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Aula 3 direitos fundamentais

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Direitos Fundamentais – Teoria Geral III – DIREITO CONSTITUCIONAL 
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Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
DIREITOS FUNDAMENTAIS – TEORIA GERAL – III
5 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS (CONTINUAÇÃO)
5.5. Indivisibilidade e interdependência
Os direitos civis e políticos se encontram em paridade com os direitos sociais, 
econômicos e culturais. Não há preferência por um ou outro. Por exemplo, os 
direitos de liberdade dependem dos direitos de igualdade, e vice-versa. 
5.6. Concorrência
Um indivíduo pode exercer diversos direitos simultaneamente. Por exemplo, 
pode-se exercer a liberdade de pensamento interligada ao direito de reunião. 
Em caso de conflito, os direitos fundamentais devem ser resolvidos por meio da 
concordância prática. Vale dizer que, nesse caso, não se anula um direito em 
detrimento do outro, mas aplica-se a proporcionalidade para decidir qual direito 
deva prevalecer no caso concreto. 
5.7. Proibição do retrocesso (Efeito“cliquet”)
Impede a revogação de normas que garantem direitos fundamentais. A proibi-
ção do retrocesso se encontra na temática dos direitos sociais e representa um 
limite à liberdade de conformação do legislador. 
5.8. Aplicabilidade Imediata
De acordo com o art. 5º, § 1º, “as normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata”. Contudo, há que se distinguir os direitos 
fundamentais em normas de eficácia plena, normas de eficácia contida e normas 
de eficácia limitada:
• Normas de eficácia plena: os direitos produzem, imediatamente, seus 
efeitos. Por exemplo, o princípio da legalidade: “ninguém será obrigado 
a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (art. 5º, 
Constituição Federal do Brasil, 1988). 
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DIREITO CONSTITUCIONAL – Direitos Fundamentais – Teoria Geral III
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• Normas de eficácia contida: os direitos podem ter seus efeitos restringi-
dos. Por exemplo, a liberdade de profissão: “é livre o exercício de qualquer 
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a 
lei estabelecer” (art. 5º, XIII, Constituição Federal do Brasil, 1988).
• Normas de eficácia limitada: os direitos, para produzir seus efeitos, pre-
cisam de uma legislação posterior. Por exemplo, “o Estado promoverá, na 
forma da lei, a defesa do consumidor” (art. 5º, XXXII, Constituição Federal 
do Brasil, 1988).
IMPORTANTE!
Os direitos fundamentais têm aplicação imediata, mas isso não significa que 
todos estejam contidos em normas de eficácia plena. 
5.9. Limitabilidade ou Relatividade
Em regra, os direitos fundamentais não são absolutos, podem sofrer restri-
ções; encontram seus limites em outros direitos. Por exemplo, art. 5º, XV pode 
ser restringido pelo art. 5º, LXI.
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo 
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com 
seus bens; (art. 5º, Constituição Federal do Brasil, 1988) 
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans-
gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; (art. 5º, Constitui-
ção Federal do Brasil, 1988) 
IMPORTANTE!
Nem mesmo o direito à vida, que é o direito mais fundamental de todos, é 
absoluto: “não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, 
nos termos do art. 84, XIX”. (art. 5º, XLVII, a, Constituição Federal do Brasil, 1988)
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Direitos Fundamentais – Teoria Geral III – DIREITO CONSTITUCIONAL 
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5.9.1. Teoria externa e interna
Na teoria interna, o limite aos direitos fundamentais se encontra no próprio 
conteúdo do direito. Já na teoria externa, o conteúdo do direito está previsto na 
Constituição, mas sua limitação se encontra fora do texto constitucional. A teoria 
externa é a mais adotada pela doutrina. 
5.9.2. Liberdade de conformação
O legislador pode criar restrições aos direitos fundamentais. No entanto, tais 
restrições devem observar os limites constitucionais. Um dos limites é a proibi-
ção do retrocesso.
5.9.3. Princípio da Convivência das liberdades
Um direito fundamental encontra limite nos demais direitos assegurados na 
Constituição. Por exemplo, a liberdade de manifestação do pensamento não 
confere liberdade para a prática do racismo. 
5.9.4. Teoria dos limites “dos limites”
“É proibido proibir o exercício do direito além do necessário”. (Dimitri Dimou-
lis) Os direitos fundamentais podem ser limitados, mas o Estado, ao limitar um 
direito, não pode esvaziar o próprio conteúdo do direito. 
5.9.4.1. O respeito ao núcleo essencial
“A reserva legal estabelecida pelo art. 5º, XIII, não confere ao legislador o 
poder de restringir o exercício da liberdade profissional a ponto de atingir o seu 
próprio núcleo essencial.” (STF - RE 511.961)
5.9.4.2. O respeito à proporcionalidade
a) a adequação: escolha adequada do meio para atingir um fim. 
b) a necessidade (exigibilidade): análise da necessidade do meio. 
c) a proporcionalidade em sentido estrito: utilização do meio na quanti-
dade certa: “nem mais nem menos”. 
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DIREITO CONSTITUCIONAL – Direitos Fundamentais – Teoria Geral III
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"Os direitos e garantias individuais não têm caráter absoluto. Não há, no sis-
tema constitucional brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de cará-
ter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse público ou exigên-
cias derivadas do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda que 
excepcionalmente, a adoção, por parte dos órgãos estatais, de medidas restriti-
vas das prerrogativas individuais ou coletivas, desde que respeitados os termos 
estabelecidos pela própria Constituição. O estatuto constitucional das liberdades 
públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas – e considerado 
o substrato ético que as informa – permite que sobre elas incidam limitações de 
ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse 
social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois 
nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública 
ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros." (STF - MS 23.452)
�bss:� um direito fundamental não pode servir de base para acobertar práticas ilícitas. 
“O brasileiro nato, quaisquer que sejam as circunstâncias e a natureza do delito, 
não pode ser extraditado, pelo Brasil, a pedido de governo estrangeiro, pois a CR, 
em cláusula que não comporta exceção, impede, em caráter absoluto, a efetivação 
da entrega extradicional daquele que é titular, seja pelo critério do jus soli, seja pelo 
critério do jus sanguinis, de nacionalidade brasileira primária ou originária. Esse pri-
vilégio constitucional, que beneficia, sem exceção, o brasileiro nato (HC 83.113-QO, 
Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26-62003, Plenário, DJ de 29-8-2003.) No 
mesmo sentido: Ext 916, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 19-5-2005, Plenário, 
DJ de 21-10-2005. (art. 5º, LI, Constituição Federal do Brasil, 1988)
�bss:� a proibição em extraditar brasileiro nato não comporta exceção. 
�bss:� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos 
Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor 
Wellington Antunes.

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