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Os períodos pré colonial e colonial

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Período pré-colonial (1500-1530)
Brasil: descobrimento ou achamento?
A descoberta da América por Colombo (1492).
A bula Inter Coetera (1493).
O Tratado de Tordesilhas (1494).
A carta de Caminha: não há surpresa com o achamento da nova terra.
A missão da frota de Cabral: consolidar o domínio português na Índia.
O significado do nome Brasil.
O Brasil nesse período seria um fornecedor de pau-brasil e escala para a Índia. 
O escambo do pau-brasil gerava lucros mas muito modestos se comparados com o comércio oriental.
O estanco (monopólio régio) do pau-brasil.
O arrendamento a Fernando de Noronha em 1502.
As feitorias.
A expedição de Gaspar de Lemos em 1501.
A expedição de Gonçalo Coelho em 1503.
As incursões francesas no litoral brasileiro a partir de 1504.
As expedições de Cristóvão Jacques em 1516 e 1526.
Os degredados: João Tomar e Afonso Ribeiro deixados por Cabral antes de partir para a Índia. O último viveu meses entre os nativos, aprendeu a língua tupi e foi resgatado na expedição de 1501.
Os náufragos: 
João Ramalho > viveu 20 anos entre os tupiniquins em são Vicente, virou guerreiro, casou-se com a filha do chefe Tibiriçá, sendo importante para a aliança entre portugueses e tupiniquins.
Diogo Álvares Correia > o “Caramuru”, tornou-se guerreiro, casou-se com Paraguaçu, e foi importante no contato entre os índios e os portugueses na Bahia.
O mundo Tupi
Tupis e Tapuias (troncos linguísticos jê, arawak etc).
As aldeias eram formadas de 7 a 8 malocas (sem divisões internas) que abrigavam de 20 a 100 famílias.
A cauinagem.
A importância da guerra > vingança pelos antepassados, o homem só poderia se casar se tivesse feito um prisioneiro de guerra, a antropofagia como a incorporação das qualidades de um guerreiro valente.
A importância do pajés-açu > pregador itinerante cujo poder era falar com os mortos.
As grandes festas de recepção aos pajé-açu > o tabaco (petim) e o transe > a narração dos heróis míticos (o dilúvio e a sobrevivência de Tamandaré e sua mulher dando origem aos tupinambás), e da “Terra sem Males” (paraíso tupi).
Theodore De Bry | Matando o prisioneiro | 1592
Antropofagia no Brasil em 1557, segundo a descrição de Hans Staden.
A caminho da colonização
Ineficácia das expedições guarda-costas.
A presença de contrabandistas de pau-brasil.
Os problemas de Portugal no Oriente (expansão turca, altos gastos para a manutenção dos domínios ultramarinos, declínio do comércio oriental).
Período colonial
(1530-1808)
Das capitanias hereditárias ao Governo-Geral
A Expedição de Martim Afonso de Souza (1530)
400 homens, sementes, plantas, ferramentas agrícolas.
Descobrir novas riquezas (entradas).
Combater invasores.
Distribuição de sesmarias.
Fundação do primeiro engenho.
Fundação da primeira vila em São Vicente.
O regime de Capitanias Hereditárias (1532)
14 capitanias entregues a 12 donatários.
Experiência anterior no arquipélago de Madeira.
Concessão, em geral, a cavaleiros da pequena nobreza que se destacaram na África e Ásia através da carta de doação.
Transferência a particulares os maiores gastos da colonização.
Os forais:
Deveres dos donatários: representar o rei na defesa militar, governo dos colonos, justiça e arrecadação de impostos, fundar vilas.
Direitos dos donatários: direito de transmissão de benefícios e do cargo para herdeiros, receber 10% dos impostos devidos ao rei de todas as rendas e 1/20 dos lucros do pau-brasil, doar sesmarias.
O fracasso das capitanias hereditárias
Os ataques indígenas (na Bahia o donatário Francisco Coutinho foi devorado).
Falta de recursos de alguns donatários.
Falta de interesse dos donatários.
Distância em relação à metrópole.
A extensão das capitanias.
Desentendimento entre colonos e o donatário (Pero de Campo Tourinho em Porto Seguro)
Duas capitanias prosperaram: Pernambuco e São Vicente.
O Governo-Geral (1548)
D João III resolve centralizar a administração.
O regimento transfere a autoridade para o Governador.
As capitanias não acabaram mas se tornaram com o tempo capitanias reais.
Bahia se torna a sede do Governo.
Capitão-mor (defesa).
Ouvidor-mor (justiça).
Provedor-mor (fazenda).
Alcaide-mor (administração de Salvador).
Tomé de Souza (1549-1553)
Estabelecimento de engenhos.
Introdução e de gado bovino.
Inauguração da primeira cidade de Brasil.
Criação do primeiro bispado.
Desembarque dos primeiros jesuítas liderados por Manoel da Nóbrega.
Duarte da Costa (1553-1558)
Chegada da segunda leva de jesuítas.
Fundação do colégio de São Paulo.
Administração turbulenta: conflito entre colonos e jesuítas e entre o governador e o bispo.
A morte do bispo Sardinha.
A invasão francesa na Baía de Guanabara (França Antártica)
Mem de Sá (1558-1572)
Estabelecimento dos aldeamentos (missões).
Moralização dos costumes: procurou coibir o jogo, os vícios e a vadiagem.
Expulsão dos franceses e o fim da França Antártica
Fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em 1565
A França Antártica (1555-1567)
Colônia francesa na Baía de Guanabara.
Base estável de comércio do pau-brasil.
Refúgio para os huguenotes (protestantes franceses).
Conflito entre católicos e protestantes na França Antártica (discussões sobre o sacramento e culto aos santos, gerando revoltas e punições).
Apoio da Confederação dos Tamoios.
Portugal vence: apoio dos temiminós, reforço com a chegada de Estácio de Sá, e divisão na França Antártica.
A União Ibérica (1580-1640)
Em 1578 morre D. Sebastião o último rei português da dinastia de Avis em Marrocos.
Crise sucessória.
Felipe II, rei da Espanha, invadiu Portugal e se fez aclamar rei, com o título de Felipe I. Tinha início a União Ibérica.
Consequências para o Brasil:
Fronteiras de Tordesilhas foram atenuadas.
Bandeiras, pecuária e missões dilatam os limites brasileiros.
Divisão do Brasil em dois Estados: Estado do Brasil e Estado do Maranhão.
Invasões holandesas no NE.
Invasão francesa no Maranhão (França Equinocial).
ECONOMIA COLONIAL
Extração do pau-brasil.
Economia açucareira.
Tabaco.
Mandioca.
Pecuária.
Drogas do Sertão.
Mineração.
2 - Economia açucareira
Razões para a implantação da economia açucareira
Viabilizava a ocupação do território.
Preços elevados no mercado europeu.
Conhecimento anterior da produção nas ilhas de Madeira, Açores São Tomé e Cabo Verde.
A parceria comercial com os holandeses responsáveis pelo financiamento, refinamento, transporte e venda do açúcar no mercado europeu.
Economia seria sustentada pela escravidão. 
A escravidão africana se impõe sobre à indígena na passagem do século XVI para o XVII > razões: Tráfico negreiro, declínio demográfico indígena no litoral (guerras, epidemias e fuga para o sertão) e as Missões Jesuíticas. 
A multiplicação dos engenhos > 60 em 1570 e 400 em 1610.
Economia de Plantation.
Composição do Engenho: Casa-grande, senzala, capela e unidade de produção.
A parte produtiva: moendas, caldeira e casa de purgar.
Os engenhos reais.
Os Trapiches.
As Engenhocas ou molinetes.
A sociedade: senhores de engenho, fazendeiros obrigados, homens livres e escravos.
O poder dos “homens bons” nas Câmaras Municipais.
3 – Tabaco: produzido sobretudo na Bahia destinava-se como moeda de troca por escravos africanos.
4 – Mandioca: produto destinado ao mercado interno sendo a base de alimentação colonial, especialmente, dos escravos.
5 – Pecuária
Incialmente era uma atividade complementar vinculada à economia açucareira.
Criação extensiva favoreceu a ocupação do interior.
Atividade que predominou a mão de obra livre.
O vaqueiro recebia como pagamento parte das crias. 
Certa mobilidade social.
6 – Drogas do Sertão
Coleta de recursos naturais da floresta Amazônica.
Base econômica para a ocupação da região norte.
Missões jesuíticas com mão de obra indígena.
Drogas do sertão
Mineração (século XVIII)
Descoberta das jazidas auríferas e de diamantes pelas bandeiras.
Os caminhos para MG: um que partia de SP (caminho velho), outroque partia de Paraty e o que partia do RJ (caminho novo)
O ouro de aluvião: fácil extração e rápido esgotamento.
O sorteio das datas (lotes auríferos) > só podiam solicitar as datas proprietários de escravos.
Tipos de exploração: Lavras e faiscação.
A Intendência das Minas (1702): órgão subordinado diretamente à metrópole, e responsável pela cobrança do Quinto Real e pela distribuição de datas.
As Casas de Fundição em 1720.
A questão do contrabando: o exemplo da fábrica clandestina de moeda no vale do Paraopeba. 
O sistema de fintas: 100 arrobas anuais para cada área aurífera.
A derrama: cobrança de impostos atrasados.
Desdobramentos da economia aurífera
A questão do abastecimento em MG propiciou a articulação de um mercado interno.
Formação de núcleos urbanos.
Estrutura social mais diversificada.
Transferência da capital para o RJ em 1763.
Administração Pombalina (1750-1777)
Reinado de D. José I > Despotismo esclarecido
Conjuntura interna > decadência da mineração
Política pombalina 
Fortalecimento do Estado
Autonomia econômica
Medidas adotadas
Extinção das Capitanias Hereditárias
Reunificação da administração
Transferência da Capital para o RJ (1763)
Criação da Real Extração
Sistema conjugado: Fintas / Casa de Fundição e Derrama
Criação de duas Cias. de Comércio
Expulsão dos Jesuítas
As disputas luso-europeias pelo Brasil
França Equinocial (1612)
Depois da derrota na Baía de Guanabara os franceses tentaram ocupar o norte do Brasil.
Invasão francesa no Maranhão.
Fundação de uma colônia. 
Franceses fundaram o forte de São Luís.
Vitória portuguesa liderada pelo mameluco Jerônimo de Albuquerque.
As Invasões Holandesas
Razão: União Ibérica (1580-1640) > embargo espanhol em relação ao comércio de açúcar holandês no Brasil.
A fundação das Companhias de Comércio pelos holandeses: Orientais (1602) e Ocidentais (1621). 
A invasão na Bahia (1624-1625)
Dominaram Salvador e prenderam o governador Diogo de Mendonça Furtado.
Resistência dos luso-brasileiros no interior liderada pelo bispo Marcos Teixeira.
A jornada dos Vassalos: esquadra organizada por Portugal que derrotou os holandeses.
A invasão em Pernambuco (1630-1654)
(1630-1635)
A invasão começa em Pernambuco e se espalha atingindo quase todo o NE (Nova Holanda).
A resistência luso-brasileira no Arraial de Bom Jesus feita pelo governador Matias de Albuquerque > as ações de guerrilha.
O quintacolunismo (expressão para designar espiões e colaboradores dos inimigos) > o caso de Domingos Fernandes Calabar.
A vitória holandesa e a destruição da resistência.
(1635-1644)
Após a consolidação da conquista seguiu-se um período de entendimentos.
Administração do conde holandês Maurício de Nassau.
Principais medidas
Tolerância religiosa.
Empréstimos aos senhores de engenho.
Leilão dos engenhos cujos donos fugiram.
Normalização do abastecimento de escravos, após a conquista de Angola e São Tomé.
Modernização da cidade de Recife.
Envio de uma missão artística.
Criação das Câmaras dos Escabinos.
Maurício de Nassau
(1644-1654)
Fim da União Ibérica em 1640 > Portugal tenta estabelecer alianças na Europa.
1641-1651- Trégua dos dez anos entre Portugal e Holanda.
Devido às guerras na Europa a Cia das Índias Ocidentais adotou uma política financeira rigorosa no NE: restrição de crédito e cobrança de dívidas.
Nassau em desacordo com a nova política volta à Holanda em 1644.
Relações entre holandeses e luso-brasileiros se deterioraram.
A Insurreição Pernambucana (1644-54) > a tática de guerrilha.
Holanda entra em guerra com a Inglaterra (1652-54) e se enfraquece.
Vitória luso-brasileira na batalha das Tabocas (1646), nas duas batalhas dos Guararapes (1648 e 1649) e na batalha de Campina do Taborda (1654).
A intermediação da Inglaterra e a paz de Haia em 1661.
A saída dos holandeses provocou a decadência da economia açucareira.
Rebeliões na Colônia
REVOLTA DE BECKMAN 
MARANHÃO (1684)
Conflitos envolvendo as atividades da Companhia Geral de Comércio do Estado do Maranhão com os senhores de engenho do maranhão 
Conflitos com os Jesuítas sobre a escravidão indígena > expulsão dos jesuítas do Maranhão.
Resultado: Extinção da Cia de Comércio do Maranhão e retorno dos jesuítas ao Maranhão
A GUERRA DOS EMBOABAS
 MINAS GERAIS (1708/1709)
Conflito entre paulistas e emboabas (forasteiros) sobre o controle das jazidas auríferas
Proibição do comércio feito pela Bahia com Minas Gerais.
“Capão da Traição” 
Resultado: bandeiras de prospecção alcançam Mato Grosso e Goiás / criação da Capitania real de São Paulo e minas de ouro 
GUERRA DOS MASCATES 
 PERNAMBUCO (1710/1711)
Motivada pela decadência do açúcar logo após a expulsão dos holandeses
Conflito entre senhores de engenho de Olinda com comerciantes portugueses de Recife
Reivindicação dos portugueses para emancipação de Recife
Dívidas cobradas aos olindenses com execução de hipotecas
Resultado: Emancipação política e administrativa de Recife
A REVOLTA DE FELIPE DOS SANTOS MINAS GERAIS (1720)
Motivada pela questão das Casas de Fundição.
Duramente reprimida pelo Conde de Assumar.
“A terra parece que evapora tumultos; a água exala motins; o ouro toca desaforos; destilam liberdade os ares; vomitam insolências as nuvens; influem desordem os astros; o clima é tumba da paz e berço da rebelião; a natureza anda inquieta consigo, e amotinada lá por dentro, é como no inferno”. 
MOVIMENTOS EMANCIPACIONISTAS
Inconfidência Mineira (1789)
Antecedentes:
Declínio da produção aurífera na segunda metade do século XVIII
Política fiscal da Coroa portuguesa opressiva – Instauração do Sistema de Fintas e a Derrama (atuação de Visconde de Barbacena)
Alvará de 1785
Influência do Iluminismo e da independência dos EUA
A mobilização da elite
 “Com exceção de Tiradentes, todos os envolvidos na Inconfidência Mineira eram ricos, ligados à extração mineral e à produção agrícola. Esse fato é perfeitamente compreensível, pois os grandes proprietários eram os que tinham mais interesses em romper o pacto colonial.”
 (Leonel Itaussu. História do Brasil. Pág. 115)
Ideário
Rompimento com Portugal
Adoção do regime republicano
Transferência da capital para São João del Rey.
Liberação das indústrias têxteis e siderúrgicas.
Criação de uma Casa de Pólvora.
Fundação de uma Universidade em Vila Rica.
Serviço militar obrigatório.
Perdão de dívidas extensivo a todos.
Os inconfidentes não tomaram partido em relação ao fim da escravidão, até porque boa parte deles possuía escravos.
O Movimento
Os rebeldes decidiram que o movimento começaria no dia em que a Coroa decretasse nova derrama, aproveitando assim a insatisfação popular. 
A traição e a devassa
Entre os rebeldes estavam o coronel e minerador Joaquim Silvério dos Reis e os oficiais Basílio de Britto Malheiros e Inácio Correia Pamplona. Em 1789, em troca do perdão de suas dívidas, denunciaram o plano ao visconde de Barbacena, governador das Minas Gerais, e apontaram os envolvidos na conspiração.
O governador suspendeu a derrama e mandou prender os acusados.
Alguns foram condenados à prisão ou ao exílio, como o poeta Tomás Antônio Gonzaga.
Único condenado à forca, Tiradentes foi morto e esquartejado em 21 de abril de 1792.
A Conjuração carioca (1794)
Debate sobre temas iluministas na Sociedade Literária Carioca
Presença de uma elite intelectual
Dez membros da Sociedade presos e absolvidos / Sociedade encerrou suas atividades
A CONJURAÇÃO BAIANA
Antecedentes
Grave crise econômica na Bahia > preponderância econômica e política do Sudeste.
Influência do Iluminismo.
Influência da Revolução Francesa.
Saques em armazéns de Salvador vinham se tornando constantes.
Em 1798, o pelourinho, símbolo da opressão colonial, foi destruído.
Ideário
Libertação nacional
Formação de uma república igualitária
Abolição da escravidão
Representação popular soberana
A mobilização da elite 
Em 1797, um grupo de intelectuais, padres, médicos e militares formou em Salvador aprimeira loja maçônica do Brasil – a Sociedade dos Cavaleiros da Luz. Seus representantes seguiam os ideais da Revolução Francesa e publicavam panfletos clandestinos defendendo a formação de uma 'República Baiense'. 
Em agosto de 1798, apareceram panfletos nas ruas de Salvador convocando a população para uma revolta. 
 “Animai-vos povo bainense, que está por chegar o tempo feliz da nossa liberdade; o tempo em que todos seremos irmãos; tempo em que seremos todos iguais”
O Desfecho
Recuo da elite.
Devassa – 34 réus arrolados.
Execução somente entre as camadas mais pobres.

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