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Filosofia Medieval 1

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Filosofia
Al: 1191- Aron
Prof: Rafael Leite
				Filosofia Medieval
Como tudo começou...
Ao longo do V d.C, o império romano do Ocidente sofreu ataques constantes dos povos bárbaros. Desenvolveu-se, a partir de então, uma nova estruturação da vida social europeia, que corresponde ao período medieval
Nos primeiros séculos de nossa era, as obras de Platão e de Aristóteles haviam desaparecido. Assim, as principais concepções gregas absorvidas pelo cristianismo, nesse período, vieram de escolas filosóficas helenísticas e greco-romanas, com destaque para o estoicismo e o neoplatonismo. Eles propunham como realidade suprema o Uno, do qual emanariam todas as outras realidades, sendo a primeira delas o logos.
Contexto histórico do Cristianismo -Uma religião que surgiu no interior do Império Romano, com os seguidores dos ensinamentos de Jesus Cristo, constituída originalmente uma corrente heterodoxa (pensamento diferente) do judaísmo. Manteve as escrituras hebraicas ( Antigo Testamento) e incorporou a ele as escrituras gregas redigidas pelos apóstolos e primeiros cristãos (Novo Testamento) que fazem a bíblia. O desenvolvimento inicial do cristianismo ocorreu juntamente com a edificação da Igreja Católica, instituição que foi a única representante da fé cristã. por muitos séculos, até o inicio da idade moderna a filosofia grega penetrou entre as autoridades e as camadas mais cultas da população de Roma e suas províncias, posteriormente a Europa medieval. E com essa influência boa parte da doutrina cristã integra elementos de diversas correntes do pensamento grego. Os padres da Igreja e outros líderes tem o propósito de explicar e justificar diversos aspectos de sua fé.
Fé versus razão - O cristianismo se baseia na fé, que é crença ou adesão incondicional às verdades reveladas por Deus aos seres humano, verdades expressas nas Sagradas Escrituras (Bíbia) e interpretadas segundo a autoridade da Igreja. De acordo com a doutrina católica, a fé em si mesma seria a fonte mais elevada das verdades reveladas "Toda verdade, dita por quem quer que seja, é do Espírito Santo" - Santo Ambrósio, todas as verdades já foram reveladas por Deus, resta, apenas, demonstrar racionalmente as verdades da fé. Isso significa que toda investigação filosófica ou científica não poderia, de modo algum, contrariar as verdades estabelecidas pela fé católica logo os filósofos não precisavam mais se dedicar á busca da verdade, pois ela já teria sido revelada por Deus aos seres humanos. Restava aos filósofos apenas, demonstrar racionalmente as verdades da fé. Aqueles que contrariaram a verdade, cometiam heresia ( qualquer ato, palavra ou doutrina contrários ao que foi estabelecido pela Igreja, em termos de fé, heresia significava escolha). Alguns religiosos dispensaram até mesmo essa comprovação racional da fé, foi o caso de religiosos que desprezavam a filosofia grega dizendo ser um pensamento que leva o indivíduo a heresia.
Razão e fé juntas - Surgiram pensadores cristãos que defenderam o conhecimento da filosofia grega conciliando esse estudo como instrumento a serviço da fé cristã, enfrentar os descrentes e derrotar os hereges (pessoa que escolheu uma determinada heresia) com as armas da racionalidade e da argumentação lógica, o objetivo era convencer os descrentes, tanto quanto possível, pela razão, para depois fazê-los aceitar a imensidão dos mistérios divinos somente acessíveis pela fé.
Podemos dividir o contexto filosófico medieval em quatro momentos principais: 
Padres Apostólicos: início do cristianismo com os apóstolos disseminando a palavra do Cristo, sobretudo em relação a temas morais destacando a figura de São Paulo de Tarso pelo volume e valor literário de suas epístolas
Padres Apologistas: faziam apologia do cristianismo contra a filosofia pagã. Destaque para Orígenes, Justiniano, Tertuliano. Os mais intransigentes contra a filosofia grega em defesa da fé Cristã.
Patrística: pretendia uma conciliação entre a razão e a fé. Destacam-se aqui a figura de Santo Agostinho e a influência da filosofia platônica
Escolástica: adotou-se nessas escolas a educação romana como modelo. Era ensinado gramática, retórica,geometria,aritmética(....), mas todas as matérias eram submetidas á teologia. Buscou sistematizar a filosofia cristã a partir da interpretação da filosofia de Aristóteles, com destaque para a figura de Santo Tomás de Aquino.
Sua característica fundamental é a ênfase nas questões teológicas, destacando-se temas como: o dogma da Trindade, a encarnação de Deus-filho, a liberdade e salvação, a relação entre fé e razão.
Santo Agostinho - Foi bispo da Igreja Católica, foi professor de retórica em escolas romanas, entrou em contato com o ceticismo (não existe verdade plena) e, depois, com o neoplatonismo marcado por sentimentos religiosos e crenças místicas. Cresceu e aprofundou-se então em Agostinho uma grande crise existencial, em busca de um sentido para vida. Foi nesse período crítico que ele se sentiu atraído pelas pregações de Santo Ambrósio. Pouco tempo depois, converteu-se ao cristianismo, tornando-se seu grande defensor pelo resto da vida.
Superioridade da Alma - Em sua obra, Agostinho argumenta em favor da supremacia do espírito sobre o corpo, para ele, a alma teria sido criada por Deus para reinar sobre o corpo, dirigindo-o para a prática do bem. O pecador, utilizando-se do livre-arbítrio, costumaria inverter essa relação, fazendo o corpo assumir o governo da alma, subordinando o eterno ao transitório, da essência a aparência. A verdadeira liberdade estaria na harmonia das ações humanas com a vontade de Deus. Ser livre é servir a Deus, diz Agostinho, pois o prazer de pecar é a escravidão.
A matriz aristotélica até Deus - Carlos Magno, rei dos francos organizou o ensino e fundou escolas ligadas ás instituições católicas. Era o período da renascença carolíngia ( refere-se ao estímulo dado á atividade cultural do governo de Carlos Magno, preservando a transmissão da cultura da Antiguidade clássica).
Santo Tomás de Aquino - A filosofia de Tomás de Aquino tem como objetivo organizar um conjunto de argumentos para demonstrar e defender as revelações do cristianismo. Assim ele reviveu grande parte do pensamento aristotélico em busca de argumentos que explicassem os principais aspectos da fé cristã.
Princípios básicos - Retomando as ideias de Aristóteles, Tomás de Aquino enfatizou a importância da realidade sensorial em relação ao processo de conhecimento dessa realidade e ressaltou princípios básicos, dentre os quais se destacam:
.Princípio da não contradição - o ser é ou não é. Não existe nada que possa ser e não ser ao mesmo tempo sobre o mesmo ponto de vista
.Princípio da substância - na existência dos seres podemos diferenciar a substância (essência de uma coisa, sem aquilo ela não seria o que é) do acidente ( a qualidade não essencial, acessório do ser).
.Princípio da causa eficiente - todos os seres que captamos pelos sentidos são seres contingentes, isto é, não possuem em si próprios a causa eficiente de suas existências. Portanto, para existir, o ser contingente depende de outro ser que representa sua causa eficiente, chamado de ser necessário.
.Princípio da finalidade - todo ser contingente existe em função de uma finalidade, de uma "razão de ser". Enfim, todo ser contingente possui uma causa final.
.Princípio do ato e da potência - todo ser contingente possui duas dimensões, o ato e a potência. O ato representa a existência atual do ser, aquilo que está realizado e determinado. A potência representa a capacidade real do ser, aquilo que não se realizou mas pode realizar-se. 
Ser e essência
Tomás de Aquino introduziu uma distinção entre o ser e a essência, dividindo em ser em geral e a do ser pleno, que é Deus. De acordo com essa distinção, o unico ser realmente pleno, no qual o ser e a essência se identificam, é Deus. Não há o que realizar ou atualizar em Deus. Tomás de Aquino disse que Deus é o Ser que existe como fundamento da realidade das outras essências as quais, uma vez existentes,participam de seu Ser. Isso equivale dizer que nas outras criaturas o ser é diferente da essência, pois as criaturas são seres não necessários, è Deus que permite às essências realizarem-se em entes, em seres existentes.
Provas da existência de Deus
o primeiro motor - tudo aquilo que se move é movido por outro ser e assim sucessivamente. Se não houvesse um primeiro ser movente, cairíamos em um processo indefinido. Logo Tomás diz que é necessário chegar a um primeiro ser movente que não seja movido por nenhum outro. Esse ser é Deus.
a causa eficiente - todas as coisas existentes não possuem em si a causa eficiente de suas existências. Tomás afirma ser impossível remontar indefinidamente à procura de causas eficientes. Logo é necessário admitir a existência de uma primeira causa eficiente, responsável pela sucessão de efeitos. Essa causa primeira é Deus.
ser necessário e ser contingente - esse argumento afirma que todo ser contingente, do mesmo modo que existe, pode deixar de existir, logo se todas as coisas que existem podem deixar de ser, então, alguma vez, nada existiu, então é preciso admitir que há um ser que sempre existiu, um ser absolutamente necessário, que não tenha fora de si a causa de sua existência,mas, ao contrário, que seja a causa da necessidade de todos os seres contingentes. Esse ser necessário é Deus.
os graus de perfeição - em relação à qualidade de todas as coisas existentes, pode-se afirmar que há graus diversos de perfeição. Assim, estabelecemos que tal coisas é melhor que outra, ou mais bela, ou mais poderosa etc. Se uma coisas possui "mais" ou "menos" determinada qualidade positiva, isso supõe que deva existir um ser com o máximo dessa qualidade, no nível da perfeição, logo há um ser com o máximo de bondade, de beleza, de poder, de verdade, sendo, portanto, um ser máximo e pleno. Esse ser é Deus.
a finalidade do ser - todas as coisas brutas, que não possuem inteligência própria, existem na natureza cumprindo uma função, finalidade. Devemos admitir, então, que existe algum ser inteligente que dirige todas as coisas da natureza para que cumpram seu objetivo. Esse ser é Deus.

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