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MACRO II [2017] [Gabarito Prova 2]

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA 
 
EAE 308 – Macroeconomia II – 2º Semestre de 2017 
Professor: Gilberto Tadeu Lima 
 
Gabarito Sintético da Prova Parcial II 
 
[1] Considere uma pequena economia aberta descrita pelas seguintes equações: 
 
(1) 
)( pshcye 
 
10  c
; 
0h
 
(2) 
( / ) ( )dp dt p a e y  
 
0a
 
(3) 
dm p ky ur  
 
0k
; 
0u
 
(4) 
sm m
 
(5) 
esrr  *
 
(6) 
( / ) ( )e eds dt s v s s  
 
0v
 
 
em que 
e
 é a demanda agregada, 
y
 é o produto real doméstico (exógeno e fixo), 
s
 é o câmbio nominal, definido 
como o preço em moeda local de uma unidade de moeda estrangeira, 
p
 é o nível de preço doméstico, 
dm
 é a 
demanda por moeda doméstica e 
sm m
 é a oferta de moeda doméstica (exógena), todos em log. Por outro 
lado, 
r
 e *r são, respectivamente, as taxas de juros doméstica e internacional, sendo que *r é exógena e fixa, 
( / )e eds dt s
 é a taxa de depreciação cambial esperada e 
s
 é o valor, em log, do câmbio nominal de equilíbrio 
de médio prazo. Para simplificar, supõe-se que o preço internacional é exógeno e fixo, sendo seu valor, em log, 
igual a zero. Por fim, supõe-se perfeita mobilidade de capital e regime de taxa de câmbio flexível. 
 
[a] Suponha que 
0y 
, ou seja, que o produto real doméstico é igual a um, e que a economia encontra-se 
inicialmente em uma situação em que o preço doméstico e a taxa de câmbio nominal são tais que todos os 
mercados estão em equilíbrio de curto e médio prazo. Supondo ainda que o mercado monetário local (com 
satisfação da condição de paridade descoberta de juros) se ajusta instantaneamente (ou seja, já no curto prazo) 
mas o mercado de bens local se ajusta lentamente (ou seja, se ajusta apenas na transição do curto para o médio 
prazo), de que maneira, se alguma, uma queda permanente na oferta monetária doméstica, de 
0m
 para 
1m
, por 
exemplo, afeta 
p
 e 
s
? Justifique sua resposta em termos algébricos, gráficos (no espaço 
( , )p s
, com 
p
 no eixo 
vertical) e econômicos. [7,0] 
 
Resolução: Substituindo (6) em (5) obtemos 
* ( )r r v s s  
. E, substituindo esta última expressão em (3) e 
substituindo a expressão resultante e a equação (4) na condição de equilíbrio no mercado monetário, podemos 
resolver para o nível de preço doméstico em termos da taxa de câmbio nominal e de parâmetros e variáveis 
exógenas, obtendo 
*p m ur uvs uvs   
. Logo, 
( / )dp ds uv 
. Portanto, no espaço 
( , )p s
, com o preço 
doméstico ocupando o eixo vertical, o equilíbrio no mercado monetário com satisfação da condição de paridade 
de juros é representado por uma reta negativamente inclinada, a qual chamaremos de 
MM
. Por outro lado, a 
relação entre 
p
 e 
s
 correspondente ao equilíbrio no mercado de bens (
0p 
) pode ser computada através da 
substituição de (1) em (2), com que obtemos 
p s
 – ou seja, a reta de 45º no espaço 
( , )p s
. Supondo que o 
mercado monetário (com satisfação da condição de paridade de juros) se ajusta instantaneamente, mas o 
mercado de bens se ajusta lentamente (ou seja, com 
p p
 no instante em que o mercado monetário se ajusta, 
 
 
 
 
em que 
p
 é o preço doméstico de equilíbrio de médio prazo antes de ocorrer a variação monetária), segue-se 
que uma queda permanente na oferta monetária, de 
0m
 para 
1m
, desloca a reta 
MM
 para a esquerda e 
s
 
inicialmente ultrapassa seu novo valor de equilíbrio de médio prazo. Ou seja, como o impacto imediato dessa 
queda na oferta monetária se dá com 
p
 (além de 
y
) constante, ocorre um overshooting inicial da taxa de 
câmbio nominal. A substância econômica desse overshooting está descrita no cap. 9 de Carlin & Soskice. A 
intuição é simples: uma vez que 
p
 e 
y
 não são variáveis de ajuste no restabelecimento do equilíbrio entre oferta 
real de moeda doméstica e demanda real por moeda doméstica, tal como refletido na relação 
LM
, a taxa de 
juros doméstica sobrereage à contração monetária de 
0m
 para 
1m
. Ou seja, a taxa de juros doméstica sobe mais 
do que subiria caso 
p
 variasse negativamente (conforme (2)) já no curto prazo e/ou se ao menos parte da 
redução na demanda agragada se traduzisse, também já no curto prazo, em queda do produto doméstico, 
y
. 
Portanto, conforme (5) e (6), a essa sobrereação da taxa de juros doméstica corresponde uma sobreapreciação 
da taxa de câmbio nominal: como a satisfação de (5) requer 
0es 
, a satisfação de (6) requer 
s s
, ou seja, a 
taxa de câmbio nominal corrente ultrapassa (overshoots) seu novo valor de equilíbrio de médio prazo, o qual 
varia na mesma direção que (e tanto quanto) a oferta nominal de moeda doméstica. Ou seja, como a satisfação 
de (5) requer uma expectativa de depreciação cambial, isso só ocorrerá se a taxa de câmbio nominal corrente 
estiver apreciada em relação ao seu novo valor de equilíbrio de médio prazo. 
 
 
[b] De que maneira, se alguma, o resultado qualitativo obtido no item anterior seria alterado caso a demanda por 
moeda doméstica deixasse de depender da taxa de juros doméstica, ou seja, 
0u 
, e o mercado de bens 
doméstico também se ajustasse instantaneamente (ou seja, já no curto prazo)? Justifique sua resposta em 
termos algébricos, gráficos (novamente no espaço 
( , )p s
, com 
p
 no eixo vertical) e econômicos. [3,0] 
 
Resolução: Caso a demanda por moeda deixasse de depender da taxa de juros doméstica, ou seja, 
0u 
, é fácil 
perceber que 
MM
 se tornaria horizontal, sendo que 
p m
. Logo, uma queda permanente na oferta monetária 
deslocaria a reta 
MM
 para baixo e, já que 
m p s    
, não ocorreria nem overshooting nem undershooting da 
taxa de câmbio nominal – ou seja, a taxa de câmbio nominal corrente convergiria monotonicamente para o seu 
novo valor de equilíbrio de médio prazo.

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