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Resumo de História para a 4ª P.P.

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A Idade Média-definição
-A idade média é o período histórico compreendido entre 476 e 1453. Esse nome foi atribuído a esse tempo pelos pensadores da Idade moderna, período diretamente posterior à idade Média. Segundo o pensamento moderno, a antiguidade clássica havia sido um período de esplendor e desenvolvimento de grandes valores. Mas esses valores teriam morrido e o mundo teria entrado em um período de trevas, sendo, depois, vivenciado um renascimento do clássico e de tudo que se havia perdido. Para eles, A antiguidade e a Idade moderna eram dois períodos de extenso desenvolvimento cultural, separados por uma época de trevas e retrocesso científico, sendo, por esse motivo, atribuído a esse período o nome de Idade Média, que está no meio. 
-Contudo, a ideia de trevas, escuridão, falta de conhecimento, não é totalmente correta, sendo extremamente eurocêntrica. Isso ocorre porque em diversas outras partes do mundo, muitas outras civilizações vivenciavam períodos inigualáveis de desenvolvimento. Exemplos disso são a Civilização Bizantina e a Civilização Muçulmana. Portanto, esse conceito de idade média aplica-se com foco na Europa.
O Império Bizantino
Surgimento
-Já no fim de sua História, o decadente Império Romano dividiu-se em duas partes. O lado oeste ficou conhecido como Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e o lado leste, como Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla. Devido a vários fatores, o Império romano do ocidente caiu em 476, mas a parte leste, o Império Romano do Oriente permaneceu de pé, passando a denominar-se Império Bizantino.
-Inicialmente, O Império Bizantino estava fortemente ligado à cultura romana, mantendo, por exemplo, o Latim como língua oficial.
O Apogeu do Império-O governo de Justiniano (de 527 a 565)	
-Justiniano procurou reconstruir o Império Romano como um todo (Oriente-Império Bizantino e Ocidente-agora sob o controle de vários reinos bárbaros). Ele lança seus exércitos sob o comando do general Belizário e conquista algumas antigas regiões. No entanto, essas guerras, apesar haverem tido certo sucesso, não foram nem um pouco baratas. Os altos gastos empreendidos nessas expedições começaram a gerar um grande descontentamento da população mais pobre, que teve de pagar impostos mais altos.
-Outro feito de Justiniano foi organizar as leis do império. Ele institui o Corpus Juris Civilis (Corpo do Direito Civil), um conjunto de trabalhos baseados no antigo direito romano, que serviu para ajudar o Imperador a manter o controle sobre seu Império. Essa criação, além de ser outra herança cultural do antigo Império Romano.
-Justiniano chegou ao poder de uma forma não convencional. Seu tio era um general e deu um golpe de estado. Antes de ele morrer, nomeou Justiniano, filho de camponeses, seu sucessor. A elite contestava essa sua chegada ao poder, alegando que seu governo não era legítimo. Então, numa ocasião de festividades no Hipódromo, onde ocorriam os espetáculos públicos, essa elite incitou o povo, que estava descontente com os altos impostos, a uma revolta, que ficou conhecida como Revolta Nika (no livro, “Sedição de Nike”). Essa revolta foi contida pelo Imperador e deixou cerca de 30.000 mortos.
As questões religiosas
-O cristianismo não acabou com o fim do Império Romano do Ocidente. Ele continuou a existir no Oriente e, no ocidente, conquistou lugar na crença dos povos bárbaros. Contudo, no Império Bizantino, o cristianismo era diferenciado, fortemente influenciado pelas crenças orientais. Como resultado dessa forte influência, algumas crenças que só existiam no Império Bizantino eram consideradas heresias para os padrões do ocidente. Entre elas, podem-se destacar:
.O MonofisismoEm oposição aos ocidentais, os monofisistas acreditavam que Cristo possuía apenas o lado divino e negavam a Santíssima Trindade (o Pai, o Filho e o Espírito Santo). Esse pensamento considerado herege atingiu seu apogeu durante o reinado de Justiniano, no século V.
.A IconoclastiaOs seguidores desse pensamento quebravam as imagens sagradas, o que evidencia uma grande diferença do cristianismo ocidental, que as cultuava. No início do século VIII, o imperador leão III proibiu, de vez, o uso dessas imagens nos templos, sendo largamente apoiado pelo povo. No entanto, o imperador não fez isso simplesmente por suas crenças. Na época, as imagens eram fabricadas por monges que muito lucravam com o seu comércio e que, por isso, começaram a ameaçar o poder imperial. Portanto, o principal motivo do sucesso do pensamento iconoclástico dentre do governo foi a questão política.
-Como o povo bizantino era bastante agitado no contexto religioso, o imperador sempre se via obrigado a intervir nos assuntos da desse tipo. Essa constante intervenção constitui o Cesaropapismo, o controle do Imperador sobre a Igreja.
-As divergências entre o cristianismo no ocidente e no oriente acabaram por levar a uma ruptura, uma cisão entre essas duas correntes, conhecida como Cisma do Oriente. Esse fato, ocorrido em 1054, teve, como resultado, o surgimento da Igreja Católica Apostólica Romana no ocidente, chefiada pelo Papa e sediada em Roma e da Igreja Cristã Ortodoxa Grega, chefiada pelo bispo de Constantinopla (conhecido como patriarca e subordinado ao Imperador pelo cesaropapismo) e sediada nessa cidade.
A herança cultural, a decadência e o fim do Império
-Apesar de, no início, ter raízes bastante romanas, o Império Bizantino foi se orientalizando, ou seja, absorvendo características das culturas orientais. O Idioma oficial, por exemplo, era Latim no início, e, ao longo do tempo, o grego passou a predominar e acabou por se transformar em língua oficial. Essa mesclagem da cultura latina com a grega deixou marcas nas regiões ocupadas pelo Império. 
-A atividade urbana era muito bem desenvolvida, com um comércio intenso e uma rica cultura. Como herança cultural, o maior expoente é o direito. Além disso, como maior feito artístico, tem-se a igreja de Santa Sofia.
-Embora tivesse resistido à queda do Império Romano do Ocidente, O Império Bizantino não conseguiu escapar por muito tempo da atenção de outros povos. A partir do século VII, povos bárbaros, entre eles os Hunos, e Árabes iniciaram o processo de decadência do Império. Finalmente, em 1453, Constantinopla caiu para os Turcos. Era o fim do Império Bizantino.
 O Império Árabe
A Arábia pré-islâmica
-No final do século VI, a população da península arábica dividia-se em duas regiões. Havia a Arábia desértica, o interior dessa localidade, que era povoada por tribos nômades do povo beduíno, o qual tinha sempre de mudar sua posição, já que lá não existiam recursos em abundância. Além dela, existia a Arábia Feliz, ou Hadjaz, que era ocupada por habitantes sedentários, já que havia terrenos mais propícios à agricultura, além da proximidade com o mar. Nessa região costeira, surgiram cidades, algumas delas importantes centros comerciais como Meca e Yatreb.
-Não havia um grande império na região. Em vez disso, ela se dividia em diversas tribos, que viviam em guerras constantes. Entretanto, essas muitas tribos tinham um aspecto em comum: a religião. Acreditava-se em aproximadamente 300 deuses, dos quais Alá era o principal. Na cidade de Meca, existia, bem como existe até hoje, um pedaço de asteroide considerado divino pelos habitantes, chamado Caaba. Esse fato fazia de Meca a cidade mais importante da Península Arábica, e a tribo que guardava esse objeto e promovia o comércio nessa área era a tribo dos Coraixitas. 
O surgimento do Islamismo
-Nesse contexto de fragmentação política e territorial, surge um homem diferenciado na tribo dos Coraixitas. Seu nome é Maomé (Muhammad, em Árabe). Ele vinha de uma família pobre e desde a infância participava de caravanas comerciais no deserto. Passando por diversas localidades, mesmo fora da península arábica, teve contato com outras religiões, como o cristianismo e o judaísmo, as quais defendiam a crença em um único deus. Influenciado por essasreligiões, Maomé, a partir de 610, começa a pregar uma nova, conhecida como islamismo. O islamismo era monoteísta e juntava características do cristianismo e do judaísmo, apresentando, também, sua originalidade. Ao contrário do que muitos pensam, os muçulmanos aceitam a crença em Abraão, Moisés e Jesus, mas o último dos profetas seria Maomé. Isso significa que os outros profetas são respeitados, mas Maomé é o principal deles. Seu livro sagrado é o Alcorão, o qual também aborda questões de justiça e de comportamento social. Essa crença baseava-se em cinco obrigações:
.O HajjPeregrinar à Caaba uma vez na vida, desde que os meios e a saúde permitam.
.Orar cinco vezes ao dia voltando-se para Meca.
.Fazer jejum no mês de ramadã (período em que ocorreu a Hégira, que já será explicada).
.Dar esmolas.
.Guardar as sextas-feiras.
-Inicialmente, o islamismo condenava a idolatria da Caaba, uma vez que o único deus era Alá. Por esse motivo, a peregrinação a esse local começou a ser prejudicada, e os Coraixitas, que viviam dos lucros gerados por esse movimento muito se enfureceram com Maomé e tentaram assassiná-lo. Vendo sua vida em perigo, Maomé fugiu para Yatreb, em 622. Essa fuga é que se chamou Hégira e marcou o início do calendário Islâmico. Tendo chegado em Yatreb, esta passou a se chamar “Medina”- cidade do profeta. Em Medina, Maomé conquistou as crenças dos beduínos e comerciantes, recebendo a função de chefe de guerra e, posteriormente, a nomeação de governador. 
-Em 630, após uma série de confrontos, o profeta conquistou Meca, mas não parou por aí. Maomé tomou toda a península arábica e conseguiu, pela primeira vez, obter uma unidade política e religiosa na Arábia. Além disso, ele decidiu preservar a Caaba, não mais a condenando.
-Em 632, Maomé faleceu, deixando a seus sucessores mais uma ideia: a do Djihad – “Empenho à causa islâmica”, mais popularmente conhecida como “Guerra santa”. Esse princípio estimulava a conversão dos povos “infiéis” – aqueles que não são muçulmanos ao islamismo. Esse ideal serviria, mais tarde, como um dos motivos da expansão árabe.
A expansão árabe
-Com o cessar das guerras internas em decorrência da unificação promovida pelo já falecido Maomé, a população da península arábica começou a aumentar. Uma vez que não havia condições climáticas para alimentar toda a nova população, expandir foi a única solução encontrada. Aliada a essa causa, estão a Djihad e o desejo de pilhagem dos beduínos. Um fator importante para uma rápida expansão foi a falta de medo dos árabes ao se lançarem em combate, porque acreditavam que esse tipo de morte os levaria ao paraíso.
-Essa expansão territorial foi levada a cabo pelos califas, sucessores de Maomé, os quais se aliaram a ricas elites mercantis, a fim de conseguirem recursos financeiros para pagar as guerras. Eles eram, ao mesmo tempo, chefes políticos e religiosos
-Em um período de cem anos, o Império já se estendia da Índia à península ibérica. A chave para se construir um território tão magnificamente amplo foi respeitar os povos invadidos, tratando-os com certa moderação. Conquistaram-se a palestina, a Síria, o Egito, o norte da África, a península ibérica, a Pérsia e a Mesopotâmia.
-Apesar do grande florescimento, depois da morte de Maomé, começam as divergências políticas dentro do Islã. Em 661, assumiu o poder a dinastia Omíada, que levou o Império a sua máxima expansão. Contudo, em 750, essa dinastia foi derrubada e assumiu o poder a dinastia Abássida.
- Já sob o controle Abássida, inicia-se a decadência desse Império, que foi baseada na fragmentação religiosa. O islamismo, que antes era único, começou a se dividir em seitas com crenças diferenciadas, como a dos Sunitas, os quais apoiavam um governo que fosse eleito pelos crentes e aceitavam a Sunna, um livro contendo os ditos e atos de Maomé como importante fonte de verdade para o Islã, e os Xiitas, que defendiam um governo exercido por um descendente de Maomé de forma absolutista, e só aceitavam o Corão como fonte de ensinamentos.
-Devido à fragmentação religiosa, ocorreu também a divisão territorial. Surgiram diversos califados independentes, cada um sob o controle de seu próprio califa. Essa desunião facilitou as invasões de outros povos. Nó século IX, começou a guerra de reconquista na Península Ibérica, a qual terminou em 1492, com a retomada de Granada e expulsão dos muçulmanos dessa região. Em 1258, os Mongóis tomaram Bagdá e, no século XV, os turcos-otomanos, que se converteram ao islamismo, tomaram o restante do império muçulmano.
A cultura muçulmana
Os árabes, também chamados Sarracenos, foram o povo mais desenvolvido de sua época, posto que ocuparam até o século XII. Justamente pela grande extensão de seu território e pelo respeito aos povos dominados, os árabes puderam assimilar e reinterpretar diversas áreas do conhecimento desenvolvidas por outras civilizações, como a Bizantina, a Persa, a hindu e a Chinesa. Destacaram-se em múltiplas ciências, como a Matemática, a arquitetura, a alquimia, a medicina, a astronomia, a História, a Filosofia e a economia, deixando um importante legado cultural.
 O Ocidente Medieval
-O Ocidente Medieval refere-se à parte oeste da Europa. Nessa região, o Império Romano do Ocidente havia existido e, posteriormente, caiu devido às diversas invasões bárbaras. Esses povos bárbaros ocuparam os territórios que antes pertenciam a Roma e, com isso, o oeste do continente europeu ficou territorialmente bastante fragmentado, desunido.
O Reino Franco
-Um dos povos bárbaros que se desenvolveram após a queda do Império Romano do Ocidente foi o povo Franco. Eles se instalaram na Gália, equivalente à região das atuais França e Bélgica, e formaram o mais importante reino da idade Média.
-A primeira dinastia, ou seja, a primeira família real a governar o reino franco foi a Merovíngia. Seu rei mais importante foi Clóvis, o qual conquistou diversos outros reinos bárbaros e converteu-se ao cristianismo em 496, estabelecendo uma aliança com a Igreja. Essa aliança foi extremamente importante para ambas as partes pelo seguinte:
.Para Clóvis Apesar de o Império romano do ocidente ter caído, sua população continuou a ser cristã. Desse modo, para esse rei, converter-se ao cristianismo facilitava a conquista sobre outros reinos, pois a população faria menos oposição a sua dominação.
.Para a Igreja Quando Roma caiu, a Igreja permaneceu de pé, mas encontrando dificuldades para sua manutenção. Por esse motivo, a conversão de Clóvis, o principal rei bárbaro da época, foi um fato extremamente importante para ela. É bom lembrar que quando Clóvis se converteu ao cristianismo, a parcela não cristã da população seguiu o seu exemplo e adotou o cristianismo. Esse fato deu à Igreja mais fiéis e permitiu que ela continuasse a existir.
-Após o próspero reinado de Clóvis, vários outros reis o sucederam. Esses reis, entretanto, passaram a deixar de exercer o poder de forma efetiva, depositando-o nas mãos do “Major domus” (prefeito do palácio), uma espécie de primeiro-ministro.
-Com o tempo, esse cargo virou hereditário. Um desses major domus foi Carlos Martel, que impediu a expansão árabe na Gália, através da batalha de Poitiers, em 732. Após ele, assumiu o cargo seu filho, Pepino, o Breve. Esse último, por sua vez, insatisfeito com a negligência do rei, deu um golpe de Estado e, desse modo, começou a dinastia Carolíngia, tornando-se rei.
-A Igreja sofria ameaça dos Lombardos, um povo bárbaro. Para protegê-la, Pepino manda apoio militar para combatê-los e, além de derrota-los, cede os territórios desse povo àquela. Esse fato evidencia a influência da Igreja sobre o Reino Franco naquele momento.
-Quando Pepino morreu, assumiram o poder seus dois filhos, simultaneamente. Foram eles Carlos mano e Carlos Magno. Entretanto, o primeiro deles faleceu e, negligenciando os direitos dos sobrinhos sobre o trono, Carlos Magno tornou-se o único rei. Durante seus 46 anos de reinado (de 768 a 814), esse rei empreendeu cerca de 60 expedições militarese, por volta de 800 já havia conquistado quase toda a Europa Ocidental.
-Por ser um cristão fervoroso, levou consigo, na expansão de seu reino, a religião cristã, o que aprofundou as relações entre o Estado e a Igreja.
-Carlos magno emitiu, ainda as Capitulares, um conjunto de decretos escritos divididos em capítulos, com o intuito de facilitar a administração de seu vasto reino.
-Durante seu reinado, também lançou as bases do feudalismo, ao praticamente obrigar os nobres a cederem-lhe tropas em troca de terras. Contudo, é importante saber que, ao contrário do que se sucederia depois no modo de produção feudal, Carlos magno conseguiu manter um forte poder central, ou seja, ele impediu que os nobres detentores de terra ganhassem muita autonomia. Uma das provas de seu poder centralizado foi a criação do cargo de Missi Dominici, uma espécie de fiscal que verificava se as obrigações dos nobres estavam sendo por eles cumpridas, bem como a aplicação das leis. Se fosse verificado que algum nobre as estivesse negligenciando, suas terras poderiam ser confiscadas.
-A grande estabilidade política proporcionada por Carlos Magno possibilitou um desenvolvimento cultural que não se observava desde a queda do Império romano do Ocidente. Esse período foi chamado “Renascimento Carolíngio”, e seu maior expoente foi a Escola palatina. Tal acontecimento ajudou a preservar as obras escritas da antiguidade greco-romana.
-Após a Morte de Carlos mago, em 814, assumiu o poder seu filho, Luís, o Piedoso, o qual não conseguiu manter a voga de seu pai. Por esse motivo, foi afastado do poder em 841 por seus três filhos (Lotário, Carlos, o calvo e Luís, o Germânico), que se envolveram num embate militar e político pelo controle do império e terminou na sua divisão em três, com o Tratado de Verdun, assinado por eles em 843. A assinatura desse tratado marcou a quebra da unidade política do império e, também, o fim de um poderoso poder central. Como era justamente esse poder que mantinha o feudalismo ainda sob o controle do rei, o sistema feudal se concretiza, sendo marcado pela descentralização política.
O Modo de produção feudal
-Para compreendermos o funcionamento do feudalismo, devemos, antes, entender o conceito de Modo de Produção, que é a forma como se organiza a produção de riquezas de uma sociedade, a qual envolve os aspectos políticos, sociais, culturais e econômicos, intimamente interligados, ou seja, basicamente, é a forma como a sociedade, a política, a economia e a cultura se estruturam e se relacionam. Existem, além do modo de produção feudal, outros, como o modo de produção asiática, o capitalista, o socialista e o escravista.
-Ele originou-se no Colonato romano (os camponeses eram presos à terra) e no Comitatus bárbaro, tendo suas bases lançadas por Carlos Magno e concretizando-se com a divisão do Império carolíngio entre seus três netos. Com novas invasões no século IX (de Vikings - ao norte, atacavam rios e litorais, Magiares – ao leste, descendentes dos hunos e Árabes – ao sul, na península Ibérica e outras partes do Mediterrâneo), as quais agravaram a fragmentação política e a ruralização da sociedade.
-O feudalismo baseava-se na posse de terras (feudos) e consolidou-se no século X.
A sociedade feudal
-A sociedade feudal era estamental, ou seja, dividia-se em classes sociais, sendo quase impossível mudar de uma para outra. Isso significa que não havia mobilidade social. Se um indivíduo nascesse em um estamento, viveria e morreria pertencente ao mesmo.
-Dividia-se em três estamentos:
.Clero Subdividido em alto (nobreza mais influente, a qual comandava a Igreja) e baixo (nobreza de menor influência), comandava as questões religiosas, “os que oram”.
.NobrezaParcela social dos proprietários de terras, os Senhores feudais. “Os que lutam”
.ServosMaior parte da população, “os que trabalham”, subordinavam-se à nobreza, sendo presos à terra e submetendo-se a diversas obrigações, como:
-Corveia – Trabalhar alguns dias nas terras do senhor.
-Talha – Parte do que produziam ia para o senhor.
-Banalidade – Taxa sobre utilização dos equipamentos (forno, moinho, entre outros).
-Capitação – Taxa paga por integrante da família.
-Tostão de Pedro – Taxa paga para a manutenção da Igreja.
-Mão morta – Quando um servo morria, seu herdeiro deveria pagar ao senhor para assumir suas funções.
-Formariage – Taxa pega pelo casamento.
-Albergagem – Obrigação de alojar o senhor feudal caso ele estivesse de passagem.
-Existiam, ainda, os Vilões, antigos pequenos proprietários de terras que, quando houve a segunda onda de invasões, cederam suas terras aos senhores feudais em troca de proteção e continuaram nelas trabalhando. Ao contrário dos servos, não eram presos à terra.
-Havia o Contrato de vassalagem, relação entre os nobres baseada na Suserania e na Vassalagem, em que o Suserano (o senhor) é o doador da terra, enquanto o Vassalo é seu subordinado e beneficiado por essa doação, tendo ambos obrigações mútuas.
-O sistema feudal possuía um caráter militarizado. A nobreza, sempre atrás de terras, vivia guerreando.
-A partir do século XI, surgiram os cavaleiros, nobres montados a cavalo que guerreavam.
-Como consequência das constantes guerras, a igreja, já muito poderosa impôs:
.A Paz de DeusNão se podiam, durante as guerras, atacar membros do clero (clérigos) ou comerciantes.
.A Trégua de deusNão poderia haver combates da quinta á tarde à segunda de manhã, e em dias santos.
A política feudal
-Era bastante descentralizada. O rei possuía apenas um poder simbólico, devido á grande autonomia dos nobres.
-Os senhores feudais tinham total autonomia dentro de seus feudos, desde que cumprissem suas obrigações. Por haverem vários feudos, o poder era bastante fragmentado.
A economia feudal
-A unidade de produção era o feudo e, por isso, a terra era a maior fonte de riquezas. A economia feudal TENDIA à autossuficiência, sem produção de excedentes (só se produzia o necessário para sobreviver) e, PRATICAMENTE, sem comércio, o qual era muito pequeno e, inicialmente, baseado em trocas, só reaparecendo as moedas no século XII.
-O feudo dividia-se em:
.Manso senhorial Parte onde o senhor morava. Era nele que os servos exerciam a corveia.
.Manso Servil Local utilizado pelos servos para a produção de alimentos. Dividia-se em lotes (ou tenências), cada um mantido por uma família de servos.
.Manso Comunal Área em que não havia produção. Geralmente existiam florestas e rios.
A Igreja Medieval
-Durante a Idade Média, a Igreja exerceu um controle ideológico e espiritual sobre a população. Tudo passava pela a Igreja. No século VIII, ao instituir a prática do confessionário, a Igreja passou a conhecer mais profundamente os pensamentos do povo. Com os sermões, ainda, essa instituição passou a doutrinar as pessoas, inserindo nelas os valores que eram interessantes para a Igreja.
-Inicialmente, a Igreja era uma grande proprietária de terras e possuía um grande poder econômico. A partir do século X, foi adquirindo, também, um importante poder político, além de deter o poder sobre a educação. Com a criação do Tribunal do santo ofício, a Igreja reafirmou seu poder ideológico e político, através de um controle a rédeas curtas dos atos cometidos pela população.
-Insatisfeitos com o que a Igreja havia se tornado, surgiram, a partir do século XIII, as ordens mendicantes, como a dos franciscanos, em 1223, que visavam a uma forma diferente de cristianismo, baseada na pobreza, na proximidade com os necessitados, como se pregava originalmente. Ao contrário do movimento dos cátaros, essas ordens não batiam de frente e não foram por ela incomodadas por servirem como propaganda positiva e de maior proximidade da igreja com o povo.
A cultura medieval
-Foi caracterizada pelo Teocentrismo, no qual toda a cultura baseava-se na fé cristã. Mesmo as artes e a filosofia foram influenciadas. Santo agostinho e são Tomás de Aquino são exemplos dessa última. Ainda, para conquistar mais facilmente a fé de povos politeístas, foi instituídaa crença em santos, por exemplo.
-A Igreja era a responsável pela justificativa da divisão social os que oram, os que guerreiam e os que trabalham.
A Baixa idade MédiaA decadência do feudalismo
-Na Europa, a partir do século XI, houve um grande crescimento populacional impulsionado pelo fim das invasões bárbaras (menos mortes e menos terras destruídas). Surgiram, ainda, inovações tecnológicas, como o arado de ferro, ferraduras, o atrelamento de animais e a rotação de culturas, que propiciaram o aumento na produção de alimentos.
-No entanto, a maior oferta de alimentos não foi suficiente para suprir as necessidades da crescente população. Por esse motivo, muitos servos foram expulsos por seus senhores, alguns virando bandidos e outros mudando-se para as cidades. Nas cidades, encontram novos ofícios, trabalhos. Iniciam-se, desse modo, as mudanças no sistema de produção feudal.
As Cruzadas
-A terra santa era controlada pelos árabes, os quais permitiam a migração de cristãos a ela. Desse modo, eles ainda lucravam com a ida dos cristãos em hospedagem, comida etc. Entretanto, com a fragmentação do Império Árabe, a terra santa caiu para os turcos seljúcidas, os quais, convertidos ao islamismo, impediram as migrações cristãs.
-Em resposta, organizaram-se expedições religiosas e militares , as cruzadas, afim de recuperar a terra santa.
-As principais causas foram:
.Os interesses da igrejaA Igreja católica queria reafirmar seu poder, prejudicado com o Cisma do Oriente. Desejava, ainda, novos fiéis e mais poder econômico e político.
.Os interesses das cidades italianasCom o domínio turco, perderam as influências e vantagens comerciais no mediterrâneo.
.Os interesses dos nobres sem terrasJá que só o primeiro filho (primogênito) do senhor feudal herdava suas terras, muitos nobres não as possuíam. Com a tomada da terra santa, viram sua possibilidade de obtê-las.
.Os interesses da população pobreCom o excesso populacional, muitos servos foram expulsos dos feudos. Com a expansão, haveria novos feudos, como consequência, novos trabalhos.
-Foram realizadas oito cruzadas entre 1096 e 1270. As principais foram:
.A primeira cruzadaTambém conhecida como Cruzada dos nobres ou dos mendigos e ocorrida entre 1096 e 1099, foi a única cruzada que obteve sucesso, com a reconquista de Jerusalém e a divisão da região em feudos. Possibilitou o surgimento da Ordem dos Templários e da ordem dos Hospitalários.
.A quarta cruzadaOcorrida de 1202 a 1204, também ficou conhecida como cruzada comercial, que possibilitou o restabelecimento do comércio entre o ocidente e o oriente.
.A cruzada das criançasOcorrida em 1212, baseou-se na crença de que só almas puras poderiam conquistar a terra santa. Terminou com a escravização dessas crianças no norte da África. De crianças (infantes), vem o termo infantaria.
-Em 1187, o sultão Saladino reconquistou Jerusalém. As Cruzadas não tiveram, desse modo, sucesso militar, pois os muçulmanos mantiveram o controle da região.
-A principal consequência das cruzadas foi a reabertura comercial do mediterrâneo.
O renascimento comercial
-Com a liberação do mar Mediterrâneo proporcionada pelas cruzadas, Veneza e Gênova restabeleceram o comércio com o Oriente. Surgiram, desse modo, rotas comerciais terrestres, marítimas, e fluviais na Europa que se interceptavam na região de Champagne, o leste francês. Lá, no século XI, surgiram as primeiras feiras, locais em que se desenvolvia a atividade comercial. Muitas feiras, devido a sua periodicidade, transformaram-se em cidades. Essas novas cidades foram chamadas de Burgos e, nelas, a classe dos comerciantes denominou-se “Burguesia”. No século XII, ressurge a moeda, o que facilita as trocas comercias.
-Surgem as Corporações de ofício, associações de artesãos que defendiam seus interesses e estabeleciam regras para a produção.
-Surgem, também, as Hansas, ou Ligas, associações de mercadores entre cidades que, basicamente funcionavam como cartéis.
O renascimento urbano
-O renascimento comercial, através das feiras, foi o principal fator do renascimento Urbano. As cidades medievais foram formando-se nos locais das feiras, por mercadores e artesãos. Esses burgos estavam localizados num feudo e subordinavam-se a seu senhor feudal. Contudo, através das cartas de franquia, conseguiam sua independência.
A crise do século XIV e a decadência do feudalismo
-Várias crises levaram o feudalismo a seu fim, de forma lenta e gradativa. Podem-se destacar, basicamente, quatro fatores:
.A Grande fome (de 1315 a 1317) Nesse período, houve grandes problemas climáticos (como chuvas torrenciais) que levaram à crise na produção de alimentos. Essa crise, agravada pelo excesso populacional europeu gerou uma onda de fome.
.A peste negra (de 1347 a 1350) Foi uma das maiores epidemias da história humana. Matou cerca de um terço da população, ou seja, de seus 75 milhões de habitantes, 25 milhões foram varridos por essa doença, transmitida por pulgas transportadas em ratos, sendo também conhecida como peste bubônica.
.As revoltas camponesas Com a grande fome e a peste negra, houve uma grande baixa populacional. Com um terço de seu efetivo a menos, os senhores feudais começaram a explorar, em excesso, os servos enfraquecidos e desmoralizados restantes. Como consequência da exploração exacerbada, os camponeses começaram a revoltar-se por toda a Europa, sendo as mais importantes as Jacqueries (1358 – França), violentamente reprimida, e a Revolta Wat Tyler (1381 – Inglaterra), também fortemente reprimida. Essas revoltas, apesar de contidas, levaram os senhores feudais a concederem algumas melhorias nas obrigações servis.
.A guerra dos cem anos (de 1337 a 1453) No campo político, o rei francês Carlos IV morreu em 1328, dando origem a uma disputa por sua sucessão. De um lado estavam os franceses, com o Filipe de Valois e, do outro, os ingleses, com seu rei, Eduardo III. Em assembleia, os senhores feudais franceses decidiram que a sucessão deveria ser feita por Filipe, já que Eduardo III era ligado ao falecido rei francês por parte de mãe e a Lei sálica regulava que o trono da França só poderia ser herdado baseando-se na linhagem paterna. Ainda, no lado econômico, tinha-se que a região de flandres (na atual Bélgica), produtora de tecidos, comprava sua matéria prima dos ingleses, havendo vários entraves econômicos feudais impostos pelos franceses (desejavam ser eles mesmo os fornecedores) na região. Com o problema da questão sucessória, a burguesia dessa região passou a apoiar o rei inglês, o qual tomou conta da região. Dessa forma, começou o conflito, cuja principal consequência foi a morte de muitos nobres e o consequente fortalecimento do poder real na França e na Inglaterra, sendo esses monarcas apoiados pela burguesia descontente com os atrasos econômicos impostos pelo feudalismo. De tal maneira, o rei de cada nação formou um exército único, profissional e nacional, e conseguiu unificar o território, através de guerras e acordos, sob seu poder, lançando as bases do absolutismo na Idade Moderna.

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