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ECOLOGIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

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ECOLOGIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
 "O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minhas palavras são como as estrelas, elas não empalidecem. Como se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia nos é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo. 
 Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exauri-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende. Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? ...“
 Trecho da famosa carta que o Cacique Seattle mandou para o Presidente Franklin Pierce, em 1885, quando este demonstrou interesse em comprar suas terras.
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ECOLOGIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
TEORIA DE GAIA OU HIPÓTESE DE GAIA - Essa teoria, alusiva a deusa grega de mesmo nome, criada pelo cientista e ambientalista inglês James Ephraim Lovelock, em 1969, com a ajuda da bióloga norte americana Lynn Margulis, afirma que o planeta Terra é um ser vivo com a capacidade de auto sustentação, ou seja, capaz de gerar, manter e alterar suas condições ambientais com a finalidade de sobreviver em um meio adverso.
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ECOLOGIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
 O Clube de Roma nasceu a partir de um grupo de pessoas ilustres que se reuniram para debater um vasto conjunto de assuntos relacionados a política, economia internacional e , sobretudo, ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Foi fundado em 1968 pelo industrial italiano Aurelio Peccei e pelo cientista escocês Alexander King.
 Tornou-se muito conhecido a partir de 1972, ano da publicação do relatório intitulado Os Limites do Crescimento, elaborado por uma equipe do MIT(Massachusetts Institute of Technology), contratada pelo Clube de Roma e chefiada por Dana Meadows. O relatório, que ficaria conhecido como Relatório do Clube de Roma ou Relatório Meadows, tratava de problemas cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade tais como energia, poluição , saneamento, saúde, ambiente, tecnologia e crescimento populacional, foi publicado e vendeu mais de 30 milhões de cópias em 30 idiomas, tornando-se o livro sobre ambiente mais vendido da história.
 Utilizando modelos matemáticos, o MIT chegou à conclusão de que o Planeta Terra não suportaria o crescimento populacional devido à pressão gerada sobre os recurso naturais e energéticos e ao aumento da poluição, mesmo tendo em conta o avanço tecnológico. Porém, a análise e as projeções do cenário futuro apresentados no livro mostraram-se equivocadas, uma vez que nenhuma das previsões, tanto nos aspectos de esgotamento dos recurso naturais, como da evolução dos processos produtivos se confirmaram.
 Vale lembrar que a capacidade humana de produzir mais, através das evoluções tecnológicas, associadas ao combate do desperdício e de uma distribuição mais eqüitativa dos recursos naturais seriam práticas que contrariam os ideais do Clube de Roma.
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ECOLOGIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Segundo os ideais do Clube de Roma, especialmente a partir do final da Segunda Guerra Mundial (1939-45), o conjunto do planeta era tomado como um sistema de interações entre as sociedades humanas e os recursos naturais. A industrialização acelerada, a rápida expansão demográfica, a desnutrição generalizada, o esgotamento dos recursos naturais não-renováveis e a deterioração ambiental eram tendências globais, as quais deveriam ser estudadas pelas equipes de cientistas do Clube de Roma, integradas por diversas personalidades do planeta;
A conclusão matemática do “modelo mundial”, preconizado pelo Clube de Roma, apresentava um sinal de alarme: os “limites de crescimento” seriam atingidos em algumas décadas, portanto, as tendências econômicas e demográficas deveriam ser radicalmente alteradas;
Resgate da Teoria Malthusiana – materializa-se a chamada Teoria Neomalthusiana;
“A Amazônia como o “pulmão do planeta Terra”;
O consumo existente nos países do Norte e nos países do Sul;
A Teoria Reformista ou Marxista X O conceito de desenvolvimento sustentável, cunhado da década de 1970.
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ECOLOGIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
A descolonização afro-asiática e o Movimento dos Países Não- Alinhados modificavam a agenda internacional, introduzindo novos problemas como a pobreza do Terceiro Mundo e a chamada “explosão demográfica”. A Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a População, em Bucareste (Romênia), em 1974, realizava-se sob o signo da suposta contradição entre crescimento demográfico acelerado e o desenvolvimento econômico;
O primeiro choque do petróleo (1973), o crescimento da poluição, a escassez de água e o aumento da população global assinalaram a urgência de se por em prática os ideais do Clube de Roma ( gerenciamento global da demografia e da economia), fazendo surgir os primeiros ensaios que levariam a criação da Teoria Ecomalthusiana.
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ECOLOGIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, em 1972, foi um marco importante para as discussões sobre desenvolvimento e meio ambiente e início da busca de elementos de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. 
A conferência ecoou o programa do Clube de Roma. Mas esse programa não podia ser aplicado na prática, pois entrava em conflito direto com o princípio da soberania nacional. Em consequência, a fase inicial da diplomacia ambiental limitou-se a reforçar as iniciativas internacionais de financiamentos de programas de controle de natalidade (o caso da BEMFAM – Sociedade do Bem Estar Familiar – no Brasil) e impulsionar alguns tratados setoriais;
Depois de muita discussão, Estocolmo acabou gerando a Convenção das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, que foi uma declaração de princípios gerais, envolvendo vários assuntos, como Recursos Hídricos, Estabelecimentos Humanos, Desertificação, Fontes Novas e Renováveis de Energia etc.;
Uma lista de 26 princípios, contida na Declaração sobre o Meio Ambiente Humano, estipulava ações para que as nações estabelecessem planos que resolvessem os conflitos entre as óticas e práticas de preservação ambiental e do desenvolvimento. A Conferência garantia, de toda maneira, a soberania das nações, ou seja, a liberdade de se desenvolverem explorando seus recursos naturais. Muitos destes princípios transformaram-se, ao longo das décadas seguintes, em elementos e metasde negociação.
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ECOLOGIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
 Princípios da Declaração de Estocolmo
 1. Os direitos humanos devem ser defendidos; apartheid o e o colonialismo devem ser condenados. 2. Os recursos naturais devem ser preservados. 3. A capacidade da Terra de produzir recursos renováveis deve ser mantida. 4. A fauna e a flora silvestres devem ser preservadas. 5. Os recursos não-renováveis devem ser compartilhados, não esgotados. 6. A poluição não deve exceder a capacidade do meio ambiente de neutralizá-la. 7. A poluição danosa aos oceanos deve ser evitada. 8. O desenvolvimento é necessário à melhoria do meio ambiente. 9. Os países em desenvolvimento requerem ajuda. 10. Os países em desenvolvimento necessitam de preços justos para suas exportações, para que realizem a gestão do meio ambiente. 11. As políticas ambientais não devem comprometer o desenvolvimento. 12. Os países em desenvolvimento necessitam de recursos para desenvolver medidas de proteção ambiental. 13. É necessário estabelecer um planejamento integrado para o desenvolvimento. 14. Um planejamento racional deve resolver conflitos entre meio ambiente e desenvolvimento. 15. Assentamentos humanos devem ser planejados de forma a eliminar problemas ambientais. 16. Os governos devem planejar suas próprias políticas populacionais de maneira adequada. 17. As instituições nacionais devem planejar o desenvolvimento dos recursos naturais dos Estados. 18. A ciência e a tecnologia devem ser usadas para melhorar o meio ambiente. 19. A educação ambiental é essencial. 20. Deve-se promover pesquisas ambientais, principalmente em países em desenvolvimento. 21. Os Estados podem explorar seus recursos como quiserem, desde que não causem danos a outros. 22. Os Estados que sofrerem danos dessa forma devem ser indenizados. 23. Cada país deve estabelecer suas próprias normas. 24. Deve haver cooperação em questões internacionais. 25. Organizações internacionais devem ajudar a melhorar o meio ambiente. 26. Armas de destruição em massa devem ser eliminadas.
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ECOLOGIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
O Protocolo de Montreal sobre substâncias que empobrecem a camada de ozônio (especialmente o CFC – clorofluorcarbonos) é um tratado internacional em que os países signatários se comprometem a substituir as substâncias que se demonstrou estarem reagindo com o ozônio (O3) na parte superior da estratosfera (conhecida como ozonosfera). O tratado esteve aberto para adesões a partir de 16 de Setembro de 1987 e entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1989. Ele teve adesão de 150 países e foi revisado em 1990, 1992, 1995, 1997 e 1999. Devido à essa grande adesão mundial, Kofi Annan (ex-secretário geral da ONU)disse sobre ele: "Talvez seja o mais bem sucedido acordo internacional de todos os tempos…"
Em comemoração, a ONU declarou a data de 16 de Setembro como o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio.
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ECOLOGIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS – A DIPLOMACIA AMBIENTAL
Os PVs (Partidos Verdes) surgiram na década de 1970, logo após a criação do Clube de Roma (1968), da Teoria de Gaia (1969) e da polêmica gerada pela 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (1972);
O PV vai deslocar o foco das discussões, ou seja, do tradicional embate entre o capital e o trabalho para a agora contradição entre a sociedade industrial e o meio ambiente;
O fim da Guerra Fria e, consequentemente, da bipolarização (URSS x EUA), contribuiu para que as discussões sobre “o novo inimigo” (mazelas ambientais) ganhasse força, especialmente na União Européia, Japão e nos países do Sul, ao do que ocorreu com os EUA e com o que ocorreria com a China;
Um momento de destaque na transformação da agenda ambiental global foi a criação da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (ECO-92), no Rio de Janeiro, a qual criticaria vários pontos da Conferência de Estocolmo, possibilitando a plena incorporação dos países em desenvolvimento ao terreno da diplomacia ambiental.
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A ECO 92
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ECOLOGIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS – A DIPLOMACIA AMBIENTAL – A ECO-92
Em Estocolmo, o arcabouço conceitual que envolvia as discussões organizava-se em torno das problemáticas demográfica e tecnológica. Meio ambiente e desenvolvimento encontravam-se dissociados. A despolitização da problemática correspondia a um enfoque ideológico subterrâneo fundado na virtual exclusão dos interesses dos países do Sul;
A ECO-92, Rio-92, Cúpula ou Cimeira da Terra são nomes pelos quais é mais conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizada entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro. O seu objetivo principal era buscar meios de conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra.
A Conferência do Rio consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável e contribuiu para a mais ampla conscientização de que os danos ao meio ambiente eram majoritariamente de responsabilidade dos países desenvolvidos. Reconheceu-se, ao mesmo tempo, a necessidade de os países em desenvolvimento receberem apoio financeiro e tecnológico para avançarem na direção do desenvolvimento sustentável. Naquele momento, a posição dos países em desenvolvimento tornou-se mais bem estruturada e o ambiente político internacional favoreceu a aceitação pelos países desenvolvidos de princípios como o das responsabilidades comuns, mas diferenciadas. A mudança de percepção com relação à complexidade do tema deu-se de forma muito clara nas negociações diplomáticas, apesar de seu impacto ter sido menor do ponto de vista da opinião pública.
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ECOLOGIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS – A DIPLOMACIA AMBIENTAL – A ECO-92
A ECO-92 frutificou a elaboração dos seguintes documentos oficiais:
A Carta da Terra; 
três convenções 
Biodiversidade, 
Desertificação e 
Mudanças climáticas;
uma declaração de princípios sobre florestas; 
a Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento; e 
a Agenda 21 (base para que cada país elabore seu plano de preservação do meio ambiente).
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ECOLOGIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS – A DIPLOMACIA AMBIENTAL – A ECO-92 
CONVEÇÃO DA BIODIVERSIDADE - Foi o acordo aprovado durante a RIO-92, por 156 países e uma organização de integração econômica regional. Foi ratificada pelo Congresso Nacional Brasileiro e entrou em vigor no final de dezembro de 1993. Os objetivos da convenção são a conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a divisão equitativa e justa dos benefícios gerados com a utilização de recursos genéticos. Neste documento destaca-se o "Protocolo de Biosegurança", que permite que países deixem de importar produtos que contenham organismos geneticamente modificados. Dos 175 países signatários da Agenda 21, 168 confirmaram sua posição de respeitar a Convenção sobre Biodiversidade.
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A RIO + 10 (CÚPULA MUNDIAL SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL)
Rio+10 foi um fórum de discussão da ONU, realizado entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro de 2002, em Johanesburgo, África do Sul. Teve como objetivo principal discutir soluções já propostas na Agenda 21primordial (Rio 92), para que pudesse ser aplicada de forma coerente não só pelo governo, mas também pelos cidadãos, realizando uma agenda 21 local, e implementando o que fora discutido em 1992; 
Foi um encontro de alto nível, reunindo líderes mundiais, cidadãos engajados, agências das Nações Unidas, instituições financeiras multilaterais e outros importantes atores, para avaliar a mudança global desde a histórica Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992 (também conhecida como a Cúpula da Terra, ou Rio-92). A Rio-92, realizada entre 3 e 14 de junho daquele ano, no Rio de Janeiro, reuniu legisladores, diplomatas, cientistas, a mídia, e representantes de organizações não governamentais de 179 países, num esforço maciço para reconciliar as interações entre o desenvolvimentohumano e o meio ambiente. O evento foi realizado por ocasião do 20º aniversário da Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano (1972), a primeira conferência mundial que tratou da natureza, tanto global quanto transfronteiriça, da degradação e poluição ambientais.
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ECOLOGIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS – A DIPLOMACIA AMBIENTAL – A ECO-92 (AGENDA 21)
 O principal documento produzido na RIO-92, o Agenda 21 é um programa de ação que viabiliza o novo padrão de desenvolvimento ambientalmente racional. Ele concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Este documento está estruturado em quatro seções subdivididas num total de 40 capítulos temáticos. Eles tratam dos temas:
 Dimensões Econômicas e Sociais – enfoca as políticas internacionais que podem ajudar o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento, as estratégias de combate à pobreza e à miséria, as mudanças necessárias a serem introduzidas nos padrões de consumo, as inter-relações entre sustentabilidade e dinâmica demográfica, as propostas para a promoção da saúde pública e a melhoria da qualidade dos assentamentos humanos;
 Conservação e questão dos recursos para o desenvolvimento – apresenta os diferentes enfoques para a proteção da atmosfera e para a viabilização da transição energética, a importância do manejo integrado do solo, da proteção dos recursos do mar e da gestão eco-compatível dos recursos de água doce; a relevância do combate ao desmatamento, à desertificação e à proteção aos frágeis ecossistemas de montanhas; as interfaces entre diversidade biológica e medidas requeridas para a proteção e promoção de alguns dos segmentos sociais mais relevantes - analisa as ações que objetivam a melhoria dos níveis de educação da mulher, bem como a participação da mesma, em condições de igualdade, em todas as atividades relativas ao desenvolvimento e à gestão ambiental. Adicionalmente, são discutidas as medidas de proteção e promoção à juventude e aos povos indígenas, às ONGs, aos trabalhadores e sindicatos, à comunidade científica e tecnológica, aos agricultores e ao comércio e a indústria.
 Revisão dos instrumentos necessários para a execução das ações propostas - discute os mecanismos financeiros e os instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais; a produção e oferta de tecnologias ecos-consistentes e de atividade científica, enquanto suportes essenciais à gestão da sustentabilidade; a educação e o treinamento como instrumentos da construção de uma consciência ambiental e da capacitação de quadros para o desenvolvimento sustentável; o fortalecimento das instituições e a melhoria das capacidades nacionais de coleta, processamento e análise dos dados relevantes para a gestão da sustentabilidade.
 A aceitação do formato e conteúdo da Agenda - aprovada por todos os países presentes à CNUMAD - propiciou a criação da Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS), vinculada ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC). A CDS tem por objetivo acompanhar e cooperar com os países na elaboração e implementação das agendas nacionais, e vários países já iniciaram a elaboração de suas agendas nacionais. Dentre os de maior expressão política e econômica, somente a China terminou o processo de elaboração e iniciou a etapa de implementação.
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O PROTOCOLO DE KYOTO
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O PROTOCOLO DE KYOTO
 - O Protocolo de Quioto é consequência de uma série de eventos iniciada com a Toronto Conference on the Changing Atmosphere, no Canadá (outubro de 1988), seguida pelo IPCC's First Assessment Report em Sundsvall, Suécia (agosto de 1990) e que culminou com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CQNUMC, ou UNFCCC em inglês) na ECO-92 no Rio de Janeiro, Brasil (junho de 1992). Também reforça seções da CQNUMC;
 - Constitui-se no protocolo de um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa antropogênicas do aquecimento global;
 - Discutido e negociado em Quioto no Japão em 1997, foi aberto para assinaturas em 11 de Dezembro de 1997 e ratificado em 15 de março de 1999. Sendo que para este entrar em vigor precisou que 55 países, que juntos, produzem 55% das emissões, o ratificassem, assim entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em Novembro de 2004;
 - Por ele se propõe um calendário pelo qual os países-membros (principalmente os desenvolvidos) têm a obrigação de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990 no período entre 2008 e 2012, também chamado de primeiro período de compromisso (para muitos países, como os membros da UE, isso corresponde a 15% abaixo das emissões esperadas para 2008);
 - A questão dos créditos de carbono do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo): “Licença para poluir?”
 - O aparecimento de um novo mercado de produtos que vem ganhando destaque nos últimos anos por incorporar princípios do econegócio: ”O Mercado Verde".
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O PROTOCOLO DE KYOTO
 As metas de redução não são homogêneas a todos os países, colocando níveis diferenciados para os 38 países que mais emitem gases. Países em franco desenvolvimento (como Brasil, México, Argentina e Índia) não receberam metas de redução, pelo menos momentaneamente.
 A redução dessas emissões deverá acontecer em várias atividades econômicas. O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si, através de algumas ações básicas:
 Reformar os setores de energia e transportes; 
 Promover o uso de fontes energéticas renováveis; 
 Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção; 
 Limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos sistemas energéticos; 
 Proteger florestas e outros sumidouros de carbono.
 Se o Protocolo de Quioto for implementado com sucesso, estima-se que a temperatura global reduza entre 1,4°C e 5,8 °C até 2100, entretanto, isto dependerá muito das negociações pós período 2008/2012, pois há comunidades científicas que afirmam categoricamente que a meta de redução de 5% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente para a mitigação do aquecimento global.
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COP-17 (CONFERÊNCIA MUNDIAL DO CLIMA)
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COP-17 (CONFERÊNCIA MUNDIAL DO CLIMA)
A Conferência do Clima, a COP-17, em Durban, na África do Sul, pode representar um dos maiores avanços entre todas as COPs. Pela primeira vez, foi assinado um acordo que forçará todos os maiores poluidores, entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, a agirem contra a emissão de gases do efeito estufa. Houve quem tratou o acordo com ceticismo por não representar um plano de ação suficientemente agressivo para reduzir o ritmo do aquecimento global;
"Nós fizemos história", disse a ministra do exterior da África do Sul, Maite Nkoana-Mashabane, ao bater o martelo no final do encontro em Durban, a mais longa em duas décadas de negociações sobre o clima da Organização das Nações Unidas (ONU);
O pacto, chamado de Plataforma de Ação Avançada de Durban, tem força legal e entra em vigor somente em 2020 - um dos pontos criticados por ambientalistas -, mas deverá atrelar todos os países a metas de redução obrigatórias, entre eles os Estados Unidos, que nunca ratificaram o Protocolo de Kyoto, e grandes emissores em desenvolvimento como a China, a Índia e o Brasil. A questão da "legalidade" do novo acordo esteve sob forte embate, dividindo de um lado, países europeus que buscavam instrumentos legais mais fortes, e de outro, a Índia, que queria regras mais brandas.
Alguns ambientalistas consideram o resultado muito pior do que o esperado, pois representa acordos de multilateralismo, pois, acerca do clima ainda deixalacunas. “Conduzidos pelos Estados Unidos, os países desenvolvidos renegaram as suas promessas, enfraqueceram as regras sobre ações climáticas e fortaleceram aqueles que permitem às suas corporações lucrarem com a crise do clima", disse Sarah-Jayne Clifton, da organização Amigos da Terra Internacional.
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A RIO + 20
Será a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável e Combate a Pobreza, a qual ocorrerá no Rio de Janeiro, em junho de 2012, exatamente 20 anos após a realização da ECO-92;
De forma geral, espera-se que as decisões tomadas nessa conferência sejam mais que um balanço dos últimos 20 anos que a separam da Rio 92, marco na história socioambiental mundial que resultou numa série de documentos importantes, como a Agenda 21, e também nas Convenções sobre Clima e Diversidade Biológica;
Desde a realização da Conferência das Nações Unidas sobre  Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida por Cúpula da Terra e ECO ou Rio 92,  considerada a mais importante conferência ambiental mundial até hoje, o que se constata é que há muito a fazer na agenda socioambiental mundial, proposta durante esse encontro, cujo o objetivo inicial é se fazer um balanço de realizações e desafios;
O Brasil defenderá a criação de um Conselho de Desenvolvimento Sustentável, no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), para tratar, entre outros temas, da questão da água no mundo, deverá ser discutida durante a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20. A ideia é debater a criação do conselho em vez do fortalecimento da Agência das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), como quer a União Europeia;
 "Há uma insatisfação geral com os organismos da ONU e a proposta brasileira é uma resposta mais ampla do que fazer reformas pontuais. Aproveita-se o momento, de nível grande de insatisfação em relação a esses organismos, para propor uma coisa nova", disse o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, que apresentou a iniciativa de criação do conselho durante o 6º Fórum Mundial da Água, em Marselha (França). "A proposta será levada à Rio+20 e a posição do Brasil é a da criação do conselho.“

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