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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI JOIARA NARA FERNANDES DE PAIVA COSTA AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM: O papel da afetividade na construção da dinâmica escolar e na relação professor – aluno na escola ALTOS – PIAUÍ 2012 JOIARA NARA FERNANDES DE PAIVA COSTA AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM: O papel da afetividade na construção da dinâmica escolar e na relação professor – aluno na escola Pré-projeto apresentado na Disciplina de Prática Pesquisa Educacional III como requisito básico para a apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. ALTOS – PIAUÍ 2012 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO – TEMA E PROBLEMATIZAÇÃO .......................................... 2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 3. OBJETIVOS ..................................................................................................... 3.1 GERAL ...................................................................................................... 3.2 ESPECÍFICOS .......................................................................................... 4. METODOLOGIA DA PESQUISA ..................................................................... 5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................... 6. CRONOGRAMA .............................................................................................. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 1. INTRODUÇÃO O afeto é algo muito importante na vida das pessoas, desde antes o nascimento. Durante a gestação a relação mãe e filho na maioria das vezes vêm cercada por muitos sentimentos, principalmente o de amor. Ninguém sabe quando nasce, como será seu futuro, entretanto, durante seu crescimento físico, psicológico e social, começa a ter contatos com pessoas e situações diferentes proporcionando desta forma, a construção e identificação do indivíduo em sua personalidade e escolha profissional. E durante a vida escolar sempre nos deparamos com diversos métodos e técnicas de ensinar, mas sempre duvidando de sua eficácia, se o educando não estiver emocionalmente envolvido com o conhecimento. Se pode então ter certeza de que a afetividade é essencial à aprendizagem, até porque, ao observarmos que quando uma criança está bem com a sua turma e com seus professores estuda com mais entusiasmo e interesse e aprende com mais facilidade. Na atual sociedade o professor tem um papel afetivo muito significativo na vida dos educandos. Sem a afetividade não há uma dinâmica escolar eficaz que garanta aos alunos uma oportunidade de crescimento e aprendizagem integral. As relações entre professor e aluno, manifestam inquietações que mostraram que a relação intrínseca é um fator indispensável para o desempenho escolar e pessoal dos alunos. Pode-se constatar que os alunos que tem uma boa relação educador/ educando têm também outras dimensões quando pautadas no respeito, carinho e principalmente quando humanizadas. Freqüentemente nos defrontamos com situações que refletem a ausência de praticas pedagógicas que respeitem as diferenças do alunado escolar, com base nesse pressuposto o trabalho tem como proposta desvelar o papel da afetividade na escola, no que diz respeito à afetividade como fator fundamental para aprendizagem através de uma prática afetiva que facilite a dinâmica escolar e a relação de professor e aluno. Com base nisso pretende-se responder algumas inquietações que serão as norteadoras para a pesquisa, como: Qual é a contribuição da afetividade no processo de ensino-aprendizagem na escola X do ensino fundamental? Como a afetividade poderá contribuir para o aluno construir o conhecimento e a criatividade na escola X? Acredita-se que a afetividade tem um papel fundamental no processo de aprendizagem, seja através da escola formal ou da educação em projetos sociais. O presente trabalho propõe estudar a importância da afetividade docente, para o desenvolvimento cognitivo de crianças da Educação, cujo objetivo principal foi identificar a influência da afetividade docente, no desenvolvimento cognitivo. A pesquisa conta ainda com os seguintes objetivos específicos: perceber a importância da afetividade do educador com crianças; determinar as conseqüências do desenvolvimento infantil, quando privado de afetividade docente no ambiente escolar e identificar os benefícios, quanto ao desenvolvimento integral do educando em um ambiente escolar que favorece a afetividade. Conclui-se que existe uma forte relação entre os conceitos e que, uma vez conhecedor dos conceitos e da implicação prática dos mesmos, o educador pode potencializar as relações de ensino aprendizagem, tornando o desenvolvimento do individuo mais prazeroso, eficaz e efetivo. 2. JUSTIFICATIVA A realidade atualmente tem mostrado que a escola tem realizado um papel que vai além da educação. A elaboração desta pesquisa partiu da tentativa de conhecer e entender as influências da afetividade docente, como instrumento facilitador do desenvolvimento cognitivo de crianças na educação. Nos dias atuais, problemas como indisciplina, agressão física e verbal dentro das salas de aula, estão sendo estudados como conceitos relacionados à falta de afetividade docente. O problema tem atingido dimensões cada vez mais ascendentes que já se fala até mesmo em depressão infantil. Um professor que atua apenas como mero transmissor de conteúdos, desconsiderando a totalidade dos construtos da formação dos indivíduos, certamente provocara efeitos desastrosos na aprendizagem das crianças uma vez que, ao desconsiderar a importância do afeto, estará contribuindo para a formação de indivíduos carentes de afeição, já que é impossível durante o processo de aprendizagem, dividir o educando em partes e cuidar apenas do seu intelecto. A afetividade é o desígnio fundamental para a construção das informações cognitivo-afetivo nas crianças e conseqüentemente nas relações que devem ser estabelecidas entre professores e alunos. Inquestionavelmente o desenvolvimento humano está relacionado a diversos setores como o social, intelectual, corporal e é claro aos sentimentos e as emoções. É por meio da afetividade que nos identificamos com as outras pessoas, e somos capazes de compreendê-las, amá-las e protegê-las. Estudar esse conceito passou a ser uma bandeira levantada, como futura pedagoga encontrei no tema grande desafio para os profissionais que geralmente tem em sua formação profissional, noções direcionadas para conceitos cognitivos de convivência com pessoas, desconsiderando, desta forma, os conceitos afetivos necessários para a valorização da auto-estima do aluno. Cabe ainda destacar que a importância de se desenvolver esse projeto centra-se no empenho de caráter científico que o trabalho pretende apresentar, haja vista a extensão que se pretende alcançar com a execução do mesmo. Um outro aspecto refere-se à relevância social do estudo uma vez que seus resultados poderão contribuir consideravelmente para a melhoriano processo ensino aprendizagem, especialmente no que se refere às relações entre professores e alunos. Surge daí a relevância de se abordar o tema afetividade docente, por entender que o cuidar é um ato consciente, que pode ser ensinado e consiste, por sua vez, num dos maiores geradores de prazer que o mundo humano conhece. Logo, a escolha deste tema visa uma contribuição para fomentar maior discussão e interesse dos pedagogos que, assim acreditam no sucesso escolar, tendo como princípio básico à afetividade em sua relação educacional, e conseqüentemente, contribuindo para construção da afetividade na dinâmica escolar e na relação intrínseca entre professorado e alunado. 3. OBJETIVOS 3.1 - GERAL Analisar sobre o papel da afetividade como fator importante no relacionamento professor e aluno e na dinâmica escolar 3.2 – ESPECÍFICOS Discutir a contribuição da afetividade no processo de ensino-aprendizagem; Identificar a afetividade como fator positivo ou negativo; Refletir o papel do professor numa relação de troca e a importância de valorizar a afetividade na escola; Apreender como através da afetividade o aluno pode construir conhecimento e criatividade. 4. METODOLOGIA DA PESQUISA Este trabalho foi desenvolvido com um estudo qualitativo de cunho bibliográfico em que, por meio desta metodologia, compreendi os acontecimentos históricos educacionais e as relações sociais que indicaram a trajetória da relação professor e aluno, tendo como ponto fundamental a questão afetiva na formação do aluno e sua vinculação com o processo educacional. Desta forma, por buscar a análise histórico-crítica da relação professor e aluno com observações e leituras, acredito que o contato com autores que tratam deste tema proporcionou-me um esclarecimento maior e me oportunizou melhorias no desempenho profissional na área educacional, haja vista que as leituras abrem as mentes e concretizam ou mudam idéias que formamos no decorrer de nossa vida. Para que o referencial teórico transcorresse de forma positiva e que o desafio proposto se transformasse em um grande aprendizado, houve a necessidade de grande leitura de livros, textos, periódicos pesquisados, estruturação dos capítulos e análise bibliográfica. Desta forma os alguns autores pesquisados, principalmente o referencial teórico de Henri Walllon que nos atenta para a afetividade como ponto de equilíbrio, tanto para o professor quanto para o aluno, descrevendo a respeito da relação afetiva no comprometimento da formação da auto-estima e, conseqüentemente, o desempenho do aluno no processo ensino- aprendizagem. 5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 5.1 – O QUE É AFETIVIDADE? Num sentido amplo, a afetividade pode ser compreendida como conjunto de emoções, sentimentos e sensações presentes na vida do ser humano. Para compreender o tema afetividade de forma ampla é necessário entender a perspectiva de afetividade e a teoria de desenvolvimento cognitivo de acordo com Jean Piaget. Segundo Piaget (1976, p. 16) o afeto é essencial para o funcionamento da inteligência. (...) vida afetiva e vida cognitiva são inseparáveis, embora distintas. E são inseparáveis porque todo intercâmbio com o meio pressupõe ao mesmo tempo estruturação e valorização. Assim é que não se poderia raciocinar, inclusive em matemática, sem vivenciar certos sentimentos, e que, por outro lado, não existem afeições sem um mínimo de compreensão. De acordo com a citação acima, sem afeto então, não há interesse, necessidade e motivação pela aprendizagem, não há também questionamentos, e sem eles, não há desenvolvimento mental. Afetividade e cognição se complementam e uma dá suporte ao desenvolvimento da outra. Para Piaget (1976), o afeto pode acelerar ou retardar o desenvolvimento das estruturas cognitivas. O afeto acelera o desenvolvimento das estruturas, no caso de interesse e necessidade, e retarda quando a situação afetiva é obstáculo para o desenvolvimento intelectual. A afetividade não explica a construção da inteligência, mas as construções mentais são permeadas pelo aspecto afetivo. Toda conduta tem um aspecto cognitivo e um afetivo, e um não funciona sem o outro. Piaget (1976) estudou o desenvolvimento epistemológico do homem, ou seja, como se constrói o conhecimento humano. O desenvolvimento cognitivo é aprendido em um processo continuado, que ele divide em quatro estágios: sensório- motor (0 a 2 anos), pré-operacional (2 a 7 anos), operações concretas (7 a 12) e operações formais (12 em diante). Segundo Piaget (1976), o primeiro momento do desenvolvimento lógico é o estágio sensório-motor, que vai de zero a dois anos. Durante esse período a inteligência se revela na ação, ou seja, a criança adquire a capacidade de conduzir seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. O estágio sensório-motor é anterior à linguagem, no qual a criança desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos à sua volta. O desenvolvimento afetivo neste estágio se manifesta no sorriso infantil, que é reforçado pelo sorriso do outro, torna-se um instrumento de troca ou contagio e logo de diferenciação das pessoas e coisas. O segundo momento do desenvolvimento é o estágio pré-operacional que ocorre entre as idades de dois a sete anos e se caracteriza pelo surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. Neste estágio as atividades ainda estão voltadas para a representação, simbólica e social, tais como: imitações de objetos e eventos que já ocorreram, o jogo de faz-de-conta. A afetividade está centrada no egocentrismo, em que a criança está centrada em si mesmo, e torna-se mais sociável e comunicativa no decorrer do estágio. Conforme o pensador, o terceiro momento é o estágio das operações concretas, dos sete aos doze anos, que tem como marca a aquisição da noção de reversibilidade das ações. Surge à lógica nos processos mentais e a habilidade de discriminar os objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de tempo e número. E também já desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, conservação da qualidade, do peso e do volume, a classificação e a seriação. O desenvolvimento afetivo neste estágio ocorre através das interações com os adultos, baseadas no respeito unilateral, nas brincadeiras com os colegas, solucionando pequenos problemas entre eles, ou seja, baseia-se no respeito mútuo e na cooperação. O quarto estágio afirma Piaget (1976), é o operatório-formal que começa por volta dos doze anos em diante. Essa fase marca a entrada na idade adulta, em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o domínio do pensamento lógico, que possibilita solucionar as classes de problemas, e do pensamento dedutivo, que o habilita à experimentação mental, em que o adolescente é capaz de deduzir as conclusões de puras hipóteses, e não somente através de observação real. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses. O docente pode aproveitar essa evolução para mediar às emoções em sala de aula, evitar confrontos e oferecer ajuda na compreensão de suas emoções e sentimentos. Nota-se que a afetividade é de suma importância para a vida, tanto quanto a formação cognitiva ou o processo de conhecimento. A afetividade e a inteligênciasão dois aspectos inseparáveis no desenvolvimento e se apresentam de forma antagônica e complementar, pois se a criança tem algum problema no desenvolvimento afetivo isto acabará comprometendo seu desempenho cognitivo. O afeto é o estimulante, o que excita a ação e o pensamento é o fruto da ação. Piaget (1976, p. 36) destaca, “que em toda conduta as motivações e o dinamismo energético provém da afetividade, enquanto que as técnicas e o justamento dos meios empregados constituem o aspecto cognitivo”. Ele acreditava que as estruturas afetivas eram construídas semelhante às estruturas cognitivas. Percebe-se então que para ele a afetividade e a inteligência também são inseparáveis, aspecto perfeitamente visível, pois se a criança tem problemas no desenvolvimento afetivo isto acabará comprometendo seu desempenho cognitivo. A partir dos autores acima citados percebe-se que a afetividade não se resume em manifestações de carinho físico e sim em uma preparação para o desenvolvimento cognitivo, pois, é um fator indispensável na relação com as pessoas que estão em contato com o desenvolvimento integral da criança. Esta afetividade é para o desenvolvimento de um sujeito crítico, autônomo, reflexivo e responsável; para uma sociedade ideal. A criança em qualquer lugar que ela esteja se desenvolve como ser humano, por meio de suas experiências com aquele lugar ou momento, e a afetividade deve permear todos estes momentos. 5.2 - AFETIVIDADE EM WALLON E SUA TRAJETÓRIA 6. CRONOGRAMA ATIVIDADES MESES MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO Revisão Bibliográfica X Coleta de Dados X Organização e Análise dos Dados Coletados X Orientação X Revisão Final do Texto X Apresentação do Trabalho X 7. REFERÊNCIAS PIAGET, Jean. A construção do real na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003. CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. 19ª ed. Rio de Janeiro: sextante, 2003. Os mestres dos mestres. Rio de Janeiro: sextante, 2006. CHALITA, Gabriel. Educação: A solução está no afeto. São Paulo: Editora Gente, 2001 1ª ed., 2004 edição revista e atualizada.
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