resumo de geo 4

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Guerra Fria
Foi um conflito político, ideológico e militar, onde não houveram conflitos diretos, entre os EUA e a URSS no pós 2ª GM.
Após a 2ª Guerra Mundial ocorreram, em 1945, as conferencias de Yalta e Potsdam, onde os grandes vencedores da 2ª GM se reuniram afim de definir a organização geopolítica do continente Europeu.
 Na conferencia de Yalta reuniram-se os chamados “Três Grandes”, EUA, Reino Unido e URSS, representados respectivamente por Franklin D. Roosevelt (não confundir com Theodore Roosevelt), Winston Churchill e Josef Stalin, e estes reorganizaram as fronteiras Soviéticas e estabeleceram bases dos novos regimes políticos a serem implantados nos satélites nazistas e países ocupados pela Alemanha.
O território soviético foi ampliado, incluindo áreas pertencentes à Polônia e Romênia. Os estados bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia) foram anexados desde 1939. Assim o território soviético passou a coincidir quase com o que era o Império Russo as vésperas da 1ª GM.
Na maior parte da Europa Oriental, as tropas nazistas haviam sido substituídas pelas soviéticas nos últimos meses de guerra, sendo assim o mapa militar do fim da guerra favoreceu as bases para a organização dos novos regimes políticos que se instalariam na região. Assim formaram-se governos dirigidos por partidos comunistas, como o da URSS, nestes países ocupados pela URSS como a Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária, Iugoslávia e Albânia.
Sendo assim, Yalta formava uma esfera de influência soviética e esta imposição de uma hegemonia soviética sobre o leste europeu era produto da estratégia de Churchill de retardar a abertura da frente ocidental, ou seja ele desejava manter a hegemonia soviética no leste europeu, isolando o regime socialista lá, de forma que este não alcançasse os países do ocidente.
Inicialmente as concepções dos “Três Grandes” sobre a ordem do pós-guerra foram bem diferentes.
Roosevelt acreditava que a conferência de Yalta significaria o fim das esferas de influência e da política de poder. Para ele, mesmo Yalta tendo definido uma esfera de influência soviética, o espírito de cooperação entre as grandes potências inauguraria uma nova era na política mundial.
Ele tinha suas esperanças que essa cooperação viria da recém criada ONU, nascida em abril de 1945, na Conferência de São Francisco. Nesta também foi criado o Conselho de Segurança (CS), o qual deveria zelar pela paz mundial e pela manutenção do “espírito de Yalta”. No CS haveriam 5 membros permanentes (EUA, URSS, Reino Unido, França e China) que poderiam usufruir do direito de veto.
Churchill, conhecedor da tradição diplomática européia, não se deixou levar pelas concepções de Roosevelt de que a cooperação poderia vir acima dos interesses de cada país. Durante a guerra Churchill já havia percebido a rivalidade do pós-guerra, assim na Conferencia de Yalta agiu de forma que melhor contivesse o expansionismo do socialismo soviético no mundo. 
Assim a Guerra Fria ocorreu com um equilíbrio de poder, porém este equilíbrio não era igual o tradicional, pois os EUA e a URSS funcionavam como pólos de um sistema mundial de Estados.
O pensamento de Stalin condizia com a previsão de Churchill. Porém pelos olhos soviéticos a vitória na guerra era a oportunidade para erguer uma muralha geopolítica ao longo da fronteira ocidental do “Império Vermelho”. A criação da esfera de influência do Leste Europeu, embora parecesse ser com finalidade de expandir o comunismo, não tinha essa finalidade se não a da firmação da URSS como uma super potência no sistema internacional.
Na Conferencia de Potsdam (Julho de 1945) Harry Truman ocupava o lugar de Roosevelt devido o seu falecimento. Esta se centrou em discutir a organização da Alemanha derrotada, onde ficou definido que esta seria dividida em quatro zonas de ocupação militar administradas pelas potências vencedoras (EUA, URSS, RU, FRA), onde estes deveriam cumprir um programa para erradicar as estruturas nazistas e realizar reformas a fim de redemocratizar a sociedade alemã. Neste conjunto do território alemão todas as decisões seriam tomadas em comum acordo das quatro potencias.
Berlim, situada na zona soviética, foi dividida em quatro setores administrativos, subordinados aos comandantes militares das potências vencedoras.
As conferencias do pós-guerra acabaram por gerar um clima de conflitos, devido aos diferentes pensamentos dos “Três Grandes”. Nos meses que seguiram a conferência de Potsdam, as relações entre o ocidente e a URSS pioraram, pois com a constituição dos governos de união nacional na Europa Oriental as divergências quanto a influencia soviética nos novos regimes políticos foram acirradas.
Com isto acabou sendo destruído o pensamento de cooperação de Roosevelt e trazendo os EUA ao pensamento de Churchill de contrabalançar o poder soviético no leste europeu. Assim, em março de 1946, Churchill profere o famoso discurso em Fulton, alertando para a criação de uma cortina de ferro na Europa, atrás da qual os povos se encontravam subordinados ao controle de Moscou. Churchill queria uma drástica mudança política dos EUA, clamando para que abandonasse os sonhos de unidade dos “Três Grandes”
Além do discurso de Fulton, as notas do conselheiro da embaixada americana em Moscou, conhecido por Mr. X(George Frost Kennan), colaboraram para a mudança de política norte americana, pois estas notas mostravam o comportamento da política externa soviética e formava assim uma doutrina de contenção do “expansionismo soviético”.
Com isto o então presidente dos Estados Unidos Harry Truman, profere um violento discurso contra a ameaça comunista no mundo, onde diz que os EUA assumem o compromisso de defender o mundo dos soviéticos, passando a tomar medidas políticas e econômicas a partir de março de 1947 que ficaram conhecidas como Doutrina Truman.
A doutrina Truman representa uma notável reviravolta na política norte americana, pois desde o século XIX, os EUA têm uma política isolacionista com relação à Europa, sendo este isolamento rompido rapidamente durante a 1ª Guerra Mundial, porém logo após esta, reafirmado e aprofundado no entreguerras, sendo assim a nova orientação transferia a Europa para o centro da política externa norte americana e definia a contenção do “expansionismo soviético” como o eixo estratégico de Washington.
Plano Marshall – Após a 2ª Guerra Mundial a Europa encontrava-se numa enorme crise, devido às heranças deixadas pela guerra e ao rigoroso inverno de 1946-47, um dos mais frios da história, que aproximou a Europa do colapso econômico e social. Com isto uma das primeiras medidas dos EUA foi a elaboração de um plano de recuperação econômica para a Europa, o Plano Marshall, que, apresentado em junho de 1947, afastaria a Europa Ocidental da provável influencia soviética. 
Os principais beneficiados pelo plano, dos 16 países beneficiados, foram a Grã-Bretanha, a França, a Itália e a Alemanha Ocidental e com o plano em 1950 a produção da Europa já ultrapassava em 25% a sua produção de antes da Guerra e em 1952 já ultrapassava em 200%.
Inicialmente o plano foi proposto a todos os países da Europa, inclusive a URSS, porém a adesão soviética era quase impossível, pois aderir seria o mesmo que autorizar a entrada do mercado capitalista nos regimes socialistas soviéticos, enquanto recusar significava assumir a responsabilidade pela divisão da Europa. Por isso, para recusar a União Soviética denunciou o programa como uma tentativa de intervir na soberania soviética e por isso pressionou os governos do leste europeu para recusarem o plano.
OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) – Organização militar criada em 1949 com o objetivo de garantir a segurança geral de uma possível expansão do socialismo na Europa. Atualmente os objetivos da OTAN mudaram, pois não existe mais a ameaça da URSS, assim hoje, a OTAN visa a segurança dos países membros, principalmente no que visa o combate ao terrorismo.
Em 1955 a União Soviética respondeu a criação da OTAN com a criação doPacto de Varsóvia, uma aliança militar entra a própria União Soviética e os países socialistas do leste europeu, inicialmente com objetivo de proteger o bloco socialista de qualquer intervenção capitalista, porém este acabou funcionando mais como um instrumento de manutenção do regime socialista nos países satélites, reprimindo rebeliões.
O Mercado Comum Europeu foi criado em 1957, devido ao crescimento econômico da Europa que buscava fortalecer cada vez mais sua economia. Enquanto isso a URSS reunia os países socialistas no Conselho de Ajuda Econômica Mútua, o Comecon, criado em 1941. Ambos tinham o mesmo objetivo, integrar a economia dos países participantes, porém com o grande diferencial dos regimes capitalista e socialista.
Tanto o Pacto de Varsóvia quanto o Comecon foram extintos com o fim da URSS.
A disputa de poder pelo mundo
Com a Guerra Fria o mundo tornou-se palco de uma grande disputa de poder, onde o primeiro continente a sentir os efeitos da guerra foi ao Europa, dividida em Europa Ocidental e Europa Oriental.
Na Europa Oriental, com o fim dos combates da 2ª Guerra Mundial foi imposto o regime socialista sobre o leste europeu, devido a influencia soviética responsável pela expulsão das tropas alemãs do leste europeu. A única exceção foi a Iugoslávia, onde o Partido comunista subiu ao poder devido ao General Tito, que expulsou os nazistas em 1944 e constituiu um governo forte com apoio popular no ano seguinte.
Alemanha foi dividida em quatro setores de ocupação na Conferencia de Potsdam e em 1949, com a divergência entre norte americanos e soviéticos, ela foi transformada em dois países: Alemanha Ocidental ou República Federativa da Alemanha (RFA) com a capital em Bonn e capitalista; e Alemanha Oriental ou República Democrática Alemã (RDA) socialista e com a capital em Berlim, que também foi dividida em duas regiões, uma socialista e outra capitalista.
Com a China tornando-se socialista em 1949, os EUA, preocupados com um possível “efeito dominó” que levaria outros países asiáticos tornarem-se socialistas, firmaram alianças militares envolvendo países da Ásia e da Oceania. Estas medidas ficaram conhecidas como Cordão Sanitário, que procuravam isolar o socialismo nos continentes asiático e da Oceania. Os principais tratados:
Anzus – Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos.
Seato ou Otase(Organização do Tratado do Sudeste da Ásia) – Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, França, Reino Unido, Paquistão, Filipinas e Tailândia.
No sistema bipolar da guerra fria, o poder de cada nação não se media na supremacia econômica, mas sim na supremacia bélica, na fabricação de armas, por isso durante esse período os EUA e a URSS disputavam quem conseguia construir as melhores armas, no caso, as mais potentes bombas atômicas, o que ficou conhecido como corrida armamentista, assim como da mesma forma disputavam quem conseguia ir mais adiante na exploração do espaço enviando satélites e sondas para o espaço, o que ficou conhecido como corrida espacial.
Nessa grande disputa de poder da Guerra Fria o principal alvo das disputas acabou sendo o que era denominado de Terceiro Mundo, que era o grupo dos países em desenvolvimento localizados na América latina, África e Ásia.
Todos os países foram alvos das disputas entre socialistas e capitalistas. Moscou apoiava os movimentos de independência das colônias africanas, assim para impedir a expansão soviética na África, os EUA obrigaram seus aliados a concederem independência a essas colônias, de forma que esses novos países continuassem dependentes economicamente das metrópoles e, assim, fossem zonas de influencia norte americana e não soviética. A demora de Portugal em conceder a independência a Angola, Moçambique, Cabo Verde e Guiné-Bissau facilitou a influencia soviética sobre essas nações em 1975.
A América Latina continuava sobre influencia dos EUA, apesar dos sustos que os americanos tiveram em 1960 com o golpe dado em Cuba que acabou tornando Cuba socialista e mais tarde com a Revolução Sandista na Nicarágua , que tentou instalar o socialismo na Nicarágua em 1979. Nas décadas de 1960-70, a CIA ajudou a instalar ditaduras militares na América do Sul a fim de afastar o perigo do socialismo de lá. Foi o que aconteceu com o Brasil, Argentina e o Chile por exemplo.
Durante a Guerra Fria, pelo menos em duas ocasiões o planeta esteve próximo de um conflito nuclear: a primeira em 1961 com a construção do Muro de Berlim e a segunda em 1962 quando os soviéticos decidiram instalar mísseis no extremo sul de Cuba, a 150 km da Flórida.
Crise da URSS e Fim da Guerra Fria 
A partir da década de 1970 a União Soviética começou a apresentar problemas financeiros e deficiências no setor agrícola e no setor industrial, decorrente das enormes verbas gastas na corrida espacial e corrida armamentista, nas verbas gastas para a manutenção do regime e na contenção de revoltas com as tropas do Pacto de Varsóvia e da verba gasta com o Comecon onde foi utilizado um plano de assistência econômica semelhante ao do Plano Marshal, porém com uma grande diferença, no capitalismo existe lucro e assim todo capital investido pelos EUA na Europa retornava como lucro, enquanto no socialismo o lucro “não existe”, assim o dinheiro gasto com as repúblicas da URSS não retornava. 
Assim a URSS começou a apresentar uma crise financeira que foi se alastrando e aumentando de proporção até o ano 1985, quando Mikhail Gorbatchov assume o poder na URSS e implanta reformas econômicas (Perestróika) e políticas (Glasnot) a fim de reestruturar a economia da URSS. 
A Perestróika foi uma reformulação econômica que tinha como objetivo a reorganização do sistema de produção e propriedade, para isso foram introduzidos mecanismos para estimular a livre concorrência (e acabar com o monopólio estatal), desenvolver setores secundários de produção (bens de consumo e serviços não-essenciais) através da iniciativa privada e descentralizar as operações empresariais. Com isso ele também queria estimular a atuação de empresas estrangeiras no país.
A Glasnot foi um conjunto de reformas democráticas que propunha combater a corrupção e introduzir a democracia permitindo a liberdade de expressão, de manifestação e de imprensa; e libertando os presos políticos.
A ala conservadora do Partido Comunista não aceitou as reformas que permitia entrada de capital externo e diminuía a participação estatal na economia, assim resolveram afastar Gorbatchov do poder, o que causou revolta na população que pedia a volta de Gorbatchov. Com o crescimento da crise começaram a haver revoltas mais intensas nos países soviéticos e nos satélites, revoltas que se alastraram por todo o leste europeu e inclusive pela Alemanha Oriental, até que em 1989 a população revoltada põe abaixo o Muro de Berlim. 
Com a Queda do Muro de Berlim em 1989 a URSS já se demonstrava em crise e o mundo bipolar já começava a e ruir, e desmoronou totalmente em 1991 quando a União Soviética começou a fragmentar-se. As nações bálticas ao perceberem a proporção da crise aproveitaram-se do momento para declarar independência e assim seguiu-se com as demais nações que tornaram-se independentes e capitalistas, marcando o fim da bipolarização do mundo e com isso o fim Guerra Fria.