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TCE RJ Notícia 90

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ANO 16 - NÚMERO 90 - ABRIL A JANO 16 - NÚMERO 90 - ABRIL A JANO 16 - NÚMERO 90 - ABRIL UNHO DE 2017
ENTREVISTA
Projetos traçam novos 
rumos para a ECG, 
escola do TCE-RJ pg.18
CONTAS DE GOVERNO 
O trabalho minucioso por 
trás de um voto pg.8
PLENÁRIO 
Nova coluna apresenta 
questões debatidas 
pelo tribunal pg.14
Tribunal lança série de medidas que aumentam 
a disponibilidade de dados sobre a sua atuação
TRANSPARÊNCIA
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5 EDITORIAL
4 NOTAS
6 CAPA
Medidas aumentam 
a transparência 
do TCE-RJ
12 CONTROLE 
INTERNO
Fortalecimento 
dos sistemas de 
fi scalização
17 GESTÃO 
PÚBLICA
IEGM: 100% de 
participação
8 CONTAS 
DE GOVERNO
O trabalho minucioso 
por trás de um voto
14 PLENÁRIO
Nova coluna 
aproxima o 
cidadão
10 SGE
Equilíbrio entre fi scalização 
e orientação
11 AUSTERIDADE
Economia de até 
R$ 8 milhões por ano
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NESTA EDIÇÃO
EXPEDIENTE
Jornalista responsável
Celia Abend (MTb 16.811) 
Editora
Daniela Matta
Estagiários
Thais Albuquerque
Rodrigo Fonseca
Reportagem
Marcelo Torres
Pedro Motta Lima
Revisão
Márcia Aguiar
Marcelo Torres
Arte
André Hippertt
Inês Blanchart
Talitha Magalhães 
Fotografi a
Jorge Campos
Rosangela Tozzi
Tel.: (21) 3231-4135
E-mail: ccs@tce.rj.gov.br
www.tce.rj.gov.br
26 ARREDORES
 Real Gabinete: Beleza 
portuguesa no Centro do Rio
32 ASTCERJ
Associação promove 
campanhas de arrecadação 
33 CULTURA
Servidores apresentam 
seus talentos
18 ENTREVISTA
JOÃO PAULO LOURENÇO
Os planos da nova diretoria 
da Escola de Contas
21 ECG
 Instituição expande 
suas atividades
24 ESTUDOS 
SOCIOECONÔMICOS
Uma radiografi a do Rio de Janeiro
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CORAL DO TCE-RJ FAZ SHOW COM REPERTÓRIO VARIADO
 
n Em uma apresentação que reuniu mais de 100 pessoas, entre público interno e externo, o coral do TCE-RJ 
emocionou a plateia no último dia 26 de junho, no Auditório do Espaço Cultural Humberto Braga. O grupo, que já está 
junto há 16 anos, cantou clássicos da MPB como ‘Samba do Avião’, de Tom Jobim, e ‘O Trenzinho Caipira’, de Villa-
Lobos, além de canções mais modernas, como ‘Carnavália’, sucesso dos Tribalistas. Também entraram no roteiro 
‘Black Bird’, dos Beatles, e ‘Oh Happy Day’. 
4
TITULARES DA PM E DO CORPO DE BOMBEIROS 
PODERÃO FAZER CONSULTAS AO TRIBUNAL DE CONTAS
n O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro decidiu que titulares dos órgãos militares estaduais (Polícia Militar 
e Corpo de Bombeiros) poderão fazer consultas eletrônicas diretas à Corte de Contas, com o objetivo de tirar dúvidas 
e evitar tomar decisões que possam ser contestadas pelo órgão fiscalizador. A resposta à consulta tem caráter 
normativo e constitui prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto. A mudança foi fruto de relatório feito 
pelo conselheiro substituto Rodrigo Melo do Nascimento e aprovado no Conselho Superior de Administração do 
TCE, que resolveu adotar como parâmetro as regras estabelecida pelo Tribunal de Contas da União, que faculta aos 
comandantes das Forças Armadas a realização de consultas.
CURSO DE AUDITORIA GOVERNAMENTAL ALINHA 
TEORIA E PRÁTICA A UMA LINGUAGEM ATUALIZADA 
n Depois de quase quatro anos, o curso de Auditoria Governamental voltou a ser ministrado no TCE-RJ pela 
Secretaria-Geral de Controle Externo (SGE). Desta primeira etapa, que aconteceu entre os dias 22 e 26 de maio, na 
Escola de Contas e Gestão (ECG), participaram 60 servidores. Além dos auditores, fazem parte do público-alvo os 
coordenadores e líderes de equipe, por serem considerados agentes multiplicadores. O objetivo é atualizar os métodos 
de auditoria e adequar a linguagem e atuação já praticados e padronizados em outros tribunais de contas. “Estamos 
afastados, em termos metodológicos, de uma linguagem nacional em termos de técnicas e procedimentos”, afirma 
Sergio Lino da Silva Carvalho, assessor da Secretaria-Geral de Controle Externo (SGE) e um dos docentes do curso, 
juntamente com Carlos Leandro dos Santos e Antônio José Algebaile, também assessores da SGE.
NOTAS
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m meio à grave crise financeira 
que envolve o Estado do Rio de 
Janeiro, duas palavras sinalizam 
o caminho da retomada: 
austeridade e transparência. Enquanto 
a primeira revela uma política de maior 
rigor no controle de gastos, a segunda 
serve como meio de prestação de contas 
no qual a própria sociedade age como 
fiscal do poder público. A nova edição da 
TCE-RJ Notícia traz reportagens sobre 
iniciativas do Tribunal de Contas do 
Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) que 
seguem estes dois conceitos, apontando 
saídas para questões em diferentes 
áreas de atuação. 
A matéria de capa apresenta uma 
série de medidas adotadas neste 
trimestre pela presidência do TCE-RJ 
para dar cada vez mais transparência 
ao trabalho executado por esta Corte de 
Contas. A Diretoria-Geral de Informática 
tem tornado realidade iniciativas que 
facilitam o acesso a informações, 
como o aplicativo para smartphones 
que permite, por exemplo, a consulta 
avançada de pautas. Já as sessões 
plenárias passaram a ser exibidas 
ao vivo pela internet e depois ficam 
arquivadas, à disposição do público, no 
site do tribunal. Além disso, uma nova 
ferramenta de busca tornou mais ágil e 
fácil o acompanhamento de processos 
através do portal.
Já o caminho da austeridade tem sido 
trilhado com a revisão de despesas e a 
definição das prioridades na execução 
do orçamento do tribunal. Este trabalho 
inicial já resultou, até o momento, numa 
economia prevista de R$ 6,2 milhões 
anuais. E vai além. Medidas em curso 
poderão resultar em mais R$ 1,8 milhão 
de contenção, alcançando um total 
de R$ 8 milhões. Outras reportagens 
desta edição apresentam diferentes 
iniciativas do TCE, como os Estudos 
Socioeconômicos 2016, o evento que 
apresentou o Índice de Efetividade da 
Gestão Municipal (IEGM) e o ‘I Encontro 
Técnico sobre Sistemas de Controle 
Interno’, voltado para representantes de 
diversos órgãos sob jurisdição do tribunal.
 A publicação traz também uma nova 
coluna fixa. O selo ‘Plenário’ passa, 
a partir deste número, a fazer um 
resumo dos principais votos discutidos 
pelos conselheiros e seus efeitos na 
sociedade. Uma das sessões de maior 
repercussão do segundo trimestre 
foi a que deu parecer prévio contrário 
à aprovação das contas do governo 
estadual, levadas a plenário no dia 30 de 
maio. A revista apresenta ainda, através 
de uma entrevista com o diretor-geral 
da Escola de Contas e Gestão, João 
Paulo Lourenço, as novas propostas da 
EDITORIAL
instituição de ensino. A TCE-RJ Notícia 
recorda também o passado que cerca 
a região, no Centro do Rio, onde está 
instalada a sede do tribunal. Desta vez, 
a coluna Arredores revela as belezas 
do Real Gabinete Português de Leitura, 
biblioteca que acaba de completar 180 
anos de existência. Já a coluna ‘Por 
Dentro’ detalha a atuação da Secretaria-
Geral de Controle Externo (SGE), 
departamento responsável pelo trabalho 
que é a alma da instituição.
Boa leitura!
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CAPA 
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a busca constante pela transpa-
rência e pela aproximação com 
a sociedade, o Tribunal de Con-
tas do Estado do Rio de Janeiro 
(TCE-RJ) lança uma série de medidas 
que aumentam a disponibilidade de 
dados sobre a sua atuação. Seguindo 
cada vez mais as determinações da Lei 
12.527, o TCE-RJ passa a oferecer diver-
sas ferramentas que ampliam a oferta 
de informações sobre a instituição, 
contribuindo para o fortalecimentoda 
democracia, prestigiando e desenvol-
vendo as noções de cidadania. 
Para que sejam úteis, estes dados 
devem ser disponibilizados de manei-
ra clara e objetiva. E é neste sentido 
que o tribunal vem trabalhando. Novo 
aplicativo para smartphones, exibição 
ao vivo das sessões plenárias e sistema 
Push de acompanhamento de proces-
sos são algumas das alterações que já 
foram implementadas ou serão em 
breve oferecidas. Entre as primeiras 
mudanças, está a publicação no Diá-
rio Ofi cial do Estado de ato contendo 
informações mais detalhadas e uma 
descrição dos votos aprovados. 
Todas as discussões plenárias no 
TCE-RJ agora podem ser acompa-
nhadas on-line. A estreia ocorreu na 
sessão especial de análise das contas 
de governo do Poder Executivo Esta-
dual, realizada no dia 30 de maio. Os 
primeiros benefi ciados pela iniciati-
va foram os próprios servidores, que 
puderam acompanhar pelo sistema 
interno de comunicação os debates e 
os votos discutidos em plenário. Logo 
no primeiro dia, foram 2.629 acessos 
durante a sessão e 854 visualizações 
do material gravado. Depois da fase 
inicial de testes, as sessões começa-
ram a ser disponibilizadas também no 
portal do TCE e estão agora abertas ao 
vivo nas terças e quintas-feiras (dias 
de sessão plenária).
“Temos como modelo de referên-
cia a atuação do Tribunal de Contas 
da União”, afi rma Lucio Camilo Oliva 
Pereira, diretor-geral de Informáti-
ca. É justamente este departamento 
o responsável pela maior parte das 
alterações realizadas. A transmissão 
ao vivo das sessões, por exemplo, foi 
viabilizada em cinco dias e contou 
apenas com recursos do próprio tri-
bunal, assim como a elaboração do 
aplicativo do TCE-RJ que possibilitará 
as consultas de pautas e de proces-
sos e estará em breve disponível para 
sistemas iOS ou Android, permitindo 
que qualquer pessoa acesse os temas 
de uma determinada sessão ou que 
acompanhe processos on-line. Com 
esta iniciativa, o TCE do Rio de Janei-
ro passará a fazer parte de um seleto 
grupo de menos de 10 tribunais que 
oferecem aplicativos em todo o Brasil.
Enquanto esta ferramenta não é 
lançada, quem precisar de informa-
ções rápidas pode verifi car os pro-
cessos através do portal do tribunal. 
Uma nova forma de consulta foi dis-
ponibilizada em junho e permite que, 
além dos dados básicos, sejam pes-
quisadas informações relacionadas a 
tramitações, tempo que o documento 
permaneceu em cada setor, sessões 
pelas quais o processo passou e suas 
notas taquigráfi cas. A nova ferramen-
ta permite ainda que sejam baixados 
todos os documentos que compõem o 
processo, tais como relatórios, anexos 
e demais informações de instâncias 
instrutivas. Em breve, a equipe de 
informática deverá fi nalizar ainda a 
adequação do Sistema Push, que envia 
e-mails com informações sobre o an-
damento dos processos previamente 
cadastrados pelo usuário.
Além de todas estas iniciativas, um 
novo projeto está sendo discutido com 
a presidência: o Acervo de Processos, 
uma espécie de radiografi a que permi-
tirá ao público saber, através da inter-
net, quantos e quais são os processos 
em tramitação no órgão. 
A Lei de Acesso à Informação (nº 
12.527), sancionada em 18 de no-
vembro de 2011, garante ao cidadão 
o acesso aos dados ofi ciais. A norma 
vale para os três poderes da União, 
estados, Distrito Federal e municípios, 
inclusive para os tribunais de contas e 
o Ministério Público, tornando possí-
vel uma maior participação popular e 
facilitando o controle social das ações 
governamentais. A informação reuni-
da por estes órgãos é considerada uma 
espécie de bem público e o livre acesso 
a elas, uma maneira de consolidar a 
democracia, fortalecendo a socieda-
de. O acesso à informação pública é, 
cada vez mais, adotado como regra no 
mundo – cerca de 90 países possuem 
leis que regulam esse direito.n 
‘TEMOS COMO MODELO 
DE REFERÊNCIA A 
ATUAÇÃO DO TRIBUNAL 
DE CONTAS DA UNIÃO’
LUCIO CAMILO OLIVA 
PEREIRA, DIRETOR-GERAL 
DE INFORMÁTICA
TODAS AS DISCUSSÕES 
PLENÁRIAS NO 
TCE-RJ AGORA PODEM 
SER ACOMPANHADAS 
ON-LINE. A ESTREIA 
OCORREU NA 
SESSÃO ESPECIAL DE 
ANÁLISE DAS CONTAS 
DE GOVERNO DO 
EXECUTIVO ESTADUAL
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BASTIDORESBASTIDORES
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A sessão plenária de três horas, quan-
do foram apresentadas diante de uma 
plateia lotada as razões que levaram 
ao parecer prévio, foi apenas a pon-
ta mais evidente de um trabalho que 
teve à frente o gabinete da conselheira-
-relatora e presidente interina do TCE-
-RJ, Marianna Montebello Willeman, o 
Ministério Público Especial e a Secre-
taria-Geral de Controle Externo. O tra-
balho de coleta e checagem dos dados 
começou a ser realizado no primeiro 
semestre de 2016, mas foi intensifi ca-
do nos dois meses que antecederam a 
apresentação do voto com a entrega no 
tribunal, dia 3 de abril, da prestação de 
contas do governo. 
Durante este período, corpo instruti-
vo, procuradores do MPE e equipe da 
conselheira se sucederam na análise do 
material e na elaboração dos pareceres 
que deram embasamento ao voto fi nal. 
Quando as horas trabalhadas nos dias 
úteis chegaram ao limite, os fi nais de 
semana começaram a ser ocupados. 
Para se ter uma ideia da dedicação, o 
grupo de servidores do gabinete da con-
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
CONTAS DE GOVERNO
selheira responsável pelo trabalho teve 
apenas um domingo de folga em maio, 
justamente aquele dedicado às mães. 
Coube ainda a cada uma das equipes 
envolvidas se debruçar na análise da 
defesa apresentada pelo Governo do 
Estado em um prazo de apenas 48 ho-
ras. Uma matemática de atribuições 
que une prazos exíguos a uma maté-
ria essencialmente árida e resulta em 
dados que exigem precisão absoluta. 
“Trabalhamos sábados, domingos e 
feriados. O prazo é muito curto. Mas 
não consideramos que perdemos fi nais 
de semana e horas de lazer. Temos que 
passar por cima destes aspectos”, afi rma 
o secretário-geral de Controle Externo, 
Sergio Sacramento.
Um dos maiores desafi os enfrentados 
pela equipe foi a decodifi cação do novo 
sistema de informática adotado pelo 
Governo do Estado na apresentação 
dos dados. Em meio às 11 mil páginas 
entregues como prestação de contas, 
os técnicos tiveram praticamente que 
aprender um novo idioma. Para enfren-
tar este e muitos outros momentos difí-
ceis, eles contaram com a ajuda de todo 
o tribunal. Os servidores envolvidos di-
retamente no trabalho são unânimes 
em ressaltar a importância dos demais 
setores do TCE na elaboração do voto. 
Equipes de segurança, da informática 
e da zeladoria, por exemplo, foram pe-
ças fundamentais no apoio ao estudo 
realizado nos gabinetes. 
Muitas vezes os servidores que deixa-
vam a sede em horários avançados eram 
acompanhados até áreas mais movi-
mentadas para não sofrerem assaltos. 
Já nos fi nais de semana, funcionários 
estavam sempre a postos para garantir 
o funcionamento do ar-condicionado e 
dos elevadores e manter a limpeza dos 
ambientes. Uma dedicação reconhecida 
pela presidente no encerramento da 
sessão plenária especial, que, depois de 
homenagear o empenho da sua equipe, 
da SGE e do MPE, ressaltou: “Quero 
registrar um agradecimento a todos os 
setores que, nos bastidores, também 
contribuíram para a realização desta 
sessão na data de hoje – afi rmou Ma-
rianna Montebello Willeman.” n
O
s números expõem a dimensão do trabalho executado nos bastidores da ela-
boração do parecer prévio contrário à aprovação das contas do governo es-
tadual apresentado no último dia 30 de maio. Mais de 11 mil páginas digitais 
enviadas pelo Poder Executivo, quase 50 pessoas diretamente envolvidas na 
análise do material, 12 horas em média de trabalho por dia e um relatório fi nal 
com exatas 641 páginas recheadas por mais de 320 tabelas e gráfi cos que explicitam acrise fi nanceira do Rio de Janeiro.
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SESSÕES 
PLENÁRIAS
AGORA AO VIVO PELO SITE TCE-RJ
As sessões plenárias no TCE-RJ 
agora podem ser acompanhadas 
pelo site. A transmissão ocorre em 
tempo real, às terças e quintas-feiras. 
Para mais informações, clique aqui.
UM PASSO PARA APROXIMAR O CIDADÃO 
DAS QUESTÕES DEBATIDAS NO TRIBUNAL
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POR DENTRO DO TCE
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A
missão do Tribunal de Contas 
do Estado do Rio de Janeiro 
(TCE-RJ) é fi scalizar e orientar 
a administração pública fl umi-
nense na gestão responsável dos recur-
sos em benefício da sociedade. O setor 
encarregado de “fi scalizar e orientar” 
os jurisdicionados é a Secretaria-Geral 
de Controle Externo (SGE), que, para 
isso, conta com funcionários das áreas 
de Contabilidade, Direito, Administra-
ção, Economia, Engenharia, Adminis-
tração Hospitalar e Tecnologia de In-
formação. Estes são alguns dos campos 
de formação desses servidores, que, em 
muitos casos, possuem mais de uma 
graduação, além de pós-graduação, 
mestrado e doutorado. Esta plurali-
dade de formação contribui para o 
bom resultado do trabalho, já que há 
uma grande gama de auditorias em 
áreas distintas como saúde, educação, 
obras e fi nanças.
Pela SGE tramitam quase todos os 
processos que passam pelo plenário 
para a decisão dos conselheiros, de 
uma simples concessão de aposen-
tadoria ou pensão à fi scalização de 
obras complexas como a Linha 4 do 
Metrô e o Maracanã. Um grande vo-
lume de trabalho. “Estamos buscando 
incorporar novas tecnologias ao nosso 
processo de seleção de auditorias vi-
sando o ganho de qualidade, tempo e 
SGE: O EQUILÍBRIO ENTRE 
FISCALIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO
melhor efetividade das ações”, explica 
o secretário-geral de Controle Externo, 
Sergio Sacramento.
Não obstante as mudanças neces-
sárias, bons resultados já vêm sendo 
alcançados. Um bom exemplo é a aná-
lise de editais de licitação, que gera 
uma economia anual de aproximada-
mente R$ 2 bilhões aos cofres públi-
cos, ocasionada pelo cancelamento ou 
reformulação de concorrências. Aliado 
a isso, o exame das contas de governo 
estadual e municipais, bem como as au-
ditorias, realizadas tanto in loco como 
remotamente, integram as atribuições 
relevantes sob responsabilidade da 
Secretaria-Geral de Controle Externo. n
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palavra do momento é austeridade. 
Diante da grave crise que afeta todo 
o país e mais ainda o Estado do Rio 
de Janeiro, é preciso reduzir gastos e 
otimizar processos. É o que a administração 
do TCE-RJ está fazendo em todas as áreas do 
tribunal, no sentido de rever as suas despesas e 
defi nir prioridades na execução do orçamento. 
Este trabalho inicial de revisão gerou, até o mo-
mento, uma economia de R$ 6,2 milhões anuais. 
Outras medidas em curso poderão resultar em 
mais R$ 1,8 milhão durante o mesmo período.
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“Nossa estratégia agora é implementar um 
sistema de custos. Uma comissão mista está 
sendo montada com o objetivo de demonstrar 
os custos dos serviços prestados pelo tribunal à 
sociedade”, explica o secretário-geral de Admi-
nistração, Luciano Penatieri. 
O trabalho da comissão vai envolver o ma-
peamento das atividades do TCE, levantamen-
to de custos e mensuração do retorno destes 
gastos, em termos de qualidade dos serviços 
prestados. “A prioridade será sempre para as 
atividades-fi m e as áreas de apoio estratégi-
cas, como a Diretoria-Geral de Informática”, 
ressalta o subsecretário de Administração, 
Márcio Jandre.
A análise inicial dos custos envolveu medidas 
como revisão de contratos com terceiros, otimi-
zação de processos e automação de atividades 
internas. Na área de telefonia, por exemplo, 
há expectativa de redução de 70% nos gastos 
com ligações para celulares com o bloqueio dos 
aparelhos fi xos, que também inclui chamadas 
a distância. A economia de despesas passou 
por todas as áreas do tribunal, envolvendo, por 
exemplo, a repactuação dos contratos de ter-
ceirização de pessoal de apoio (recepcionistas, 
ascensoristas, manutenção etc.), diminuição da 
quantidade de jornais e revistas comprados e 
do escopo dos serviços gráfi cos e enxugamen-
to das despesas com manutenção predial, por 
meio da redução de insumos e equipamentos.
A automação de atividades internas também 
representará redução de gastos e melhor apro-
veitamento dos recursos humanos do TCE-RJ. 
Recentemente foi concluída a implantação 
do registro eletrônico de frequência dos ser-
vidores, que possibilita a eliminação de 1.700 
cartões de ponto mensais, dos custos para seu 
armazenamento e a liberação de três servidores 
que faziam manualmente montagem, distri-
buição, controle, entrega e arquivamento das 
fi chas. Este novo sistema também permite o 
acesso instantâneo a informações funcionais, 
como licenças, férias etc. n
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Corte nos custos do 
TCE-RJ leva a economia 
de até R$ 8 milhões 
por ano
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dos controles, que será utilizado por 
nós para análise de riscos, mas que 
também será útil para os prefeitos, 
que terão um parâmetro a seguir”. Ao 
destacar que o manual tem um passo 
a passo para a montagem de um sis-
diversos municípios, graves problemas 
na atuação de seus setores de controle 
interno, como organização e estrutura 
precárias, ausência de fiscalização de 
execuções contratuais e liquidação de 
despesas irregulares.
 “O controle interno existe para 
evitar o dano ao erário. Deve ser um 
aliado, não um inimigo. É preciso as-
segurar a qualidade do gasto público 
e tomar conta do dinheiro do contri-
buinte, pois a sociedade é a fonte e 
também a destinatária desses recur-
sos”, afirmou o procurador-geral. Sergio 
Paulo enumerou as condições necessá-
rias para o bom funcionamento do setor 
de controle interno: formação de equi-
pe multidisciplinar; pessoal efetivo e 
estável recrutado por concurso público; 
organização em carreira; treinamento 
e especialização; regulamentação nor-
mativa; e segregação de funções. “Uma 
palavra pode resumir os atributos pri-
mordiais para a boa atuação do contro-
le interno: independência”, sintetizou.
 Antes dele, o conselheiro substitu-
to do TCE-RJ Marcelo Verdini Maia 
apresentou os conceitos básicos de 
governança corporativa e governança 
pública, com ênfase nas boas práticas 
que devem permear ambos os setores. 
Adicionalmente, listou as macrofun-
ções do sistema de controle interno: 
ACONTECE NO TCE
O 
Tribunal de Contas do Estado 
do Rio de Janeiro (TCE-RJ) 
realizou, no dia 28 de junho, 
o ‘I Encontro Técnico sobre 
Sistemas de Controle Interno’, para 
representantes de diversos órgãos sob 
sua jurisdição. Compareceram ao au-
ditório do TCE-RJ, no Centro do Rio, 
cerca de 300 pessoas de 91 municípios 
do estado e do governo estadual. O 
principal objetivo do evento foi apre-
sentar o Manual de Implantação de 
Sistemas de Controle Interno, disponí-
vel no site do TCE-RJ, e as estratégias 
para fortalecimento desses sistemas, 
além da reestruturação do Sistema 
Integrado de Gestão Fiscal (Sigfis), 
que recebe as informações sobre atos, 
contratos e prestações de contas dos 
jurisdicionados. 
Ao apresentar o manual, o assessor 
da Secretaria-Geral de Controle Exter-
no (SGE) Leandro Santos enfatizou: 
“Esta publicação é apenas a primeira 
iniciativa de um projeto do TCE-RJ 
para fortalecimento dos sistemas de 
controle interno, no qual serão rea-
lizadas capacitações pela Escola de 
Contas e Gestão (ECG) e uma avalia-
ção desses sistemas, chegando-se a tra-
balhos conjuntos de auditoria com o 
controle externo do tribunal. Vamos 
construir um indicador de maturidade 
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
ADMINISTRAÇÃOFoco no controle 
interno
“O CONTROLE INTERNO 
EXISTE PARA EVITAR O 
DANO AO ERÁRIO. DEVE 
SER UM ALIADO, NÃO 
UM INIMIGO”
SERGIO PAULO TEIXEIRA, 
PROCURADOR-GERAL 
DO MPE
tema eficiente e eficaz, ele ressalvou 
que sua aplicação ao pé da letra não é 
obrigatória. Mas alertou: “O TCE deu 
as ferramentas e vai cobrar”.
 Em sua palestra, o procurador-ge-
ral do Ministério Público Especial, Ser-
gio Paulo de Abreu Martins Teixeira, 
discorreu sobre a crise político-admi-
nistrativa que acomete o poder público 
no Brasil e explicou como são exer-
cidas as funções de controle externo 
(no qual se insere o tribunal) e interno 
por parte dos órgãos fiscalizadores. 
Segundo ele, foram identificados, em 
Tribunal realiza encontro em que apresenta ferramentas 
técnicas para fortalecimento dos sistemas de 
fiscalização dos próprios jurisdicionados
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auditoria, controladoria, ouvidoria, 
correição, combate à corrupção e 
transparência. “Estas são as mínimas 
condições necessárias para haver um 
sistema de controle interno eficiente 
e para se obter uma boa governança 
pública”, disse Maia.
 Responsável por abrir o evento, re-
presentando a presidente interina do 
tribunal, conselheira Marianna Mon-
tebello Willeman, o secretário-geral de 
Controle Externo, Sergio Sacramento, 
reforçou que será intensa a cobrança 
da efetividade na implantação de sis-
temas de controle interno, destacando 
que as prestações de contas feitas pe-
los jurisdicionados se darão exclusi-
vamente por meio do Sigfis.
 O encontro foi finalizado com a pa-
lestra do assessor da Diretoria-Geral de 
Informática (DGI) Sérgio Villaça, que 
falou sobre a reestruturação do Sigfis, 
através do qual os gestores públicos 
informam seus atos administrativos 
ao TCE-RJ. “Há novas exigências, e vai 
mudar a forma como vocês se relacio-
nam com o sistema. Mas as mudan-
ças serão graduais”, afirmou à plateia. 
Villaça anunciou que já em julho serão 
apresentados novos manuais e layouts, 
além de uma síntese das mudanças. 
“Em agosto faremos encontros na ECG, 
tanto com os gestores como com os 
desenvolvedores de sistemas para os 
jurisdicionados”, anunciou.
 Segundo o controlador-geral de 
Arraial do Cabo, Sebastião Gomes, o 
projeto do TCE para fortalecimento dos 
controles internos será fundamental. 
“Há uma grande necessidade de ‘manu-
alizarmos’ os procedimentos e acredito 
que este apoio será muito importante 
para nós. Além disso, está partindo 
do TCE, o que confere credibilidade 
e facilita o nosso trabalho junto aos 
gestores públicos”, acredita Gomes. 
“Agora ficarei atento para participar 
das capacitações da Escola de Contas.” n
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VOLTAR PARA O SUMÁRIO
PLENÁRIO
MUDANÇAS NO EDITAL DE 
CONCESSÃO DO SERVIÇO DE 
TRANSPORTE PÚBLICO EM 
QUEIMADOS
O Tribunal de Contas do Estado do Rio 
de Janeiro (TCE-RJ) decidiu no dia 27 
de abril que a Prefeitura de Queima-
dos deve inserir o critério do menor 
valor de tarifa no edital que trata so-
bre a concessão por 25 anos do serviço 
de transporte público coletivo urbano 
de passageiros da cidade. Além desta 
providência, o município teve 30 dias 
para adotar outras medidas relativas 
ao certame como as que tratam sobre 
o plano de mobilidade urbana da ci-
dade e a ampliação da concorrência 
em maior número de lotes, além de 
outras providências. 
TCE NÃO AUTORIZA LICITAÇÃO 
DO DETRO DE R$ 27 MILHÕES
O plenário não autorizou no dia 16 
de maio a realização de licitação, por 
parte do Departamento de Transpor-
tes Rodoviários do Estado do Rio de 
Janeiro (Detro), para prestação de 
serviço de remoção, guarda e destina-
ção de veículos. O contrato, que seria 
válido por três anos, está orçado em 
R$ 27.175.550,20. 
CORTE DE CONTAS APONTA 
PROBLEMAS NO CONTROLE DE 
BENS DE HOSPITAL DA UERJ
O tribunal apontou no dia 16 de maio 
problemas no sistema de controle de 
bens patrimoniais do Hospital Univer-
sitário Pedro Ernesto, da Uerj. Uma 
tomada de contas registrou a perda de 
equipamentos, no valor de R$ 1.754,41, 
do setor de Enfermaria Psiquiátrica. O 
A TCE-RJ NOTÍCIA TRAZ A PARTIR DESTA EDIÇÃO UMA NOVA COLUNA, A 
‘PLENÁRIO’. O OBJETIVO É APRESENTAR AO PÚBLICO UM BALANÇO DAS 
VOTAÇÕES E DECISÕES TOMADAS PELOS CONSELHEIROS. UMA MANEIRA 
DE APROXIMAR A POPULAÇÃO DAS QUESTÕES DEBATIDAS PELA CORTE E 
QUE INFLUENCIAM DIRETAMENTE O DIA A DIA DA SOCIEDADE. ABAIXO, OS 
PRINCIPAIS DESTAQUES DO SEGUNDO TRIMESTRE DE 2017. 
Tarifas de transporte 
e licitações em pauta 
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problema resultou em uma ressalva 
nas contas. O conselheiro substituto 
Rodrigo Melo do Nascimento, após 
uma pesquisa em processos do tribu-
nal, detectou cinco aprovações anterio-
res, entre 2013 e 2014, com as mesmas 
ressalvas e determinou a adoção de 
medidas mais rígidas e eficazes para 
o controle dos bens públicos. 
TRIBUNAL ADIA PROCESSO 
DE LICITAÇÃO DE MAIS DE 
R$ 48 MILHÕES EM MAGÉ
O plenário determinou na sessão do 
dia 25 de maio o adiamento por tempo 
indeterminado do edital de licitação 
para aquisição de gêneros alimentí-
cios para atendimento das unidades 
escolares públicas de Magé no valor 
de R$ 48.181.196,64. De acordo com o 
voto, diversos documentos, como as 
minutas de contrato e do edital, não 
foram anexados ao processo. Isso invia-
biliza a comprovação de realização de 
ampla pesquisa de mercado, gerando 
incertezas em relação aos procedimen-
tos adotados pela administração do 
município de Magé.
EX-PREFEITO DE ITABORAÍ É 
MULTADO EM R$ 700 MIL
O ex-prefeito de Itaboraí Helil Barreto 
Cardozo foi multado em R$ 703.978,00 
pelo TCE, na sessão de 25 de maio. Ele 
foi punido por ignorar uma série de de-
terminações do tribunal em um proces-
so referente a um edital, de 2013, para 
coleta e destinação de lixo. A licitação, 
de R$ 22.044.412,92, foi revogada e as 
contratações foram feitas através de 
atos de dispensa de licitação. O voto 
da conselheira substituta Andrea Si-
queira Martins ainda destacou que o 
processo passou pelo plenário por 13 
vezes e que o ex-gestor teve sempre a 
oportunidade de sanear os problemas 
e justificar suas ações. 
POSTERGADA LICITAÇÃO PARA A 
COMPRA DE MATERIAL PARA 
CRECHES EM FRIBURGO
O TCE-RJ determinou no dia 1º de 
junho o adiamento de uma licitação da 
prefeitura de Nova Friburgo para com-
prar material para creches do muni-
cípio. Orçado em R$ 870.915, o edital 
prevê a aquisição de materiais como: 
colchão, edredon, lençol, travesseiro, 
toalha, fralda, babador, mamadeira, 
chupeta, cadeirinha, banheira e carri-
nho de bebê, em seis diferentes lotes. 
O pregão, no entanto, terá que passar 
por alterações para que seja realizado.
ADIADA CONCORRÊNCIA DE 
R$ 30 MI PARA ABASTECIMENTO 
DE ÁGUA EM CAXIAS
O plenário determinou no dia 6 de 
junho o adiamento de licitação da 
Cedae para a realização de obras de 
complementação do sistema de abas-
tecimento de água de Campos Elíse-
os, em Duque de Caxias. Com valor 
global estimado de R$ 30.994.467,43, 
a concorrência terá que passar por 
correções para que seja realizada. A 
companhia ainda deverá encaminhar 
uma série de documentos como os que 
compõem o Projeto Básico em meio 
digital editável e os desenhos com níti-
da identificação das partes existentes 
e as que serão construídas. 
LICITAÇÃO DE MEDICAMENTOS 
TEM REDUÇÃO DE MAIS DE 20%
Após uma análise por parte do corpo 
técnico do TCE-RJ, a licitação da pre-
feitura de Porto Real para a compra de 
medicamentos foi reduzida de 
R$ 2.010.672,25 para R$ 1.741.077,57, 
uma diferença de mais de 20%. Ainda 
assim, não foi autorizada a realização 
do certame e o plenário determinou 
a revisão e ampliação da pesquisa de 
mercado. Segundo a Secretaria-Geral 
de Controle Externo dotribunal, “em 
que pese a nova pesquisa realizada, 
os preços avaliados ainda estão muito 
acima daqueles pesquisados”.
EDITAL DE R$ 28 MILHÕES 
PARA LIMPEZA HOSPITALAR 
NO ESTADO É ADIADO
A licitação da Fundação Saúde do 
Estado do Rio de Janeiro para a con-
tratação de empresa especializada na 
prestação de serviço de limpeza hos-
pitalar, no valor de R$ 28.772.179,32, 
permanecerá adiada. Na sessão do dia 
8 de junho, o TCE-RJ não considerou 
satisfatórias as explicações do órgão 
estadual para que o orçamento do edi-
tal seja baseado no número de pessoas 
contratadas e não na área física a ser 
limpa, conforme jurisprudência do 
TCU, por entender que este modelo é 
mais econômico. 
SUSPENSA LICITAÇÃO DE COLETA 
DE LIXO HOSPITALAR EM MAGÉ
O edital de licitação para prestação 
de serviços de coleta, transporte e 
destinação final de resíduos sólidos 
de saúde, da prefeitura de Magé, no 
valor de R$ 2.975.222, para o período 
de um ano, foi adiado pelo TCE-RJ, 
no dia 6 de junho. Entre as princi-
pais irregularidades apontadas pelo 
relator do processo, conselheiro subs-
tituto Marcelo Verdini Maia, estão: 
não encaminhamento do cronograma 
físico-financeiro e erros substanciais 
no edital e projeto básico, com infor-
mações conflitantes.
LIBERADO EDITAL PARA COMPRA 
DE ASFALTO EM FRIBURGO
A prefeitura de Nova Friburgo foi 
autorizada a realizar licitação para a 
compra de emulsão asfáltica catiônica, 
no valor estimado de R$ 1.245.180, 
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PLENÁRIO
para uso da Secretaria Municipal de 
Obras em recapeamento de trechos 
desgastados e operações de tapa bu-
racos, entre outras ações. O certame 
estava adiado por determinação do 
TCE-RJ, que na sessão do dia 25 de 
abril apresentou uma série de deter-
minações, como envio de documentos 
e alterações no edital.
EDITAL PARA COMPRA DE 
COMPUTADORES EM BARRA 
MANSA É SUSPENSO
O tribunal adiou o pregão da prefeitu-
ra de Barra Mansa com o objetivo de 
registrar preços para aluguel de mi-
crocomputadores (desktop, notebooks 
e máquina virtual - cloud computing), 
com serviços de manutenção e suporte. 
Com valor estimado em R$ 3.003.486, 
o edital já passou por análise, mas as 
respostas e explicações apresentadas 
pelos gestores do município não foram 
suficientes para que o corpo técnico con-
sidere a opção pela locação dos equipa-
mentos melhor do que a aquisição dos 
mesmos. Além disso, foram levantadas 
objeções quanto a pesquisa de preços, 
demanda dos quantitativos e especifi-
cações técnicas.
PREFEITO DE ANGRA TERÁ 
QUE CORRIGIR EDITAL DE 
COLETA DE LIXO
 O prefeito de Angra dos Reis terá que 
realizar as correções determinadas 
pelos técnicos do TCE-RJ no edital de 
licitação que lançou para contratar a 
empresa que fará a coleta e o trans-
porte de resíduos sólidos na cidade, 
no valor anual de R$ 39.524.398,32. 
A relatora do processo, conselheira 
substituta Andrea Siqueira Martins, 
alerta, em voto aprovado no dia 13 de 
junho, que o gestor poderá ser multa-
do se o processo voltar a ser analisado 
sem que as alterações tenham sido 
realizadas. A medida tem como ob-
jetivo evitar que o serviço continue 
sendo realizado de forma emergencial, 
já que o certame encontra-se adiado 
e que, desde o dia 16 de fevereiro, há 
um contrato de 180 dias baseado em 
dispensa de licitação que, conforme a 
lei, não pode ser prorrogado.
TCE CONSTATA 
IRREGULARIDADES EM EDITAL 
PARA COLETA DE LIXO
 O Tribunal de Contas do Estado do 
Rio de Janeiro será ainda mais rigo-
roso com os municípios que têm fei-
to seguidos contratos emergenciais 
para o serviço de coleta pública de 
lixo. Foi aprovado, na sessão do dia 
22 de junho, o voto que, ao tratar de 
um edital da prefeitura de São Pedro 
da Aldeia, faz um alerta ao prefeito 
e que vale para todos os gestores 
públicos fiscalizados pelo tribunal, 
comunicando que esses tipos recor-
rentes de contratação poderão “ser 
considerados quando da análise das 
contas de gestão do administrador 
por esta corte de contas”. 
TCE DETERMINA REVISÃO DE 
TARIFAS DE TRANSPORTES 
COLETIVOS
 Os prefeitos dos 91 municípios sob ju-
risdição do Tribunal de Contas do Es-
tado do Rio de Janeiro e o Governo do 
Estado vão receber comunicados deter-
minando que seja feita a revisão do cál-
culo das tarifas de transporte público. 
Foi o que definiu o plenário da corte de 
contas, no dia 22 de junho, ao aprovar o 
voto do conselheiro substituto Marcelo 
Verdini Maia, que relatou um processo 
em que foi apreciado um comunicado 
do Ministério Público Estadual alertan-
do para a edição de leis federais que 
promoveram uma desoneração fiscal 
nas cobranças de PIS e Cofins para em-
presas de transporte público coletivo. 
Desta forma, quem não levou a nova 
legislação (leis 12.860/13, 12.783/13 e 
12.844/13) em consideração para fins 
de cálculos de atualização tarifária terá 
que inserir os descontos nas planilhas.
 
PROJETO ‘CÂMARA ITINERANTE’ 
DE MACAÉ TEM REDUÇÃO DE 
CUSTOS DE MAIS DE 60%
Uma revisão proposta pelo Tribunal 
de Contas do Estado do Rio de Janei-
ro gerou uma redução de mais de 60% 
em edital de licitação apresentado pela 
Câmara Municipal de Macaé para a re-
alização de um projeto de legislativo 
itinerante. O pregão presencial, inicial-
mente estimado em R$ 1.660.809,20, 
passou a apresentar um custo máximo 
de R$ 623.282,16. Além disso, por reco-
mendação do tribunal, o Poder Legis-
lativo da cidade do Norte fluminense 
apresentou justificativas para o projeto 
“Câmara Itinerante”, com histórico de 
demanda e detalhamento de todos os 
equipamentos de que necessita para 
realizá-lo.
TRIBUNAL ADIA LICITAÇÃO DE 
LIXO EM QUEIMADOS E ALERTA 
SOBRE IRREGULARIDADE
 Ao começar a relatar o processo que 
cuida da licitação para contratação 
de serviços de limpeza urbana em 
Queimados, no dia 29 de junho, o 
conselheiro substituto Rodrigo Melo 
do Nascimentos destacou que adota-
rá o mesmo entendimento proferido 
pela conselheira substituta Andrea 
Siqueira Martins de que editais reple-
tos de impropriedades, produzindo 
situação emergencial a fim de efetuar 
contratação por dispensa de licitação, 
poderão ser considerados quando da 
análise das contas de gestão, podendo 
gerar inelegibilidade. Rodrigo desta-
cou que o edital, com valor global de 
R$ 19.075.588,36, apresenta 29 im-
propriedades e que já tramita inter-
namente um contrato da prefeitura 
para contratação emergencial por ato 
de dispensa de licitação. n
EDITAIS REPLETOS 
DE IMPROPRIEDADES, 
QUE RESULTAM EM 
CONTRATAÇÕES 
POR DISPENSA DE 
LICITAÇÃO, PODERÃO 
SER CONSIDERADOS NA 
ANÁLISE DAS CONTAS 
DE GESTÃO, GERANDO 
IRREGULARIDADE
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GOVERNANÇA 
T
odos os municípios fi scaliza-
dos pelo Tribunal de Contas 
do Estado do Rio de Janeiro 
(TCE-RJ) terão que enviar in-
formações para a composição do Índi-
ce de Efetividade da Gestão Municipal 
(IEGM). A decisão da corte de contas 
de cobrar o preenchimento de todos 
os questionários digitais vai gerar 
um grande impacto administrativo, 
pois apenas 39% das 91 cidades sob 
jurisdição do TCE participaram da 
elaboração do índice no ano passado, 
quando a pesquisa nacional passou a 
ser adotada.
 A informação foi repassada aos 
representantes dos municípios que 
participaram do evento “A Importân-
cia do Índice de Efetividade para a 
Melhoria da Gestão Pública”, reali-
zado no dia 31 de maio, no auditório 
do TCE. Na abertura do encontro, o 
conselheiro substituto Rodrigo Melo 
do Nascimento, representando a 
presidente interina do tribunal, con-
selheira Marianna Montebello Wil-
leman, ressaltou a importância do 
IEGM, criado pelo TCE de São Paulo 
e adotado pelo Instituto Rui Barbo-
sa (IRB) http://www.irbcontas.org.
br/site/, que reúnetodas as cortes 
de contas do país. “É um importante 
instrumento para o gestor e para o 
tribunal, uma referência nacional de 
políticas públicas”, afi rmou Rodrigo, 
que ainda citou números dos Estudos 
Socioeconômicos, recém-divulgados 
pelo TCE. (Veja matéria sobre os Es-
tudos Socioeconômicos nas páginas 
26 e 27). “Houve uma redução de 50% 
Índice de gestão 
pública: tribunal 
quer 100% de 
participação
em investimentos e, dos 91 municípios 
fi scalizados por nós, 54 registraram 
redução na arrecadação de ISS. Neste 
contexto, é fundamental a efi cácia das 
políticas públicas. Fazer mais com me-
nos”, afi rmou o conselheiro substituto.
 Antes da primeira palestra, “Trans-
parência da Informação Pública”, mi-
nistrada pelo assessor da Secretaria-
Geral de Controle Externo, Sergio Lino 
da Silva Carvalho, o secretário-geral 
de Planejamento, Nestor Lima de An-
nal, foi um dos pontos abordados por 
Sergio Lino em sua palestra. “Vivemos 
na sociedade da informação. As rela-
ções entre as pessoas estão mudando, 
assim como a dos órgãos de governo 
com a sociedade. Informação, além de 
gerar conhecimento, é um importan-
te elemento de governança”, afi rmou 
Lino, que destacou a importância da 
Lei de Acesso à Informação e a ne-
cessidade de os gestores cumprirem 
suas normas. “O tribunal estará aten-
to a isso. Fizemos auditoria em 2013, 
dois anos depois voltamos ao tema e 
em 2017 vamos verifi car como estão a 
transparência e o acesso”, anunciou.
 Os técnicos da Coordenadoria de 
Auditoria de Qualidade (CAQ) Eduar-
do Pinheiro e Rita Oliveira apresen-
taram os Estudos Socioeconômicos, 
feitos pelo TCE desde 2001. “Este ma-
terial é outra ferramenta de gestão 
para os nossos jurisdicionados, pois 
há uma série histórica e todos podem 
analisar suas situações em compara-
ção com as cidades vizinhas”, explicou 
Eduardo. Rita destacou o capítulo so-
bre sustentabilidade, que pela primei-
ra vez faz parte do trabalho.
A coordenadora-geral do IRB, Marí-
lia Gonçalves de Carvalho, apresentou 
detalhes sobre o IEGM. Criado pelo 
TCE-SP, o índice agora, através de um 
ato normativo, será comum a todos os 
tribunais de contas. São sete temáti-
cas de atuação em áreas consideradas 
estratégicas, como educação, saúde e 
planejamento.“Se a gente não mede, não 
conhece. Então o indicador é uma ferra-
menta indispensável”, afi rmou Marília.
Na sequência, o diretor-geral de In-
formática do TCE, Lucio Camilo Oliva 
Pereira, explicou passo a passo como 
funciona a página do IEGM dentro do 
site do tribunal. “É uma ferramenta 
quase que intuitiva”, defi ne o gestor. O 
sistema, usado por todos os tribunais 
de contas, adota a plataforma Lime-
Severy, uma espécie de gerenciador 
de pesquisas e questionários online, 
que pode ser utilizada em qualquer 
navegador e é de fácil acesso aos ju-
risdicionados, além de ser gratuita. n
drade, fez um reforço: “A participação 
dos municípios é obrigatória. Mas va-
mos ajudá-los a cumprir as determi-
nações. No site do tribunal já há um 
manual explicando como o gestor deve 
proceder e um fale conosco disponível 
(http://www.tce.rj.gov.br/web/guest/
iegm/fale-conosco)”. O conteúdo dos 
sites das instituições públicas, por si-
‘É UM IMPORTANTE 
INSTRUMENTO PARA 
O GESTOR E PARA 
O TRIBUNAL, UMA 
REFERÊNCIA NACIONAL 
DE POLÍTICAS PÚBLICAS’
RODRIGO MELO 
DO NASCIMENTO, 
CONSELHEIRO 
SUBSTITO DO TCE-RJ
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JOÃO PAULO LOURENÇO
DIRETOR-GERAL DA ECG
lTCE NOTÍCIAS: A ECG é reconheci-
da pela qualidade, mas sempre é 
possível evoluir. Em que aspectos 
você acredita que a Escola de Con-
tas pode melhorar?
n JOÃO PAULO LOURENÇO: Sempre te-
mos espaço para melhorias, pois con-
formar-se significa andar para trás. 
Precisamos estar antenados com as 
mudanças que ocorrem na sociedade 
e nos mantermos aptos a construir 
respostas úteis, inovadoras e con-
vincentes. Embora tenhamos uma 
grande gama de atividades, elas são 
em sua maioria oferecidas de forma 
isolada, sem um encadeamento em 
torno de um objetivo. Vamos, num 
trabalho conjunto com as demais áre-
as do tribunal, revisitar nossa grade 
de cursos de forma a assegurar uma 
formação mais completa das compe-
tências necessárias ao nosso corpo 
técnico e aos gestores públicos. Para 
isso, serão criadas trilhas de desen-
volvimento específicas para as com-
petências mapeadas ou programas de 
capacitação continuada orientados 
aos serviços públicos.
pois deve permitir certa flexibilidade 
na forma e na ordem de abordar o 
conteúdo. 
l A sociedade civil passará a ser um 
público-alvo essencial para a ECG?
n O foco prioritário deve ser o aprimo-
ramento dos nossos servidores. De-
vemos reconhecer, entretanto, que a 
sociedade deve ter um papel ativo na 
fiscalização dos recursos públicos. A 
Lei de Acesso à Informação assegurou 
que fossem disponibilizados à socie-
dade dados necessários ao controle. 
Mas também precisamos capacitar a 
sociedade sobre as formas de obter 
os dados e proceder às análises ne-
cessárias, além de conhecer os canais 
por meio dos quais se pode intervir 
nos processos decisórios ou de fisca-
lização. 
l Quais as principais diferenças 
entre o que é oferecido hoje e o que 
será oferecido aos três públicos-
-alvo da ECG?
n Para os servidores, vamos reestru-
turar as atividades de formação e 
l O que são as “trilhas de desenvol-
vimento”?
n A trilha de desenvolvimento con-
siste no agrupamento de diversas 
atividades de capacitação em torno 
do mesmo objetivo. Ela pode conter 
indicações de cursos, vídeos, livros, 
palestras, vivências e dinâmicas que 
contribuem para o aprimoramento de 
uma competência. Em geral, a trilha 
ordena os conhecimentos e oferece 
diversos caminhos para explorar o 
mesmo conteúdo no sentido do apro-
fundamento do tema. Vale ressaltar 
que é uma “trilha” e não um “trilho”, 
‘O foco prioritário são 
os nossos servidores’
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om novo titular na diretoria-geral, a Escola de Contas e Gestão (ECG) começa a tirar 
do papel novos projetos. Para João Paulo Lourenço, a instituição deve buscar um 
alcance mais amplo da sua atuação, perseguindo uma evolução contínua, sólida 
e moderna e auxiliando na formação dos servidores para os enormes desafios do 
setor público. O diretor, de 45 anos, entende inovação ou transformação como 
um processo contínuo que deve ser incorporado não só à ECG, mas a toda a administração 
pública. E cita o educador Paulo Freire: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as 
possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.
ENTREVISTA
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
‘SEMPRE TEMOS ESPAÇO 
PARA MELHORIAS, 
POIS CONFORMAR-SE 
SIGNIFICA ANDAR 
PARA TRÁS’
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capacitação em torno de competên-
cias. O nosso propósito será não só a 
assimilação do conhecimento técnico, 
como também o desenvolvimento de 
habilidades e atitudes. Vamos também 
estender a formação gerencial, enfa-
tizando competências de liderança. 
Para os jurisdicionados, vamos es-
truturar as atividades em torno de 
serviços governamentais, fornecen-
do instrumentos para gestão adequa-
da de áreas como saúde, segurança, 
educação, mobilidade urbana. Para a 
sociedade, vamos lançar formações 
inéditas na ECG com foco em gestão, 
transparência e controle social.
l Qual a importância de serem 
incluídas ‘competências futuras’ 
(Análise Estatística, Modelos Pre-
ditivos, Auditoria Operacional, 
Auditoria Ambiental, Auditoria 
de Sistemas) para os servidores do 
TCE? Por que elas são relevantes?
n Sempre atuamos muito próximos de 
todas as áreas do tribunal, atentos a 
suas demandas. A Secretaria de Con-
trole Externo, por exemplo, já vem 
desenvolvendo trabalhos sólidos no 
âmbito dessas temáticas. Julgamos 
que, se focarmos apenas no mapa decompetência atual, estaremos refor-
çando a atuação no que praticamos 
hoje. Contudo, se olharmos para o pla-
nejamento estratégico, vemos que o 
tribunal tem como objetivo ampliar 
sua atuação para além do escopo atu-
al. Assim, se pretendemos aprimorar 
novas modalidades como auditoria 
ambiental, por exemplo, o ponto de 
partida é o desenvolvimento das com-
petências necessárias em uma massa 
crítica de servidores, com capacidade 
de introduzir novas técnicas e ferra-
mentas no TCE-RJ. 
l Qual o aspecto essencial do traba-
lho que será implementado visando 
a sociedade civil?
n A sociedade civil já vem sendo con-
vocada a participar de auditorias, 
como na experiência realizada pelo 
TCU, quando pacientes foram chama-
dos para confirmar serviços cobrados 
do SUS, ocasião em que foram iden-
tificados indícios de irregularidade. 
Queremos dar um passo além. A so-
ciedade deve estar presente na fase de 
planejamento, na definição do PPA, no 
acompanhamento da execução finan-
ceira das políticas públicas, por meio 
dos informes da LRF e dos dados rela-
tivos a gastos disponibilizados segun-
do a lei da transparência. O caminho 
para que essa participação se efetive 
‘VAMOS LANÇAR 
FORMAÇÕES INÉDITAS, 
COM FOCO EM GESTÃO, 
TRANSPARÊNCIA E 
CONTROLE SOCIAL’
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será a capacitação da sociedade, atra-
vés de seus conselhos ou organizações 
fiscalizados.
Quais os primeiros passos necessá-
rios para a concretização da rede de 
conhecimento proposta?
n Os convênios serão ampliados com 
a finalidade de complementar nossa 
grade de atividades derivada das tri-
lhas de desenvolvimento e respectivos 
programas. A primeira fase será a for-
malização de convênios de cooperação 
com as entidades identificadas como 
relevantes para nossa estratégia, de 
forma a permitir o compartilhamen-
to de conhecimentos, de docentes e de 
estruturas de capacitação e formação. 
Queremos garantir um programa com-
plementar focado na expertise de cada 
instituição.
l Sobre o compartilhamento de co-
nhecimento, como vai se dar con-
cretamente a transmissão das infor-
mações para videoaulas, material 
didático, pesquisas, trabalhos etc.?
n Vamos criar um ambiente virtual de 
aprendizagem para o compartilhamen-
to de conhecimento. Desta forma, ao se 
inscrever para um curso, o aluno será 
automaticamente inscrito em um grupo 
de discussão on-line, no qual terá acesso 
ao material didático, videoaulas, artigos 
complementares, fóruns de discussão e 
outros recursos. Esse grupo permanece-
rá ativo após a conclusão da disciplina 
e terá a adesão de novos integrantes 
a cada nova turma. Assim, os grupos 
serão estimulados a manter contato 
entre si.
 l Os cursos sob a rubrica “compor-
tamentais” são uma novidade? Por 
que foram incorporados?
n Para lançar um novo produto ou servi-
ço público, devemos deter também uma 
série de competências comportamen-
tais, como a capacidade de comunicação 
ou trabalho em equipe, que no TCE-RJ 
foram eleitas como competências essen-
ciais. Conhecimentos técnicos são mais 
“perecíveis” e tornam-se desatualizados 
tadas através de um banco de ideias 
acessível a todos os servidores. Final-
mente, para que as sugestões sejam 
convertidas em melhorias efetivas, 
precisamos da atuação de um comitê 
gestor de inovação, que vai selecionar 
e priorizar as melhores propostas, au-
xiliando os proponentes a converter 
ideias em projetos específicos. Será 
também de responsabilidade desse 
grupo acompanhar o portfólio de 
inovação e avaliar seu impacto.
l Quais são as iniciativas mais rele-
vantes no âmbito da Coordenadoria 
Acadêmica ?
n Temos trabalhado para muito em 
breve podermos incorporar em nossa 
grade uma turma interna de mestra-
do em Administração Pública, asse-
gurando maior aprofundamento dos 
temas e atribuindo-lhes um olhar mais 
acadêmico.
l Qual a importância da implanta-
ção de produtos piloto para imple-
mentar novos projetos?
n A introdução de mudanças organi-
zacionais através de produtos-piloto 
é uma prática recomendável por per-
mitir testes em um escopo menor. 
Com isso podemos demonstrar os 
resultados objetivos da proposta em 
um curto espaço de tempo, gerando 
maior adesão e força com vistas à am-
pliação da mudança para um nível 
institucional.
l O objetivo é fazer da inovação uma 
marca da sua administração?
n Entendemos a inovação como um 
processo contínuo, que deve ser in-
corporado não só à gestão da escola, 
como também a todo o setor público. 
A evolução da tecnologia em escala 
exponencial nos traz a cada dia novas 
ferramentas, que devem ser avaliadas. 
Mais do que inovações pontuais, quero 
marcar minha gestão, em estreita e to-
tal consonância com as orientações da 
conselheira Marianna Montebello Wil-
leman, com a implantação do modelo 
permanente de gestão de inovação. n
na medida em que novas normas são 
editadas e mudanças de entendimentos 
jurisprudenciais são consagradas. Já 
os conhecimentos comportamentais, 
como a aprendizagem contínua, pas-
sam a integrar de forma permanente 
o ferramental dos servidores.
l É possível aprimorar os cursos a 
distância? 
n A modalidade ensino a distância pode 
ser configurada de diversas maneiras. A 
um custo muito baixo, podemos dispo-
nibilizar nossas aulas em plataformas 
gratuitas, como o Youtube, que foi ado-
tado pelo TCE-RJ para a transmissão 
das sessões plenárias. Com mais re-
cursos, podemos adotar plataformas 
de cursos com atuação efetiva do docen-
te no processo de aprendizagem, com 
aulas on-line ao vivo ou ferramentas 
de simulação de situações reais, como 
jogos de negócios.
l Com relação à Coordenadoria de 
Estudos e Pesquisas, quais iniciati-
vas e mudanças você considera as 
mais importantes? A ideia é dire-
cionar o setor de acordo com as ne-
cessidades práticas identificadas na 
rotina do tribunal? 
n Estamos propondo um modelo de ges-
tão de inovação aberto, no qual o ponto 
de partida é a identificação e prioriza-
ção dos problemas a serem publicados 
em campanhas de inovação. O segundo 
passo é a geração ampla de ideias cole-
ENTREVISTA
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
‘ENTENDEMOS A 
INOVAÇÃO COMO UM 
PROCESSO CONTÍNUO, 
QUE DEVE SER 
INCORPORADO NÃO SÓ 
À GESTÃO DA ESCOLA, 
COMO TAMBÉM A TODO 
O SETOR PÚBLICO’ 
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penas no primeiro semestre, 93 atividades de ca-
pacitação foram realizadas, com a formação de 153 
turmas. “A ECG objetiva proporcionar a atualiza-
ção permanente de conhecimentos, estimulando a 
participação dos servidores do TCE-RJ, jurisdicionados e a 
sociedade, com foco na mudança cultural para resultados e 
do trabalho cooperativo para a formação do servidor públi-
co. É formar gestores de Estado”, afirma Rosa Maria Chaise, 
coordenadora de Estudos e Pesquisas da ECG.
Os cursos, oficinas e encontros técnicos promovidos pela 
ECG harmonizam fundamentação teórica e domínio prático. 
Um dos principais públicos-alvo são os servidores do governo 
estadual e dos 91 municípios sob jurisdição do TCE-RJ. Ape-
nas nos seis primeiros meses de 2017, 108 turmas formadas 
por servidores municipais e/ou estaduais frequentaram as 
salas de aula da ECG. Técnicos do próprio tribunal também 
ocupam as salas, com um total de 44 turmas exclusivas para a 
sua formação. Um trabalho que revela a dualidade da atuação 
do tribunal: fiscalizar, mas também orientar.
Entre as opções de capacitação para os servidores, o TCE-
-RJ ofereceu em maio cursos como o de Auditoria Governa-
mental, para os servidores do TCE que atuam com controle 
externo, e o de Gestão de Mudanças e Cultura Organizacional, 
para os servidores em geral. 
CURSO SOBRE POLÍTICAS 
ADMINISTRATIVAS NA ÁREA DE EDUCAÇÃO
A ECG também ofereceu o curso de Planejamento, Exe-
cuçãoe Controle Social de Políticas de Educação aos funcio-
nários públicos estaduais envolvidos em funções de direção, 
coordenação e cargos táticos e estratégicos, com o objetivo de 
tornar esses servidores aptos a elaborar políticas e programas 
na área. O curso aliou aulas expositivas, vídeos, atividades 
em grupo e exercícios práticos à disseminação dos conceitos 
e práticas relacionados ao modelo que engloba o planeja-
mento, passando pela execução até o controle e a prestação 
de contas de governo e identificando as melhores práticas 
dentro do setor público.
Além dos cursos que fortalecem a atuação dos servi-
dores públicos, a ECG privilegia o contato direto com a 
sociedade através de iniciativas como o projeto ‘Tardes do 
Saber’, debates abertos que ocorrem na sede do TCE-RJ. 
Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, 
por exemplo, a escola discutiu, dia 7 de junho, o tema 
“Sustentabilidade e Políticas Públicas Municipais”. No 
encontro, foram apresentados quatro acordos interna-
cionais aprovados em 2015. Entre eles, a Agenda 2030: 
uma declaração com 17 Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável (ODS) e 169 metas, aprovada e ratificada pelo 
Congresso Nacional. 
Para o segundo semestre de 2017, a ECG anuncia um 
programa diversificado, que inclui 68 atividades e 112 
turmas. Entre ações de capacitação, estudos e pesquisas, 
a instituição pretende cada vez mais estimular os no-
vos gestores municipais a participar das iniciativas. Mais 
preparados para os desafios que a administração pública 
impõe, estes servidores desempenharão melhor as funções 
que lhes são confiadas, em benefício da sociedade. “É muito 
importante que se tenha em mente que a disponibilização de 
um ou mais servidores municipais para a participação em 
atividades promovidas pela ECG significa um investimento 
das prefeituras, que focam no sucesso de seus projetos”, 
afirma João Paulo Lourenço, diretor-geral da ECG.
A ECG tem ainda mais novidades. Quem está distante, 
mas não quer perder os cursos da ECG, em breve poderá 
contar com o apoio da internet. Aulas serão disponibiliza-
das através do site da escola para toda a sociedade. A escola 
também está estudando oferecer, pela primeira vez, um curso 
de mestrado na área de Administração Pública. O projeto 
está sendo elaborado e deverá ser iniciado em 2018. n
O sucesso do ensino de uma instituição 
pode ser medido pelo seu grau de 
envolvimento com a sociedade. Com o 
objetivo de fortalecer cada vez mais esta 
ligação, a Escola de Contas e Gestão (ECG) 
tem intensificado suas ações e estabelecido 
novos mecanismos de conexão com 
diferentes grupos
ESCOLA FORTALECE 
PARCERIA COM A 
SOCIEDADE
ECG
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seguida, há o parecer do Ministério 
Público de Contas, cujos membros – 
procuradores concursados –integram 
um órgão autônomo e possuem 
independência funcional. Após essas 
manifestações técnicas, o conselheiro-
relator apresenta seu projeto de parecer 
prévio por meio de um voto. Finalmente, 
há a deliberação plenária, com a 
emissão de um parecer conclusivo 
sobre as contas.
Na sessão de 30 de maio, 
os conselheiros do TCE-RJ, 
acompanhando o voto da conselheira-
relatora, Drª Marianna Montebello 
Willeman, seguiram o parecer do 
Ministério Público de Contas que 
concluiu pela identificação de 
quatro irregularidades a inquinar 
as contas de modo irremediável. 
A primeira, o descumprimento do 
limite mínimo de 12% das receitas 
de impostos e transferências de 
impostos, estabelecido no art. 6º da 
Lei Complementar Federal n° 141/12 
c/c o art. 198, II, §2º, da Constituição 
da República, para aplicação em 
ações e serviços públicos de saúde. 
O governo estadual destinou a esse 
fim o percentual de 10,42%. Isso 
significa que R$574.932.738 deixaram 
de chegar à população fluminense 
sob a forma de serviços de saúde. A 
A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO DE CONTAS NO 
JULGAMENTO DAS 
CONTAS DE GOVERNO
SERGIO PAULO DE ABREU MARTINS TEIXEIRA
PROCURADOR-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESPECIAL
N
o dia 30 de maio deste ano, 
o Plenário do Tribunal de 
Contas do Estado do Rio 
de Janeiro (TCE-RJ), por 
unanimidade, decidiu pela 
emissão de parecer prévio contrário 
à aprovação das Contas de Governo 
do Chefe do Poder Executivo estadual 
relativas ao exercício de 2016. 
Embora não se trate de fato inédito, 
apenas ao apreciar as contas do 
exercício de 2002, o Tribunal proferira 
decisão semelhante. A relevância 
e a excepcionalidade do momento 
nos convocam a uma reflexão acerca 
do papel dos órgãos de controle na 
gestão da coisa pública, em especial 
aquele exercido pelo Ministério 
Público de Contas, e sobretudo 
da contribuição que podem dar à 
construção de uma administração 
pública financeiramente sustentável e 
socialmente justa.
Como regra geral, em se tratando 
da apreciação das contas prestadas 
por aqueles que utilizam, arrecadam, 
guardam, gerenciam ou administram 
bens, dinheiros ou valores públicos, 
compete aos tribunais de contas, por 
força da norma contida no inciso II do 
art. 71 c/c art. 75 da Constituição da 
República Federativa do Brasil (CRFB), 
que foi reproduzida no artigo 123, 
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
ARTIGO
inciso II, da Constituição do Estado 
do Rio de Janeiro (CERJ), proceder 
ao julgamento das respectivas 
contas. Cabe-lhes, portanto, a palavra 
final em relação à regularidade 
ou irregularidade das contas 
apresentadas pelos chefes de Poder 
e pelos ordenadores de despesa em 
geral.
Não é o que se dá, porém, em relação 
às contas prestadas pelo presidente, 
governadores e prefeitos. De modo 
diferente do que ocorre nos outros 
processos submetidos à jurisdição 
de contas, o julgamento, neste caso, 
conforme prescreve o inciso I do art. 
71 da CRFB (art. 123, I, CERJ), ocorre 
em duas etapas. Na primeira, compete 
ao Tribunal de Contas a emissão de 
um parecer prévio e conclusivo sobre 
as contas, de caráter eminentemente 
técnico-jurídico. E a palavra final é dada 
pelo órgão de representação popular, 
a Alerj, no caso das contas do governo 
estadual.
Internamente, no âmbito do TCE-RJ, 
a prestação de contas de governo passa 
por quatro análises independentes. 
A primeira é a do seu corpo técnico, 
formado por servidores concursados e 
especializados em diversas áreas, como 
Direito, Contabilidade, Administração 
Pública, Economia, dentre outras. Em 
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segunda, a movimentação de recursos 
para saúde fora do Fundo Estadual 
de Saúde. A prática, além de violar 
frontalmente o disposto nos artigos 2º, 
14 e 16 da Lei Complementar Federal 
nº 141/12, impedindo que tais valores 
sejam computados como despesas 
em ações e serviços públicos de 
saúde, produz grandes dificuldades ao 
controle da legal, legítima e econômica 
aplicação do dinheiro público nessa 
importante função, militando contra a 
transparência na gestão dos recursos 
públicos. A terceira, o repasse a menor 
para o Fundeb, restando transferir, no 
exercício, quase R$ 1 bilhão. A conduta 
do governo estadual viola a norma 
prevista no art. 3º da Lei Federal nº 
11.494/07, representa um menoscabo 
ao direito fundamental social à 
educação, constante do caput do art. 
6º e detalhado nos artigos 205 a 214 da 
CRFB, bem como desrespeita o próprio 
princípio federativo (artigo 1º da CRFB), 
ao fazer com que montante expressivo 
de recursos públicos deixe de chegar 
aos municípios, por via do fundo.
Como se vê, as normas jurídicas 
aviltadas pelo Governo do Estado 
encontram fundamento direto na 
dignidade da pessoa humana, um 
postulado central de nosso Estado 
Democrático de Direito, o que orientou o 
parecer pela rejeição das contas.
No atual cenário, que pode ser 
chamado de crise, de crise fiscal, de 
ruína financeira do estado, para alguns 
até de calamidade pública,assegurar 
a qualidade do gasto e da receita 
pública e concretizar um controle 
eficaz sobre a atuação dos servidores 
públicos e agentes políticos na gestão 
dos recursos públicos mostra-se como 
pressuposto necessário para afastar os 
ciclos viciosos – de deficiência técnica, 
de má gestão, de falta de governança 
e de corrupção – que realimentam 
a própria crise. Uma crise que não é 
somente financeira, mas também social 
e moral.
O Ministério Público de Contas e 
o Tribunal de Contas, especialmente 
no cenário delineado, têm o dever de 
atuar de forma técnica e independente. 
Mas não podem, contudo, contentar-
se com a mera aferição, quase 
cartesiana, da conformidade legal 
dos atos de gestão e de realização da 
despesa pública por parte daqueles 
que têm acesso aos bens, dinheiros 
e valores públicos. Devem prestar 
sua contribuição para reverter uma 
trajetória de insustentabilidade 
financeira e de sacrifício dos direitos 
sociais, a qual penaliza, sobretudo, os 
excluídos, os mais pobres, que são os 
que mais precisam de uma aplicação 
eficiente dos recursos públicos. Além 
de sacrificar o presente, essa trajetória 
compromete nossos deveres para com 
as futuras gerações.
A mudança do quadro atual exige 
dos atores envolvidos no controle 
externo a consciência de que todos, 
como servidores públicos, estão 
continuamente a prestar contas ao 
verdadeiro destinatário dos recursos 
envolvidos: o povo do Estado do Rio de 
Janeiro. Cada órgão e agente, no âmbito 
de suas atribuições constitucionais e 
legais, deve empenhar todos os esforços 
para assegurar que cada centavo do 
dinheiro público chegue, sob a forma 
de serviços públicos eficientemente 
prestados, aos cidadãos de nosso 
estado, sem perdas, sem desvios, sem 
malversações. n
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Rio de Janeiro pode ser vis-
to sob diferentes ângulos. 
Desempenho educacio-
nal, situação econômica, 
aspectos sociais, panora-
ma ecológico e evolução 
populacional são apenas alguns deles. 
Todos estão presentes na 16ª edição dos 
‘Estudos Socioeconômicos dos Muni-
cípios do Estado do Rio de Janeiro’, 
elaborada pelo Tribunal de Contas do 
Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e 
lançada no fi nal do mês de maio. Nes-
sa publicação, além da atualização dos 
indicadores sociais e informações de 
cada um dos 91 municípios fl uminenses 
(a exceção é a cidade do Rio), outras 
novidades podem ser conferidas. 
A atual versão traz um capítulo es-
pecial sobre o cenário de crise fi nancei-
ra e a queda da atividade econômica, 
com fortes impactos na arrecadação 
em geral. Outra inovação é a criação 
de um capítulo sobre sustentabilidade, 
cujo foco é a análise da evolução dos 
indicadores ambientais com base nos 
17 objetivos de desenvolvimento sus-
tentável defi nidos pela Organização das 
Nações Unidas (ONU), que guiarão as 
ações globais nesse campo por 15 anos, 
a partir de 2016.
Entre as principais informações 
contidas nos estudos, algumas são 
preocupantes. Os investimentos per 
capita dos municípios fl uminenses, 
por exemplo, caíram pela metade en-
tre 2010 e 2015, passando de 12,29% 
da receita total para 6,59%. Esses 
dados revelam que as despesas fi xas, 
aquelas que contemplam o custeio 
da máquina pública, consumiram a 
maior parte do dinheiro disponível. 
Além disso, dos 91 municípios, 54 
apresentaram queda na arrecadação 
do Imposto Sobre Serviços (ISS) de 
LEVANTAMENTO
2014 para 2015, ano em que as con-
sequências da paralisação das obras 
do Complexo Petroquímico do Rio de 
Janeiro (Comperj) afetaram cidades 
que tinham no empreendimento da 
Petrobras uma importante fonte de 
recursos. Nesse contexto, Itaboraí e 
Itaguaí foram as mais prejudicadas, 
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
ESTUDO ELABORADO 
PELO TCE MOSTRA OS 
VÁRIOS ÂNGULOS DO 
RIO DE JANEIRO
Estudos 
Socioeconômicos 
dos Municípios 
do Estado do 
Rio de Janeiro
Secretaria-
VÁRIOS VÁRIOS 
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RIO DE JANEIRO
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com perdas de R$ 113 milhões e 
R$ 54 milhões, respectivamente.
No campo da educação, duas pes-
quisas recentes – Programme for 
International Student Assessment 
(Pisa) e Índice de Desenvolvimento da 
Educação Básica (Ideb) – evidenciam o 
grande desafi o da implantação de um 
sistema de qualidade em todos os ní-
veis. O primeiro estudo, promovido por 
uma agência europeia – Organização 
para a Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico (OCDE) –, compara interna-
cionalmente o desempenho de estudan-
tes de 15 anos de idade. O segundo, do 
Ministério da Educação (MEC), avalia os 
ensinos fundamental e médio oferecidos 
nas redes pública e privada.
O chamado “governo eletrônico”, com 
grande potencial de dinamizar ações 
de transparência e agilidade na gestão 
pública, é outro aspecto analisado de-
talhadamente na nova edição dos Estu-
ESTUDO ELABORADO 
PELO TCE MOSTRA OS 
VÁRIOS ÂNGULOS DO 
RIO DE JANEIRO
dos Socioeconômicos. Em 2016, todos os 
91 municípios jurisdicionados ao TCE 
apresentavam portal de informações na 
internet, um avanço em relação a 2002, 
quando apenas 42 cidades estavam nes-
sa condição. No entanto, foram observa-
dos problemas relativos à qualidade das 
informações disponíveis e à facilidade 
de acesso. Navegação defi ciente, links 
inativos, dificuldades para localizar 
dados e falta de atualização também 
são situações encontradas com certa 
frequência. 
Publicados desde 2001, os Estudos 
Socioeconômicos oferecem um amplo 
leque de assuntos, parte dos quais se 
mantém atualizada periodicamente, 
proporcionando uma visão da série 
histórica, enquanto outra parte aborda 
temas eventuais, formando um retrato 
atual dos aspectos mais relevantes da 
realidade dos municípios fl uminenses. 
Para mais informações, basta aces-
sar o site do TCE-RJ (www.tce.rj.gov.
br/web/guest/70). n
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RRREALBELEZAUMA JOIA PORTUGUESA NO CENTRO DO RIO
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“Muita gente chora quando entra 
aqui”, conta a bibliotecária Vera Lúcia 
de Almeida, 65 anos, os últimos 24 
dedicados ao Real Gabinete. A reação 
emocionada difi cilmente poderia ser 
considerada um exagero. A imponência 
da belíssima construção – exemplar do 
estilo neomanuelino, como o Mosteiro 
dos Jerônimos e a Torre de Belém, 
em Lisboa – e a vastidão da coleção 
de cerca de 300 mil livros de todas as 
áreas do conhecimento, e em vários 
idiomas, de fato impressionam. Não à 
toa, a biblioteca, cujo salão de leitura 
lembra o interior de uma catedral com 
as paredes tomadas de livros, foi eleita 
uma das cinco mais bonitas do mundo, 
em 2014, pela revista ‘Time’.
INSTITUIÇAO ABRIGA TESOUROS
Integralmente financiada pela 
iniciativa privada, a instituição abriga 
livros que remontam ao século XVI 
– dois de seus maiores tesouros são 
um exemplar da 1ª edição de ‘Os 
Lusíadas’, de Luís de Camões, de 
1572, e o 1º volume das Ordenações 
Manuelinas, de 1520, a obra mais 
antiga da biblioteca. Embora atraia 
muitos leitores interessados em 
publicações históricas (grande parte 
deles é formada por professores 
e estudantes universitários e 
pesquisadores), a biblioteca também 
é um convite para quem busca livros 
menos antigos, pois recebe todas as 
obras editadas em Portugal – o Real 
Gabinete não compra publicações –, 
graças a um acordo fi rmado com o 
governo do país europeu no início dos 
anos 1960.
“É o lugar perfeito. É ótimo para 
pesquisadores, mas também para 
quem está atrás de livros mais 
atuais, principalmente da literatura 
portuguesa contemporânea”, elogia 
Eduardo da Cruz, 38 anos, professor 
de literatura da Universidade doEstado do Rio de Janeiro (Uerj). “O 
Real Gabinete tem um acervo único, 
que não se encontra nem no exterior”, 
faz coro Andréia Alves Monteiro de 
Castro, 37, doutoranda em Literatura 
também na Uerj.
Com relação ao volume de obras 
portuguesas, realmente não há nada 
comparável fora de Portugal. E a 
formação de um catálogo tão extenso 
é proporcional aos 180 anos de vida da 
conteceu no último dia 11 de junho, um domingo. Em visita ao Real Gabinete 
Português de Leitura, joia cultural e arquitetônica do Centro Histórico do 
Rio, ninguém menos que o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sou-
sa, não se conteve ao pegar o manuscrito de ‘Amor de Perdição’, clássico 
do Romantismo escrito por Camilo Castelo Branco em 1862: “Preciso me 
sentar para não morrer de emoção”. Em visita ao Rio para celebrar o Dia 
de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas (comemorado 
na véspera) e acompanhado do primeiro-ministro, António Costa, o chefe 
de Estado lusitano resumiu o sentimento que frequentemente brota nos 
visitantes da biblioteca, que acaba de completar 180 anos de existência.AA conteceu no último dia 11 de junho, um domingo. Em visita ao Real Gabinete A conteceu no último dia 11 de junho, um domingo. Em visita ao Real Gabinete Português de Leitura, joia cultural e arquitetônica do Centro Histórico do A Português de Leitura, joia cultural e arquitetônica do Centro Histórico do Rio, ninguém menos que o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sou-A Rio, ninguém menos que o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sou-sa, não se conteve ao pegar o manuscrito de ‘Amor de Perdição’, clássico A sa, não se conteve ao pegar o manuscrito de ‘Amor de Perdição’, clássico do Romantismo escrito por Camilo Castelo Branco em 1862: “Preciso me A do Romantismo escrito por Camilo Castelo Branco em 1862: “Preciso me sentar para não morrer de emoção”. Em visita ao Rio para celebrar o Dia A sentar para não morrer de emoção”. Em visita ao Rio para celebrar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas (comemorado A de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas (comemorado na véspera) e acompanhado do primeiro-ministro, António Costa, o chefe A na véspera) e acompanhado do primeiro-ministro, António Costa, o chefe de Estado lusitano resumiu o sentimento que frequentemente brota nos A de Estado lusitano resumiu o sentimento que frequentemente brota nos visitantes da biblioteca, que acaba de completar 180 anos de existência.A visitantes da biblioteca, que acaba de completar 180 anos de existência.
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VER A MATÉRIA EM VÍDEO
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instituição. Fundado em 1837 por um 
grupo de 43 emigrantes portugueses, 
o Real Gabinete inicialmente ocupou 
um imóvel na antiga Rua Direita (hoje 
Rua 1º de Março) e, depois de passar 
por outros endereços, fixou-se na atual 
sede, projetada por Rafael da Silva e 
Castro e inaugurada em 1887 na antiga 
Rua da Lampadosa, depois batizada 
como Luís de Camões.
A última das reformas por que 
passou a biblioteca durou 18 meses 
– foi concluída em março de 2017 – 
e incluiu restauração da belíssima 
claraboia, que proporciona iluminação 
natural ao salão, dos telhados e dos 
vitrais e pinturas, entre outros reparos, 
no prédio principal e em seus dois 
anexos. “Temos muito orgulho desse 
trabalho, foi feito com precisão 
cirúrgica. O Real Gabinete é uma 
instituição que encanta portugueses, 
brasileiros e estrangeiros que a 
visitam, é a casa mater da cultura 
portuguesa no Brasil”, afirma o seu 
presidente, Francisco Gomes da Costa, 
67 anos, lembrando que as primeiras 
reuniões da Academia Brasileira de 
Letras, então presidida por Machado 
de Assis, aconteceram ali.
Na fachada do prédio, despontam as 
estátuas de quatro heróis portugueses 
dos tempos das Grandes Navegações: 
Luís de Camões, Pedro Álvares Cabral, 
Infante Dom Henrique e Vasco da 
Gama. O tesouro abrigado em seu 
INTERNET: INIMIGA E ALIADA
Funcionários atribuem a crescente queda do número de leitores em 
grande parte à popularização da internet, que oferece uma infinidade 
de obras por meio de apenas alguns cliques – mesmo exemplares muito 
antigos podem ser encontrados via Google. Mas a grande rede pode ser 
tanto uma ‘inimiga’ (quando se pensa na forma tradicional de leitura) 
quanto uma ‘aliada’. O acervo da biblioteca não foi digitalizado, mas o 
catálogo, sim, o que permite consultas on-line desde 2002.
Optou-se por digitalizar somente algumas publicações, como 
colóquios, correspondências entre escritores e manuscritos valiosos, 
como o já citado ‘Amor de Perdição’. Um projeto patrocinado pela 
Petrobras, o ‘Real em Revista’, também permitiu, em 2014, a digitalização 
de periódicos (jornais e revistas) portugueses, brasileiros e luso-
brasileiros do século XIX. Foi o único contemplado no Estado do Rio de 
Janeiro entre os 260 inscritos na categoria ‘Apoio a museus, arquivos 
e bibliotecas’ e contribuiu para preservar títulos raros e muitos cujos 
exemplares já sofriam com a deterioração.
De toda forma, quem prefere ser um leitor à moda antiga e fazer consultas 
presencialmente deve obedecer a regras 
rígidas. Consultas devem ser feitas 
pelo computador e o pedido, dirigido às 
bibliotecárias – os frequentadores são 
proibidos de manusear os livros, sob 
o risco de danificá-los, já que muitos 
são bastante antigos. Não é permitido 
tirar fotocópias das páginas, tampouco 
fotografá-las, nem entrar com livros 
próprios. Para levar publicações para 
casa, o leitor deve ser sócio-contribuinte 
(R$ 60 por mês), mesmo assim somente 
após seis meses, e a edição precisa ser 
posterior a 1950 (nem todos os títulos 
são liberados). Atualmente o Real 
Gabinete tem cerca de 2,4 mil sócios, 
mas menos de 10% de fato contribuem 
financeiramente para a instituição. 
conteceu no último dia 11 de junho, um domingo. Em visita ao Real Gabinete 
Português de Leitura, joia cultural e arquitetônica do Centro Histórico do 
Rio, ninguém menos que o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sou-
sa, não se conteve ao pegar o manuscrito de ‘Amor de Perdição’, clássico 
do Romantismo escrito por Camilo Castelo Branco em 1862: “Preciso me 
sentar para não morrer de emoção”. Em visita ao Rio para celebrar o Dia 
de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas (comemorado 
na véspera) e acompanhado do primeiro-ministro, António Costa, o chefe 
de Estado lusitano resumiu o sentimento que frequentemente brota nos 
visitantes da biblioteca, que acaba de completar 180 anos de existência.
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RELÍQUIAS INCLUEM ATÉ 
KAMA SUTRA EM FRANCÊS
Entre as suas centenas de milhares de livros, o Real Gabinete conserva 
relíquias, como a 1ª edição de ‘Os Lusíadas’ (1572) e o 1º volume das 
Ordenações Manuelinas (1520), como já mencionado. Estes são dois 
exemplos das 100 obras do século XVI que a biblioteca abriga, ou seja, 
publicações produzidas quando o Brasil ainda engatinhava. Diferentes 
exemplares do clássico de Camões – e até edições de outros países, como 
Estados Unidos e Noruega – reluzem num mostruário especial logo à 
direita de quem entra no amplo salão de leitura.
Um destes exemplares é o segundo mais antigo de ‘Os Lusíadas’ no 
Real Gabinete: uma edição de 1670 com os valiosos autógrafos dos 
aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral, que trouxeram a brochura 
de navio. Heróis portugueses, eles foram os primeiros a fazer de avião a 
travessia do Atlântico Sul e emprestam seus nomes a duas ruas no Rio de 
Janeiro. Outra preciosidade é o dicionário da língua tupy-guarani, escrito 
por Gonçalves Dias e doado ao Real Gabinete no século XIX. “Estas são 
algumas das nossas raridades, nossas pepitas de ouro”, brinca Vera Lúcia.
E tem mais. Numa vasta ala no segundo andar, repousam mais de 5 mil 
volumes da biblioteca

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