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3oTreino de Interpretação

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COLÉGIO NAVAL
3º TREINO DE INTERPRETAÇÃO 2013
PROFESSORA DAISY
Texto referente às questões de 1 a 4.
Nova ortografia, velhos dizeres
É oficial: entrou em vigor a nova ortografia. Quer dizer: mais ou menos em vigor.
É a única do mundo legislada. Os brasileiros temos pouca intimidade com as vigorações. Há sempre um amanhã, um depois de amanhã e, graças a Deus, um Dia de São Nunca, as calendas (ver dizeres populares em extinção).
Depois de anos caitituando Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau (olha o hífen!), Moçambique e Timor-Leste (eu disse que é pra olhar o hífen!), para não falar em Portugal, que andou pisando na bola (ver dizeres em extinção), o Brasil finalmente, mediante quatro decretos promulgados, assinados por presidente da república, conseguiu fazer com que uns bons 250 milhões de pessoas escrevam de forma idêntica.
Quer dizer: mais ou menos idêntica. Primeiro, porque dessas 250 milhões de pessoas apenas uns 15% são vagamente alfabetizadas. Desses 15%, pelo menos 10% é de nacionalidade portuguesa.
Mas que 15%! É para elas que se legislou. Quer dizer: mais ou menos se legislou. Há dúvidas e indecisões em massa. Principalmente nos meios alfabetizados, por assim dizer.
Porque o hífen isso e o trema aquilo e o acento agudo esse e o circunflexo aquele e pororó, pão duro coisa e tal (ver dizeres populares em extinção).
De certo, sabe-se uma coisa: o decreto-lei para os hífens e seu uso, que entrou em vigor no primeiro dia de janeiro de 2009, tem até 2012, ou 2021, talvez até 3033, para ser adotado à vera (ver dizeres em extinção) entre a chamada CPLP, a digníssima Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, ou os Oito Magníficos Países de Ouro, como são conhecidos nos meios lexicográficos mundiais.
O	De garantido, pode-se afirmar que essa nova ortografia (quer dizer: mais ou menos um acordo, ou um decreto, ou uma lei) vai dar um dinheirão e muita gente boa vai pegar uma nota preta e sair pela aí (ver dizeres públicos em extinção), pelos países da doce língua de Camões e Paulo Coelho, montada na burra do dinheiro. (...)
Ivan Lessa
Vocabulário
calendas: o primeiro dia de cada mês, no antigo calendário romano; no texto, significa calendas gregas; o Dia de São Nunca.
caitituando: fazendo campanha promocional. 
lexicográficos: relativos a dicionários e a definições.
1)Com base no texto, NÃO é correto afirmar que
(A)no trecho “… 250 milhões de pessoas escrevam de forma idêntica. Quer dizer: mais ou menos idêntica.”, o autor enfatiza que, no Brasil, um país democrático, os cidadãos são livres para escreverem como querem desde que se comuniquem de forma eficiente.
(B)a falta de uniformidade no uso das regras ortográficas resulta, entre outros fatores, da desinformação e do analfabetismo funcional que ainda atinge parcela significativa da população.
(C)com a ressalva “quer dizer: mais ou menos um acordo, ou um decreto, ou uma lei”, o escritor salienta a indefinição daquilo que foi estabelecido no país acerca das mudanças na língua portuguesa.
(D)com as frases “mais ou menos em vigor” e “… temos pouca intimidade com as vigorações”, o autor ironiza a flexibilidade com que as leis são respeitadas no Brasil.
(E)As mudanças constantes da oralidade são marcadas pelas ressalvas do autor em “ver dizeres populares em extinção”.
2)“pode-se afirmar que essa nova ortografia (…) vai dar um dinheirão…”. Tendo em vista a sua classificação morfológica, o termo grifado repete-se em:
(A)“… para não falar em Portugal, que andou pisando na bola…”
(B)“… eu disse que é pra olhar o hífen!”
(C)“… decreto-lei para os hífens e seu uso, que entrou em vigor…”
(D)“É para elas que se legislou.”
(E)“… Cale-se, que a regra deve sempre prevalecer! ”
3)Preencha a lacuna com porque, porquê, por que, por quê: “Nunca nos perguntaram _____ cometemos tamanho equívoco. Talvez _____ não quisessem ouvir a verdade. Os _____ doem às vezes.”
(A)por que, porque, porquês 
(B)porque, porque, porquês
(C)por que, por que, por quês
(D)porquê, por que, porquês
(E)porque, porque, por quês
4)A mesma figura de linguagem presente em “Os brasileiros temos pouca intimidade com as vigorações.” repete-se em:
(A)“Nova ortografia, velhos dizeres.”
(B)“Brasília é uma estrela espatifada.”
(C)“O Ford quase o derrubou e ele não viu o Ford.”
(D)“Coisa curiosa é aquela gente! Divertem-se com tão pouco...”
(E)“Quer dizer: mais ou menos idêntica”.
Texto II, referente à questão 5.
5)A alternativa que apresenta uma afirmação descabida é
(A)Apenas no primeiro par de frases a vírgula foi empregada para indicar pausa na leitura.
(B)No segundo par de frases, a palavra “só” é um advérbio nas duas ocorrências.
(C)No terceiro par de frases, a inclusão de vírgula implica a aceitação espontânea de algo.
(D)No quarto par de frases, a palavra “juiz” isolada por vírgulas exerce a função sintática de vocativo.
(E)No último par de frases, o advérbio “não” refere-se ao verbo “querer” apenas na primeira ocorrência.
Texto III, referente à questão 6.
6)No terceiro quadrinho, está pressuposta a ideia de que o cargo de diretor de ecologia
(A)é alvo da cobiça de outros diretores. 
(B)é fruto do nepotismo.
(C)não existe naquela empresa.
(D)não goza de prestígio na empresa.
(E)requer habilidades especiais.
Textos IV, V e VI, referentes às questões 7, 8 e 9.
IV
SOS - Salvem o planeta! (fragmento)
	As indústrias e os carros causam febre na Terra. A febre é um sintoma de desequilíbrio no ecossistema global. As principais causas desse sintoma são: a diminuição das plantas da superfície da Terra, o excesso de gás carbônico no ar que todo mundo respira e a emissão de aerossóis na atmosfera - partículas sólidas e líquidas suspensas no ar, como a fuligem.
	A indústria do petróleo desequilibra os ecossistemas do ar e da água e impede que as pessoas usem energia limpa, que não solta gás carbônico na atmosfera.
	Existe tecnologia que pode receber incentivos para se desenvolver o suficiente para distribuir apenas energia limpa no mundo.
Camila Vinhas
V
Menino que mora num planeta
azul feito a cauda de um cometa
quer se corresponder com alguém
de outra galáxia.
Neste planeta onde o menino mora
as coisas não vão tão bem assim:
o azul está ficando desbotado
e os homens brincam de guerra.
É só apertar um botão
que o planeta Terra vai pelos ares...
Então o menino procura com urgência
alguém de outra galáxia
para trocarem selos, figurinhas
e esperanças.
	Roseana Murray
VI
Habitante de outra galáxia
aceita corresponder-se com o menino
do planeta azul.
O mundo deste habitante é todo
feito de vento e cheira a jasmim.
Não há fome nem há guerra,
e nas tardes perfumadas
as pessoas passeiam de mãos dadas
e costumam rir à toa.
Nesta galáxia ninguém faz a morte,
ela acontece naturalmente,
como o sono depois da festa.
Os habitantes não mentem
e por isso os seus olhos
brilham como riachos.
O habitante de outra galáxia
aceita trocar selos e figurinhas
e pede ao menino
que encha os bolsos de esperanças,
e não só os bolsos, mas também as mãos,
e os cabelos, a voz, o coração
que a doença do planeta azul
ainda tem solução.
Roseana Murray
7)Para evitar repetição, o autor se utiliza no texto IV de duas expressões de sentido semelhante para se referir aos habitantes do planeta azul. Explicite-as.
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8)Para o menino do texto V, a Terra também está adoecendo.
a)Retire desse texto o vocábulo que expressa essa opinião.
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b)Sem encontrar uma solução para a cura dos males da Terra, o menino do texto V entra em contato com um habitante de outra galáxia. Explicite a sugestão oferecida pelo extraterrestre
do texto VI.
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9)A mensagem do texto VI é otimista. Retire do texto os versos que mostrem o motivo desse otimismo.
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Texto VII, referente à questão 10 a.
10)Para Mafalda, o planeta Terra está doente. O texto aponta uma das doenças de que sofre o planeta.
a)Explicite-a.
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b)Transcreva o vocábulo, presente no texto IV, que indica o sintoma dessa doença.
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Texto VIII, referente às questões de 11 a 16.
A Vida é uma festa
	Adolescer é coisa tão complicada que a própria palavra vem de doer, de adoecer. Exagero dos romanos, que criaram no seu latim a palavra adolescentia com essa ambiguidade? Nem tanto. Toda a literatura sobre o tema (que só nos últimos 50 anos deve pesar toneladas) converge em certas questões, destacadas pela psicologia, pela sociologia e por todas as outras ciências que estudam o comportamento humano.
	Questões sobre a transição, a aventura de cada descoberta, o desabrochar da sexualidade, as mudanças corporais e o imenso salto intelectual com o acúmulo de informações sobre o mundo que marcam essa etapa.
	Mas questões também sobre as responsabilidades crescentes e a luta pela autonomia, os conflitos domésticos e entre gerações, os conflitos com o outro e consigo mesmo.
	E isso não é tudo: a inserção nas regras do jogo do mundo adulto (e a inevitável contestação a essas regras) vem acompanhada pela perda de facilidades da infância e a perplexidade diante da vida que se entreabre, com suas promessas de delícias e ameaças. Daí a chamada crise da adolescência, cheia de inseguranças e de espinhas na cara.
	Por isso tudo, os adolescentes costumam se sentir incompreendidos pelos mais velhos (na maior parte das vezes, diga-se de passagem, com toda razão) e adotam comportamentos e códigos próprios, desviantes dos padrões esperados, mas completamente legítimos no interior da "turma", onde cada passo é compartilhado e a confiança é incondicional.
	O adolescente é um bicho ético, que detesta a hipocrisia: está procurando, em cada experiência nova, um fundamento da arte de viver. Para isso, a verdade é essencial. Cada experiência é decisiva porque ele sabe que em cada escolha está se construindo como pessoa. Tudo tem que ser falado, dissecado, trocado em miúdos.
	Afinal, a vida é uma festa, mas uma festa cheia de mistérios.
			Domingos de Oliveira.
11)Explicite o que os adolescentes fazem ao se sentirem incompreendidos.
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12)Explicite por que a adolescência é considerada um período importantíssimo na vida de uma pessoa.
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13)Obedecendo à modalidade padrão, explicite o significado de "o adolescente é um bicho ético".
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14)Explicite por que a contestação das "regras do jogo do mundo adulto" é inevitável na adolescência.
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15)Explicite qual é a grande contradição vivida pelo adolescente.
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16)Transcreva a frase que o mostra o interesse dos especialistas pelo tema da adolescência em nossa cultura.
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GABARITO
Texto I
1) A		2) B		3) A		4) D		
Texto II
5) A
Texto III
6) D	
Textos IV, V e VI
7) "todo mundo" / "as pessoas".
8)a) "desbotado". / b)O extraterrestre sugeriu que o menino do texto II se enchesse de esperança (mantivesse/tivesse/não perdesse a esperança).
9) "que a doença do planeta azul
 ainda tem solução".
Texto VII
10)a)Trata-se do desequilíbrio no ecossistema global. / b)"febre".
Texto VIII
11)Eles adotam comportamentos e códigos próprios.
12)Nessa fase, o ser humano está se construindo.
13)O adolescente tem preocupação comportamental; ele já se preocupa com os valores sociais.
14)Pelo fato de os adolescentes sentirem-se incompreendidos pelos mais velhos.
15)O aumento das responsabilidades sem o correspondente aumento da autonomia.
16)"Só nos últimos anos deve pesar toneladas" (a literatura sobre o tema).

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