Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Nematodeos em cães e gatos CÃES: Toxocara canis, Toxascaris leonina, Uncinaria stenocephala, Ancylostoma caninum, Ancylostoma braziliense e Trichuris vulpis. GATOS: Toxocara cati, Toxascaris leonina, Uncinaria stenocephala, Ancylostoma tubaeforme e Ancylostoma braziliense Nematodeos Toxocara spp • Toxocara canis e Toxocara cati • Podem causar sintomas variados, como pneumonia, diarréia, oclusão intestinal, crescimento retardado, dentre outras. • Grandes infestações = pode ocorrer vômito com presença do verme. Toxocara canis • Filhotes > importancia. – ovos eliminados nas fezes são ingeridos pelo animal, no intestino viram larvas => corrente sanguínea => vão aos brônquios e traquéia => voltam ao intestino (adultos e eliminam novos ovos) – No caso de fêmeas gestantes, as larvas podem atingir o feto, e após o nascimento o filhote começa a apresentar os sintomas da verminose. • A espécie Toxocara canis pode atingir o homem, podendo provocar lesões em fígado, pulmão, olhos, cérebro e rins. Toxocara cati Tratamento e Controle • Os ovos podem permanecer infectantes por anos no ambiente. • Animais de canis devem ficar em pisos de concreto higienizados regularmente. • Atentar que cadelas podem transmitir a doença. • Medicação anti-helmíntica – ex. piperazina Toxocara cati • Não ocorre infecção pré-natal (transplacentária). • Alta proporção de larvas fazem migração traqueal mesmo em adultos. • Transmissão transmamária é a maior via de infecção em filhotes. • Além de camundongos, vários outros animais podem ser hospedeiros paratênicos – galinhas, minhocas, baratas. • Hospedeiros paratênicos têm maior importância devido ao comportamento mais predatório dos gatos. Controle • A limpeza permanente do ambiente é necessária • Pode-se usar hipoclorito de sódio – remove a camada superficial da casca do ovos – facilita a remoção dos ovos. • Uso de jato de água e vapor • Reduzir possibilidade de encontro entre os hospedeiros definitivos e os paratênicos. Toxocara spp. – Larva migrans visceral • Zoonose. • Larvas errantes podem se concentrar no fígado, sistema nervoso central e globo ocular. • É responsabilidade do veterinário alertar os proprietários sobre os riscos, tomar medidas para o controle e eliminação das fontes de infecção. • Evitar que crianças brinquem em locais aonde cães e gatos podem ter defecado – areia e terra em parques públicos. • Nunca usar fezes de cães e gatos para adubação. Toxascaris leonina • Mais importante em adultos. • Baixa especificidade (canideos e felideos) e ciclo simples. • Transmissão: – Ingestão de ovos com L2 – Ingestão de hospedeiro paratênico contendo L2. – Sem transmissão mamária e transplacentaria. – Migração de larvas somente pela mucosa Ancilostomose • Ancylostoma caninum => cães • A. Tubaeforme => gatos • Ingestão da larva ou ovo, pela penetração da larva na pele, ou através da transmissão da larva da mãe para o feto, no útero. • Filhotes, apresentam uma severa anemia, diarréia com fezes escuras, fraqueza e pelagem sem brilho. • Animais adultos podem não apresentar sintoma algum. Anemia A.caninum Transmissão e Sinais • Transmissão: – Ingestão de agua e alimentos contaminados. – Penetração através da pele = atingem a corrente sanguínea, chegando ao intestino. – Filhotes => a contaminação pode ocorrer pela ingestão do leite materno (A. caninum). Como esses vermes se alimentam da mucosa intestinal, é comum observar sangue nas fezes, fezes escuras e diarréia. Ciclo Ancylostoma caninum e Ancylostoma tubaeforme Diagnostico e controle • Exame de fezes. – Como os vermes não são eliminados nas fezes diariamente, é importante que se colete as fezes durante 3 dias consecutivos, aumentando as chances de encontrar o parasito. • Vermifugação periódica é recomendada de acordo com o estilo de vida do animal. – Animais que vão sempre a rua e convivem com outros animais, devem ser vermifugados com mais frequência. – Filhotes devem ser vermifugados aos 30 dias de vida, juntamente com a fêmea. Tratamento • Várias formulações no mercado. – Febantel, praziquantel, pirantel. – Moxidectina – Selamectina Dirofilaria immitis • Dirofilariose => se desenvolve dentro do coração e de grandes vasos sanguíneos dos cães e, em menor número, dos gatos. • Transmissão => mosquitos (geralmente do genero Culex) que passam a hospedar o parasita depois de picar animais já contaminados. • Os sintomas da doença variam, sendo que devido aos problemas causados no coração, mesmo após o tratamento, alguns animais ainda podem apresentar quadros mais severos. Dirofilaria immits Sinais e Diagnóstico • Geralmente, começam de 4 a 6 meses após o contato com o mosquito – cansaço fácil, falta de resistência a exercícios, tosse crônica, apatia, respiração ofegante, perda de peso e acúmulo de líquidos no abdômen, além de problemas renais e hepáticos. – alguns cães podem conviver com o verme durante anos sem apresentar qualquer sinal; entretanto quando os sintomas começarem a aparecer, a doença já estará bem mais avançada. • O diagnóstico é realizado através do exame clínico, histórico do animal e exames de sangue. Duração da estação de risco Transmissão sazonal da dirofilariose nos chamados Heartworm Disease Models (RINALDI et al) considera que o calor ambiente total necessário para o desenvolvimento larval no mosquito é de, no mínimo, 14°C e define cada 1°C acima desta temperatura como uma Unidade de Desenvolvimento da Dirofilária ou, do inglês, Heartworm Development Units – HDUs. De acordo com este modelo, são necessários 130 HDUs para que a larva se torne infectante e tenha uma sobrevida máxima de 30 dias no vetor. Desta maneira, em uma determinada área onde a temperatura média ambiente seja de 30°C durante o verão, a larva se tornaria infectante em 8 a 9 dias, uma vez que a cada dia haveria um total de 16 HDUs (30°C - 14°C). Fisiopatogenia • As alterações patológicas associadas à dirofilariose são resultado de lesões vasculares causadas pela presença de parasitas no sistema circulatório do animal • Danos secundários à infecção ocorrem na artéria pulmonar e pulmões. • A gravidade das alterações varia conforme a carga parasitária, a duração da infecção e como o sistema imune do hospedeiro reage à presença dos parasitas • redução da complacência e do diâmetro da luz vascular é uma alteração patológica característica da dirofilariose canina e ocorre após três a quatro semanas da chegada dos parasitas às artérias pulmonares • As dirofilarias também induzem a ocorrência de edema celular endotelial e alargamento das junções intercelulares, levando ao aumento da permeabilidade vascular pulmonar • As dirofilarias causam danos ao parênquima pulmonar, sendo a pneumonite eosinofílica a lesão parenquimal mais comum em casos de dirofilariose • Quando há morte de parasitas, naturalmente ou secundário ao tratamento adulticida, surgem danos vasculares mais graves, incluindo trombose, inflamação de vilosidades rugosas e inflamação granulomatosa • A hipertensão pulmonar faz com que haja sobrecarga de pressão no ventrículo direito, resultando em hipertrofia ventricular concêntrica, caracterizada pelo espessamento das paredes ventriculares • A presença de parasitas no coração causa regurgitação de tricúspide e diminuição do retorno venoso. A insuficiência da válvula tricúspide caracteriza-se pela presença de sopro sistólico, pulso jugular e aumentoda pressão venosa central Sinais clínicos mais comuns são anorexia, fraqueza, taquipnéia ou dispnéia e efusão pleural. A urinálise pode revelar hemoglobinúria • Achados laboratoriais incluem anemia hemolítica aumento da fragilidade dos glóbulos vermelhos, hemoglobinemia, acidose metabólica, azotemia, aumento da atividade de enzimas hepáticas e diminuição da função hepática. Zoonose • Entretanto em humanos, este parasita não completa seu ciclo, pois costuma se alojar nos pulmões e fica encapsulado. O problema é que este parasita encapsulado no paciente humano frequentemente é confundido com tumor, e isso pode levar a cirurgias delicadas e traumáticas (toracotomias). Tratamento • Wolbachia bactéria intracelular é considerada vital para a sobrevivência da D.Immitis / uso da doxiciclina previamente ao tratamento adult • Tetraciclinas inibem o desenvolvimento larval e a embriogênese em infecções por D. immitis, provavelmente devido à eliminacão Objetivos do tratamento são melhorar a condição clínica do paciente, eliminar a D. immitis (estágios larvais e adultos) e minimizar o surgimento de complicaçõesação da Wolbachia. Tratamento Baixa carga parasitária (50-100 mf/ml) e ausência de lesões pulmonares vasculares e parenquimatosas; - Ausência de sintomas; - Ausência de alterações em radiografias torácicas; - Baixo grau de antígenos circulantes ou exame negativo para detecção de antígenos com presença de microfilaremia; - Não-visualização do parasita no exame ecocardiográfico; - Ausência de doenças concomitantes; - Possibilidade de restrição de exercício. Classificação de animais quanto ao risco da ocorrência de complicações tromboembolíticas secundárias ao uso de adulticidas no tratamento de dirofilariose. Fonte: Adaptado de Venco, 2007. Animais com baixo risco de ocorrência de complicações tromboembolíticas1 • Baixa carga parasitária (50-100 mf/ml) e • ausência de lesões pulmonares vasculares e parenquimatosas; • - Ausência de sintomas; • - Ausência de alterações em radiografias • torácicas; • - Baixo grau de antígenos circulantes ou • exame negativo para detecção de antígenos com presença de microfilaremia; • - Não-visualização do parasita no exame ecocardiográfico; • - Ausência de doenças concomitantes; • - Possibilidade de restrição de exercício. Animais com alto risco de ocorrência de complicações tromboembolíticas2 • Presença de sinais clínicos relacionados • à doença como tosse e edema • abdominal; • - Radiografias torácicas anormais; • - Alto grau de antígenos circulantes; • - Visualização do parasita no exame • ecocardiográfico; • - Existência de doenças concomitantes; • - Impossibilidade de restrição d exercício. Tratamento • O tratamento baseia-se na associação entre diferentes fármacos para combater parasitas em diferentes estágios de infecção. A combinação entre adulticidas e larvicidas, utilizados para tratamento profilático de longo prazo, é recomendada pela American Heartworm Society (2012). Tratamento • Dicloridrato de Melarsomina (Immiticide ®, Merial) : • eliminação de vermes adultos • melarsomina é efetiva contra parasitas imaturos e maduros, sendo machos mais susceptíveis que fêmeas. Este fármaco não possui atividade contra dirofilárias com menos de quatro meses de desenvolvimento Tratamento • Lactonas Macrocíclicas (ivermectina, milbemicina oxima, selamectina, moxidectina) • eliminação de larvas com menos de dois meses de idade e permite que vermes com idade entre dois e quatro meses se desenvolvam o suficiente para tornarem-se susceptíveis ao efeito adulticida da melarsomina. • reduzem e até eliminam as microfilárias da circulação sanguínea, impedem o desenvolvimento de vermes imaturos e comprometem o sistema reprodutivo de fêmeas de D.immitis tratamento • Doxiciclina • reduz o número de Wolbachia presente em todos os estágios de desenvolvimento da D. immitis. • reduz progressivamente a microfilaremia em animais infectados com formas adultas de D. immitis Prevenção • CardomecPl us®, Merial (com 6 tabletes) • ProHeart ®, Fort Dodge (6 tabletes) • Advantage Multi ®, Bayer HealthCare • Interceptor ®, Novartis (6 tabletes) • Revolution®, Pfizer (aplicação única) Trichuris vulpi • Tricuriose • Habitat: ceco e no cólon de cães e outros canídeos silvestres. • Fontes de infecção: o solo e os cursos de águas contaminados com os ovos do parasita. • Modo de transmissão: ingestão de ovos e água. – Com temperaturas constantes de 22ºC a larva infectante se forma em 54 dias, com temperaturas flutantes entre 6 e 24ºC, o processo demora 210 dias. Ciclo Sinais Clinicos • As infecções, em sua maioria, são leves e assintomáticas. localização subepitelial e do movimento contínuo da extremidade anterior do parasita em busca de sangue e líquido • Grande número de parasitas => dor e distenção abdominal e também diarréia, que as vezes pode ser sanguinolenta. – inflamação diftérica da mucosa cecal • Animais muito jovens e com alta contagem de parasitas, pode ocorrer prolapso retal. Diagnóstico, Tratamento e Controle • Diagnóstico: comprovação da presença de ovos típicos nas fezes. • Tratamento: Fenbendazol por três dias, repetindo a cada três semanas por três meses. • Prevenção: melhorar as condições ambientais mediante a eliminação adequada dos excrementos para evitar a contaminação do solo.
Compartilhar