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Salvador 2021 Rafael Câmara O CONTEXTO CULTURAL E TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS FACULDADE DE ARQUITETURA Aula 6 MODERNO PÓS-MODERNO DESCONSTRUÇÃO CONTEMPORÂNEO Abstrato formal Compositivo Tempo como período Simbólico Valoriza a imagem Ênfase na mensagem Abstrato formal Operativo Tempo contínuo Emocional, busca dialogar com o corpo, acentuar experiências Valorização da superfície • A corrente da desconstrução surge no final do século XX. Esta corrente também se interroga sobre o significado da arquitetura, bem como estruturalismo e o pós-estruturalismo. • Surgiu com o conceito filosófico da crítica literária de Jacques Derrida a partir de 1960. Derrida na sua obra “De la grammatologie“, publicada em 1967, propõe um pensamento mais aberto para novos conceitos e limites, criando na dimensão humana um novo desenvolvimento do pensamento. • Esta manifestação do pensamento filosófico desconstrutivista na arquitetura foi denominada de “Arquitetura Desconstrutivista”. Esta denominação provém da associação do conceito de construtivismo com o conceito de desconstrução e foi criado para definir a exposição do MoMa de 1988, em Nova Iorque por Philip Johnson e Mark Wigley. 3 Desconstrutivismo Download https://assets.moma.org/documents/moma_catalogue_1813_300062863.pdf?_ga=2.228375711.36390765.1602009518-734605373.1602009518 • Nesta exibiram-se obras arquitetônicas de Daniel Libskind, Zaha Hadid, Bernard Tschumi, Frank Gehry, entre outros. Nos trabalhos destes arquitetos dava-se ênfase à forma e à sua transformação. • Como veremos, estes arquitetos aplicavam nas suas obras a abstração formal do construtivismo russo, e associavam-se à filosofia da desconstrução através do desenho fragmentado (Dorfman, 2009). • Em suma, o estruturalismo, o pós-estruturalismo e a desconstrução ajudaram a caracterizar a arquitetura do pós- modernismo. • A reflexão teórica da arquitetura pós-moderna baseia-se nestas correntes filosóficas para se diferenciar das teorias que defendiam os modernistas. 4 Desconstrutivismo •Apropria-se da sintaxe e da valorização do conceito, mas enfatiza o caráter narrativo, em lugar do caráter processual da obra como elemento gerador do projeto, sem o qual a obra perde absolutamente seu sentido. •O caráter narrativo se relaciona ao contexto, emerge de sua singularidade a partir de uma interpretação abstrata, lógica anti-representativa •Grupo alinhado ao discurso de Peter Eisenman originado no debate ocorrido no Institute for Architecture and Urban Studies (IAUS) e difundido nas publicações de sua revista, Oppositions. •Essa vertente ganha força a partir da exposição Arquitetura Desconstrutivista (1988), organizada por Philip Johnson e Mark Wigley que deu origem pelo qual essa vertente se tornou conhecida. 5 Desconstrução - movimento O racional é impossível... O real não é racional. Michel Serres Ficção A proposição de uma arquitetura dissociada de qualquer relação com o pensamento clássico ocidental, abordada como uma ficção, que não é indiferente a percepção do mundo, mas não se propõe a representá-la. Complexidade Formal Uma espacialidade que se recusa a se manter estável, que encena uma visão de mundo na constituição do espaço, um mundo que não pode ser posto em perspectiva porque não é relativo ou representativo, mas inconstante. X Toma como referência as obras suprematistas, especialmente o uso de ângulos não- ortogonais, a ideia de espaço que aborda o movimento Desconstrução - ideias • Caos: parte da premissa de uma complexidade extrema com alto grau de desordem de fragmentos • Ideia de imprevisibilidade dos sistemas: qualquer alteração pode provocar alterações em toda a estrutura do sistema, ou mutações • Extrapola a capacidade do cérebro de estabelecer ordens e interpretações continuamente, colapso. • Valorização da indeterminação e da relatividade • Processos computadorizados TEORIAS DO CAOS CONTRIBUIÇÃO A expansão do campo do edifício, assim como na escultura Edifício e a sua forma se relacionam com a paisagem, dinâmicas do espaço urbano e natural ideia de expansão do objeto a partir de relações: dissolução de limites, uso coordenadas externas mescla da materialidade física com abstrações. TEORIA DA DOBRA DELEUZE E GUATARI CAMPO AMPLIADO ANTHONY VIDLER Ideia de uma matéria contínua Geometria infinita da dobra, o mundo como um imenso origami O objeto faz parte de um processo contínuo por variação Anti-funcionalismo Continuidade Na espacialidade, na configuração da forma, não há separação entre elementos ou função definida. Dissolução de dualidades, arquitetura como um meio. Sede da Corporação Nunotani, 1990, Peter Eisenman Denver Art Museum. Colorado, 2006. Daniel Libeskind Desconstrução formas ▪ Trabalho de muitos arquitetos pós-modernistas consiste em desconstrução; ▪ Para muitos: pós-modernismo = historicismo abstrato, redutivismo impossível de sustentar; ▪ Pós-modernistas questionavam o anti-historicismo, conjunto de formulações da poética maquinista: simbolização, internacionalismo, determinismo racional ou funcional, extrema objetividade; ▪ Já a arquitetura desconstrutivista está ligada com o conceito de desconstrução (Jacques Derrida); ▪ Desconstrução nos edifícios se apresenta principalmente no plano material. ▪ Desarticulação entre os elementos construtivos; deformados, desobedecendo a lógica tradicional; Pós-modernismos x Desconstrução G o rd o n W u H a ll. N o v a J e rs e y. V e n tu ri L e w is T h o m a s L a b F o r M o le c u la r B io lo g y. P ri n c e to n V e n tu ri e B ro w n ▪ Algo que pode ser acrescentado a um objeto já completo; ou ▪ Uma adição necessária que supre alguma falta, e torna-se parte do todo. ▪ Ideais para a desconstrução, pois pode-se inverter a relação de dominância entre o objeto “principal” e o suplemento, criando-se uma nova interpretação do objeto. ▪ Surge como oposição ao “vazio estéril” da arquitetura moderna. ▪ Aqui, o elemento decorativo, suplementar e portanto “inútil”, rouba a cena. Inversão da relação de dominância. A poética da suplementaridade Memorial Benjamin Franklin Filadélfia. Venturi e Brown Situado onde Benjamin Franklin construiu sua casa, é um dos raros casos da arquitetura novecentista inspirada em surrealismo. Enfrenta a questão da memória com uma estrutura fantasma. ▪Ausência x Presença; ▪Fala x Escrita; •A fala é tida como mais importante, pois implica a presença do autor. A escrita sofre com o risco das ideias expostas serem pervertidas. ▪Se torna mais evidente em restauro. A metafísica da presença •O conceito da desconstrução desenvolvido por Derrida foi um dos conceitos filosóficos mais importantes em filosofia. Este conceito por ser “revolucionário” levou a que muitos estudiosos desenvolvessem obras literárias que exploram a desconstrução (Dorfman, 2009). 13 Jaques Derrida •Uma das obras publicadas, sobre o conceito de desconstrutivismo de Derrida, é o livro “Derrida e depois” redigido pelo filósofo, pensador e professor da Universidade do Texas, Robert Mugerauer. Mugerauer (2009) defende que Derrida segue o pensamento de Nietzsche propondo uma desvalorização da concepção da verdade. •Ainda na perspectiva do autor, Derrida defende que a cultura ocidental do século XX estava apoiada em falsas premissas, defendidas como verdades absolutas. Estas verdades têm como objetivo proporcionar conforto e segurança à sociedade ocidental. •Para despojar as verdades absolutas que justificavam o logocentrismo criou-se uma estratégia de pensamento intitulada de desconstrução. 14 Jaques Derrida •A desconstrução, como estratégia, tem como características contrapor todas as teorias e criticas, e de poder contestar todos os pensamentos. Neste sentido, de acordo com o pensamento desconstrutivista de Derrida, a verdadedepende da opinião de cada um. • Seguindo ainda a perspectiva explorada na obra de Mugerauer (2009), Derrida aplica a desconstrução na análise de obras literárias de Platão, de Descartes e em diversas teorias - como a Teoria da Razão e Teoria da Linguística. A análise baseada no seu pensamento desconstrutivista proporcionou a descoberta de aberturas, oposições, ou hiatos nas reflexões filosóficas revelando partes destas que não eram tão obviamente perceptíveis ou suscetíveis de interpretação por parte do leitor, que estavam escondidos nas entrelinhas. 15 Jaques Derrida ▪ Descontruir um texto ou um conceito é extrair suas lógicas conflitantes, objetivando mostrar que este nunca significa exatamente o que diz, ou que diz tudo que significa. ▪ Demonstrar instabilidade das relações entre os termos – nova leitura; ▪ Estabelecimento de pares binários de oposição (forma x conteúdo; teoria x prática; natureza x cultura; pensamento x percepção; etc); ▪ Um dos termos é sempre privilegiado, sendo necessário estudar a possibilidade de inversão na hierarquia. No entanto, com isso apenas se inverte o sentido. Necessidade de visão fora do sistema; Descontrutivismo segundo derrida ▪ A arquitetura tal qual um texto pode ser desconstruída, tanto em seus elementos, como em seus conceitos estruturantes, que formam os pares binários de Derrida: ▪ Forma e Função; Estrutura e Ornamento; Abstração e Figuração; etc. ▪ Arquitetura desconstrutivista, assim como a pós-moderna, integram-se em um projeto de desconstrução; •FORMA E FUNÇÃO ▪ Binário que mais se encaixa na análise desconstrutivista de Derrida; ▪ Na arquitetura, tem-se que a função domina sobre a forma, pois nenhum edifício é construído sem que haja uma função para ele; Descontrutivismo na arquitetura ▪ No entanto, um dos elementos arquitetônicos como um todo é deixado em paz: a parede. ▪ Apesar de tudo ser atacado, desarticulado, retorcido e desmontado, as PAREDES, inclinadas, recortadas, fora de prumo, fora de seu contexto, mantêm o purismo modernista. •DESCONSTRUÇÃO SEGUNDO DERRIDA ▪ Três maneiras de se ver a Desconstrução originalmente: ▪ Estratégia para lidar com a filosofia; ▪ Estratégia política e intelectual; ▪ Modo de leitura, visando à análise crítica das artes. Descontrutivismo ▪ Lema arquitetônico: “Forma segue a função”. ▪ A função é hierarquicamente mais importante na obra de diversos arquitetos, entre eles: Frank Lloyd Wright, Gropius, Neutra, etc; ▪ No entanto, alguns arquitetos propuseram a inversão de prioridade desse par, sendo o primeiro passo para a desconstrução; ▪ Em obras emblemáticas como Villa Savoye e a Catedral de Brasília, a forma foi posta como fundamento principal; ▪ Mas ainda não é considerado a desconstrução. Para isso é necessário o segundo passo: o deslocamento. Forma e função ▪ Robert venturi é pioneiro em dizer: “permitir que forma e função caminhem separadamente permite que a função seja realmente funcional – o que não poderia ser, ironicamente, quando a forma seguia a função, nos velhos tempos modernos, e tinha obrigação de aparecer bem e funcionar bem”. ▪ Quebra das ligações entre forma e função, no lugar da simples inversão do par; ▪ Venturi aceita a ruptura com as atitudes idealistas, racionalistas e sublimantes, características do movimento moderno; ▪ Essa ruptura expressa na necessidade de conjugação de forma, função e estrutura; Forma e função 21 M.o.M.A. •O conceito de “arquitetura desconstrutivista” surgiu pela primeira vez, em 1988, associado a uma exposição de arquitetura realizada no Museum of Modern Art (M.o.M.A.), em Nova Iorque. Nesta exposição, da diretoria de Marc Wigley e Philip Johnson, foram expostas diversas obras realizadas por vários arquitetos de diferentes nacionalidades. Os trabalhos selecionados caracterizavam-se por destacarem traços de vitalidade e originalidade, influenciados pela arquitetura dos anos 80. 22 M.o.M.A.: primeira interpretação do conceito de desconstrução Casa Gehry (1978), O. Gehry City Edge (1987), Daniel Libeskind Lawyer office (1985), C. Himmelblau •Ao contrário da exposição internacional de arquitetura de 1932 (Modern Architects) realizada por Philips Johnson, a exposição a Nova Iorque pretendeu demonstrar uma arquitetura que não obedecia a nenhuma regra, nem propunha nenhum estilo inovador baseando-se antes numa nova doutrina. Esta exposição tinha como objetivo último apresentar a estética destas obras e a forma como a estética se formalizava. 23 M.o.M.A.: primeira interpretação do conceito de desconstrução The Peak. (1982), Zaha Hadid Biocentrum (1987), Peter Eisenman •Deste modo, para Johnson (1988) a arquitetura apresentada naquela exposição – definida como arquitetura desconstrutivista - não surgiu da sua concepção, como qualquer pensamento, mas da analogia morfológica com o construtivismo russo. •O construtivismo russo caracteriza-se como um movimento artístico-político que emergiu na Rússia no início do século XX, e que está diretamente relacionado com as conquistas sociais da classe trabalhadora e com a industrialização. 24 •As obras arquitetônicas expostas no M.o.M.A. utilizam a configuração geométrica desenvolvida nas obras dos vanguardistas do construtivismo russo, em manifesto contra os pensamentos modernos vigentes à época. •No seu processo criativo os arquitetos aplicavam as suas estruturas, o objetivo de desestabilizar a tradição formal dos modernistas. 25 •As obras desconstrutivistas não tentam relembrar o passado, nem de projetar o futuro, tentam ativar facetas desconhecidas dentro das teorias já existentes. •Focando em vários conceitos básicos, como o conceito de parede, sendo esta transformada e torturada, perdendo a função de delimitar o interior do exterior. •Outro conceito que perde a sua vulgar significância é o conceito de janela. A janela passa a ser uma forma regular que atravesse uma parede sólida. •Estas obras alterando os conceitos básicos da arquitetura não procuram criar um novo estilo, como pretendia o movimento moderno, procura antes aproveitar-se das falhas (fraquezas) dos outros movimento e reinventá-los, tornando-os mais fortes e aplicáveis. 26 •O desconstrutivismo coloca-se numa posição crítica relativamente aos outros movimentos, não com finalidade de os refutar mas desenvolvendo uma reflexão em torno deles. •Questionam os formas puras utilizadas pelos movimentes anterior, deslocando suas estruturas ate ao limite produzindo novas sensações. 27 •A arquitetura desconstrutivista tem a preocupação de anular os limites inconscientes que existem nas formas tradicionais, e de dar liberdade aos arquitetos para que se possam exprimir de maneiras distintas ao dilema que estas formas clássicas apresentam. Procuram através da tortura da formas clássicas criar: “ (…) uma arquitetura sinuosa, uma arquitetura escorregadia, que desliza descontroladamente do familiar para o desconhecido, até a estranha tomada de consciência de sua própria natureza estranha, uma arquitetura, finalmente, que se distorce a si mesma para revelar-se de novo.” (Wigley,1988, p. 20) 28 29 Parc de la Villette •O melhor exemplo arquitetônico que tenta materializar o pensamento desconstrutivista é o parque do Parc de la Villette em Paris, e projetado por Bernad Tschumi. •Para a idealização e projeção deste parque, Tshumi convidou o filósofo Jacques Derrida e o arquiteto Peter Eisenman dando-se a materialização da união entre a filosofia desconstrutivista e a arquitetura. •A colaboração de Derrida e Eisenman foi posteriormente documentada do na obra Chora L Works, 1985, na qual o filósofo e o arquiteto tentam representar espacialmente as ideias que Derrida desenvolveu no livro. 30 Parc de la Villette •Neste sentido, na projeção do parque, Tschumi tentou desconstruir a convenções tradicionais, principalmente aquelas que foram desenvolvidas pelos arquitetos modernos. • Especificamente,Tschumni negou o conceito de tábula rasa defendido pelos modernos, que consiste em começar do zero. •Recuperou e redimensionou elementos de matadouro que existia à priori, naquele local, para lhe atribuir um novo significad. •A ideia subjacente ao projeto do parque era a interrelação entre todas as manifestações culturais – interdisciplinaridade - possibilitando que todas as áreas culturais se influenciassem reciprocamente no mesmo espaço físico. 31 •Deste modo, Tschumni recorreu a retórica da desconstrução para elaborar um processo de três etapas na elaboração do Parc de la Villete: • “O crossprogramming constitui um deslocamento tipológico, ou seja, o uso intencional de uma tipologia, arquitetônica consagrada para abrigar uma atividade distinta. •O transprogramming e a combinação ou justaposição de dois programas inicialmente incompatíveis, mantendo as características de suas configuração tipológica. •E o disprograming e a contaminação entre as configurações formais dos dois programas distintos” (Dorfman,2009, p. 173). 32 •O processo que Tschumi elaborou permitiu que a forma pudesse abrigar alternadamente ao longo do tempo numa tipologia diferente, sendo o espaço adaptável às necessidades da sociedade. A título de exemplo o espaço da biblioteca projetado pelo arquiteto pode ser adaptado em piscina, em igreja e em bar. •A estratégia foi a aplicação de um grid, com característica de não ter hierarquias nem limites, este grid é composto por uma série de instalações colocadas pontualmente pelo parque. Estas instalações intituladas de folies são utilizadas para abrigar um programa de necessidade especifico, mas que na sua maioria são instalações lúdicas (Dorfman, 2009). 33 •As folies segundo Derrida contribuem para uma oposição ao conceito de construção de elementos fixos. As folies foram colocadas na implantação como pontos de intensidade de no modo a criar um grid. •As Folies têm a função de, para além de abrigo, criar pontos de referência, a diferença dos seus espaços intermediários permitem criar espaços de transferência, relação, articulação entre os múltiplos espaços. •Assim Tschumi através da construção de Folies sem hierarquias nem valores pré-estabelecidos tenta representar a materialização da desconstrução (Dorfman, 2009). 34 37 38 Daniel Libeskind Em 1989, ele se muda para Berlim, um ano importante em sua vida, no qual vence um concurso para expandir o Museu Judaico de Berlim. Esse fato marca a transição na carreira do arquiteto. A arquitetura desconstrutivista pauta-se em um novo caminhar, amparada por novas tecnologias, e empenhada para encontrar a essência do ambíguo, despertando os sentidos. É a arquitetura do contraste, causadora e despertadora de sentimentos e sensações, tocando o emocional do ser, sendo cada qual com afeto diferente; (EISENMANN, 2011). 39 Daniel Libeskind, 1946, blob:https://embed.ted.com/f6419da2-1998-4d72- aedd-90017505c95f blob:https://embed.ted.com/f6419da2-1998-4d72-aedd-90017505c95f Museu Judaico de Berlim • Inaugurado em 2001, o Museu Judaico de Berlim foi o primeiro projeto criado pelo polonês. Conectando a arquitetura com o tema de museu, esse edifício cheio de simbolismo é uma obra de arte da arquitetura contemporânea. •Dividido em dois edifícios: o “Prédio Velho”, e o “Novo Prédio”, construído por Libeskind, o museu apresenta um design em ziguezague, o que sugere uma associação entre a vida dos judeus na Alemanha. •A proposta do arquiteto exprime uma grande força conceitual, que pode ser lida de várias maneiras. 42 Museu Judaico de Berlim •A fachada, por sua vez, é inteiramente coberta por chapas de zinco, que mudará de cor com o decorrer do tempo com a oxidação da liga de titânio e zinco em função da exposição ao clima, ressaltando e evidenciando as “cicatrizes” em sua fachada. •Fendas, cortes, cicatrizes, e todas as aberturas, rompem completamente com qualquer sistema de composição, seja ele moderno ou tradicional. São resultado da superposição de duas diferentes “peles”. Primeiro, a funcional, para a qual o arquiteto projetou esquadrias comuns. A segunda pele diz respeito a formal, onde Libeskind desenhou linhas sobre o mapa da cidade de Berlim, cruzando endereços, reais ou imaginários, de figuras emblemáticas para o judaísmo alemão. 43 •O “Eixo da Continuidade”, diz respeito à continuidade da presença dos judeus em Berlim e conduz do primeiro ao terceiro pavimento, onde se alcança os andares de exposição, onde nesse espaço, Libeskind tentou demonstrar o esforço, a dificuldade de qualquer pessoa permanecer no caminho até encontrar a luz do dia. •Prosseguindo pelo primeiro eixo, surge uma bifurcação com o Eixo do Exilio, cujas paredes são levemente inclinadas e o piso é irregular. A luz do dia, é visível no fim desse mesmo corredor, que, estreitando-se conduz ao Jardim externo do Museu, representando o exilio e a imigração dos judeus da Alemanha. 44 •O Eixo do Holocausto corta os dois anteriores levando até a Torre do Holocausto que está fora do edifício principal, só é acessível pelo eixo subterrâneo, lançando o visitante em uma espécie de cemitério cujo acesso é escondido. É um espaço de experiência e reflexão individual, uma área de memória na qual o vazio e a nudez representam as vítimas do genocídio alemão. 45 •A arquitetura é como um texto que está constantemente sendo reinterpretado, às vezes perceptivelmente, às vezes muito erradamente, às vezes inteligentemente. Em cada caso, as pessoas acham que esse prédio está contando uma história, mas não uma história unidimensional, terminando num ponto final. Daniel Libeskind. MUSEU JUDAICO DE BERLIM Daniel Libeskind 47 Royal Ontario Museum Crystal •Construído em 1912, o Royal Ontario Museum Crystal é o principal centro canadense dedicado à história natural e à cultura. Esse projeto do arquiteto polonês apresenta um volume de vidro e metal recortado, por isso tem o apelido de Crystal. • Inaugurado em 2007, o museu foi feito com 25% de superfícies de vidro e 75% de estruturas de alumínio, o que dá ao edifício uma estética futurista em seu exterior. Por dentro, suas galerias funcionam como um labirinto, com janelas em forma de polígonos irregulares, ângulos agudos e passarelas flutuantes. 50 Royal Ontario Museum Crystal 54 Dresden’s Military History Museum, Alemanha •Ficam claras as intenções projetuais e sua relação com a Gestalt, quando propõe segregação da intervenção (2) sobre o edifício original (1), que além do contraste de materiais e texturas, rompe com a simetria neo-clássica pela perfuração da estrutura contemporânea. •Além disso, existe simplicidade e clareza na intervenção, pois se utiliza da forma de um triângulo com evidente perpendicularidade entre o recorte da estrutura na fachada e o triangulo equilátero que organiza o centro do edifício. [ 56 Dresden’s Military History Museum •A intervenção desequilibra o todo, convidando o observador a refletir sobre a necessidade de romper com o passado sem negá-lo e escondê- lo, mas refletir sobre, interferir e apontar para o futuro. •Nessa senda, tanto o arquiteto, quanto a obra chamam a atenção pelo discurso engajado em um ideal e por suas formas e texturas que tornam o exemplar arquitetônico mais do que um prédio, mas uma arquitetura ressonante, capaz de contar uma história através das estratégias projetuais. Deste modo, tornar-se- ão, arquiteto e obra, objeto da análise de estudo de caso para dar seguimento à pesquisa. Dresden’s Military History Museum studio libeskind Alemanha https://vimeo.com/75919832 https://vimeo.com/75919832 Expo Milão 2015: Pavilhão de Vanke •O conceito para o Pavilhão Vanke incorpora três ideias provenientes da cultura chinesa relacionada à alimentação: a shi-tang, uma sala de jantar tradicional chinesa; a paisagem,o elemento essencial para a vida; e o dragão, que está metaforicamente relacionado à agricultura e ao sustento. •O conceito por trás do projeto era incorporar muitos aspectos da vida chinesa. O pavilhão é uma estrutura dinâmica que representa o crescimento e a resistência do povo chinês. É uma fusão completa de espaço interno e externo, o que permite um encontro inesperado entre o pavilhão e o espaço público que o envolve. Vanke Pavilion Tirar o foco do objeto para ver que o traço persiste como uma sombra alongada do lugar (LIBESKIND, 2000, P. 147). •A espacialidade ultrapassa as configurações geométricas clássicas, não há elementos compondo o espaço, mas a manipulação do volume em si a partir de matrizes geradas por elementos externos como o lugar ou a sua história. MIS/RJ, Daniel Libeskind, 2009. 69 Frank Gehry • Frank Owen Gehry, nascido Ephraim Owen Goldberg (Toronto, 28 de fevereiro de 1929), é um arquiteto canadense com nacionalidade estadunidense. É o ganhador do Prémio Pritzker de 1989, com o projeto do Walt Disney Concert Hall em Los Angeles, Estados Unidos da América. 70 Frank Gehry • A obra de Gehry nos primeiros 20 anos de seu escritório (1962-1982) pode ser dividida em três grandes fases. Primeiramente, até 1975; depois, entre 1976 e 1980 e, finalmente, entre 1981 e 1982, ano de uma importante virada na forma de entender o projeto e de projetar também, consequência das mudanças ensejadas pelas propostas para a casa de hóspedes da família Winton (WAYZETA, 1982-1987)7 . • No intento de explicar a gênesis poética do próprio processo de projeto, os procedimentos de abertura e exposição das entranhas e estrutura (literalmente) do objeto arquitetônico culminariam decisivamente no projeto de reforma e transformação da casa do arquiteto em Santa Mônica (1977- 78). • O singelo bangalô rosa dos anos 1920 torna-se o campo de experimentação mais bem-sucedido da mudança de atitude com respeito à arquitetura (e ao projeto) encarnada por Frank Gehry até aquele momento. 71 Frank Gehry Casa Gehry • A casa existente foi mantida quase intacta, e uma nova foi construída sobre ela. O projeto ocupa três lados da casa existente, estendendo a casa até a rua. O interior passou por uma série de mudanças em seus dois níveis. Em alguns lugares, as paredes foram descascadas a fim de revelar a trama construtiva, expondo barrotes de madeira e pregos. • “Tive a ideia de construir a nova casa ao redor da antiga. Nos disseram que haviam fantasmas na casa… Eu decidi que eram fantasmas do Cubismo. As janelas… eu queria fazer como se estivessem rastejando para fora dessa coisa. À noite, por causa do vidro inclinado a luz se espelha… Então, quando você está sentado nessa mesa, você vê todos esses carros passando, você vê a lua no lugar errado… a lua está ali, mas se reflete aqui… e você pensa que está lá em cima, e você não sabe onde diabos você está…” • – Frank Gehry. CASA GEHRY Frank Gehry 74 75 Museu Guggenhein Bilbao • Sua construção se iniciou em 1992, sendo concluído cinco anos mais tarde. Duas equipes, uma em Bilbau e outra em Los Angeles, trabalharam conjuntamente na elaboração do projeto, que só foi possível graças ao uso de um software CAD nos cálculos estruturais. Alguns especialistas questionavam a possibilidade de execução da obra, por causa de suas formas complexas. • Externamente, o museu é coberto por superfícies de titânio curvadas em vários pontos, que lembram escamas de um peixe, mostrando a influência das formas orgânicas presentes em muitos trabalhos de Gehry. Do átrio central, que tem 50 metros de altura e lembra uma flor cheia de curvas, partem passarelas para os três níveis de galerias. Visto do rio, o edifício parece ter a forma de um barco, homenageando a cidade portuária de Bilbao que teve bons anos de festa marítima. MUSEU GUGGENHEIM BILBAO, 1997. 78 80 Casa dançante, Praga •A Casa Dançante é um prédio de escritórios no centro de Praga, na República Checa, em uma área ribeirinha vazia na qual havia um prédio que foi destruído durante o Bombardeio de Praga, em 1945. A construção iniciou em 1994 e terminou em 1996. •Originalmente chamada Fred e Ginger (Fred Astaire e Ginger Rogers - a casa lembra vagamente um par de dançarinos) a casa se situa entre os prédios neobarroco, neogótico e art nouveau pelos quais Praga é famosa. 84 85 Hotel Marqués de Riscal • Tudo é envolto em cachoeiras de titânio coloridas em rosa, ouro e prata. Na luz do dia, as curvas refletem os tons avermelhados do vinho tinto, malha de ouro e prata da tampa da garrafa de vinho Marqués de Riscal. • As fachadas de pedra e janelas de madeira contrastam com edifícios do século XIX tradicionais. 87 Hotel Marqués de Riscal 88 disney concert hall archdaily 91 92 93 94 Fundação Louis Vuitton •O edifício construído à beira de um jardim d'água, criado especialmente para o projeto, compreende um conjunto de blocos brancos (conhecidos como "os icebergs") vestidos de painéis de concreto reforçado com fibras, cercado por doze imensas "velas" de vidro, apoiadas por vigas de madeira. As velas dão ao projeto a sua transparência e sentido de movimento, permitindo que a construção retrate a água, bosques e jardim, e que mude continuamente com a luz. 96 Fundação Louis Vuitton 97 98 99 100 101 102 R EF ER ÊN C IA S • BASTOS, Maria Alice Junqueira; ZEIN, Ruth Verde. Brasil: arquiteturas após 1950. São Paulo, Perspectiva, 2010. • CURTIS, Willian J. R. 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ATIVIDADE EXTRACLASSE No 1 Ler os artigos: Do conceito à forma: as estratégias do arquiteto daniel libeskind para o projeto do museu militar de dresden Daniel libeskind e o museu judaico de berlim Frank gehry: da construção da desconstrução à fragmentação, 1975-1985 No fio da navalha o escultural da arquitectura e o arquitectural da escultura Arquitectura desconstrutivista aplicação a um projecto prático https://drive.google.com/file/d/1Jj1sNot7hB6SgFBisAXQ8OUGSa1vXMuN/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1UNoLh8A-B-CAQdkvDYh6aZ-Xv68R-c9W/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1_COPX6BXckFlFctrKMhY57zmc4B56GRj/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1R3l7SIzK25ngKnGkpLFL7BYEBVk1FnNL/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1_pAhlVGbIE4rjGJ5tHAewhIidwSycDUj/view?usp=sharing •Acesse o edital MATERIAL DE ESTUDO https://unifacs.blackboard.com/bbcswebdav/pid-14581655-dt-content-rid-112739812_1/courses/20202.3000067801.3000377342.0.03/EDITAL_THAUC_Rafael_2020.pdf
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