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Ética- aulas para a 1 prova


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Ética geral e profissional
As palavras usadas dentro do vocabulário da ética possuem, muitas vezes, sentidos diferentes fora dela.
A expressão ética dentro dela mesma significa uma ação que está alinhada com um conjunto de valores e princípios inerentes a uma pessoa. Ou seja, quando a pessoa age de acordo com seus próprios princípios, autônomamente. Sendo assim, existem tantas éticas quanto existem indivíduos. Uma ação é considerada ética quando é livre (espontânea), compatível com valores pessoais, sem o receio de receber coações externas.
ÉTICA X MORAL
Não significam a mesma coisa, já que a ética está associada ao indivíduo (único). Já a moral recai sobre uma comunidade, sendo um conjunto de valores que se sobressai dentro de uma comunidade. Ex: Moral soteropolitana, moral dos alunos da faculdade baiana de direito, moral baiana... A moral é um conjunto de valores que prevalece em dada comunidade. Moral e ética se relacionam no sentido de que a moral é formada pelas éticas individuais(tanto de forma expressa , quanto não expressa). A moral reprime (força repressora) as éticas individuais, fazendo com que elas se moldem à moral, pode ocorer de forma. As éticas desviantes são éticas que se contrapôem à moral predominante. A ética é uma força compositiva em relação à moral, podendo ou não mudar o conteúdo da moral. 
Mudanças ocorrem, quando as éticas desviantes alcançam tantas pessoas, que são transformadas em moral, como o uso de biquíni nas praias.
A moral pode usar de sanções organizadas ou difusas para reprimir a ética.
DIREITO E MORAL
O direito e a moral são 2 mecanismos de controle social distintos. Existem normas jurídicas e normas morais. Pode ocorrer de as normas jurídicas e as normas morais coincidirem, como no caso de assasinato. 
As normas morais são autônomas (construídas pelos próprios indivíduos da sociedade) e espontâneas, enquanto as jurídicas são heterônomas (construídas pelo Estado) e surgem institucionalmente (existem procedimento institucionalizado para criação dessas normas). As normas morais são difusas e as do direito são organizadas. Além disso, a moral se ocupa de atos internos e externos, enquanto as jurídicas só se aplicam aos atos externos.
O direito possui 2 fases bem distintas, sua criação e sua aplicação. As eleições legitimam a criação de leis. No momento da criação há o debate político (com discurso de fundamentação). No discurso de fundamentação todos os argumentos éticos são utilizados (ex: econômicos, técnicos, religiosos, feminstas). O discurso de fundamentação transforma a política em direito. A aplicação do direito possui interpretação e aplicação da norma.
Até então vimos o Paradigma da ética livre
 X
Paradigma ética do consenso : reformulação do conceito de ética, continua sendo o conjunto de valores escolhidos por um indivíduo, porém esses valores não podem interferir na vida de outrem (outra pessoa). Existe então comportamentos anti éticos. Nessa perspectiva até os direitos humanos seriam anti éticos por violarem a ética do povo do oriente
Obs: Ética individualista x ética do consenso – Ética individualista é aquela pauta da em valores e desejos egoístas, o agir moral é volta do à satisfação de u m indivíd uo, e, n ão são adota dos parâmetros externo s para avaliar o comportamento do indivíduo, logo, qualqu er conduta é justificável , inclusive aquela s que a moralidade postula como negativas. A ética d o consenso, postu lada por Habermas, afirma q ue o indivíduo deve se submeter p ara o seu próprio bem, à s conc essões n ecessárias p ara que haja o mínimo de lesão para os outros e o máximo de engajamento social, mantendo também a individualidade. “Autorealização sem sufocar a realização dos outros”.
ÉTICA PROFISSIONAL
As éticas profissionais não são a rigor regras éticas ou morais, elas são regras jurídicas que establecem sanções no descumprimento de suas regras. Pré requisito: todos os advogados têm de seguir a ética profissional, como o sigilo profissional. Regras de conduta profissional não eram obrigatórias, eram um diferencial de somente alguns profissionais.
Juridização da ética profissional causa a segurança jurídica, por outro lado causa a transformação do profissional em meros cumpridores da lei, não vai atuar eticamente (de acordo com sua ética). 
Em todo caso são várias as profissões submetidas a ética profissional, como advogados, médicos e engenheiros... É uma tendência da sociedade aumentar os códigos de ética, por confiar menos na ética do indivíduo e mais na lei.
obs: 
·	Consequências negativas da s transformações das n ormas éticas em normas jurídicas: 1. Compartimentalização d a ética em tantas partes quan to as profissões existentes; 2. Juridicização dos mandam entos éticos (julgam ento por instâncias jurídicas de contro le); 3. Perda da espontan eidade do surgimento das norma s éticas; 4. Preocupação dos morali stas: “o homem deixa de ser moral para ser cumpridor de n ormas”. OBS: O código de ética é d e caráter minimalista e sancion atório, com maioria das norma s proibitivas. 
·	 Consequências positivas da codificação: 1. Transforma algo incerto em certo, aplicável a todos; 2. Os profissionais devem contrair obrigações.
ADVOGADO
Aquele que está junto ao réu. Sua origem remonta a milênios.
No direito português os advogados eram bacharéis em direito, mas não existia um exame de admissão. Posteriormente surgiu na colônia o IAB (instituto dos advogados do brasil) , tinha funções de dar pareceres ao imperador, publicar revistas dos advogados do Brasil... não tinha função nem de disciplinar nem de selecionar advogados. A OAB surge na república influenciada por outros países, com a função de admitir os advogados na profissão e discipliná-los. Até 2005 os exames no Brasil eram estudais, só recentemente unificou-se.
As funções institucionais da OAB são: prol sociedade e prol classe. Prol sociedade é de defesa da lei, defesa da sociedade, proteção do estado democrático de direito e prol classe é a representação dos advogados (só a oab fala em nome dos advogados),selecionar e disciplinar os interesses dos advogados.
OAB NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei
A fim de bem defender o cliente, como advogado você pode se exaltar, entrar numa discussão mais calorosa ou acusar o outro sem sofrer danos
Art.103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, através de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;
A OAB é uma instituição...
Independente do controle estatal
Distinta das demais autarquias profissionais
Não submetida à exigência da realização de concurso público
Cujo pessoal é regido pela CLT
Cujas contribuições profissionais (pagas pelos advogados) não tem natureza tributária, ou seja, não estão sujeitas ao processo de execução fiscal
Cujas contas não estão sujeitas ao controle exercido pelo TCU
Que possui funções constitucionais especiais
Sobre o advogado
Presta serviço público e exerce função social em “ministério privado” (art. 2º, § 1º do EAOAB)
É inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão (art. 2º, § 3º do EAOAB)
Não há hierarquia nem subordinação entre os advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos (art. 6º do EAOAB)
As autoridades, os servidores públicos e os serventuários da justiça devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamentocompatível com a dignidade da advocacia (art. 6º parágrafo único do EAOAB)
Consideram-se advogados:
Nos termos do art. 3º, § 1 do EAOAB, exercem atividades de advocacia, sujeitando-se ao regime desta lei, além do regime próprio a que se subordinam:
·	Os integrantes da Advocacia-Geral da União e da Procuradoria da Fazenda Nacional
·	Os integrantes da Defensoria Pública
·	Os integrantes das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional
Nulidades de atos praticados por não-advogados
Art. 4º do EAOAB: São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas
Parágrafo único: São também nulos os atos praticados por advogado impedido – no âmbito do impedimento – suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia
Direitos dos advogados: art. 7º EAOAB
·	Exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional
·	A inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica (...), desde que relativas ao exercício da advocacia
·	Comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis
·	Ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB
·	Não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar [ADIN 1.127-8]
·	Permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior, independentemente de licença
·	Dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada;
·	Recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre o fato que constitua sigilo profissional
·	Retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo
Ingressar livremente:
·	Nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados
·	Nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e no caso de delegacia e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares
·	Em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado
·	Em qualquer assembléia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais
Direito das advogadas mulheres: art. 7º-A, EAOAB
Direitos das advogadas gestantes,lactantes ou que derem à luz, pelo prazo de 120 dias:
·	Entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X
·	Reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais
·	Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição
·	Acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê
·	Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição
Direitos das advogadas adotantes ou que derem à luz:
·	Suspensão de prazos processuais por 30 dias quando for a única patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente
FINALIDADE DA OAB
CF. art. 44, I e II, do EAOAB
·	Defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas
·	Promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil
 OBS) Não existem direitos absolutos, todos possuem uma forte razão para serem contornados
ÓRGÃOS DA OAB
é organizada federativamente, existe uma representação a nível federal (conselho federal) e algumas estaduais (conselho seccional). Não existe municipal, são extensões da OAB estadual (subseções).
Tem seus respectivos órgãos internos, que possuem regras, contidas no EAOAB, CEDOAB e RGEAOAB. 
·	Conselho federal: Se assemelha ao senado da república, não importa quantos advogados estão inscritos em cada conselho seccional. Só se pode indicar 3 representantes para cada estado. Seus membros não são eleitos por voto direto. Além disso existem alguns membros especiais.
O Conselho Federal fica sediado no Distrito Federal
·	Conselho Pleno
·	Órgão Especial do Conselho Pleno
·	Primeira, Segunda e Terceira Câmaras
·	Diretoria
·	Presidente
Composto por um Presidente, conselheiros federais (delegações de 3 advogados eleitos pelos Conselho Seccional) e ex-presidentes
O presidente do IAB e os agradecidos com a medalha Rui Barbosa podem participar com o direito de voz, mas não de voto – art. 51, § 2º do EAOAB
Os presidentes dos Conselhos Seccionais, nas sessões do Conselho Federal, tem lugar reservado junto à delegação respectiva e direito somente a voz (art. 52 do EAOAB)
A escolha dos representantes federais de cada Estado é de voto indireto
Os ex-presidentes da OAB e o presidente do IAB podem participar do Conselho Federal se desejarem
O presidente do Conselho Federal só vota em caso de empate (voto de qualidade)
O Conselho Federal é dotado de personalidade jurídica própria, com sede na capital da República, e é órgão supremo da OAB
Os Conselhos Seccionais da OAB ficam sediados nas suas respectivas capitais
·	Diretoria
·	Presidência
·	Subseções
·	Caixa de Assistência dos Advogados
Criar subseções e caixa de assistência; Fixar a tabela de honorários; Realizar o exame de ordem; Ajuizar ações coletivas
Os advogados escolhem os Conselheiros por votação direta
OBS) Ex-presidentes, membros honorários vitalícios e os presidentes do IAB, do Conselho Federal e da Caixa de assistência tem direito de voz, mas não de voto – EOAB 56
São instituídos em proporção aos Estados da Federação e ao Distrito Federal
Quantidade de Conselheiros:
·	Até 3000 inscritos: 24 conselheiros
·	A cada 3000 adiciona mais 1 conselheiro
·	Máximo de 60 conselheiros por Conselho Seccional
Subseções
As Subseções ficam sediadas nos interiores e são extensões dos seus respectivos Conselhos Seccionais
Parte integrante do Conselho Seccional, mas como não possui autonomia, se presta a promover a descentralização das atividades do Conselho Seccional
Não possui personalidade jurídica própria
Caixa de assistência dos advogados EOAB 45
Possui personalidade jurídica própria
Mais de 1500 inscritos
Seguridade complementar
Assistência médica 
OBS) 20% da receita dos Conselhos Seccionais vão paras Caixas de assistência
ATOS PRIVATIVOS DE ADVOGADO
Art. 1 do EAOAB: São atividades privativas de advocacia:
·	I- A postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais(Vide ADIN 1.127-8)
·	II- As atividades de consultoria, assessoria e direções jurídicas
·	Art. 4º do RGEAOAB: A prática de atos privativos de advocacia, por profissionais e sociedades não inscritos na OAB, constitui exercício ilegal da profissão
·	Art. 47 do Decreto-lei nº 3688/41 – Lei das Contravenções Penais
Os juizados fazem parte do poder judiciário, então não deveriam estar separados; além disso, postulação significa o ato de requerer alguma coisa, em juízo, por isso os advogados podem requerer algo em nome do cidadão na justiça e só eles podem atuar nos processos judiciais. O cidadão pode comparecer sem um advogado em algumas raras exceções
Consultoria Jurídica é o ato de responder à consulta de uma pessoa, quem formula é chamado de consulente, a rigor é uma atividade privativa de advogado, eles oferecem pareceres; também se encaixa a formulação de documentos jurídicos, tudo aquilo que não envolve justiça (ato litigioso), é consultoria
 Assessoria, diferentemente, presta-se para consulentes avulsos, ela pressupõe que tem algum vínculo permanente e presta-se uma consultoria regular, com habitualidade, de uma pessoa ou empresa
 Direção é o ato de chefia de um departamento ou órgão jurídico, advogados internos e próprios de uma empresa, por exemplo; esse departamento, composto por vários advogados, ele deve ter um chefe e o ato de chefia é uma atividade privativa de um advogado
INSCRIÇÕES DOS ADVOGADOS:
CF art. 8º a 14 do EAOAB
Requisitos:
·	Capacidade Civil
·	Apresentar diploma de bacharel em Direito (esse diploma deve ser reconhecido pela OAB)
·	Apresentar título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro
·	Comprovar aprovação em Exame da Ordem
·	Não exercício de atividade incompatível com a advocacia (CF. art. 28 do EAOAB)
·	Idoneidade moral (CF. art. 8º, §3º, e art. 11 do EAOAB)
·	Prestar compromisso perante o Conselho Seccional
Existem dois tipos de inscrição:
·	Principal:
Art. 10, §1º do EAOAB – no Conselho Seccional do território de domicílio profissional. 
·	Suplementar:
Art. 10, §2º do EAOAB – no Conselho Seccional de território em que habitualmente exerça a advocacia (mais que 05 causas anuais)
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