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A GEOPOLÍTICA – UM BREVE HISTÓRICO
Esse termo nasceu com o jurista e prof. universitário sueco Rudolf Kjellén, em 1905, como uma proposta de divisão da política, como um ramo da ciência do Estado ou ciência política. Kjellén na verdade propôs várias disciplinas (Demopolítica, Ecopolítica, Cratopolítica, Sociopolítica...), mas só a Geopolítica ganhou repercussão e teve continuidade. 
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Rudolf Kjellén (1864-1922)
 Foi quem cunhou o termo geopolítica em 1899 ou 1905. Ao pretender renovar a ciência política e inserir o nacionalismo como um de seus modos de manifestação, vislumbrou quatro elementos como elaboradores do Estado: território, economia, sociedade e governo. A política teria cinco “dedos” ou estudos: a geopolítica (território), a demopolítica (povo, raças), a ecopolítica (atividade econômica e política), a sociopolítica (sociedade) e a cratopolítica (governo). 
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AUTORES GEOPOLÍTICOS CLÁSSICOS 
1 - Rudolf KJELLÉN (1864-1922)
  Criador do conceito, num artigo publicado numa revista jurídica sueca: As grandes potências (1905).
  Posteriormente, num livro – O Estado como forma de vida (1916) – ele define a geopolítica como “a ciência do Estado como organismo geográfico”. 
 Kjellén foi professor de Ciência Política e Teoria do Estado nas universidades de Uppsalla e Guthemburg. Foi também parlamentar (deputado) em dois mandatos: 1905-8 e 1911-17.
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Leitor de Ratzel e político conservador, além de pan-germanista, Kjellén concebeu a geopolítica como um ramo da ciência política, vista como “ciência pragmática”, engajada no fortalecimento do Estado. 
A geopolítica para Kjellén seria dividida em três partes: a Topolítica (situação geográfica, lage), a Morfopolítica (território, raum) e a Fisiopolítica (domínio = recursos naturais)
*
2 - Alfred MAHAN (1840-1914) 
Almirante e principal nome da estratégia naval, enfatizou o poder marítimo (marinha, controle dos mares ou das rotas de comércio);
Obra principal: The influence of Sea Power upon History (1890).
Influenciou a política externa e as forças armadas dos EUA no final do séc. XIX e início do XX (ex: Canal do Panamá);
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O almirante norte-americano Alfred T. Mahan, historiador naval e segundo diretor do United States Naval War College, apresentou seus conceitos na Teoria do Poder Marítimo. Analisando o progresso do poder marítimo de grandes potências e as batalhas da Inglaterra contra a França e Holanda, concluiu que o controle de áreas marítimas tinha papel decisivo em todas as guerras desde o século XVII 
“Aquele que comanda o mar, comanda todas as coisas”. 
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3. - Halford MACKINDER (1861-1947) 
Principal teórico da geopolítica clássica, via a Geografia como Pivot (base, sustentáculo) da História;
Criou os conceitos de Heartland (terra-coração), World Island (ilha mundial) e outros, enfatizando o poderio terrestre (a guerra no solo, o exército, o controle de áreas geoestratégicas na Europa central);
Principais obras: The Geographical Pivot of History (1905) e Democratic Ideals and Reality (1919).
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Na configuração de cenários geopolíticos, 
Halford Mackinder, destacado geógrafo e estrategista britânico, foi o mais proeminente. Sua teoria política do pivô geográfico da história, mais conhecida como Teoria do Poder Terrestre, dividia o mundo em três grandes áreas: 
 (1) a Ilha Mundial (Europa, Ásia e África), abrangendo a maior parte do poder da terra; 
 (2) as Ilhas do Exterior (Américas e Austrália); e 
 (3) a massa líquida (oceanos). 
Identificou ainda mais três regiões: 
 a. uma área pivô, o Heartland, de grande valor estratégico, correspondendo à região eurasiana (abrigando a Europa Oriental, Rússia, Cazaquistão, Irã e Paquistão, entre outros); 
 b. o Crescente Interior ou Marginal, compondo uma meia lua em torno da área pivô, compreendendo a Alemanha, a Áustria, a Turquia, Índia e a China; e
 c. o Crescente Exterior ou Insular, abrangendo Grã-Bretanha, sul da África, Austrália, EUA, Canadá e Japão.
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“Enquanto os nossos estadistas estão em conversação com o inimigo derrotado”, Mackinder alertou as autoridades britânicas, durante a Conferência de Paz de Versalhes, sobre a ameaça desempenhada pela Alemanha. Algum querubim alado deveria sussurrar-lhes de tempos em tempos: “Quem dominar a Europa Oriental, controlará o coração continental. Quem dominar o coração continental, controlará a ilha mundial. Quem controlar a ilha mundial, controlará o mundo”.
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4. Karl HAUSHOFER (1869-1946) 
Tornou-se o nome mais conhecido da geopolítica clássica, devido ao uso de suas idéias pela política expansionista da Alemanha nazista e pela revista Zeitschrft für Geopolitik, por ele editada entre 1924 a 44.
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Karl Haushofer, à esquerda, tendo ao lado Rudolf Hess
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A revista Zeitschrft für Geopolitik com freqüência repercutia as idéias de “raça [ariana] superior”
Identificado com a idéia de Espaço vital ou “ Espaço é Poder”;
Uso de conceitos de Mahan e principalmente de Mackinder com vistas ao poderio alemão e uma (nova) ordem mundial ideal.
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A geopolítica alemã surgiu como uma reação ao Tratado de Versalhes, ou seja, à derrota alemã na Primeira Guerra Mundial. Além disso, a coesão social obtida por Bismarck tinha sido rompida. A então República de Weimar conhecia uma acirrada luta de classes, com ameaças dos comunistas, da aristocracia conservadora e dos racistas nacionalistas. O desemprego era grande, e a inflação elevadíssima.
Nesse contexto, general aposentado Haushofer fundou em Munique a Revista de Geopolítica, apregoando um desmanche no Tratado de Versalhes, uma restauração dos territórios perdidos e uma reconstrução da Alemanha que se tornaria numa potência mundial. Tudo apoiado em pretensas leis científicas e princípios geopolíticos. As pan-regiões, idealizadas seriam áreas que permitiriam a realização do ideal de uma nova ordem mundial. Discriminou quatro pan-regiões: 
 1. Pan-América, liderada pelos Estados Unidos, 
 2. Pan-Euráfrica, liderada pela Alemanha, 
 3. Pan-Rússia, liderada pela União Soviética, e 
 4. Pan-Ásia, liderada pelo Japão 
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Os continuadores: o Rimland e a Teoria do Poder Aéreo
Nicolas Spykman (1893-1943), a projeção polar (pólo norte) e a importância do Rimland (zona-tampão entre o poder terrestre e o marítimo) – preocupação com a segurança dos EUA no mundo bipolar;
Douhet e Seversky e o poder aéreo pós Segunda Guerra Mundial
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Em 1942, o holandês naturalizado norte-americano Nicholas John SPYKMAN (1893-1943), apresentou sua teoria, considerando que a base geográfica de um Estado exercia relevante influência em sua política externa. Para ele, as seguintes características influiriam, de forma direta, no planejamento estratégico e político: a extensão territorial, a densidade populacional, a organização econômica, os recursos naturais, a localização geográfica (em relação aos centros de poder, às zonas de conflito e às principais rotas oceânicas) e a inter-relação com outros Estados. 
Spykman contrapos ao princípio mackinderiano de controle do Heartland o princípio da contenção do Rimland (região das fímbrias = franja, orla), que abrangeria as faixas marginais e mediterrâneas da Eurásia. Compunha, desta forma, o acesso marítimo que integrava a Ilha Mundo em termos de poder marítimo. Por apresentar uma frente marítima e outra continental, o Rimland teria a possibilidade de realizar ações tanto ofensivas, como defensivas, por terra ou pelo mar. A política de segurança na Eurásia deveria adotar, portanto, o seguinte lema: “Quem controlar os espaços periféricos – o Rimland – , dominará a Eurásia; quem dominar a Eurásia, controlará os destinos do mundo”. 
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Utilizando como argumento o fator emocional em suas avaliações geopolíticas, o general italiano Giulio DOUHET (1869-1930) apresentou o bombardeio intenso dos centrosvitais do inimigo e a ofensiva aérea como ações relevantes para abaixar o moral da população inimiga e, conseqüentemente, sua vontade de prosseguir lutando. Defendia que o poderio aéreo deveria decidir a guerra no futuro. “A arma aérea, a arma suprema, podia ela só irromper sobre os inimigos e obter a decisão, atacando em massa os centros vitais do adversário”.
Para Douhet, o Exército e a Marinha não deveriam considerar a Aeronáutica somente como um meio auxiliar, mas verdadeiramente como uma terceira força armada. Com a sua teoria, surgiu o conceito de domínio do espaço aéreo, no qual a conquista do domínio do ar é um requisito indispensável para realizar, com vantagem, as operações de guerra no terreno e no mar.
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Alexander SEVERSKY (1894-1974), piloto naval russo, naturalizado norte-americano, deu continuidade aos estudos de Douhet e arquitetou uma força aérea independente das forças terrestres e navais, com aviões de grande raio de ação e bases de apoio nas costas próximas às principais rotas oceânicas. 
Sobre uma carta geográfica, de projeção azimutal eqüidistante e centrada no pólo Norte, Seversky dividiu o globo terrestre em duas grandes áreas de domínio aéreo: uma dos Estados Unidos e outra da União Soviética. A área de sobreposição dos dois domínios, que envolvia quase todo o hemisfério norte, foi denominada “área de decisão”. Segundo Seversky, para sua segurança, os Estados Unidos deveriam manter o predomínio nessa área. 
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O que há de comum nos geopolíticos clássicos (Kjellén, Mahan, Mackinder, Haushofer e outros)? 
1. Ênfase no poderio militar, na guerra e na(s) grande(s) potência(s) mundial(is);
2. Preocupações com o “seu” Estado nacional e com o fortalecimento dele;
3. Criação de idéias (ou melhor, projetos) estratégicas e pragmáticas que sempre têm o Estado como sujeito;
4. Visão geoestratégica do poder, ou seja, não diferenciação entre Geopolítica e Geoestratégia. 
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O QUE É GEOPOLÍTICA? QUAIS AS SUAS RELAÇÕES COM A GEOGRAFIA POLÍTICA?
“A Geopolítica seria um filme (dinâmico) e a Geografia Política um retrato (estático)” (K.Haushofer e Outros).
“A Geopolítica seria ideológica (uma pseudo-ciência e/ou instrumento do fascismo) e a Geografia política uma ciência” (P.George e Outros).
“A Geopolítica seria a verdadeira (ou ‘essencial’) Geografia” (Y.Lacoste e Outros).
“A Geopolítica é uma área ou campo de estudos interdisciplinar” (interpretação comum hoje nos centros de estudos geopolíticos e/ou estratégicos). 
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BIBLIOGRAFIA
SILVA, Altiva B.da. Do povo sem espaço ao espaço sem povo: uma análise da Zeitschrift für Geopolitik. SP, Depto.de Geografia da FFLCH-USP, 1996, Dissertação de Mestrado.
CLAVAL, Paul. Géopolitique et Géoestratégie. Paris, Nathan, 1994.
MELLO, Leonel I.A. Quem tem medo da Geopolítica. SP, Hucitec/Edusp. 1999.
VESENTINI, J.W. A Capital da Geopolítica. SP, Ática, 1987.
VESENTINI, J.W. Novas Geopolíticas. SP, Contexto, 2000. 
COSTA, Wanderley M.da. Geografia política e geopolítica. SP, Edusp, 1992.
PROENÇA JR, DINIZ E RAZA. Guia de estudos de Estratégia. RJ, Zahar, 1996.
LOROT, Pascal. Histoire de la Géopolitique. Paris, Economica, 1995.
TOSTA, Octávio. Teorias Geopolíticas. Biblioteca do Exército, 1984,
*
FIM

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