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ESTADOS UNIDOS: A “CURTA” MARCHA PARA A HEGEMONIA A POLÊMICA SOBRE A DESCOBERTA DO CONTINENTE AMERICANO • Não cabe nessa aula discutir quem descobriu o Continente Americano, apenas contextualizar a formação da nação conhecida como Estados Unidos da América do Norte (EUA), deixando essa realidade para a História; • O italiano, Américo Vespúcio, afirmou ser o primeiro homem branco que chegou ao Novo Mundo. Em 1507, em sua homenagem, o geógrafo alemão Martin Waldseemüller deu àquelas terras o nome de América. • Os relatos históricos afirmam que Cristóvão Colombo, também italiano, chegou no Continente Americano por volta de 12/10/1492; • Com o consentimento dos reis Católicos de Aragão e Castela – Fernando II e Isabel I – navegou com o objetivo de alcançar as Índias (todo o Oriente), grande abastecedora de especiarias e um novo ponto comercial de consumo; • A Armada da 1ª viagem de Colombo, constituída pelos navios Santa Maria, Pinta – cujo capitão era Martin Alonso de Pizón – e Nina – comandada pelo capitão Vicente Yañez Pinzón -, sai do porto espanhol de Palos em 03/08/1492 e aporta na atual Bahamas no dia 12/10/1492. “A PRIMEIRA APORTAGEM EUROPEIA NO CONTINENTE AMERICANO (CRISTÓVÃO COLOMBO – 12/10/1492 – ATUAL BAHAMAS)” PRÉ-CONDIÇÕES ESPACIAIS DOS ESTADOS UNIDOS • Ocupação tardia da Inglaterra – século XVII; • 13 grupos de colônias : • Nova Inglaterra (norte) – New Hampshire, Massachussets, Connecticut e Rhode Island – agricultura, pecuária, pesca, comércio e um começo de indústria – relações comerciais com as Antilhas infringiam o pacto colonial – lucro visto como decorrente do trabalho – “Ética Protestante”. • Colônias do Sul – Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia – “plantation” – tabaco, açúcar, algodão, arroz, índigo – escravidão – aristocracia rural. • Colônias Intermediárias –Nova York, Nova Jersey, Delaware e Pensilvânia – vias de penetração para o Oeste, sede do governo federal, imigrantes. • Pontos comuns – uma Constituição,um governador que representava a Coroa, uma assembleia. AS TREZE COLÔNIAS FORAM FUNDADAS ENTRE 1607 (Virgínia) e 1733 (Georgia). • As Colônias do Norte ou Nova Inglaterra – Província de New Hampshire - mais tarde o estado de New Hampshire; – Província da Baía de Massachusetts - mais tarde os estados de Massachusetts e Maine; – Colônia de Rhode Island - mais tarde o estado de Rhode Island; – Colônia de Connecticut mais tarde o estado de Connecticut; • As Colônias Centrais – Província de Nova Iorque - mais tarde os estados de Nova Iorque e Vermont; – Província de Nova Jérsei - mais tarde o estado de Nova Jérsei; – Província de Pensilvânia - mais tarde o estado de Pensilvânia; – Colônia de Delaware - mais tarde o estado de Delaware; • As Colônias do Sul – Província de Maryland - mais tarde o estado de Maryland; – Colônia e Domínio da Virgínia - mais tarde os estados de Virgínia, Kentucky e Virgínia do Oeste; – Província da Carolina do Norte - mais tarde os estados de Carolina do Norte e Tennessee; – Província da Carolina do Sul - mais tarde o estado de Carolina do Sul; – Província da Geórgia - mais tarde o estado de Geórgia. Os pressupostos da independência dos Estados Unidos (1763/Fim da Guerra dos Sete Anos – 1783/Tratado de Paris) • Governo inglês – restabelecer o pacto colonial e votar novos impostos (Lei do açúcar, Lei do selo, Lei do chá) – Leis intoleráveis – ruínas de negociantes, armadores e marinheiros. • O governo londrino ameaçava o poder autônomo das colônias. • A Guerra de Independência – Declaração em 4 de julho de 1776; alianças com franceses e espanhóis; reconhecimento da independência no Tratado de Paris, de 1783. • A Constituição dos EUA – fortalecer a formação do Estado – Federalismo - fundamentos iluministas – séc. XVIII): Thomas Jefferson, “o grande expoente”; • Congresso de Filadélfia – república federativa presidencialista. Motivos da Guerra de Independência • Aumento dos impostos para cobrir as dívidas da Guerra dos Sete Anos(1756-63): Lei do açúcar (1764), Lei do Selo (1765), Lei do Chá (1767); • A reação dos colonos: “Boston Tea Party” - Festa do Chá de Boston - 1773): revolta inglesa; • As Leis Intoleráveis promulgadas pela Inglaterra (1774) e a condução para a guerra; • Os Congressos de Filadélfia (de 1774 e de 1775- 1776) e a Declaração da Independência (1776) redigida por Thomas Jefferson e inspirada por John Locke e autores iluministas; • O 1° Congresso da Filadélfia ainda não possuía a intenção de promover a guerra de independência. Somente após a adoção das Leis Intoleráveis é que surge o 2° Congresso, onde se define o confronto. John Locke e os ideais iluministas • As idéias de John Locke, filósofo inglês e ideólogo(1632- 1704), encontrou eco na sociedade norte americana no século XVIII, uma vez que o mesmo participou da Revolução Gloriosa na Inglaterra (1688-1689), ponto de partida para o liberalismo do século XVIII, onde se originaram as idéias existentes de leis naturais do contrato entre governantes e governados, da autonomia entre poderes de Estado, do direito à revolta, da separação entre Igreja e Estado; • Suas ideias ajudaram a derrubar o absolutismo na Inglaterra, a qual afirmava que todos os homens, ao nascer, tinham direitos naturais: direito à vida, à liberdade e à propriedade. A Guerra de Independência (1776-1783) • A liderança militar norte-americana por George Washington. • O isolamento militar inglês e a ajuda da França às Treze Colônias. • A rendição inglesa na Batalha de Yorktown (1781). • O Tratado de Paz de Paris (03/09/1783): momento em que a Inglaterra reconhece, formalmente, a independência dos EUA. DOIS EXPOENTES POLÍTICOS DOS EUA: GEORGE WASHINGTON E THOMAS JEFFERSON • George Washington (foto) foi o 1° presidente constitucional dos EUA (1789/97), precedido por outros 14 presidentes que foram eleitos pelo Congresso dos EUA, conhecidos como “os presidentes esquecidos”. Foi comandante do Exército Continental na Guerra de Independência (1775/83). É visto, pelo povo norte- americano, como “o pai da pátria”. DOIS EXPOENTES POLÍTICOS DOS EUA: GEORGE WASHINGTON E THOMAS JEFFERSON • Thomas Jefferson (foto) foi presidente dos EUA entre 1801 e 1809. Advogado e extremamente culto, foi o principal autor da Declaração de Independência dos EUA, inspirada no Iluminismo do século XVIII. Visualizava o país como a força por trás de um grande “Império da Liberdade”, a qual promoveria o republicanismo e combateria o imperialismo do Império Britânico. A CONQUISTA DA FRONTEIRA • A fronteira assumirá muitos nomes: free land, Great West , Wilderness (“fronteiras naturais, puras”). Ela será o encontro entre a “civilização” e a “barbárie”, servindo também de momento e local para o effective Americanization e “eterno recomeço”. • O “Oeste” será sempre associado ao ideal – a algo a conquistar, a sonhos a realizar, em suma, à eterna busca, e ao futuro. Wilderness é o caminho para o sonho – uma passagem repleta de perigos, desafios e mistérios que o pioneiro tem que enfrentar para conquistar o que deseja. • A ideia de Wilderness é chave para entender a questão da identidade nacional americana e a forma como é trabalhada na obra do historiador, Jackson Turner(1883). O conceito de Wilderness é estabelecido a partir da noção de que o homem pode dominar e controlar a natureza (domesticá- la, controlá-la e cultivá-la). O papel da Geografia física (a imensidão das florestas, dos rios, das montanhas, das Planícies Centrais, dos desertos) na concretização do imaginário norte-americano. • Para Turner, no embate entre a natureza e o colonizador ocorrerá um sincretismoe surgirá um produto distintamente americano, com suas instituições, produtos de outra realidade. Ou seja, primeiro se dá a ruptura com a Europa e, segundo, por um processo de luta com a natureza se forma a identidade americana. • Assim, o frontierman (“desbravador”) de Turner passa a representar um tipo americano genérico, um herói popular, que passa da experiência territorial da conquista da natureza para outras esferas da vida americana. A Expansão para o Oeste e a Política de anexação territorial – Século XIX •O Oeste seria a fonte da real democracia, onde homens comuns ascendem através dos esforços do seu trabalho prático, atuando no mundo em condições de igualdade. É a civilização, no sentido do progresso material e evolução do capitalismo. •O povoamento do Oeste americano e a importância das redes hidrográficas; •A ampliação territorial; •A expulsão dos indígenas; •A apropriação das terras e a ocupação do solo; •A integração pelos setores de transportes e comunicações; •A democracia norte-americana não foi para todos (não existe a ideia da “miscigenação” com o índio nem com o negro). Em primeiro lugar, o índio representava o homem primitivo ao qual o novo homem americano, etnicamente europeu, teria de sobrepor na marcha para a civilização. Em segundo lugar, o negro estava ligado às sociedades latifundiárias e escravagistas do Sul dos EUA, uma situação totalmente desvinculada da experiência da fronteira ; •Os novos Estados: Luisiana, Indiana, Mississípi, Illinois e Alabama. Da Guerra de Secessão(1861-1865) aos caminhos da hegemonia •Divergências econômicas entre o Norte(industrializado - União) e o Sul (agrícola/escravocrata - Confederados); •O antagonismo entre as tarifas alfandegárias e o livre comércio; •A escravatura em questão e a campanha abolicionista; •As disputas pelo Oeste (“a corrida do ouro/1848-1855) ; •A sucessão política e a eleição de Abraham Lincoln; •Os Estados Confederados; •A guerra entre o Norte e o Sul; •A derrota do Sul e a constituição de sociedades secretas(Ku Klux Klan); •A consolidação do modelo capitalista. PROSPECTO, DE 1849, ALUSIVO A CORRIDA DO OURO Ku Klux Klan (KKK) • Marcha de integrantes da KKK em Washington, DC, no ano de 1928. Ku Klux Klan • Cruz sendo queimada, atividade introduzida por William J. Simmons, o fundador da segunda Klan em 1915. A marcha para a Hegemonia • A Lei do Homestead Act (Lei da Propriedade Rural – 160 acres a quem os cultivassem por cinco anos) de 1862; • Ouro na Califórnia (1848 – “corrida do ouro”); • O melting pot – o avanço demográfico e a imigração; • A revolução nos transportes, a ocupação de novas terras, acesso aos recursos minerais, a industrialização, problemas no campo (da agricultura familiar ao agronegócio); • O papel dos muckrakers na condenação das práticas industriais (a formação dos conglomerados – Trustes e Cartéis); • O movimento de reformas sob as presidências de Theodore Roosevelt (“trust-buster”-1901/09) e Woodrow Wilson(1913/21 – fortes intervenções na América Latina). A DOUTRINA MONROE: “A AMÉRICA PARA OS AMERICANOS” Firmada em 1815, a Santa Aliança foi um pacto feito entre alguns países europeus que, em síntese, pregava a manutenção de monarquias absolutistas na Europa. Isso incluía também, a tentativa de recolonizar os países americanos que se haviam tornado independentes. Como resposta a essa doutrina, o presidente estadunidense James Monroe elaborou um documento, aprovado pelo Congresso norte-americano em 02 de dezembro de 1823, no qual pregava a não-intervenção dos países europeus nas nações americanas: a Doutrina Monroe, que se tornou o pilar das relações dos Estados Unidos para com o mundo daquela época. A Doutrina Monroe partia da política isolacionista de George Washington, o qual afirmava que a Europa tinha um conjunto de interesses elementares sem relação com os interesses estadunidenses; e de Thomas Jefferson, que dizia que a América teria um hemisfério para si. Em tese, os Estados Unidos se apresentavam como defensores das nações latino-americanas recém- emancipadas, repudiando qualquer tentativa de recolonização: “a América para os americanos”. Na verdade, a política acabou se tornando o principal instrumento ideológico a serviço da subordinação da América Latina aos interesses estadunidenses. De uma forma ou de outra, a intenção verdadeira era construir uma “América para os estadunidenses”. Além disso, vale ressaltar que a Doutrina Monroe era algo essencialmente moral, visto que a capacidade militar dos Estados Unidos naquela época não ultrapassava a região do Caribe. De qualquer forma, a política serviu para aumentar a hegemonia estadunidense no continente americano, além de permitir que os Estados Unidos continuassem a aumentar suas fronteiras em direção ao Oeste. O nascimento do imperialismo norte-americano •O Destino Manifesto; •Doutrina Monroe (James Monroe – 1823): “ A América para os americanos”; •O Panamericanismo ( surge com a Doutrina Monroe); •A consolidação do imperialismo interno; •Da guerra Hispano-americana ao intervencionismo internacional ; •A política do Big-stick e o intervencionismo regional; A Emenda Platt (Cuba tornou-se um protetorado dos EUA); •As práticas dos Corolários (Polk e Roosevelt); •A prática do isolacionismo e a consolidação dos Estados Unidos como potência mundial; •Franklin D. Roosevelt (1933/45) e o New Deal; •A consolidação da hegemonia no pós- Segunda Guerra Mundial. •Charge – tradução livre: “Falar de modo suave e segurando um porrete. Você vai fazer muito” Alegoria do Destino Manifesto General Z.Taylor, pôster pela guerra A ideologia do Destino Manifesto, que fazia dos americanos uma espécie de novo povo eleito, desde que se difundiu entre eles a partir da metade do século XIX , agiu como um poderoso elemento mobilizador da energia do país e dos indivíduos para a conquista de novos territórios ao oeste e sul do continente. Foi um verdadeiro elixir do expansionismo e do intervencionismo norte-americano, que, depois de ter anexado o Texas em 1836, engoliu a metade do território do México na guerra de 1846-48. "A pura raça anglo-americana está destinada a estender-se por todo o mundo com a força de um tufão. A raça hispano-mourisca será abatida. " New Orleans Creole Courier, 27.01.1855. O constante avanço da colonização para o Oeste e para o Sul da América do Norte fez brotar em meio àquela sociedade em formação a ideologia do Destino Manifesto, que expressava um dogma de autoconfiança e ambição supremas - a ideia de que a incorporação aos Estados Unidos de todas as regiões adjacentes, mesmo que estivessem bem afastadas de Washington, constituía a realização virtualmente inevitável de uma missão moral assinalada à nação pela própria Providência. O Destino Manifesto era, de certa forma, uma adaptação americanizada da ideologia do imperialismo providencialista que começava a surgir na Europa e que teve, posteriormente, no poeta Rudyard Kipling, sua forma literária mais acabada, explicitada na frase "o fardo do homem branco", na qual o europeu era visto vagando pelo mundo primitivo dos demais continentes encarregado de civilizar os nativos. E, sob o ponto de vista teológico, uma versão secularizada, adaptada aos americanos, da idéia bíblica do povo eleito, escolhido pelo Todo-Poderoso para açambarcar toda a Terra da Promissão. Nos EUA não há lugar para perdedores. Eles não puderam viver para contar a história. Somente uma "raça de heróis" poderia sobreviver a todas as atribulações da epopéia colonizadora. A travessia do Atlântico foi um verdadeiro êxodo para desenraizados e perseguidos. Nos grandes navios, o tifo, a tuberculose e a fome não davam aos fracos o direitode prosseguir. A terra prometida estava reservada aos fortes. Os refugiados puritanos, os primeiros a chegar, fizeram da expulsão um motivo de engrandecimento. Mania de grandeza e mania de perseguição andam juntas: "se Deus é por nós, quem será contra nós?". Apesar das múltiplas influências recebidas posteriormente, a herança calvinista-maniqueísta teve uma contribuição decisiva na formação da identidade do estadunidense e de seu senso comum. Os percalços e desafios da "colonização heróica" estavam apenas começando. O lar só se tornaria um doce lar, se dele fossem extraídas todas as "impurezas". Tudo o que não servisse à auto- afirmação, tudo que se interpusesse no caminho da expansão - leia-se, salvação - seria designado como maligno. Aqueles que se consideravam perfeitos e eleitos por Deus concluíam que o "mal" só poderia ser o diferente, o distinto, o outro. A noção de supremacia e de superioridade foi construída no processo de demonização dos índios, espanhóis, mexicanos, negros, alemães, japoneses, soviéticos, sérvios, latinos, islâmicos, ou seja, de todos os não americanizáveis . Procurando manter intacta sua essência, esta micro-sociedade européia transplantada na América, resvalou para o integrismo religioso-cultural e para o racismo mais sórdido. Os piores fundamentalismos nasceram na "Pátria da liberdade". O destino manifesto e a tragédia anunciada Luis Fernando Novoa Garzon "A pura raça anglo-americana está destinada a estender-se por todo o mundo com a força de um tufão. A raça hispano-mourisca será abatida. " New Orleans Creole Courier, 27.01.1855 "Hoje, a humanidade tem em suas mãos a oportunidade para um grande triunfo da liberdade sobre todos os seus antigos adversários. Os Estados Unidos aceitam de bom grado sua responsabilidade de liderar esta grande missão." George W. Bush, 11.09.2002 A predestinação dos EUA, somatória da predestinação de cada estadunidense, é uma profecia conscientemente auto-cumprida. Este discurso salvacionista foi muito mais determinante que qualquer referência formal à cidadania ou à lei. Sob o impulso dessa volúpia vieram a independência, a marcha para o oeste, a guerra civil, o grande mercado e os grandes monopólios. A economia norte-americana passou a ser controlada por trustes industriais em associação com os grandes bancos. Era chegada a hora de iniciar a conquista do mundo. O capital monopolista podia se esconder por detrás do arquétipo de uma nação de colonos livres e unidos por valores morais comuns. A expansão das grandes corporações, tendo por suporte as belicosas forças armadas norte-americanas, seria vista como a expansão de um ideário e de um modo de vida superior. O "destino manifesto" dos EUA revela o paradoxo de um Império que se formou e se nutriu no seio de uma nação democrática. O Império proclama: "O mundo sou eu“ O imperialismo norte-americano, mais que qualquer outro, invocou para si uma missão civilizatória e messiânica. Os sucessivos Presidentes dos EUA não fizeram outra coisa senão universalizar os mais particulares interesses. Seus nomes estão inscritos na história do expansionismo ianque: Corolário Polk, Corolário Roosevelt, Doutrina Monroe, Doutrina Truman, Doutrina da Boa Parceria de Eisenhower e Doutrina das Novas Fronteiras de Kennedy. George Bush (o pai) também deixou sua contribuição quando lançou em 1990 o programa "Iniciativa para as Américas", a demarcação da base territorial e econômica a partir da qual se projetaria o poder dos EUA sobre o mundo. No ano seguinte, com o fim da Guerra Fria e da URSS, criaram-se condições objetivas para o estabelecimento de uma ordem mundial polarizada exclusivamente pelos EUA. Faltavam, contudo, justificativas políticas e motivos morais. George W. Bush, (o herdeiro) recebeu este prêmio dez anos depois. O terrorismo internacional, o novo "inimigo", clarificou o papel dos Estados Unidos no mundo, revelando sua verdadeira vocação. Elaborada pelas aves de rapina do Complexo Industrial-Militar, a Doutrina Bush não peca por eufemismos: "Na grande tragédia, também vimos grandes oportunidades. Nós temos que ter a sabedoria e a coragem para aproveitar estas oportunidades. A maior oportunidade dos Estados Unidos é a de criar um equilíbrio no poder mundial que favoreça a liberdade humana. Nós usaremos nossa posição sem paralelo de força e influência para construir um clima de ordem e abertura internacional". Os capuzes brancos não são mais necessários. De cara limpa, estão assumindo que irão se valer de sua confortável posição de superpotência, "sem paralelo de força e influência" para impor uma nova Pax Romana ao mundo. Desse modo, os senhores da guerra e das corporações só podem agradecer e torcer para que venham novas tragédias e, embutidas nelas, as tais "grandes oportunidades". As elites globais, portanto, devem saudar calorosamente o caos que inaugura, concomitantemente, uma nova e definitiva ordem internacional. Então, viva a guerra perpétua que torna imperativa a paz perpétua! GUERRA HISPANO AMERICANA • A Guerra Hispano-Americana aconteceu em 1898, tendo como resultado o ganho do controle, por parte dos Estados Unidos da América, sobre as antigas colônias espanholas no Caribe e no oceano Pacífico. A guerra ocorreu em 1898, quando o navio militar USS Maine foi destruído em Havana, Cuba - então colônia espanhola. Os americanos, alegando que o navio fora sabotado pelos espanhóis, exigiram que a Espanha cedesse independência a Cuba. A recusa dos espanhóis causou o início da guerra. Esta teve fim em 12 de agosto. No Tratado de Paris, a Espanha cedia Cuba, Porto Rico, Guam e as Filipinas aos Estados Unidos. Cuba logo se tornaria um país independente, as Filipinas teriam sua independência em 1945, enquanto Porto Rico e Guam são até os dias atuais territórios americanos. A GUERRA MEXICANO-AMERICANA E O TRATADO DE GUADALUPE-HIDALGO • Após várias tensões, entre norte-americanos vivendo em território mexicano, especialmente no atual Texas e na Califórnia (território geoestratégico), em 13/05/1846 os Estados Unidos, na gestão de James Knox Polk (1845/49), declara guerra com o México e, em setembro de 1847, sob os termos do Tratado de Guadalupe Hidalgo, o México cedia oficialmente aos Estados Unidos o Texas e a Califórnia. EMENDA PLATT • Ao final da Guerra de Independência de Cuba, contra a Espanha, em 1898, os Estados Unidos envolveram-se no conflito, sob o pretexto de um suposto ataque contra um de seus navios de guerra, ancorado na ilha. A vitória sobre as forças espanholas foi rápida, mas os EUA mantiveram o seu aparato militar na ilha, sob o pretexto de defesa aos seus interesses, ao mesmo tempo em que a Constituição da nova nação era elaborada; • A chamada Emenda Platt, aprovada pelo Senado dos EUA, em 1901, foi um dispositivo legal, inserido na Carta Constitucional de Cuba, que autorizava os EUA a intervir naquele país a qualquer momento em que interesses recíprocos de ambos os países fossem ameaçados. COROLÁRIO POLK(mandato: 1845/1849) Em 1845, foi criado o Corolário Polk, inspirado na Doutrina Monroe, o qual afirmava que, no caso de uma colônia querer fazer parte do território dos EUA, espontaneamente, tal realidade seria de interesse apenas das partes envolvidas( a ex-colônia e os EUA), não merecendo questionamento e intervenção de nenhuma outra nação. “Precisamos manter para sempre o princípio de que só o povo deste continente tem o direito de decidir o próprio destino. Se, por ventura, uma parte desse povo, constituindo um estado independente, pretendesse unir-se à nossa Confederação, esta seria uma questão que só a ele e a nós caberia determinar, sem qualquer interferência estrangeira.” Primeira mensagem anual do presidente James Knox Polk( democrata – 1845/49) ao Congresso dos EUA James Knox Polk COROLÁRIO ROOSEVELT(Theodore Roosevelt – mandato:1901-09) • Os EUA se declararam dispostos a ocupar militarmente países que estivessem passando por uma crise devido a sua dívida externa. Em sua mensagem, Roosevelt expressou sua convicção de que se uma nação não consegue manter a ordem e cumprir suas obrigações, não precisa temer a interferência dos EUA. No entanto, uma nação civilizada como os EUA teria que assumir o papel de polícia do mundo e ser obrigado a intervir, caso ocorra o enfraquecimento dos laços da sociedade civilizada em outros países. • Na verdade, o Corolário Roosevelt foi um postulado de política externa, em adição à Doutrina Monroe, o qual, com a política do Grande Porrete, foi o marco de um período de controle direto dos EUA sobre os países latinoamericanos. Theodore Roosevelt e o Big Stick THEODORE ROOSEVELT(1901-09) O NEW DEAL (“NOVO ACORDO”) DE FRANKLIN DELANO ROOSEVELT • A grande depressão, do início do século XX, culminou com a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em pleno governo do Republicano e liberal, Hebert Hoover (1929- 1932), seu antecessor; • 14 milhões de desempregados procurando comida nos caminhões de lixo e a beira do caos; • Em 1932, diante desse quadro, é eleito o democrata Franklin Delano Roosevelt (1933/1945), o qual prometeu em campanha em “novo acordo ou ajuste”, onde a presença estatal seria uma constante; Algumas das principais medidas adotadas pelo governo Roosevelt: • controle sobre bancos e instituições financeiras e econômicas; • construção de obras de infra-estrutura para a geração de empregos e aumento do mercado consumidor; • concessão de subsídios e crédito agrícola a pequenos produtores familiares; • criação de Previdência Social, que estipulou um salário mínimo, além de garantias a idosos, desempregados e inválidos; • controle da corrupção no governo; • incentivo à criação de sindicatos para aumentar o poder de negociação dos trabalhadores e facilitar a defesa dos novos direitos instituídos. FRANKLIN DELANO ROOSEVELT(1933-45) As intervenções na América Latina •Intervenções em: •Guatemala (1954); Cuba (1960); Tropas na OEA; •República Dominicana (1965); Bolívia (1971); •Chile (1973); Granada (1984); Panamá (1989). Imagens do imperialismo dos EUA Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37
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