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GABARITO AP1 TEORIA 2 1 2016

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Fundação CECIERJ/ UFF 
Graduação em Letras 
 
Disciplina: Teoria da Literatura II 
Coordenadora: Profa. Diana Klinger 
Primeiro Semestre/ 2016 
 
AP1 
 
1-Desenvolva a caracterização de Kant do juízo estético como desinteressado e 
livre, isto é, sua concepção do belo e a separação entre sensibilidade e razão. 
 
Kant considera que o belo não se confunde com o bem, isto é, ele é “desinteressado e 
livre”. Nesse sentido, se separam a sensibilidade e a razão, que visa ao bem. Do lado do 
bem está a lei moral, o bem é considerado como universal. Pelo contrário, a 
contemplação estética é “desinteressada”: a arte, que visa ao belo, não tem um fim fora 
de si mesma. Para Kant, o belo é independente e não pode visar a objetivos exteriores a 
si mesmo, não pode estar a serviço de interesses morais. Para Kant, a faculdade onde 
reside o gosto não se inscreve no universo do conhecimento da razão. E, ainda que seja 
subjetivo, é universal por afetar a todos os sujeitos humanos. Universalidade paradoxal, 
pois não é baseada no conhecimento. Assim, a estética se separa da moral e do 
conhecimento racional. Dessa forma, Kant se afasta das poéticas clássicas, especialmente 
a de Horácio, que considera que o belo, o útil e o agradável têm que ir juntos. 
 
2- Comente os seguintes fragmentos de Schlegel sobre a poesia romântica (do 
livro O dialeto dos fragmentos) e a partir deles desenvolva reflexões em torno de: 
1) o romantismo alemão e a concepção moderna de literatura, diferenciando-a da 
concepção da poética clássica e 2) a relação entres os românticos alemães e a 
filosofia kantiana. 
 
 
114 (…) “Poesia é aquilo que assim se chamou em alguma época e algum lugar” 
 
 
116 “A poesia romântica é uma poesia universal progressiva. Sua destinação não é 
apenas reunificar todos os gêneros separados da poesia e por a poesia em contato 
com filosofia e retórica. (…) O gênero poético romântico ainda está em devir, sua 
verdadeira essência é mesmo a de que só pode vir a ser, jamais ser de maneira 
perfeita e acabada. Não pode ser esgotado por nenhuma teoria, e apenas uma 
crítica divinatória poderia ousar pretender caracterizar-lhe o ideal. Só ele é 
infinito, assim como só ele é livre, e reconhece, como sua primeira lei, que o 
arbítrio do poeta não reconhece nenhuma lei sobre si.” 
 
 
À diferença da poética clássica, os poetas românticos consideram que a poesia não pode 
responder a regras a-históricas. Ao se afastarem das normativas clássicas, os 
românticos supõem um grau de liberdade e portanto de mudanças históricas no 
conceito de literatura. Diante das rígidas separações de gêneros das poéticas clássicas, 
eles propõem a mistura: poesia transcendental é uma mistura de filosofia e poesia. Como 
Kant, consideram que o belo não pode estar regido por uma lei, nem interior ao universo 
estético nem uma lei moral. Para os românticos, o gênio não se submete a regras, mas 
cria ou inaugura uma regra para que os outros formulem um juízo estético. 
Como consequência da afirmação da liberdade individual, vai-se produzir uma mudança 
radical: no lugar da universalidade das regras da arte, o Romantismo institui um senso 
de historicidade da arte. A concepção do belo será, consequentemente, de natureza 
individual e sentimental para o Romantismo, ao contrário da concepção clássica que o 
considera universal e ideal. 
É necessário comentar os fragmentos e relacioná-los às questões solicitadas para o 
desenvolvimento do texto.

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