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CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 1 Oi, pessoal. O Missagia já comentou quase todos os regimes aduaneiros especiais, restando apenas a loja franca e a Zona Franca de Manaus, que são o objeto da aula de hoje. Loja Franca A loja franca é mais conhecida como “free-shop”. É o sonho de consumo de muita gente que viaja para o exterior (ou, pelo menos, para a sogra do viajante, para o cunhado dele, ...). Às vezes, o sujeito viaja só para, na volta, fazer algumas comprinhas... Bem, seguindo a regra dos regimes aduaneiros especiais, o regime de loja franca também é suspensivo, ou seja, não se cobram os tributos de importação sobre os produtos estrangeiros que lá entram. Por quê? Você quer ouvir o motivo nobre ou o motivo camuflado? Vamos primeiro à motivação explicitada: o “free-shop” prevê um tratamento facilitado para os produtos estrangeiros, da mesma forma que nossos produtos recebem um tratamento facilitado nos portos e aeroportos do mundo inteiro. Portanto, a não-tributação é recíproca e visa a uma maior promoção dos produtos deles e nossos pelo mundo afora. Para promover os produtos no mundo inteiro, nada melhor do que os expor nas vitrines dos portos e aeroportos internacionais. Afinal, na maioria absoluta dos casos, quem faz viagem internacional é pessoa com bom poder aquisitivo. Quer ler agora a segunda intenção? Bem, quando o governo brasileiro, por exemplo, permite a entrada de bens estrangeiros sem pagamento de tributos, ele acaba estimulando os viajantes brasileiros a adquirirem os produtos estrangeiros aqui mesmo, não lá fora. “Não compra lá não. Será mais peso, excesso de bagagem, desconforto, ... Compra aqui no Brasil, no aeroporto de chegada. Vai sair no mesmo preço que você pagaria no exterior.” E qual a diferença entre comprar lá fora ou aqui dentro? Ora, o dinheiro do turista brasileiro não será gasto lá fora. Ele o vai trazer de volta e comprar o bem aqui. Então alguém diz: “E daí, Rodrigo? Está certo que o turista não gastou lá fora. Mas a loja franca vai ter que pagar ao exterior o valor daquele bem importado. Não dá no mesmo?” A resposta é: não, não dá no mesmo. Ora, quando alguém compra um perfume francês na França (não no Paraguai), gasta, por exemplo, 100 euros. Mas quando o free shop importa este perfume da França para vender aos viajantes, paga menos do que 100 euros. Deve pagar, por exemplo, uns 80 euros, tendo em vista que importa em grande quantidade, no atacado. O governo brasileiro, espertamente, fez com que fossem pagos 80 euros ao exterior, em vez de 100. Só mais um detalhe: para usufruir a suspensão dos tributos, as mercadorias importadas pela loja franca têm que vir em consignação. Isto garante que o excesso não vendido retornará ao exterior. E assim a economia de 20 euros, no exemplo anterior, fica garantida, tendo em vista que a mercadoria não ficará “encalhada”. Se não vender, devolve. Local de instalação de loja franca CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 2 Como dispõe o Regulamento Aduaneiro (RA – Decreto 6.759/2009), a loja franca somente pode ser instalada em porto ou em aeroporto. E, obviamente, porto ou aeroporto alfandegado, para se garantir que a venda é só para pessoas chegando do exterior (há exceções a esta última afirmativa, que veremos no próximo tópico). Vimos que a loja franca existe (como segunda intenção) para estimular o viajante a comprar bens aqui dentro e, assim, o país economizar um trocado. Ora, sob esta ótica, será que os bens importados trazidos pela loja franca podem ser adquiridos por qualquer um de nós, que nem sonhamos em viajar ao exterior? Claro que não. O governo só permite que a compra de bens do exterior seja feita por pessoas que teriam condições de comprar bens lá fora. A ótica do governo em relação aos viajantes é: “Puxa, meu amigo viajante, em vez de comprar lá fora, compra aqui dentro.” Está sentindo o carinho do governo com o viajante? O governo ainda fala baixinho consigo mesmo: “Tomara que o viajante não gaste o dinheiro lá fora...” Mas a ótica do governo para aqueles que não estão viajando é: “Qual é a tua, ô cara? Tu tá querendo comprar produto estrangeiro pro teu moleque? Tudo bem, mas num vai comprar na loja franca não. Tu tem que pagar todos os tributos. Tá querendo atrapalhar a indústria brasileira, bicho?” (isto foi no dialeto carioquês. Antes que os cariocas me xinguem: também sou carioca e com muito orgulho. rs) Bem, é justamente para se garantir que os bens serão vendidos apenas a viajantes chegando do exterior (há exceções, como eu alertei antes) que a loja franca tem que ser instalada em porto ou aeroporto alfandegado, ou seja, com alfândega instalada. Antes de passarmos para ver a lista de pessoas que podem adquirir bens da loja franca, cabe completar a análise do artigo 476 do Regulamento Aduaneiro (RA): Art. 476. O regime aduaneiro especial de loja franca é o que permite a estabelecimento instalado em zona primária de porto ou de aeroporto alfandegado vender mercadoria nacional ou estrangeira a passageiro em viagem internacional, contra pagamento em moeda nacional ou estrangeira. Podemos ver três coisas adicionais no artigo 476: 1o) Em lojas francas podem ser vendidas mercadorias nacionais ou estrangeiras. Ora, quando estavam discutindo a criação deste regime há tempos atrás, pensaram inicialmente na venda de bens a passageiros chegando em viagem internacional, buscando estimular a economia explicada no início. Mas isto trouxe um desconforto à indústria doméstica: “pôxa, governo, você está querendo me quebrar? Não vai cobrar imposto de mercadorias estrangeiras, mas o cobra dos produtos nacionais vendidos internamente?” A reclamação ganhou corpo, mas o governo era inflexível: “ô, indústria, sabe o que vai acontecer se eu não der a isenção para os bens importados? O viajante vai comprar os produtos estrangeiros antes de voltar para o Brasil, ou seja, você continua sem vender e eu perco minha economia.” Foi aí que a indústria bolou um plano maquiavélico (calma! Isso foi só para dar suspense): propôs ao governo que os produtos nacionais pudessem também ser vendidos dentro dos free-shops e, melhor do que isso, com isenção dos tributos. “Sabe, falou o governo, vender produtos nacionais dentro da loja franca não vai dar nenhum prejuízo a ninguém. Até vai ser bom, pois o viajante terá acesso a uma maior variedade de produtos e pode se sentir ainda mais estimulado a comprar aqui dentro do que lá fora. Gostei da tua idéia, ô indústria.” Foi então que encamparam a possibilidade de produtos nacionais serem vendidos em loja franca. Mas ainda faltava uma coisa essencial: os produtos importados entravam com suspensão de tributos, mas os produtos nacionais estavam sendo CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 3 tributados. “Vamos dar tratamento paritário.” E aí nasceu a isenção na aquisição de bens nacionais. Todas essas regras surgiram no Decreto-Lei 1.455/1976. Em suma: a importação de bens se dá com suspensão de tributos. Quando a mercadoria importada for vendida pela loja franca ao viajante chegando do exterior, então a suspensão se converte em isenção e fica definitivamente excluído o crédito tributário. Já a aquisição de bens nacionais se dá diretamente com isenção de tributos. Por que a diferença: suspensão para os importados vs. isenção para os nacionais? Pelos seguintes motivos: 1) o produto estrangeiro tem que entrar em consignação, como escrevi antes, para garantir a receita cambial. E, se entra em consignação, não se pode dar “de pronto” a isenção, pois talvez a mercadoria não fique no Brasil, podendoser devolvida ao exterior. É dada a suspensão condicionada à venda ao viajante. Quando vender ao viajante, garante- se que as condições do regime foram cumpridas e então se reconhece a isenção. 2) o produto nacional não entra em consignação, pois não há necessidade de se preservar receita cambial já que o free shop não gasta dólares para comprar o produto nacional. O produto nacional, sendo comprado, ou seja, sendo entregue de forma definitiva para a loja franca, entra no estoque desta com isenção de tributos. Isto porque não há possibilidade de se devolver o bem. Uma pequena observação: você viu com o Missagia o regime de depósito alfandegado certificado (DAC) que, em suma, é a permissão para que mercadorias já vendidas ao exterior fiquem no Brasil, aguardando, em regra, o embarque. Logo, uma mercadoria colocada no regime de DAC é considerada exportada e, portanto, estrangeira. E, sendo estrangeira, pode ser entregue à loja franca como se estivesse vindo do exterior, apesar de estar aqui no Brasil... Tudo que se aplica a uma importação do exterior se aplicará à mercadoria enviada do DAC para a loja franca, inclusive a exigência de a mercadoria entrar em consignação. 2o) A venda é para “passageiro em viagem internacional”. A idéia inicial, ao se criar o regime de loja franca, era, como vimos, fazer com que o turista não gastasse o dinheiro lá fora, mas aqui dentro, no momento da chegada. Mas, na discussão para a criação do regime, o governo foi convencido de que a venda a passageiros saindo do país não iria atrapalhar seu objetivo inicial, muito pelo contrário. Portanto, o Decreto-Lei 1.455/1976 já veio permitindo a venda a bens a passageiros saindo do país. 3o) O pagamento pode ser “em moeda nacional ou estrangeira” Até o ano de 2006, as compras em loja franca não podiam ser feitas com moeda nacional, só com moeda estrangeira. A lógica era retirar do viajante a moeda estrangeira e aumentar sua oferta no mercado doméstico. Eram tempos em que a moeda estrangeira era escassa e qualquer ajuda na redução da taxa cambial era muito bem-vinda. Redação antiga do DL 1.455/1976, art. 15 – Na zona primária de porto ou aeroporto poderá ser autorizado, nos termos e condições fixados pelo Ministro da Fazenda, o funcionamento de lojas francas para venda de mercadoria nacional ou estrangeira a passageiros de CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 4 viagens internacionais, saindo do País ou em trânsito, contra pagamento em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível. Em 2006, depois de vários anos com a economia brasileira estabilizada, resolveram, pela Lei 11.371, permitir a aquisição de bens com moeda nacional. Afinal, o Real passou a ser reconhecido como uma moeda forte, decente, ao contrário das nossas moedas anteriores... O problema que o real agora possuía (e que possui) é o contrário do problema antigo: nossa moeda está muito valorizada. Já não havia (nem há) necessidade de se tentar tirar do viajante a moeda estrangeira para oferecê-la ao mercado. Isto só faria com que o dólar caísse ainda mais e o real subisse, atrapalhando nossas exportações e aumentando as importações. Por isso, podemos, desde 2006, comprar em free shop com moeda nacional. Redação atual do DL 1.455/1976, art. 15 – Na zona primária de porto ou aeroporto poderá ser autorizado, nos termos e condições fixados pelo Ministro de Estado da Fazenda, o funcionamento de lojas francas para venda de mercadoria nacional ou estrangeira a passageiros de viagens internacionais, na chegada ou saída do País, ou em trânsito, contra pagamento em moeda nacional ou estrangeira. (Redação dada pela Lei nº 11.371, de 2006) Em resumo: O regime de loja franca foi pensado originalmente para preservação da moeda estrangeira do turista brasileiro na sua viagem de volta. Esta foi a “segunda intenção”, como vimos antes. Acabaram permitindo também que produtos nacionais fossem vendidos com isenção em loja franca. E depois, quando já não havia tanta necessidade de se proteger a moeda nacional contra desvalorizações, permitiram a aquisição de bens (nacionais ou estrangeiros) com moeda nacional. Possíveis compradores de bens Já que os viajantes chegando do ou indo para o exterior podem comprar bens na loja franca, qual o problema de os tripulantes (pilotos e comissários) também comprarem? Bem, tripulante não pode comprar bens na loja franca chegando do exterior, senão... senão eu ia pedir para o meu vizinho, que é piloto de vôos internacionais, que sempre desse uma passadinha no free shop para mim quando ele estivesse chegando de viagem. Talvez ele até gostasse disso e começasse a trazer para todo mundo que ele conhecesse. E então ele passaria a ganhar mais dinheiro com revenda de bens de free shop do que com o próprio trabalho de piloto. Ele só não largaria o emprego de piloto para não perder o “bico” do free shop... Aliás, o “bico” seria o próprio emprego de piloto... Ora, o free shop não é para abastecer o mercado interno e, por isso, é claro que o tripulante chegando do exterior não pode comprar no free shop. Mas se o tripulante estiver saindo... Se estiver saindo, o tripulante pode comprar à vontade, pois tudo o que ele trouxer na viagem de volta será tributado como bagagem. E tripulante de navio ou de avião não tem aquela quota de isenção de bagagem que todo turista tem, de US$ 500,00, como veremos à frente no tópico “Regime de Tributação Especial”. Em suma, o tripulante chegando do exterior não tem direito de comprar no free shop nem tem direito à isenção sobre bens trazidos como bagagem. É por isso que o artigo 15, inciso I, da IN RFB 863/2008 indica “viagem internacional de partida”: CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 5 Art 15. As mercadorias admitidas no regime [de loja franca] poderão ser vendidas a: I - tripulante de aeronave ou embarcação em viagem internacional de partida; II - passageiro saindo do País, portador de cartão de embarque ou de trânsito internacional; III - passageiro chegando do exterior, identificado por documentação hábil, no 1º (primeiro) aeroporto de desembarque no País e anteriormente à conferência de sua bagagem acompanhada; IV - passageiro a bordo de aeronave ou embarcação em viagem internacional; V - missão diplomática, repartição consular e representação de organismo internacional de caráter permanente, e a seus integrantes e assemelhados, conforme previsto no inciso IV art. 15 do Decreto-Lei nº 37, de 18 de novembro de 1966; e VI - empresa de navegação aérea ou marítima para consumo a bordo ou venda a passageiros, isentas de tributos, quando em águas ou espaço aéreo internacional. Parágrafo único. Menores de 18 (dezoito) anos, mesmo acompanhados, não poderão adquirir bebidas alcoólicas e artigos de tabacaria. Vamos analisar as outras pessoas que podem adquirir bens em loja franca? Em relação ao viajante, ele aparece nos incisos II, III e IV. Quanto aos incisos II e III, não há dificuldade no entendimento: passageiros entrando ou saindo podem comprar em free shop. Em relação ao inciso IV, ele sempre gera confusão entre aqueles alunos que já viajaram ao exterior. Neste ponto da aula, eu já fico esperando a pergunta tradicional: “Amado professor (o ‘amado’ foi por minha conta), então aquelas coisinhas que a gente compra dentro do avião também são compras em free shop, né? Tá escrito aqui que o passageiro a bordo também pode comprar...” “Amada aluna (ou caro aluno), o que você está lendo aí não é o que está escrito, entendeu?” “Hã?” “É verdade que as mercadorias trazidas pela loja franca podem ser vendidas a passageiros a bordo, mas não receberão o tratamento decompra em loja franca.” “Ih! Agora enrolou tudo...” Calma, vamos por partes. O negócio é o seguinte: a empresa de loja franca traz mercadorias importadas. Estas entram com suspensão no pagamento de tributos. Quando o avião chegar, tais bens podem ser comprados pelos viajantes que estiverem desembarcando no Brasil. É o inciso III. Observação Veja uma pequena falha da RFB ao escrever o inciso III: só se referiram a aeroporto, mas a loja franca também pode existir em porto. Se o viajante estiver saindo do Brasil, ele pode comprar na loja franca, ou se estiver passando por aqui (por exemplo, vindo da Europa e indo para a Argentina), fazendo conexão, também pode comprar o que quiser na loja franca, sem limite de valor. É o inciso II. CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 6 Observação Quem viaja (ou viajou) de avião, sabe a diferença entre conexão e escala: - Conexão: você chega de avião, desce dele, sai correndo igual a um louco no saguão (seu sapato quase sai do pé), e consegue pegar o outro avião que vai te levar ao seu destino. - Escala: você chega de avião, não desce dele, pede uma água para a aeromoça, lê duas vezes o mesmo jornal e se cansa de tanto esperar o resto do pessoal embarcar, depois de eles já terem corrido um bocado. A loja franca pode também vender bens a passageiros que estiverem a bordo do avião, fazendo escala no Brasil, assim como pode vender para a companhia aérea para que esta utilize a bordo ou revenda aos seus passageiros. São os incisos IV e VI. De novo: 1) a loja franca pode vender aos passageiros a bordo de aeronaves; e 2) a loja franca pode vender à companhia aérea ou marítima para esta usar a bordo ou revender aos passageiros. “Ahá, professor! Viu que quando a gente compra dentro do avião, estamos fazendo free shop, viu?” “Caro(a) apressado(a), se você ler o artigo 30, vai ver que as mercadorias compradas a bordo dos aviões não recebem o tratamento tributário de aquisições em loja franca. Serão tratadas como se fossem bagagem, ou seja, são tratadas como se tivessem sido compradas no exterior.” E nem poderia ser diferente, pois aquela regrinha dos US$ 500,00 de isenção no free shop, no desembarque do viajante, só vale para as compras feitas dentro do estabelecimento da loja franca. Veja o artigo 30: Art. 30. As mercadorias vendidas a bordo de embarcações ou aeronaves receberão, na chegada do passageiro ao País, o tratamento de bagagem acompanhada procedente do exterior. Veja o artigo 21 que dispõe sobre o limite de isenção de US$ 500,00 para os bens adquiridos na forma do inciso III, ou seja, bens adquiridos pelo viajante no aeroporto (ou porto) ao chegar do exterior: Art. 21. A venda de mercadorias com isenção a passageiro chegando do exterior, nos termos do inciso III do art. 15, será efetuada até o limite de US$ 500,00 (quinhentos dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda, por passageiro. § 1º Aos bens adquiridos em loja franca de chegada, cujo valor global exceder o limite estabelecido no caput, aplica-se o regime de tributação especial, observados os procedimentos estabelecidos em legislação específica e os limites quantitativos previstos no art. 18. § 2º O regime de tributação especial referido no § 1º consiste na exigência tão-somente do Imposto de Importação, calculado pela aplicação da alíquota de 50% (cinqüenta por cento) sobre o montante que exceder o limite de que trata o caput. Portanto, quem chega do exterior de navio ou de avião tem direito à isenção: - de US$ 500,00 em bens novos em sua bagagem acompanhada, que é a reunião da bagagem de mão com a bagagem que se despachou para recuperar na esteira CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 7 do aeroporto/porto (a legislação referente à bagagem não foi pedida no edital de AFRFB/2009); e - de US$ 500,00 em bens comprados em free shop. Esta isenção cabe apenas para os bens adquiridos na loja dentro do porto ou do aeroporto (inciso III do art. 15). Não cabe para os bens adquiridos a bordo dos navios e aeronaves (inciso IV). Note que os dois limites não são acumuláveis: se o sujeito não traz nada em sua bagagem que tenha sido adquirido no exterior, ele pode então aproveitar os US$ 500,00 de isenção e somar com os US$ 500,00 do free shop, para aí comprar US$ 1.000,00 com isenção? NÃO! Se não usou a isenção da bagagem, o problema é só dele. Perdeu! Se não quiser comprar nada no free shop, pode ganhar US$ 1.000,00 de isenção na bagagem? NÃO! Que sujeito insistente... Portanto, se o sujeito trouxer US$ 100,00 de bens novos na bagagem e comprar US$ 700,00 de bens no “free shop”, ele vai pagar US$ 100,00 (=50% x US$ 200,00) de imposto de importação, mas nenhum outro tributo. Uma última observação sobre a venda a pessoas saindo do país (passageiros, tripulantes e companhias aéreas e marítimas): o artigo 26 da IN RFB 863/2008 dispõe que essas mercadorias adquiridas em loja franca de saída não podem ser utilizadas no território brasileiro, senão seria consumo interno, sujeito às regras normais de uma aquisição no mercado interno, como se estivéssemos comprando no mercado na esquina de nossa casa. Art. 26. Enquanto a embarcação ou aeronave permanecer em território aduaneiro, as mercadorias adquiridas nos termos desta Instrução Normativa não poderão ser vendidas ou transferidas a qualquer título e deverão ser mantidas em compartimento próprio e lacrado. Há! Há! Há! As pessoas que adquirem bens em loja franca não podem abrir as caixas e os produtos antes de sair do espaço aéreo ou das águas territoriais? Há! Há! Há! (pausa... respira fundo...volta a ler...) Só uma perguntinha boba: quem é que vai fiscalizar se as mercadorias lá em cima no avião não foram abertas antes de sair do espaço aéreo, hein, hein? Há coisas que existem na legislação que eu imagino terem sido escritas após longos dias de trabalho e os redatores, para relaxar, colocavam essas coisas engraçadas. Depois de termos desopilado o fígado, passemos à análise do inciso V do artigo 15: Nele está escrito que as missões diplomáticas (para simplificar, leia “embaixadas”), os consulados, as organizações internacionais e seus integrantes podem comprar bens com isenção das lojas francas. Qual a lógica disso? Ora, essas pessoas todas já têm direito à isenção de imposto de importação para bens adquiridos no exterior (Lei no 8.402/1992, art. 1o, inciso IV). Então, como já têm isenção, então pode deixar comprar na loja franca. Vai facilitar para todo mundo... Regime de Tributação Especial CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 8 Podemos ver nos §§ 1o e 2o transcritos anteriormente que o regime de tributação especial é aplicado somente para o viajante chegando do exterior e que compra no free shop mais do que US$ 500,00 em mercadorias. Paga-se apenas o imposto de importação e só sobre o que passar dos US$ 500,00. Isto é assim desde a Portaria do Ministro da Fazenda nr. 364/2006. Anteriormente, não se conseguia comprar mais do que os US$ 500,00. Ficou curioso(a) em saber que limites quantitativos são aqueles referidos no § 1o do artigo 21? Lá vão: Art. 18. A aquisição de mercadorias efetuada nos termos do inciso III do art. 15 fica sujeita aos seguintes limites quantitativos: I - 24 (vinte e quatro) unidades de bebidas alcoólicas, observado quantitativo máximo de 12 (doze) unidades por tipo de bebida; II - 20 (vinte) maços de cigarros; III - 25 (vinte e cinco) unidades de charutos ou cigarrilhas; IV - 250 g (duzentos e cinqüenta gramas) de fumo preparado para cachimbo;V - 10 (dez) unidades de artigos de toucador; e VI - 3 (três) unidades de relógios, máquinas, aparelhos, equipamentos, brinquedos, jogos ou instrumentos elétricos ou eletrônicos. Se não houvesse limite quantitativo, o viajante poderia gastar, por exemplo, os US$ 500,00 comprando só cigarro. O que isso evidenciaria? Ou o sujeito está num nível de vício muito grande ou, o mais provável, ele está trazendo isso tudo para comercializar com seus amigos e inimigos. Neste caso, não é que estaria parecendo com aquele meu vizinho, piloto internacional? As duas últimas informações sobre loja franca: 1a) só podem explorar loja franca as empresas selecionadas por concorrência pública, realizada pelo porto ou aeroporto que deseja sua instalação; e 2a) “É vedada a importação ao amparo do regime de loja franca de pérolas, pedras preciosas, metais preciosos e outras mercadorias classificadas no Capítulo 71 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).” (art. 12) O título do Capítulo 71 da NCM é “Pérolas naturais ou cultivadas, pedras preciosas ou semipreciosas e semelhantes, metais preciosos, metais folheados ou chapeados de metais preciosos (plaquê), e suas obras; bijuterias; moedas.” Bem, nas provas da ESAF, a loja franca somente foi pedida nas três questões a seguir: (TTN/1997) 77- As lojas francas instaladas na Zona Primária de porto e aeroporto destinam-se a venda de mercadoria a) nacional ou estrangeira a passageiros de viagens internacionais, contra pagamento em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível b) nacional ou estrangeira somente a passageiro de viagem internacional em trânsito pelo País, contra pagamento em moeda estrangeira conversível c) estrangeira ou nacional somente a passageiro de viagem internacional saindo do País, contra pagamento em moeda estrangeira conversível ou cheque de viagem d) estrangeira somente a passageiros de viagem internacional chegando ao País, contra pagamento em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 9 e) estrangeira ou nacional importada por firmas permissionárias de entrepostos aduaneiros, a passageiros e tripulantes de veículos em viagem internacional contra pagamento exclusivamente em moeda estrangeira conversível Comentários No dia da prova, o gabarito apresentado foi a letra A, tendo em vista que as demais opções limitam o rol de compradores possíveis a passageiros em trânsito (letra B), passageiros saindo (letra C) e passageiros chegando (letra D). E a letra E está errada, tendo em vista que lojas francas e entrepostos aduaneiros são regimes aduaneiros distintos. Também há erro ao excluir os cheques de viagem, corretamente indicados no gabarito da letra A. Veja, no entanto, que, desde 2006, as compras em loja franca também podem ser em moeda nacional. A questão, por ser de 1997, não fez qualquer referência à moeda nacional. (TTN/1998) 54- No regime aduaneiro atípico de loja franca, a) poderá ser autorizado o seu funcionamento na zona primária de porto ou aeroporto, nos termos e condições fixados pelo Ministro da Fazenda, para venda de mercadoria nacional ou estrangeira, a passageiros de viagens internacionais, contra pagamento em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível b) somente poderá ser autorizado o seu funcionamento em zona primária de ponto de fronteira alfandegado para venda de mercadoria estrangeira a passageiros chegando de viagem internacional por via aérea, terrestre, fluvial ou lacustre c) poderá também ser autorizado o seu funcionamento em depósitos alfandegados de empresas de transporte rodoviário localizados em área contígua à de porto ou aeroporto alfandegado d) será autorizado seu funcionamento em recintos alfandegados de zona secundária próxima a porto ou aeroporto para venda de mercadoria nacional exclusivamente a passageiros com destino ao exterior e) somente poderão ser vendidas mercadorias nacionais ou estrangeiras a passageiros de viagens internacionais, sendo vedado nesse regime o fornecimento de produtos destinados ao uso ou consumo de bordo de embarcações ou aeronaves, de bandeira estrangeira, aportadas no país. Comentários O gabarito foi a letra A, lembrando, desde já, que o pagamento só passou a ser possível em moeda nacional a partir de 2006. Também é importante ver que hoje a loja franca é considerada um regime aduaneiro especial, mas, no dia da prova, era considerada um regime aduaneiro atípico, conforme consta no enunciado. A opção B fala erradamente sobre loja franca em fronteira. Isso não existe. Na letra B foram colocadas limitações inexistentes: o certo é mercadoria estrangeira ou nacional, e passageiro chegando ou saindo. E como terceiro erro na letra B: para comprar na loja franca, o passageiro nunca poderá estar chegando de viagem por via terrestre, fluvial ou lacustre, mas somente pelas vias aérea ou marítima. A opção C é a maior viagem (sem trocadilho). Loja franca é dentro de porto ou aeroporto. Opção D: incorreta. Loja franca é só em porto ou aeroporto alfandegado. CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 10 Opção E: incorreta. Loja franca também pode vender para tripulantes, embaixadas e empresas de transporte aéreo ou marítimo. (TRF/2003) 27- Assinale a opção correta. As lojas francas estão autorizadas a efetuar venda de mercadorias nacionais ou estrangeiras em portos e aeroportos alfandegados, a: a) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$300.00 (Norma de Bagagem do Mercosul) e a limites quantitativos para determinados produtos; a passageiros e tripulantes, em viagem internacional de partida, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de navegação aérea ou marítima, visando o consumo de bordo, em viagens internacionais, ou a venda a passageiro; a missões diplomáticas e a seus integrantes e assemelhados. b) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$500.00 e a limites quantitativos para determinados produtos, em venda única e objeto de nota de venda única; a passageiros e tripulantes, em viagem internacional de partida, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de navegação aérea ou marítima, em viagens internacionais, visando o consumo de bordo ou a venda a passageiro, quando em águas ou espaço aéreo internacionais; a missões diplomáticas e a seus integrantes e assemelhados. c) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, cheque, cheque de viagem ou cartão de crédito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$500.00 e a limites quantitativos para determinados produtos; a passageiros e tripulantes, em viagem internacional de partida, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de navegação aérea ou marítima, visando o consumo de bordo ou a venda a passageiro, em viagens internacionais, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito; a missões diplomáticas e a seus integrantes e assemelhados. d) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível,cheque, cheque de viagem ou cartão de crédito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$300.00 (Norma de Bagagem do Mercosul) e a limites quantitativos para determinados produtos, em venda única e objeto de nota de venda única; a passageiros e tripulantes, em viagem internacional de partida, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de navegação aérea ou marítima, visando o consumo de bordo ou a venda a passageiro, em viagens internacionais; a missões diplomáticas e a seus integrantes e assemelhados. e) passageiros e tripulantes em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, cheque, cheque de viagem ou cartão de crédito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$500.00 e a limites quantitativos para determinados produtos; a passageiros em viagem internacional de partida, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de navegação aérea ou marítima, em viagens internacionais, visando o consumo de bordo ou a venda a passageiro, fora do território aduaneiro; a missões diplomáticas e a seus integrantes e assemelhados. CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 11 Comentários Sabendo que o limite de isenção é de US$ 500,00, eliminamos as opções A e D. Sabendo que o pagamento, em 2003, só podia ser em moeda estrangeira e em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito, eliminamos as opções C e E, que falam de cheque. E mesmo hoje, em 2010, pagamentos em cheque não são permitidos, pois a IN RFB 863/2008 dispõe: Art. 44. O pagamento de compras de mercadorias ao amparo do regime de loja franca será efetuado por meio de moeda nacional ou estrangeira, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito. O gabarito é a letra B. Nesta opção, faz-se menção a “venda única e objeto de nota de venda única”. Isto era exigido expressamente na antiga Portaria do Ministro da Fazenda (PMF) 204/1996, que foi revogada em 2008 pela PMF 112. A portaria atual não impõe tal regra. Zona Franca de Manaus (ZFM) Antes de entrarmos no estudo propriamente dito da Zona Franca de Manaus, cabe logo registrar que, de todos os regimes que a ESAF pede no edital de AFRFB-2009, só a ZFM é regime aduaneiro aplicado em áreas especiais. O resto é regime aduaneiro especial. Com esta frase já podemos resolver a primeira questão sobre ZFM, antes mesmo de entrar em seu estudo (ah! se pudéssemos resolver todas as questões sem precisar estudar antes, seria muito bom...) (AFRF/2002.1) 27- A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio de importação e de exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face dos fatores locais e da grande distância a que se encontram os centros consumidores de seus produtos. (Dec.Lei 288/67, art.1º, artigo 389 do Dec.91.030/85 - Regulamento Aduaneiro) (adaptada) Em face do enunciado, assinale a opção correta. a) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial e agropecuário da Amazônia, sendo definida como área de livre comércio. É, portanto, regime aduaneiro especial. b) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial e agropecuário da Amazônia, sendo definida como área de livre comércio. É, portanto, regime aduaneiro aplicado em áreas especiais. c) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial e agropecuário da Amazônia, sendo definida como área de livre comércio. Por ser área de livre comércio não lhe corresponde qualquer regime aduaneiro especial ou aplicado em área especial. d) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial e agropecuário da Amazônia, sendo definida como área de livre comércio. É, portanto, um regime aduaneiro comum. e) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial e agropecuário da Amazônia, sendo definida como área de livre comércio. É, portanto, regime aduaneiro especial unicamente no que se refere ao trânsito de CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 12 bens ingressados na Zona Franca e destinados a qualquer outro ponto do território aduaneiro. Comentários Adaptei a questão, pois ela se referia à antiga classificação de regimes aduaneiros. No passado, havia o regime comum, os especiais e os atípicos. Hoje, existem o comum, os especiais e os aplicados em áreas especiais. Gabarito: letra B. Vamos ao conteúdo da ZFM. A primeira vez que eu ouvi falar da ZFM, há um bocado de anos atrás, eu achei que era algum lugar em Manaus, tipo uma loja franca um pouquinho maior. E loja franca, bem ou mal, eu já conhecia, pois um de meus passeios infantis favoritos era passear no aeroporto do Galeão, pertinho de casa (algum tempo depois, vim a trabalhar como AFRFB no aeroporto, realizando o sonho de infância). Depois, quando comecei a me interessar por Comércio Internacional, vim a descobrir que a ZFM engloba toda a cidade de Manaus e mais um pouquinho, como podemos ver no artigo 2o do Decreto-Lei 288/1967: Art 2º O Poder Executivo fará demarcar, à margem esquerda dos rios Negro e Amazonas, uma área contínua com a superfície mínima de dez mil quilômetros quadrados, incluindo a cidade de Manaus e seus arredores, na qual se instalará a Zona Franca. A ZFM foi criada pelo DL 288/1967, no auge do regime militar no Brasil. No auge também da campanha de internacionalização da Amazônia. Eu não lembro desse tempo, pois nem tinha nascido ainda (o melhor é que é verdade. rs), mas lendo o DL, tempos depois, vi que a intenção explicitada pelo governo era desenvolver aquela região nos três setores da economia (primário, secundário e terciário), tendo em vista a “grande distância” que separa Manaus dos mercados consumidores de seus produtos, como consta no artigo 1o: Art 1º A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio de importação e exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face dos fatores locais e da grande distância a que se encontram os centros consumidores de seus produtos. Os livros de história econômica brasileira hoje contam que a intenção oculta era povoar a região para dificultar os planos “ianques” de tomada da Amazônia. Eu não estou inventando nada, estou apenas reproduzindo o que eu li e dá para confiar nisso. Afinal, eu também não tinha nascido em 1500, mas sei que Pedro Álvares Cabral chegou por estas bandas naquele ano... Bem, como é que se poderia ajudar no desenvolvimento da região? Isentando de tributos todo o comércio da ZFM com o resto do Brasil e do mundo, mas tomando-se as devidas cautelas. Assim foi criada a isenção do II (imposto de importação) e do IPI (imposto sobre produtos industrializados) para bens estrangeiros importados para a ZFM. E também a isenção do IE (imposto de exportação) para bens saídos da ZFM para o resto do mundo. São os artigos 505 e 515 do atual Regulamento Aduaneiro (RA): CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 13 Art 505 – A entrada de mercadorias estrangeiras na Zona Franca, destinadas a seu consumo interno, industrialização em qualquer grau, inclusive beneficiamento, agropecuária, pesca, instalação e operação de indústrias e serviços de qualquer natureza e a estocagem para reexportação, será isenta dos impostos de importação (II) e sobre produtos industrializados (IPI). § 1° Excetuam-se da isenção de quetrata este artigo as seguintes mercadorias: I – armas e munições; II – fumo; III – bebidas alcoólicas; IV – automóveis de passageiros e V – produtos de perfumaria ou de toucador, preparados e preparações cosméticas, salvo quanto a estes (posições 3303 a 3307 da Nomenclatura Comum do Mercosul), se destinados, exclusivamente, a consumo interno na Zona Franca de Manaus ou quando produzidos com utilização de matérias- primas da fauna e da flora regionais, em conformidade com processo produtivo básico. Art 515 – A exportação de mercadorias da Zona Franca para o estrangeiro, qualquer que seja sua origem, está isenta do imposto de exportação (IE). Alguém pergunta: “E o PIS/PASEP e a COFINS incidentes na importação, Rodrigo?” Bem, estas contribuições só passaram a ser cobradas nas importações a partir de maio de 2004, por força da Lei 10.865. Então não podiam estar citadas no DL 288/1967, mas apenas na Lei. E o artigo 14 da Lei prevê suspensão na cobrança de tais tributos. Bem, nas relações da ZFM com o exterior vimos que há isenção nas importações e nas exportações. E nas relações da ZFM com o restante do território brasileiro? 1) Quando uma empresa do município do Rio de Janeiro manda mercadorias para a ZFM, a ordem é desonerar. E, para isso, o Decreto-Lei 288/1967 equiparou tais vendas a exportações. “Ué, quando vendemos para a ZFM estamos exportando?” Para efeitos fiscais, sim. Podemos até não estar exportando no sentido estrito, mas que esta venda vai ser com imunidade de tributos, ah!, isso vai: Art. 506. A remessa de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou posterior exportação, será, para efeitos fiscais, equivalente a uma exportação brasileira para o exterior (Decreto-Lei no 288, de 1967, art. 4o). § 1o O benefício de que trata o caput não abrange armas e munições, perfumes, fumo, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros classificados, respectivamente, nos Capítulos 93, 33, 24, nas posições 2203 a 2206 e nos códigos 2208.20.00 a 2208.70.00 e 2208.90.00 (exceto o ex tarifário 01) e na posição 8703 da Nomenclatura Comum do Mercosul. Note que a equiparação a exportações é apenas para fins fiscais. Não é para fins cambiais nem administrativos. Significa que o SISCOMEX não vai esperar o registro de uma Declaração de Exportação pela firma carioca, nem vai esperar uma Declaração de Importação pela firma da ZFM. O sistema também não vai exigir o CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 14 licenciamento para esta operação, tendo em vista que, para fins administrativos, isto não é uma exportação-importação. Também o SISBACEN, sistema do Banco Central onde são registrados os contratos de câmbio, não vai esperar nenhum contrato relativo a tal operação. 2) Quando a ZFM vende para uma firma do município do Rio de Janeiro, o que acontece em matéria de tributos? Bem, neste caso os governantes tiveram que tomar algumas cautelas: “Vamos desonerar?” “Vamos, mas se nós dermos isenção para os bens adquiridos da ZFM, poderá acontecer de as pessoas do Brasil inteiro utilizarem os benefícios da ZFM em benefício próprio.” Os governantes sabem que, se abrirem uma fresta na porta, por ali entrarão manadas de elefantes... Pensaram então: “Se alguém pensa que vai importar bens da Europa, trazer com isenção pela ZFM para depois sorrateiramente trazer para o Rio de Janeiro sem pagamento de tributos, está muito enganado.” Foram então radicais e proibiram a saída de bens importados pela ZFM para o restante do território nacional. Constava no Decreto-Lei 1.455/1976: Art. 37 (revogado). Fica vedada a transferência, a qualquer título, para o restante do território nacional, das mercadorias estrangeiras que ingressarem na Zona Franca de Manaus, após a vigência deste Decreto-lei, no regime instituído pelo Decreto-lei número 288, de 28 de fevereiro de 1967. Algum tempo depois, com a Lei 8.387/1991, passaram a permitir tal saída, mas incidindo todos os impostos como se a mercadoria estivesse vindo do exterior: Art. 37 (atual). As mercadorias estrangeiras importadas para a Zona Franca de Manaus, quando desta saírem para outros pontos do território aduaneiro, ficam sujeitas ao pagamento de todos os impostos exigíveis sobre importações do exterior. E foi exatamente isso que caiu na prova de TTN/1997: (TTN/1997) 75- As mercadorias estrangeiras importadas para a Zona Franca de Manaus, quando desta saírem para outros pontos do Território Nacional sem sofrerem quaisquer processos de industrialização, exceção feita à bagagem de passageiros e as destinadas a Amazônia Ocidental, a) não estão sujeitas a tributação tendo em vista que sua situação fiscal já foi regularizada quando de seu ingresso na referida Zona Franca b) estão sujeitas apenas ao pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI e ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS c) ficam sujeitas ao pagamento de todos os impostos exigíveis sobre importações do exterior d) ficam sujeitas apenas ao pagamento do Imposto de Importação, salvo quando se destinarem à Amazônia Ocidental, quando sairão com isenção do referido imposto e) não estão sujeitas ao controle administrativo das importações (licenciamento) sujeitando-se porém ao regime fiscal aplicável aos regimes aduaneiros especiais (suspensão dos tributos) Comentários CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 15 O gabarito é literal: alternativa C. Veremos, à frente, as exceções citadas no enunciado. Em relação à letra A, ela é mentirosa. Essa aí é a frase típica daquele que quer “enrolar” a Receita Federal. Não houve regularização nenhuma, pois a isenção era para a mercadoria ficar na ZFM ou, no máximo, ser mandada para o exterior do Brasil, como traz o artigo 505 do Regulamento Aduaneiro (RA): Art 505 – A entrada de mercadorias estrangeiras na Zona Franca, destinadas a seu consumo interno, industrialização em qualquer grau, inclusive beneficiamento, agropecuária, pesca, instalação e operação de indústrias e serviços de qualquer natureza e a estocagem para reexportação, será isenta dos impostos de importação (II) e sobre produtos industrializados (IPI). Letra B: incorreta. Faltou falar do imposto de importação. Note que, em 1997, ainda não havia cobrança do PIS e da COFINS sobre bens importados. Hoje, no caso de venda de mercadorias estrangeiras importadas pela ZFM para o território brasileiro, os tributos federais a serem cobrados são o II, o IPI, o PIS/PASEP e a COFINS. Letra D: incorreta. Faltou citar o IPI na questão de 1997. Sobre a Amazônia Ocidental, há outro erro que será explicitado à frente nas “Exceções de Tributação na Internalização”. Letra E: Realmente, a aquisição de bens da ZFM não está sujeita a licenciamento, pelo simples fato de não constar naquela lista de situações em que ele é exigido. Vimos isso na aula sobre “Sistema Administrativo”. Mas, em relação à suspensão de tributos, ela não existe. Afinal, eles são cobrados integralmente, como indicado na letra C, que é o gabarito. Exceções de Tributação na Internalização Quando pensaram em tributar os bens que saíam da ZFM para o restante do território nacional, os governantes fecharam o caminho para os espertinhos. Mas havia alguns casos em que seria interessante manter o benefício. Claro que esses casos excepcionais, que vemos a seguir, não são casos de nenhum espertinho estar se aproveitando. Veja o parágrafo único do artigo 509 do Regulamento Aduaneiro (RA), que dispõe sobre tais exceções: Art. 509. As mercadorias estrangeiras importadas para a Zona Franca de Manaus, quando destasaírem para outros pontos do território aduaneiro, ficam sujeitas ao pagamento de todos os impostos exigíveis sobre importações do exterior. Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no caput, relativamente ao pagamento dos impostos, as seguintes hipóteses, observado o disposto nos arts. 511, 512 e 516: I - bagagem de viajante; II - internação de produtos industrializados na Zona Franca de Manaus com insumos estrangeiros; III - saída, para a Amazônia Ocidental, de produtos compreendidos na pauta a que se refere o art. 516; e IV - saída de mercadorias para as áreas de livre comércio localizadas na Amazônia Ocidental. CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 16 O primeiro caso excepcional é o da bagagem do sujeito que foi a Manaus e acabou fazendo umas comprinhas por lá. Ora, esse sujeito vai comprar bens que foram importados pela ZFM e, portanto, lá entraram com isenção dos impostos. Quando os governantes impuseram que as mercadorias importadas pela ZFM que saíssem para o restante do território seriam tributadas, eles estavam querendo cortar a “mamata” dos importadores do Brasil, que poderiam querer se aproveitar da isenção, com os bens fazendo “escala” na ZFM. Mas e o coitado do turista? Não há motivo para tributar suas compras. O turista não é nenhum safado que está querendo se aproveitar da isenção dos impostos. Só em dinheiro de passagem e de hospedagem, o sujeito já pagou (ou vai pagar em 24 prestações) um valor bem alto. Ele não é um aproveitador, é, antes de tudo, alguém que foi até espoliado pela companhia aérea (rs). “É, vamos deixar mercadorias importadas pela ZFM saírem com o benefício fiscal se for na mala dos turistas – falou algum deputado.” “Mas, Vossa Excelência, e se esse turista não for tão santinho assim e quiser sair com 500 malas de eletrônicos?” “É mesmo, Vossa Excelência. Sabe que eu não pensei nisso? Então, vamos colocar limites para a isenção dos turistas...” E assim foram criados os limites indicados a seguir: Para produtos importados pela ZFM e lá adquiridos pelo viajante, há isenção para: a) roupas usadas, objetos e jóias de uso pessoal, de natureza e quantidade compatíveis com a duração e finalidade da viagem; b) livros e revistas c) bebidas não-alcoólicas e comestíveis até o valor FOB global de US$ 50.00 (cinqüenta dólares) d) lembranças de viagem e objetos de uso próprio, doméstico ou profissional do passageiro, inclusive máquinas ou aparelhos elétricos e eletrônicos até o valor FOB de US$ 2,000.00 (dois mil dólares) atendidas as restrições de quantidade e a destinação comercial. Dentro deste limite de US$ 2,000.00, o passageiro poderá trazer até três objetos que possuam a mesma função, desde que sejam de pequeno valor unitário (até US$ 200.00 - duzentos dólares). Quando o valor unitário do objeto importado for superior a US$ 200.00, o passageiro só poderá trazer uma unidade (PMF 21/97). Esta isenção somente pode ser usufruída a cada período de 30 dias. Tributação Especial - Os bens constantes da bagagem acompanhada do passageiro, cujo valor total exceder o limite de isenção (US$ 2,000.00), serão tributados à alíquota de 50% (cinqüenta por cento) quando o valor total for de até US$ 4,800.00 (quatro mil e oitocentos dólares). O que EXCEDER este valor (US$ 4,800.00) está sujeito à pena de perdimento. NOTA: Os limites acima podem ser somados se o passageiro estiver acompanhado do cônjuge. Para bens industrializados na ZFM: No caso de mercadorias nacionais industrializadas na ZFM com insumos estrangeiros, não há limite de valor, apenas de quantidade: - duas unidades de objetos semelhantes (com a mesma função) de valor unitário até US$ 200.00 (duzentos dólares) e uma unidade caso exceda este valor. CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 17 O segundo caso excepcional é a saída de bens para a Amazônia Ocidental. O que for importado pela ZFM pode sair para a Amazônia Ocidental com manutenção dos benefícios fiscais. A lógica aí foi o reconhecimento de que não só a cidade de Manaus deve ter seu desenvolvimento estimulado, mas também todas as cidades dos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, que formam a chamada Amazônia Ocidental (art. 516, § 1o do RA). Mas o benefício para a Amazônia Ocidental não é tão amplo quanto aquele que é dado à ZFM, pois somente pode ser aproveitado para os bens listados nos sete incisos do artigo 516 do RA: Art. 516. Os benefícios fiscais concedidos pelo Decreto-Lei no 288, de 1967, estendem-se às áreas pioneiras, zonas de fronteira e outras localidades da Amazônia Ocidental, quanto aos seguintes produtos de origem estrangeira, segundo pauta fixada pelos Ministros de Estado da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: I - motores marítimos de centro e de popa, seus acessórios e pertences, bem como outros utensílios empregados na atividade pesqueira, exceto explosivos e produtos utilizados em sua fabricação; II - máquinas, implementos e insumos utilizados na agricultura, na pecuária e nas atividades afins; III - máquinas para construção rodoviária; IV - máquinas, motores e acessórios para instalação industrial; V - materiais de construção; VI - produtos alimentares; e VII - medicamentos. As mercadorias que saem da ZFM para a Amazônia Ocidental vão com suspensão, não com isenção, como tinha sido escrito na alternativa d daquela questão 75 da prova de TTN/1997, três ou quatro páginas atrás. O terceiro caso excepcional é relativo às áreas de livre comércio. O conceito dessas áreas vem no artigo 524 do RA. Elas são zonas de fronteira da região Norte, que ganham benefícios fiscais com as intenções de promover seu desenvolvimento e aumentar a integração com os países vizinhos: Art. 524. Constituem áreas de livre comércio de importação e de exportação as que, sob regime fiscal especial, são estabelecidas com a finalidade de promover o desenvolvimento de áreas fronteiriças específicas da Região Norte do País e de incrementar as relações bilaterais com os países vizinhos, segundo a política de integração latino-americana. Hoje, as áreas de livre comércio existentes são compostas pelos perímetros urbanos dos municípios de Tabatinga (AM), Guajará-Mirim (RO), Boa Vista e Bonfim (RR), Macapá e Santana (AP) e Brasiléia, com extensão para o município de Epitaciolândia, e Cruzeiro do Sul (AC). Ao analisarmos as exceções de cobrança integral, começamos a decifrar, três páginas atrás, o parágrafo único do artigo 509: Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no caput, relativamente ao pagamento dos impostos, as seguintes hipóteses, observado o disposto nos arts. 511, 512 e 516: I - bagagem de viajante; II - internação de produtos industrializados na Zona Franca de Manaus com insumos estrangeiros; CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 18 III - saída, para a Amazônia Ocidental, de produtos compreendidos na pauta a que se refere o art. 516; e IV - saída de mercadorias para as áreas de livre comércio localizadas na Amazônia Ocidental. Ao se referir às saídas para as áreas de livre comércio, no inciso IV, a não cobrança dos tributos foi restringida às áreas de livre comércio “localizadas na Amazônia Ocidental.” Como a Amazônia Ocidental é composta apenas por AM, AC, RO e RR, ficaram de fora do inciso IV as saídas para Macapá e Santana, no Amapá. Mesmo as saídas para as ALC da Amazônia Ocidental não são totalmente desoneradas, tendo em vista as exceções já citadas de armas e munições, fumo, bebidas alcoólicas, automóveis de passageiros e perfumes, além de outras citadas no inciso II a seguir:Art. 526. Excetuam-se do regime previsto neste Capítulo: I - as armas e munições, perfumes, fumo e seus derivados, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros; e II - os bens finais de informática, para as áreas de Tabatinga e Guajará- Mirim. O quarto e último caso excepcional é relativo à internação partindo da ZFM. O governo não queria que a ZFM fosse aproveitada como zona de passagem. Queria que aquela região se desenvolvesse por meio, inclusive, da industrialização. Então, havendo industrialização ali dentro usando insumos estrangeiros, duas coisas seriam evidenciadas: 1a) a coisa boa: a industrialização desenvolve a região; e 2a) a coisa ruim: bem que essa industrialização poderia ser com insumos nacionais... Portanto, usando-se insumos estrangeiros a industrialização era algo bom, mas seria melhor ainda se fossem usados insumos nacionais. Então, entre a pior opção (a ZFM não se industrializar) e a melhor opção (a ZFM se industrializar usando insumos nacionais), resolveram dar um benefício para os insumos estrangeiros, mas não tanto quanto aquele dado aos insumos nacionais. Em suma: 1) Se não houver industrialização, o governo fica triste. 2) Se a industrialização na ZFM for com insumos estrangeiros, o governo fica um pouco feliz. Por isso não cobra o IPI dos produtos ali fabricados, mas cobra o II proporcional como veremos à frente, pois não quer incentivar muito os insumos estrangeiros. 3) Se a industrialização na ZFM for só com insumos nacionais, o governo fica muitíssimo feliz e não cobra nenhum tributo na internação: nem II, pois os insumos são nacionais, nem IPI. Cobrança proporcional do imposto de importação (II) Se um insumo estrangeiro é empregado na industrialização de um bem na ZFM, então a região não estará sendo uma zona de passagem. Mas, buscando assegurar que a industrialização não é só “para inglês ver”, foi definida, para cada tipo de produto, uma lista com as operações industriais mínimas, e assim se poderia CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 19 garantir que o produto foi, de fato, produzido ali e não foi uma mera “maquiagem”. É a definição do “processo produtivo básico”. Analisando o artigo 512 do Regulamento Aduaneiro, vemos que haverá pagamento do imposto de importação sobre o produto industrializado na ZFM, mas a alíquota incidente será reduzida proporcionalmente ao uso de insumos e mão-de-obra nacionais: Art. 512. Os produtos industrializados na Zona Franca de Manaus, quando dela saírem para qualquer ponto do território aduaneiro, estarão sujeitos ao pagamento do imposto de importação relativo a matérias-primas, produtos intermediários, materiais secundários e de embalagem, componentes e outros insumos de origem estrangeira neles empregados, calculado o tributo mediante coeficiente de redução de sua alíquota ad valorem, desde que atendam a nível de industrialização local compatível com processo produtivo básico para produtos compreendidos na mesma posição e subposição da Nomenclatura Comum do Mercosul. § 1o O coeficiente de redução do imposto de importação será obtido mediante a aplicação de fórmula que tenha: I - no dividendo, a soma dos valores de matérias-primas, produtos intermediários, materiais secundários e de embalagem, componentes e outros insumos de produção nacional, e da mão-de-obra empregada no processo produtivo; e II - no divisor, a soma dos valores de matérias-primas, produtos intermediários, materiais secundários e de embalagem, componentes e outros insumos de produção nacional e de origem estrangeira, e da mão-de-obra empregada no processo produtivo. (leia o inciso II como “o custo total de produção”) Vamos a um exemplo numérico: a ZFM importou um motor de valor equivalente a R$ 1.000,00. Incorporou-o a uma lancha, gastando no total R$ 10.000,00 como custo de produção. Vendeu a lancha para uma firma de São Paulo. Considere que: - a alíquota de II do motor é 10%; - a alíquota do IPI do motor é 20%; - a alíquota de II da lancha é 30%; e - a alíquota de IPI da lancha é 40%. Bem, se tivesse havido pagamento de tributos na importação do motor, estes seriam (ignorando-se o frete, o seguro e a descarga para facilitar o cálculo): - II = 10% x R$ 1.000,00 = R$ 100,00 - IPI = 20% da soma do valor aduaneiro (R$ 1.000) com o imposto de importação (R$ 100) = R$ 220,00. Mas tais valores foram objeto de isenção. Se a lancha viesse do exterior direto para São Paulo, a cobrança seria (estou sempre ignorando o frete, o seguro e a descarga para simplificar o cálculo): - II = 30% x R$ 10.000,00 = R$ 3.000,00 - IPI = 40% x (R$ 10.000,00 + R$ 3.000,00) = R$ 5.200,00 Como a lancha não veio do exterior, mas da ZFM com o motor estrangeiro incorporado, então o artigo 512 dispõe que ela será tributada com redução da alíquota ad valorem de imposto de importação (note que o artigo faz menção CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 20 apenas ao imposto de importação). Ora, realmente não é justo tributar a lancha como se ela tivesse vindo do exterior. A redução deve ser calculada considerando-se a participação dos insumos e da mão-de-obra nacional incorporados ao produto. Traduzindo em números no nosso exemplo: como a lancha teve custo total de produção igual a R$ 10.000,00 e os insumos estrangeiros foram de R$ 1.000,00, então os insumos nacionais e a mão- de-obra nacional alcançaram R$ 9.000,00. O coeficiente de redução será de 90% (valor da produção nacional / valor total da produção). E deverá ser aplicado sobre a alíquota ad valorem da lancha: 90% de redução em cima da alíquota de 30% de imposto de importação significam a cobrança de apenas 3% (= 30% - 90%x30%). Na internação da lancha, há isenção de IPI e a cobrança do II é com uma alíquota de apenas 3% sobre o valor aduaneiro: - II a ser pago: 3% do valor aduaneiro da lancha. - IPI a ser pago: R$ 0,00 No nosso exemplo, o II do motor (objeto de isenção) foi calculado em R$ 100,00. E o II a ser cobrado na internação da lancha vai ser superior a R$ 300,00. Note que o II a ser pago na internação da lancha não é o mesmo valor que tinha ficado excluído na importação do motor. O valor do imposto de importação cobrado na internação da lancha pode, em tese, ser menor ou até, por coincidência, ser igual ao valor do imposto que seria cobrado na importação do motor. “Ih, professor! Agora me confundi. Na internação, o sujeito, às vezes, acaba pagando mais do que tinha deixado de pagar na importação do motor?” “É isso aí, mas, em compensação, não paga o IPI.” É por causa da isenção do IPI que o artigo 509, que começamos a analisar cinco páginas atrás, excetua a internação em relação “ao pagamento de todos os impostos exigíveis sobre importações do exterior”: Art. 509. As mercadorias estrangeiras importadas para a Zona Franca de Manaus, quando desta saírem para outros pontos do território aduaneiro, ficam sujeitas ao pagamento de todos os impostos exigíveis sobre importações do exterior. Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no caput, relativamente ao pagamento dos impostos, as seguintes hipóteses, observado o disposto nos arts. 511, 512 e 516: ... II - internação de produtos industrializados na Zona Franca de Manaus com insumos estrangeiros; ... Art. 513. Estão isentas do imposto sobre produtos industrializados todas as mercadorias produzidas na Zona Franca de Manaus que se destinem: I - ao seu consumo interno; ou II - à comercialização em qualquer ponto do território aduaneiro, observados os requisitos estabelecidos para o processo produtivo básico de que trata o art. 512. Parágrafo único. A isenção de que tratao caput não se aplica às mercadorias referidas no § 1o do art. 505 [são aqueles casos de fumo, bebida alcoólica, automóveis de passageiros, armas e munições, perfumes e congêneres] Uma última observação: a internação ocorre quando a mercadoria sai da ZFM a título definitivo para o restante do território nacional. Não se considera internação a CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 21 saída temporária da ZFM. Esta é análoga a uma admissão temporária: permite-se que a mercadoria importada pela ZFM dê uma “passeada” no restante do território, mas tem que voltar. Assemelha-se à admissão temporária inclusive na suspensão dos tributos e na formalização do termo de responsabilidade. Este será executado caso o bem não retorne no prazo fixado ou descumpra outras condições da concessão. A saída temporária cabe nos casos listados na IN SRF 300/2003: Art. 1º A saída temporária, para o restante do território aduaneiro, de bens ingressados na Zona Franca de Manaus (ZFM) ou Área de Livre Comércio (ALC) com os benefícios fiscais previstos na legislação específica, far-se-á por meio de Declaração de Saída Temporária (DST), com suspensão do pagamento dos tributos, garantidos mediante formalização de termo de responsabilidade, quando se tratar de: I - produtos manufaturados e acabados, para conserto, reparo ou restauração; II - componentes remetidos por empresa industrial, para a produção de máquinas e equipamentos destinados à utilização na ZFM; III - modelos relativos a projeto industrial aprovado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), para serem submetidos a estudos, testes ou exposição; IV - equipamentos utilizados por técnicos e profissionais residentes na ZFM ou em ALC e que dela saiam em missão de trabalho; V - aparelhos e máquinas de uso pessoal, que acompanhem o viajante residente na ZFM ou em ALC; VI - produtos semi-elaborados, para serem submetidos a processo de beneficiamento ou transformação de que não resulte produto final; VII - produtos para demonstração em feiras, exposições e outros eventos científicos, técnicos ou culturais; VIII - embalagens e seus acessórios, que acompanham mercadorias a serem internadas por empresas situadas na ZFM; e IX - veículos de origem nacional ou estrangeira, exceto os de transporte coletivo de pessoas ou de transporte de carga, cujo proprietário seja residente e domiciliado na ZFM ou em ALC. A questão seguinte é justamente sobre essa saída temporária. (AFRF/2003) 26- A saída temporária de mercadorias da Zona Franca de Manaus, das Áreas de Livre Comércio e da Amazônia Ocidental e sua readmissão serão feitas com base em: a) Declaração de Saída Temporária (DST) b) Declaração Simplificada de Internação (DSI) c) Demonstrativo do Coeficiente de Redução (DCR) d) Declaração para Controle de Internação (DCI) e) Declaração de Internação Temporária (DIT) Comentários A questão é literal do artigo 1o da IN SRF 300/2003. Gabarito: Letra A. CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 22 (ACE/2008) Julgue os itens a seguir, referentes à classificação e às modalidades de regimes aduaneiros. 136 A Zona Franca de Manaus usufrui tratamento tributário diferenciado, particularmente no tocante à importação de insumos destinados à industrialização, os quais, quando procedentes do exterior, são isentos do imposto de importação e, quando provenientes do mercado interno, são isentos do ICMS. Gabarito: item FALSO. Esta questão tem uma pegadinha (aliás, uma pegadona). A questão indica que “mercadorias procedentes do exterior” têm direito a isenção do imposto de importação. Isso engana muita gente, inclusive eu, que escorreguei nessa casca de banana na primeira vez que vi a questão. A isenção do II é só para mercadorias estrangeiras, não para mercadorias procedentes do exterior. Mercadorias nacionais exportadas para o exterior do Brasil e, posteriormente, importadas, apesar de serem “procedentes do exterior”, não terão direito à isenção. É exatamente o que diz o § 3o do artigo 505 do Regulamento Aduaneiro. Algum tempo depois, peguei de novo a questão para dar uma olhada e vi minha escorregada. Art. 505. A entrada de mercadorias estrangeiras na Zona Franca de Manaus, destinadas a seu consumo interno, industrialização em qualquer grau, inclusive beneficiamento, agropecuária, pesca, instalação e operação de indústrias e serviços de qualquer natureza, bem como a estocagem para reexportação, será isenta dos impostos de importação e sobre produtos industrializados. ... § 3o Os produtos nacionais exportados para o exterior e, posteriormente, importados pela Zona Franca de Manaus, não gozarão dos benefícios referidos neste artigo (Decreto-Lei no 1.435, de 16 de dezembro de 1975, art. 5o). Em relação ao ICMS, foi firmado em 1988 o Convênio ICM 65/88, que dispõe sobre a isenção do imposto sobre as remessas de bens para a ZFM: CONVÊNIO ICM 65/1988 Isenta do ICM as remessas de produtos industrializados de origem nacional para comercialização ou industrialização na Zona Franca de Manaus, nas condições que especifica. O Ministro da Fazenda e os Secretários de Fazenda ou Finanças dos Estados e do Distrito Federal, na 52ª Reunião Ordinária do Conselho de Política Fazendária, realizada em Brasília, DF, no dia 6 de dezembro de 1988, tendo em vista o disposto na Lei Complementar n° 24, de 7 de janeiro de 1975, resolvem celebrar o seguinte CONVÊNIO Cláusula primeira Ficam isentas do imposto as saídas de produtos industrializados de origem nacional para comercialização ou industrialização CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 23 na Zona Franca de Manaus, desde que o estabelecimento destinatário tenha domicílio no Município de Manaus. ... Portanto, a questão é FALSA por causa do II, não por causa do ICMS. RESUMO Sobre a loja franca: - é um regime aduaneiro especial; - somente pode ser instalada em porto ou aeroporto e desde que este seja alfandegado; - é instalada após processo licitatório; - pode vender produtos nacionais ou estrangeiros; - pode vender para recebimento em moeda nacional ou estrangeira, seja em espécie, seja por cartão de crédito ou cheque de viagem; - os bens importados pela loja franca entram em consignação e recebem o benefício da suspensão dos impostos; - bens nacionais podem ser adquiridos pela loja franca, os quais receberão o benefício da isenção dos impostos; - os bens em poder da loja franca podem ser adquiridos por: (i) tripulante em viagem internacional de partida, (ii) passageiro entrando no ou saindo do país, (iii) passageiro em trânsito internacional, (iv) passageiro a bordo de aeronave ou embarcação em viagem internacional, (v) missão diplomática, repartição consular e representação de organismo internacional de caráter permanente, e seus integrantes e assemelhados, e (vi) empresa de navegação aérea ou marítima para consumo a bordo ou venda a passageiros; - o passageiro chegando de viagem internacional obtém isenção de tributos ao comprar até US$ 500,00 em bens na loja franca, não se confundindo esse limite com aquele previsto para os bens trazidos como bagagem. Além do limite de valor, existem limites de quantidade para as aquisições na loja franca; - caso o passageiro chegando de viagem internacional adquira na loja franca bens que, no total, superem US$ 500,00, será aplicado o Regime de Tributação Especial, com cobrança unicamente de imposto de importação à alíquota de 50% sobre o que exceder aquele valor. Sobre a Zona Franca de Manaus:- foi criada em 1967; - prevê benefícios fiscais com intuito de desenvolver Manaus e arredores; - na importação de bens, há desoneração de II, IPI, PIS e COFINS, com algumas exceções; - na exportação, há isenção de IE, também com exceções; - quando o restante do território nacional vende bens para a ZFM, tais vendas são equiparadas a exportações; - quando o restante do território nacional adquire bens importados pela ZFM, isto é, nas operações de internação, há cobrança integral dos tributos como se a mercadoria estivesse sendo importada diretamente do exterior. Excepcionalmente, a cobrança integral não ocorre em quatro situações: (i) saída de bens para algumas Áreas de Livre Comércio, (ii) saída de bens para a Amazônia Ocidental, (iii) saída CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 24 de bens como bagagem de turistas, e (iv) saída de bens industrializados na ZFM com insumos estrangeiros. - No caso dos bens industrializados na ZFM, a internação se fará com isenção do IPI e com cobrança do II proporcional à participação do insumo estrangeiro no produto final internado. Um abraço, Rodrigo Luz CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 25 QUESTÕES RESOLVIDAS NESTA AULA (TTN/1997) 77- As lojas francas instaladas na Zona Primária de porto e aeroporto destinam-se a venda de mercadoria a) nacional ou estrangeira a passageiros de viagens internacionais, contra pagamento em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível b) nacional ou estrangeira somente a passageiro de viagem internacional em trânsito pelo País, contra pagamento em moeda estrangeira conversível c) estrangeira ou nacional somente a passageiro de viagem internacional saindo do País, contra pagamento em moeda estrangeira conversível ou cheque de viagem d) estrangeira somente a passageiros de viagem internacional chegando ao País, contra pagamento em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível e) estrangeira ou nacional importada por firmas permissionárias de entrepostos aduaneiros, a passageiros e tripulantes de veículos em viagem internacional contra pagamento exclusivamente em moeda estrangeira conversível (TTN/1998) 54- No regime aduaneiro atípico de loja franca, a) poderá ser autorizado o seu funcionamento na zona primária de porto ou aeroporto, nos termos e condições fixados pelo Ministro da Fazenda, para venda de mercadoria nacional ou estrangeira, a passageiros de viagens internacionais, contra pagamento em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível b) somente poderá ser autorizado o seu funcionamento em zona primária de ponto de fronteira alfandegado para venda de mercadoria estrangeira a passageiros chegando de viagem internacional por via aérea, terrestre, fluvial ou lacustre c) poderá também ser autorizado o seu funcionamento em depósitos alfandegados de empresas de transporte rodoviário localizados em área contígua à de porto ou aeroporto alfandegado d) será autorizado seu funcionamento em recintos alfandegados de zona secundária próxima a porto ou aeroporto para venda de mercadoria nacional exclusivamente a passageiros com destino ao exterior e) somente poderão ser vendidas mercadorias nacionais ou estrangeiras a passageiros de viagens internacionais, sendo vedado nesse regime o fornecimento de produtos destinados ao uso ou consumo de bordo de embarcações ou aeronaves, de bandeira estrangeira, aportadas no país. (TRF/2003) 27- Assinale a opção correta. As lojas francas estão autorizadas a efetuar venda de mercadorias nacionais ou estrangeiras em portos e aeroportos alfandegados, a: a) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$300.00 (Norma de Bagagem do Mercosul) e a limites quantitativos para determinados produtos; a passageiros e tripulantes, em viagem internacional de partida, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de navegação aérea ou marítima, visando o consumo de bordo, em viagens internacionais, ou a venda a passageiro; a missões diplomáticas e a seus integrantes e assemelhados. b) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$500.00 e a limites quantitativos para determinados produtos, em venda única e objeto de nota de venda única; a CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ www.pontodosconcursos.com.br 26 passageiros e tripulantes, em viagem internacional de partida, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de navegação aérea ou marítima, em viagens internacionais, visando o consumo de bordo ou a venda a passageiro, quando em águas ou espaço aéreo internacionais; a missões diplomáticas e a seus integrantes e assemelhados. c) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, cheque, cheque de viagem ou cartão de crédito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$500.00 e a limites quantitativos para determinados produtos; a passageiros e tripulantes, em viagem internacional de partida, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de navegação aérea ou marítima, visando o consumo de bordo ou a venda a passageiro, em viagens internacionais, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito; a missões diplomáticas e a seus integrantes e assemelhados. d) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, cheque, cheque de viagem ou cartão de crédito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$300.00 (Norma de Bagagem do Mercosul) e a limites quantitativos para determinados produtos, em venda única e objeto de nota de venda única; a passageiros e tripulantes, em viagem internacional de partida, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de navegação aérea ou marítima, visando o consumo de bordo ou a venda a passageiro, em viagens internacionais; a missões diplomáticas e a seus integrantes e assemelhados. e) passageiros e tripulantes em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, cheque, cheque de viagem ou cartão de crédito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$500.00 e a limites quantitativos para determinados produtos; a passageiros em viagem internacional de partida, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de navegação aérea ou marítima, em viagens internacionais, visando o consumo de bordo ou a venda a passageiro, fora do território aduaneiro; a missões diplomáticas e a seus integrantes e assemelhados. (AFRF/2002.1) 27- A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio de importação e de exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face dos fatores locais e da grande distância a que se encontram os centros consumidores de seus produtos. (Dec.Lei 288/67, art.1º, artigo 389 do Dec.91.030/85 - Regulamento Aduaneiro) (adaptada) Em face do enunciado, assinale a opção correta. a) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial,
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