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1 PSICOLOGIA APLICADA AO ESPORTE 2017 P1

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PSICOLOGIA APLICADA AO ESPORTE
Luciana Perez Bojikian
Como aplicar a psicologia do esporte
PARTE I
O QUE É A PSICOLOGIA DO ESPORTE
HISTÓRIA
CAMPOS DE ATUAÇÃO
fundamentos da preparação psicológica do esportista
OBJETIVOS da preparação psicológica do esportista
Psicologia do Esporte e do Exercício 
Estudo científico de pessoas e seus comportamentos em contextos esportivos e do exercício, e na aplicação prática desse conhecimento (GIL, 2000).
Treinamento psicológico
“É um programa de preparação composto por diferentes técnicas que proporcionam ao atleta ou praticante de exercício, a aprendizagem, manutenção e aperfeiçoamento psicofísico”(Becker Jr, 1995)
“O objetivo do treinamento psicológico é a modificação dos processos e estados psíquicos (percepção, pensamento, motivação), ou seja, as bases psíquicas da regulação do movimento. Essa modificação será alcançada com a ajuda de procedimentos psicológicos”Nitsch, 1985). 
Aspectos que podem ser trabalhados no treinamento psicológico
Auto-regulação da atividade – grau de ativação
Influência sobre a habilidade- aquisição, manutenção e aperfeiçoamento
Influência sobre a tática
Manejo da auto-imagem
Aumento da motivação
Recuperação e reabilitação do atleta
A atividade física e o esporte competitivo (hist)
“As regras que marcavam o esporte na década de 1950 eram o amadorismo e o fair play, e isso representava um compromisso com a prática esportiva competitiva muito distinto daquele que se vive hoje. Os atletas que recebessem, mesmo a título de presente ou gratificação, benefícios para treinar ou competir eram considerados profissionais, e como tais não poderiam participar de Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais “(Rúbio, 2002).
História da Psicologia do Esporte
O esporte antes da década de 1950 era marcado pelo amadorismo e pelo fair play. 
 www.proffgestao.com.br/ www.youtube.com/watch?v=oHYYEber5xo
Vamos começar falando um pouco do histórico da disciplina.
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Guilherme Murray no dia em que recebeu o Troféu Fair Play para Juventude por causa de sua atitude ao notificar o juiz sobre um ponto lhe conferido indevidamente em uma disputa na esgrima. Ele perdeu a competição por causa desse ponto, mas foi premiado por sua atitude.
https://www.youtube.com/watch?v=l30tgPCqnL4
História da Psicologia do Esporte
Em 1897 Triplett: 1ª pesquisa estudando o efeito dos outros no ciclismo.
Primeiras publicações na década de 20 nos USA “Corpo e alma no desporto: uma introdução à psicologia do treinamento” (Schulte) e “Psicologia do treinamento e Psicologia do atletismo” (Griffith, 1926/28).
Conhecimentos práticos na União Soviética.
Lawther, 1951 (USA) publica “Psychology of Coaching”.
Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte (Roma,1965) 
1980: o Comitê Olímpico americano cria o Conselho consultor de Psi. esp.
A Psicologia do Esporte pode ser aplicada em qualquer cenário que trabalhe com o movimento humano. Faz parte das Ciências do Esporte, como a Sociologia do esporte, Antropologia do esporte, Fisiologia do esporte, Filosofia do esporte, Biomecânica do esporte, etc
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A Psicologia do Esporte no Brasil
Início do trabalho no Brasil. João Carvalhaes, com árbitros em 1957 e na seleção brasileira de futebol na copa de 1958 na Suécia. https://www.youtube.com/watch?v=_TVsprVcayQ
O Conselho Federal de Psicologia oficializa a criação da especialidade em Psicologia do Esporte pela resolução 14/00.
Em outubro de 2006 foi viabilizada a existência jurídica da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte . www.abrapesp.org.br
Outubro de 2007 - I Congresso da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte e foi lançada a Revista Brasileira de Psicologia do Esporte (http://www.abrapesp.org.br/sobrerevista.php)
A Psicologia do Esporte busca entender...
Possibilidades de atuação profissional em Psicologia do Esporte
Psicólogo clínico: profissional capacitado para atuar com atletas e/ou equipes esportivas, em clubes ou seleções, cuja preparação específica envolve conhecimentos da área de Psicologia e do Esporte, não bastando apenas a formação em Psicologia ou Educação Física; 
Pesquisador: o objetivo é estudar ou desenvolver um determinado conhecimento na Psicologia do Esporte sem que haja uma intervenção direta sobre o atleta ou equipe esportiva; 
Professor da disciplina Psicologia do Esporte: atua na área acadêmica seja na Psicologia, seja na Educação Física. 
Tanto o pesquisador quanto o professor não precisam necessariamente ser psicólogos.
O estudo em Psicologia do Esporte investiga diferentes dimensões psicológicas da conduta humana (afetiva, cognitiva, motivadora ou sensório-motora). 
Sujeitos investigados: praticantes de atividade física, atletas, treinadores, árbitros, professores, psicólogos, médicos, fisioterapeutas, espectadores, pais e dirigentes esportivos.
SAMULSKI, D. Psicologia do Esporte:
Teoria e Aplicação Prática. Belo Horizonte: 2ª ed, Imprensa universitária / UFMG, 1995 (2)
Psicodiagnóstico esportivo
Prerrogativa do psicólogo.
Levantamento de aspectos particulares do atleta ou da relação com a modalidade escolhida. 
Selecionar e aplicar modelos de intervenção como terapias individuais ou ações de grupo.
Visa conhecer o funcionamento psicológico, procurando verificar a possível existência de uma psicopatologia. 
Fundamentos da preparação psicológica do esportista
A participação do atleta do treinamento psicológico deve ocorrer por interesse do mesmo e sem pressão externa.
O atleta deve ser informado sobre os objetivos, métodos, indicações e efeitos desse treinamento.
Os métodos devem ser cientificamente aprovados.
 O treinamento psicológico deve contribuir no desenvolvimento da personalidade, e preocupar-se com a saúde e bem-estar do atleta.
(Samulski, 2000)
Objetivos do treinamento psicológico (Samulski, 2000)
Melhoria das capacidades e habilidades psíquicas individuais de rendimento.
Estabilização e otimização do comportamento na competição.
Aceleração e otimização nos processos de recuperação e regeneração psicológica.
Otimização dos processos de comunicação social.
O treinamento do auto-controle auxilia o atleta a se controlar (sem ajuda externa) nas situações extremas e difíceis de treinamento e competição, a fim de evitar reações psicofísicas exageradas ( ansiedade e raiva) e comportamento social inadequado (conduta agressiva).
Ações dos Psicólogos do Esporte:
“Entender e ajudar os atletas de elite, crianças, atletas jovens, atletas, portadores de deficiências físicas e mentais, pessoas de terceira idade e pessoas que praticam atividades esportivas no seu tempo livre, com o fim de desenvolver uma boa performance, uma satisfação pessoal e um bom desenvolvimento da personalidade.” (WEINBERG & GOULD, 2001).
Coração de atleta https://globoplay.globo.com/v/5137292/?utm_source=twitter&utm_medium=share-pop
https://www.youtube.com/channel/UCO5yyADrNw-afWOqwurhZfg
Projeto Olimpiar
Conheça também a página Memória Olímpica por Atletas Olímpicos Brasileiros: https://www.facebook.com/GEO.EEFE.USP
PARTE II
ÁREAS DE APLICAÇÃO DA PSICOLOGIA DO ESPORTE
Áreas de aplicação da psicologia do esporte
Esporte de Rendimento
Esporte Recreativo (participativo)
Prevenção, Saúde e Reabilitação
Esporte Escolar (formação esportiva)
Áreas de aplicação da psicologia do esporte(1) Esporte de Rendimento
Análise e modificação dos fatores psíquicos determinantes do rendimento no esporte com o fim de melhorar o rendimento e otimizar o processo de recuperação. 
Fatores pesquisados: esporte e personalidade, agressão no esporte, interação entre treinador e atleta, estresse psíquico na competição, treinamento psicológico (treinamento mental, de concentração, motivação e controle de estresse), assessoria
psicológica para atletas e treinadores, diagnóstico psicológico do rendimento esportivo, coaching, excelência esportiva, planejamento da carreira esportiva, influência da família na carreira esportiva do atleta, doping psicológico.
https://youtu.be/cvZx30PQMBI (Carla di Pierro parte I)
No esporte de alto rendimento: avaliação de características de personalidade do atleta, estados psíquicos, os estados emocionais em situação de treinamento e competição, e relações interpessoais. 
Objetivo: chegar a conclusões que podem mudar o processo de treinamento, individualizar a preparação técnico-tática, escolher a estratégia e a tática de conduta em uma competição e otimizar os estados psíquicos. 
Trata-se da análise do comportamento recreativo de grupos de diferentes faixas etárias, classes sócio-econômicas e atuações profissionais em relação a diferentes motivos, interesses e atitudes. 
Nos últimos anos, tem sido pesquisada a contribuição da prática esportiva no tempo livre.
Áreas de aplicação da psicologia do esporte(2) Esporte Recreativo (participativo)
Esporte participativo (recreativo)
Ou esporte de lazer (Dieckert, 1984)
Não há intenção de alto-rendimento, de ser o melhor, ser o vencedor
é praticado pelo prazer da atividade, sem preocupações exageradas com a vitória
É praticado pelo prazer de estar integrado ao ambiente
É praticado pelo prazer do convívio com as pessoas
É praticado pelo sentimento de melhora da auto-estima
“Busca divertimento, prazer, alegria e sociabilidade” (Almeida e Gutierrez, 2008)
https://youtu.be/m9Gv9eJk9QM Carla di Pierro parte II)
São pesquisadas as possibilidades preventivas e terapêuticas do esporte, bem como o sentido da regulação psíquica através da conduta esportiva (Terapia através de movimento, jogos e dança). Neste contexto são desenvolvidos e aplicados programas psicológicos de prevenção, terapia e reabilitação para pessoas com deficiências físicas, mentais e sociais.
Áreas de aplicação da psicologia do esporte(3) Prevenção, Saúde e Reabilitação
Psicologia aplicada à prevenção, saúde e reabilitação
Usa o exercício como instrumento e promove a saúde e a melhora da qualidade de vida por meio da regulação psíquica.
Busca os benefícios psíquicos que a atividade física e o exercício podem proporcionar, como: promove a expressão do “self”, a comunicação, a criatividade, desenvolve hábitos e atitudes sociais, dissolve sentimentos de culpa, facilita o relaxamento e motiva a pessoa a se recuperar.
Para indivíduos com forte sentimento de culpa ou deprimidos, os ambientes extremamente competitivos, de alta exigência do grupo e do indivíduo com ele próprio, não colaboram para o desenvolvimento emocional. 
Sujeitos que necessitam dessa intervenção: atletas que se recuperam de uma lesão, ou se recuperam parcialmente, pacientes que sofreram algum tipo de trauma, pessoas deficientes.
Atleta lesionado ou que sofreu intervenção cirúrgica. Acompanhamento pré e pós. Preparação para a volta gradual. Trabalhar o medo de se lesionar novamente.
Pessoas que sofreram algum trauma, se recuperam de problemas coronarianos ou hipertensão, precisam entender o porquê do exercício, trabalhar a motivação e a adesão.
Pessoas deficientes: busca do bem-estar e socialização. 
Pesquisa com atletas paralímpicos revelou que os principais motivos para a permanência na prática foram a competição e o desejo de superar limites (Samulski e Noce, 2002) .
links
A Psicologia do Esporte na área de reabilitação e recuperação Luciano https://www.youtube.com/watch?v=S6Q3T2pWYuU
https://www.youtube.com/watch?v=dMh5RDLwbgc Sócrates
https://youtu.be/Oix8DxKMsNU (Fernando Fernandes)
Recuperação de atletas lesionados
Sentimentos a serem trabalhados: ansiedade, medo, depressão, impaciência, desespero, frustração, tolerância à dor, desconfiança, não adesão ao tratamento e aos exercícios de recuperação.
Ação da psicologia do esporte: diminuir sofrimentos emocionais, potencializar aspectos cognitivos relacionados ao enfrentamento do problema. Relaxamento, visualização, conhecimento, auto-conversação.
Fatores que prejudicam a recuperação:personalidade introvertida, depressão, falta de motivação.
Fatores facilitadores: alta motivação intrínseca, apoio social da família, colegas e técnicos.
 
PARTE III
Personalidade
Estados psicológicos do atleta e DO praticante de atividade física
Personalidade
Personalidade é a soma das características que tornam uma pessoa única. 
O estudo da personalidade contribui para um trabalho melhor com atletas e praticantes de exercício.
A estrutura da personalidade tem diferentes níveis. Para trabalhar melhor com as pessoas, é preciso conhecer esses níveis e conhecer o que realmente as motiva.
Estrutura da personalidade - adaptado de Martens (1975)
1. Núcleo psicológico
É o componente consciente da personalidade. Representa quem você realmente é: seus valores, interesses e motivações reais, assim como seu autoconceito.
2. Respostas típicas
São as formas como você normalmente responde às situações do ambiente. Elas podem ser indicadoras do seu núcleo psicológico caso as mesmas respostas sejam frequentes.
3. Comportamento relacionado ao desempenho de papéis
Ao exercer diferentes papéis, há uma mudança relativa de comportamento.
       
As diferentes abordagens do estudo da personalidade
A abordagem de traço não leva em consideração a situação enfrentada
Situações isoladas não são suficientes para uma avaliação
A abordagem fenomenológica implica na interpretação da pessoa sobre si propria e sobre o ambiente
Para entender comportamentos é importante analisar tanto traços quanto situações
Testes específicos para o esporte avaliam melhor o atleta do que testes em geral
Abordagem de traço
5 dimensões da personalidade
Tensão (nervosismo, ansiedade e raiva)
Extroversão (entusiasmo, atividade)
Abertura para experiências (curiosidade)
Sociabilidade (altruísmo, amabilidade)
Conscientização (vontade de realização, autodisciplina)
Regras para testar a personalidade
Fornecer informações aos participantes
Somente psicólogos devem aplicar os testes
Os resultados devem ser analisados em conjunto com outros dados
Usar testes específicos da psicologia do esporte
Usar medidas de personalidade de traço e de estado
Forneçer feedback sobre o resultado dos testes
Comparar os indivíduos com eles próprios (abordagem intra-individual)
Não usar testes de personalidade para decidir quem deve ficar na equipe e quem não deve
Assegurar o sigilo ético
Estados Psicológicos do Atleta
 
(Weinberg e Gould, 2008)
Tipos de personalidade
Profª Regina Brandão 
Interativo
Demora para se recuperar das derrotas
 Deve ser estimulado
 Apontar progressos reais/possíveis
 Joga pior quando gritam com ele
 Joga pior quando apontam erros ou apontam suas deficiências na frente dos outros
Profª DrªRegina Brandão
Ativo
Se recupera rápido das derrotas
 Deve ser estimulado, pois tem grande
perseverança quando faz o que gosta
 Treinamentos não podem ser 
monótonos e repetitivos
 Tem problemas com críticas, necessita de elogios para perseverar
Profª DrªRegina Brandão
Pensativo
Se adapta com dificuldade às situações novas
Tem maior dificuldade para se relacionar com pessoas desconhecidas
quando a modalidade permite substituições, pode ser utilizado para dar maior tranquilidade
Profª DrªRegina Brandão
 tem facilidade em se comunicar
 bom auto-controle
 boa liderança
 gosta de desafios
Executivo
Profª DrªRegina Brandão
Galeno (médico e filósofo romano 129) revitalizou a Teoria Humoral de Hipócrates e ressaltou a importância dos quatro temperamentos, conforme o predomínio de um dos quatro humores: 
Sanguíneo
Fleugmático
Colérico
Melancólico. 
O Perfil de Estados de Humor (Profile of Mood States – POMS; McNair, Loor & Droppleman, 1971)
A forma original do POMS é composta por um total de 100 dimensões comportamentais. 
Deste conjunto de trabalhos emergiram 6 fatores de estados de
humor: 
- Tensão-Ansiedade
- Depressão-Melancolia
- Hostilidade-Ira
- Vigor-Atividade
- Fadiga-Inércia
- Confusão-Desorientação. 
Estudos comprovam a sua adequação para medir os estados de humor dos indivíduos, quer em contexto psiquiátrico quer com população não psiquiátrica (Boyle, 1987; McNair et al., 1971; Norcross, Guadagnoli & Prochaska, 1984; Weckowizc, 1978). 
VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS QUE INTERFEREM NO RENDIMENTO ESPORTIVO:
1 - Atenção, percepção e concentração
2 - Motivação
3 - Estresse
4 - Ansiedade
5 – Medo
6 – Autoconfiança
7 - Agressividade
PARTE IV
1 - Atenção, percepção e concentração
Atenção é um estado seletivo, intensivo e dirigido da percepção. Sendo que percepção é o processo de apreciar a realidade por meio da ação dos sentidos ao receber, perceber, transmitir as informações e os conhecimentos sobre si e seu determinado meio ambiente (SAMULSKI, 2002). É a interpretação da informação sensorial (MAGILL, 1984).
Concentração “é a capacidade de manter o foco da atenção sobre os estímulos relevantes do meio ambiente. Quando o ambiente muda rapidamente, consequentemente o foco de atenção precisa ser mudado também. Pensamentos sobre aspectos irrelevantes podem aumentar a frequência de erros durante a competição” (WEINBERG & GOULD,2008). 
atenção
É uma capacidade limitada.
A atenção (SCHMIDT, 1993) 
 - muda de uma fonte para outra ao longo do tempo.
 - requer esforço e está relacionada com a excitação. 
 - limita a capacidade de fazer várias partes da tarefa ao mesmo tempo.
O desempenho bem sucedido de habilidades motoras requer a capacidade de selecionar e prestar atenção a sinais ou informações significativas oriundos de uma grande variedades de sinais (MAGILL, 1984). 
Teoria dos recursos múltiplos (Wikens 1976): o ser humano dispõe de diversos mecanismos de atenção e todos eles com recursos limitados. Fontes: entrada e saída (visão e audição)
Estágios de processamento de informação (percepção, codificação da memória e saída da resposta)
Código de processamento de informaçãoes (códigos verbais e espaciais)
Na realização de 2 ou + tarefas, caso os recursos sejam compartilhados, o desempenho pode ser prejudicado. 
Ativação
É um estado de alerta ou prontidão.
Depende de cada indivíduo e de cada tarefa.
É um fator decisivo na capacidade de atenção, que influencia diretamente no foco de visão, determinando a capacidade de percepção e seleção de sinais relevantes.
A relação entre a atenção e o nível de ativação é representada como uma curva em U invertido, ou seja, quando o nível de ativação está nos extremos (muito baixo, ou muito alto), a concentração apresenta-se em um nível baixo, sendo os níveis intermediários de ativação, correspondentes a um ótimo nível de concentração (SAMULSKI, 2002) 
Relação desempenho x ativação “U” invertido
Figura adaptada de Murray (2002) disponível em: http://www2.uol.com.br/tenisbrasil/instrucao/seujogo/psicologia/psicologia-011.htm
concentração
Fatores que interferem na atenção ( CRATTY, 1989)
Fatores internos
Fatores externos
Sistema sensorial
Quantidade de informações
Capacidade de processar informações
Estresse
Comportamento aprendido em situações específicas
Complexidade dos estímulos
Características de personalidade
Focos da atenção
Focalizar a atenção significa dirigir os recursos para determinadas fontes de informação.
Interno: atenção a aspectos do próprio padrão de movimento (motores) ou aos sentimentos e emoções sobre o próprio desempenho.
Externo: atenção a informações sobre o 
 resultado das ações sobre o ambiente.
Amplo: focalização de muitos sinais.
Estreito: focalização de poucos sinais
Combinações dos focos de atenção
Foco amplo interno: quando um indivíduo organiza ou integra um grande número de pensamentos e percepções, é o estilo adequado para analisar e planejar ações.
Foco amplo externo: permite explorar, perceber e organizar um grande número de estímulos externos, é o foco adequado frente a situações complexas.
Foco estreito interno: auxilia a focalizar a atenção para um determinado aspecto ou linha de pensamento, e é adequada para solucionar problemas concretos ou para meditar.
Foco estreito externo:permite ao indivíduo focalizar a atenção para uma atividade, com o objetivo de realizar uma determinada ação.
WEINBERG e GOULD (2001, p. 352),
 “ser capaz de analisar uma situação para saber o que fazer - e possivelmente o que seu adversário está para fazer – é a chave da habilidade de atenção”.
Habilidades relacionadas a altos níveis de concentração: 
 - ausência de pensamentos sobre o passado ou futuro; - - relaxamento mental
 - consciência tanto do próprio corpo como do ambiente externo
Atletas de maior nível de destaque conseguem maior nível de concentração. Os de menor nível (como principiantes) distraem-se mais facilmente com estímulos irrelevantes (torcida).
Manter o foco de atenção por um período tão longo quanto necessário é fundamental.
A atenção e a concentração são importantes tanto na aprendizagem quanto no treinamento e na competição.
Atletas com baixo nível de ativação tendem a ter um foco muito amplo de atenção
Distração – interna e externa
Fatores de distração Interna 
Pensar em eventos passados
Pensar em eventos futuros
Ficar tenso
Analisar em excesso a mecânica corporal
Fadiga
Fatores de distração Externa 
Distrações audio-visuais
Jogo provocativo
Amplo externo (atacante ou defensor em modalidades coletivas, técnico em modalidades coletivas)
Amplo interno (recordar diversas situações passadas para fazer um planejamento)
Estreito interno (repetição mental do movimento)
Estreito externo (poucos estímulos externos, como no lance livre).
Técnico
O técnico esportivo também deve treinar sua atenção.
Técnicos mais experientes costumam ser mais capazes no sentido de identificar os aspectos mais importantes a considerar numa tomada de decisão.
Algumas modalidades permitem interferência durante a competição e outras não
Treinamento da atenção 
(SAMULSKI, 2002)
Identificação dos aspectos relevantes: análise conjunta com o atleta dos estímulos relevantes.
Análise dos fatores de distração.
Percepção do nível de ativação interna: ensinar o atleta a perceber qual o seu nível ótimo de ativação.
Redução do estresse emocional: técnicas de relaxamento.
O treinamento da atenção depende das características individuais dos atletas, da estrutura da modalidade e das exigências de cada situação competitiva.
Treinamento da concentração (EBERSPÄCHER, 1990; Weinberg e Gould, 2001)
Concentrar-se nos momentos decisivos da ação esportiva
Concentrar-se na situação presente 
Evitar o pensamento negativo 
Concentrar-se na tarefa a realizar (rotina) (NBA)
Usar palavras-chave.
Organizar planos de competição.
Evitar pensamentos sobre resultados futuros e sobre consequências futuras negativas. 
2 – Motivação 
Motivação é o fator que determina as razões de escolha de se fazer algo ou realizar uma tarefa com mais empenho que outras, ou de permanecer numa atividade por um período de tempo (Cratty, 1994).
Determina a direção e a intensidade com que o indivíduo se dedica a uma atividade.
A motivação é essencial no esporte, tanto na aprendizagem quanto no alto desempenho para manter um nível ótimo com a mesma satisfação (Weinberg e Gould, 2001).
A motivação pode ser intrínseca ou extrínseca.
Fatores motivacionais intrínsecos e extrínsecos
Intrínsecos
Extrínsecos
Auto-determinação
Família, amigos
Auto-conceito
Técnico
Disposição para enfrentar desafios
Mídia
Domínio das habilidades
Recompensas
Motivação de acordo com o perfil dos indivíduos
Expectativa de êxito
orientação para a tarefa
Medo do fracasso
orientação para o ego
Trabalham mais, são otimistas.
Escolhem tarefas com dificuldades extremas ou muito fáceis
Buscam satisfação pessoal
Orientados a normas sociais e necessitam motivação extrínseca
Adotam metas
compatíveis com a sua capacidade
Adotam metas abaixo da sua capacidade
Tentam se superar constantemente
Atribuem resultados à dificuldade da tarefa ou ao acaso
São criativos,inovadores e humildes
Nunca assumem falta de esforço ou capacidade
Competitivos, independentes e persistentes
Menos persistentes, mais ansiosos e inseguros
Assumem responsabilidades e escolhem riscos moderados
Possuem baixa auto-eficácia
Atribuem causas dos resultados à propria capacidade e esforço
Falta de auto-determinação, abandono em caso de fracasso
Preocupam-se com o domíno da tarefa e aprendem depressa
Componentes que interferem na motivação (Winterstein e Venditti Jr, 2009)
Auto-eficácia: o quanto o indivíduo se julga capaz de realizar determinada tarefa. Quanto maior a auto-eficácia, maior a motivação, em virtude do sucesso anterior. Experiências de fracassos podem diminuir a auto-eficácia.
Nível de aspiração: patamar de rendimento que uma pessoa pretende alcançar, baseado em experiências anteriores.
Atribuição causal: buscas de causas do sucesso ou fracasso.
Norma de referência: parâmetros utilizados para a avaliação dos resultados (individuais e sociais)
Interação Indivíduo-situação
Motivação do participante
Fatores pessoais:
Personalidade
Necessidades
-Interesses 
-Objetivos
Fatores situacionais:
-estilo de líder-técnico
-Atratividade das instalações
- Registros de ganhos e perdas
Interação indivíduo-situação (Weinberg e Gould, 2008)
Visões de motivação
Motivação centrada no traço
Motivação centrada na situação
Motivação interacional participante-situação
(ex nat rev)
Diretrizes para desenvolver a motivação
Monitorar a motivação do atleta, sabendo que ela vem de uma combinação de aspectos pessoais e situacionais e muda com o tempo.
Entender os motivos de participação (mais de um motivo, motivos individuais e grupais, motivos conflitantes, influências culturais).
Estruturar ambientes de ensino e treinamento (individualizar)
Demonstrar entusiasmo.
Alterar motivos indesejáveis
Motivos para a prática
Motivospara o abandono
Ter diversão
Conflitos de interesses
Fazer algo em que sou bom
Falta de tempo
Aprender novas habilidades
Falta de sucesso e de habilidades
Excitação da competição
Estudos
Ficar em forma
Estresse competitivo
Desafio da competição
Falta de diversão
Fazer exercícios
Treinamentos monótonos
Aprender novas habilidades
Problemas com o treinador
Fazer parte de uma equipe
Pequena participação em competições
Alcançar altos níveis de competição
lesões
Bara Filho e Guillém Garcia (2008)
Motivação para a realização
“a motivação para a realização refere-se ao esforço de uma pessoa para dominar uma tarefa, alcançar excelência, superar obstáculos, ter melhor desempenho do que os outros e orgulhar-se do seu talento” (Murray, 1938).
Orientação à meta de resultado.
Orientação à meta da tarefa.
Orientar para a realização
Considerar a interação entre os fatores pessoais e situacionais.
Enfatizar os objetivos voltados à tarefa e diminuir a influência do comportamento de resultado.
Atribuir o sucesso à capacidade e ao esforço e não à sorte ou facilidade da tarefa.
Avaliar e corrigir atribuições incorretas.
3- Estresse
A exposição contínua de um organismo a um estímulo prejudicial pode desencadear uma reação de adaptação ou resistência.
Conceito: desestabilização psicofísica ou perturbação do equilíbrio entre a pessoa e o meio ambiente. É um produto biológico, psicológico e social.
 “O estresse ocorre quando há um desequilíbrio substancial entre as demandas físicas e psicológicas impostas a um indivíduo e sua capacidade de resposta, em condições nas quais a falha em satisfazer tais demandas tem consequências importantes” (Weinberg e Gould, 2008)
Os estágios do processo de estresse
Estágio 1: demanda ambiental (física e psicológica)
Estágio 2: percepção da demanda ambiental (grau de ameaça física ou psicológica percebida)
Estágio 3: resposta ao estresse(física e psicológica)
Ativação
Ansiedade-estado (cognitiva e somática)
Tensão muscular
Alterações de atenção
Estágio 4: consequências comportamentais (desempenho ou resultado)
Função do estresse: manutenção e aperfeiçoamento da capacidade funcional, autoproteção e conhecimento dos próprios limites.
Estresse biológico: múltiplos fatores estressores, que podem ser endógenos ou exógenos, provocam respostas biológicas similares (padrão bioquímico estereotipado).
Estresse psicológico: as respostas, mesmo que sejam aos mesmos agentes estressores, não são as mesmas, pois dependem das características do estímulo e do padrão de interpretação da pessoa. 
A percepção ou avaliação subjetiva da pessoa com relação ao estímulo será a condição decisiva para a origem do estresse. Essa interpretação por parte da pessoa inclui um processo cognitivo.
Fontes de estresse em atletas
Preocupação com o desempenho (talento, treinamento, equipe)
Questões financeiras
Relacionamentos ( técnico, colegas, dirigentes)
Perigo físico
Fatores pessoais
Lesões
Fontes situacionais de estresse: importância atribuída ao evento ou situação e incerteza
Pesquisas sobre fatores causadores do estresse em atletas
Chagas (1995). Jogadores de futebol categorias juvenil e junior. Situações mais estressoras: “entrar no jogo machucado” , “ condicionamento físico inadequado”, “conflitos com os companheiros e com o treinador”. Por posição de jogo: goleiros, zagueiros e laterais: “possibilidade de falha que resulte em gol do adversário”; meio-campistas: “enfrentar adversário considerado superior e que domina o jogo”; atacantes: “não aproveitar uma oportunidade de gol”. O comportamento mais utilizado por todos para enfrentar o estresse foi “tento me tranquilizar”. 
Pesquisas sobre fatores causadores do estresse em atletas
Samulski e Noce (1996) com atletas de voleibol feminino. Adulto: “errar jogadas no início do jogo”. Infanto-juvenil: “nervosismo excessivo”.
Outros fatores que aparecem em pesquisas diversas: “machucar-se durante o jogo”
 “ser prejudicado pela arbitragem”
 “a atitude do técnico adversário me intimida”
 “o treinador me critica por falta de esforço”
 “preparação técnica e tática inadequada”
Pesquisas sobre fatores causadores do estresse em técnicos e árbitros
Estresse do técnico
 “conflitos com os atletas”
 “ indisciplina tática dos atletas”
 “pressão para vencer”
Estresse do árbitro
 “tomar uma decisão errada”
 “ameaça de abuso físico”
 “abuso verbal de técnicos e jogadores”
 
Controle do estresse
O estresse pode afetar o atleta de diferentes formas, de acordo com: a idade, o sexo, o nível de rendimento, a experiência, a modalidade. Portanto as formas de controle também devem ser diversas.
Técnicas cognitivas de controle do estresse: consistem em reprimir ou evitar pensamentos negativos, distrair-se com outras coisas, certificar-se da preparação adequada e racionalizar os acontecimentos.
Técnicas somáticas: relaxamento e respiração, treinamento autógeno.
Técnica de respiração profunda de Lindemann (1984)
 Fase de preparação: posição cômoda em lugar tranquilo, pensamento positivo, expiração profunda.
 
 Fase de execução: inspiração natural, evitar intervalos após a inspiração, expiração levemente prolongada, intervalo acentuado após expiração, respiração abdominal.
(Samulski, 2002)
Emoções no esporte:
Medo, Auto-confiança, Agressividade
Emoções: consistem num sistema complexo de interrelações entre o sistema psíquico , fisiológico e social.
Devem ser consideradas num contexto situacional (interação entre pessoa, tarefa e ambiente).
Funções das emoções: organizar e controlar as ações e ativação energética.
Podem ser auto-reguladas ou reguladas pelas relações sociais.
Emoções positivas: alegria, orgulho, auto-confiança, alívio, prazer, euforia.
Emoções negativas : medo, raiva, ansiedade, agressividade, tristeza, culpa, depressão, vergonha.
Reações emocionais negativas
Raiva
Ansiedade
Medo
Insegurança
Alterações no sono
Alterações alimentares
Lesões frequentes
Dor 
Alterações do humor
Isinbayeva 1 2
Emoções
É possivel vivenciar diversas emoções tanto no treinamento quanto na competição.
Os estados emocionais sao dinâmicos
As emoções são diversas e o atleta precisa reconhecê-las e saber como trabalhá-las.
O indivíduo compete com seus próprios limites e precisa superá-los.
Reações a cargas físicas ou psíquicas.
Fala de Rodrigo Pessoa: “o cavaleiro quando está muito ansioso tem uma descarga de adrenalina que faz com que libere um cheiro que o cavalo é capaz de perceber” . 
4 - Ansiedade
É considerada uma emoção típica do fenômeno estresse. Estado emocional que consiste de sentimentos de tensão, apreensão, nervosismo, preocupação e ativação elevada do sistema nervoso central frente a uma suposta situação de perigo.
Ansiedade de estado: sentimentos percebidos como inadequados e aumento da tensão. Condição temporária que varia de intensidade e é instável no decorrer do tempo.
Ansiedade de traço: predisposição adquirida no comportamento, que leva o indivíduo a perceber muitas situações como perigosas ou ameaçadoras sem que necessariamente o sejam.
A ansiedade de estado depende de condições objetivas como: pessoa, tarefa, meio ambiente; e da interpretação subjetiva desses componentes, que é influenciada por fatores pessoais como: ansiedade de traço, capacidade de controle do estresse e da ansiedade.
A representação do “U” invertido se aplica à ansiedade com relação à performance. Os níveis ótimos de ansiedade para o alcance da melhor performance são individuais.
artigos\Níveis de ansiedade competitiva em atletas de natação.pdf 
Ansiedade-traço
Faz parte da personalidade do indivíduo.
 É uma tendência ou predisposição adquirida.
Leva o indivíduo a perceber algumas situações como perigosas ou ameaçadoras sem que necessariamente o sejam.
Gera respostas de intensidade e magnitude desproporcionais às situações.
Ansiedade-estado
Sentimentos percebidos como inadequados geram aumento da tensão. Condição temporária que varia de intensidade e é instável no decorrer do tempo.
A ansiedade de estado depende de condições objetivas como: pessoa, tarefa, meio ambiente; 
A ansiedade de estado também depende da interpretação subjetiva desses componentes, que é influenciada por fatores pessoais como: ansiedade de traço, capacidade de controle do estresse e da ansiedade.
Fontes geradoras de ansiedade
Problemas familiares
Problemas financeiros
Lesões
Falta de preparação
FONTES SITUACIONAIS: importância dada ao evento, incerteza.
FONTES PESSOAIS: ansiedade-traço, auto-estima e ansiedade física social.
Fator estressor
controle
Diferenças individuais
sim
não
Ansiedade facilitadora
Ansiedade debilitante
 O aumento da ansiedade 
Causa interferência na coordenação, fadiga e aumento da tensão muscular.
Estreita o campo de atenção e dificulta a concentração.
 Como medir a ansiedade
Auto-relatos
Questionários e inventários
Observação dos sinais fisiológicos 
Sinais e sintomas de ansiedade
 - aumento da frequência cardíaca e respiratória 
 - aumento da sudorese
 - mãos frias e úmidas
 - necessidade de urinar frequentemente
 - olhar aturdido
 - aumento da tensão muscular
 - indisposição estomacal
 - dor de cabeça
 - boca seca
 - doenças constantes
 - dificuldades para dormir
 - incapacidade de concentração
Atuação do treinador para minimizar os efeitos negativos da ansiedade
Identificar como os fatores pessoais e situacionais interagem e influenciam a ansiedade e o desempenho.
Identificar os sinais de ativação e ansiedade aumentadas.
Adaptar práticas de treinamento e instrução
Desenvolver no atleta sua auto-confiança
“...encoraje seus atletas/alunos a falarem..... Use a empatia, tentando ver as coisas sob o ponto de vista deles...” (Weinberg e Gould, 2008)
Controle da ansiedade cognitiva
Meditação
Treinamento autógeno (percepção de sensações)
Controle da ansiedade somática
Relaxamento progressivo
Controle da respiração 
Biofeedback

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