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Resumo 2PP Filosofia

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RESUMO DE FILOSOFIA 2°PP
As preocupações com o conhecimento
O conhecimento e os primeiros filósofos
Quando estudamos o nascimento da filosofia na Grécia, vimos que os primeiros filósofos dedicavam se a um conjunto de indagações principais: “Por que o e como as coisas existem?”; “O que é o mundo?”; “Qual a origem da natureza e quais as causas de sua transformação?”. Essas indagações colocavam no centro a pergunta: “O que são as coisas?”
Em vista disso, pode se perceber que os primeiros filósofos não se preocupavam com as nossas capacidade e possibilidade de conhecer as coisas, mas, voltavam seus estudos para a natureza e o mundo a sua volta.
Mediante o conhecimento, o homem pretende alcançar a verdade, o que inclui avaliações de fatos prudenciais, morais e estéticos, ou seja, a dimensão do conhecimento que se dirige a apreensão de valores e abrange mesmo desejos e emoções, também influem no processo do conhecimento.
Todavia, a opinião de que os primeiros filósofos não se preocupavam com nossa capacidade e possibilidade de conhecimento não é exata. Para tanto, basta levarmos em conta o fato de afirmarem que a realidade é racional e que a podemos conhecer porque também somos racionais.
Os primeiros filósofos: Heráclito, Parmênides e Demócrito
Alguns exemplos indicam a existência da preocupação dos primeiros filósofos com o conhecimento.
Heráclito de Éfeso
“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos” 
Heráclito nasceu em Éfeso, cidade da Jônia, de família que ainda conservava prerrogativas reais (descendentes do fundador da cidade). Heráclito considerava a natureza (o mundo, a realidade) como um eterno fluxo, o escoamento contínuo dos seres em mudança perpétua. Comparava o mundo a chama de uma vela que queima sem cessar, transformando a cera em fogo, o fogo em fumaça e a fumaça em ar. O dia se torna noite, verão se torna outono, o novo fica velho, o quente esfria, o úmido seca, tudo se transforma no seu contrário. A realidade para Heráclito é a harmonia dos contrários, que não cessam de se transformar uns nos outros. Se tudo não cessa de se transformar perenemente, como explicar que nossa percepção nos ofereça as coisas como se fossem estáveis, duradouras e permanentes? Com essa pergunta o filósofo indicava a diferença entre o conhecimento que nossos sentidos nos oferecem e o conhecimento que o nosso pensamento alcança. 
Parmênides de Eléia
 “O Ser é, o não ser não é” ou “Só existe o Ser”
Parmênides é considerado o fundador da escola de pensamento de Eléia, colônia grega que ficava no litoral da região da Campânia, no sul da Itália. Ele foi admirado por seus contemporâneos por ter levado uma vida regrada e exemplar. Pouco se conhece sobre sua vida. Sabe-se que ele esteve em Atenas, no ano em que completou 65 anos (por volta da metade do século 5 a.C.), e ali conheceu e se tornou amigo do jovem Sócrates. 
Parmênides colocava-se na posição oposta a de Heráclito. Dizia que só podemos pensar sobre aquilo que permanece sempre idêntico a si mesmo, isto é, que o pensamento não pode pensar sobre coisas que são e não são, que ora são de um modo e ora são de outro, são contrárias a si mesmas e contraditórias são mutáveis. Conhecer é alcançar o idêntico, imutável. Para ele, pensar é dizer o que um ser é em sua identidade profunda e permanente.
Comparando Heráclito a Parmênides
 Comparando Heraclito a Parmênides podemos dizer que o primeiro dizia que podemos pensar nas coisas e notar que são mutáveis, que seguem um fluxo perpétuo, no entanto, só podemos perceber (através dos sentidos) as coisas num momento, ou seja, só percebemos as coisas estáticas. 
O segundo dizia o contrario. Ele afirmava que os sentidos nos mostram as mudanças que a natureza sofre, que tudo caminha para seu oposto, mas, ressalta que só podemos pensar na essência das coisas que não sofre mudança, isto é, o pensamento. Só devemos buscar o conhecimento sobre aquilo que é imutável em um ser. Os dois concordavam, contudo, na distinção entre a percepção dos sentidos e o conhecimento do pensamento.
Demócrito de Abdera
Para muitos ele é o pai da ciência moderna. Desenvolveu uma teoria sobre o Ser ou sobre a natureza conhecida com o nome de atomismo: a realidade é constituída por átomos. Para ele, os átomos possuem formas e consistência diferentes, e essas diferenças e os diferentes modos de combinação entre eles produzem a variedade de seres, suas mudanças e desaparições. Através de nossos sentidos percebemos os efeitos das combinações dos átomos. Somente o pensamento pode conhecer os átomos, pois são invisíveis a nossa percepção sensorial.
Esses três exemplos nos mostram que desde os seus começos, a filosofia preocupou-se com o problema do conhecimento, pois sempre esteve voltada para a questão do verdadeiro. Desde os primeiros filósofos deram-se conta de que nosso pensamento parece seguir certas leis ou regras para conhecer as coisas e que há uma diferença entre perceber e pensar. 
Sócrates e os sofistas
Na Grécia clássica, duas atitudes filosóficas surgiram: a dos sofistas e a de Sócrates. Com eles, os problemas do conhecimento tornaram-se centrais.
Diante da pluralidade das filosofias anteriores, os sofistas concluíram que não podemos conhecer o ser, pois, se pudéssemos, pensaríamos todos da mesma maneira e haveria uma única filosofia. Consequentemente, só podemos ter opiniões subjetivas sobre a realidade. Eles diziam que a verdade é uma questão de opinião e de persuasão.
Por isso, para se relacionarem com o mundo e com os outros humanos, os homens devem valer-se de um instrumento – a linguagem – para persuadir os outros de suas próprias ideias. A verdade é uma questão de opinião e de persuasão, e a linguagem é mais importante que a percepção e o pensamento.
Em contrapartida, Sócrates, distanciando-se dos primeiros filósofos- que se ocupavam em conhecer a natureza-, propunha começarmos conhecendo a nós mesmos e opondo-se aos sofistas, afirmava que a verdade pode ser conhecida desde que possamos compreender que precisamos começar afastando as ilusões dos sentidos, as imposições das palavras e a multiplicidade das opiniões. Os sentidos, segundo Sócrates, nos dão somente as aparências das coisas, e as palavras, meras opiniões sobre elas.
No sofistas, o grande ceticismo se manifesta no relativismo moral e epistemológico. Relativismo epistêmico é a opinião de que não há nenhum padrão objetivo para avaliar a verdade ou a verdade provável de nossas crenças. contrário, as normas epistêmicas de raciocínio são em relação a um ponto de vista e interesses. relativismo moral é a doutrina paralela sobre as normas de moral. O relativista moral assume que não haja razões objectivas para julgar alguns opiniões éticas que devem ser corretas e outras não. contrário, os juízos éticos só podem ser feitas em relação a um ou outro sistema de crenças morais e nenhum sistema pode ser avaliado objectivamente melhor do que outro. Como as tentativas anteriores de investigação racional produziram resultados contraditórios, o sofistas sustentou que não poderia parecer-se dizer que constitui conhecimento. invés de fornecer razões para pensar que algumas crenças são verdadeiras e outras falsas argumento racional, só pode ser proveitosamente empregada como retórica, a arte da persuasão. Para o relativista epistêmica, o valor da razão não reside em revelar a verdade, mas em avançar os interesses. epistêmica eo relativismo moral do Sofista tem uma manifestação contemporânea em muito "pensamento pós-moderno". 
Conhecer é começar a examinar as contradições das aparências e das opiniões para poder abandoná-las e passar da aparência à essência, da opinião ao conceito. Para isso Sócrates usava dois métodos principais, são eles:
Ironia: procedimento no qual Sócrates examina as opiniões fazendo com que seus interlocutores reconhecessem que não sabia o que imaginavam saber.
Maiêutica: é o processo pedagógico socrático de fazerperguntas a fim de obter, por indução, um conceito geral do objeto em questão.
Nesse contexto havia várias correntes filosóficas diferentes, tais como:
Inatismo: corrente na qual os filósofos diziam que a verdade é inata ao homem, ou seja, que já nascemos com ela. Platão no Mito de Er dizia que quando morríamos a alma não se esquecia das experiencias vividas na outra vida, e quando voltar pra habitar outro corpo trazia consigo as verdades apreendidas.
Racionalismo: para o racionalismo, a razão, tomada em si mesma e sem apoio de experiência sensível, é o fundamento e a fonte do conhecimento verdadeiro. O valor da experiência sensível dependem de princípios estabelecidos pela razão. Para o racionalismo o modelo de conhecimento perfeito seria a matemática, que depende exclusivamente da razão.
Empirismo: para o empirismo, o fundamento e a fonte de todo conhecimento é a experiência sensível, que é responsável pela existência das ideias na razão e controla o trabalho da própria razão. Para os empiristas, o modelo de conhecimento perfeito seria as ciências experimentais, tais como a física e a matemática.
Platão e Aristóteles
Sócrates fez a filosofia voltar-se para nossa capacidade de conhecer. Platão e Aristóteles herdaram dele o procedimento filosófico de abordar uma questão começando pela discussão e pelo debate das opiniões contrárias sobre ela.
Platão distingue quatro formas ou graus de conhecimento, que vão do grau inferior ao superior: crença, opinião, raciocínio e intuição intelectual. Os dois primeiros formam o que ele chama de conhecimento sensível; os dois últimos, o conhecimento inteligível.
Crença é nossa confiança no conhecimento dado pelos sentidos. A opinião é nossa aceitação do que nos ensinaram sobre as coisas ou o que delas pensamos conforme nossas sensações e lembranças. Esses dois primeiros graus de conhecimento devem ser abandonados por aqueles que buscam o conhecimento verdadeiro e só os dois últimos dois graus devem ser considerados válidos. O raciocínio purifica o nosso pensamento das sensações e opiniões e o prepara para a intuição intelectual, que conhece a essência das coisas.
A ironia e a maiêutica socráticas são transformadas por Platão num procedimento denominado por ele de dialética, que consiste em trabalhar expondo e examinando teses contrárias sobre um mesmo assunto ou sobre uma mesma coisa para descobrir qual das teses é falsa e deve ser abandonada.
Platão também falava sobre conceito de doxa e episteme. Assim como o corpo se opõe à alma, a doxa opõe-se à episteme. A episteme (que significa “ciência”, “conhecimento”, de onde deriva “epistemologia”) é o lugar do genuíno conhecimento racional, do pensamento puro e do verdadeiro saber, pelo qual se chega ao mundo das ideias. A doxa, por sua vez, é o lugar do sensível, do engano e do engodo, da mera opinião, uma vez que, preso dentro da caverna e das sombras, só se podem ver as coisas não como elas verdadeiramente seriam, mas somente como elas se apresentam aos nossos sentidos.
Os gregos antigos tinham uma noção de técnica que inclui tanto as habilidades manuais que produzem coisas em geral. Platão entende a técnica como "a ação pela qual todas as coisas passam do não-ser ao ser. O que confere a um saber o estatuto de técnica é o conhecimento de um objeto específico e o constituir-se como um conjunto de regras gerais que perfazem um campo teórico sobre o objeto. Platão, no entanto, critica a técnica quanto a possibilidade que nela há de não obedecer ao seu campo específico de competência e não conduzir à finalidade de garantir a justiça e o bem da cidade. Mas as críticas que Platão dirige à técnica não o impede de considerá-la como um saber digno que cumpre a finalidade ético-político de auxiliar na organização da cidade justa e boa.
Princípios Gerais
Com os filósofos gregos estabeleceram-se alguns princípios gerais do conhecimento verdadeiro:
a determinação das fontes e formas do conhecimento: sensação, percepção, imaginação, memória, linguagem, raciocínio e intuição intelectual;
a distinção entre o conhecimento sensível e o conhecimento intelectual;
o papel da linguagem no conhecimento;
a diferença entre opinião e saber ou conhecimento verdadeiro;
a diferença entre aparência e essência;
a definição dos princípios do pensamento verdadeiro, da forma do conhecimento verdadeiro e dos procedimentos para alcançar o conhecimento verdadeiro;
o estabelecimento de procedimentos corretos que orientam a razão na busca do conhecimento verdadeiro;
a distinção dos campos do conhecimento verdadeiro segundo os objetos conhecidos em cada um deles.
Os Filósofos Modernos
Na Idade Moderna acontece uma mudança na visão de mundo vigente. Surge um novo paradigma. Um paradigma é uma linha de pensamento, que se consolida lentamente. A filosofia volta seu foco para a razão, para a capacidade de conhecer. Como exemplo de mudanças que influenciaram a filosofia pode-se citar a transição do pensamento Geocêntrico para o pensamento Heliocêntrico.
Com os Filósofos Modernos o problema do conhecimento torna-se crucial para a filosofia, e o ponto de partida passa a ser o sujeito do conhecimento. 
Para elaborar uma teoria sobre o conhecimento verdadeiro René Descartes, filósofo moderno, examina as causas e formas do erro.
Descartes localizava a origem do erro em duas atitudes, que chamava de atitudes infantis:
a prevenção, que é a facilidade com que nosso espírito se deixa levar pelas opiniões e ideias alheias, sem se preocupar em verificar se elas são ou não verdadeiras.
A precipitação, que á facilidade e a velocidade com que nossa vontade nos faz emitir juízos sobre as coisas antes de verificarmos se nossas ideias são ou não são verdadeiras.
Essas atitudes indicam que, para Descartes, o erro situa-se no conhecimento sensível, de modo que o conhecimento verdadeiro é puramente intelectual.
Descartes está convencido de que é possível vencer os defeitos no conhecimento por meio de uma reforma do entendimento e das ciências.
Essa reforma deve ser feita pelo sujeito do conhecimento quando este compreende a necessidade de encontrar fundamentos seguros para saber e, para tanto, instituir um método:
Assegurar a reforma do intelecto para que este siga o caminho segura da verdade (afastar a prevenção da precipitação)
Oferecer procedimentos pelos quais a razão possa controlar-se a si mesma durante o processo de conhecimento, sabendo que caminho percorrer
Propiciar a ampliação ou o aumento dos conhecimentos graças a procedimentos seguros que permitam passar do já conhecimento ao desconhecido
Oferecer os meios para que os novos conhecimentos possam ser aplicados, pois o saber deve, no dizer de Descartes, tornar o homem “senhor da natureza”.
Para poder abandonar todos os preconceitos e alcançar o conhecimento verdadeiro, Descartes pregava que o método que o auxiliaria nessa busca deveria se compor de um conjunto de regras cujas características são:
certas(o método dá segurança ao pensamento); fáceis(o método evidência complicações e esforços inúteis); amplas (o método deve permitir que se alcancem todos os conhecimentos possíveis para o entendimento humano)
Descartes então elabora 4 grandes regras do método:
regra da evidência: só admitir como verdadeiro um conhecimento evidente, isto é, no qual e sobre o qual não caiba a menor duvida. Para isso ele criou um procedimento, a Dúvida Metódica, que consiste em questionar algo ate que não aja mais nenhuma dúvida sobre o assunto.
Regra da divisão: para conhecermos realidades complexas precisamos dividir as dificuldades e os problemas em suas parcelas mais simples, examinando cada uma delas em conformidade com as regras da evidência.
Regra da ordem: os pensamentos devem ser ordenados em séries que vão dos mais simples aos mais complexos, para que possamos passar gradativamente do conhecido ao desconhecido.
Regra da enumeração: a cada conhecimento novo obtido, fazer a revisão completa dos passosdados, dos resultados parciais e dos encadeamentos que permitiram chegar ao novo conhecimento.

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