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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Faculdade de Arquitetura e Urbanismo ESTRATÉGIAS FORMAIS: CONSIDERAÇÕES SOBRE LUGAR NO LANÇAMENTO DE PARTIDO Plano para uma «cidade contemporânea de três milhões de habitantes», apresentado por Corbusier em Novembro de 1922 no Salão de Paris. Fonte: FLC/VG Bild-Kunst, Bonn, 2007 Idéias sobre como deveria ser a cidade moderna: separação entre usos, altas densidades, grandes áreas livres, unidades de vizinhança, separação entre veículos e pedestres, etc. Fonte: LE CORBUSIER. La ciudad del futuro. Buenos Aires: Ediciones Infinito, 1971 Primeiras décadas do século XX: • Na cidade modernista, a razãorazão como valor prevalente. • Conceito de LUGAR ligado à idéia de funcionalidadefuncionalidade. █ RACIONALISMO • Havia um pensamento hegemônico de prevalência da prevalência da razão e da razão e da autonomia autonomia da obra de arte ou de arquitetura frente à realidade. C A S A S C H R O D E R ( 1 9 2 4 ) – R I E T V E L D █ RACIONALISMO 5 P O N T O S – L E C O R B U S I E R E S T U D O S C O M P O S I T I V O S – L E C O R B U S I E R • Havia um pensamento hegemônico de prevalência da prevalência da razão e da razão e da autonomia autonomia da obra de arte ou de arquitetura frente à realidade. █ RACIONALISMO • As 2 guerras deixaram rastros de destruição e desolação na Europa. • A cidade histcidade históóricarica, arrasada, passou a ser vista como um bem escasso. • Assim, a mentalidade geral passou a valorizar as questões humanas / questões humanas / subjetivassubjetivas. • Reapareceu a admiração pela realidade e pelo ser realidade e pelo ser humanohumano. • O pensamento hegemônico de prevalência da razão e da autonomia da obra de arte ou de arquitetura frente à realidade começa a perder forperder forççaa. CAPELA DE RONCHAMP (1950) – LE CORBUSIER █ CRÍTICA AO RACIONALISMO • Especialmente nos anos 40, a razãorazão passou a ser interpretada como mecanismo que empobreciaempobrecia e reduziareduzia a complexidade e a qualidade da realidade. █ CRÍTICA AO RACIONALISMO criticavam as características reducionistas do racionalismo. A modernidade, para esses autores, deveria reconhecer a razãorazão, mas também o valor da intuiintuiççãoão, da perceppercepççãoão, da experiência/vivênciaexperiência/vivência. █ CRÍTICA AO RACIONALISMO THEODOR ADORNO WALTER BENJAMIN MAURICE MERLEAU-PONTY utiliza o termo espaespaçço o antropolantropolóógicogico para caracterizar um espaço no qual fizesse parte a relação do homem com o ambiente, sua experiênciaexperiência e perceppercepççãoão das coisas ao redor. █ CRÍTICA AO RACIONALISMO MAURICE MERLEAU-PONTY foi o primeiro a dizer que a existência existência éé espacialespacial e e que que não se pode não se pode dissociar o homem do dissociar o homem do espaespaççoo. MARTIN HEIDEGGER Conceito que se refere aos esquemas mentais (“imagensimagens”) que o homem desenvolve quando interage com o ambiente. ESPAÇO EXISTENCIAL LUGAR Considera a experiência/percepção do ser humano ao vivenciar a arquitetura. █ ESPAÇO EXISTENCIAL NORBERG-SCHULZ ESPAÇO ABSTRATO • Idealizado, predomina o teórico. Baseia-se em medidas, posimedidas, posiçções, ões, relarelaçções geomões geoméétricastricas. É llóógico, cientgico, cientíífico, matemfico, matemááticotico. ESPAÇO EXISTENCIAL • Realista, predomina o empírico. Baseia-se na qualidade, valores simbsimbóólicos/histlicos/históóricosricos de elementos. Está relacionado ao corpo humano, através da perceppercepçção/experiênciaão/experiência do ambiente. LUGARLUGAR DOMINO (ANOS 10-20) – LE CORBUSIER GASTON BACHELARD escreveu sobre as relações do homem com as “imagens” (esquemas mentais) de sua casacasa, espaço integrador de. ►lembranças ►pensamentos ►sonhos. CASA MUURATSALO (1953) - AALTO CASA KAUFMANN (1935) - WRIGHT • É possível reconhecer nos textos dos anos 60 de VENTURI (Complexidade e contradição...) ROSSI (A arquitetura da cidade) a crítica à pureza do racionalismo, reclamando ►consideração à tradição, ►complexidade da realidade, ►compreensão da paisagem (construída ou não). █ CRÍTICA AO RACIONALISMO - tradição ►memória, história. - realidade ► sinais ou preexistências do ambiente natural ou construído. - compreensão da paisagem ► leitura dos códigos transmitidos. suscita a possibilidade de ESPAÇO EXISTENCIAL O homem sente-se que, social e culturalmente, pertencepertence àquele ambiente. • O espaço existencial do ser humano é influenciado pela estrutura estrutura do ambiente, mas seus pensamentos, desejos e pensamentos, desejos e necessidades necessidades fazem-no recriarrecriar esse ambiente. • É um processo de duas vias. MARTHA KOHEN & RUBÉN OTERO _ MONUMENTO AOS PRESOS DESAPARECIDOS (2002) _ Montevidéu █ ESPAÇO EXISTENCIAL O espaço arquitetônico se dá já ““terminadoterminado”” ao indivíduo. É criação de outro homem – o arquitetoarquiteto – que nele coloca seus próprios espaços existenciais. O homem envolve-se com a obra reconstruindoreconstruindo--a a intelectualmente.intelectualmente. RAFAEL MONEO _ CENTRO CULTURAL _ SAN SEBASTIÁN _ Espanha_1990 █ ESPAÇO ARQUITETÔNICO Espaço arquitetônico (materializado) concluconcluíídodo. Espaço existencial (psicológico) inconclusoinconcluso. KURSAAL Conceito possível _ relação com realidade de sentido universaluniversal: Ainda que se reconheça a condição fragmentada/cafragmentada/caóóticatica da realidade contemporânea, há o sentido de recompor o mundo a partir da compacidade/simplicidadecompacidade/simplicidade. RAFAEL MONEO _ CENTRO CULTURAL _ SAN SEBASTIÁN _ Espanha_1990 KURSAAL Conceito possível _ relação com realidade de sentido locallocal: Acidente geográfico, duas gigantescas rochas carochas caíídas das na desembocadura do rio, não pertencem à cidade, pertencem pertencem àà paisagempaisagem. RAFAEL MONEO _ CENTRO CULTURAL _ SAN SEBASTIÁN _ Espanha_1990 • A obra de arquitetura, mesmo buscando ser autônomaautônoma e autoauto--referencialreferencial, é capaz de considerar as forforçças do lugaras do lugar. KURSAAL Simultaneamente, porém, pertencem à cidade, pois amoldamamoldam--se ao tecido urbanose ao tecido urbano. • Contribuir para que as pessoas completem o completem o espaespaçço arquitetônico o arquitetônico com seus sentidos pessoais para torntornáá--lo lo espaespaçço existencialo existencial. • O indivíduo que a vivencia capta sua estrutura e insere suas referências pessoais. • Para que isso ocorra é necessário que o espaço projetado tenha carcarááter pter púúblicoblico. █ PAPEL DO ARQUITETO HISTÓRIA, TRADIÇÃO do lugar MEMÓRIA COLETIVA SINAIS, PREEXISTÊNCIAS do lugar ARQUITETURA SENTIDOS PESSOAIS arquiteto MEMÓRIA INDIVIDUAL arquiteto SENTIDOS PESSOAIS usuário MEMÓRIA INDIVIDUAL usuário • Com esse sentido de lugar, ALVAR AALTO (1898-76) desenvolveu uma arquitetura que, partindo do racionalismo racionalismo abstratoabstrato, buscava integração com o contextocontexto e estava relacionada, ffíísica e sica e psicologicamentepsicologicamente, com o homem. █ ALVAR AALTO Ilha com topografia acidentada, com cerca de 3000 habitantes.O projeto, sede da prefeitura, data dos anos 40 (1949-52). O programa consta: - salão da Câmara – escritórios/salas - biblioteca - residências - lojas █ SAYNATSALO_programa • Principais características do local de implantação: 1-Terreno inclinado, com muitas árvores. 2- Duas vias oblíquas que atravessam o sítio. 3- Casas ao longo de uma das vias, obedecendo a uma malha ortogonal, girada em relação à rua. █ SAYNATSALO_local • Propõe-se o edifício localizado na praça, nó de confluência das duas vias. █ LOCAL • Volume centróide, escavado no centro. • As coberturas inclinam-se para o interior da escavação. • Há forças externas incidindo na forma. Significado formal - Enfatiza o pátio interior - Sentido de comunidade - Necessidade de abertura para o exterior. VETOR EXTERNO VETOR EXTERNO █ SAYNATSALO_forma • O desnível para o sul concede um sentido preferencial para a forma. • A fachada sul adquire importância. • O pátio interior se eleva, para melhor adaptar os níveis do programa. VETOR EXTERNO FACHADA SUL VETOR EXTERNO PÁTIO INTERNO ELEVADO █ FORMA • Ocorre uma fratura na forma original. • Os vetores externos são tomados como causas da fratura. DEVIDO À SUTILEZA DA FRATURA, A IDÉIA DE PÁTIO CENTRAL PERMANECE. A CONFIGURAÇÃO FECHADA DO PÁTIO E A UNIDADE DO CONJUNTO PERMANECEM. █ FORMA • O programa se distribui considerando as relações com o lugar. • As escadas são elementos importantes nas relações interior do edifício e seu exterior. MORADIAS BIBLIOTECA SALAS COMERCIAIS ATIVIDADES CÍVICAS █ PROGRAMA • O volume da Câmara deverá ser o mais importante no conjunto - por seu significado. - por seu dimensionamento. █ FORMA • O volume da Câmara é o elemento principal do conjunto. • Daí a atitude de situá-lo na zona fraturada, próximo ao acesso principal. ACESSO PRINCIPAL LESTE ACESSO OESTE █ FORMA ACESSO PRINCIPAL A PARTIR DA PRAÇA EXTERNA COMÉRCIO BIBLIOTECA VOLUME DA CÂMARA PÁTIO INTERNO • A partir do acesso principal, surgem 2 fluxos circulares: um em torno dos espaços interiores da Câmara e outro em torno do pátio central. • Há harmonia e coerência nas relações entre os fluxos e a forma do edifício. █ FLUXOS ► FORMA - O fluxo ao redor do pátio central é contido pela parede externa oeste, que reage deformando-se. - As paredes do volume da Câmara assumem formalmente a força centrífuga do fluxo nesses espaços . █ FLUXOS ► FORMA - O fluxo ao redor do pátio central tem vazão pela fratura sudoeste. - Ao sair, a força do fluxo retira a ortogonalidade da face lateral de saída. - Os degraus deformados da escadaria revelam a proximidade com o entorno natural, orgânico. █ FLUXOS ► FORMA ACESSO OESTE Ao aproximar-se pela via, o usuário identifica, pela disposição das partes fraturadas, os acessos ao pátio central e às moradias. CÂMARA BLOCO DE MORADIAS • ACESSO OESTE o volume da Câmara, os planos e as linhas-de-força do conjunto induzem a experiência do espaço de determinada maneira. Hierarquizam a entrada da Câmara e para lá é dirigido o olhar do indivíduo. █ LINHAS-DE-FORÇA ► FORMA APROXIMAÇÃO PELO OESTE ACESSO PERGOLADO DA CÂMARA • ACESSO SUL Ao aproximar-se pela praça, a forma do painel-brise da Biblioteca direciona o usuário para o acesso principal da Câmara (oeste). █ LINHAS-DE-FORÇA ► FORMA ACESSO LESTE Ao aproximar-se pela praça, o usuário identifica, através das linhas-de-força, o acesso principal à Câmara. █ LINHAS-DE-FORÇA ► FORMA APROXIMAÇÃO PELO LESTE ACESSO PERGOLADO DA CÂMARA E PÁTIO INTERNO DO CONJUNTO • O partido do edifício representa a vida da vida da comunidade comunidade e sua relarelaçção com o lugarão com o lugar. • As formas projetadas estão distribuídas para orientar o observadororientar o observador. • As formas propostas consideram a reareaçção ão emocional emocional do observador. • O conjunto inspira monumentalidade, monumentalidade, privacidade, privacidade, permanência, sossego permanência, sossego e vitalidadevitalidade. • Os materiais (tijolo-a- vista e madeira, comuns na Finlândia) revelam referência referência cultural.cultural. █ SAYNATSALO Conforme análise de Geoffrey Baker BIBLIOGRAFIA • BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. S. Paulo: M. Fontes, 1998. • BAKER, Geoffrey. Análisis de la forma. Barcelona: G. Gili, 1998. • BENJAMIN, Walter. A modernidade e os modernos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975. • CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. • CERTEAU, Michel de, GIARD, Luce. Morar. In: CERTEAU, Michel de, GIARD, Luce, MAYOL, Pierre. A invenção do cotidiano: 2. Morar, cozinhar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. • HERTZBERGER, Herman. Lições de arquitetura. S.Paulo: Martins Fontes, 1996. • MONTANER, Josep Maria. As formas do século XX. Barcelona: G. Gili, 2002. • MONTANER, Josep Maria. A modernidade superada. Barcelona: G. Gili, 2001. • NORBERG-SCHULZ, Christian. Existência, espacio y arquitectura. Barcelona: Blume, 1975. • REED, Peter. Alvar Aalto 1898-1976. Electa: Milão, 1999. • WESTON, Richard. Alvar Aalto. Phaidon: Londres, 1999. Arquivo Prof. Renato Menegotto – Aulas/FAU/TCC/Saynatsalo - abril/2011.
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