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AMÉRICA LATINA

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AMÉRICA LATINA
DA POLÍTICA DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES AO MODELO NEOLIBERAL
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A GEOPOLÍTICA DA AMÉRICA LATINA
 O conceito “América Latina” é de origem francesa. A expressão “Amérique latine” era utilizada pelos intelectuais franceses para justificar o imperialismo francês no México sob domínio de Napoleão III. Os franceses argumentavam que existia uma afinidade cultural e linguística, uma unidade entre os povos “latinos”, e que a França seria sua inspiração e líder natural (e seu defensor contra a influência e dominação anglosaxã, principalmente a norte-americana). 
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A COLONIALIDADE DO PODER E A PÓS-COLONIALIDADE
Walter Mignolo, fundamentado em algumas críticas e comentários da sua influente obra, La idea de América Latina, expõe alguns dos principais traços do projeto modernidade e colonialidade na América Latina, um projeto que procura desprender-se do eurocentrismo que se manifesta na colonialidade do poder e do saber na América Latina – e em outras regiões do mundo. A América Latina, sustenta Mignolo, é uma região construída pelos europeus na segunda modernidade – do mesmo modo que a América se construiu na primeira modernidade, do domínio ibérico –, sobre a base da exclusão e do silenciamento de indígenas e afro-latinos. A opção des-colonial se construiu na fronteira. O pensamento des-colonial é o pensamento fronteiriço, e há de procurar, segundo Mignolo, sua genealogia não na Grécia clássica, mas nos tratados des-coloniais que surgem a partir do encontro com os europeus, ou melhor, das resistências à dominação europeia. 
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ANÁLISE DE CONJUNTURA
Pós-Segunda Guerra Mundial – CEPAL promove Política de Substituição de Importações como forma de superação do modelo agroexportador. Destaque para o Brasil, México e Argentina.
Em resposta a esse ideário, em 1960, foi criada a ALALC (Associação Latino-Americana de Livre Comércio) que tinha por finalidade ampliar as relações comerciais dos países membros e diversificar seus mercados e suas pautas de exportação por meio de uma “zona de livre comércio”. 
Golpes militares na região acentuaram as rivalidades, levando a ALALC ao fracasso.
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ASSOCIAÇÕES REGIONAIS
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Em 1969, foi criado o Pacto Andino (Colômbia, Bolívia, Chile, Equador, Peru e posteriormente a Venezuela) “como um projeto mais audacioso de integração e de planejamento do desenvolvimento, prevendo inclusive a alocação espacial de indústrias entre os Estados membros e a elaboração de políticas comuns, inclusive no campo do investimento estrangeiro. 
Nos anos 1980, a redemocratização do continente propiciou uma outra integração regional com regras mais flexíveis e pautadas em acordos bilaterais, a ALADI (Associação Latino-Americana de Integração), mas a crise econômica que assolou a região acabou sucumbindo as suas economias à dívida externa. 
Os anos 1990 trouxeram duas propostas de integração regional para o continente: A primeira refere-se ao MERCOSUL, originário do reaquecimento das relações diplomáticas e do arrefecimento das tensões entre Brasil e Argentina, que permitiram aos países a consolidação de um regime de intercâmbio livre e a instituição de uma união aduaneira que foi estendida aos países limítrofes do Cone Sul, o Paraguai e o Uruguai. 
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 A Argentina não compartilha em igual intensidade o entusiasmo do governo brasileiro por uma nova geografia comercial pautada na diversificação dos atores, com ênfase no “sul econômico”, porque seu potencial é restrito. Desta forma, a união regional encontra-se fragilizada em virtude das assimetrias, perspectivas e interesses distintos entre os parceiros do MERCOSUL, principalmente através dos constantes protecionismos implementados mais pelos argentinos do que pelos brasileiros. Então, o nacionalismo continua acima do regionalismo e globalismo, dificultando a concretização de uma geografia comercial mais atuante, já que ao se afastar dos principais centros econômicos do mundo, os Estados Unidos e a União Europeia, o Cone Sul tende a perder fôlego no comércio internacional.
Os países da América do Sul têm encontrado dificuldades para agilizar um projeto de integração regional em função de uma poupança interna limitada e reduzido acesso à investimentos internacionais. Tal situação compromete o desenvolvimento da infraestrutura e estabelece desafios para o futuro, pois prejudica a concretização de um espaço geográfico mais coeso e dinâmico. Desta forma, para superar as barreiras impostas pelas adversidades estruturais dos países, é necessário articular visões e políticas comuns para garantir uma inserção mais eficaz dos países e da região numa economia cada vez mais competitiva. Essas possibilidades passam pelas ações de seus governos e pelo aproveitamento dos recursos naturais disponíveis nos territórios.
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Esta preocupação veio de encontro à segunda proposta de integração hemisférica, ou seja, o projeto da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) lançado na Cúpula das Américas, realizada em Miami, em 1994, pelo então presidente norte-americano George Bush. Na Cúpula, os representantes dos governos do continente, com exceção de Cuba, acordaram em concluir as negociações até 2005. Dentre os tópicos mais relevantes estavam a abertura dos mercados, tanto para produtos agrícolas quanto para os industriais, serviços, compras governamentais, investimentos, compensações comerciais, regras sobre propriedade intelectual, entre outras. 
A proposta norte-americana procurava convencer os países latino-americanos pela rápida eliminação das barreiras tarifárias, garantindo a livre circulação de mercadorias. Mas, se utilizando da pujança do seu poder político e econômico, os Estados Unidos não se colocaram nas mesmas regras, tomando muitas vezes medidas unilaterais e inflexíveis no bloqueio de algumas importações vindas dos demais países. É o que podemos observar quanto à discussão das barreiras não-tarifárias, para-alfandegárias, tais como a declaração de dumping, as declarações de inconvenientes fitossanitários ou as quotas que limitam a entrada de alguns produtos acima de uma determinada quantidade a partir do qual as tarifas tornam-se extraordinariamente elevadas. Esta postura unilateral trouxe resistências dos governos, dos empresários e da opinião pública do MERCOSUL diante da ausência de qualquer pensamento solidário ou altruísta dos Estados Unidos, provocando a paralisação da ALCA e abrindo os questionamentos sobre a margem de liberdade de escolha do Cone Sul diante da construção conjunta de um “continentalismo sul-americano”. 
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Nos passos de uma proposta alternativa à ALCA, o presidente venezuelano Hugo Chávez, maior opositor dos Estados Unidos na América do Sul, defendeu a idéia da concretização de uma política integracionista bolivariana, ou seja, a criação da ALBA (Alternativa Bolivariana das Américas), cujo financiamento está pautado no petróleo.
 
Essa proposta idealizada entre a “Tríade Sul-Americana”, Brasil, Argentina e Venezuela, procura instituir relações que vão além de um mercado de livre comércio, isto é, procuram priorizar setores relevantes para a região, principalmente aqueles que envolvem a infraestrutura, a energia e os programas sociais. A aproximação desses países permitiu a inserção da Venezuela ao MERCOSUL e, posteriormente, a expansão deste “bloco” junto aos países que compõem a CAN (Comunidade Andina de Nações), como a Bolívia, a Colômbia, o Peru, o Equador e o Chile, propiciou o avanço das negociações para um projeto mais ambicioso, a formação da CASA (Comunidade Sul-Americana de Nações), em 2004 
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A união política e econômica ainda está distante . o MERCOSUL fracassou como bloco comercial.O MERCOSUL não desenvolveu regras comuns nem políticas convergentes, não conseguiu negociar um único acordo comercial comoutros países e, como não foram firmados acordos institucionais efetivos, as disputas só podem ser resolvidas através de decisões presidenciais. A incorporação da Venezuela, no contexto da crise presidencial do Paraguai (2012), irá agregar um outro fator de turbulência ao processo decisório. 
O foco da atenção regional do Brasil transferiu-se para a UNASUL, uma tentativa embriônica de estabelecer uma integração de estilo europeu, incluindo uma comunidade econômica, acordos políticos básicos e um mecanismo de defesa mútua. Passados dois anos , ainda é cedo para julgar o progresso da UNASUL, embora a organização já tenha demonstrado alguma capacidade de lidar com conflitos regionais, tendo atuado com eficácia na desativação de tensões entre a Venezuela e a Colômbia, ajudou a Bolívia a resolver uma crise política e monitorar o controvertido acordo EUA com Colômbia.
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No plano estratégico-militar, destaca-se a criação do Conselho de Defesa Sul-Americano em 2008, liderado pelo Brasil e contando com a participação dos 12 países membros da União Sul-Americana de Nações (UNASUL), ao representar um esquema de autonomia militar frente ao modelo pan-americano de defesa na região, impulsionado pelos Estados Unidos, centrado em projetos tais como o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR).
Os problemas: 
malsucedidas experiências do MERCOSUL e CAN e de outras iniciativas de integração; 
as diferenças entre as políticas econômicas dos países-membros;
 as divergências políticas ideológicas existentes no continente e o grau de desconfiança reinante entre os membros como entre Colômbia e Venezuela; Argentina e Uruguai; Chile e o Peru.
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