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1 Recentes Transformações Globais nas Esferas Produtiva, Comercial e Financeira para o Brasil Com a globalização, o comércio internacional tem crescido de maneira bastante significativa. Tal crescimento se deve também à importante contribuição dos financiamentos internacionais, por meio do crédito bancário que, graças às desregulamentações dos mercados domésticos para as transações financeiras internacionais, possibilitou um maior volume de recursos monetários para a realização de maiores transações comerciais no mundo. O desenvolvimento da informática e das comunicações proporcionou ao sistema financeiro internacional a redução do custo de informações e permitiu aos investidores acompanhar os preços de títulos públicos e os pregões diários das várias bolsas de valores. Conjuntamente ao processo da globalização, o fenômeno da regionalização, por meio da estruturação de blocos econômicos( )1 , tais como o MERCOSUL, opera sob a ótica de uma economia mundial cada vez mais integrada. Aparentemente contraditórios, globalização e regionalização fazem parte de um processo de inovação do capitalismo mundial, objetivando maior abertura das economias nacionais, liberalização do comércio e intensificação e diversificação de trocas de tecnologia. Com o avanço desses processos de globalização e regionalização, o capitalismo mundial vem remodelando-se e criando mecanismos para continuar a expandir-se e controlar todas as formas de atividades humanas, industriais, agrícolas, comerciais, financeiras, culturais etc. Também tem contribuído para o crescimento do comércio internacional, as privatizações, bem como a disseminação de filiais de empresas multinacionais no mundo inteiro. No início da década de 1990, as empresas multinacionais contribuíram com 2/3 das exportações mundiais, sendo que, neste mesmo período, aproximadamente 33% dessas exportações foram efetuadas entre as matrizes das firmas dessas multinacionais e suas filiais e 30% entre as matrizes e suas filiais com outras empresas. Isso mostra de maneira simplificada que o aumento dos fluxos internacionais de comércio deve-se muito à disseminação de filiais entre países, porque as relações de trocas são intensas entre as matrizes e suas filiais, assim como entre as filiais de uma mesma empresa. 1. Esses blocos econômicos operam dentro das regras do sistema multilateral de comércio regido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), com respaldo dos demais organismos internacionais. 2 Na medida em que os blocos econômicos se consolidaram, como o MERCOSUL, NAFTA, Mercado Comum Europeu, entre outros, as grandes empresas multinacionais passaram a produzir ainda mais em escala mundial, distribuindo suas filiais em função dos custos, qualificação da mão-de-obra e disponibilidade de recursos. Os capitais dessas empresas e os capitais financeiros propriamente ditos deslocaram-se de um país para outro, em função dos diferenciais de taxas de juros e dos riscos. Os capitais financeiros (de curto prazo ou especulativos) circulam diariamente no mundo. São também chamados de capitais voláteis onde negócios são fechados em um determinado país e abertos em um outro país, via satélite. Nesse mercado, os investidores (especuladores) apostam no preço futuro de ações, moedas, mercadorias etc, com o fim de maximizar ganhos financeiros (ou de rendimentos). Uma grande evasão de capitais voláteis pode até provocar uma grande crise econômica em países emergentes, pois estes países, de uma maneira geral, fundamentam suas políticas de combate à inflação no volume de reservas internacionais, compostas muitas vezes por esses capitais voláteis e que, ao mesmo tempo, servem para cobrir déficits em conta corrente no balanço de pagamentos. No Brasil, a evasão de capitais voláteis foi sentida quando se teve os efeitos de uma crise econômica mexicana em janeiro de 1995, gerando queda da bolsa de valores e aumento nos déficits comerciais. As reservas cambiais do país caíram, mas a crise interna brasileira foi debelada pelo aumento da taxa de juros interna e, também, por meio de outras medidas para incentivar o ingresso de capitais externos, estimular as exportações e conter as importações.
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