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11 Correlações clínicas Berne Sistema nervoso autônomo e seu controle central

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O sistema nervoso autônomo e seu controle central
Correlações clínicas
Berne
	 Uma via nociceptiva visceral importante que tem origem nos órgãos pélvicos faz sinapse com neurônios no corno posterior das porções lombo-sacrais da medula espinhal, cujos axônios se projetam via coluna dorsal ao núcleo grácil. Os sinais nociceptivos viscerais são então transmitidos ao núcleo ventral póstero-lateral do tálamo e, daí, presumivelmente, ao córtex cerebral. A interrupção dessa via é responsável pelos efeitos benéficos de lesões cirurgicamente induzidas da coluna dorsal em níveis torácicos inferiores para aliviar a dor produzida por cânceres dos órgãos pélvicos.
	 O controle simpático da pupila algumas vezes é afetado por doenças. Por exemplo, a interrupção da inervação simpática da cabeça e pescoço resulta na síndrome de Horner. Essa se caracteriza por constrição pupilar, ptose palpebral parcial causada por paralisia do músculo tarsal superior, perda de sudorese na face, vasodilatação da pele facial e retração do olho para a órbita (enoftalmia). A síndrome de Horner pode ser produzida por uma lesão que: (1) destrua os neurônios pré-ganglionares simpáticos na medula espinhal torácica alta, (2) interrompa a cadeia simpática cervical ou (3) lese a parte inferior do tronco na região da formação reticular, através da qual as vias descem à medula espinhal para ativar neurônios pré-ganglionares simpáticos.
	 O reflexo pupilar à luz algumas vezes está ausente em pacientes com sífilis, que pode afetar o SNC (na tabes dorsalis). Embora a pupila deixe de responder à luz, continua presente, ainda, a resposta de acomodação normal. Essa patologia é conhecida como pupila de Argyll-Robertson. O mecanismo ainda é controverso. Uma explicação é que as fibras do trato óptico que passam para a área pré-tectal através do braço do colículo superior são interrompidas pela meningite sifilítica. A interrupção é causada pela presença de espiroquetas no espaço sub-aracnoide. Embora a aferência para o núcleo pré-tectal olivar esteja interrompida, a conexão do trato óptico para o núcleo geniculado lateral é mantida, e a pupila é capaz de responder ao reflexo de acomodação visual.
	 Também existe uma via reflexa espinhal para a micção. Essa via é operacional no recém-nascido. No entanto, com a maturação, as vias de controle supra-espinhais assumem um papel dominante no desencadeamento da micção. Depois da lesão da medula espinhal, os adultos humanos perdem o controle da bexiga durante o período de choque espinhal (incontinência urinária). À medida que a medula se recupera do choque espinhal, recupera-se um certo grau de função vesical devido a um aumento do reflexo de micção da medula espinhal. No entanto, a bexiga tem um aumento do tono muscular e deixa de se esvaziar completamente. Essas circunstâncias frequentemente levam a infecções urinárias. 
	 
	 Na febre, o ponto de ajuste para temperatura corporal está elevado. Isso pode ser causado, por exemplo, por pirogênios liberados por microrganismos. O pirogênio muda o ponto de ajuste, levando ao aumento da produção de calor pelos tremores e à conservação de calor pela vasoconstrição cutânea. 
	 As lesões bi-laterais do lobo temporal podem produzir a síndrome de Klüver-Bucy, que se caracteriza por perda da capacidade de detectar e reconhecer o significado de objetos por indícios visuais (agnosia visual), uma tendência para examinar os objetos oralmente, atenção a estímulos irrelevantes, hiper-sexualidade, alteração dos hábitos alimentares e diminuição da emocionalidade. Os componentes dessa síndrome podem ser atribuídos à lesão de diferentes partes do neo-córtex e do córtex límbico. Por exemplo, as alterações do comportamento emocional são amplamente decorrentes de lesões da amígdala, enquanto a agnosia visual é causada por lesão das áreas visuais no neo-córtex temporal.

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