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* COCAÍNA Prof. MsC. Claudia Isabel Guastini Delfim * Classificação dos agentes Estimulantes: cocaína e anfetamínicos; Depressores: barbitúricos, benzodiazepínicos, álcool, opiáceos, opióides e substâncias voláteis (inalantes); Perturbadores da atividade do SNC: canabinóides, psicotomiméticos (psicodélicos), ecstasy e outros agentes. * Substância natural (alcalóide) presente em vegetal do gênero Erythroxylum. É um potente psicoestimulante. INTRODUCÃO * Cocaína Erythroxylum coca Uso terapêutico ■ vasoconstrição local ■ anestesia tópica: Otorrinolaringologia Oftalmologia ■ dor severa * * * * * * * A PRODUCÃO DA COCAÍNA Cultivada nas encostas dos Andes, na Bolívia, Colômbia, Peru e Equador (Cinturão Branco). Responsáveis por 98% da produção mundial. As sementes germinam em 20 dias, a maturidade da planta é obtida após 12 e 24 meses. * A PRODUCÃO DA COCAÍNA a colheita é realizada manualmente. Durante o período de 1 ano ocorrem por arbusto de duas a seis colheitas. São secadas ao sol e misturadas com solventes orgânicos ( querosene, gasolina) em tanques. Após separação das folhas e evaporação obtém-se a pasta de coca. * A PRODUCÃO DA COCAÍNA A pasta de coca é tratada com Ácido Clorídrico (HCl) para obtenção do Cloridrato de Cocaína . São adicionados adulterantes ( pó de mármore, talco, anestésicos locais ). Cocaína das ruas possui teor de 20 a 50% de pureza. * Refino de Cocaína A partir de 100 kg de folhas de coca): a) Produção de 1 Kg de cocaína base: - 55 galões de querosene; - 5 litros de ácido sulfúrico (diluído); - 9 Kg de soda (NaOH); - 1 Kg de Bicarbonato de sódio. b) Produção de 1,12 Kg de cloridrato de cocaína: - 20 litros de acetona; - 20 litros de éter; - 274 ml de HCl. * Cocaína: padrões de uso - folha de coca: 0,5-1,5% - cloridrato de cocaína: 15-75% - pasta de coca (bazuco): 40-90% - pasta básica, crack * COMO A COCAÍNA É CONSUMIDA Cloridrato de cocaína ( pó, farinha): é solúvel em água e, portanto serve para ser aspirado (via nasal) ou dissolvido em água para uso endovenoso. Quando aspirada os efeitos acontecem após 10 a 15 minutos do uso e duram 40 a 50 minutos. Endovenoso inicia após 3 a 5 minutos e dura cerca de de 20 minutos. * COMO A COCAÍNA É CONSUMIDA Crack (a pedra): obtido misturando-se o cloridrato com bicarbonato de sódio e água e aquecendo-se a mistura produz-se este precipitado alcalino. É pouco solúvel em água mas se volatiliza quando aquecida e, portanto, é fumada em “cachimbos”. Em 10 a 15 segundos os primeiros efeitos já ocorrem e duram em média 5 minutos. * COMO A COCAÍNA É CONSUMIDA A pasta de coca (ou freebase) também sob a forma base, é um produto intermediário que pode ser fumado. Em geral misturado com tabaco ou maconha. Sob forma de chá ( pouca cocaína chega ao cérebro). * Crack: pedras e dispositivos para inalação * OXI A grande diferença do oxi para o crack está na sua composição química. Para transformar o pó em pedra, o crack usa bicarbonato de sódio e amoníaco. Já o OXI, com o objetivo de baratear os custos – e atingir um número maior de usuários –, leva querosene e cal virgem. Querosene e cal virgem são substâncias corrosivas e extremamente tóxicas. Por isso, o consumo do oxi pode levar à morte mais rápido que o crack – no qual o que é realmente nocivo é o princípio ativo da droga. * Seg. a O. M. S.: as características da dependência à cocaína são: - Intensa dependência; - Ausência de tolerância; - Forte tendência do uso continuado ou rápida repetição de doses. * Cocaína: toxicidade As doses tóxicas são muito variáveis. A toxicidade depende principalmente: via de administração (aspirada, fumada, injetada, body packers, body stuffers, body pushers); uso concomitante de outras drogas: interações com álcool (cocaetileno), heroína (speed ball) e outros agentes (INChE). * Cocaína: disposição Absorção, distribuição, biotransformação e excreção Bem absorvida por todas as vias Meia-vida: 30-60 minutos Biotransformada no fígado e pelas colinesterases plasmáticas Excretada na urina - 4 subprodutos identificáveis na (benzoilecgonina: 30 dias) * Cocaína: mecanismos de ação Inibição da recaptura e liberação de catecolaminas no SNC e periférico: bloqueio da recaptura e aumento da liberação de dopamina, norepinefrina, epinefrina e serotonina; Bloqueio de canais de sódio: diminuição da permeabilidade da membrana dos axônios ao íon sódio (efeito anestésico local). * Inibição da recaptura e aumento da liberação de catecolaminas no SNC e periférico COCAÍNA: mecanismo de ação complexo * Cocaína: intoxicação aguda Estimulação inicial SNC: excitação, hiperatividade, apreensão, cefaléia, náuseas, vômitos, fasciculações; CV: bradicardia transitória, hipertensão, palidez RESP: taquipnéia Estimulação avançada SNC: crises epilépticas CV: taquicardia, hipertensão RESP: cianose, dispnéia, taquidispnéia Depressão SNC: paralisia muscular, arreflexia e coma CV: insuficiência cardíaca RESP: insuficiência respiratória * Cocaína: diagnóstico clínico Paciente adulto jovem que desenvolve síndrome adrenérgica de curta duração Agitação psicomotora Movimentos estereotipados Dor torácica Lesões de mucosa e de septo nasal * Cocaína: espectro de efeitos Gestação e neonatos Aborto espontâneo Placenta prévia Retardo do crescimento intra-uterino Recém-nascidos: irritabilidade tremores distonia hiperreflexia * Efeitos do uso de cocaína * Efeitos do uso de cocaína * * “BODY PACKER” * * Uso de crack * * * BIBLIOGRAFIA Stefanini, Edson; Kasinski, Nelson & Carvalho, Antonio Carlos Guias de medicina ambulatorial e hospitalar São Paulo, Manole, UNIFESP/EPM, 2004, p 285-309. Doyon,S. Curr Opin Pediatr, v. 13 (2), p.170-176, 2001 Goldfrank LR, Hoffman RS. The cardiovascular effects of cocaine. Ann Emerg Med 1991;20:165-75. Albertson TE, Dawson A, Latorre F de, et al. TOX-ACLS: toxicologic-oriented advanced cardiac life support. Ann Emerg Med 2001;37:S78-90. 31 Adult Toxicology in Critical Care: Part II: Specific Poisonings. Mokhlesi et al. Chest 2003;123:897-922. Current Concepts: Body Packing — The Internal Concealment of Illicit Drugs Traub S. J., Hoffman R. S., Nelson L. S. N Engl J Med 2003; 349:2519-2526, Dec 25, 2003. Review Articles Validation of a Brief Observation Period for Patients with Cocaine-Associated Chest Pain Weber J. E., Shofer F. S., Larkin G. L., Kalaria A. S., Hollander J. E. N Engl J Med 2003; 348:510-517, Feb 6, 2003. Original Articles Mechanisms of Disease: Drug Addiction Camí J., Farré M. N Engl J Med 2003; 349:975-986, Sep 4, 2003. Review Articles Current Concepts: Management of Drug and Alcohol Withdrawal Kosten T. R., O'Connor P. G. N Engl J Med 2003; 348:1786-1795, May 1, 2003. Review Articles * www.dea.gov www.addictions.org www.antidrogas.com.br www.virtual.epm.br/material/proad/drogas www.erowid.org BIBLIOGRAFIA
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