa, São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 2002, p. 789-842). Você acaba de assumir o cargo de Juiz Substituto na Comarca de Realeza e recebe conclusos para sentença os autos de uma ação de reintegração de posse, em que o autor, na inicial, se diz possuidor de área urbana de 2.000m2 porque detém titulo de propriedade e pagou o IPTU do imóvel durante dez anos. O terreno esta ocupado por dez famílias que construíram casas no local, faz cinco anos, e pedem na contestação o direito a posse e usucapião da área. Não houve pedido de liminar. Tomando-se como ponto de partida o assinalado por Laura Beck Varela e o contexto do caso, pergunta-se: A) É possível reconhecer o direito a posse pelas famílias ocupantes da área no próprio processo? Qual o fundamento jurídico e legal? Faca a explicação em ate cinco linhas (ate 0,5 pontos) B) Qual a concepção de posse que deve ser invocada na interpretação da regra do art. 1196 do Código Civil para o efeito de identificar o possuidor da área? Faça a fundamentarão em ate cinco linhas (ate 0,5 pontos). Magistratura Estadual - TJRJ - Ano: 2008 - Banca: TJRJ - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - Em ação de despejo por falta de pagamento proposta contra José, locatário do imóvel, foi julgado procedenteo pedido. Maria, co-locatária do bem, interpôs apelação, no prazo legal, requerendo a anulação da sentença, ao argumento de que não fora incluída no pólo passivo, e que, por isso, não pode ser atingida pelo decreto de despejo. Que solução deveria dar o órgão revisor para o pleito recursal? Magistratura Estadual - TJRJ - Ano: 2008 - Banca: TJRJ - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - Quanto ao direito de superfície, explicitar, fundamentadamente: a) sua natureza jurídica;b) a forma de sua constituição mediante concessão; c) a forma de sua constituição mediante cisão; d) a controvérsia relacionada à sua aquisição pela via da usucapião. Magistratura Estadual - TJRJ - Ano: 2008 - Banca: TJRJ - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - Diferencie o Direito Real de Superfície da Enfiteuse. Magistratura Estadual - TJRJ - Ano: 2008 - Banca: TJRJ - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - É admissível a constituição do direito real de superfície indistintamente sobre prazos e alódios? Resposta fundamentada com a distinção entre essas figuras jurídicas. Magistratura Estadual - TJGO - Ano: 2010 - Banca: TJGO - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - É cabível a mudança do caráter primitivo (ou de aquisição) da posse? Justifique e exemplifique. Magistratura Estadual - TJMT - Ano: 2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - Considerando o direito possessório, responda as seguintes questões: a) Em razão do desforço pessoal imediato, é possível exigir a função social da posse aplicada em conjunto com o princípio constitucional da isonomia substancial? Explique e fundamente a sua resposta. b) Qual o sentido teleológico da proteção jurídica da posse? - Resposta: a) Sim. O desforço imediato é conseqüência da aparência de propriedade que lhe é inerente e em nada interfere na situação de se configurar uma função social à posse, ao contrário. A função social da posse advém da função social da propriedade (art. 5.º, XXIII, CF), aplicada em conjunto com o princípio constitucional da isonomia substancial (art. 5.º, caput, CF). Ainda, de forma indireta, conforme arts. 183 e 191, CF. Não há disposição específica na Constituição ou em lei ordinária que trate da função sócia da posse, mas ela é extraída destas normas. Situação já abordada, por exemplo, pelo Tribunal de Alçada de Minas Gerais, no agravo de instrumento 425.429-9, 2.ª Turma Cível, rel. Juiz Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 17 álďeƌtoàVilasàBoas.à͞áàfuŶçãoàsoĐialàdaàposseàpodeàseƌà exigida independentemente da expressa previsão pelo legislador constitucional ou infraconstitucional.Sendo a posse o exercício fático de algumas posições jurídicas inerentes ao domínio, a função social da propriedade (art. 5.º, XXIII, da Constituição Federal) é pleŶaŵeŶteàapliĐĄvelàaàela.͟à‘eŶatoàDuaƌteàFƌaŶĐoàdeà Moraes, A função social da posse, in Direito Civil – Estudos em homenagem à professora Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka, São Paulo, Métido, 2006. b) Conforme a teoria de Jhering, adotada em nossa codificação atual e na anterior, a posse merece proteção em razãodo desdobramento da aparência de prorpiedade, defendendo-se aquilo que aparenta ser de acordo com o direito. Evitam-se conflitos e o uso de violência, o que não ocorreria se não houvesse a estabilidade conferida pela proteção possessória. ͞Eŵàsuŵa,àoàďeŵàjuƌídiĐoàiŶiĐialŵeŶteàtuteladoàĐoŵàaà defesa da posse é o exercício fático das posições jurídicas do domínio.Com isso, defende-se ŵediataŵeŶteà aà pazà soĐial.͟à ;‘eŶatoà Duaƌteà FƌaŶĐoà de Moraes, A função social da posse, in Direito Civil – Estudos em homenagem à professora Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka, São Paulo, Método, 2006.) Magistratura Estadual - TJMS - Ano: 2010 - Banca: TJMS - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - Cite cinco diferenças entre direitos de vizinhança e servidões. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2009 - Banca: EJEF - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - Descreva as diferenças conceituais entre os institutos da servidão de passagem e da passagem forçada. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2009 - Banca: EJEF - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - MARCOS apresentou, por seu advogado, sob o procedimento de jurisdição voluntária, requerimento foƌŵalàaoàJuizàdeàCoŶtageŵàdeàedžpediçĆoàdeà͞áLVá‘ãà JUDICIáL͟àpaƌaàoàfiŵàdeàdesŵeŵďƌaŵeŶtoàdoàloteàϭϱ,à da quadra 15, da Rua Santo Antônio, Bairro Sede, matrícula nº 69.585, Lº 1, 2º Ofício, daquela Comarca, adquirido em comunhão com seu irmão, MÁRCIO. O Município, notificado, não se opôs ao requerido. Fundamente e decida o pedido, segundo os elementos fornecidos e o regramento do Código de Processo Civil. Magistratura Estadual - TJGO - Ano: 2010 - Banca: TJGO - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - É cabível a mudança do caráter primitivo (ou de aquisição) da posse? Justifique e exemplifique. Magistratura Federal - TJDFT - Ano: 2009 - Banca: TJDFT - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - Cuida-se de ação de reintegração de posse ajuizada por Condomínio Conjunto Residencial em face de IRB - Empreendimentos Imobiliários, tendo por objeto a área destinada às vagas de garagem adquiridas pelos condôminos. Alega o autor, em essência, que no início do ano de 2006 a ré vendeu 80 (oitenta) apartamentos, cada qual com direito a uma vaga de garagem individual, determinada e numerada. A partir da entrega das chaves das unidades, esses condôminos e outros não titulares de vagas passaram a exercer a posse sobre a área de estacionamento do condomínio. Em abril de 2006, recebeu solicitação para a retirada dos veículos estacionados no local, de modo a permitir a pavimentação necessária. No entanto, concluídos os trabalhos, os condôminos foram impedidos de ingressar no terreno, permanecendo trancado com cadeado o portão de acesso. Posteriormente, recebeu comunicação acusando a venda de 5 (cinco) vagas de garagem pela IRB - Empreendimentos Imobiliários. A conduta desta (IRB) caracteriza esbulho, entendeu o Condomínio Conjunto Residencial, impondo-se então a outorga da proteção possessória. Magistratura Federal - TJDFT - Ano: 2009 - Banca: TJDFT - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - De acordo com a cláusula 35ª da Convenção Condominial e com o Memorial de Incorporação, as vagas destinadas ao estacionamento de veículos são consideradas unidades autônomas. Como o candidato resolve a questão? Magistratura Federal - TJDFT - Ano: 2007 - Banca: TJDFT - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - Tito e Lívia, casados pelo regime da comunhão universal de bens, compareceram como fiadores em contrato de locação firmado entre Caio e Sinfrônio, informando, à época, serem possuidores de dois apartamentos de 3 (três) quartos cada, localizados na Asa Sul, e uma casa residencial situada no Lago Norte. No curso do referido pacto, resolveram os fiadores alterar o regime de bens do casamento, que assim, em Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 18 regular processo judicial, passou a ser o da separação total, passando aqueles bens, em face da mudança processada, a pertencer exclusivamente ao cônjuge virago. Então, o locador notificou o inquilino, para que providenciasse a substituição dos fiadores, sob a alegação de perda da idoneidade econômico-financeira dos mesmos. Outrossim, deixando o locatário de pagar os alugueres, o senhorio promoveu processo de execução em desfavor dos fiadores, sendo ambos citados, logrando penhorar um dos aludidos apartamentos. Enquanto se processava a execução, veio de ser homologada a separação judicial consensual dos fiadores, transitando em julgado a sentença. Nos embargos apresentados por Lívia, sustenta esta que a cobrança não procede, eis que se refere a período posterior à notificação do senhorio ao locatário, para que este substituísse os fiadores. Além disso, postulou a embargante ao juízo da causa que determinasse o chamamento ao processo de Sinfrônio e Tito. Há fundamento legal nas posturas assumidas pelo locador e pela embargante? Fundamente a resposta. Magistratura Federal - TJDFT - Ano: 2007 - Banca: TJDFT - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - Cuida-se de ação de reintegração de posse ajuizada por Condomínio Conjunto Residencial em face de IRB - Empreendimentos Imobiliários, tendo por objeto a área destinada às vagas de garagem adquiridas pelos condôminos. Alega o autor, em essência, que no início do ano de 2006 a ré vendeu 80 (oitenta) apartamentos, cada qual com direito a uma vaga de garagem individual, determinada e numerada. A partir da entrega das chaves das unidades, esses condôminos e outros não titulares de vagas passaram a exercer a posse sobre a área de estacionamento do condomínio. Em abril de 2006, recebeu solicitação para a retirada dos veículos estacionados no local, de modo a permitir a pavimentação necessária. No entanto, concluídos os trabalhos, os condôminos foram impedidos de ingressar no terreno, permanecendo trancado com cadeado o portão de acesso. Posteriormente, recebeu comunicação acusando a venda de 5 (cinco) vagas de garagem pela IRB - Empreendimentos Imobiliários. A conduta desta (IRB) caracteriza esbulho, entendeu o Condomínio Conjunto Residencial, impondo-se então a outorga da proteção possessória. De acordo com a cláusula 35ª da Convenção Condominial e com o Memorial de Incorporação, as vagas destinadas ao estacionamento de veículos são consideradas unidades autônomas. Como o candidato resolve a questão? Magistratura Estadual - TJMS - Ano: 2008 - Banca: FGV - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - João Carlos Silva adquiriu um lote no Jardim das Borboletas e não pagou as contribuições mensais para a Associação que administrava o local. A Associação foi criada 10 anos antes de João Carlos Silva adquirir seu lote e administra o espaço, com serviços de limpeza, portaria, segurança (com cancela na entrada do loteamento) e lazer (há ainda uma praça interna com quadra múltipla e parque infantil) e pista para caminhada. A Associação ingressou com ação de cobrança das contribuições pelo rito sumário, sendo a dívida de R$ 25 mil. Alega que são parcelas análogas às cotas condominiais, que haveria enriquecimento sem causa de João, visto que usufrui dos serviços prestados e que a obrigação tem natureza propter rem. Afirma que o loteamento tem guaritas, o que garante a segurança do local, havendo autorização (a título precário) conferida pela Municipalidade (fato provado).João Carlos, em audiência, contestou. Afirma a impropriedade do rito, pelo valor da causa, a impossibilidade jurídica do pedido, já que, pelo artigo 5º, XX, impede que pessoas sejam obrigadas a se associar ou a permanecerem associadas. Aduz que não tem filhos que usufruam do parque (fato provado), deixa seu lixo na calçada (fato provado), sendo obrigação do serviço público retirá-lo e que é contra a cancela, mesmo porque deveria ser livre o acesso às ruas que são públicas. Por fim, acrescenta que os supostos benefícios criados pela associação já deveriam ser oferecidos pelo Poder Público, pois inclusos no IPTU. Analise o litígio em questão abordando, necessariamente, seus aspectos constitucionais, administrativos, tributários, civis e processuais. Magistratura Estadual - TJMG - Ano: 2007 - Banca: TJMG - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - João Floriano e s/m Maria Dolores ajuízam ação de reivindicação de imóvel urbano, em que os autores se baseiam em escritura devidamente transcrita no Registro Imobiliário, e os réus, Pedro Leôncio e Tereza Dulcenira se defendem com base em posse oriunda de contrato de compromisso de compra e venda não Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 19 registrado e outorgado por outrem que não o reivindicante. Os autores enfatizam a posse injusta dos réus, enquanto estes, na defesa, invocam posse justa de boa-fé. Decidir. Magistratura Estadual - TJAP - Ano: 2006 - Banca: TJAP - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - Faça a diferença entre várzea e ressaca. Magistratura Estadual - TJPB - Ano: 2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - SENTENÇA CIVIL - A Agência de Turismo Beta ajuizou ação, sob o rito comum ordinário, contra a Construtora e Incorporadora Alfa, alegando que adquirira, em 20/5/2007, os direitos de compra de uma sala para escritório, mediante instrumento de cessão de direitos, que contara com a anuência da ré. Argumentou, ainda, que a data prevista para a entrega do imóvel era 20/5/2010, com tolerância de mais 180 dias, para os casos fortuitos ou de força maior, e que o imóvel somente lhe fora entregue em 20/6/2011. Registrou, também, a autora que a entrega das chaves fora condicionada à assinatura de um termo de plena quitação das obrigações assumidas pelas partes no contrato, mas que, antes de firmá-lo, procedera à notificação extrajudicial da ré, ressalvando a cláusula referente ao prazo de entrega da obra. Aduziu a inexistência de qualquer motivo que justificasse o atraso da obra, entendendo ter o direito de ser indenizada, no valor gasto com aluguéis até a data em que instalou, no local adquirido, sua nova filial, o que ocorreu em 20/8/2011, após concluída a reforma no local, cujo projeto já estava pronto e para a qual já havia contratado um arquiteto e a mão de obra necessária para a execução da obra. Alegou, também, que sofrera profundo abalo ante a demora na entrega das chaves, visto que, não tendo instalado sua filial na data prevista, deixara sua clientela frustrada com a indisponibilidade da nova sala. Referiu, ainda, ter sofrido imenso prejuízo, uma vez que perdera a chance de celebrar contratos na região em que se localiza a sala comercial adquirida. A autora requereu a procedência do pedido, com a condenação da ré ao pagamento de R$ 30 mil (R$ 2 mil por mês de aluguel pago em outra sala comercial), fazendo a juntada dos recibos; de R$ 100 mil a título de dano moral e de R$ 50 mil pelos danos acarretados pela perda da chance de celebração de contratos, tudo com juros e correção monetária, além das custas processuais e dos honorários advocatícios. Regularmente citada, a ré apresentou contestação. Em preliminar, alegou a impossibilidade jurídica do pedido, por não haver, no ordenamento jurídico, previsão para indenização pela perda de chance tampouco por dano moral sofrido por pessoa jurídica. Alegou, ainda, que a assinatura do termo representava um óbice à propositura da ação e que a inflação havia ocasionado retardamento na conclusão da obra, fato que, segundo ela, imporia a aplicação da teoria da imprevisão. Alegou a inexistência de previsão legal para o pagamento das quantias pleiteadas pela autora a título de dano material e moral. Aduziu que condicionara a entrega do imóvel à assinatura de termo de renúncia de ação de indenização por atraso na prática do ato e que, tendo a promissária compradora assinado o termo, sem fazer prova de vício que pudesse torná-lo nulo, a renúncia teria plena eficácia jurídica. Requereu, ao final, a improcedência dos pedidos, com a condenação da autora nas custas processuais e nos honorários advocatícios. Em réplica, a autora argumentou que os fatos alegados pela ré para esquivar-se da responsabilidade de indenizar eram desprovidos de prova, registrando que a crise alegada pela ré fora causada pelo desenvolvimento de uma política de crescimento exagerado, sem o respectivo planejamento, e não pela inflação. Sustentou seu direito em obter a indenização, nos moldes expostos na inicial. Regularmente intimadas para especificarem provas, a autora protestou pelo julgamento antecipado da lide e a ré nada requereu. Com base no relato acima apresentado, que deve ser considerado como o relatório da peça processual, redija, na condição de juiz federal substituto, apenas a fundamentação e a decisão. Magistratura Estadual - TJSC - Ano: 2011 - Banca: TJSC - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - Conceitue a usucapião e discorra sobre os requisitos necessários para a usucapião especial urbana prevista no art. 183 da Constituição Federal, regulamentada pelo Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257, de 10.07.2001; art. 9º). Especifique e discorra sobre os princípios fundamentais e direito social albergados na Carta Magna aplicáveis à usucapião especial urbana. Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 20 Magistratura Federal - TRF2 - Ano: 2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - Se a obrigação de pagar o aluguel pelo tempo que faltar constituir indenização excessiva, pode o juiz fixá-la em bases razoáveis? Justifique a resposta. Magistratura Estadual - TJMS - Ano: 2010 - Banca: TJMS - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Duas pessoas constituindo relação homo afetiva podem adotar criança abrigada há mais de dois anos? Responda fundamentadamente. Magistratura Estadual - TJAC - Ano: 2012 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Civil - Assunto: LINDB - Discorra sobre a eficácia da lei no tempo, abordando, necessariamente, os seguintes aspectos: 1- início e término da vigência da lei; 2- revogação da lei: conceito e espécies de revogação; 3- critérios que conduzem à revogação da lei; 4- repristinação: conceito e tratamento no direito brasileiro. Magistratura Estadual - TJRJ - Ano: 2011 - Banca: TJRJ - Disciplina: Direito Civil - Assunto: LINDB - REX IMPORT LTDA AJUIZOU EXECUÇÃO POR TÍTULO JUDICIAL EM FACE DA DISTRIBUIDORA DA ALIMENTOS SACI COM O OBJETIVO DE DAR CUMPRIMENTO À CONDENAÇÃO IMPOSTA PELA CÂMARA MUNDIAL DE ARBITRAGEM, COM SEDE EM LONDRES, MAS CUJO LAUDO RESULTOU DA ATUAÇÃO DE TRÊS ÁRBITROS QUE, EMBORA EUROPEUS, RESIDIRAM NO BRASIL DURANTE O PROCESSO ARBITRAL E ATÉ A CONFECÇÃO DO DOCUMENTO. EM IMPUGNAÇÃO ARGUIU A DEVEDORA A NULIDADE DA EXECUÇÃO VISTO QUE O LAUDO, EMITIDO POR INSTITUIÇÃO ESTRANGEIRA, DEVERIA SER PREVIAMENTE
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