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341 � Bolet im técn ico da Produção de Pet ró leo, R io de Jane i ro - vo lume 1, nº 2 , p. 341-367 � � Kazuo Miura � Celso Kazuyuki Morooka � José Ricardo Pelaquim Mendes � Ivan Rizzo Guilherme The main concern with activities developed in oil and gas well construction is safety. The safety assessment during the well construc- tion process is not a trivial issue. Today’s risk evaluation approaches are based on static analyses of existent systems, not allowing a dynamic evaluation of the risk at each alteration of circumstances. This work proposes the use of quantitative and dynamic risk assessment (QDRA) to assess the degree of safety of each planned job. The QDRA is a type of "safe job analysis" approach, developed to quantify the degree of safety in the entire well construction process, as well as during mainte- nance activities. The QDRA is intended to be applied during the planning stages of well construction and maintenance, where the effects of hazard on the job sequence are important unknowns. The definitions of "barrier" and "barriers integrated set (BIS)”, as well as a modeling technique showing their relationships, are presented. (Expanded abstract available at the end of the paper). A segurança operacional está entre as principais preocupações durante o desenvolvimento de atividades de construção de poços de petróleo. A avaliação da segurança durante o processo de construção de poço não é um assunto trivial. Os métodos atuais de avaliação de risco são baseados em análises de sistemas estáticos, ou seja, que não alteram o seu estado com o tempo. Esses métodos não permitem uma análise dinâmica do risco para cada alteração do estado. Neste trabalho é apresentada uma meto- dologia para a avaliação dinâmica e quantitativa de risco (ADQR) que per- mite avaliar o grau de segurança para cada tarefa planejada, consideran- PALAVRAS-CHAVE: � perfuração � completação � restauração � abandono � poço marítimo � segurança de poço � barreira de segurança KEYWORDS: � drilling � completion � restoration � abandonment � offshore wells � well security � barrier security r esumo abst ract Uma metodologia para a avaliação da segurança operacional em poços marítimos /Methodology to evaluate operational safety in offshore wells � Uma metodolog ia para a ava l iação da segurança operac iona l em poços mar í t imos – Miura et a l . do-se o impacto dessas tarefas na mudança do estado. A ADQR é uma metodologia desenvolvida com o pro- pósito de se quantificar o grau de segurança para to- das as atividades de construção e de manutenção de um poço. A ADQR é usada na fase de planejamento da construção e da manutenção de poços, onde os efeitos dos riscos numa seqüência de tarefas são desconheci- dos. Na definição da ADQR, o conceito de “barreira de segurança” é redefinido e um conceito novo é intro- duzido, o de conjunto solidário de barreiras (CSB). Fi- nalmente, uma ferramenta computacional que permite a aplicação da ADQR foi desenvolvida e os resultados são apresentados. in t rodução As metodologias para análise de risco são ampla- mente utilizadas na indústria de petróleo e gás. Tais metodologias, na maioria dos casos, são utilizadas para a análise de rentabilidade de um portafólio de projeto, onde cada projeto é avaliado em termos de sua proba- bilidade de alcançar a produção comercial e, conse- qüentemente, rentabilidade (Yu et al. 1990; Suslick e Furtado, 2001; Accioly e Chiyoshi, 2004; Divi, 2004; Ross, 2004; Schiozer et al. 2004; Suslick e Schiozer, 2004; Walls, 2004; Zabalza-Mezghani et al. 2004). Al- ternativamente, o termo risco pode também significar: uma análise de viabilidade que lida com a incerteza associada a aspectos técnicos (Ursin, 2000; Moos et al. 2003; Van der Poel e Jansen, 2004; Yeten et al. 2004a; Yeten et al. 2004b), uma análise de confiabilidade que lida com disponibilidade de sistemas e equipamentos (Tanaka, 1989; Sachon e Paté Cornell, 2004) ou, ainda, um estudo de perigos e de operabilidade de um siste- ma como, por exemplo, uma planta de processo ope- rada por pessoas (Schubert et al. 2002; Holand et al. 2004). Não foi verificado na literatura até o momento um estudo relacionado ao método da "análise de tare- fa segura"(Norwegian Technology Standards Institution, 1998), como é proposto neste trabalho. O desenvolvimento de um campo de petróleo ou gás traduz-se, invariavelmente, em grandes investimentos associados à construção de poços. Altos riscos opera- cionais são inerentes a qualquer construção de poço, devido às incertezas e ao desconhecimento relacionados tanto à modelagem geológica quanto às propriedades de rochas e fluidos na rocha-reservatório portadora de hidrocarbonetos. Embora os riscos não possam ser elimi- nados, eles certamente podem ser reduzidos usando-se um método apropriado de análise de segurança durante o projeto e o planejamento das fases. Em geral, as metodologias de avaliação de risco consideram o estado do sistema como sendo estático e consistem em quantificar os riscos para os diversos componentes e consolidá-los para o sistema. Os méto- dos probabilísticos são os mais utilizados para esta fi- nalidade. Um método dinâmico de avaliação de risco é apropriado quando o próprio sistema muda com o pas- sar do tempo, como ocorre no caso de um poço de pe- tróleo em processo de construção ou de manutenção. Por exemplo, à medida que a perfuração de um poço (sistema) avança e suas fases são finalizadas, sua pro- fundidade total aumenta. A massa específica do fluido de perfuração deve ser corrigida no decorrer da per- furação, de modo a se manter no interior da janela de perfuração que varia com a profundidade. Na primeira fase da perfuração, o poço é perfurado através de ca- madas superficiais que podem não ser suficientemente competentes para resistir à pressão exercida pelo flui- do de perfuração. Ela está associada a sua maior massa específica, necessária para perfurar as camadas mais profundas. Problemas de estabilidade de poço ocorre- riam caso o revestimento de superfície não tivesse des- cido e cimentado na profundidade apropriada. É proposto aqui um método denominado avaliação dinâmica e quantitativa de risco (ADQR), que visa avaliar o grau de segurança das operações em cada uma das atividades planejadas nas diferentes etapas da construção ou manutenção de poço. Para se imple- mentar a metodologia, três ações são propostas: • a redefinição do conceito de barreira de segurança; • a definição de um novo conceito, o de conjunto so- lidário de barreiras (CSB); • a adaptação de uma técnica de modelagem para se explicitar as relações entre as barreiras e CSB. Desta forma, usando-se a técnica de modelagem e conside- rando-se um conjunto de barreiras ativas, pode-se obter a previsão de quantos CSB serão ativados. � 342 343 � Bolet im técn ico da Produção de Pet ró leo, R io de Jane i ro - vo lume 1, nº 2 , p. 341-367 � Um exemplo de aplicação é apresentado, ilustran- do-se como a metodologia permite calcular o grau de segurança operacional de um programa de restauração de um poço. Neste exemplo, é calculada a quantidade de CSB disponíveis para cada operação planejada. Note que qualquer programa de intervenção – seja de perfu- ração, avaliação de formação, completação, restaura- ção ou abandono – pode ser usado neste contexto. Finalmente, este artigo mostra o resultado do de- senvolvimento de dois protótipos: um baseado na téc- nica de modelagem de grafo (Miura, 1992) e outro ba- seado no algoritmo de cálculo de CSB. Os protótipos dão suporte ao planejador do poço nas seguintes atividades: • modelar no contexto do poço as barreiras de segu- rança e CSB; • calcular, sem esforço adicional, o grau de segurança operacional para todos os passos da intervenção do poço; • analisar os riscos operacionais, a cada passoda in- tervenção do poço; • conhecer os riscos associados a cada intervenção. Resumindo, propõe-se demonstrar a eficácia do mé- todo ADQR por meio dos seguintes passos: 1. Definir e modelar as barreiras existentes e os CSB; 2. Definir os critérios de aceitabilidade baseados nos CSB; 3. Construir a ontologia de operação e mapear as operações; 4. Mapear o impacto das operações nas barreiras; 5. Especificar o algoritmo de quantificação de CSB; 6. Exemplificar a aplicação da metodologia, demons- trando sua aplicabilidade num caso real de campo. Cada um dos tópicos listados será detalhado a seguir. barre i ra de segurança e con junto so l idár io de bar re i ras (CSB) Na engenharia de poço, o conceito de barreira de segurança é usado desde a década de 80, com o obje- tivo de mitigar os riscos operacionais. A indústria do petróleo apresenta vários exemplos de conceito de bar- reira de segurança: Takashina, 1989; Rike et al. 1993; Chambre Syndicale de L’Exploration-Production D’Hydro- carbures, 1998; Brasil, 2002; Petrobras, 1998; Holand, 1996; Norwegian Technology Standards Institution, 1998; International Organization for Standardization, 2003a; International Organization for Standardization, 2003b. Um ponto comum nas definições disponíveis para barreira de segurança é quanto ao seu objetivo. Este pode ser traduzido como a preocupação de se identificar uma barreira para evitar a erupção de um poço, ou seja, um fluxo não controlado de fluido da formação para o meio ambiente. As definições de barreira disponíveis não permitem identificar a relação entre as diversas barreiras, quanto à independência mútua entre elas, impossibili- tando a quantificação das barreiras. Ou seja, utilizando as definições existentes só é possivel realizar uma análise qualitativa de risco. Na próxima seção, define-se o con- ceito de barreira que supera esta restrição. barreira de segurança Neste trabalho, define-se uma barreira de segurança como sendo uma separação física, composta por um ou mais elementos, capaz de prevenir ou isolar um evento topo indesejável (ou evento crítico indesejável, para mais detalhes, veja fault tree analysis em Henley e Kuma- moto,1981), ao longo de um caminho específico entre o sistema sob estudo e o meio ambiente. Considerando esse conceito, define-se barreira de se- gurança para um poço, como a separação física capaz de prevenir fluxo de fluido não controlado de um interva- lo permeável (formação ou zona produtora) para o meio ambiente ou para a superfície através de um caminho � 344 � Uma metodolog ia para a ava l iação da segurança operac iona l em poços mar í t imos – Miura et a l . específico. A figura 1 ilustra dois exemplos de barreira de segurança para um poço. A primeira barreira é um “tam- pão de cimento” no caminho “poço aberto” e a segun- da é uma válvula de segurança de subsuperfície, contro- lada na superfície (surface controlled subsurface safety valve – SCSSV), no caminho “interior da tubulação”. A figura 1 também mostra todos os caminhos pos- síveis, entre o intervalo permeável (zona ou formação com hidrocarbonetos) e o meio ambiente. Esses cami- nhos representam as possíveis rotas para o fluxo de flui- do, mapeados para todas as atividades relacionadas à construção e à manutenção de um poço. A “camada sem competência” e a “camada permeável até a super- fície” estão relacionadas a camadas de rochas simples- mente atravessadas pelo poço. A “camada sem com- petência” é, normalmente, uma camada rasa (perto da superfície ou do fundo do mar) de rocha que não tem a resistência mecânica suficiente para suportar as pressões necessárias às porções mais profundas do poço, en- quanto que a “camada permeável até a superfície” é a passagem do poço através de uma camada permeável que vai até a superfície, constituindo-se um caminho al- ternativo pelo qual o fluido do poço pode escoar. O “Po- ço aberto” é o estado do poço perfurado até uma certa profundidade; nesta condição, o poço pode apresentar um problema de instabilidade, e um caminho pode ser criado entre o reservatório e o meio ambiente. O “Anu- lar entre o revestimento e o poço” é o caminho pelo espaço anular entre o revestimento mais externo e o po- ço perfurado, normalmente selado (vedado) com cimen- to para evitar qualquer fluxo de fluido. O “Anular entre revestimentos” é o caminho pelo anular entre dois reves- timentos concêntricos, normalmente preenchido com cimento até uma altura de, pelo menos, 60 m. O “Inte- rior do revestimento”, também chamado de poço reves- tido, é o caminho mais seguro durante toda a perfura- ção. O “Anular entre coluna e revestimento” e o “Inte- rior da coluna” são caminhos que ocorrem quando uma coluna é descida dentro do poço. E assim, mapeando-se todos os possíveis caminhos e identificando-se barreiras para cada caminho, pode-se evitar as omissões involun- tárias e garantir a segurança de todo o sistema. Note-se que, apesar de ter sido mapeado oito ca- minhos possíveis, cada cenário de poço para sua cons- trução ou sua manutenção, trata, simultaneamente, de apenas três caminhos denominados, respectivamente, de “coluna”, “poço” e “anular”. A coluna seria o cami- nho do “interior da coluna”; o poço envolveria os ca- minhos através do “interior do revestimento”, ou ain- da, o “anular entre coluna e revestimento”; o anular cobriria todos outros caminhos mapeados. Um conceito necessário para a viabilização da meto- dologia proposta é o da independência mútua das bar- reiras. Este conceito permite identificar o limite (ou con- torno) de uma barreira, o que a distingue das demais para ser quantificada. Desta forma, define-se o conceito de independência mútua entre barreiras como: “duas barreiras são mutuamente independentes se não há qualquer interseção entre seus componentes”. Formalmente, dadas n barreiras B1, B2, …,Bn, com seus conjuntos de elementos Bi={Ei1, Ei2, ..., Ein}, afirma- se que as barreiras são mutuamente independentes se B1 ∩ B2 ∩ … ∩ Bn= {φ}. Se todos os caminhos entre o intervalo permeável e a superfície fossem paralelos, como representado na Figura 1 - Esquema com todos os caminhos possíveis para o fluxo de fluido do poço entre a zona com hidrocarboneto e o meio ambiente ao redor do poço, indicando dois exemplos de barreiras de segurança. Figure 1 - Schematic with all possible flow path from hydrocarbon zone to environment around the well, showing two examples of safety barriers. 345 � Bolet im técn ico da Produção de Pet ró leo, R io de Jane i ro - vo lume 1, nº 2 , p. 341-367 � figura 1, as duas definições anteriores (de barreira e de independência mútua das barreiras) seriam suficientes para o cálculo do grau de segurança de todo o sistema (ou poço). No entanto, em geral, há a presença de ata- lhos entre os caminhos. o tratamento de atalhos O “atalho” ou “desvio” é definido como uma jun- ção que permite a comunicação entre caminhos inde- pendentes, como, por exemplo, entre a coluna e o po- ço ou entre o poço e seu anular. A definição proposta para barreira não previne a ocorrência do evento topo indesejável através de ata- lhos entre os caminhos mapeados, como mostrados na figura 2. Embora exista a barreira “tampão de cimento”, como mostrado na figura 1, pode ocorrer um atalho do caminho “poço aberto" para o caminho “camada per- meável até a superfície” devido a uma fratura de for- mação decorrente, por exemplo, da pressão excessiva durante a execução do tampão de cimento. Na figura 2 á apresentado também um outro atalho do caminho “interior da coluna”, que apesar de ter a barreira “SCSSV”, poderia encontrar o caminho “anu- lar entre coluna e revestimento”, decorrente de um vazamento na coluna abaixo da barreira. Para se superar este problema de atalho, apresenta- se a definição de conjunto solidário de barreiras de segurança(CSB). conjunto solidário de barreiras de segurança (CSB) O conjunto solidário de barreiras de segurança (CSB) é definido como “um conjunto de uma ou mais bar- reiras, com o objetivo de se prevenir que o evento de topo indesejável ocorra, considerando-se todos os cami- nhos possíveis entre o sistema e o meio ambiente”. Logo, o CSB de um poço também pode ser definido como “um conjunto de uma ou mais barreiras com o objetivo de se prevenir o fluxo não controlado de flui- do de um intervalo permeável (formação ou zona pro- dutora) para o meio ambiente, em geral, ou para a su- perfície, considerando-se todos os caminhos possí- veis”, como pode ser visto na figura 3. Na figura 3 é exibido o CSB mostrando que as bar- reiras devem estar presentes para todos os caminhos possíveis. E, além disso, também devem ser solidárias (ou integradas) entre si, isto é, as barreiras devem tam- bém prevenir os possíveis “atalhos” entre caminhos. Um exemplo de CSB, durante as intervenções para a restauração de um poço, seria o conjunto composto de obturador (packer) de produção para o caminho Figura 2 - Atalhos entre os caminhos. Figure 2 - Shortcuts between the paths. Figura 3 - Conjunto solidário de barreiras de segurança (CSB). Figure 3 - Safety barriers integrated set (BIS). � 346 � Uma metodolog ia para a ava l iação da segurança operac iona l em poços mar í t imos – Miura et a l . “poço”; a válvula de pé (standing valve) com o peso de fluido compatível com a pressão estática para o cami- nho “coluna”; e o revestimento de produção, testado acima do obturador para o caminho “anular”. Outro exemplo de CSB, em um poço abandonado, seria o tampão de cimento no revestimento para o ca- minho “poço”; com o anular cimentado para o cami- nho “anular”. Com as definições de CSB e barreira de segurança, tem-se os meios para se identificar um conjunto com- posto de barreiras solidárias entre si, para todos os ca- minhos possíveis. Contudo, não se pode distinguir um CSB de outro, sem a noção de independência do CSB. O mesmo conceito da independência de barreira pode ser estendido para a independência de um CSB, isto é, “dois CSB são mutuamente independentes, se a interseção entre seus componentes (isto é, barreiras) é um conjunto vazio". Formalmente, isso pode ser de- finido da seguinte forma: dados n CSB CSB1, CSB2, ..., CSBn com seus conjuntos de barreiras, CSBi = {Bi1,Bi2, ..., Bin} , então é dito que os CSB são mutuamente inde- pendentes se CSB1 ∩ CSB2 ∩ … ∩ CSBn= {φ}. Com a definição de barreira, de CSB e de inde- pendência de CSB, a quantidade de CSB indepen- dentes disponíveis para cada cenário pode ser calcula- da. Destaca-se que as barreiras e os CSB são compos- tos de elementos com algum tipo de relação de dependência entre si, pois eles não são apenas conjun- tos, mas sim sistemas, ou seja, além de serem compos- tos por elementos, estes elementos mantêm uma rela- ção funcional entre si dentro de um sistema. Para mo- delar essas relações, uma técnica de representação grá- fica denominada de "Grafo de Conjunto" é apresenta- da na próxima seção. modelagem de barreiras e CSB usando "grafo de conjunto" A barreira e o CSB podem ser modelados por uma técnica de representação gráfica denominada grafo de conjunto (GC), baseada na combinação e adaptação das técnicas de grafo de conhecimento (Miura, 1992; Morooka et al. 1993) e da análise de árvore de falha (fault tree analysis – FTA, Henley e Kumamoto, 1981). A diferença principal entre o GC e a FTA está na carac- terização do evento topo. Enquanto evento topo é de- finido como o evento crítico indesejável na FTA, no gra- fo de conjunto, o evento topo é definido como sendo a disponibilidade, a prontidão ou a confiabilidade de todo o sistema. O modelo do GC permite decompor o CSB num conjunto de barreiras relacionadas entre si, sendo cada barreira composta por um conjunto de componentes também relacionados entre si. O GC é um grafo direcional composto de três cama- das que representam o processo de raciocínio envolvi- do, onde: • cada nó na camada de entrada representa um item de dados de entrada e corresponde à informação a ser propagada no grafo. Os nós de entrada são re- presentados pelo símbolo Ii; • o único nó na camada de saída representa o resul- tado possível do grafo. O nó de saída é representa- do pelo símbolo O; • os nós associativos (portas "E" e "OU") na camada intermediária representam os operadores que agre- gam os dados de entrada ou os resultados gerados pela agregação de outros nós. O portão "E" é ex- presso por um operador mínimo, multiplicação ou qualquer T-norma. O portão "OU" pode ser expres- so por um operador máximo, adição ou qualquer S-norma (Pedrycz e Gomide, 1998). Estes nós asso- ciativos são representados pelo símbolo Ai; • as relações entre os nós da camada de entrada e os da camada intermediária, bem como entre os nós da camada intermediária e o nó da camada de saída, são representadas pelos arcos (linhas direcio- nadas) que os unem. Logo, o grafo de conjunto (G) pode ser definido por G: Ii x Aj x O → [0,1], onde os estados de elementos de entrada {Ii } podem assumir os valores no intervalo [0,1], que são agregados por operadores lógicos {Aj}, geran- do um valor no intervalo [0,1], associado ao estado de elemento de saída {O}. O estado de barreira é conferido usando-se o con- ceito de disponibilidade. A disponibilidade de um equipa- mento é caracterizada pela probabilidade de tê-lo ope- rante. Se a probabilidade de falha da barreira é definida 347 � Bolet im técn ico da Produção de Pet ró leo, R io de Jane i ro - vo lume 1, nº 2 , p. 341-367 � Onde: 01: conector de cabeça de poço; 02: alojamento/corpo do BOP; 03: gavetas de tubo; 04: gaveta cega e cisalhante; 05: BOP anular; 06: perfil para conector de LMRP; 07: linha de amortecimento; 08: válvulas de amortecimento; 09: linha de choke; 10: válvulas de choke. Na figura 4 é representado um BOP submarino com três gavetas de tubo (superior, intermediário e inferior), uma gaveta cega cisalhante e um BOP anular. Normal- mente, as gavetas intermediária e inferior podem fechar (e vedar, impedindo fluxo no interior do BOP) ao redor da mesma coluna de perfuração em operação, e a ga- veta superior pode fechar ao redor de colunas de dife- rentes diâmetros. O BOP anular pode fechar sobre uma variedade de diâmetros da coluna, e até mesmo numa situação sem coluna, portanto, é redundante com as gavetas cega, superior de tubo, intermediária de tubo e inferior de tubo. Há apenas uma conexão com a ca- beça de poço para todo o conjunto BOP. Na figura 5 é mostrado o resultado da modelagem deste BOP submarino, aplicando-se a técnica de grafo de conjunto para sua representação. Na coluna do lado esquerdo da figura 5 são apresen- tados os 16 componentes de um BOP (são os nós de en- trada Ii). No seu lado direito está representado o conjunto BOP por meio de um único nó (o nó de saída O). As rela- ções entre os componentes do BOP (ou seja, os nós de as- sociação Aj) para compor a barreira BOP estão modeladas usando-se três portões lógicos "E" e cinco portões "OU". A redundância mútua das gavetas de tubo interme- diária e inferior – e a redundância do BOP anular em re- lação a todas outras gavetas – muitas vezes são interpre- tadas, erroneamente, como indicações de duas ou mais barreiras independentes. Porém, o BOP sempre será uma única barreira, apesar da quantidade de gavetas, por- que todas as gavetas dependem de uma única conexão com a cabeça de poço. Aumentando-se o número de gavetas, aumenta-se a disponibilidade do BOP, mas não se aumenta o número de barreiras. pela variável λ, a disponibilidade é obtida pelo comple- mento da probabilidade de sua falha, ou seja, (1-λ). Uma vez modelado o grafo de conjunto, um valor de disponibilidade pode ser atribuído para cadaele- mento do conjunto: (1-λ) para elementos ativados e valor zero para os elementos desativados. Pode-se nave- gar por este grafo e calcular o valor da disponibilidade para todo o conjunto. Se o resultado for um valor maior que zero, diz-se que o grafo de conjunto está ativado (ou disponível); o valor de zero significa que o grafo de conjunto está desativado (ou não disponível). exemplo de modelagem de um conjunto preventor de erupção (BOP – blowout preventer) como barreira Uma barreira bem conhecida na engenharia de poço é o conjunto preventor de erupção (BOP), caracterizado por um conjunto de gavetas para interrupção de fluxo do poço, de linhas auxiliares de fluxo e de válvulas insta- ladas na cabeça de um poço de petróleo, com a finali- dade de controlar o poço em caso de um influxo não controlado de fluido da formação produtora. O desenho esquemático de um BOP submarino, representando seus principais componentes, é mostrado na figura 4. Figura 4 - Esquema de um BOP submarino. Figure 4 - Subsea BOP scheme. � 348 � Uma metodolog ia para a ava l iação da segurança operac iona l em poços mar í t imos – Miura et a l . Normalmente, a taxa de falha de um componente é baseada na observação estatística de ocorrências anor- mais (falhas) no campo ou é medida num ensaio acele- rado no laboratório. A unidade usual para taxa de falha é número de falhas por tempo de exposição acumulada no ano. A ordem de grandeza da taxa de falha dos componentes usuais da indústria é um número extre- mamente pequeno que gira em torno de 10-3 a 10-6. O exemplo a seguir é fictício com taxas anormalmente elevadas. O objetivo do exemplo é mostrar como a com- posição de elementos, com taxa elevada de falha, pode levar a um conjunto com uma taxa de falha menor que seus elementos. Supondo-se que as probabilidades de falha de todos os componentes de BOP são determina- dos como se segue:: λ1 = λ2 = 2% λ3 = λ5 = λ6 = λ7 = 5% λ4 = 10% λ8 = λ9 = λ10 = λ11 λ12 = λ13 = λ14 = λ15 = λ16 = 1% Onde os índices de falha são os seguintes: λ1 : controle de linhas de BOP (POD - azul); λ2 : controle de linhas de BOP (POD - amarelo); λ3 : gaveta de BOP, cega e cisalhante; λ4 : BOP anular; λ5 : gaveta superior de BOP, de tubo; λ6 : gaveta intermediária de BOP, de tubo; λ7 : gaveta inferior de BOP, de tubo; λ8 : alojamento/corpo de BOP; λ9 : flange de BOP; λ10: conector de BOP à cabeça de poço; λ11: válvula do choke; λ12: linha de choke; λ13: choke manifold; λ14: válvula de amortecimento; λ15: linha de amortecimento; λ16: standpipe manifold. Os seguintes cálculos para portões lógicos, basea- dos na probabilidade de falha (λ), são utilizados: • portão "E" com entradas {a,b}, conforme equação 1: (1-λa) • (1-λb); (1) • portão "OU" com entradas {a,b}, conforme equação 2: (1-λa • λb). (2) Desta forma, de acordo com o grafo de conjunto, o cálculo é realizado conforme a equação 3: (1- λBOP) = (1- λ1 • λ2) • (1- λ3) • {1- λ4 • λ5 • [1-(1- λ6 • λ7)]} • (1- λ8) • (1- λ9) • (1- λ10) • {1- λ11 • [1 - (1- λ12) • (1- λ13)]} • {1- λ14 • [1- (1- λ15) • (1- λ16)]} (3) Substituindo-se os valores, o conjunto BOP apresen- tará 93% de disponibilidade ou 7% de índice de falha, um valor melhor que o elo mais fraco (BOP anular 10%). Isto quer dizer que nem sempre o elo mais fraco repre- senta o valor da taxa de falha do sistema, devido a re- dundâncias implementadas. Figura 5 - Modelagem de BOP submarino com base na técnica de grafo de conjunto. Figure 5 - Subsea BOP model, based on the graph set technique. 349 � Bolet im técn ico da Produção de Pet ró leo, R io de Jane i ro - vo lume 1, nº 2 , p. 341-367 � Como pode ser observado neste exemplo, se os ín- dices de falha de todos os componentes forem conhe- cidos, a técnica de modelagem GC permite calcular a disponibilidade deste conjunto, com valores que variam de 0 a 1. Os cálculos, utilizando a função disponibilidade no intervalo [0,1] são válidos durante todo o ciclo das bar- reiras. Além disso, os valores considerados de probabili- dades de falhas são extremamente pequenos (de 10-3 a 10-6). Logo, quando se desejar uma avaliação da disponi- bilidade do CSB durante o curto tempo da intervenção de um poço, propõe-se a simplificação proposta a seguir. simplificação da função disponibilidade do CSB Normalmente, a função disponibilidade é aplicada ao ciclo de vida de um sistema. O método ADQR somente é aplicado durante as intervenções num poço, represen- tando-se uma fração pequena da sua vida: um período de um mês, em mais de 20 anos de produção de um campo de petróleo, não haveria razão de se considerar a taxa de falha (já pequena) para estes intervalos relativa- mente curtos de tempo. Com a finalidade de se simplificar o cálculo de dis- ponibilidade do CSB e permitir o uso prático do concei- to para estas situações, propõem-se ignorar todas as probabilidades de falha. Em outras palavras, propõe-se que a disponibilidade de barreiras e de CSBs seja dis- cretizada e reduzida a dois valores extremos: um (1) quando a barreira ou CSB estiver ativado; e zero (0) quando a barreira ou CSB estiver desativado. Essa dis- cretização é necessária, pois o objetivo do método de avaliação dinâmica e quantitativa de risco (ADQR) é verificar a existência ou não de CSB logo antes de se iniciar uma nova operação (que normalmente dura ~3 horas), dentro de uma intervenção. Num intervalo de tempo de duração tão curta, não há sentido falar em probabilidades. Assim, os cálculos de disponibilidade de CSB podem ser simplificados, com os inteiros {0,1} como resultado. Esta simplificação está baseada no fato de que todos esses cálculos são propostos para se verificar a variação da disponibilidade de CSB que acontece durante o tempo curto de uma intervenção. Uma vez feita a modelagem do grafo de um CSB – e se para cada função de disponibilidade for atribuído o valor um (1) para cada barreira ativa e zero (0) para cada barreira desativada – a disponibilidade desse CSB pode ser conferida navegando-se o modelo (seguindo o modelo desde os nós de entrada até o nó de saída, pelos arcos) e realizando-se os cálculos lógicos (as agre- gações definidas nos nós de associação). O resultado deve, então, ser um valor inteiro. A modelagem dos CSB e das barreiras por meio de grafos de conjunto é um processo de consolidação convergente, isto é, estes modelos podem e devem ser refinados com o decorrer do tempo. Eles devem ser acompanhados pelo refinamento do conhecimento sobre CSB e pelas barreiras. Logo, os grafos de CSB e de barreiras devem ser inspecionados, periodica- mente, e a obsolescência de suas dependências deve ser verificada. mapeamento de CSB existentes Todos CSB e barreiras conhecidos nas atividades de construção e de manutenção de poços marítimos foram Figura 6 - Relações entre barreiras e CSB modeladas por meio do diagrama entidade- relacionamento (DER). Figure 6 - Relationships between barriers and BISes, modeled as entities and relationships diagram (ERD). � 350 � Uma metodolog ia para a ava l iação da segurança operac iona l em poços mar í t imos – Miura et a l . mapeados, coletados e organizados em um banco de da- dos estruturado (Miura, 2004). No diagrama entidade- relacionamento (DER) estão representadas as relações entre CSB, barreira e entidades circunvizinhas (fig. 6). Na figura 6, de acordo com a notação de DER, os quadros representam as entidades e os arcos, a relação entre duas entidades ligadas pelo arco. Todas as relações modeladas no diagrama são do tipo um-para-muitos. O círculo na extremidade do arco representa o lado “um” da relação e o “pé-de-galinha”, na outra extremidade, do arco representa o lado “muitos” da relação. Para cada instância(ou elemento) no lado “um” da relação, é possível achar várias instâncias no seu lado “muitos”. Os CSB estão mapeados para cada cenário (perfu- ração, avaliação de formação, completação, produção, restauração e abandono), enquanto as barreiras estão mapeadas para cada caminho possível (coluna, poço e anular). CSBs são compostos de barreiras, que se des- membram, por sua vez, em componentes. O impacto de cada operação no estado (ativo ou desativado) de cada barreira pode ser mapeado em tabelas do tipo “operação x barreira” que lidam com as mudanças dos estados de barreiras após a realização de uma determi- nada operação. Por exemplo, após a operação do ca- nhoneio, o revestimento de produção canhoneado não pode mais ser considerado uma barreira ativa, e este revestimento assume o estado “desativado”. Examinaram-se todos os cenários relacionados à construção e à manutenção de um poço, tais como: perfuração, avaliação de formação, completação, pro- dução, restauração e abandono. Este exame identificou 16 CSB. O exame de todos os caminhos conhecidos identificou 55 barreiras (fig. 1). Na figura 7, cinco CSB independentes foram mo- delados para o cenário perfuração. Os dois primeiros CSB, o CSB “natural” e o CSB “perigos rasos”, são principalmente usados nas atividades de início de per- furação (ou início de poço). O CSB “fluido” é usado durante todo cenário de perfuração e também durante o cenário de avaliação de formação. O CSB “BOP” é usado em cenários de perfuração, avaliação de forma- ção, completação, restauração e abandono. O quinto CSB, o CSB “equipamentos de perfuração com pressão controlada”, é um conjunto de equipamentos usado para operações especiais chamadas de perfuração a pressão controlada. Figura 7 - Exemplos de conjunto solidário de barreiras (CSB) para o cenário de perfuração (Miura, 2004). Figure 7 - Examples of barriers integrated set (BIS) for drilling scenario (Miura, 2004). 351 � Bolet im técn ico da Produção de Pet ró leo, R io de Jane i ro - vo lume 1, nº 2 , p. 341-367 � cr i té r ios de ace i tab i l idade de r i sco baseados em CSB Segundo a Norsok Z-013 (Norwegian Technology Standards Institution, 2001) e Holand et al. (2004), os critérios de aceitabilidade de risco devem ilustrar o nível global de risco determinado como tolerável, com respeito a um período definido de tempo ou uma fase definida de atividade. Eles também devem refletir os objetivos de segurança e as particularidades da ativi- dade em questão. Os critérios de aceitabilidade de risco constituem uma referência para a avaliação da necessi- dade de medidas de redução de risco, logo, devem estar disponíveis antes de se começar uma avaliação de risco. Ainda segundo a Norsok Z-013 (Norwegian Tech- nology Standards Institution, 2001), para que os crité- rios de aceitabilidade de risco sejam adequados, como apoio para tomada de decisão, devem representar um compromisso onde as seguintes características es- tejam satisfeitas: • ser satisfatório para as decisões, considerando as medidas de redução de risco; • ser satisfatório para comunicação; • não ser ambíguo na sua formulação, de modo que não requeira uma interpretação extensa ou adapta- ção para uma aplicação específica; • não favorecer explicitamente nem implicitamente qualquer solução conceitual particular do modo pelo qual o risco é expresso. Os critérios de aceitabilidade de risco propostos a seguir são para a aplicação no contexto “ciclo de vida do poço marítimo de petróleo”. Em outras palavras, o contorno do sistema que se deseja reforçar é o conjun- to de possíveis caminhos entre a zona (formação ou reservatório) com hidrocarbonetos e o mar (o meio ambiente circunvizinho ao poço). O evento crítico inde- sejável é a erupção (fluxo não controlado) de hidro- carboneto para o ambiente. Esses critérios de aceita- bilidade de risco devem ser aplicados ao planejamento de qualquer intervenção de um poço, seja de perfu- ração, de avaliação da formação, de completação, de restauração ou de abandono. A comunidade da engenharia de poço, desde há muito tempo, recomenda o uso de duas barreiras (ou CSB, segundo a interpretação dos autores) para todas as intervenções (Norwegian Technology Standards Institution, 1998; Petrobras, 1998). Por outro lado, pa- ra as intervenções de abandono, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) exige três barreiras (ou, conforme presente trabalho, CSB) independentes, basicamente compostas de tampões de cimento no poço e em seu anular. Logo, os critérios de aceitabilidade de risco para o ciclo de vida de poços marítimos de petróleo podem ser propostos como: • em intervenções de abandono, pelo menos três CSB independentes e testados devem estar disponíveis para prevenir o fluxo não intencional do poço; • durante qualquer outra intervenção no poço, exce- to abandono, isto é, durante a intervenção de per- furação, avaliação de formação, completação e res- tauração, pelo menos, dois CSB independentes e testados devem estar disponíveis para prevenir o fluxo não intencional do poço; • o estado de cada CSB deve ser conhecido durante todo o período de intervenção e verificado antes de se realizar cada operação planejada; • no caso de falha de um CSB, uma ação imediata deve ser realizada no sentido de se restabelecer a funcionalidade de dois CSB independentes. Ou seja, nenhuma atividade deve ser realizada, exceto as ati- vidades de restabelecimento da condição mínima de dois CSB independentes. Com os critérios de aceitabilidade de risco definidos, a técnica de modelagem usando o “grafo de conjunto” e as definições introduzidas na seção anterior, o méto- do ADQR pode ser adotado, observando que os impactos das operações em barreiras sejam conhecidos. � 352 � Uma metodolog ia para a ava l iação da segurança operac iona l em poços mar í t imos – Miura et a l . mapeamento do impacto de operações nas bar re i ras A execução de algumas operações pode ativar ou de- sativar o estado de algumas barreiras, ainda que para várias outras operações, o estado das barreiras possa permanecer inalterado. Neste mapeamento é verifica- do o impacto de cada operação em cada barreira, isto é, a mudança de estado da barreira de um poço cau- sada pelo impacto de cada operação envolvida. O processo de mapeamento pode ser assim descrito: 1. gerar uma lista relacionando todas as operações com cada uma das barreiras (operações versus bar- reiras); 2. definir o impacto da operação sobre a respectiva barreira para cada item mapeado no passo 1. O im- pacto pode ser uma das três opções a seguir: a) a operação ativa a barreira; b) a operação desativa a barreira; c) a operação não tem impacto sobre a barreira. Tabela 1 - Alguns exemplos de impacto de oper- ação em barreiras (Miura, 2004). Table 1 - Examples of operation impact in barriers (Miura, 2004). 353 � Bolet im técn ico da Produção de Pet ró leo, R io de Jane i ro - vo lume 1, nº 2 , p. 341-367 � 3. Eliminar todos os itens sem impacto (opção c) para simplificar a lista. Note que uma operação pode impactar mais de uma barreira, e uma barreira pode ser impactada por várias operações. A lista de “operações versus barrei- ras” atual, gerada pelo processo descrito, é composta por 289 itens dos quais 224 são operações que ativam uma barreira; e 65 itens são operações que a desativam. Um ponto importante é que apenas 45 das 55 barreiras sofrem algum impacto de operações. São mostrados alguns exemplos desta lista na tabela 1. O uso constante e a atualização periódica da lista mostrada na tabela 1 devem fornecer uma convergên- cia correta para as relações entre as operações e as barreiras. ava l iação d inâmica e quant i tat iva de r i sco (ADQR) Atualmente, existe certa limitação quanto à disponi- bilidadede métodos quantitativos para a avaliação de risco operacional. Raramente são realizadas análises quantitativas de risco operacional, que costumam de- morar em torno de seis meses para a sua realização. Essas análises não são freqüentes devido exatamente à morosidade dos métodos atuais. A avaliação dinâmica e quantitativa de risco é um método desenvolvido com o propósito de quantificar os graus de segurança para todas as atividades de cons- trução e manutenção do poço. O objetivo do ADQR é conferir se o ambiente de trabalho está seguro ao longo das intervenções de construção e manutenção do poço. Pretende-se que o método ADQR seja usado na fase de planejamento de atividades de construção e manu- tenção de um poço, onde os efeitos de perigos numa seqüência de tarefas são desconhecidos. A característi- ca principal deste método é que ele é rápido e expedi- to. A ADQR se baseia nos conceitos de barreira, CSB e independência mútua. O algoritmo de quantificação de CSB usa a seqüên- cia planejada de operações como um guia para calcu- lar o grau de segurança. Avalia o risco entre duas ope- rações seqüenciadas, isto é, calcula o estado de CSB do poço no limiar entre o fim de uma operação e o co- meço da operação subseqüente. A condição inicial, isto é, a situação de todas as bar- reiras no começo da intervenção, deve ser definida pelo planejador. Desta primeira situação, pode-se derivar a situação de CSB de operações seqüentes por um cálculo baseado no impacto de operações planejadas nas bar- reiras. O impacto de cada operação em cada barreira de- ve ser mapeado nesta fase. É assumido que o grau de se- gurança está relacionado diretamente com a quantidade disponível de CSB ativos. O método é chamado dinâmi- co porque avalia o grau de segurança do poço para todo o plano, no começo de cada operação planejada, acom- panhando cada mudança no poço (contexto), devido a estas operações, até a finalização da construção do poço. O método – que mapeia o risco entre duas opera- ções subseqüentes, complementado pela quantificação e pela mitigação do risco interno da operação, basea- da na estatística de operações realizadas – na prática, torna-se robusto e completo (Miura, 2004). algor i tmo de quant i f i cação de CSB A elaboração de um algoritmo para a quantificação de um CSB inclui os seguintes passos: 1. estabelecimento do plano de intervenção do poço com a seqüência de utilização das operações padronizadas; 2. definição da condição inicial da intervenção, isto é, mapeamento do estado de todas as barreiras do poço no início da intervenção; 3. verificação da mudança no estado da barreira após a realização de cada operação incluída na se- qüência (passo 1), usando a lista de “operações ver- sus barreiras”; � 354 � Uma metodolog ia para a ava l iação da segurança operac iona l em poços mar í t imos – Miura et a l . 4. cálculo da quantidade de CSB independentes ativos para cada operação seqüenciada, usando o grafo de um CSB; 5. verificação de todas as operações seqüenciadas para saber se elas estão acima do limiar de seguran- ça requerido pelos critérios de aceitabilidade de risco; a) correção da seqüência de operação na qual os critérios de aceitabilidade de risco não são aten- didos, isto é, mudança da seqüência de opera- ção de tal modo que os critérios de aceitabili- dade de risco sejam satisfeitos. Este passo pode estar inserido antes da realização da operação crítica que não passará nos critérios de aceitabili- dade de risco, em uma ou mais operações que ativam as barreiras necessárias. estudo de caso: ap l i cando o método ADQR a um p lano de res tauração de poço mar í t imo Nesta parte do trabalho é apresentada a aplicação do algoritmo de quantificação de CSB. Ela é descrita passo a passo com objetivo de se demonstrar o uso do método ADQR e os resultados esperados. Tabela 2 - Um exemplo de plano de restau- ração de poço marítimo (Miura, 2004). Table 2 - Example of restoration plan of offshore well (Miura, 2004). Tabela 3 - Barreiras ativadas no início da restauração no poço marítimo depletado de plataforma fixa, com árvore natal conven- cional e BCS instalados (Miura, 2004). Table 3 - Activated barriers in the beginning of the restoration in the offshore well deple- tado of fixed platform, with conventional christmas tree and installed electrical sub- mersible pump (ESP) (Miura, 2004). 355 � Bolet im técn ico da Produção de Pet ró leo, R io de Jane i ro - vo lume 1, nº 2 , p. 341-367 � estabelecendo um plano de restauração de poço marítimo A seqüência de operação de um plano de restau- ração de poço marítimo é mostrada na tabela 2. Este plano normalmente é usado para fazer a intervenção de restauração num poço marítimo depletado de plata- forma fixa, com árvore natal convencional (ANC) e bomba centrífuga submersa (BCS) instaladas. Note que, embora um plano de restauração especí- fico esteja sendo utilizado neste exemplo, o método de ADQR pode ser usado em qualquer tipo de interven- ção, como a de perfuração, de avaliação de formação, de completação, de restauração ou de abandono. definindo a condição inicial da intervenção escolhida Neste exemplo, a condição inicial para a restauração de poço marítimo depletado de plataforma fixa, com ANC e BCS instaladas, é mostrada na tabela 3 (barrei- ras ativas) e tabela 4 (barreiras desativadas), isto é, nes- tas é mostrado o estado de todas as barreiras no início da restauração. As tabelas 3 e 4 são geradas pela lista de todas as barreiras conhecidas, mapeadas para intervenções de poços marítimos. Esta lista, atualmente, é composta por 55 barreiras conhecidas para três caminhos possí- veis: anular, poço e coluna. verificando as mudanças no estado das barreiras após a realização de cada operação seqüenciada Neste passo, o impacto de cada seqüência da ope- ração executada no estado de barreira é avaliado. Os resultados são apresentados na tabela 5. É assumido que os índices de disponibilidade são zero (0) para to- das as barreiras desativadas e um (1) para todas as bar- reiras ativadas, isto é, se uma barreira estiver em um estado ativado, é assumido que o valor é “1”. Na tabela 5 são mostrados os estados das barreiras após a realização de cada uma das operações seqüen- ciadas, baseados no impacto destas operações, come- Tabela 4 - Barreiras desativadas no início da restauração no poço marítimo depletado de plataforma fixa, com árvore natal convencional e BCS instalado (Miura, 2004). Table 4 - Barriers disabled in the beginning of the restoration in the offshore well depletado of fixed platform, with conven- tional christmas tree and installed BIS (Miura, 2004). � 356 � Uma metodolog ia para a ava l iação da segurança operac iona l em poços mar í t imos – Miura et a l . çando com a condição inicial, conforme mostrado na primeira linha (linha número 0). Os códigos de barreira estão nas colunas e cada linha é uma operação seqüen- ciada, começando com a condição inicial. As células com valores “0” ou “1” mapeiam o estado da barreira de acordo com a operação seqüenciada. O valor “1” significa que a barreira está em estado ativado, e valor “0” significa que a barreira está em estado desativado. Para simplificar a tabela 5, apenas as barreiras ativadas na intervenção são exibidas neste exemplo. calculando a quantidade de CSB independentes e ativos para cada operação seqüenciada (item) Estes cálculos estão baseados nos CSB modelados como grafos de conjunto (fig. 7), usando a tabela 5 como entrada. Na tabela 6 são exibidos os estados de CSB calcula- dos após a realização de cada operação seqüenciada, Tabela 5 - Mudanças em estado de barreira após a realização de cada operação seqüenciada (Miura, 2004). Table 5 - Changes in barrier state after the accomplishment of each sequenced operation(Miura, 2004). Tabela 6 - Mudanças no estado de CSB após a realização de cada operação seqüenciada. Table 6 - Changes in the state of BIS after the accomplishment of each sequenced operation. 357 � Bolet im técn ico da Produção de Pet ró leo, R io de Jane i ro - vo lume 1, nº 2 , p. 341-367 � baseados em grafo de conjunto e nos estados das bar- reiras como dados de entrada. Os códigos de CSB estão nas colunas e cada linha é uma operação seqüenciada, começando com a condição inicial. De forma similar à tabela 5, as células com "0" ou "1" mapeiam os valores dos estados de CSB de acordo com a operação seqüen- ciada. O valor “1” significa que o CSB está em estado ativado e o valor “0” significa que o CSB está em esta- do desativado. Na última coluna (quantidade de CSB) é mostrada a quantidade de CSB em estado ativado. Para simplificar a tabela 6, apenas os CSB ativados na intervenção estão exibidos neste exemplo. Na tabela 7 são apresentados todos CSB conheci- dos atualmente, mapeados para poço marítimo. Os ce- Tabela 7 - Lista de CSB conhecidos (Miura, 2004). Table 7 - List of known BIS (Miura, 2004). nários aplicáveis são: perfuração; perfuração com pres- são controlada (PCD); avaliação de formação; comple- tação; restauração; e abandono. O primeiro termo no nome de CSB representa o cenário onde eles foram mapeados, mas isto não significa que estes CSB só são aplicáveis àquele cenário. Por exemplo, o CSB “Perfu- ração – conjunto de barreiras BOP” é aplicável a todos os cenários. verificando as operações seqüenciadas contra os critérios de aceitabilidade de risco Neste passo, verifica-se se a quantidade de CSB está acima do limiar estabelecido pelos critérios de aceitabi- lidade de risco. Uma intervenção de restauração deve ter, pelo me- nos, dois CSB para cada operação seqüenciada. Logo, neste exemplo, pode-se declarar que tal plano de res- tauração tem um grau de segurança adequado e não há seqüência a corrigir, pois todas as operações se- qüenciadas estão acima do limiar estabelecido nos cri- térios de aceitabilidade de risco. O trabalho manual do método proposto ainda pode ser melhorado, introdu- zindo-se alguma automatização para o processo. protót ipos de fe r ramentas computac iona is desenvolv idos para apoiar o método ADQR Dois protótipos foram desenvolvidos durante a cria- ção do método ADQR: um para modelar barreiras e CSB, baseado na técnica “grafo de conjunto”; e outro para calcular a quantidade de CSB, de acordo com algoritmo de quantificação de CSB. Tais protótipos são detalhados abaixo. � 358 � Uma metodolog ia para a ava l iação da segurança operac iona l em poços mar í t imos – Miura et a l . protótipo de ferramenta computacional para modelar os grafos de barreira e de CSB O primeiro protótipo desenvolvido para apoiar o método é uma ferramenta de modelagem em grafo, denominada editor de grafo. Sua tela principal é mos- trada na figura 8. Na figura 8 é apresentada a principal interface do editor de grafo. Este protótipo permite a edição ou a modelagem gráfica do grafo de conjunto (GC) para barreiras e CSB. Os círculos na cor vermelha represen- tam os nós de entrada, os círculos na cor azul repre- sentam os nós de agregação que podem ser traduzidos como portão lógico "OU" (com o ícone “+”) ou portão "E" (com o ícone “·”). O círculo na cor verde represen- ta o nó de saída que é o resultado ou a conclusão do GC. A ferramenta também permite o teste, por meio da navegação pelo GC e executa os cálculos para veri- ficar se o nó de saída é ativado ou não, de acordo com os valores atribuídos a cada nó de entrada. Quando salvo, o GC é armazenado em um banco de dados que, por sua vez, é usado pelo outro protótipo, o de cálcu- lo de quantidade de CSB. protótipo de ferramenta computacional para calcular a quantidade de CSB Este segundo protótipo de ferramenta computacio- nal foi desenvolvido para calcular a quantidade de CSB independentes e ativados. Denominado verificador de Figura 8 - Tela principal do editor de grafo (Miura, 2004). Figure 8 - Main screen of graph editor (Miura, 2004). 359 � Bolet im técn ico da Produção de Pet ró leo, R io de Jane i ro - vo lume 1, nº 2 , p. 341-367 � barreiras, este protótipo permite o armazenamento da lista de impacto de operação nas barreiras (tabela 1) e também a edição e o armazenamento da lista de condição inicial (soma das tabelas 3 e 4). As telas de interface do usuário no protótipo “veri- ficador de barreiras” são mostradas na figura 9 e na figura 10. Na figura 9 o usuário pode escolher uma das condições iniciais típica ou criar uma nova condição ini- cial para uma determinada intervenção. No exemplo, uma condição inicial denominada “poço marítimo de- pletado de plataforma fixa, com árvore natal conven- cional e BCS instaladas” é selecionada. O quadro mostra as operações na mesma seqüência do arquivo original com a quantidade de CSB ao final de cada linha. O protótipo armazena automaticamente o resultado do cálculo, criando um arquivo com o mesmo nome original, mas com a extensão [*. sim.txt]. conc lusões Este trabalho propõe um método de análise de se- gurança operacional denominado “avaliação dinâmica e quantitativa de risco” (ADQR). O método baseia-se no conceito de “conjunto solidário de barreiras” (CSB). A modelagem do CSB usa a técnica de “grafo de con- junto” e permite a quantificação do grau de segurança de acordo com os conjuntos solidários de barreiras que existem entre o sistema em estudo e o meio ambiente. Usando a metodologia descrita aqui, todos os pro- gramas de intervenção podem ser verificados explicita- Figura 10 - Tela principal de verificador de barreiras mostrando o resultado de processa- mento (Miura, 2004). Figure 10 - Main screen of barriers verifier (Miura, 2004). Figura 9 - Tela inicial de verificador de barreiras com uma condição inicial selecionada (Miura, 2004). Figure 9 - Input screen of barriers verifier (Miura, 2004). � 360 � Uma metodolog ia para a ava l iação da segurança operac iona l em poços mar í t imos – Miura et a l . mente quanto ao seu grau de segurança. Além disso, quando se define um critério de aceitabilidade (por exemplo, dois CSB para todas as operações planejadas) pode-se caracterizar uma análise quantitativa de risco. Dois protótipos de ferramenta computacional apóiam o método ADQR, facilitando o processo por meio da automatização de todos os cálculos. Estes pro- tótipos permitem que os usuários obtenham a quanti- dade de CSB para cada operação seqüenciada. O esforço adicional requerido pelo método de ADQR consiste em preparar a lista das operações seqüenciadas para o plano de intervenção, utilizando-se nomes pa- dronizados para as operações e, finalmente, definir o estado de todas as barreiras no início de uma determi- nada intervenção. Além do caso apresentado neste trabalho, o método ADQR foi aplicado em outros casos mais complexos onde foi verificada a sua validade. Esta verificação trou- xe benefícios à engenharia de poços, pois permitiu iden- tificar e corrigir algumas seqüências de operações que não atendiam ao critério de aceitabilidade, contudo eram consideradas seguras pela falta de métodos automáticos para a averiguação. A definições de barreira, independência mútua en- tre barreiras, CSB e independência mútua dos CSB, conforme proposto neste trabalho, permitiu passar de uma avaliação qualitativa para uma avaliação quantita- tiva de risco. nomenc latura Adaptador: Peça adaptadora de conexão tipo flange ou hub/clamp, vazada, que converte duas conexões dife- rentes. ADQR: Avaliação dinâmica e quantitativa de risco. ANC: Árvore de natal convencional. Conjunto de válvu- las, instalado em poços terrestres ou poços de plata- forma fixa, utilizado para controledos fluidos produzi- dos e/ou injetados e para fechamento do poço por mo- tivos operacionais, de manutenção ou segurança. Anular: espaço anular. Espaço no poço externo. A colu- na de tubo que normalmente está preenchido com flui- do de perfuração ou cimento. O espaço entre a coluna de trabalho e a parede do poço, ou entre revestimen- tos, ou entre a coluna de produção e o revestimento. BCS: Bombeio centrífugo submerso. Designação comu- mente empregada para se referir ao tipo de bombea- mento que consiste no método de elevação artificial de petróleo, onde a transferência de energia ao fluido do poço se dá por meio de uma eletrobomba centrífuga submersível. BIS: Barrier integrated set. BOP: Blowout preventer. BPV: Back pressure valve. Válvula de retenção que per- mite a injeção de fluidos no poço, mas impede o fluxo no sentido contrário, da formação para a superfície. Permite a substituição e o reparo dos equipamentos de superfície, operando como barreira mecânica de segu- rança para o poço. Válvula que tem como função com- bater a pressão. Tipo de tampão que pode ser assenta- do em um perfil (profile) adequado ou rosqueado. Nor- malmente usado para reentrada no poço. A caracterís- tica especial desta válvula é que ela permite a comu- nicação de fluido/pressão ao pressionar a barra de cima para baixo. Choke: Válvula que restringe o escoamento de retorno do poço para controle da pressão nas operações de controle de poço. Estrangulador de fluxo que controla a vazão de retorno de um poço fechado pelo BOP durante a circulação de um kick. Choke manifold: Conjunto de válvulas para direciona- mento dos fluidos e controle de pressão durante o kick. Conjunto de válvulas de bloqueio, válvulas de abertura regulável e linhas, posicionado na sonda e com pressão de trabalho compatível com o BOP. O choke manifold tem as funções de: controlar, restringir e direcionar fluxos de fluidos provenientes do poço com o BOP fechado. Conjunto de tubos, válvulas e chokes por onde os fluidos que retornam do poço fechado são controlados e diri- gidos para a superfície durante a circulação de um kick. 361 � Bolet im técn ico da Produção de Pet ró leo, R io de Jane i ro - vo lume 1, nº 2 , p. 341-367 � CSB: Conjunto solidário de barreiras. DER: Diagrama entidade-relacionamento. Diverter: Equipamento do sistema de segurança de poço usado para desviar o fluxo do poço sem fechá-lo. Sistema de baixa pressão para desvio do fluxo do inte- rior do poço, posicionado na sonda, e abaixo da mesa rotativa, que é composto por um elemento de selagem do espaço anular do poço, sistema de acionamento e, pelo menos, uma linha lateral de desvio. Esta linha é dotada de válvulas de bloqueio e desvia possíveis fluxos do poço para um local seguro, fora das instalações da sonda e sua extremidade está em contato com a pres- são atmosférica. O diverter consiste de válvula de gran- de porte, dotado de elemento vazado, que permite vedação em torno de diferentes tipos e diâmetros de ferramentas no seu interior, assim como vedação sem qualquer ferramenta. Flange: Tipo de conexão de alta pressão dotada de anel metálico de vedação utilizada na integração de partes do ESCP. FTA: Fault tree analysis. GC: Grafo de conjunto. Liner: Qualquer coluna de revestimento onde o topo desta é situado abaixo da superfície. LMRP: Lower marine riser package. Conjunto compos- to de conector hidráulico, BOP anulares e POD, posi- cionado na parte inferior da coluna de riser. Utilizada no meio técnico para designar o conjunto de elemen- tos do BOP submarino como POD, anular superior, etc., situados acima do BOP Stack. Complemento do BOP que, nos poços marítimos, se instala no fundo do mar sobre o BOP e que incorpora o preventor anular. Packer: Elemento vedante, vazado ou tamponado, uti- lizado em completação para isolar zonas com diferen- tes pressurizações. Também chamado obturador. QDRA: Quantitative and dynamic risk assessment. SCSSV: Surface controlled subsurface safety valve. Sonolog: Ferramenta acústica usada em sondas de terra ou de plataforma fixa para localizar o nível estáti- co de fluido no poço. Standing valve: Válvula de pé. Permite fluxo ascenden- te, assentamento de obturador hidráulico (packer), ve- rificação da estanqueidade da coluna de produção e é utilizada como barreira mecânica quando associada ao fluido de completação, evitando dano à formação. Standpipe manifold: Conjunto de válvulas na sonda que recebe e direciona fluxo da bomba de lama para a coluna de trabalho ou anular do poço. TCP: Tubing-conveyed perforation. Canhoneio descido com coluna. � ACCIOLY, R. M. 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Celso Kazuyuki Morooka � Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e-mail: morooka@dep.fem.unicamp.br Celso Kazuyuki Morooka Celso Kazuyuki Morooka é engenheiro na- val, formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) em 1981; Mestre em Engenharia Oceânica pela Yokohama National University em 1983 e Doutor em Engenharia Oceânica pela University of Tokyo em 1987. Atualmente, é professor titular do Departamento de En- genharia de Petróleo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). José Ricardo Pelaquim Mendes � Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e-mail: jricardo@dep.fem.unicamp.br José Ricardo Pelaquim Mendes formou-se físico pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 1995; Mestre em Engenharia de Petróleo pela Unicamp em 1998 e Doutor em Ciências e Engenharia de Petróleo, pela mesma universidade, em 2001. Atualmente, é professor do departamento de Engenharia de Petróleo na Unicamp. Ivan Rizzo Guilherme � Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e-mail: ivan@rc.unesp.br Ivan Rizzo Guilherme formou-se em Engenharia da Computação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em 1985; Mestre em En- genharia da Computação pela Universidade Estadual de Campinas (Uni- camp) em 1990 e Doutor em Engenharia da Computação também pela Unicamp em 1996. Atualmente, é professor na Universidade Estadual Paulista em Rio Claro. autores 365 � Bolet im técn ico da Produção de Pet ró leo, R io de Jane i ro - vo lume 1, nº 2 , p. 341-367 � expanded abst ract Oil field development plans invariably translate into huge investments in well construction. High risks are inherent to any well construction because of the uncer- tainties and unknowns in geological modeling and in rock and fluid properties. Although risks cannot be elim- inated, they can certainly be reduced by using an appro- priate safety approach during the design and planning phases. Besides this, when the system itself changes over time, as it does in well construction and maintenance processes, a dynamic safety analysis approach is suggest- ed. For example, as the drilling phases are performed, the well (system) becomes deeper and deeper. In the first phase, the well is drilled through surface layers not capa- ble of withstanding the higher fluid pressure of deeper layers, and could become unstable if surface casings are not run and cemented at the proper depth. Usage of the term "risk analysis" varies widely in the oil and gas industry. In most cases it denotes a prof- itability analysis characterizing each project in terms of its probability of reaching commercial production and hence revenue (Yu et al. 1990; Suslick and Furtado, 2001; Accioly and Chiyoshi, 2004; Divi, 2004; Ross, 2004; Schiozer et al. 2004; Suslick and Schiozer, 2004; Walls, 2004; Zabalza-Mezghani et al. 2004). Alternatively, it could mean any of the following: a fea- sibility analysis dealing with uncertainty in technical mat- ters (Ursin, 2000; Moos et al. 2003; Van der Poel and Jansen, 2004; Yeten et al. 2004a; Yeten et al. 2004b); a reliability analysis dealing with equipment and system availability issues(Tanaka, 1989; Sachon and Paté- Cornell, 2004); or a hazard and operability study dealing with operability of system like processing plant by humans (Schubert et al. 2002; Holand et al. 2004). No study covering the "safe job analysis" approach (Norwegian Technology Standards Institution, 1998) presented in this paper is available in the literature. This work proposes the use of quantitative and dynamic risk assessment (QDRA) to measure the safe- ty degree of each planned job for the entire well con- struction and its maintenance activities. It also extends the concept of "safety barrier" and proposes the new concept of "barriers integrated set (BIS)”, and its asso- ciated modeling technique that shows the relationship between barriers. Given a set of active barriers, the model can predict how many BISes are activated. A case study illustrates how this approach allows calculating the safety degree of an entire workover plan. Any intervention plan such as drilling, formation evaluation, completion, workover, suspension, or plug and abandonment plan can be used in this context. Using an example of job planning from an offshore well maintenance, the quantity of available BIS at each planned operation is computed. Finally, the paper shows computational prototypes based on the graph modeling technique, and the BIS calculation algorithm supporting the QDRA approach. The prototypes allow the well planner to model the barriers and BIS, calculate the safety degree for the entire well intervention without additional effort, ana- lyze the operational risks at any time during the well interventions, and know the risks associated with each intervention. quantitative and dynamic risk assessment (QDRA) Quantitative and dynamic risk assessment (QDRA) is an approach developed with the purpose of quantify- ing safety levels in the entire well construction and maintenance activities. The objective of the QDRA is to check whether the entire work environment is safe throughout the well construction and maintenance interventions. The QDRA approach is intended to be used in the planning stages of a well construction and mainte- nance activities, where the effects of hazards on job sequence are important unknowns. The main feature of this approach is to be expedient . It is based on the concepts of barrier, BIS, and mutual independence. The BIS quantification algorithm uses the sequence of planned operations as a guide for computing. It assesses the risk between two sequenced operations, � 366 � Uma metodolog ia para a ava l iação da segurança operac iona l em poços mar í t imos – Miura et a l . expanded abst ract among their components", or, "two barriers are mutu- ally independent if the elements that compose one bar- rier do not belong to the other one": Given n barriers B1, B2, …,Bn with their element sets Bi = {Ei1, Ei2, ..., Ein} then the barriers are said to be mutually independent if B1 _ B2 _ … _ Bn= {φ }. the problem of shortcuts "Shortcut" or “deviation” is defined as a junction that allows communication between independent paths, such as between the drillstring and the well, or between the well and the annulus. The proposed barrier definition does not prevent the undesirable top event (see fault tree analysis in Henley and Kumamoto, 1981) to happen through shortcuts among mapped paths, as shown in figure 2. safety barriers integrated set (BIS) The safety barriers integrated set (BIS) can be defined as a "set of one or more barriers with the aim of preventing the undesirable top event, considering all the possible paths between the system under study and the environment". A well BIS can be defined as a "set of one or more barriers with the aim of preventing unintentional fluid flow from a permeable interval (formation or pay zone) to the surface, considering all the possible paths", as shown in figure 3. The BIS quantifying algorithm The BIS Quantifying Algorithm comprises the fol- lowing steps: 1. establish the intervention plan with a sequence using standardized operations (as defined and exempli- fied in Miura, 2004); 2. define the intervention initial condition, i.e., map the status of all well barriers at the beginning of the inter- vention; i.e., it calculates the status of well BISes at the thresh- old between the end of an operation and the begin- ning of the subsequent operation. The initial conditions, i.e., the status of all barriers at the beginning of the intervention, should be given by the planner. From this initial status, one can derive BIS status of sequential operations by a calculation based on the impact of planned operations on the barriers. The impact of each operation on each barrier should be mapped at this stage. It is assumed that the degree of safety is directly related to the available amounts of BIS. The approach is called dynamic because it evaluates the well safety level for the entire plan, at the beginning of each planned operation, following each change in wellbore. This approach is fully suitable in practice, because the operations can be monitored in the field, and the operation inner risks can be quantified and mitigated on the basis of both the intervention plans and the daily bulletins. safety barrier We define safety barriers as "physical separations composed of one or more elements, capable of pre- venting or isolating an undesirable event along a spe- cific path between the system under study and the environment". Applying this barrier concept to a well, it could be defined as "a physical separation capable of preventing unintentional fluid flow from a permeable interval (for- mation or pay zone) to the surface through one specif- ic path". Another issue to address is the concept of mutual independence of barriers. Without this concept there is no way of identifying the barrier contour, and there- fore, barriers can neither be distinguished from one another nor be quantified. The formal definition of barrier independence can be stated in any of the following ways: "two barriers are mutually independent if there is no intersection 367 � Bolet im técn ico da Produção de Pet ró leo, R io de Jane i ro - vo lume 1, nº 2 , p. 341-367 � expanded abst ract 3. check barrier status changes after the accomplish- ment of each operation included in the sequence (step 1), using the operations versus barriers list; 4. calculate the amount of active independent BISes for each sequenced operation, using the BIS graphs; 5. check whether all sequenced operations exceed the safety threshold required by the acceptance criteria: a. correct the operation sequence where it fails the safety acceptance criteria, i.e., change the opera- tion sequence in such a way that safety acceptance criteria are satisfied. This can be done by inserting, before the critical operation which is failing the safety acceptance criteria, one or more operations that activate the necessary barriers. With this BIS quantifying algorithm, the QDRA approach is now complete.
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