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EAD Tributário 4ºS 1

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Atividade Financeira
Atividade Financeira
1- Conceito de atividade financeira
O Estado realiza várias ações obtendo receita e gastos com o objetivo de atender as necessidades pública, isto denomina-se ATIVIDADE FINANCEIRA.
O Estado só poderá realizar algum fim ou objetivo político ou econômico se forem financiados através de receita pública, ou seja, através de arrecadação de tributos, impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios. Porém, são de extrema importância os ingressos oriundos dos preços públicos, aqueles que constituem receita originária porque está vinculada à exploração do patrimônio público. Ainda, compõem a receita pública as multas, as participações nos lucros e os dividendos das empresas estatais, os empréstimos etc.
 Obtendo os recursos, o Estado mantêm a despesa necessária para a realização dos seus objetivos, como: pagamento da folha de vencimento e salários dos seus servidores civis e militares; contratação de serviços de terceiros; aquisição no mercado de produtos, os quais serão empregados na prestação de serviços públicos ou na produção de bens públicos; entregar subvenção econômicas e sociais e subsidiar atividades econômicas.
O Planejamento de obtenção de receita e a realização dos gastos são consolidados no orçamento anual.
Portanto, todas essas ações do Estado, através, da receita e despesa, as quais são determinadas pelo orçamento, estabelecem a atividade financeira.
2- Poder Financeiro
 O poder ou a soberania do Estado geram a atividade financeira. O poder financeiro é uma parte ou até mesmo uma derivação do poder estatal ou da soberania, juntamente com o poder de polícia, o poder penal, o poder de domínio superior.
Pode-se verificar o poder financeiro em vertical e horizontal. Na forma vertical encontram-se os poderes financeiros da União, dos Estado e dos Municípios, os quais derivam as atividades financeiras federais, estaduais e municipais. Já na forma horizontal estão os poderes financeiros de administrar, legislar e julgar, no qual a atividade financeira é uma espécie de atividade administrativa vinculada à lei e controlada pelo Judiciário.
3- Fazenda Pública
A atividade financeira implica a formação e a administração da Fazenda Pública, isto é, os recursos e as obrigações do Estado e a sua administração. O conceito de Fazenda Pública pode ser observado de maneira objetivo e subjetivo.
De maneira objetivo, a Fazenda Pública é o complexo de recursos e obrigações financeiras do Estado. Formado pelos recursos públicos, que alcançam assim os direitos criados pela legislação e declarados no orçamento, como: créditos tributários, direitos oriundos da emissão de títulos da dívida pública, direitos patrimoniais, ainda, como os ingressos, ou seja, os fundos que efetivamente aparecem ao Tesouro, como: prestações tributárias, produtos da dívida pública, rendimentos patrimoniais. Estão incluídas também, as obrigações financeiras, contraídas conforme a permissão da lei ou a prévia autorização do orçamento.
Já de maneira subjetivo é confundido com a própria pessoa jurídica de direito público, tendo em vista que a responsabilidade do Estado é apenas financeira. Além disso, o conceito de Administração Financeira é aproximado, com o seus órgãos encarregados de realizar a atividade financeira, entre os quais, nos termos do art. 37, XXII, da CF, as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, praticadas por servidores de carreiras específicas, que têm recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuam de maneira integrada, até mesmo com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
4- Atividade Instrumental
A instrumentalidade é uma característica de extrema importância para a atividade financeira. A aquisição de recursos e a realização de gastos não é um fim em si mesmo. O enriquecimento ou aumento de patrimônio não são objetivos do Estado. A arrecadação têm objetivos de índole política, econômica ou administrativa.
Embora instrumental, a atividade financeira não é neutra diante aos valores e princípios jurídicos, senão que a eles se vincula fortemente. A liberdade carece das finanças do Estado para que possa se afirmar, ao mesmo tempo é limitado o exercício da atividade financeira. Na sociedade moderna, a justiça passa pela fiscalidade e redistribuição de rendas. Alguns princípios informam continuamente a atividade financeira, como: Princípio da capacidade contributiva; Princípio da economicidade; Princípio da legalidade; Princípio da publicidade; Princípio da irretroatividade e transparência.
Diante do caráter instrumental, decorre que a atividade financeira está sempre relacionada com dinheiro, porém, devido a relação que tem, é um instrumento considerado de excelência para a execução dos objetivos econômicos. O conceito de dinheiro é muito mais amplo que o de moeda, não se limitando aos recursos que se expressem de acordo com o padrão monetário legal. Compreende todos os direitos e obrigações de natureza pecuniária, incluindo os bens patrimoniais suscetível de exploração pelo Estado por meio de preços ou rendimentos. Não fazem parte da atividade financeira, excluindo deste conceito, os bens públicos de uso comum.
A natureza instrumental da atividade financeira é que a diferencia das atividades econômicas, políticas e administrativas, porém têm um íntimo relacionamento. Devido a atividade financeira também ser uma forma de aquisição de recursos escassos, ela se aproxima da econômica, todavia é diferenciada porque a atividade econômica, praticada por particulares, tem objetivo próprio. Com a atividade política tem relação na medida em que ambas introduz o momento autoritário da decisão, porém, se afastam, pois não há objetivo de manter o equilíbrio dos poderes do Estado nem o de realizar as políticas públicas. É aproximada da atividade administrativa, devido ser uma específica forma de administração das finanças do Estado, contudo se distancia porque a atividade administrativa busca finalidades claras representadas pela prestação de serviços públicos.
Vale ressaltar, que a natureza instrumental da atividade financeira está inserida tanto no campo da fiscalidade como no da extrafiscalidade. A extrafiscalidade é a instrumentalização dos objetivos intervencionistas e regulatórios do Estado, não há uma finalidade em si mesma, seja no aumentar, no diminuir o valor dos tributos para impedir ou incentivar a atividade econômica.
5- Extensão da Atividade Financeira
Os entes territoriais como a União, Estados e Municípios e também as autarquias praticam a atividade financeira. A aquisição da receita para prover as necessidades públicas, nota característica da atividade financeira, tende à prestação de serviços públicos e à defesa dos direitos fundamentais, missão essencial das pessoas jurídicas de direito público.
Os atos praticados pelos órgãos da administração indireta de personalidade jurídica de direito privado, excluem-se do conceito de atividade financeira. As sociedades de economia mista, as empresas públicas, as fundações e demais sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público não se integram à Fazenda Pública e as ações que desenvolvem não se compreendem no conceito de atividade financeira. Verdadeiramente a partir da Constituição de 1988, arts. 70 e 165, as fundações e empresas estatais sofrem o controle do Tribunal de Contas e seu orçamento é incluído na lei orçamentária anual, ao lado do orçamento da seguridade. Este controle é feito de forma global e indireta, não retirando a agilidade negocial e a autonomia das pessoas de direito privado e sem confundir os interesses com o complexo de direitos e obrigações que constitui a Fazenda Pública. A atividade do Estado-Empresário não se inclui no conceito de atividade financeira do Estado, no sentido rigoroso da expressão. A exceção passou a formar a “super-receita”, a qual unifica a Secretaria da Receita Federal e a Secretaria da ReceitaFederal do Brasil (Lei nº 11.457, de 16/03/2007), tudo o que encontrou justificativa na confusão feita pela Constituição entre tributos e ingressos parafiscais.
Alcança-se também o conceito de atividade financeira o conjunto de ações realizadas pelo sistema financeiro privado, representado pelos bancos, seguradoras, corretoras e demais instituições financeiras. Existe um certo relacionamento entre as duas atividades, e o Banco Central serve como elo de ligação, que ao mesmo tempo é o detentor do monopólio da emissão de moeda e o órgão fiscalizador do sistema financeiro nacional, arts. 164 e 192 da CF/88. “Atividade financeira” e “finanças” tem a mesma extensão, surgiram na Idade Média derivados da palavra latina finare, sinônimo de finanças públicas, não se aplicando às finanças privadas.
6- Estado Financeiro
A atividade financeira representa e delimita uma certa face do Estado Moderno, a qual é o Estado Financeiro, o que se desenvolve desde o fim do feudalismo até os nossos dias, expondo perímetro diferente em suas diversas fases: Estado patrimonial, Estado de polícia, Estado fiscal e Estado socialista.
Na Europa aparece o Estado Patrimonial, com duas vertentes diferentes: a inglesa e a holandesa, no qual desde o século XVI manifestam os interesses da burguesia, onde são formados os monopólios estatais; e a que prevaleceu na França, Alemanha, Áustria, Espanha e Portugal, com os monopólios e os rígidos privilégios corporativos. O Estado Patrimonial, que originou com a necessidade de uma organização estatal para fazer a guerra, abrigar diversas realidades sociais, políticas, econômicas, religiosas, etc. Entretanto a sua dimensão principal, o qual lhe marca o próprio nome, basea-se no patrimonialismo financeiro, isto é, em viver fundamentalmente das rendas patrimoniais ou dominiais do príncipe, só secundariamente se apoiando na receita extrapatrimonial de tributos. A característica patrimonialista, contudo, não ocorre somente dos aspectos quantitativos, apesar de o fundamental é que o tributo ainda não ingressava plenamente na esfera da publicidade, sendo apropriado de forma privada, ou seja, como resultado do exercício da jurisdictio e de modo transitório, sujeito a renovação anual. O publico e o privado são confundidos no Estado Patrimonial, o imperium e o dominium, a fazenda do príncipe e a fazenda pública.
O Estado Corporativo, de Ordens ou Estamental foi sucedido pelo Estado de Polícia, sobretudo no século XVIII, e antecede o Estado de Direito, de cujos adeptos recebe o apelido pejorativo. Alguns o incluem no conceito de Estado Patrimonial, em seu momento modernizador. Prospera especialmente na Alemanha e na Áustria e migra com certo atraso para a Itália, Espanha e Portugal na época pombalina. Mas não invade a Inglaterra, Holanda e algumas cidades italianas, nas quais já prevalecem os interesses burgueses; nem na França, que teve a passagem do patrimonialismo para o liberalismo através de revoluções. O Estado de Polícia é modernizador, intervencionista, centralizador e paternalista. Fundamenta-se na atividade de “polícia”, que equivale ao conceito alemão de Polizei, e não ao de política no sentido grego ou latino, visando principalmente à garantia da ordem e da segurança e à administração do bem-estar e da felicidade dos súditos e do Estado.
O Estado de Polícia foi historicamente substituído pelo Estado Fiscal, devido o seu absolutismo político e sua economia mercantil ou comercial, com a sua estrutura econômica capitalista e o seu liberalismo político e financeiro. Caracterizando assim, a origem do Estado Fiscal, com a particularidade do Estado de Direito, sendo o novo perfil da receita pública, que fundou-se nos empréstimos, autorizados e garantidos pelo legislativo, e principalmente nos tributos, derivados do trabalho e do patrimônio do contribuinte, ao contrario de se apoiar nos ingressos procedente do patrimônio do príncipe. Separando assim o ius eminens e o poder tributário, entre a fazenda pública e fazenda do príncipe e entre política e economia, fortalecendo excessivamente a burocracia fiscal, atingindo um nível alto de racionalidade. Somente o capitalismo resolveu a crise financeira dos Estados, pois garantiu os empréstimos com a receita de impostos e permitiu o aumento da arrecadação através do aperfeiçoamento da máquina burocrática, da extinção dos privilégios e isenções do antigo regime e da reforma dos sistemas tributários, estas últimas favorecidas pelos novos instrumentos jurídicos criados pela burguesia, criados pela burguesia, como as sociedades anônimas e vários contratos nominados que passam a servir de fundamento racional aos impostos, principalmente o de renda. Os orçamentos públicos foram aperfeiçoados com o Estado Fiscal, são substituídos a tributação do campesinato (conjunto de agricultores) pela dos indivíduos, reduz a intervenção estatal, tudo o que representa uma nova Constituição Financeira. O Estado Fiscal, projeção financeira do Estado de Direito, acatou três fases diferentes: a do Estado Fiscal Minimalista, a do Estado Social Fiscal e a do Estado Democrático e Social Fiscal:
a)      Estado Fiscal Minimalista: do final do século XVIII ao início do século XX, corresponde a fase do Estado Guarda-Noturno ou Estado Liberal Clássico, que era restrito ao poder de polícia, da administração da justiça e da prestação de uns poucos serviços públicos, não precisando de sistemas tributários amplos, por não assumir excessivos encargos na via da despesa pública e por não ser provedor da felicidade do povo, como no patrimonialismo;
b)      Estado Social Fiscal: corresponde ao aspecto financeiro do Estado Social de Direito, ou seja, Estado de Bem-estar Social, ou Estado Pós-liberal, ou Estado da Sociedade Industrial, que nasce no Ocidente no século XX, de 1919 a 1989. O Estado deixa de ser o assegurador das liberdades individuais e passa a intervenção na ordem econômica e social. A atividade financeira ainda fundamenta-se na receita de tributos, oriundo da economia privada, contudo os impostos impregnam pela finalidade social ou extrafiscal, com a finalidade de desenvolver determinados setores da economia ou de inibir consumos e condutas nocivas à sociedade. Através da despesa a atividade financeira desloca-se para as rendas serem redistribuídas, por meio do financiamento de entrega de prestações de serviços públicos ou de bens públicos, e para a promoção do desenvolvimento econômico, pelas subvenções e subsídios. O orçamento público é expandido excessivamente e o Estado Social Fiscal entra em crise financeira e orçamentária a contar do final da década de 70;
c)       Em 1989, a partir da queda do muro de Berlim, marcando simbolicamente o início da globalização, a crise do socialismo e dos intervencionismos estatais e a mudança dos paradigmas políticos e jurídicos, fortalece assim o Estado Democrático e Social Fiscal, coincidindo com o Estado Democrático e Social de Direito, ou seja, Estado Subsidiário, ou Estado da Sociedade de Risco, ou Estado de Segurança. Conserva características do Estado Social, entretanto passa por modificações importantes, como a diminuição do seu tamanho e a restrição ao seu intervencionismo no domínio social e econômico. Vive essencialmente dos ingressos tributários, diminuindo, pela privatização das empresas e pela desregulamentação do social, o subsídio das receitas patrimoniais e parafiscais. Busca, na via da despesa pública, reduzir as desigualdades sociais e assegurar as condições necessárias à entrega de prestações públicas nas áreas da saúde e da educação, deixando a utopia da inesgotabilidade dos recursos públicos. O qual são equilibrados a justiça e a segurança jurídica, a legalidade e a capacidade contributiva, a liberdade e a responsabilidade. Em 2008 há uma crise financeira mundial séria, devido falhas regulatórias, que são corrigidas pelos órgãos cosmopolitas em 2009, FMI, Banco Mundial, OCDE e G-20 e pelos Tesouros nacionais de vários países.
O Estado Socialista é neopatrimonialista. Vive principalmente do rendimento das empresasestatais, representando o imposto papel subalterno e desimportante. Houve uma rápida deterioração nos últimos anos, após a reunificação da Alemanha e a extinção da União Soviética, subsistindo somente em poucos países como China, Cuba, e outros. Era o momento final do Estado Financeiro, perdurando o Estado Fiscal. Atualmente retorna rapidamente à economia de mercado e à atividade financeira equilibrada nos impostos, se aproximando novamente do Estado Fiscal.
Última atualização: domingo, 19 Fev 2017, 20:32

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