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KPC (2)

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FAHESA-ITPAC
MICROBIOLOGIA CLÍNICA 
 
 KPC
 Bactérias Produtoras de Carbapenemase
INTRODUÇÃO 
 Klebsiella pneumoniae é uma espécie de bactéria gram-negativa, encapsulada, anaeróbia facultativa em forma de bastonete. É o mais importante membro do género Klebsiella e importante membro da Família das Enterobactérias.
A Klebsiella pneumoniae (gram negativa ) produtora de carbapenemase, conhecida como KPC, é uma bactéria limitada a ambiente hospitalar, cuja característica é a produção de uma betalactamase denominada carbapenemase, que tem a propriedade de inibir a ação dos antibióticos carbapenêmicos. 
HISTÓRICO 
 O primeiro artigo publicado sobre KPC foi em 2001 na Carolina do Norte (EUA), (SCHENKEL, 2009). A KPC tem casos registrados desde 2004 no Brasil (BRASIL, 2008) entre 2009 e 2010 foram relatados diversos casos em hospitais do Distrito Federal; Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo (ANVISA, 2011).
A bactéria KPC, a “superbactéria”, foi identificada pela primeira vez nos Estados Unidos no ano 2000, depois de ter sofrido uma mutação genética, gerando uma resistência a vários antibióticos (carbapenêmicos, especialmente) e a grande capacidade de tornar resistentes outras bactérias.
EPIDEMIOLOGIA 
Um estudo realizado em hospitais terciários do Sul do Brasil, a partir de isolamento, em exames microbiológicos clínicos de todas bactérias produtoras de bla-KPC entre Janeiro de 2009 a Dezembro de 2012, a fim de descrever o perfil epidemiológico desses pacientes e dos pacientes que desenvolveram infecção por esses microrganismos. 
EPIDEMIOLOGIA
E dos 77 pacientes analisados, 49 (63%), a Enterobactéria produtora de KPC, foi o primeiro microrganismo multirresistente isolado no último ano. E 48% dos pacientes analisados fizeram uso de antibióticos nos últimos 3 meses. Os espécimes clínicos encontrados nos exames foram: 44% dos pacientes na urina; 18% no trato respiratório, 14% ma pele; 10% sangue; 5,1% no trato gastrointestinal, 3,8% em ponta de cateter; 2,5% em osso; e 1,2% em sítios cirúrgicos.
Tipos de KPC
A enzima KPC já foi documentada em diferentes bactérias por meio de estudos moleculares e diferenciada em KPC-1 a 4, com a seguinte descrição: KPC-1 em isolados de Klebsiella pneumoniae; KPC-2 em K. pneumoniae, K. oxytoca, Salmonella enterica e em Enterobacter sp.; KPC-3 em K. pneumoniae e Enterobacter cloacae. Para KPC-4, não foram encontrados microrganismos relacionados.4 
MECANISMO DE AÇÃO 
 Gene codificado a bla KPC – Plasmídeo;
Plasmídeos são moléculas de DNA extra cromossômicos moveis, tem capacidade de replicação independente e transmissão horizontal de genes entre bactérias;
Plasmídeos R- possuem resistência;
Fator F- plasmídeos podem se locomover de ma bactéria para outra;
Um bactéria não pode ter mais de um tipo de plasmídeos.
MECANISMO DE RESISTÊNCIA 
Mecanismo de permeabilidade : O funcionamento desse mecanismo resume-se na alteração da porina específica da membrana celular externa por essas bactérias resistentes, portanto um determinado fármaco que se difunde nesta membrana pode ser retirado do seu alvo, tornando- o inativo;
Alteração do sitio de ação do antimicrobiano: Este mecanismo se dá por uma alteração do local alvo onde atua determinado fármaco, e impede qualquer efeito bactericida;
MECANISMO DE RESISTENCIA
Bomba de Efluxo : Este mecanismo se dá pela retirada do antimicrobiano do meio intracelular para o meio extra celular;
Mecanismo enzimático : Este mecanismo é o mais importante e mais frequente, onde bactérias produzem enzimas que degradam os antimicrobianos .
ASPECTO CLÍNICO 
O paciente com infecção pela bactéria Klebsiella pneumoniae produtora de KPC apresenta sinais e sintomas como febre ou hipotermia, taquicardia, piora do quadro respiratório e nos casos mais graves hipotensão, inchaço e até falência de múltiplos órgãos.  
Em relação ao sítio de infecção, a bactéria produtora de KPC pode causar pneumonia associada à ventilação mecânica, infecção do trato urinário, infecção de corrente sanguínea, infecção de partes moles e outros tipos de infecção (OLIVEIRA, 2010). 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Existem varias técnicas para detecção do KPC, como focalização isoelétrica, disco difusão, E-test, teste de Hodge modificados e o PCR para a pesquisa do gene Bla KPC.
O teste qualitativo é na maioria das vezes o melhor para escolher a terapia a ser utilizada, porém para quantificar, ou seja, verificar o quão resistente a bactéria é necessário a verificar a CIM com métodos quantitativos.
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Teste de disco difusão
Semeadura do inoculo bacteriano no ágar Muller Hinton.
É dispensado os discos de papel de filtro com antimicrobianos em concentrações fixas. As placas são incubadas de 18h a 24h a 35°.
Teste de Hodge
O teste é simples, numa placa contendo o meio de cultura ágar Muller Hinton, semeia-se uma cepa sensível, que se trata de uma Escherichia coli sensível a todas as drogas. O semeio deve ser realizado com auxílio de um swab, espalhando a suspensão bacteriana por toda a extensão do meio de cultura, a fim de forma-se um tapete.
Após a placa seca, adiciona-se ao centro do meio de cultura um disco de antimicrobiano carbapenêmico ( meropenem ou ertapenem) e faz-se estrias do isolado que se quer testar do centro da placa até sua periferia.
O teste de hodge positivo se confirmará, quando houver uma distorção no halo de inibição da cepa ATCC como mostrado na figura acima. Isso confirmará que a cepa é produtora de uma carbapenemase. 
Semeio em placa de petri - Observa-se que toda a placa deve ser tomada pela suspensão bacteriana.
E-Test
 Baseado na difusão do gradiente antimicrobiano no ágar para a determinação da sensibilidade da amostra bacteriana ao antimicrobiano testado.
 A forma de realizar é semeando a amostra a 1 a 2x10 a oitava UFC/mL sobre a placa de ágar. Aguardando 15 minutos e colocar a fita E-test e após esse período de incubação deve se verificar a CIM que é determinada pelo ponto de intensificação entre a fita do E-test e a zona de inibição do crescimento do microrganismo
Detecção do PCR
 É realizado como padrão ouro para a detecção do gene bla KPC. Detecção por PCR e Real-Time PCR: a partir de colônias bacterianas, ou espécimes clínicos, o teste é baseado na utilização de primers que amplificam o gene. Quando há resultado positivo, é utilizado primers especificos blaKPC-1, blaKPC-2 ou bla KPC-3.
FORMAS DE CONTAGÍO 
Contato com secreção ou excreção de pacientes infectados ou colonizados. Basicamente (mas, sem querer restringir), toda a transmissão é realizada pelo responsável pelos pacientes, seja médico ou enfermeiro.
TRATAMENTO
Polimixina B;
Tigeciclina e alguns Aminoglicosídeos (Amicacina); 
São opções terapêuticas, no entanto, devido a sua multirresistência, todo tratamento deve ser realizado após os resultados confirmatórios da cultura e do antibiograma.
CONCLUSÃO 
Nesta revisão, pode-se concluir que existem diversos tipos de mecanismos de resistência bacteriana e que através deles há um aumento na falha de tratamentos com uso de antimicrobianos, uma de suas principais classe, mais utilizadas na medicina são os betalactamicos, que é altamente afetada por bactérias que possuem genes resistentes e inativam sua ação, através da produção de carbapenemase. O que trás uma reflexão sobre o uso inadequado de antibióticos e seu impacto no ambiente hospitalar.

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