Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aristóteles Aula 4 por Olavo de Carvalho coleção História Essencial da Filosofia pór Olavo d. Caúalho coleção Hktória Essencial da Fitosoliâ Âcompanha csta publicáçáo um DVD, qúc não pode servendido separadamenre Inpresso no Brasil. mâio de 2006 Copyright @ 2006 by Olavo de C valhô Folo Olavo de Carvalho Edsôn Nlanoel de Oiileira Filho Monique Schenkels e Dagmar Rizzolo Dagui Design Tercza Maria Lourenço p{eira Os direiios aurorais dessa ediçâo perlenc.m à É Rcálizaçóes Edirora, Livraria c Disirjhuidora Lrda. CEP:04010-970 Sáô Pauio Sp Teleiax: (t 1) s572-s363 E mail: e@,ereâlizacoes.con.br ]im,crealizacocs com.br n..L-€Jó ,do o o ei'o.J. r,ooÍ o,.hda o,lJelbú,1,c.!d,. , d. . ...ropoq,ar.ru-. ôô r ,' â fJ.t4 ""u{.so, ,...,.a. ,. fa:."."."0", q".1;. ,.. Aristóteles Aula 4 por Olavo de Carvalho cole(ào História Essencial da Filosofia "......=- Coleçáo História Essencial da Filosofiâ Aristóteles - Aula 4 por Olavo de Carvalho Perto do mllndo de Àristóte]es. o de Plaião ainda apresenta muitos lspcctos nebulosos ou míticos, que o tornam de certo modo estranho à especulaçáo filosófica posterior. Mas Àristóteles de certo modo já ó um de nós. Náo podemos esquecer que 70ol0 ou 750/0 de sua obra é constituida por estudos de ciências naturais: ele era um cientista no sentido moderno do termo Creio ter râzóes suficientes para acreditar que tudo o que veio a ser conhecido como método cientítrco a partir de Clâude Bemard, abrangendo mesmo as mais recentes elaboraçóes do Ifurl Popper, já estava em Àristóteles. Eu nunca vi nadâ nessa área que nâo fosse uma simples reexposição consciente ou inconsciente de algo adstotélico. Com Aristóteles já entrâmos num mundo de questõe§ que poderiam ser objeto de disputâ âcadêmicahoje, ao passo que nâo imaginamos muito discussóes acadêmicâs em torno dos temas das conversaçôes socráticas. Náo sevai espremei um sujeito pâra que ele diga o que é â justiça, o que é amoral, o que é obem- sobretudo o que é o bem -, mas emAristóteles exiÍem muitâs investigaÇôes que sáo de uma atDalidade impressionante. Tâlvez seja interessante saber que quem mais se interessou porAristóte_ Ies nas últimas décadas forâm exatamente os biólogos - e isso acontece a partir do momento em qüe alguns autores descobrem o óbvio, isto é, que a FÍsica aristotélica náo é uma íísica, mas uma netodologid gerul das ciênciâs, rma ÍilasoÍitt geral das ciênciâs, o que assim estudâda pode contribulr para recolocar em ordem uma série de campos de investigaÇáo. --Í Nós nunca podemos esqucccr que Aristóteles conreça a suâ vidâ como um êÍudante d escola p]êtônicâ e que a primcira atividade de nível mais âlto a quc ele se dedica é de prolessor de retórica dentro da Àcadenia. A retórica tinha ali uma tradiçáo já de alguns séculos. lsso qucr dizcr que náo ela n1ais apenas unl empirismo, mas já uma técnicâ mais ou rncnos consolidâdâ, desenvolvida pelos sofistâs que eram cm última instânciâ prolêssores dc rctórica, p.ofessores itinerantes que passâvânr de cidade em cidade, responsáveis pela formâçáo dâ eliie política grega da juvcntude grega... Os sofistas fizeram algumas dcscobertas inrportanies: prineiro, â consciência sobre a continuidade do discurso. coniinuidâde lógica etrâvés de uma discussâo. QueÍ dizer que, quândo dlras pessoas estào fâlandLr, quando unra idéia cstá sc contrapondo à outra, .rs duâs juntas lormam, de certo lnodo. um raciocínio único. Essa ó uxra descobeÍta que nós devcmos â clcs - e eles desenvolveram várias técnicas para lc- var essas discussôes â um boln rcsuliado, subeniendendo se por "bom resullado" ê vitóriâ do orador sobre o scu oponcnte. A rctóricâ. â rigor, é uma espécie de psicologia do discurso. quc vai esludü âs viriâs situaçôes do discurso. Os conceitos básicos da retó rica são: o conceilo da silraÇro do discursoi o conccito do lüi:, quer djzc! o ouvinte, o peffil do ouvinte. ou seja, â quem é l'eito o discurso; o àaíiÍtttlidade, gret dize\ ondc sc prctende chegar, qual â allerâçAo que se pretende desencâdeêr no ouvintei e, por fim, â seqi)ência de meios zrerbzis eÍnpregados para isso, ou sejâ, o próprio discurso. SituaÇão, juiz, propósito ou mcta, discurco: tudo isto esiá Druito bcm articulado, muito benr organizado dentro do mundo rctórico. Só que o estudo das situâçÕes do discuÍso acaba levândo toda essa tradiçáo sofistica â esboçar urna espécic de tipologia dos públicos. Há vários pÍrblicos a quem você pode se dirigir e, portanto. várias situâçÕcs nas quâis você podc se dirigir a ele. llentro da retórica ântiga encontrâ_se. cntáo, unâ classificâçáo (lc gôncros de discurso confomre a situâçáo, conforme o propósito e c{,nforme Lr juiz ou ouvinie. Só para dar um cxemplo, considcrava-se como uü dos tipos mais diliceis o discurso qlre se dirigc a um juiz inopto, quando a platéia que vaiiulgar está abaixo dê complexidade da qucstâo. Con seguir persuad i-la é considerado umagrande rcâlizâçaro. A csse género de discLrrso, clcs chânavam Sinelo 4dniaiael O rc|.ótico quc conseguisse isso eraunr grandc ariista Tànbómédilícilodiscurso parâ o juiz hostil, para o juiz preconceituoso, para o juiz cstrangeiro, Scm dúvida, é o cxame dessâ qucstáo qüe coloca^ri§tóieles na pisia dc un1â teoria mâis geral do disclrrso huineno. É dâí quc ele vai patir para a elaboraçào dadialéticê e. mais iarde, da analítica. Náo creio que aquilo que se compreendeu como "lógica de Aristóteles" possa reâl mente seÍ compreendido sc for ânpuiâdô dâs suas Íaízcs nâ reióricâ. Ao mesmo tenpo que ^ristóteles sc dediclva a esse estudo compa_ raiivo dos vários tipos de discurso. dos seus vários graus de cficáciâ, não podemos esquecer, porém, que ele, como filho de um médico. eÍa Lrnr sujcito que já tinha un1 certo ircino de ciências nâturais dcsde Ínolcque. que estava acostllmado então a examinar o corpo humano, animâis e plânias. Ele desenvoh.e um certo scnso do que podcmos ch.tmar ,r rid"d. org'j ,i."" l.redr\e'er pro\r'Elmenle ocorr(rloq-.lrãi. marca seu estilo: cncarar o nâis possivel o obicto que está dentro de si c a realidade como um todo, como una unidade nao uma unidâde de um simples, ou Lrma unidade de tipo gcométrico. mas uma unidade de tipo orgânico, como se iosse um animalvivcnte. Podemos dizer, entáo, que Àristóteles é sobretudo umbiólogo quc olha tudo biologicâmente, mas que vai expor isso tudo por uma teo' ria dê linguagcm. À própria teoria da linguagen que ele desenvolve, creio que ela segue o modelo de umaárvore. Ele notaque â linguag€m humana, quc as formâs cultâs de expressáo lingüística, clas têm umâ ceda raiz no corpohunano, na capacidade de peÍcepçáo hun1anâ. Nota, por exemplo, que uma boa parte da eficácia do discurso dos poetas e do teatro residc cm üm efeito lisico Por exemplo. no ritmo, nâ métrica, essa Ieiteração âcompânhê cerlos ritmos orgânicos, colocando o ouvinte numâ disposiçáo favorável àquilo que ele \.ai ouvir. Nâ nredida em que o discurso acompanha, ou repete, ou ele mesmo modula as batidas do coraçáo, praticamente todo o funcionamento o€ânico do irdivíduo é mandado para uffa espécie de pano de lundo - c o cspíriio docamarada está inteiramente livrc pam absof,,eÍ o qlre está sendo dito para cle. Essa harmonia entre o som c o estado físico, ês reaça)es fisicas do ouvintc, dc c€rto Írodo elas sáo repetidas nas formas Írais complexas e nenos lisicas. por assim dizer, do discurso. Sáo repetidas ânalogicâ- mente. lsso qlrer dizer que há algo de parecido com a métricâ e a rirna na rctórica, na diâlética e na lógiú, que sâo os discurcos que vão pro- gressivamente se âfastando do sensível em direçào ao inteligívcl. Sei que nunca ninguém pcnsou, por exemplo, na orgânizaçáo do silogismo duâs premissas das quais se tira ulnâ conseqiiência , que é o nódulo básico do discurco lógico em Aristóteles. Nunca ninguém pensou em fazer uma associação entÍe isio e a nétricada poética. No discurso lógico você tenl urn módulo repeiível: premissa mâio! prenissa menor, conseqüência. Esla vira de novo uma premissa naioÍ, que sejunta a outra prcmissa menoÍ e gera outra conseqüência. Entãovocêten] um passoternário. quenáo d€ixa de serun1a espéciede métricâ. Quando Aristóiclcs vê que a eficácia do discurso poético cstá muito ligada aos ritmos orgânicos. náo duvido nada que ele tenha pro- curado algum equlvalente disso nas lbrmas mais âbstratas de discurso, lbrmâs que eram mcnos sensíveis e mais inteligíveis. A eficiência do discurso retórico, por exemplo, é um pouco dilêren- tc da do discürso poético, lrlas pode ser tão intcnsa quanto. Isso quer 8 (Lizcr que o discurso do poeta no teâiro e o do orador no senado 01uma circ u nstância política qlralquer) dcviam ter pontos de afinidâdc, pontos dc idcntidâcle e de difercnça. E essâ identidade e essâ difcrença sem prc chamâram muito a atençáo de AÍistói€les. Uma de suês primeiras prcoclrpaEóes é distinguir as várias nodalidades de açáo vcrbal que o homcln exerce sobre o homem. Como é que uma mcnte age sobre â ()utra atrâvós da palavrâ? Que tipos de modificaçâo você pode súgeÍir ou introduzir na mente do scu ouvinte? Diz Aristóteles: "o discurso poético realmentc nâo lhe ensina nada, não afirma nada". NIas ele diz também: "ele deixâ en1 você uma lunda impressáo". Desta iffpressáo. evidentemente, você não pode tirâr nenhuma conclusâo quanto à veracidade oü à falsidade do que lhe loi relârado, mesmo porque. diz ele, "o gênero poético náo tratâ iâmais nem do real reln do irreal, mas apenas do possível'. EIe conta lri.rurir'. e\pres.a (ruaçôe' qu( nJU acon (eráÍr. mas aue.iu pu\'i veis. e mesmo quandolidacom assunlos históricos, isto é. con1algo r€al q0e aconieceu, lidâ náo enquanto rcal, mas âpenas enquanto possivcl, pariindo do principio d€ que tudo o qlre é real é tâmbém possível. Isio significa que a açáobásicado discurso poético é torná loaberto â uma possibilidade. Como é que clc realiza isto? Realiza náo só pcla nâtureza dos fâtos narrados. dos fatos mencionados. mas tambérn pela hamloniaentrea seqüênciâde sonse os ritmos corpoEis. Essahâmlonia o predispõc a se âbrir àquela naÍraiiva, que de outro nodo talvez nâo lhc interessasse ou náo o persuadisse. Mas no instante em que você se abre àquela possibilidade e avivencia durante a audiçáo ou o espetáculo, cono sc fosse uma realidade (embora sabendo que náo é), a finalidade do discurso poético completa-se. Ele náo pode ir além disso. Se. além de infundir no ouvinte oü espectador essa impressáo geral dc uma possibilidade, você quiscr transmitir lhe algo mais, ou scja, se quiser infundir uma opiniáo ou levá lo a tomar uma posiçáo, os recursos poéticos já náo bastarão, entáo você pura os discursos da retórica. Isso quer dizcr que o discurso retórico se completa. sc pcrfaz, no instantc cm que â platéiâ toma uma decisão, quando ela aprovâ ou dcsaprova âlguma coisa, decide íazer oü não fazer algumâ coisa. Àí a i uência sâi daqüclc fundo imaginativo qllase inconscientc c tcm que se exprcssar numâ decisáo, numa adesáo oü nüma rcpulsa consciente. Ora, é lácil perceber (emborâ Aristótclcs náo o diga, mâs está inplícito) que, 5e o lundo imaginativo, aquele em que o discurso poético trabalha, Ío- ho.ril ao quF ú oi5cur.o , eto, ico fr. lcnd. cnn\ rn' \ r i\.o ndu \ a. pegar lsso significâ que todo o mundo do discurso retórico náo surge no ar; surye já em uma atmoslera sociâl e lingüistica tonlada propicia pclo discurso poérico. Casonão se lenhaum fundo dc tradiçáo verbâl ou liierária que torne todar uma colnunidadc scnsível nais ou neros aos mesffos ritmos, aos mcsmos iogos senânticos, etc, â pcrsuasão racionâl se torna müito dilícil: ela vai apenas peg uma predisposiçáo que já eniste no lundo dos sentinentos. do inconsciente. dâ imaginaçáoe trabalhá-14 paraque vire ul1la dccisâo. ^i, evidentement€, erist€ umâ passagem de um tipo de discurso para outro. A rctórica. entâo, náo poderia lamais ser uma ciência indopcndcntc. Nâo se pode fazer uma ciência dos discursos persuasivos se nâo setemantesumâ c1ênciâdos discursos impressivosl que seriâln os poéticos. Examinândo os tcxtos queAristóteles consagra a esses vários tipos de discurso, vê-se que os iermos que ele usa pam dcfinir os mecânismos de cada um dos queesláo associados, náo sáo coisas scparadâs _ eles lôrnam realnente uma gravaçào. No ponto em que ele cncontra a c1ência da rctóricâ, ou seja, já como uma técnica âltamcnte desenvolvida, ali pra- ticarn€ntejá havia neios adculados para persuadir quâlquerpessoa dc praticamcntc qualquer coisa que pudesse interessarao indivíduo. Se você quiscsse persuadi lo que sim, tinha â técnica; se quisesse persuadi-lo IO quc ,7no, tânbém tinhâ a técnica. lsto, evidentemente, colocâva unl troblema: quanto mais estâ técnica evoluía, ais cla sc neutralizava, por'(uc. se todos os discursos sáo iguâlmcntc persuasivos, nenhum Na evolução deÀrisióteles, esiá bein clâro quc clc ainda muito jovem dornina completêmenie a técnica dâ rctórica e percebe que ela chegou â um beco sem saida, e qüc ó prcciso dar um pâsso à lrelrte. Esse passo à Ircntc dc âlgum modo já estava dado pelos scus dois mesires. Platáo e Aristóleles «)m a arle da dialéticâ. A arte da diâléticâ era t.rn1bém umâ arte da confroniação de discurso. e nâo apenas em visia da persuasáo. mas de uma subida de grau na busca da certeza. Isso quer dizer que, quando terminavâ uma discussáo dialética sejâ socráiica, seja platô- nica , era preciso ter pelo rncnos um pouco de cerleza a mâis do que quando esta tinha comeEado... l{lnno: Você já nâa ÍaLou que, o finaL da discussão dialética. PkrÍao cprcseníota um mito, e a fiilo fiaa setia da oúem do discufia poética, dlla .e t possí?eL?l Sim, mas vamos considcrâristo um "deleilo" da exposiçâo platônica. do qual ele eÍavâ táo conscienie que considerâvâ quc a escritâ era só pârâ os principiantes. Isso quer dizer que, na cxposição oral. eleiamais parada num mito; o lnito era para o público geral: "Expliquei ató aqui, daqui paÍa diântc náo dá para explic&r. vou contar uma história que predisporávocês a, tâlvez, mais tarde, adquirir o conhecinento cientítico correspondente". No momcnto esse conhecincnto cientítico era dâdo sonlente pârâ o círculo interno isto está bem dcnonstrado hoje pelo eíudo do Giovanni Reale. O miolo da filo.rofia de Platáo é, de lãto, cono ele próprio dizia, o en sinamento oral. Entáo, se ele lerminavários dos seus diálogoscon1 Llm mito. se ele leva a questão até aqucle ponio e na hlrra de dâr a l1 respostaelc, emvez daresposta, dá um mitoque sugereváriâs rcspostâs possivcis, isto não pode ser considerado úma câracleÍistica estrutural de sua filosofia, mas âpenas umâ câracterística do seu modo de expor cm público. Isto náo iem nada a veÍ com o que estou làlando... Alnno: llaje e dia é passíüel Íet umtt idéia de Íluais seriam as lieÍdadeias rcspostas após os lfiilos? ] Hoje está tudo isso explicado. O Reale, ro livto Para ufia nozra inteÍprctaçAo de Pllrho,r rcsolveu esse problema Enire o começo da discussáo dialótica e o fim. havia u trajeto que levavâ a um grau d€ ceftezâ um pouco maior, ideâlmenic, do que dc onale se tinha começâdo. Éclaroque a discussáo tambóm podia falhar e termirar emlracâsso, e ninguén descobrir nada i o discurso dialético se esiruiuravanào e funçâo dapersuasào de um outro, mas, de cel1ama_ neirâ, dâ peÍsuasào de si mesmo porquc ali o obietivo náo é nodificar a opiniáo do outro, mas melhorar â própria, melhorar sua qualidade. O discurso reiórico náo laz sentido na solidáo, evideniemente. Se não 1em um público a quenr convencer de alguma coisa, sc náo lem um freguês ao qual se pretendevender algo, não iem scntido leÍ o discurso retórico. Mas aautopersuasáo diaiética, sim, esta 1ãz sentido Vocêpode discutir com você mesmo na solidáo; entáo, o discurso dialético pode seÍ ou a conlrontaçáo de duasou mais oplniõcs empraÇapública, como aconteciênas conversêçóes socráticas, ou uma meditaçáo solitária em que você mesmo confronta duas ou três hipóteses Àí surgem várias diferençâs em relaçáo ao discurso retórico: se o objetivo do discurso rctórico é persuadir alguóm de alguma coisa. ele iemina no instante cm que o outro está persu adido. Se vocô iá convenceu o sujeito daquilo quevocê quc! nào tem porquecor tinuârialando, pois se continuar pode atéfazêio mudarde idéiade novo. Já aconfrontaçáo dialética pode prosseguir indefinidamente. enquanto você náo âlcânçar um gÍau dc certezâ que lhe satisfaça. A - rrore (\ oi/. e rrao. quc a dialericâ \.r\ e pdrd ! aÍra- r or.as: EmpdmeiÍo lugâr, scrve parê o treinamento dâmente. Pelâ confron r. \dô oc hipdrecec.únrrdr o\. a pe.)oa.edcoclLnr.r reÀcminarq-"i. \ao os pressupostos que estâo embutidos en1 suas idéias. a testar o grau de conÍiâbilidade de cada uma, a hierârquizar os conccitos em suâ ordem de depcndência. Em suma, acostumâ-se a orgânizar a investigâçáo de qualquer âssunio e, portânto, a organizar também a vcrificaçáo dâs idéias e das opinióes que estáo €n1 jogo. Dito de outromodo:adialética i/t é todo o principio do mé1odo cieniífico. Náo consigo enxergar em ncnhuma contdbuiçáo postcrior ao método cientifico nada que já não csteja dado na definição de Àristóteles sobre a dialótica. Em segundo lugar. além de seNir para a educaçáo, a dialética ser_ vc também, evidentementc, como instrumento de investigaçáo. Ai é que está o seu aspccio de método cientifico. tanto que um dos seus nonres (â dialótica é designada com vários nomes. nào existindo uma tcrminologia estabelecidâ em Arisióteles; pârtt tudo elê usa dois ou 1rés termos diferentes, conlbrne a siluêção) épeiústic.t. Peiá é cofio se losse "tcntativa", "tentativa e erro". Uma conlrontaçáo dialética vai por tcntativas e elros, vai depurando-se e montândo â qllestão de maneira , dd , \(,/ n,dis proprcra a erconrrar umd \olu\ao. I c\dlamenl( i.ru q-e laz qualquer método científico concebível. mesmo o iànloso critério do Poppcr, o critério de "falseabilidâdc". Para que umâ tcoria, uma idéia, uma opiniáo scia discutidâ, é necessá rioque sepossa conc€bê-la como falsa para se poder sâber se éverdadeira ou fâlsa. Se é umà coisa que náo pode ser concebida como fâlsa, também não pode ser concebida como verdadeira. Isto também iá esiá dado en AÍistóteles:a questáo precisa admitlr um sim e umnào, ela precisaadmitir rm contrárioi se não tem o contrário, náo lem dialética. IZ ,cbrânni REALn.P,,r rr,, aou uteryfttaeào .lc |']\n|ào São Paulor Lovol.,l997 ÍAlúno: Aco hontuçAa dialéíica e:(i Ee wn expett pan defini q ual àos amdores se encofi|rc na c|fiinho cetto? ] Só um erpell €ú dialéticâ. Essa é outrâ câracterÍslicâ da dialética. Àristóteles enfatiza seu va_ lor eclucacional porque ela permlte que você aborde racionalmente um assunto do qual náo entende. Ele diz que. poreslemótodo, o cstudantc pode aliscutir vâniajosamenie com um especialista sobre uma coisa que ele nâo conhcce potque, por mais que o suj€ito estude e conheça o assunto. a validde do que ele diz depende dâ possibilidade de con_ lrontaEão com o contrário. A única maneira de você saber se umâ coisa é ou náo vedadcira é confrontando'a com outras allernativâs, e para isio você não precisa entenaler especificamente do assunto. Às vezes, invertendo o que o oütro diz você já tem, pela simples inversâo mecânica' a hipótcse contrária' Você náo precisa enlendcr do que ele entende para testar o que ele está alizendo. É claro que náo vai poder, só coú isso' 1àzer avanqat o conhecinento daquelaciência, daqüele dominio, mas pode pelo menos testaÍ sc aqüilo que o sujeito esiá dizendo é razoável ou náo - mesmo ,ern vnc; leí o l:orhecr rrenlu e\p.t:rlizaLlo dis'o vem daí sua utilidade tânto na educaQáo quanto - talvez até melhor aindà dizclc nain\cniÊa(aodeu\\. n.o'JJio'p-im(:ro\prrnrrD'osno' ainda náo conhecemos dc un assunto co plctamenie novo O estudan- te, pcrante o cspecialista. eslá colocado na mesmaposiçáo do especialista ante um assunto que ninguém investigou ainda; está colocado em ulIla posição de ignorância na qual nao lhc res taÍá alternativa senao concebeÍ váriâs hipóteses e confrontar umas com as outras, até que sc chegue â umaintelecçào de umprincípio geralqtlc, emseguida. possaser teslado de algum modo. Em sumâ, aí nâ diâLéticâ de Aristóteles cstá dâdo todo o móiodo cicniífico, tal como nós o conhecemos ató hoie. t4 Náo obstante, Aristóteles faz uma distinçào cnire o que seriâ uma rh{rrdagem dialéiicâ c uma abordagem científica. Aí parcceÍia até que r coisacomplica, pois parece que âpenas odiscLrÍso lógico-o discurso lotalmente depuradlr de qualquer ambigúidadc c ordenado na seqü- i ('ir gnro.a qüe \ai da. premi\.as p rd i,. (un\eqüência\ .eria cicntífico. Há aí uma espécie de duplicidade de sentido da palavra ''cicntÍfico". O conhecinento científico em €stadoterminal, iáobtido. iá conquisrâdo, evidentemcntc ele se expressârá naiormâ de um disclrrso l(lgico. dc uma deduçâo. Mas a diâléticâ também é científica- náo neste scntido. mas sin1 no sentido de que ela investiga e dcscobre os pdmei- Í)s princípios que permitem, em seguidâ, mont o conhecimento pela r)ldcrr Iógica. Se o único discurso que você pode fazer a respeito de um rssunto aindâ é um discurso dialético, é porque vocô ainda náo ten o conhecinenio cientifico lnâs a d iâlética ó o mcio científico de buscá lo. I'().:lcmos dizcr. cntáo, que â idéia do discurso lógico-dedutivo expressa urr idcal de conh€cimenlo cienlífico. e a dialéticâ exprcssâ a prálica da huscú científic4. No enlanto, quânta confusâo não deu nesses dois mil c lanbs anos de estudos aristotélicos pela oposiçáo deuma âbordâgem (liâlótica e un1a científical A gente nuncê pode esquecerquetudo o que nos sobrou deAristóteles §ilo râscunhos, iranscriÇÔes de aula. etc.. entáo nunca se pode esperaÍ u rrâ tcrminologia rigorosa e estável: tem se qu e procu râr a ordem, a co- crancia pâraâlén1 da expressão verbâl do próprio Aristóieles. Nào que a crpressAosejainexatâ, mâs,scosujeitoestáinvestigândoumâcoisaque a llova até para ele, nâo é possivel exigirqueelete]ihauma tcrminologia ,,1h ,írumrdà e ludo q!,e Aaslolele. rnv, \ligou cra notu Aristó1eles inaugura várias ciências: inventâ a ânâtomia compa rada, a geologia. a boiânica; inventa os museus, o jardi zoológico... Irrâticamente todo o arcabouço dâ ciênciâ ocidcntal. lbi esse suieito 15 nue in\inlulr rozinho' Quem qucr que í'le;" iJl(ndo uma coi\a p la "r*"tr" "., Lerldme lle nâo a hra da 'nelhor Íraneiia Do"rvel Quem "0,'."r", '..'ro'"r.o nàu DuLlc teÍ ldbricâdo o rclhor (aro Aris_ ,.;.i";;;;;" "'"" ""'uiurâçáo ao mundo da invesiigaçáo cientílica' ,"" qr" e .fr"i" a" iufflus, dc imprecisôes' de coisas provisórias' cono aLiás é próprio do movímento cientínco' "" tãi ".t.i" *"*^" provâ documcntal de que Aristótelcs ienhâ ,f*. ai" "..r',, , '." -'cu'i" gcral do dr* '"'o " O que '"bemos e qu' .i.'"or"r r" "0,* a" Po'ri" um peo'cn Ja ÂPro'r'd' JÔi' p'dacos O" rrrrnr, tU"O ", três pedaços ilaAnalllicn' isso ó o qüe sobrou l,to, u "o"rer,.iu "nt." "u'la ulna clcssas etapas do estudo do discurso e i.ni" qr" e it"por"i'a *por que ele nao percebesse nenhuma unjdàde .," r."."O"'n* ," tesmo está eÍpondo com tanta coerência' Nâo ir."rir." "o* u" otistóte1es que seja a "teoria geral do discurso"' ,rr* a" quolqr". .un"ira se enten'le que está subentendida nessas ori. "**t* " 'UU* Ue que iodo discurso é um transcurso' E Lrmâ modificaçao que sc passa no tempo' através dâ linguagem em qu€ aigo .r-.r"ã" O'. **"t, Oe sentimenios 'le idéias do ouvinte que podc ser você mesmo será àlterado' ''_ pu.t"o", ",',tao. t"*pre de aigo que iá está acreditado ou admiiido e vai-se chegara uma novâ coisaque seráacreditâdae a'lmitidâ en1 seguida' tsto acoàce tanto numa pcça de teatro quânto numa demonstrâçáo "i""ifi.",n**0" * o"ssagem 'lo poético para o retórico' do retórico ,"." "'it"iu.", - t*'tticopara o anâlítico apenas a modificaçáo do iii. " ao r*, a..*t"'u admissível' ianto que não seria errado simpli- ncârmos o esquemâ dizendo que: ^i i àir"ruo poeti"o trata clo possível' Náo ó que irâic do possí- ,"t, "l,"gr" u r*."on""pção do possível: ele âpcnâs mostra' abre um possível. b) o discuÍso rctótico abre pâÍa Llm vcrossímil ou seiâ' Dara algo que 16 sc âdn1it€ como verdâdc seln ter provas cabais. E como. por exemplo. ria hora en1 que sc decide votâr enl um candidato: a rigor náo se tenr ,',''rrmrp'o'"dequcele.rrcrhur doqiL ou. l'u rra'""i n paf(.c nrqucle momento, ou scja, pârece suficicnte. Suficiente paraquê? Para llndameniar a dccisáo. É a isto que chamamos de verossímil: aquilo (Lü. parece vcrdadeiro num certo nomento. mas que poderia parec€r c) CotÍ\ o discurso tlitilélico vai se espremcndo as váriâs opiriÕes rct(jricas existcntes até articulá1as, hi€rarquicêr1ente, de mâneira a sc olner uma conclusáo mais r:tzoável ou mais provávcl. d) Camodiscurso atlalílrco tcríâmos, iinalmcnt€, como conclusão, Lr clcmonstraçâo do que é ccrto, verdadciro ou âpodíctico (âpodíctico, (lo verbo pódeiÍis, isto ó. d€struiÍ, nrâis o prelixo d, que quer dizcr nâo: âquilo que rão se dcsirói). É também claro que essa piLssagem, csse âumento do grau de ccr' tc/a. nada tem â ver con1 a qualidade ou a inrpo(ânciâ clo discurso. porquc se pode obicr umà certeza rnuito maior sobre â1go quc ná.' tenr inrportánciâ alguma. enquanto outrÀs coisas muiio mais imporlantes podem scr conheciclas apenas na esfcra daraToâbilidade ou aié da pos sihilidâcle. ti quando digo "grâu de certezâ" nâo quero dizcr "grau de confiabilidade', pois às vezes o conhecimcnto que se tem do plrssível ó nr.ris confiável do quc umâ conclusáo certa que sc tem sobre algo por prcmissas que e]n simesmâs sáo inceriâs. Náo háuma cliferenciaçáo de valor cntre esses quatro iipos dc discurso, mas apenas u a dilêrenciaçáo da conveniência de se abordar assimou assado umcerio problema conr . ripn dc d-Lur.o oue.<id Íra . con\(nienre. [Alúna: SeÍia úma ditete Ça de métado?) Dc método. Etambém existe, naturâlmente, uma t€ndência à pâssâgenr rlc um pâra outro. Estou convicto de que toda a invesiigaçáo científica T7 passa por essls qlratro ctapâs, de que há un1a claboraÇào imaginári'r qu" ubr".,n]u pu"sififi.f,cle. dâ quâl nascem hipóloses contrátiâs cada u.r -. u "* u"r*,i,,ilhanE r prÚpriai cle que a olganiz ção dcssâs várias vcrosinilhanqas em conlronio é a própria elâboÍaçáo científica da coisa: e de que a iormalizaçào l')gico naiemálicâ é o produio final' Isso quer dizcr que. todo cientista quc investigLru e dcscobriü qualqucr coisa. dc âlgum modo elc pâssou por essas quatro etâpâs' Acrcclito ranbón que na hislória 'lâ evoluqtLo de quÂlquer clrLtura nào se vcrá un1 tliscurso 'lialótico e um cliscurso retórico desenvolvidos se nào houver unl poéiico primciro' lsso qucr dizer quc' sc iLS forinas clo iiraginário colct i! o náo esião suficricnlemente àdisposiçáo de todas * *"so"" "" náo sào unl pâirinÔnio corlrrnr ainda nào é possível qu" denl.o desr" r,,.io "uÍjam opinióes racionalncnte conliontávcis Íl preciso unlâ certa honogen cidade do inaginário para que as pessoas consigam opirâr ditêreúemenlc sobre as nresmns coisas' Uma ceÍir unidric do nunclo iiraginalivo simbólico aúisiico' ctc é condiçáo sine qua non p,Íaqi)cpos§am surgir corrcnics dc opiniáo quc de fâto reflham os conflitL,s e as dilcrenças nascidâs 'la cripedência rcal daqüclâ I \'ur'L: \rn n(.r, '',t'o b?at rntt ndt'1o aq't?la pü' tt \ n qut '!n\ Íalau que a passa\efi (le tofi discuÍso pan outro ntio quer dizer ufia 'curfiobilidade e* se tata ilo (1e hipólese' ou seia àiscutc ufia dile O grau de ceÍteza 'la conclusão' isso náo quer dizer que houvc ,. uo.",rto do grau dc confiabilidadc de discurso para discurso' O disuurso lógico é lLrrnâlmentc nrâis clrlln n's sLIas conclusócs' mâs isso não queÍ dizcr que ele sejâ em si mesmo mais conliável porque há possibilidade de €rro cm un1 e em oulro Náo tem urn ieito dc você pegu, t,n a nor.utiuu poética e uma ieoria cientii'lca e dizcr quâl ó â llt rris confiável. Não, umâ ó mais eaplicita e busca um tipo dc ccrlcza {LUc 1ârnbóm ó cxplÍcita. e que você pode colllerir eff câda unr dos seus tJrssos: o outro já não é âssim. as isso não qrcr dizcr quc uln é mals r,)nfi,Lvel do que o outrc. \1..1 ,-: O . ,.t,o, o.abo le d' r t q,,t. pa:a aui \ ur.u,t., ,4t l.\it.t n t"totito. nú ,nta dt.,|\,iutttot,,t a,, .tt p.t'.iqrp.pjr t)s:tucl 1...) apítuoes diÍercfiles e aryumenlas ca lLita tes ( ..) sobre t) tltistito trssuttlo, é p'ecisa que haia...l Unr linrdo inaginário conluÍr. Clarol ^huro Posro fr:er a pesquisa na expeiê (ia de uwt sociedude?l t,lsse lundo irnâginário con m. cle surge diretamenie da e\pressáo ,ntrnizada da cxpcriôncia coletiva. Se você nio ierD nem sínbolos mais ,,u mcnos estabilizados co os quais a c\pcriôncia mais imediai.L se r\prcssa. lai discuiir sobrc o quô? Não há comlüicaqaol ^ltlna: x,las a míitha peryünLú é a seguinte: é possízrel quc de tro tlr uita fiEsma sociedadt, etn {tue as pessoas ladas Le lún xírido ttl).iências essas etpetiéficias sejam sintetizadas en eltbohs dílercntes? É possíüelha?)e/ tisões ou itnaeinátios simbóIicas Ii1t:rcnlesde l]o de uma ÍLesuta sacíedatle... tleEr pos colt1diíercüles tnnAinrnios .. dentrc de Lt 1tl socíedade? (. .)l Claro quc ól Provaveh ren1e, â d iscu ssão cntrc eles é falsa. é un1a pseuclodiscu ssão, .lrs nao sâbem do quc cstào làlando. Isto acontccel Quândo lalLr do jmaginário orgânizado. cstox to- rnrndo como exenplo alg!rna sociedâdc bcm simples. uma tribo de irdlos q0e vive numa paisagen mâis ou menos estável. conhecida dc l9 I todos. € on.lc os clemerrtos básicos 'la expcri'inciâ hurlanâ tâmbétrr acâbnm sendo conhcciclos dc torlos Desrlc quc o suieito nâsce âló cle ll.âr â.lu]io. elc nrâis ou Inenos rcve cxpcriências parcci'lâs com as dos n. r'ir' ' 'rb' l\'' 'eÍ' r " tr'' nrais simplcs. porlântlr. o caso icleíl QÜando dois indios dessâ tribl) im.Lginária divclgcm. eles sabenl sobre o quc eslão divergindo porquc o hrndo cle cxperiência é conunr c 'i lirlgragem sirnb(ilica nâ qual a e\periôncia se cxprcssa iârnhém ' coüum' ( ') À medida quc a socicdmlc humâna se inlegrtr em comunidacles maiores in legrurrdo també m elcmenros 'lc prol'cn iôncias (:L1ltuÉis difcrentcs como' porexcmplo. hdL,. os gran'lcs irnpérios '14 ^ tiguidadc' quc se lormam pu, ug.eg"qnn ae p"q,"nas cllltrnas ' cnláo rí se instaura a lorre tlc Babcl. A partir tlcssc nromento srrge a nccessidadc dc no\'âs tirnas artíslicas que consigam cxprcssar â experiênciâ cornllm As vezes o ar tislll corrsegüc lazcr isso às vezes n:io conscgue' Nâ silllaçtto brasileirâ .,r.1'.f^''.nroplu.-(."1 r'. n'''' d' r'ir' l rrrÔ' obrâ clc arlc lilcr,rria, ieatral, ciicmâiográfica que tenhâ âlgo â ver conl â experiência real brâsileirâ Itldo me pârece rcpeliçáo do 'Lüc ioi diro numa outrâ ctapa Nars esia os no nno 2002 c âs Íormas ârtistrcâs saL) e\atamcntc âs mesmâs dos ânos 60' com tu'lo o qLr€ aconicce( depois I nl-^ :'rn L,-'' ri. ou enurn (rrc'rle' u rro':radu nrJ\ DrÍct ( lu( â rnra giraçáo artística n.]o está conseguindo abarcar e diTer o que a gente vivcncia no diâ-a dia. Na medida en qlre acontecc isso, as 'liscussões públicas quc são evidentcmente a conliontâçáo dos discursos retóricos comcçam a parccer uma conversa dc nrâluco porque o in'lividuo acrediia que cstá c*pr""ranau r.a.u;so quc iem validade coleliva que é â experiência«rlctna. mas náo éràs vezcsé cxpcriênciasó dele' do grupo dele' aqüilo é mrLiio subielivo o inlcrlocutor, por suaver' às vczes nao percebc que aquilo é subjciivo, não percebc qüc o indivídüo eíá lalando somenre (lcl! nrcsmoi acredita que está lâlando dclc c responde. Dai é lolâlmcntc lrviávcl essa discussão - ó por isso que renhunrâ (liscussáo sobre nada ,lllga a âlgüma conclusáo. I ilLrl(r. Vacê acha q ue css. backgrouncl lmagirnll o tetlha fa l)orecila tr túl t)a b a LizrilizaÇuo Hrcla que otigittou os taiorcs petlsaclorcs?) ^1i vocô ieve o grâu .le irrtegrâção do imaginário coleljvo... l^lüno: Eru a títalogia Ercqa?) .ó râo grande, tlto grarrdc. quc o icatro é uma iIslitüiçao cstatâl r rr quc se é capaz de rcunir tocla â populaqão lalante (não, cvidente Lir.Iir. roda a populaç:io nunrérica, lnas toda a populaç,Lo signillcaliva. ir tn)pulâçào lctrada, partlcipantc. as classes letrâdâs) e hzer quc todâ .ln participe da nrenna cxpcriôncia humâna, seniindo a mcsma coisa i\funa: Dá a intprcssão de que a pagallistlb Íelre um.--l ü)mo é quc sc faz, por exenplo, para todos os brasileLros terern rr rncsmâ cxperiência? Só no campo do futeboll E o que â partida de lirtcbol dizl Flla não diz nada, elâ n,Lo é u.ra peÇâ dc tcatro, ela não ir r um significâdo. i\111o: U 1discutso pt'i-poétic() ..) É pré poético. uma experiência sensível. cntáo você consegue teÍ .xpcriências scnsíveis ern conrün. (...) LÀluno: I4ds ;sso ?slã ,]a liloLo\ia Ercqa.l A mitologia, quer dizer a religiáo antiga dá a b.rse do teêiro. Todos ,,s tcmas dâs tragédias váo sâir de âlgum modo dâ rcligiáo antiga. Essâ rli,iao iá estava cln decomposicão nessa época, mas o teâtro de âlgunr ?) rnoclo a resraufl O que é o teatro grcgol É a experiência colcliva de cerias situaÇôes hu manâs íun.lanlentais qLrctodos Lrsmclnbros da plêiéia compreendcm, todos sabem d0 qtlc sc irata l^Luna: E se ftcal1hece essa srrbslralír, ?sse backi+olrnd' coflo r"es_ pa síiztel Pela alufice.. ?l Naotcnhaâ menordúvialn, pois sc náo se tem cssâ unidâde imagi n,Lrja, as pessoas náo poderrr disculiri sc clas não podcm discuti! ntro podcln se cniendcr: sc nAo poalem se elrtendcr' entáo o conhecimento só pode avançâre pcquenosgrüpos, cnl qucootrtrogruponáo entcnde o que o sujeito está laiânclo. Sc você pegar unrâ oulrâ ópocâ de grânde inlegraçao - a l.lade Módia, por excmplo , você já viu umâ separaqáo b.rrgr:ndr.n.-ri.-r,r' lnr rr ,^'dJ ulrtrÍa l\lü1].,: l t\raçt1o à custtt (1o quê?l U -,u".údô..'lo-,lut d- ,u'n.n'd(. 'n iJ Dur I ''1ruo' ir rriu linhao mcnor intercsse pclas letras. Poesia. ctc eram sócoisâdo pováu' A separa+ro cntre unrâ arte protrna c uma ârtc sacra já mostra que a untlade dc enpcriência humana toi qucbrnda Então você tem uma se paraçao convcncional, porque â allna hLL ana não podc esiâr separada uma parte prolana c numa pârte sacrâ: I!ão é possí'el isso' A psique é LLnrâ só; àquilo â alela ó por inteim, não ó por depârtêmcnto Nâo tcm o clcpar(âmenÍo sâcro, o dcpafiantenio protàno ,' PuÍ cxerrpio' se o .r,,r rrI l""g: " n.ulhr, e 'r ' rt" , ri rurrl-orulpl''''c'rrtrzurrJ^utr' ''pecado",lnas ciceslá lazendo unr pecado só nonlundo profano Então el vai clizcr: "Isso aqui só âfe1à minha pârte prolanai minha parte sacrâ está intactê" . Náo pocle ser assim I S e âs erprcssócs sáo scpaÍadas ma§ a allna humana nlro, você iá iem uma di6culdade de comunicaçáo âí' lsio n.r civilizaEào mc{tieval, quc é bâstantc integrâda E hojc entáol 22 Aluno,l,Ías, ns rezes..,púprio díscütso ciefiLíftco maL contprue ,lrh) lto acoba llt cionatuJo como um patn de íLLtLào, maisou nenas rtrlIt' uul discutso poélico?l Nlns esse é um lator qtlc cornplicâl Naro sei se entendcrârn a sua r rgUIlr sc os elementos do discurso cicntifico soltos no imaginário ,,,l.iivo nâo acabam luncionando como un1 discurso poético , mas , \ri(lentcmente a resposta ó siml Bon1. as pessoâs estão a todâ hora ài ir rLr.lo.lc buraco ncsro. neutrin{)... nltr\a: Eu quetía dízet, patLicuLatnente. pat exetnplo, que fiós tt rn§ a psíc.itálise. o lnaftisma.. Tbàa nurulo rcca e setn sabet.l 1j r nresnríssinrâ coisâ1... É o mesnlíssiúo. t!do isto. Vocô tenl hoje r,ricladàs dc tcnnos científicos usados em discurso poético que vai lor rrriU rrna cspaclc de sinulacro de iffaginário coletivo, porque as pessoâs ,tIii discute r coff csscs tcrmos nao eslão lalando dc sua cxperiência trl. !íão üsândo estereótiposl \,,.. Ia,,.Jb,. pu,..(r'frô.c,.ni .omtl(\u J< l-Ji ,u \u"c^h- \tl\,(]lr o compleiio dc Édipo direito? Você se viu lá? Vocô quis torc€r ,) pcscoço do scu pai, trrLnsar com slrâ máe? Vocô não lembra de nàda (lisso, portânto, isto nâo é erperiência pcssoal pâra você. Você não tcm cssâ cxpeiênciÀ; teln üor conccito que pegou .lâ psicanáLisc c pclo qual lrintclprctâ â sua cxperiênciâ. Você não cstá raciocinando com base eln Lr râ cxprcssáo da experiência, nas dc uma interpretação que veio de fora lirtào é tudo esiereóiDo aí. Somenie o discurso aíistico. bem como o discurso poélico. pode c\ p rcssâr â cxperiênci.L, porque a es pccialidade dele é islo, lalar.laqncla ,\lLrn0:Clo,{e...1 ('I)rrcl Evidcntcncnte, stLo elernentos do discurso cicntifico uiiliza 2l coisa singlrlar que acontcccu para aqLlelc suieiio singlLltLÍ Quândo Lrm outro sujeito singulâr lô, clai elc \'ê que âquilo é parecido com o dcle Eniáo, holc, enr quâlqucrmeio Lrrbâno. como São Paulo ltiodclanciro' erc.. nio cÍistc n€nhrn1 nrundo imasinário qüc seja comum a lodos' Llrno: Aí, t1L) caso da discttssãa diLtl'tica dependet desse lundo catntttn, se.]a i tpossízieL, poÍ exetnpLo. tel unu discuss1a díaLéÍica e sc enten.let can atglé.1| tl.o murulo islàÚ|ico. e alguén do mtmdo'-'?) Nãol Aqui clcntro icm âlguéndo mundo islâl1lico' do mundo cristão' aqui nrcsüo, aqui clcntro Você cntra no Congresso NtLcionâl e \'ê quc un] náo sabc o quc o ouiro está falando' ÍAlllno rvno, eu sei, nas eslou peryunlando se ' ilnpossírel con' Ítunlar opü\ii)es. .) o que vocé potle làzcr é o scguintc: pessoâsdealt cu lturâ podem criêr umnulrdo irnaginário qlre valh.r para elas' AiÍavés do qlrê? Dêâbsorção da culturê !niversal. Você lcu Dânte, Ieu Homcro, leu Shakcspeare' eic ' dai tormarnosum patriÍnônio imaginário comum obtido pcla alta cL lurâ' rr rr. r-'a' p. '.ur'. 'i,r. rnJ. rc- r rrâ J'*ut 'i" rr "'' I^lrno. A thitúa peryunta é a sel:üinte: á impossíael catironíot opitLiões dilerctúes que fiasçam ()e ifiagi 'irios dilerc les?l Se você náo fizer as clevidâs conversôes não tem diálogo' lAúno. PofttrLe senào eslatia decrctoda a inpassibíLidade da rcli gião conpatada?) Ivlas â religito conpârada é impossívell Isso âí ó. evidcntemente, um exagero. porquc estou dizendo que é possível qualquer scr humanlr âmpliâr o setl mundo i aginúio pâm abranger não só a erpcriênciâ do scu circulo- nlas a cxperiência de Ir'ss()âs cnoünemente diferentes dele Mas ele lará isso por uln ,.!1,,rço pessoâl de educaçâo. lsso nâo tcm vigôncia colctiva, tcnr , ,rr' -\l<.uq\qurpJ r,iprmJi,. rf .r'rJ,,\píi(n.i-,. \,ciâ que na educâçáo, poÍ exemplo. o estudo dos clássicos é básica ,,, ..,r*, d ,.u ludu,nu,,Ln'u.t.er.rld,,d. n..r râ,c, i.a'.Dníouc (Lri f(is nos reporiamos às nlesmrs experiências humanas. ^gora, se I,)s ]rá() remos a linguagem dâ experiência, a linguager. dos sínbolos , , ( cxprcssam a cxpcriência dircta, c icntamos discutir diretamente na I rirurgem dos conceitos. nlto adianlâ. O conceiio naro adqlrire Dlateria' lr(LrLdc, não â.lquirc consistônciâ. s€ ele náo leln a traduçâo inaginária (t1rr o rcportc à cxpcriôncia. Isto tambóm ó puro Aristótclcs. lrr Aristóleies, hásempre preocupaç,to .L câda n1olnentode elepârtir (LLr\pcdôncia s€nsivele ir depurândo. depurândo, depuranLlo até cheg ir unr conccito abstrato. Mas quando chcga a um conccito âbstraio, tenr , rr poder voltar para saber a que experiência está sereie ndo. Porisso. .ir Arisiótcles, às vczes fica difíci1 scparar quando ele está lalando de t)uros conccitos abstratos. Em Platáo, sabcmosrtcm hora que cle fâlâ de . i.r.que uorur t.purdrmJrud, u(rt|ric1cia. I un ab,r,a.,r rn hi|cftólico, e sabcmos quc óâssim. Mâsem Ariíóteles náo. você semprc rcnr rma subida c urna dcscida. llmborâ eu entrêr nisso agora quebre o que seria a ordcm lógica da .xtrosiçáo. é propício falar, já que a pergunia Ioi ievantadâ. Aristóieles (li1iâ: 'Invcstigar a causa dc umâ coisa é dcscobrir as premissâs lógicas (hs quâis cla decorreria como conscqüência lógica '. No cntanto, cntrc .ssc procedimenio purâmenie lógico e o de purâ percepçào sensivel Iir) há muitâ diltrcnqa. Pclo scguintc: sc o sujeito pergunta o que é um rclipsc. você podelãzeruma sé e de raciocinios para lhc cxplicar qual ó o processo câusàl do eclipse. Sobre o eclipse da Luâ, por exelnplo, pêra rLnr suicito quc csiivcssc lá tudo isso quc nós fizcmos, o esforço lógico brutêl para explicar. ele veria. Ele veria a Terla entrando cntrc â Lua c o Sol e pronto. Nós cxplicanros o quc ó um cclipsc da Lua: é quândo a Tcrra fica cntre o Sol e a Lü4, e a sornbra da'Lrra cncobre â Lua' Para tàzer isb, tento§ qr.Le criâr unl montc de esquenas imaginários e de pois lógicos. p.rÍâ po.lcr encadear causa c elcito' Isso para nós seria um râciocírio. E para o câra qÜc está lra Luâ? lsro não e un1 Éolocrn() c perccpçáo sensiveL im etliâla' Aconleceqüc o raciocÍrio que nóslazemL's para er plicar o eclipsc da Luâ vale prccisânrellte porque elc correspondc à percepçáo scnsívcl quc nós, estando na Te a não podenros tcr' lnas que csta criatura inagináÍia quc eíá na Luanrria cratamcnle' lslo sig n,t.u qu. "n r" u .nn."ito atrstrâio e o conlrecinento scnsívcl direto' cxislc unrâ relaç,Lo nluito mais íntiira do que todos os €studiosos de ,u;ir.r D,,,..ll.r .s. rr a'n di.pn.,ut " rJmitir Em Arjstó1eles. osconceibs só vâlem qlrândo vocô podc criar as iigLr_ ras qll c eles corresponclem e, mortando imaginári oLL logicaÍrentc essâs figu ras, porle co,npreender aqucla Íclêção carrsàl nunr ato de i'sig'l otr a" intuiqao ,in;.n que é co o se fosse unrâ percepçâo scnsí\'el diretâ' ljsse abis]no entre o conhecin1ento quc seria lógico dedulívcl e o que seria conhecinenio intuilivo ou pcrceptivo 'lireto isso en ^risióleles não cxistei âs duas coisas são praticancnlc â nrcsnra Vou dar u c\emploque não tirei rlcAristótcles' ütrs dolivro do Ber- narclLoncrgan. lísig/?l.r fllc diz: "Como é que você produz um lriângulo eqúiLál€ro a pêrtirdeun1scgmento'lcreta'i" Se você lor procurâr no li"ro dcruclides oLr cmclualquerlivro elemeniar degcolnctria veú quc' pâra obter rLn triânglllo cqú iláiero â partirde um segnrcnto de reta' vocé lcm qlrc traÇâr,:lois círculos, cacia Lrnr ten'lo co ro ccriio uma das criircni Jades do scgncnto, eambos tendo colno raioo rlresnlo scgnrcnlo;enfão csses circulos vào sc cruzâÍ crn algumlugar' e onde cles se cruzarcm scrâ o vóÍicc do trinngulo cqiiilálero Orâ, quanias vczes você precisa fazer estâ operaçáo para sâbcr qüc todas as vercs que você iizcr isso vai dar . 1' lÍl'r rgulu c, Lrl-l(Í^" )'" u ' lor ;rr"':;êrl ( tll" 'o t , 'i.\" .\ r'No\a\1)rl. fhiLLF phiú l'lIrr\ 1957 l'funa: O e l1una, se aoLi íno\i at..) Nilo, trâçar náo quer dizer traÇâr no pâpcl. mas in1agir1.lriamenie. Nr) !apcl já é iraduçáo... Vroô teni um rrico exeÍrpLo, só, c neste e\enrplo vocô capta urnâ , iacr l de formaqâo de todos os triângulos cqúiláteros. Como é que !,,c1captou isso? É ai (lue você tem urna intuiçáo, um i slgrl. Scria ( \ lâmcnte o nesnro l/7slrall/ do sLrjeito qlre. eslando rra Lua, visse a li.rir se interpondo cntrc o Sol e a Lllâ e lissc â sombrâ se projelàndo ( rr cilrradclcmesmo, eniAo com prccndcssc nesse âto. inslantâneâmcntc. ora. você ler captado isto, você ler iido cíc nrsig/rl nào quer.tiTer , trc locô icnha a explicaqrlo dâ coisâ intcira. Não tem airda â exprcssáo ( o rccpi ual disso. Apenas âprcndcLr â montar umas iigu râs imaginárias c l(nr Lrm estalo co rcLâçáo a elas. No enlânto, â cslrutura do conieúcto (l.ssc /rsiÍjrié enâian1enleii rresnra doquc serádepois allenunslração rc()r atrica cabal. A dernonstraçâo nâo é nâda mais do quc o mesmo ir§l.q/r/ desdobrado no tcnpo, desdobrado discursivamcnte. Por sua !r/, por e\emplo. isto que nós lizenos. conl isto você rnonta LrÍr 1ri_ ilrsulo cqúiláterLr. Àgorâ, Euclidcs se cl'loca unr prcbl€ma: 'Prove que r lssinll' Ele pega c vâi desdobrândoi essa mcsma operâçào que ele li7 imaginâriaÍncntc, ele 1ãz discru sivanrentc c dá â provr. Se o sujeilo, l.rrdo a provâ, nào é capaT de moniâr de novo as Diesnras figuras c ter ti í,srghl. eniao não funcionou. ^ provâ é válida por causa do ir?si8rl, ILrscc do irsigrl e rctorna a ele. I.l AÍistót.lcs todo o conhecimcnto ó assim Tlrdo. enr todos os rssuntos que mexe, ele tcnta unir o máxLno cle intuiÇáo dirctâ possivel rom onláximodeprccisào lógicâ possível dâ proi,a E clc insiste mais no ,rsiSrl doquc na provâ,lantoque nenhum dos sens livros éestrulurâdo logicalncntc. n1as semprc coino investigt{ão clialéiica. Orê. veja quecom Platãonóstenos conseguidoa noçáodeumsistema Zi .lâ ciôncia. Os conhecimcntos náo erânr sohos. náo crân] rnais conro em SócrÂles. quc pegavâ Lnrr rcmâ aq i, oulro lái c alra!ós do móiodL) dialéiico chcgavâ às dctiniçarcs de cnri,:la.tes .listinta s e scparadâs' Àlas você iá tirlha a icléia Lie um sislenra dedutivo universal que, patindo dos primeirosprincÍpios, chega aatéasúllinúq rcâlldÀdcs Noenianto' con1o é quc ioi obiido esse csquenrâ? Xlediarrtc um §âlto c uma rupturà brulalcomo rnundo serrsí\'cl. Nlcdiante alé a ncgação don1undo scnsí'§l Isso qLrer dizer quc, cm Plàiáo, o vcrdâdeiro mundo c, portânto, t) verdà.]ciro objeioclc con h ccilnen (o cicntilico ósót,üundomcialísico Onundofisicocrâsupcrâcloe, rxrfinldascontas abândo!adonomeio .lorrajelo. É isto nresmo qLIe Aristótel€s tcnta corrigir e tcnracoÍrigiri riu.,r. in\pi i.ln .. iJc,á oL uri dJ urÉ1 ' 'd. Vcia o que ó a dilercnça enLrc unl süjeiro cuia loÍmaçtrc crâ matc' mática. geolnétrica. conlo platão. e uff outro quc tinha formação dc bióLrgo. Em Plârâo, pedciçáo da figura geométrica do sistema é um pouco obticiâ nabasedevocê "coÍar" aqu€lcs dados dc experiônciâquc não se encâixâm berr, aqueles dados qlrc dizenr rcspeito à cxperiência scnrprc variante c coníLr§a .lo dia a-diâ hunlano PlêtÀo mmpe com cstâ conlusáo â se âfcga a u'ra cspécie dc pcrleição geor étdcâ de unr si§Lernâ dâs ciências crguido no ar como sc losse r.rnr diamantc. Já Arisióteles pcr- ccbc que csse alialrrante. ele ó muiio bonito, nras nós nao í)nlos âssim' precisamos de üma ciênciâ à nossa âltlua,. Prccisamos de ulrrâ ciênciâ quc, além dc dêr conta, no mcio dLr cânrinho, quândo vocô coneça a invcstigar rnu coisâ. náo troque de rcalidâde, náo trlrquc de assunto B é isto exaiarncnle o quc Plalao faz: comcça a invcstignr a partir llo nrundo sensívcl e, clâqui â pouco. vai para o nlurrdo inteligívcl e e\plica AÍistóteles pcrccbeqüccsta âsccn são parâ rcalidad cs univel§ais tenr quc scr conrpletr.la con1 un!a dcscid.r dc novo para o singulâr e osics sào os .lois púlos dc tcnsao do lnlrndo ârislorólico. I'lle pcrcebe quc só r\iste conlrccimento .luârr.1o ó o conhccinlcnto do !nivcrsal Diz que lLrdo a.Luilo qlre é silrgular locê o conhcce inrpcrttitamcnLe, po|tluc o si,,grlar níl, é dizí,cI. Quando vocÔ conreça â dizcr as coisas. já csrá rlizcnd0 eIr colrparêçao c.nn outras.Irre§rno sc lor unr dlscurso poético I'r)r Lrais que o discurso poélico tcntc expor ünra singularidadc, clc o l, cm conliüto conl oulras singulari.ladcs Ent,ro. n(is só tcrnos conhcciDento do unN'ersâl Quânto lnajs rri!crsâl tbr o conhccimerlo. 'Iais â possibilidadc dcle ser pcrtcito No cntanto. rLrdo o que existc só cxisie corro singulaiidadc, ató o uni \crso inteiro O universointciro. o quc ó? EIc é urrr IllenrLrro da espÚcic rnivcrs.r? Não. el€ é unr Lfrilerso Todas as reirlida.lcs que exisienr cliz rlc. cxistenr como sLrbstânciâs singul.Lres: cssa a a caracleristica nornr.rl c rLniversnl da cxi(ênciâ Il\istir ócxislircomosingularidadcc naroco'noc(xrceito decspócic LlLr gâto não cxiste sonreüie corlo menrhro da cspécie Elccxistcconr.l !nr gato Sc a espécie gato tivesse urn Único melnbro, cla cxistiria. O tingular contém e\istcnciâlmente â cspacic. enquârÍo a espécie contóm loricarnen(e o singlLlâr L{)gicamcnte lalartdo. o individro ó apen⧠rLm mernbro da cspécic. lrâs exislencialncnte a esPócic só exisie no inlivíduo. Elâ não crisie como 141. \()cê nao vai vcr tL esPécic gâio sc l|lutlo' Mas aí eLe Íah lle ma esptcic que ià se eúineutu: Íal es t)aLie e tal ndoexistetnmais Vaú |úa len llenhun índíúídua sitr{,ular la espécie, nis a espécie- .l E corno é que vocô sâbe que elâ cxistiu'l íla só pode ter e\isiido como illdivicluos singulares. Hxistânr prcseniementc ott ná1,. dá na mesmâ Sc â exis{ência é atud ou passâda, dá lra mcsma onde qucr que lenhâ .\iíido, exislia sob a lorn.L de individuos singularcs. e se unâ cspócie ruo cxisie ainda c vier a e\;stir c)iistirá como individuos singularcs I lL'je. erisrcm muilos aurorcs quevênr csscs dois pólos da lilosofiaansloló licacorro rLmacontradiçáo Ntas n:]o é Lrnra contradiçlo Nãoóqueelcchcilou conclusa)es c()lrlmdit(irias: ele esiá dizcndo que a rcalidade é eslruturada cxatanente âssirr, que hii urna tcnsâo en{rc â dircção do conhccimcnio e a dircçalo cm que sc cstNtura a rcalidâdc. H por isso que ele tan]bónr diz quc o prhreiro na ordem do scr ó o iútimo na ordcm dL, «,rrhcccrl ou scja. supon.lo-sc que hotl!c uma caus.l inicial na orllern da prodlrçan) dos scrcs. você coi cqâ â tonràr conhccinenlo do scr nào Pelâ causa lnicial. In s Ielo úlrxno elei(o quc cslá na sua frcntc Lssâ contraposiç,Lo errrrc o conhecer e o scr Dtlo podc scr rcsol!ittx p{,.tuc cla a n própria cstruxrrâ d.r rcaliclade lsso qucr diTer !üc o murldo dc Aristótclcs é tlm nrundo icrrsional .LUc tcln. Por ürn lado, L) universll c, por outro, o singular: por llrn lado. o ser por outro 1ado, o conlrcccr Eles n!ncâ sc scparaDr e rrrnca sc lunderr' Para você podcr continurr elaborarldo este problcma dcsde o ponto cm que Arisrótcles o deixoü, c clc o deixa e\âiâlncnte assi r (nós podenús dizcr que cstâ '.r ..,."púrr, li ,1 ddfilu.u ri, :r,.r11"1.'.\o,1 ni.i.rrJL\p.r I rrruitos séculos para que isso scia tratado clcntro (lc uur conteato tco lógico cristão AristaÍcles parlia da idóitL de qüc o sistcn das ciôooias ni]o p.dia scr âpcn.Ls o clâ ciôncia de um univcrso ideal. rrrâs iinha que abrângcr dc âlglr.r nÍ)do cstc universo... Por quê? Pol!nc iu.lo o quc crisrc. e\isle com., singLrlaridade c, porranto. co.ro dâtlo cle exferiôncia Por outro lâdo, todo conhecirncnio só a.k|rirc validade quarrdo ó universal Daqui nao dá pâra pâssar essâtcnsáoé temrinal. Claro qlre po.lcnxrs dizerqu! o plaionisno é, de celto rnodo, urrâ luila acss.L tcrlsáoiclc lbge à lensâo climinandl, Lrir dos pólos. que é o pólo cla individualidâde. .to slnilulâr, ,lr 'per rrrr"-r.',1 c ,1,.|n ,.n,ú,',rr,^ f ..n,.'( r,trrrou,i'' relllidâdcs metalisicâs univcrsais llssc mais reâl do quc cste. ,\ idúla platanicâ lcvi, porénr, â c{nrrràdi(ares rbsolnltLnrente insolú- r.is l'in quêl Porque sc você pcga. por cxcrrplo, as lanrosas idéiâs ori rr rlL.,,. r,r r,lu(rbri,-;, .,lrrrr rr,,p,.i, \', r'r'utiôr , L,,i da ca!alil:lârlc ou â iriansulârl.lade , ela tambénl é ela mesnra c rri) oLrirr. e.tao ela tunrbérn é uürâ singularidadc. cla rârnbam ó urr irr(livíduo \bcê icria. entao. de novr,. o esn1o problcma colooado nulna ,,!trx cslcra, c nurra ou1ra. c nunrâ ouiln. de rxxl ) que essa tensáo quc ,rl)rrccc cn Àristótclcs jrt csiava .lada dc algüm modo crn Plârão c a L,'isr nrais câractcrísricâ de Arislótelcs, do estilo aristotélieLr. é a rlc ,, Lrnca tugir dcssas tcnsócs c coniradiçarcs. |^)Llro: Toda essa áflorc de taÍinloniia qtle ^risttik)Les... ioestá tlt,tto t\oÍancfite disso qLte tocê acabau tle lúlari essas espi.ies /ís t \t\;(ies? O cazido petletrcc à tatnília lal, ao gi LtL) lal ..?) allâro. lnas tudo lonna ümâ llrilrâ corlÍnua desde r miz dtL árvore iLlú o fruto. \bcô náo podc scparar unrâ coisa da oulra ll eu. qu.rndl) r ir pcrglrnlo de onde Aristóteles tirou cssa idaia. diito qüc só podc 1cr r do da cofilernplação dos seres vivos. O ser vivo Í-) ó vivo porquc clc lrn cssâ tensào Um scr vivo só podc cxisiir como urn.r unid:'de no l.rrpo e no espaço. l,lle é o mesmo dcscle quc nascc até quando mollc, r s(i podc existlr sob eslâ l'orma l,irl:lo unl lobo é um lobo c náo dois r)bos, ncnlaespaciclobír EIcnáopodcscr.loislobos. tcnqlreserum s(') Se tiver dois. c.L.la Lrnl.teles renl quc scr unr 'Iudo o que existe. exj5te sob â Lonna de un1a unidadc substancial, |,nóm csra unidadc substâncial erisre nürr rnetu (,rde há oulrâs Lrniciâ ( cs substanciais, inclusive Lrma unidadc substancial do plancla Tcrrâ, lo cosrros onde ele eslá, eic Ihtao é evictenie que estc scr orgânico nin) ó uma unidadc sinrplcs, Íras uma !lIidade complexa Sefdo Lnna rridade corrplexa. (lenlro dele existc un1a tcnsão cntrc o quc rclc ó unidâdc, portânto, â.1üilo q e c(»rserva ir sua fomra c aquilo quc J] nclc ó complexi.lâde. Esta opoliÇão inicrna. eni úliinâânálise. o lcvarii a nnrner Se o bicho fosse üma rLni(lade p€dtita, ele seriâ indcstrlrtível. Sc ele náo a uniclade, náo podc existiri c sc não é urnâ uni.lâde pcrfciia. --le é indcstrutível. é crcrno. É assün iarnbórn que Aristótclcs vâl adicular os seus rcmolissirllos anrecessorcs. Pârmêni.lcs c Hcráclilo (dos quais nós nãolàlanros âinda. nras quc vâDros lãlâr, porque o Inótodo aqui exigc qüc a gente q(cbrc unl pouco.r odcm cronológjcr). Vrcê só vâicntcllder Parnranidcs e I Ierácli- to ern lunçáo de tudo quc aconteceu dcpois; quantlo Parmênides insistc nâctcrnidâde e râ irn utabilidacle d o Scr c l leráclito insisle na contírrua nrudâr1ça de iudo que exisle. clcs cstao rnontando unr problcn1â. l.rr.a J,o-r .rd1 rn "rl..re |a/ru','l'..rr. 'pr.r. ', \"' tentâr dar razão a um. eliminândo o outro, enÍará e c{rntrâdição A afirmâção da absoluta inrniâbilid.Lde clo Scr negarí a possjbilidade do clevir, rnas esl.L possibilidade já esiá âfinnadâ no instêIrte nrcsr ) em quc você colocou o problema. Você colocou cssc problenra porque cxisie o devir c você.Lcrediia qtlc resolveu o problenla negando que ele cxistâ. Para ncgar (Lue elc cxiste e âlimar que sri o S€r ó, você paÍiu da cxistêncja delc Quâi é n rrrorivaç:io que leva Pannênides a âfinnar a ctcrniLlade.lo Scr? Il a expcriência da rnudançtl, il expcriênciâ do náo Ser, por assim dizer. E Hcrácli10? Sc você êfirmâr a mudênça Lrni- laieralmcnle, negando a eternidadc do Ser vâi chcgar a cortradiçôes maiorcs âinda. Toclo mllnclo conhcce aquela fannrsa irase dc Hcráclilol "Nós n:ro nos bânhamos dtlâs vezes no mesmo o" então tudo eíá enr coniÍrua nudanç:L Mas se tu.lo cstá em continra mudânçn. € sc nars nâo nos bânhamos duas vezcs no Desnro rio. como é quc podeDros sâber qu€ csta liase lenr duas vezes o mcsmo seniido? Não podemos. de nancirâ qlre a âl'irmâçào da nrudança conslantc dc tudo nrudariâ o própri0 sentido dcsta alirlnâçáo. l2 Isto qucr dizer quc P.rr rôoidcs c HcriLclito coloc.Lranr os teüros dc írir problema. Platáo. dc algum nlodo. tenta resoh/ê-lo, privilcgiândo ,, Lrdo parmcnidiano. o Ser e .L eierridade. Nías o quc scria essc Ser e .ssa ctcrnidacle se não conlivessc dcnrro dcla o mlrndo.la mudança. ,tIr s:rbemos quc cxistc porque estamos nele? Sc invcnto aqLri unla l! lisslrna ctcrni.lade, mas esi.L elernidade não ó suficicntc para n1e dar ,r,Ila das coisâs que eslão acontcccndo no mundo da mudança, eniáo ( |r nao é clêrivanlcntc uma etcrnidade. é apenâs Lrn conccito abstrâto ,1. (1crnidadc. Quândo nLr crcdo crislâo vocô diz "Crcio cln umsó Deus, l'rl onipotcnte. Criador do Céu c.lâ Tcrra'. o que você eslá làzen.lo? llstl aÍiculando o Deus ctcnnr con1 estâ tarra em que locê vivc. ondc L r(lo ó nrLrtávcl Você explictL um enr lu çao do ouiroi você articlrla. rro ncga â cxistênci.L da Terlâ. \'ocô náo diz: 'ureio em Lrm s(i Deus. I ' Lrripu.,,,lL qLrr r. .a r,/i ôr.r..i n.,rr'1,'r-e.,,ui $sr lcrrâ pol.tluc cla nàl.) erisle' li)i isso que vocé le,? Se locô lossc un platônico. laria is$l \iocô ,,.ri soHenle errr Deüs Pâi Onipotcnte. mas nao nesla Terrâ. Entáo r ss. l)cus náo criou coisa ncnhulnâ. só deu a iorprcssáo dc que |e? Nlrs n(js já nos deslizenos dcssc cquivoco c sâbemos que só eriícnr ,rs dai.Ls crernas L esiâ soluqáo qLre rúo saiisiaz a Aristólelcs. Elc \,4 (tL e a clenridadc e â tcrnporalidade têln !ue ser âfliculâdâs, c que este ( !r).rcntc unl dos n1uilos pares de opostos quc vào conpor r eslrLrturâ ( ti scr re.Ll e cacla ser reâl rclü cm si a unidade que o prcserva c a {,rnplcriclade qlle o opóc a si mesmo. Sc vocô cljssesse "a lbrrna do loln) quc o lobo oonservn ao lolrgo .lc i,,(Lr â suâ vida", esie é o scu âspccto pamreridiano. E it cornplcrida.lc i r c lerr nele. por ercnrplo, pârâ cle manter esl l()rma? EÍâ fonna nâo .,.r r, './in,"..1(rumqr, (une oquccc, m.'.'I riru!,',.,r\rJ l1)rmâ unla coisa que não csiavâ nclai portânio, já enlra um elenrcnio rslrrrnho. oposilivo. \Íais ainda ele telll que se deserr!olvcr c crcsccri j:] para ele Jrcar o mcsffo, ele teln quc flLrdar. Essc coniunto de elcmcntos opositivos permite o quê? A geraçáo, o nascimento. o crescinento. o desenvolvim€n10. a mâturaÇão e â moÍc Então é nessc ciclo yital que Aristóieles articula, por um lado, a idéia unidadc, eremidadci por oürro. .r idéia da nruclânça. [Al1irc: É Àso que et.e rlcÍitrc conlo úlouime Ío?] É absoluiârnenLe maravilhoso o sujcito fâ7er issot Essas coisês. isto ó uÍn clâdo da cxperiência huffana. m.Ls i,ocê co.seguir cxpressá las ató poelicantentc ó dificil. Você conseguir articulâr isso filosoficamente e dizcr: "Olhâ. é assjm, aqui tenl o princípio unitário, cternu, que sc ârlicula assin c provoca esta m!daüçê...', isso é un1 prodígiol [Llutlo: O l..r(lo que pux.a lnais paru o deüir setia Heúdoto? HeúcLito?) Dcmócritol^h náolVLrcêtenr unra série de linhas m enores dcdesen volvimcnio, que são como o coro emtorno dos protagoristas tjnessccorc você tem elemcntos parciais: tcm indivÍduos que perceberan um pedaço da hisrória e dáo um palpite ali, mas qlre não estão r€âlmente cntcnden do a totaliclâde do drama. É a hisrória .le Derrócrjtô, de Epicuro... Sáo camaradas que ouviram um pedaço da históriâ, nês suas discussões estáo iáo infinitamcnte abâixo disto que só podenr adquirir scniidc) como partes dlr drâma. Integrando-os no drâmâ platônico aristotélico. eles lazen algum sentido. s€náo não têm â nírima imporrânci.r. Entre Demócrito c Eplcuro surgc iarnbérn um problema. porquc os dois acrcditâm que existem átomos, que tudo se compóe de átomos. Sincerâmentc. não sei quc imporiância tcm isso. mas, cm todo caso.. Um diz que os átornos obedeccma leis imuráveis, cnráotudo sc conrpóe de átomos. O nlundo sc csfarela numa poeira de migalhâs, ll1ês essas migÍllhas no fundo esiáo pcrfeitanente orgânizadês. Esta orgarização apar€nte quc você esiá vendo no mundo âqri é fictíciâ. por bâiro tem outro. Você pensa que nós estanos sentâdos nLrnra sâla. estamos cor ve6ândo? Náo. aqui só iem átonlos dançandol NIâs os áiomos, por suâ vcz, esiÀo organizâdíssirnos nlatematicênrentc, cada um obedece a tlma rlgorosa necessidâde. Epicuro diz o contrário, que o áton1o vêi pâra onde qucr O qüe ó isso aqui? É a repetiçáo cxaia do problerrrâ dc Parnêni.lcs e Iteráclito: ''Nao, vanos rcsolver âqui o problenra -'\hl A soluqào é o áiomo'' ' Só quc. nos átomos. locô rcpere o mcsmoproblcma emescala pequena Erltão. o quc resolveu? NáLr .esoli'eu nadal Qucn resolvcu foi o vclho \, i. r^ .1.. l.p..rj.iru ,.lu.,lruLl',noJ-u ç n'n. p, n a a n. tit< ram. durante sóculos, tudo se unifica c de alguma maneim sc lürmoniza âssim. sinlonicírnentc. Naio há unl só âspecto. uma só idéia da cultura ricga quc eslejâ ausenle delc. Bon1, Platâo era uma espécic de Par ônides aumcntado. cotn mlriLo mâis gênio e uma visáo rcalmenie universal c abrângentc. Nlas lcrn um ponto ali cn] que a coisâ falha Ele é urn caminho em direçio ao corlhecimcnto dc verdades universais, mas no m€io do caminho sc pcrde esta reâlidadc vivenle. Sc eu vou lá pârâ o rnundo universal e j,r nlofli. eniío está tu.lo bem. E se eu lbr lnas não morri, ainda eíolr rqui'? Continuo con problemas. continuo com perguntas.. E sei quci quan.lo cu norÍer c for pam cterniclade, csiá lrrdÔ rcsolvido Íras nío a disto que eu cÍavâ Ialando Essa aÍricuhçao do cterno com o tempo, da unidade com a plura_ lidÍrde. c essa ârticulaçâo quc tona sempre o senlido tensionâl - e que obviamerle é inspiraclâ em ^rislóielcs pelo modclo do ser vivcnte quc conserva a sua lormâ cnquânto muda , isto é a aior conquisla do gênio grcgo e lalvez a maior conquisla do espiriio humêno A maior conquistâ do conheci ento humano talvez ienha sido isso. Para ^ristótcles. o conceilo de uma slrbsiância, quândo sc pega urra sub.rJ f.i, c .( Je I e '11 c''.n',i.r e'ro L *en. id inr \' 'netmr ' âtcnporal, ó supratemporal, mas ten quc conler cm si todas âs possi- biliclârlcs de lrânsfonnaçocs tenrporais que ela possa sofrerno curso da sllâ cxistência. Es1á âdiculado ai o plano da e§sência con o plaro da cxistência:iudooqtlcexisleéalgunacoisa.portanio. temumâessência F.essâ essência nãovai nrudariela lá craisso ântes de existi! enquanto ela cxiste, e depois quc ela parar de er'istir náo virâ outra coisa Mas e a existência? Quâl é a iorma de existênciâ desta essência? Evi.lentemente. ó ulla lorma de existênclâ opositlva, na quâl' pâra existir 1em que integral elemenios que lhe sao estranhos' Esses elc_ mentos scrviràn para seu dcsenvlrlvimcnto e tcrminaÍáo por maiá_lo' lsso qucr dizer que. se o rnundo de Platáo eÍa uma espécic de uin ieêtrc) com vários palcos, um em cinrâ do outro quânio mais se sobc. n1âis a cenâ fica impodântc , ern Aristóteles iá se tem uma espécie de roda giganic, eln quc as clrisâs sobem e descem (scria mais un1 odclo da rocla alâ fortuna). Desse modo, iudo aquilo que nunr ccrto nomcnto lhe pareceu universalmente explicativo e, pol1anio, sobeÊno, no instante seguinte lhe âparece sob a lorma da coisa mais nliúdâ e terra_a-terra que você possa imâginar. A iincnsidão.la iniluênciâ adstotólica no lnundo náo foi até hoie medida.'tbdo o mundo islâmico vai sair daíi dentro do Ocidente, vai sairalaínáo só todâ a estruturaçáo da filosofia escolástica (mesmo anies da escolásrica já hâvia uma prcsença âristotélicâ), mas toda a tradiçáo àlquímicâ. Náo se pode csquecer que o lh'ro básjco dos alquimistas clurante clois mil anos foi a físicd deÀristóteles. Pâra todo essc nlrlrdo csotérico. tanbém ó Arisló1clcs. É que hoje em dia está difÍcil captar â unidaale e aorganicidadc desses conhecinentos Nós fizenos, âo longo do nosso processo dc enbuÍrecimenio e "puerilizaçáo", como diria o Schelling, uma série de distinçôes um pouco estcreotipadas e torçâdas lú quc nos fazcn ver oposiçõcs insanáveis entre coisas qlre na reâlidâdc, só exiÍenl âriiculadamente. lAluno Árislóleles íli!, €rtão. que só e]lste cofihetimenlo do EeruL "l É esic que é o nosso... SÚ e{isie conhccinento do geral, e as coisês só existen como indivíduos singulares. IAlrt\o: NÍas aí ele estti üil1do de üru1 ttadição? PlaÍio '|t1les estezJe' c litlha (LiÍo que a etemo é ewÍamente a eeruL. .) IstlJ. l\lrno: Na üe ade, nen seí se essa peryú ta é peúine te " l,lt1s, aí, quaú(lo a crisLianisno surEe dizen(lo que é o inrlioiluo pafticuLat que é etefio, que a alma é eter11tt. aí esse cotTceito de co hecimento qúe o ..) Isso aí iá es lá estava. clc certo modo, dâdo e AristótelcsPorquê? O própdo univelso e aprópriatolalidade. eopróprioDeus' para ele iambém sio singularidacles. E existcm por causâ disso' senão seriam apenas idóias platônicas. Ou seja, quando Àristóteles remonta a un1â causa primelrâ, à câusa de toclas as causas. estâ náo é um conceito univcrsâl' é umâ realidadc existcrte e, portanto, umâ singulâridade' lAluna: Que está na esleru do Set Lambén? É tnais o SuÜa'SeÍ" ) É isso... Náo, nao é o Supra-Ser, é o próprio S€r. Aristóteles náo, ele escapa desse negócio de você, qlrando está su bindo para o universal, coÍar com o singular' Náo, quândo você sobe Il.r é que encontrâ o singuiaÍ dc novol 37 ÍAlullo: Eu jáouüi comentútios rle que, ptln Aristótel,ls. tLão haurí.t u|ru| cttusa ptíú1eirc. mas ruiias, en una pluruIidade.) Não, realmenic náo é assinlll Você pocle ler unra pluralidâdc dc opcrâçocs. mas a unidâde .Lr câusa prirreim eÍá dada, porqlre senão você lelaniaria. . Se iem várias. qucmé qucas unilica?'lem que terulira causa atrás das cansas c. assin. isso multjpliÉ o frobleÍra. ÍAítna: AuLda nàoe Íe dia deestáe tAlisl.óLeles quea indiríduo sinsuLat é etemo. 1.. )l Ele diz que as slrbslânciâs só ei.istcm como singlrlaridâcle, só o que existe é r sübs1ância. E a substânciâ é aquilo itue não é ncnr prcdicado dc outra cois nern pârie de oütra coisa. Ela cxiste nela la]. Flu existo porquc náo sou apenas urn predic.rdo; eu §ou. por assim diz€rt o suiciro da oraçào E eu tambén não sou somcntc panc. Posso ser considerâdo colno pafie dâ cspócic humanâ. niâs ntro é como tâl que eu e\isto. Eu cxisto como cu mesDro. 'l'udo o que exisrc só cxislc assim: se náo exjslir como substância, só cniste ra substância. Por exeniplo, âs qualidâdcs, a co! a posiçáo. as âçóes. elc. náo exisiem como tais, só c\istem nâ subslância. Om. nras sc só o que eristc ó substância, a causa prineira pode ser o quôl Sc cla não ci{istc como substânciê. ela náo exiÍe de mâneira aLguma. Se ela existe .'ur ,. 'ub.r.l , ir e d P\r\1. ndit ou. h rL Jm(nl( I rn'r cu.á q,k non esiá dita em Arisrótclcs, nlas está clêrissirna. Se eu rresmo pcrccbo quc ci{istc cssa conenàológica erlre dois conceitos, como óqucAristóteles nào ia peÍceber uma coisa dcssas? Entào é claro que a causa primeira cxistc substantivamcnte, porqLre se náo exisiir substantivaÍrentc só pode existir como atributo de ouiracoisâ: se ela é atribulo dc ourrâ coisa, ela i.'r náo é primeira. é segundâ. 1 Por isso é que foi tão fácil inlegrar AristaÍcles no mundo cristão. O Deus crisiáo nào é un conceiio gcral, é uma pessoa, é urrâ indivi' dualidadc. cntào isso não iem choque con1.l visão quc Àristóteles tem dâ causa primeiÍa, embora ele náo lale lito dclâ. sonlLndo llrdo o que ele escrcvcu sobre â causa primcÍa, dá trinla linhâs, mas essas trirta linhas sào sulicientes para concluinnos que cla cxistc. Ela eriste substâniivamenie, € não como aiributo, náo como predicado de outra coisa. Ora, sc a espécie só existc na substância que a excmplifica cxis icrcialmente. então ó fácil ver que Deus náo podc ser unl conceilo de cspécie. Ele tem quc scr umê individuâlidadc. mâs estâ indivjd0âlkladc, clâ é â coisâ mais universal qre exisic. É esta tens.to do ünivcNal c do lndividual que runcâ se rcsolve, náo pocle se rcsoh'c! porque ela é a própriâ esirulura do scr Você pode âté dizcr que isto é unr nistério, n1âs é um dâdo da experiêrcia tâmbém. Parâ nlin1. AriÍóieles sc iorna um nodelo do filósolb nomral O que ó o sujeiio nonnal? É o sujeiio que tem todas as dimensóes do scr humano: nâ hora que ele pensa, é a pcssoa inteira dele que pcnsa. não csqucce urn pedaço dc si rnestno para pensar E tcm outros que náol pensêln. maspor um cnfoque seleiivo. Estcs, cntão. evidenlenente, vão chegar eln coisas que podem ser vcrdadciras sob cerlos aspcctos, mas sob outros nào seráo. lá esta coisa da tensáLr do u iversal c do singl ar isto aÍ é verdâdeiro sob todos os aspectos, aparece em ludo, náo tcnr como você escapar Há muitas filosofiâs que se podc facilmente resumir cm dois ou três principios, mas a dc Arisióteles náo se podc De certo modo. é por isso que Platáo ó populêrmente mais conhccido do que Aristótclcs. Falâm em Platáo, e o sujeiio lembra do mundo das idéiâs c do dualismo platô nico imediatâment€. Tá o mlrndo de Aristóteles se pârece demais coin a realidade vivida. É como se Plâtáo fosse uDrê obra. uma criação. uma or"Jca'tc.iro rr. r.lno, \r''.tottlc. rrada c rs.ir r. 38 :19 O próprio fato de toda a filosofia de Aristóteles ter nos chegado somente sob a lorna ale fuagmenios, isso de certo modo foi propício' Quando você está lendo Aristóteles, nunca se interessa pelo 1ivro, pela obra. A obra estátâo mâlfeitaquevocê nâo se interessapor ela;você se interessa pelo que ele está falando. Evocé naturalmente tem atendência de tentar explicâr aquilo melhor alo que ele está explicando porque ele começa falândo um negócio,logo muda parâ outro, a continuaçáo daqui_ lo está alez livros para aaliante - entâo, o interesse literário é diminuto' Sáo como notas de laboratódo, que o cientista foi tomando um pouco aqui. um pouco ali. O texto não teÚ importância em si mesmo' e1e tem que ser continuamente completâdo pelo apelo à experiêncla vivjda Esse é o único jeito ale você ler Aristóteles, é você preenchê lo com aquilo que E se o suieiio lizesse unra obra de ârie literária explicando tudo? Bom, você poaleria se âpegar âos exemplos que ele estádando, e por um processo ale encantâmento ficcionâl entrd dentro do mundo ficcional dele. Mas em Aistóteles náo tem um mundo ficcionâl; você que tem que botar o seu mundo imaginário ali, baseado em suâs experiências reais. EAristóteles é um autor muito mais fácil de você coníundirdo que Platão. porque câala frase que ele está dizendo tem de ser conüontada conl a totalidade do si§tema, com todas as tensões e contradiçôes que tem dentro dela... Penso que Aristóieles começoü a ser compreendido só no século LX. É chro que houve duas ou três sacações geniais antes, mas' por exemplo, o próprio Santo Ibmás de Aquino. suas interpretações sâo gcnia,'. -o oüe nem scmpre ele e\ra raLndo de A"islólele5 At ve/e' e ele mesmo que está inventando aquilo; é outra filosofia' No século Xx. a hisiória dos estudos aristotélicos começa com um livro brilhânte cuja tese está errada, que é a do Werner Jaege! em que ele faz uma bio$afiâ intelectual de Aristóteles Ele procura mostrar +0 que Aristóieles começou como um platônico de estdta observância e terminou como um empirista moderno, que vai se afastar cada vez mâis alas consialeraçôes de ordem meiafísica e termlnar âpenas com a investigaçáo de laboratório. Esse livro foi objeto de discussóes durante um século inteiro. A conclusáo final é que a tese estárealmente errada' isto náo aconteceu, mas esses dois aspectos que ele destaca estáo ali: o metaJísico e o empirista. E agora você vai ter que se arrumirr com os oôis. porque ele eÍâ os dois do mesmo rempo' Náo hou!e essa t'ansicao se houvesse. você eliminaria o problema, eliminaria um dos pólos' No começo iinha um pôlo, no fim tem ouirc' entáo náo temproblema Náo, mas iemlEsses alois pólos estáo em tensâo emÀristóteles desde o começo até ofim, e é isto que é o mais caracierísiico dele' Âquilo que o Jâegertentou resolvercomo se fosse uma €voluçáo biográfica no iempo Íáo é isio. é uma contradiQáo que está lá. Ele nasce com ela e molle com ela, e é o que nos lega no fim Ele diz que tudo o que existe, existe como substância, portânto, como singular, como um individuo singulâr' e tualo que nós conhecemos sáo leis gerais Entr€ essas duas coisas' tire-e ha toda â grdda(io de conhecimenlu\ prova\eis' raToa\(i' e incertos, sobre os quais você nunca chega a uma conclusAo exata' mâs que rambem nunca lhe talram por complelo' ora, esse mundo ala razoabilidade para Âristóteles é o quê? E o mundo das ciências, de toalas as ciências. E a únicâciência exata parâ ele é a Metafísica - que ele chama de Teologia' Àli você vai conhecer a substância, a causa primeira, a eternidade, etc ' ali é certo' Todas as ciências, qualquer que seia, estao s€mpre se movendo no mundo da râzoabilidade e da Probabilidade. Você imagina como a hLlmânidade precisou emburrecerpara, 1600 anos alepois, acreditar num mecanicismo? O que é o mecanicismo? Éum plâtonismo. Pegâ-se toalo o mundo da experiênciâ e se dizi "Náo' iualo isto aqui se realuz a meia dúzia de equaçôes matemáticas, o resto 4i é tudo ilusão, é trldo falso, só apârência. Sáo só âs equações matemá- ticas que estâo no fundo dâ verdadc". Desde tsaac Nc$.ton até pelo menos o século X-\. todo mundo acreditou nisso. virou uma modâ iniernai. O que era? Em um neoplaionismo Quando, de repente, circgâ o pcssoal Heisenberg. Planck, etc. - c demonstrâ que dc fâto as coisâs náo sáo assim, que essa pcrfeição newtoniana é que era uma ilusão, na verdade, ocorre de novo o quê? É a "vingânça aristotélicâ,, em cimâ do sonho platónico; fura-se o baiâo platônico de novo. ÍAlüro Só que eles Íicam Íataüdo de paúículas subatômicas que também fiao são obieto da expeiência dieta humana- E ho .. o que é at1 ãa cíência, que fazaÍitmações. só que usanclo coficeitos que ndo se podctn rcpottat de fianeiru alguna...?) Nãol Evidentemnnte, quando digo que isso é uma',vingança aristo- télica', isso náo quer dizer que eles retornarâm ao arisiotelismo. Ape nas furâr o baláo platônico do mecanicismo, ciaro que é umâ vingança ariÍotélica, mas a ciência que eles fazem em seguida vai aproveitâr inúmeros elementos platônicos. Eles chamam de oírnceiros construídos, que náo se rclerem a nada: "Náo, eu nunca vi, mâs deve existir,'. Isto ó um negócio platônico, mas é legítimo vocé usa. Você pode usar para detcrminados elementos particulêres do seu sistena. O que náo pode é construir um mundo inteiro baseâdo nisro. Você náLr pode construir um mundo intciro na bâs€ de modelos, negando a realidade que está à suâ frente. Mas. no comeÇo do século, isso ainda era possíve]. Àrthur Eddington chegava nâ âula c dizia: "Vocês pensam que esrão vcndo aqui Llma mesa. Aqui náo tem mesa nenhuma, aqui só tem átomos,,. E dizia que o mundo das apâréncias sensíveis é ilusório, o verdadeiro Por que náo se pode inveÍer esse raciocínio? Você pensa que aí só tem átomos, mas, pcnsando bem. eics se juntaram numa fomla que é 12 cratanente a da mesa. Entâo parece um monte de á1omos soltos, mas isto é uma ilusáo, na verdadc é a nesâ. Quando grandcs cientistas cntram êssim nesse tipo de "burrâda" filosófica clcmenta! âí é que eu vcjo que um "banho ' de âdstotelisno não faria nada mal a eles. Desdc quc scja Áristóteles de fato, o que está nos livros de Aristóteles, € náo o que Fulano ou Sicrano dizem a respeito. Pêra encontrar exposiçóes fidedignas de Àristóteles, lol preciso chcgar no século XX, antes disso náo tem. E quêndo fazcm exposições fidedignas. estas se caracierizamjuíamente por essa estrutura loda ten_ sional, toda chciade problenas. Mas o quc é a ciência senáo um enormc corjunto de problenra e um pouco de soluções que já se enconirou? Nâo énormal que sejaâssim? O mundo deAristóteles também:elelem duas oll três soluções e un1 montáo de problemâs. Aliás, Aristót€lcs cscreveu um livro chamado Proálem as, um livro de quatrocentas páginas que se consiitui de perguntâs. Daquela lista, nós náo descobúnos aindâ n€m a qüinquâgésima parte das respostasl Aristótclcs tambén organiza a possibilidade da investigaÇáo cien- tifica como um trâbalho continlrado ao longo das geraçôes. Isto só existe por sua causa. Então, em qualquer investigâçáo, você semprc vai teÍ que ârticular o conhecido conl o desconhecido, sabendo que o desconhecido é maior. E que, quando você escapa dâ complexidâde do nundo da experiência e l'oge para o universal, as dificuldâdes somem, porque neiâfisicamente ludo tem soluçáo. Sin, só que essas soluçóes rnetafísicas sâo compatíveis com uma infinidade de soluçõcs dilêrentes r1a esfera lísica e cxperiencial. Quando você descobriu tudo a respeiio do infiniio, da eternidade, \r, vocc. onlinur nao sabendn co_no e u mundo aq. i. E rndi\ ou m<no' assim: mesúo compreendendo âs regras do iogo de xadrez, sâbendo tudo sobre essas regras, náodápâravocê prever o resultêdo de nenhum jogo combase nisto. O mundo deAristóteles éassimrpor umlado, você .1u !-- tcm ccrtczas inâbaláveis; por ou lro. essas certeTas são compâtívcis com n1ontanhas de inceriezas. que você tcm quc ir rcsolvcndo passo.L pâsst) nê base da râzoâhilidadc c da probabilidade. Arisróiclcs foi o primciro indeteürinistâ clâ hisl(iriâ Não loi tlm indc- termlnisla râdica]. rnas um indcterministâ, tanro quc cle via o mundo d.r narureTa Inais tardcvisto por Nc\úon como uma lnáquina que lLlncionâ regularl]lcntc dc acordo com leis eternâs eralarnenle conro o nrtlndo da inceilezê, o nrundo dâ in€râlidão. Curiosarncntc, dai cle rirava uma conclusrlo erÉda, quc cra a dc quc. ncssc domínio, no donrinio dâ invcsiigaÇão das ciênciâs dâ naturez.L, o nléiodo nràtemáiico não scria bom. Por que ele tirou essa conclüsão? Porquc, na época. nào haÍjâ instrlnrienial nraie ático para lidar com as incertezas. que só aparece corr L€ibniz. E ondc clc tircLr â conclusão de que nio deverla üsâr o método maternático. Leibniz podeÍia lirar acollclusáo dc quc podcnDs usar o mélodo naiemá1ico sim, contanto quc seja un1a mâtemática relorrnâda dc tal modo quc possâ lidar coln qu.Lnlidades inceúas. No lundo, parece que esiaLo dizendo dl]âs coisas. rnas csrão dizcnclo â nre§ma Se a maicrnálica não ó boa porquc cla só lida conl o que é e\alo, e o outm dcscobrc Lrma matemáticâ paralidar com o que é inerâioi csrá rcsolvido o problemal É curjoso que. rnesn.r quando Aristótclcs crra, há unra h(uiÇtÍr llrlguranle âli âirás. Nuncâ houvc un homen mais inielige ic do quc cstc. nunca Estc é o guru dos gurusl Qu:Lndo Dântc o chamavâ clc "o mestre dos que sabenr' . ele sâbia o quc cstava dizcndo. É claro qLrc, sobrc cssc rrundo de ^ristóteles. dei aqui unra pinceLâda grotcscamcnlc sinplificada para nlarcar ná! o conieúdo de sua fi1oso6a, mas o seu eÍilo. (Na verdade, é o qlre iareoros a rcspcito dc todos os outros filólioios quc !a los âboftlar Vanros podcrapcnas dcstacaro cstilo c sab.r ,..r, n.lô i ,1 nr,irJur.Jrj ur i.;.r,.,,, (ir.brâIC|Jô r, A.\.,,c.. quando \,ocê iem esla nnpressão iniciâl do cstilo. aí vocô nào se perde 1+ frais quândo cstá cstud.uxlo o filósolb. De saicla, não ó possível conr t)rccndcrnenhum lilósolo combase err suas doutrirus pronias nrcsmo por!ue râríssinros tilósolbs vlveram o suficienle para podcr tcr Lu1.r dou trin a prcnta c acabadâ sotrrc rodos os problenràs que cLcsdesejêrianr lratar: Quâse ilrdos os filósolbs que levâniâm )rovecentas ) Pcrguntâs cncontrân duâs rcspostâs, é o deslino humâno. Flntáo. âs doutrinas pronlâs são scmprc só uma supeÚicic do mundo de conccpçôes cm que o individuo estálLrlando para rctLlizaresla r csma definiç,ro.lc Iilosolia quc nós coloca os, quc é a ufidiidc do conhecinento na unidack da auloconsciência. Até o n1o enlo. iodos aqucles que âbrangcmos estio laTendo cxatamenie isto. Dc cerlo rnodo. csra clcfiriçao dx iilosofia cstá implícilil orn iudo que ^ristóteles está Íàzcndo Na rredidâ cm que ele tenia organiz todos os conhccirncntos disponí\,cis no momento e, mâis ainda, ele orgârriza isso não sob a lonna dc unl csquenra ou dc uln diâgrâna (cúro Platáo). dc um dja anlc, dc un1a lbmra gcolróirica. lnas sob â fonnâ de un1n unidadevivcnic,eleeslárealizandocssadelinição/p§l§üÍlers porquc (, rnunclo dafiloírlia deAristóiclcs é o nrundo do conhecinrentír hümano. tal como está reflctido numâ alnrâ humana que ienlâ unificartudo aqlrilt) U semprc com a consciência dc quc cste poder 0nificante cst,t dado err rlois pólos: primeiro, na cansa primejra à qual tudo se rene(e: segü|do, nâunidadedapróp ai
Compartilhar