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Aula 09 Comercio Internacional

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CURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ 
www.pontodosconcursos.com.br 1
Oi, pessoal. 
 
O Missagia já comentou quase todos os regimes aduaneiros especiais, restando 
apenas a loja franca e a Zona Franca de Manaus, que são o objeto da aula de hoje. 
 
Loja Franca 
 
A loja franca é mais conhecida como “free-shop”. É o sonho de consumo de muita 
gente que viaja para o exterior (ou, pelo menos, para a sogra do viajante, para o 
cunhado dele, ...). Às vezes, o sujeito viaja só para, na volta, fazer algumas 
comprinhas... 
Bem, seguindo a regra dos regimes aduaneiros especiais, o regime de loja franca 
também é suspensivo, ou seja, não se cobram os tributos de importação sobre os 
produtos estrangeiros que lá entram. Por quê? 
Você quer ouvir o motivo nobre ou o motivo camuflado? 
Vamos primeiro à motivação explicitada: o “free-shop” prevê um tratamento 
facilitado para os produtos estrangeiros, da mesma forma que nossos produtos 
recebem um tratamento facilitado nos portos e aeroportos do mundo inteiro. 
Portanto, a não-tributação é recíproca e visa a uma maior promoção dos produtos 
deles e nossos pelo mundo afora. Para promover os produtos no mundo inteiro, 
nada melhor do que os expor nas vitrines dos portos e aeroportos internacionais. 
Afinal, na maioria absoluta dos casos, quem faz viagem internacional é pessoa com 
bom poder aquisitivo. 
Quer ler agora a segunda intenção? 
Bem, quando o governo brasileiro, por exemplo, permite a entrada de bens 
estrangeiros sem pagamento de tributos, ele acaba estimulando os viajantes 
brasileiros a adquirirem os produtos estrangeiros aqui mesmo, não lá fora. “Não 
compra lá não. Será mais peso, excesso de bagagem, desconforto, ... Compra aqui 
no Brasil, no aeroporto de chegada. Vai sair no mesmo preço que você pagaria no 
exterior.” 
E qual a diferença entre comprar lá fora ou aqui dentro? 
Ora, o dinheiro do turista brasileiro não será gasto lá fora. Ele o vai trazer de volta 
e comprar o bem aqui. 
Então alguém diz: “E daí, Rodrigo? Está certo que o turista não gastou lá fora. Mas 
a loja franca vai ter que pagar ao exterior o valor daquele bem importado. Não dá 
no mesmo?” 
A resposta é: não, não dá no mesmo. Ora, quando alguém compra um perfume 
francês na França (não no Paraguai), gasta, por exemplo, 100 euros. Mas quando o 
free shop importa este perfume da França para vender aos viajantes, paga menos 
do que 100 euros. Deve pagar, por exemplo, uns 80 euros, tendo em vista que 
importa em grande quantidade, no atacado. 
O governo brasileiro, espertamente, fez com que fossem pagos 80 euros ao 
exterior, em vez de 100. 
Só mais um detalhe: para usufruir a suspensão dos tributos, as mercadorias 
importadas pela loja franca têm que vir em consignação. Isto garante que o 
excesso não vendido retornará ao exterior. E assim a economia de 20 euros, no 
exemplo anterior, fica garantida, tendo em vista que a mercadoria não ficará 
“encalhada”. Se não vender, devolve. 
 
Local de instalação de loja franca 
 
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Como dispõe o Regulamento Aduaneiro (RA – Decreto 6.759/2009), a loja franca 
somente pode ser instalada em porto ou em aeroporto. E, obviamente, porto ou 
aeroporto alfandegado, para se garantir que a venda é só para pessoas chegando 
do exterior (há exceções a esta última afirmativa, que veremos no próximo tópico). 
Vimos que a loja franca existe (como segunda intenção) para estimular o viajante a 
comprar bens aqui dentro e, assim, o país economizar um trocado. Ora, sob esta 
ótica, será que os bens importados trazidos pela loja franca podem ser adquiridos 
por qualquer um de nós, que nem sonhamos em viajar ao exterior? 
Claro que não. O governo só permite que a compra de bens do exterior seja feita 
por pessoas que teriam condições de comprar bens lá fora. 
A ótica do governo em relação aos viajantes é: “Puxa, meu amigo viajante, em vez 
de comprar lá fora, compra aqui dentro.” 
Está sentindo o carinho do governo com o viajante? O governo ainda fala baixinho 
consigo mesmo: “Tomara que o viajante não gaste o dinheiro lá fora...” 
Mas a ótica do governo para aqueles que não estão viajando é: “Qual é a tua, ô 
cara? Tu tá querendo comprar produto estrangeiro pro teu moleque? Tudo bem, 
mas num vai comprar na loja franca não. Tu tem que pagar todos os tributos. Tá 
querendo atrapalhar a indústria brasileira, bicho?” (isto foi no dialeto carioquês. 
Antes que os cariocas me xinguem: também sou carioca e com muito orgulho. rs) 
Bem, é justamente para se garantir que os bens serão vendidos apenas a viajantes 
chegando do exterior (há exceções, como eu alertei antes) que a loja franca tem 
que ser instalada em porto ou aeroporto alfandegado, ou seja, com alfândega 
instalada. 
Antes de passarmos para ver a lista de pessoas que podem adquirir bens da loja 
franca, cabe completar a análise do artigo 476 do Regulamento Aduaneiro (RA): 
Art. 476. O regime aduaneiro especial de loja franca é o que permite a 
estabelecimento instalado em zona primária de porto ou de aeroporto 
alfandegado vender mercadoria nacional ou estrangeira a passageiro em 
viagem internacional, contra pagamento em moeda nacional ou estrangeira. 
 
Podemos ver três coisas adicionais no artigo 476: 
1o) Em lojas francas podem ser vendidas mercadorias nacionais ou 
estrangeiras. 
Ora, quando estavam discutindo a criação deste regime há tempos atrás, pensaram 
inicialmente na venda de bens a passageiros chegando em viagem internacional, 
buscando estimular a economia explicada no início. 
Mas isto trouxe um desconforto à indústria doméstica: “pôxa, governo, você está 
querendo me quebrar? Não vai cobrar imposto de mercadorias estrangeiras, mas o 
cobra dos produtos nacionais vendidos internamente?” 
A reclamação ganhou corpo, mas o governo era inflexível: “ô, indústria, sabe o que 
vai acontecer se eu não der a isenção para os bens importados? O viajante vai 
comprar os produtos estrangeiros antes de voltar para o Brasil, ou seja, você 
continua sem vender e eu perco minha economia.” 
Foi aí que a indústria bolou um plano maquiavélico (calma! Isso foi só para dar 
suspense): propôs ao governo que os produtos nacionais pudessem também ser 
vendidos dentro dos free-shops e, melhor do que isso, com isenção dos tributos. 
“Sabe, falou o governo, vender produtos nacionais dentro da loja franca não vai dar 
nenhum prejuízo a ninguém. Até vai ser bom, pois o viajante terá acesso a uma 
maior variedade de produtos e pode se sentir ainda mais estimulado a comprar 
aqui dentro do que lá fora. Gostei da tua idéia, ô indústria.” 
Foi então que encamparam a possibilidade de produtos nacionais serem vendidos 
em loja franca. Mas ainda faltava uma coisa essencial: os produtos importados 
entravam com suspensão de tributos, mas os produtos nacionais estavam sendo 
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tributados. “Vamos dar tratamento paritário.” E aí nasceu a isenção na aquisição de 
bens nacionais. 
Todas essas regras surgiram no Decreto-Lei 1.455/1976. 
Em suma: a importação de bens se dá com suspensão de tributos. Quando a 
mercadoria importada for vendida pela loja franca ao viajante chegando do 
exterior, então a suspensão se converte em isenção e fica definitivamente excluído 
o crédito tributário. 
Já a aquisição de bens nacionais se dá diretamente com isenção de tributos. 
Por que a diferença: suspensão para os importados vs. isenção para os nacionais? 
Pelos seguintes motivos: 
1) o produto estrangeiro tem que entrar em consignação, como escrevi antes, para 
garantir a receita cambial. 
E, se entra em consignação, não se pode dar “de pronto” a isenção, pois talvez a 
mercadoria não fique no Brasil, podendoser devolvida ao exterior. É dada a 
suspensão condicionada à venda ao viajante. Quando vender ao viajante, garante-
se que as condições do regime foram cumpridas e então se reconhece a isenção. 
2) o produto nacional não entra em consignação, pois não há necessidade de se 
preservar receita cambial já que o free shop não gasta dólares para comprar o 
produto nacional. 
O produto nacional, sendo comprado, ou seja, sendo entregue de forma definitiva 
para a loja franca, entra no estoque desta com isenção de tributos. Isto porque não 
há possibilidade de se devolver o bem. 
Uma pequena observação: você viu com o Missagia o regime de depósito 
alfandegado certificado (DAC) que, em suma, é a permissão para que mercadorias 
já vendidas ao exterior fiquem no Brasil, aguardando, em regra, o embarque. 
Logo, uma mercadoria colocada no regime de DAC é considerada exportada e, 
portanto, estrangeira. E, sendo estrangeira, pode ser entregue à loja franca como 
se estivesse vindo do exterior, apesar de estar aqui no Brasil... Tudo que se aplica 
a uma importação do exterior se aplicará à mercadoria enviada do DAC para a loja 
franca, inclusive a exigência de a mercadoria entrar em consignação. 
 
2o) A venda é para “passageiro em viagem internacional”. 
A idéia inicial, ao se criar o regime de loja franca, era, como vimos, fazer com que 
o turista não gastasse o dinheiro lá fora, mas aqui dentro, no momento da 
chegada. 
Mas, na discussão para a criação do regime, o governo foi convencido de que a 
venda a passageiros saindo do país não iria atrapalhar seu objetivo inicial, muito 
pelo contrário. 
Portanto, o Decreto-Lei 1.455/1976 já veio permitindo a venda a bens a 
passageiros saindo do país. 
 
3o) O pagamento pode ser “em moeda nacional ou estrangeira” 
Até o ano de 2006, as compras em loja franca não podiam ser feitas com moeda 
nacional, só com moeda estrangeira. A lógica era retirar do viajante a moeda 
estrangeira e aumentar sua oferta no mercado doméstico. Eram tempos em que a 
moeda estrangeira era escassa e qualquer ajuda na redução da taxa cambial era 
muito bem-vinda. 
Redação antiga do DL 1.455/1976, art. 15 – 
Na zona primária de porto ou aeroporto poderá ser autorizado, nos termos e 
condições fixados pelo Ministro da Fazenda, o funcionamento de lojas 
francas para venda de mercadoria nacional ou estrangeira a passageiros de 
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viagens internacionais, saindo do País ou em trânsito, contra pagamento 
em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível. 
 
Em 2006, depois de vários anos com a economia brasileira estabilizada, 
resolveram, pela Lei 11.371, permitir a aquisição de bens com moeda nacional. 
Afinal, o Real passou a ser reconhecido como uma moeda forte, decente, ao 
contrário das nossas moedas anteriores... 
O problema que o real agora possuía (e que possui) é o contrário do problema 
antigo: nossa moeda está muito valorizada. Já não havia (nem há) necessidade de 
se tentar tirar do viajante a moeda estrangeira para oferecê-la ao mercado. Isto só 
faria com que o dólar caísse ainda mais e o real subisse, atrapalhando nossas 
exportações e aumentando as importações. Por isso, podemos, desde 2006, 
comprar em free shop com moeda nacional. 
Redação atual do DL 1.455/1976, art. 15 – 
Na zona primária de porto ou aeroporto poderá ser autorizado, nos termos e 
condições fixados pelo Ministro de Estado da Fazenda, o funcionamento de 
lojas francas para venda de mercadoria nacional ou estrangeira a 
passageiros de viagens internacionais, na chegada ou saída do País, ou em 
trânsito, contra pagamento em moeda nacional ou estrangeira. 
(Redação dada pela Lei nº 11.371, de 2006) 
 
Em resumo: O regime de loja franca foi pensado originalmente para preservação da 
moeda estrangeira do turista brasileiro na sua viagem de volta. Esta foi a “segunda 
intenção”, como vimos antes. 
Acabaram permitindo também que produtos nacionais fossem vendidos com 
isenção em loja franca. 
E depois, quando já não havia tanta necessidade de se proteger a moeda nacional 
contra desvalorizações, permitiram a aquisição de bens (nacionais ou estrangeiros) 
com moeda nacional. 
 
Possíveis compradores de bens 
 
Já que os viajantes chegando do ou indo para o exterior podem comprar bens na 
loja franca, qual o problema de os tripulantes (pilotos e comissários) também 
comprarem? 
Bem, tripulante não pode comprar bens na loja franca chegando do exterior, 
senão... senão eu ia pedir para o meu vizinho, que é piloto de vôos internacionais, 
que sempre desse uma passadinha no free shop para mim quando ele estivesse 
chegando de viagem. Talvez ele até gostasse disso e começasse a trazer para todo 
mundo que ele conhecesse. E então ele passaria a ganhar mais dinheiro com 
revenda de bens de free shop do que com o próprio trabalho de piloto. Ele só não 
largaria o emprego de piloto para não perder o “bico” do free shop... Aliás, o “bico” 
seria o próprio emprego de piloto... 
Ora, o free shop não é para abastecer o mercado interno e, por isso, é claro que o 
tripulante chegando do exterior não pode comprar no free shop. Mas se o tripulante 
estiver saindo... 
Se estiver saindo, o tripulante pode comprar à vontade, pois tudo o que ele trouxer 
na viagem de volta será tributado como bagagem. E tripulante de navio ou de avião 
não tem aquela quota de isenção de bagagem que todo turista tem, de US$ 
500,00, como veremos à frente no tópico “Regime de Tributação Especial”. 
Em suma, o tripulante chegando do exterior não tem direito de comprar no free 
shop nem tem direito à isenção sobre bens trazidos como bagagem. É por isso que 
o artigo 15, inciso I, da IN RFB 863/2008 indica “viagem internacional de partida”: 
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Art 15. As mercadorias admitidas no regime [de loja franca] poderão ser 
vendidas a: 
I - tripulante de aeronave ou embarcação em viagem internacional de 
partida; 
II - passageiro saindo do País, portador de cartão de embarque ou de 
trânsito internacional; 
III - passageiro chegando do exterior, identificado por documentação hábil, 
no 1º (primeiro) aeroporto de desembarque no País e anteriormente à 
conferência de sua bagagem acompanhada; 
IV - passageiro a bordo de aeronave ou embarcação em viagem 
internacional; 
V - missão diplomática, repartição consular e representação de organismo 
internacional de caráter permanente, e a seus integrantes e assemelhados, 
conforme previsto no inciso IV art. 15 do Decreto-Lei nº 37, de 18 de 
novembro de 1966; e 
VI - empresa de navegação aérea ou marítima para consumo a bordo ou 
venda a passageiros, isentas de tributos, quando em águas ou espaço aéreo 
internacional. 
Parágrafo único. Menores de 18 (dezoito) anos, mesmo acompanhados, não 
poderão adquirir bebidas alcoólicas e artigos de tabacaria. 
 
Vamos analisar as outras pessoas que podem adquirir bens em loja franca? 
Em relação ao viajante, ele aparece nos incisos II, III e IV. Quanto aos incisos II e 
III, não há dificuldade no entendimento: passageiros entrando ou saindo podem 
comprar em free shop. 
Em relação ao inciso IV, ele sempre gera confusão entre aqueles alunos que já 
viajaram ao exterior. Neste ponto da aula, eu já fico esperando a pergunta 
tradicional: “Amado professor (o ‘amado’ foi por minha conta), então aquelas 
coisinhas que a gente compra dentro do avião também são compras em free shop, 
né? Tá escrito aqui que o passageiro a bordo também pode comprar...” 
“Amada aluna (ou caro aluno), o que você está lendo aí não é o que está escrito, 
entendeu?” 
“Hã?” 
“É verdade que as mercadorias trazidas pela loja franca podem ser vendidas a 
passageiros a bordo, mas não receberão o tratamento decompra em loja franca.” 
“Ih! Agora enrolou tudo...” 
 
Calma, vamos por partes. 
O negócio é o seguinte: a empresa de loja franca traz mercadorias importadas. 
Estas entram com suspensão no pagamento de tributos. Quando o avião chegar, 
tais bens podem ser comprados pelos viajantes que estiverem desembarcando no 
Brasil. É o inciso III. 
Observação 
Veja uma pequena falha da RFB ao escrever o inciso III: só se referiram a 
aeroporto, mas a loja franca também pode existir em porto. 
 
Se o viajante estiver saindo do Brasil, ele pode comprar na loja franca, ou se 
estiver passando por aqui (por exemplo, vindo da Europa e indo para a Argentina), 
fazendo conexão, também pode comprar o que quiser na loja franca, sem limite de 
valor. É o inciso II. 
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Observação 
Quem viaja (ou viajou) de avião, sabe a diferença entre conexão e escala: 
- Conexão: você chega de avião, desce dele, sai correndo igual a um louco 
no saguão (seu sapato quase sai do pé), e consegue pegar o outro avião que 
vai te levar ao seu destino. 
- Escala: você chega de avião, não desce dele, pede uma água para a 
aeromoça, lê duas vezes o mesmo jornal e se cansa de tanto esperar o resto 
do pessoal embarcar, depois de eles já terem corrido um bocado. 
 
A loja franca pode também vender bens a passageiros que estiverem a bordo do 
avião, fazendo escala no Brasil, assim como pode vender para a companhia aérea 
para que esta utilize a bordo ou revenda aos seus passageiros. São os incisos IV e 
VI. 
De novo: 
1) a loja franca pode vender aos passageiros a bordo de aeronaves; e 
2) a loja franca pode vender à companhia aérea ou marítima para esta usar a bordo 
ou revender aos passageiros. 
 
“Ahá, professor! Viu que quando a gente compra dentro do avião, estamos fazendo 
free shop, viu?” 
“Caro(a) apressado(a), se você ler o artigo 30, vai ver que as mercadorias 
compradas a bordo dos aviões não recebem o tratamento tributário de aquisições 
em loja franca. Serão tratadas como se fossem bagagem, ou seja, são tratadas 
como se tivessem sido compradas no exterior.” 
E nem poderia ser diferente, pois aquela regrinha dos US$ 500,00 de isenção no 
free shop, no desembarque do viajante, só vale para as compras feitas dentro do 
estabelecimento da loja franca. 
Veja o artigo 30: 
Art. 30. As mercadorias vendidas a bordo de embarcações ou aeronaves 
receberão, na chegada do passageiro ao País, o tratamento de bagagem 
acompanhada procedente do exterior. 
 
Veja o artigo 21 que dispõe sobre o limite de isenção de US$ 500,00 para os bens 
adquiridos na forma do inciso III, ou seja, bens adquiridos pelo viajante no 
aeroporto (ou porto) ao chegar do exterior: 
Art. 21. A venda de mercadorias com isenção a passageiro chegando do 
exterior, nos termos do inciso III do art. 15, será efetuada até o limite de 
US$ 500,00 (quinhentos dólares dos Estados Unidos da América) ou o 
equivalente em outra moeda, por passageiro. 
§ 1º Aos bens adquiridos em loja franca de chegada, cujo valor global 
exceder o limite estabelecido no caput, aplica-se o regime de tributação 
especial, observados os procedimentos estabelecidos em legislação 
específica e os limites quantitativos previstos no art. 18. 
§ 2º O regime de tributação especial referido no § 1º consiste na exigência 
tão-somente do Imposto de Importação, calculado pela aplicação da alíquota 
de 50% (cinqüenta por cento) sobre o montante que exceder o limite 
de que trata o caput. 
 
Portanto, quem chega do exterior de navio ou de avião tem direito à isenção: 
- de US$ 500,00 em bens novos em sua bagagem acompanhada, que é a reunião 
da bagagem de mão com a bagagem que se despachou para recuperar na esteira 
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do aeroporto/porto (a legislação referente à bagagem não foi pedida no edital de 
AFRFB/2009); e 
- de US$ 500,00 em bens comprados em free shop. Esta isenção cabe apenas para 
os bens adquiridos na loja dentro do porto ou do aeroporto (inciso III do art. 15). 
Não cabe para os bens adquiridos a bordo dos navios e aeronaves (inciso IV). 
 
Note que os dois limites não são acumuláveis: se o sujeito não traz nada em sua 
bagagem que tenha sido adquirido no exterior, ele pode então aproveitar os US$ 
500,00 de isenção e somar com os US$ 500,00 do free shop, para aí comprar US$ 
1.000,00 com isenção? 
NÃO! 
Se não usou a isenção da bagagem, o problema é só dele. Perdeu! 
Se não quiser comprar nada no free shop, pode ganhar US$ 1.000,00 de isenção na 
bagagem? 
NÃO! Que sujeito insistente... 
 
Portanto, se o sujeito trouxer US$ 100,00 de bens novos na bagagem e comprar 
US$ 700,00 de bens no “free shop”, ele vai pagar US$ 100,00 (=50% x US$ 
200,00) de imposto de importação, mas nenhum outro tributo. 
Uma última observação sobre a venda a pessoas saindo do país (passageiros, 
tripulantes e companhias aéreas e marítimas): o artigo 26 da IN RFB 863/2008 
dispõe que essas mercadorias adquiridas em loja franca de saída não podem ser 
utilizadas no território brasileiro, senão seria consumo interno, sujeito às regras 
normais de uma aquisição no mercado interno, como se estivéssemos comprando 
no mercado na esquina de nossa casa. 
Art. 26. Enquanto a embarcação ou aeronave permanecer em território 
aduaneiro, as mercadorias adquiridas nos termos desta Instrução Normativa 
não poderão ser vendidas ou transferidas a qualquer título e deverão ser 
mantidas em compartimento próprio e lacrado. 
 
Há! Há! Há! As pessoas que adquirem bens em loja franca não podem abrir as 
caixas e os produtos antes de sair do espaço aéreo ou das águas territoriais? Há! 
Há! Há! 
(pausa... respira fundo...volta a ler...) 
Só uma perguntinha boba: quem é que vai fiscalizar se as mercadorias lá em cima 
no avião não foram abertas antes de sair do espaço aéreo, hein, hein? 
Há coisas que existem na legislação que eu imagino terem sido escritas após longos 
dias de trabalho e os redatores, para relaxar, colocavam essas coisas engraçadas. 
Depois de termos desopilado o fígado, passemos à análise do inciso V do artigo 
15: Nele está escrito que as missões diplomáticas (para simplificar, leia 
“embaixadas”), os consulados, as organizações internacionais e seus integrantes 
podem comprar bens com isenção das lojas francas. 
Qual a lógica disso? 
Ora, essas pessoas todas já têm direito à isenção de imposto de importação para 
bens adquiridos no exterior (Lei no 8.402/1992, art. 1o, inciso IV). Então, como já 
têm isenção, então pode deixar comprar na loja franca. Vai facilitar para todo 
mundo... 
 
Regime de Tributação Especial 
 
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Podemos ver nos §§ 1o e 2o transcritos anteriormente que o regime de tributação 
especial é aplicado somente para o viajante chegando do exterior e que compra no 
free shop mais do que US$ 500,00 em mercadorias. 
Paga-se apenas o imposto de importação e só sobre o que passar dos US$ 500,00. 
Isto é assim desde a Portaria do Ministro da Fazenda nr. 364/2006. Anteriormente, 
não se conseguia comprar mais do que os US$ 500,00. 
Ficou curioso(a) em saber que limites quantitativos são aqueles referidos no § 1o do 
artigo 21? 
Lá vão: 
Art. 18. A aquisição de mercadorias efetuada nos termos do inciso III do 
art. 15 fica sujeita aos seguintes limites quantitativos: 
I - 24 (vinte e quatro) unidades de bebidas alcoólicas, observado 
quantitativo máximo de 12 (doze) unidades por tipo de bebida; 
II - 20 (vinte) maços de cigarros; 
III - 25 (vinte e cinco) unidades de charutos ou cigarrilhas; 
IV - 250 g (duzentos e cinqüenta gramas) de fumo preparado para 
cachimbo;V - 10 (dez) unidades de artigos de toucador; e 
VI - 3 (três) unidades de relógios, máquinas, aparelhos, equipamentos, 
brinquedos, jogos ou instrumentos elétricos ou eletrônicos. 
 
Se não houvesse limite quantitativo, o viajante poderia gastar, por exemplo, os 
US$ 500,00 comprando só cigarro. O que isso evidenciaria? 
Ou o sujeito está num nível de vício muito grande ou, o mais provável, ele está 
trazendo isso tudo para comercializar com seus amigos e inimigos. Neste caso, não 
é que estaria parecendo com aquele meu vizinho, piloto internacional? 
 
As duas últimas informações sobre loja franca: 
1a) só podem explorar loja franca as empresas selecionadas por concorrência 
pública, realizada pelo porto ou aeroporto que deseja sua instalação; e 
2a) “É vedada a importação ao amparo do regime de loja franca de pérolas, pedras 
preciosas, metais preciosos e outras mercadorias classificadas no Capítulo 71 da 
Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).” (art. 12) 
O título do Capítulo 71 da NCM é “Pérolas naturais ou cultivadas, pedras preciosas 
ou semipreciosas e semelhantes, metais preciosos, metais folheados ou chapeados 
de metais preciosos (plaquê), e suas obras; bijuterias; moedas.” 
 
Bem, nas provas da ESAF, a loja franca somente foi pedida nas três questões a 
seguir: 
 
(TTN/1997) 77- As lojas francas instaladas na Zona Primária de porto e 
aeroporto destinam-se a venda de mercadoria 
a) nacional ou estrangeira a passageiros de viagens internacionais, contra 
pagamento em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível 
b) nacional ou estrangeira somente a passageiro de viagem internacional em 
trânsito pelo País, contra pagamento em moeda estrangeira conversível 
c) estrangeira ou nacional somente a passageiro de viagem internacional saindo do 
País, contra pagamento em moeda estrangeira conversível ou cheque de viagem 
d) estrangeira somente a passageiros de viagem internacional chegando ao País, 
contra pagamento em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível 
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e) estrangeira ou nacional importada por firmas permissionárias de entrepostos 
aduaneiros, a passageiros e tripulantes de veículos em viagem internacional contra 
pagamento exclusivamente em moeda estrangeira conversível 
 
Comentários 
 
No dia da prova, o gabarito apresentado foi a letra A, tendo em vista que as demais 
opções limitam o rol de compradores possíveis a passageiros em trânsito (letra B), 
passageiros saindo (letra C) e passageiros chegando (letra D). 
E a letra E está errada, tendo em vista que lojas francas e entrepostos aduaneiros 
são regimes aduaneiros distintos. Também há erro ao excluir os cheques de 
viagem, corretamente indicados no gabarito da letra A. 
Veja, no entanto, que, desde 2006, as compras em loja franca também podem ser 
em moeda nacional. A questão, por ser de 1997, não fez qualquer referência à 
moeda nacional. 
 
(TTN/1998) 54- No regime aduaneiro atípico de loja franca, 
a) poderá ser autorizado o seu funcionamento na zona primária de porto ou 
aeroporto, nos termos e condições fixados pelo Ministro da Fazenda, para venda de 
mercadoria nacional ou estrangeira, a passageiros de viagens internacionais, contra 
pagamento em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível 
b) somente poderá ser autorizado o seu funcionamento em zona primária de ponto 
de fronteira alfandegado para venda de mercadoria estrangeira a passageiros 
chegando de viagem internacional por via aérea, terrestre, fluvial ou lacustre 
c) poderá também ser autorizado o seu funcionamento em depósitos alfandegados 
de empresas de transporte rodoviário localizados em área contígua à de porto ou 
aeroporto alfandegado 
d) será autorizado seu funcionamento em recintos alfandegados de zona secundária 
próxima a porto ou aeroporto para venda de mercadoria nacional exclusivamente a 
passageiros com destino ao exterior 
e) somente poderão ser vendidas mercadorias nacionais ou estrangeiras a 
passageiros de viagens internacionais, sendo vedado nesse regime o fornecimento 
de produtos destinados ao uso ou consumo de bordo de embarcações ou 
aeronaves, de bandeira estrangeira, aportadas no país. 
 
Comentários 
 
O gabarito foi a letra A, lembrando, desde já, que o pagamento só passou a ser 
possível em moeda nacional a partir de 2006. Também é importante ver que hoje a 
loja franca é considerada um regime aduaneiro especial, mas, no dia da prova, era 
considerada um regime aduaneiro atípico, conforme consta no enunciado. 
A opção B fala erradamente sobre loja franca em fronteira. Isso não existe. 
Na letra B foram colocadas limitações inexistentes: o certo é mercadoria 
estrangeira ou nacional, e passageiro chegando ou saindo. 
E como terceiro erro na letra B: para comprar na loja franca, o passageiro nunca 
poderá estar chegando de viagem por via terrestre, fluvial ou lacustre, mas 
somente pelas vias aérea ou marítima. 
A opção C é a maior viagem (sem trocadilho). Loja franca é dentro de porto ou 
aeroporto. 
Opção D: incorreta. Loja franca é só em porto ou aeroporto alfandegado. 
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Opção E: incorreta. Loja franca também pode vender para tripulantes, embaixadas 
e empresas de transporte aéreo ou marítimo. 
 
(TRF/2003) 27- Assinale a opção correta. 
As lojas francas estão autorizadas a efetuar venda de mercadorias nacionais ou 
estrangeiras em portos e aeroportos alfandegados, a: 
a) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em 
moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito, 
sujeitas as vendas ao limite de valor de US$300.00 (Norma de Bagagem do 
Mercosul) e a limites quantitativos para determinados produtos; a passageiros e 
tripulantes, em viagem internacional de partida, cujo pagamento deve ser efetuado 
em moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de 
crédito, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de 
navegação aérea ou marítima, visando o consumo de bordo, em viagens 
internacionais, ou a venda a passageiro; a missões diplomáticas e a seus 
integrantes e assemelhados. 
b) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em 
moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito, 
sujeitas as vendas ao limite de valor de US$500.00 e a limites quantitativos para 
determinados produtos, em venda única e objeto de nota de venda única; a 
passageiros e tripulantes, em viagem internacional de partida, cujo pagamento 
deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de 
viagem ou cartão de crédito, em venda única e objeto de nota de venda única; a 
empresas de navegação aérea ou marítima, em viagens internacionais, visando o 
consumo de bordo ou a venda a passageiro, quando em águas ou espaço aéreo 
internacionais; a missões diplomáticas e a seus integrantes e assemelhados. 
c) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em 
moeda estrangeira conversível, cheque, cheque de viagem ou cartão de crédito, 
sujeitas as vendas ao limite de valor de US$500.00 e a limites quantitativos para 
determinados produtos; a passageiros e tripulantes, em viagem internacional de 
partida, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de 
navegação aérea ou marítima, visando o consumo de bordo ou a venda a 
passageiro, em viagens internacionais, cujo pagamento deve ser efetuado em 
moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de 
crédito; a missões diplomáticas e a seus integrantes e assemelhados. 
d) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em 
moeda estrangeira conversível,cheque, cheque de viagem ou cartão de crédito, 
sujeitas as vendas ao limite de valor de US$300.00 (Norma de Bagagem do 
Mercosul) e a limites quantitativos para determinados produtos, em venda única e 
objeto de nota de venda única; a passageiros e tripulantes, em viagem 
internacional de partida, em venda única e objeto de nota de venda única; a 
empresas de navegação aérea ou marítima, visando o consumo de bordo ou a 
venda a passageiro, em viagens internacionais; a missões diplomáticas e a seus 
integrantes e assemelhados. 
e) passageiros e tripulantes em viagem internacional, cujo pagamento deve ser 
efetuado em moeda estrangeira conversível, cheque, cheque de viagem ou cartão 
de crédito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$500.00 e a limites 
quantitativos para determinados produtos; a passageiros em viagem internacional 
de partida, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de 
navegação aérea ou marítima, em viagens internacionais, visando o consumo de 
bordo ou a venda a passageiro, fora do território aduaneiro; a missões diplomáticas 
e a seus integrantes e assemelhados. 
 
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Comentários 
 
Sabendo que o limite de isenção é de US$ 500,00, eliminamos as opções A e D. 
Sabendo que o pagamento, em 2003, só podia ser em moeda estrangeira e em 
espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito, eliminamos as opções C e E, que 
falam de cheque. E mesmo hoje, em 2010, pagamentos em cheque não são 
permitidos, pois a IN RFB 863/2008 dispõe: 
Art. 44. O pagamento de compras de mercadorias ao amparo do regime de 
loja franca será efetuado por meio de moeda nacional ou estrangeira, em 
espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito. 
 
O gabarito é a letra B. Nesta opção, faz-se menção a “venda única e objeto de nota 
de venda única”. Isto era exigido expressamente na antiga Portaria do Ministro da 
Fazenda (PMF) 204/1996, que foi revogada em 2008 pela PMF 112. A portaria atual 
não impõe tal regra. 
 
 
Zona Franca de Manaus (ZFM) 
 
Antes de entrarmos no estudo propriamente dito da Zona Franca de Manaus, cabe 
logo registrar que, de todos os regimes que a ESAF pede no edital de AFRFB-2009, 
só a ZFM é regime aduaneiro aplicado em áreas especiais. O resto é regime 
aduaneiro especial. 
Com esta frase já podemos resolver a primeira questão sobre ZFM, antes mesmo 
de entrar em seu estudo (ah! se pudéssemos resolver todas as questões sem 
precisar estudar antes, seria muito bom...) 
 
(AFRF/2002.1) 27- A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio 
de importação e de exportação e de incentivos fiscais especiais, 
estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro 
industrial, comercial e agropecuário dotado de condições econômicas que 
permitam seu desenvolvimento, em face dos fatores locais e da grande 
distância a que se encontram os centros consumidores de seus produtos. 
(Dec.Lei 288/67, art.1º, artigo 389 do Dec.91.030/85 - Regulamento 
Aduaneiro) (adaptada) 
Em face do enunciado, assinale a opção correta. 
a) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial e 
agropecuário da Amazônia, sendo definida como área de livre comércio. É, 
portanto, regime aduaneiro especial. 
b) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial e 
agropecuário da Amazônia, sendo definida como área de livre comércio. É, 
portanto, regime aduaneiro aplicado em áreas especiais. 
c) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial e 
agropecuário da Amazônia, sendo definida como área de livre comércio. Por ser 
área de livre comércio não lhe corresponde qualquer regime aduaneiro especial ou 
aplicado em área especial. 
d) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial e 
agropecuário da Amazônia, sendo definida como área de livre comércio. É, 
portanto, um regime aduaneiro comum. 
e) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial e 
agropecuário da Amazônia, sendo definida como área de livre comércio. É, 
portanto, regime aduaneiro especial unicamente no que se refere ao trânsito de 
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bens ingressados na Zona Franca e destinados a qualquer outro ponto do território 
aduaneiro. 
 
Comentários 
 
Adaptei a questão, pois ela se referia à antiga classificação de regimes aduaneiros. 
No passado, havia o regime comum, os especiais e os atípicos. Hoje, existem o 
comum, os especiais e os aplicados em áreas especiais. 
Gabarito: letra B. 
 
Vamos ao conteúdo da ZFM. 
A primeira vez que eu ouvi falar da ZFM, há um bocado de anos atrás, eu achei que 
era algum lugar em Manaus, tipo uma loja franca um pouquinho maior. E loja 
franca, bem ou mal, eu já conhecia, pois um de meus passeios infantis favoritos era 
passear no aeroporto do Galeão, pertinho de casa (algum tempo depois, vim a 
trabalhar como AFRFB no aeroporto, realizando o sonho de infância). 
Depois, quando comecei a me interessar por Comércio Internacional, vim a 
descobrir que a ZFM engloba toda a cidade de Manaus e mais um pouquinho, como 
podemos ver no artigo 2o do Decreto-Lei 288/1967: 
Art 2º O Poder Executivo fará demarcar, à margem esquerda dos rios Negro 
e Amazonas, uma área contínua com a superfície mínima de dez mil 
quilômetros quadrados, incluindo a cidade de Manaus e seus arredores, na 
qual se instalará a Zona Franca. 
 
A ZFM foi criada pelo DL 288/1967, no auge do regime militar no Brasil. No auge 
também da campanha de internacionalização da Amazônia. Eu não lembro desse 
tempo, pois nem tinha nascido ainda (o melhor é que é verdade. rs), mas lendo o 
DL, tempos depois, vi que a intenção explicitada pelo governo era desenvolver 
aquela região nos três setores da economia (primário, secundário e terciário), 
tendo em vista a “grande distância” que separa Manaus dos mercados 
consumidores de seus produtos, como consta no artigo 1o: 
Art 1º A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio de 
importação e exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com 
a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial 
e agropecuário dotado de condições econômicas que permitam seu 
desenvolvimento, em face dos fatores locais e da grande distância a que se 
encontram os centros consumidores de seus produtos. 
 
Os livros de história econômica brasileira hoje contam que a intenção oculta era 
povoar a região para dificultar os planos “ianques” de tomada da Amazônia. Eu não 
estou inventando nada, estou apenas reproduzindo o que eu li e dá para confiar 
nisso. Afinal, eu também não tinha nascido em 1500, mas sei que Pedro Álvares 
Cabral chegou por estas bandas naquele ano... 
Bem, como é que se poderia ajudar no desenvolvimento da região? 
Isentando de tributos todo o comércio da ZFM com o resto do Brasil e do mundo, 
mas tomando-se as devidas cautelas. 
Assim foi criada a isenção do II (imposto de importação) e do IPI (imposto sobre 
produtos industrializados) para bens estrangeiros importados para a ZFM. E 
também a isenção do IE (imposto de exportação) para bens saídos da ZFM para o 
resto do mundo. São os artigos 505 e 515 do atual Regulamento Aduaneiro (RA): 
 
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Art 505 – A entrada de mercadorias estrangeiras na Zona Franca, 
destinadas a seu consumo interno, industrialização em qualquer grau, 
inclusive beneficiamento, agropecuária, pesca, instalação e operação de 
indústrias e serviços de qualquer natureza e a estocagem para 
reexportação, será isenta dos impostos de importação (II) e sobre 
produtos industrializados (IPI). 
§ 1° Excetuam-se da isenção de quetrata este artigo as seguintes 
mercadorias: 
I – armas e munições; 
II – fumo; 
III – bebidas alcoólicas; 
IV – automóveis de passageiros e 
V – produtos de perfumaria ou de toucador, preparados e preparações 
cosméticas, salvo quanto a estes (posições 3303 a 3307 da Nomenclatura 
Comum do Mercosul), se destinados, exclusivamente, a consumo interno na 
Zona Franca de Manaus ou quando produzidos com utilização de matérias-
primas da fauna e da flora regionais, em conformidade com processo 
produtivo básico. 
 
Art 515 – A exportação de mercadorias da Zona Franca para o estrangeiro, 
qualquer que seja sua origem, está isenta do imposto de exportação 
(IE). 
 
Alguém pergunta: “E o PIS/PASEP e a COFINS incidentes na importação, Rodrigo?” 
Bem, estas contribuições só passaram a ser cobradas nas importações a partir de 
maio de 2004, por força da Lei 10.865. Então não podiam estar citadas no DL 
288/1967, mas apenas na Lei. E o artigo 14 da Lei prevê suspensão na cobrança de 
tais tributos. 
 
Bem, nas relações da ZFM com o exterior vimos que há isenção nas importações e 
nas exportações. E nas relações da ZFM com o restante do território 
brasileiro? 
1) Quando uma empresa do município do Rio de Janeiro manda mercadorias para a 
ZFM, a ordem é desonerar. E, para isso, o Decreto-Lei 288/1967 equiparou tais 
vendas a exportações. 
“Ué, quando vendemos para a ZFM estamos exportando?” 
Para efeitos fiscais, sim. Podemos até não estar exportando no sentido estrito, mas 
que esta venda vai ser com imunidade de tributos, ah!, isso vai: 
Art. 506. A remessa de mercadorias de origem nacional para consumo ou 
industrialização na Zona Franca de Manaus, ou posterior exportação, será, 
para efeitos fiscais, equivalente a uma exportação brasileira para o exterior 
(Decreto-Lei no 288, de 1967, art. 4o). 
§ 1o O benefício de que trata o caput não abrange armas e munições, 
perfumes, fumo, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros 
classificados, respectivamente, nos Capítulos 93, 33, 24, nas posições 2203 
a 2206 e nos códigos 2208.20.00 a 2208.70.00 e 2208.90.00 (exceto o ex 
tarifário 01) e na posição 8703 da Nomenclatura Comum do Mercosul. 
 
Note que a equiparação a exportações é apenas para fins fiscais. Não é para fins 
cambiais nem administrativos. Significa que o SISCOMEX não vai esperar o registro 
de uma Declaração de Exportação pela firma carioca, nem vai esperar uma 
Declaração de Importação pela firma da ZFM. O sistema também não vai exigir o 
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licenciamento para esta operação, tendo em vista que, para fins administrativos, 
isto não é uma exportação-importação. Também o SISBACEN, sistema do Banco 
Central onde são registrados os contratos de câmbio, não vai esperar nenhum 
contrato relativo a tal operação. 
 
2) Quando a ZFM vende para uma firma do município do Rio de Janeiro, o que 
acontece em matéria de tributos? 
Bem, neste caso os governantes tiveram que tomar algumas cautelas: 
“Vamos desonerar?” 
“Vamos, mas se nós dermos isenção para os bens adquiridos da ZFM, poderá 
acontecer de as pessoas do Brasil inteiro utilizarem os benefícios da ZFM em 
benefício próprio.” 
Os governantes sabem que, se abrirem uma fresta na porta, por ali entrarão 
manadas de elefantes... 
Pensaram então: “Se alguém pensa que vai importar bens da Europa, trazer com 
isenção pela ZFM para depois sorrateiramente trazer para o Rio de Janeiro sem 
pagamento de tributos, está muito enganado.” 
Foram então radicais e proibiram a saída de bens importados pela ZFM para o 
restante do território nacional. Constava no Decreto-Lei 1.455/1976: 
Art. 37 (revogado). Fica vedada a transferência, a qualquer título, para o 
restante do território nacional, das mercadorias estrangeiras que 
ingressarem na Zona Franca de Manaus, após a vigência deste Decreto-lei, 
no regime instituído pelo Decreto-lei número 288, de 28 de fevereiro de 
1967. 
 
Algum tempo depois, com a Lei 8.387/1991, passaram a permitir tal saída, mas 
incidindo todos os impostos como se a mercadoria estivesse vindo do exterior: 
Art. 37 (atual). As mercadorias estrangeiras importadas para a Zona 
Franca de Manaus, quando desta saírem para outros pontos do território 
aduaneiro, ficam sujeitas ao pagamento de todos os impostos exigíveis 
sobre importações do exterior. 
 
E foi exatamente isso que caiu na prova de TTN/1997: 
(TTN/1997) 75- As mercadorias estrangeiras importadas para a Zona 
Franca de Manaus, quando desta saírem para outros pontos do Território 
Nacional sem sofrerem quaisquer processos de industrialização, exceção 
feita à bagagem de passageiros e as destinadas a Amazônia Ocidental, 
a) não estão sujeitas a tributação tendo em vista que sua situação fiscal já foi 
regularizada quando de seu ingresso na referida Zona Franca 
b) estão sujeitas apenas ao pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados 
- IPI e ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS 
c) ficam sujeitas ao pagamento de todos os impostos exigíveis sobre importações 
do exterior 
d) ficam sujeitas apenas ao pagamento do Imposto de Importação, salvo quando se 
destinarem à Amazônia Ocidental, quando sairão com isenção do referido imposto 
e) não estão sujeitas ao controle administrativo das importações (licenciamento) 
sujeitando-se porém ao regime fiscal aplicável aos regimes aduaneiros especiais 
(suspensão dos tributos) 
 
Comentários 
 
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O gabarito é literal: alternativa C. Veremos, à frente, as exceções citadas no 
enunciado. 
Em relação à letra A, ela é mentirosa. Essa aí é a frase típica daquele que quer 
“enrolar” a Receita Federal. Não houve regularização nenhuma, pois a isenção era 
para a mercadoria ficar na ZFM ou, no máximo, ser mandada para o exterior do 
Brasil, como traz o artigo 505 do Regulamento Aduaneiro (RA): 
Art 505 – A entrada de mercadorias estrangeiras na Zona Franca, 
destinadas a seu consumo interno, industrialização em qualquer grau, 
inclusive beneficiamento, agropecuária, pesca, instalação e operação de 
indústrias e serviços de qualquer natureza e a estocagem para 
reexportação, será isenta dos impostos de importação (II) e sobre produtos 
industrializados (IPI). 
 
Letra B: incorreta. Faltou falar do imposto de importação. Note que, em 1997, 
ainda não havia cobrança do PIS e da COFINS sobre bens importados. Hoje, no 
caso de venda de mercadorias estrangeiras importadas pela ZFM para o território 
brasileiro, os tributos federais a serem cobrados são o II, o IPI, o PIS/PASEP e a 
COFINS. 
Letra D: incorreta. Faltou citar o IPI na questão de 1997. Sobre a Amazônia 
Ocidental, há outro erro que será explicitado à frente nas “Exceções de Tributação 
na Internalização”. 
Letra E: Realmente, a aquisição de bens da ZFM não está sujeita a licenciamento, 
pelo simples fato de não constar naquela lista de situações em que ele é exigido. 
Vimos isso na aula sobre “Sistema Administrativo”. 
Mas, em relação à suspensão de tributos, ela não existe. Afinal, eles são cobrados 
integralmente, como indicado na letra C, que é o gabarito. 
 
Exceções de Tributação na Internalização 
 
Quando pensaram em tributar os bens que saíam da ZFM para o restante do 
território nacional, os governantes fecharam o caminho para os espertinhos. Mas 
havia alguns casos em que seria interessante manter o benefício. Claro que esses 
casos excepcionais, que vemos a seguir, não são casos de nenhum espertinho estar 
se aproveitando. 
Veja o parágrafo único do artigo 509 do Regulamento Aduaneiro (RA), que dispõe 
sobre tais exceções: 
Art. 509. As mercadorias estrangeiras importadas para a Zona Franca de 
Manaus, quando destasaírem para outros pontos do território aduaneiro, 
ficam sujeitas ao pagamento de todos os impostos exigíveis sobre 
importações do exterior. 
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no caput, relativamente ao 
pagamento dos impostos, as seguintes hipóteses, observado o disposto nos 
arts. 511, 512 e 516: 
I - bagagem de viajante; 
II - internação de produtos industrializados na Zona Franca de Manaus com 
insumos estrangeiros; 
III - saída, para a Amazônia Ocidental, de produtos compreendidos na pauta 
a que se refere o art. 516; e 
IV - saída de mercadorias para as áreas de livre comércio localizadas na 
Amazônia Ocidental. 
 
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O primeiro caso excepcional é o da bagagem do sujeito que foi a Manaus e 
acabou fazendo umas comprinhas por lá. Ora, esse sujeito vai comprar bens que 
foram importados pela ZFM e, portanto, lá entraram com isenção dos impostos. 
Quando os governantes impuseram que as mercadorias importadas pela ZFM que 
saíssem para o restante do território seriam tributadas, eles estavam querendo 
cortar a “mamata” dos importadores do Brasil, que poderiam querer se aproveitar 
da isenção, com os bens fazendo “escala” na ZFM. 
Mas e o coitado do turista? Não há motivo para tributar suas compras. O turista 
não é nenhum safado que está querendo se aproveitar da isenção dos impostos. Só 
em dinheiro de passagem e de hospedagem, o sujeito já pagou (ou vai pagar em 
24 prestações) um valor bem alto. Ele não é um aproveitador, é, antes de tudo, 
alguém que foi até espoliado pela companhia aérea (rs). 
“É, vamos deixar mercadorias importadas pela ZFM saírem com o benefício fiscal se 
for na mala dos turistas – falou algum deputado.” 
“Mas, Vossa Excelência, e se esse turista não for tão santinho assim e quiser sair 
com 500 malas de eletrônicos?” 
“É mesmo, Vossa Excelência. Sabe que eu não pensei nisso? Então, vamos colocar 
limites para a isenção dos turistas...” 
E assim foram criados os limites indicados a seguir: 
 
Para produtos importados pela ZFM e lá adquiridos pelo viajante, há isenção 
para: 
a) roupas usadas, objetos e jóias de uso pessoal, de natureza e quantidade 
compatíveis com a duração e finalidade da viagem; 
 b) livros e revistas 
c) bebidas não-alcoólicas e comestíveis até o valor FOB global de US$ 50.00 
(cinqüenta dólares) 
d) lembranças de viagem e objetos de uso próprio, doméstico ou profissional 
do passageiro, inclusive máquinas ou aparelhos elétricos e eletrônicos até o 
valor FOB de US$ 2,000.00 (dois mil dólares) atendidas as restrições de 
quantidade e a destinação comercial. Dentro deste limite de US$ 2,000.00, o 
passageiro poderá trazer até três objetos que possuam a mesma função, 
desde que sejam de pequeno valor unitário (até US$ 200.00 - duzentos 
dólares). Quando o valor unitário do objeto importado for superior a US$ 
200.00, o passageiro só poderá trazer uma unidade (PMF 21/97). Esta 
isenção somente pode ser usufruída a cada período de 30 dias. 
 
Tributação Especial - Os bens constantes da bagagem acompanhada do 
passageiro, cujo valor total exceder o limite de isenção (US$ 2,000.00), 
serão tributados à alíquota de 50% (cinqüenta por cento) quando o valor 
total for de até US$ 4,800.00 (quatro mil e oitocentos dólares). O que 
EXCEDER este valor (US$ 4,800.00) está sujeito à pena de perdimento. 
 
NOTA: Os limites acima podem ser somados se o passageiro estiver 
acompanhado do cônjuge. 
 
Para bens industrializados na ZFM: 
No caso de mercadorias nacionais industrializadas na ZFM com insumos 
estrangeiros, não há limite de valor, apenas de quantidade: 
- duas unidades de objetos semelhantes (com a mesma função) de valor 
unitário até US$ 200.00 (duzentos dólares) e uma unidade caso exceda este 
valor. 
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O segundo caso excepcional é a saída de bens para a Amazônia Ocidental. 
O que for importado pela ZFM pode sair para a Amazônia Ocidental com 
manutenção dos benefícios fiscais. A lógica aí foi o reconhecimento de que não só a 
cidade de Manaus deve ter seu desenvolvimento estimulado, mas também todas as 
cidades dos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, que formam a 
chamada Amazônia Ocidental (art. 516, § 1o do RA). 
Mas o benefício para a Amazônia Ocidental não é tão amplo quanto aquele que é 
dado à ZFM, pois somente pode ser aproveitado para os bens listados nos sete 
incisos do artigo 516 do RA: 
Art. 516. Os benefícios fiscais concedidos pelo Decreto-Lei no 288, de 1967, 
estendem-se às áreas pioneiras, zonas de fronteira e outras localidades da 
Amazônia Ocidental, quanto aos seguintes produtos de origem estrangeira, 
segundo pauta fixada pelos Ministros de Estado da Fazenda e do 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: 
I - motores marítimos de centro e de popa, seus acessórios e pertences, 
bem como outros utensílios empregados na atividade pesqueira, exceto 
explosivos e produtos utilizados em sua fabricação; 
II - máquinas, implementos e insumos utilizados na agricultura, na pecuária 
e nas atividades afins; 
III - máquinas para construção rodoviária; 
IV - máquinas, motores e acessórios para instalação industrial; 
V - materiais de construção; 
VI - produtos alimentares; e 
VII - medicamentos. 
 
As mercadorias que saem da ZFM para a Amazônia Ocidental vão com suspensão, 
não com isenção, como tinha sido escrito na alternativa d daquela questão 75 da 
prova de TTN/1997, três ou quatro páginas atrás. 
 
O terceiro caso excepcional é relativo às áreas de livre comércio. O conceito 
dessas áreas vem no artigo 524 do RA. Elas são zonas de fronteira da região Norte, 
que ganham benefícios fiscais com as intenções de promover seu desenvolvimento 
e aumentar a integração com os países vizinhos: 
Art. 524. Constituem áreas de livre comércio de importação e de exportação 
as que, sob regime fiscal especial, são estabelecidas com a finalidade de 
promover o desenvolvimento de áreas fronteiriças específicas da Região 
Norte do País e de incrementar as relações bilaterais com os países vizinhos, 
segundo a política de integração latino-americana. 
 
Hoje, as áreas de livre comércio existentes são compostas pelos perímetros 
urbanos dos municípios de Tabatinga (AM), Guajará-Mirim (RO), Boa Vista e Bonfim 
(RR), Macapá e Santana (AP) e Brasiléia, com extensão para o município de 
Epitaciolândia, e Cruzeiro do Sul (AC). 
Ao analisarmos as exceções de cobrança integral, começamos a decifrar, três 
páginas atrás, o parágrafo único do artigo 509: 
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no caput, relativamente ao 
pagamento dos impostos, as seguintes hipóteses, observado o disposto nos 
arts. 511, 512 e 516: 
I - bagagem de viajante; 
II - internação de produtos industrializados na Zona Franca de Manaus com 
insumos estrangeiros; 
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III - saída, para a Amazônia Ocidental, de produtos compreendidos na pauta 
a que se refere o art. 516; e 
IV - saída de mercadorias para as áreas de livre comércio localizadas na 
Amazônia Ocidental. 
 
Ao se referir às saídas para as áreas de livre comércio, no inciso IV, a não cobrança 
dos tributos foi restringida às áreas de livre comércio “localizadas na Amazônia 
Ocidental.” Como a Amazônia Ocidental é composta apenas por AM, AC, RO e RR, 
ficaram de fora do inciso IV as saídas para Macapá e Santana, no Amapá. 
Mesmo as saídas para as ALC da Amazônia Ocidental não são totalmente 
desoneradas, tendo em vista as exceções já citadas de armas e munições, fumo, 
bebidas alcoólicas, automóveis de passageiros e perfumes, além de outras citadas 
no inciso II a seguir:Art. 526. Excetuam-se do regime previsto neste Capítulo: 
I - as armas e munições, perfumes, fumo e seus derivados, bebidas 
alcoólicas e automóveis de passageiros; e 
II - os bens finais de informática, para as áreas de Tabatinga e Guajará-
Mirim. 
 
O quarto e último caso excepcional é relativo à internação partindo da ZFM. 
O governo não queria que a ZFM fosse aproveitada como zona de passagem. 
Queria que aquela região se desenvolvesse por meio, inclusive, da industrialização. 
Então, havendo industrialização ali dentro usando insumos estrangeiros, duas 
coisas seriam evidenciadas: 
1a) a coisa boa: a industrialização desenvolve a região; e 
2a) a coisa ruim: bem que essa industrialização poderia ser com insumos 
nacionais... 
 
Portanto, usando-se insumos estrangeiros a industrialização era algo bom, mas 
seria melhor ainda se fossem usados insumos nacionais. 
Então, entre a pior opção (a ZFM não se industrializar) e a melhor opção (a ZFM se 
industrializar usando insumos nacionais), resolveram dar um benefício para os 
insumos estrangeiros, mas não tanto quanto aquele dado aos insumos nacionais. 
 
Em suma: 
1) Se não houver industrialização, o governo fica triste. 
2) Se a industrialização na ZFM for com insumos estrangeiros, o governo fica um 
pouco feliz. Por isso não cobra o IPI dos produtos ali fabricados, mas cobra o II 
proporcional como veremos à frente, pois não quer incentivar muito os insumos 
estrangeiros. 
3) Se a industrialização na ZFM for só com insumos nacionais, o governo fica 
muitíssimo feliz e não cobra nenhum tributo na internação: nem II, pois os insumos 
são nacionais, nem IPI. 
 
Cobrança proporcional do imposto de importação (II) 
 
Se um insumo estrangeiro é empregado na industrialização de um bem na ZFM, 
então a região não estará sendo uma zona de passagem. Mas, buscando assegurar 
que a industrialização não é só “para inglês ver”, foi definida, para cada tipo de 
produto, uma lista com as operações industriais mínimas, e assim se poderia 
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garantir que o produto foi, de fato, produzido ali e não foi uma mera “maquiagem”. 
É a definição do “processo produtivo básico”. 
Analisando o artigo 512 do Regulamento Aduaneiro, vemos que haverá pagamento 
do imposto de importação sobre o produto industrializado na ZFM, mas a alíquota 
incidente será reduzida proporcionalmente ao uso de insumos e mão-de-obra 
nacionais: 
Art. 512. Os produtos industrializados na Zona Franca de Manaus, quando 
dela saírem para qualquer ponto do território aduaneiro, estarão sujeitos ao 
pagamento do imposto de importação relativo a matérias-primas, produtos 
intermediários, materiais secundários e de embalagem, componentes e 
outros insumos de origem estrangeira neles empregados, calculado o tributo 
mediante coeficiente de redução de sua alíquota ad valorem, desde 
que atendam a nível de industrialização local compatível com processo 
produtivo básico para produtos compreendidos na mesma posição e 
subposição da Nomenclatura Comum do Mercosul. 
§ 1o O coeficiente de redução do imposto de importação será obtido 
mediante a aplicação de fórmula que tenha: 
I - no dividendo, a soma dos valores de matérias-primas, produtos 
intermediários, materiais secundários e de embalagem, componentes 
e outros insumos de produção nacional, e da mão-de-obra 
empregada no processo produtivo; e 
II - no divisor, a soma dos valores de matérias-primas, produtos 
intermediários, materiais secundários e de embalagem, componentes 
e outros insumos de produção nacional e de origem estrangeira, e 
da mão-de-obra empregada no processo produtivo. 
(leia o inciso II como “o custo total de produção”) 
 
Vamos a um exemplo numérico: a ZFM importou um motor de valor equivalente a 
R$ 1.000,00. Incorporou-o a uma lancha, gastando no total R$ 10.000,00 como 
custo de produção. Vendeu a lancha para uma firma de São Paulo. 
Considere que: 
- a alíquota de II do motor é 10%; 
- a alíquota do IPI do motor é 20%; 
- a alíquota de II da lancha é 30%; e 
- a alíquota de IPI da lancha é 40%. 
 
Bem, se tivesse havido pagamento de tributos na importação do motor, estes 
seriam (ignorando-se o frete, o seguro e a descarga para facilitar o cálculo): 
- II = 10% x R$ 1.000,00 = R$ 100,00 
- IPI = 20% da soma do valor aduaneiro (R$ 1.000) com o imposto de importação 
(R$ 100) = R$ 220,00. 
Mas tais valores foram objeto de isenção. 
 
Se a lancha viesse do exterior direto para São Paulo, a cobrança seria (estou 
sempre ignorando o frete, o seguro e a descarga para simplificar o cálculo): 
- II = 30% x R$ 10.000,00 = R$ 3.000,00 
- IPI = 40% x (R$ 10.000,00 + R$ 3.000,00) = R$ 5.200,00 
 
Como a lancha não veio do exterior, mas da ZFM com o motor estrangeiro 
incorporado, então o artigo 512 dispõe que ela será tributada com redução da 
alíquota ad valorem de imposto de importação (note que o artigo faz menção 
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apenas ao imposto de importação). Ora, realmente não é justo tributar a lancha 
como se ela tivesse vindo do exterior. 
A redução deve ser calculada considerando-se a participação dos insumos e da 
mão-de-obra nacional incorporados ao produto. Traduzindo em números no nosso 
exemplo: como a lancha teve custo total de produção igual a R$ 10.000,00 e os 
insumos estrangeiros foram de R$ 1.000,00, então os insumos nacionais e a mão-
de-obra nacional alcançaram R$ 9.000,00. 
O coeficiente de redução será de 90% (valor da produção nacional / valor total da 
produção). E deverá ser aplicado sobre a alíquota ad valorem da lancha: 90% de 
redução em cima da alíquota de 30% de imposto de importação significam a 
cobrança de apenas 3% (= 30% - 90%x30%). 
Na internação da lancha, há isenção de IPI e a cobrança do II é com uma alíquota 
de apenas 3% sobre o valor aduaneiro: 
- II a ser pago: 3% do valor aduaneiro da lancha. 
- IPI a ser pago: R$ 0,00 
 
No nosso exemplo, o II do motor (objeto de isenção) foi calculado em R$ 100,00. E 
o II a ser cobrado na internação da lancha vai ser superior a R$ 300,00. 
Note que o II a ser pago na internação da lancha não é o mesmo valor que tinha 
ficado excluído na importação do motor. O valor do imposto de importação cobrado 
na internação da lancha pode, em tese, ser menor ou até, por coincidência, ser 
igual ao valor do imposto que seria cobrado na importação do motor. 
“Ih, professor! Agora me confundi. Na internação, o sujeito, às vezes, acaba 
pagando mais do que tinha deixado de pagar na importação do motor?” 
“É isso aí, mas, em compensação, não paga o IPI.” 
É por causa da isenção do IPI que o artigo 509, que começamos a analisar cinco 
páginas atrás, excetua a internação em relação “ao pagamento de todos os 
impostos exigíveis sobre importações do exterior”: 
Art. 509. As mercadorias estrangeiras importadas para a Zona Franca de 
Manaus, quando desta saírem para outros pontos do território aduaneiro, 
ficam sujeitas ao pagamento de todos os impostos exigíveis sobre 
importações do exterior. 
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no caput, relativamente ao 
pagamento dos impostos, as seguintes hipóteses, observado o disposto nos 
arts. 511, 512 e 516: 
... 
II - internação de produtos industrializados na Zona Franca de Manaus com 
insumos estrangeiros; 
... 
Art. 513. Estão isentas do imposto sobre produtos industrializados 
todas as mercadorias produzidas na Zona Franca de Manaus que se 
destinem: 
I - ao seu consumo interno; ou 
II - à comercialização em qualquer ponto do território aduaneiro, observados 
os requisitos estabelecidos para o processo produtivo básico de que trata o 
art. 512. 
Parágrafo único. A isenção de que tratao caput não se aplica às 
mercadorias referidas no § 1o do art. 505 [são aqueles casos de fumo, 
bebida alcoólica, automóveis de passageiros, armas e munições, perfumes e 
congêneres] 
 
Uma última observação: a internação ocorre quando a mercadoria sai da ZFM a 
título definitivo para o restante do território nacional. Não se considera internação a 
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saída temporária da ZFM. Esta é análoga a uma admissão temporária: permite-se 
que a mercadoria importada pela ZFM dê uma “passeada” no restante do território, 
mas tem que voltar. Assemelha-se à admissão temporária inclusive na suspensão 
dos tributos e na formalização do termo de responsabilidade. Este será executado 
caso o bem não retorne no prazo fixado ou descumpra outras condições da 
concessão. 
A saída temporária cabe nos casos listados na IN SRF 300/2003: 
Art. 1º A saída temporária, para o restante do território aduaneiro, de bens 
ingressados na Zona Franca de Manaus (ZFM) ou Área de Livre Comércio 
(ALC) com os benefícios fiscais previstos na legislação específica, far-se-á 
por meio de Declaração de Saída Temporária (DST), com suspensão do 
pagamento dos tributos, garantidos mediante formalização de termo de 
responsabilidade, quando se tratar de: 
I - produtos manufaturados e acabados, para conserto, reparo ou 
restauração; 
II - componentes remetidos por empresa industrial, para a produção de 
máquinas e equipamentos destinados à utilização na ZFM; 
III - modelos relativos a projeto industrial aprovado pela Superintendência 
da Zona Franca de Manaus (Suframa), para serem submetidos a estudos, 
testes ou exposição; 
IV - equipamentos utilizados por técnicos e profissionais residentes na ZFM 
ou em ALC e que dela saiam em missão de trabalho; 
V - aparelhos e máquinas de uso pessoal, que acompanhem o viajante 
residente na ZFM ou em ALC; 
VI - produtos semi-elaborados, para serem submetidos a processo de 
beneficiamento ou transformação de que não resulte produto final; 
VII - produtos para demonstração em feiras, exposições e outros eventos 
científicos, técnicos ou culturais; 
VIII - embalagens e seus acessórios, que acompanham mercadorias a serem 
internadas por empresas situadas na ZFM; e 
IX - veículos de origem nacional ou estrangeira, exceto os de transporte 
coletivo de pessoas ou de transporte de carga, cujo proprietário seja 
residente e domiciliado na ZFM ou em ALC. 
 
A questão seguinte é justamente sobre essa saída temporária. 
 
(AFRF/2003) 26- A saída temporária de mercadorias da Zona Franca de 
Manaus, das Áreas de Livre Comércio e da Amazônia Ocidental e sua 
readmissão serão feitas com base em: 
a) Declaração de Saída Temporária (DST) 
b) Declaração Simplificada de Internação (DSI) 
c) Demonstrativo do Coeficiente de Redução (DCR) 
d) Declaração para Controle de Internação (DCI) 
e) Declaração de Internação Temporária (DIT) 
 
Comentários 
 
A questão é literal do artigo 1o da IN SRF 300/2003. 
Gabarito: Letra A. 
 
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(ACE/2008) Julgue os itens a seguir, referentes à classificação e às 
modalidades de regimes aduaneiros. 
136 A Zona Franca de Manaus usufrui tratamento tributário diferenciado, 
particularmente no tocante à importação de insumos destinados à industrialização, 
os quais, quando procedentes do exterior, são isentos do imposto de importação e, 
quando provenientes do mercado interno, são isentos do ICMS. 
 
Gabarito: item FALSO. 
Esta questão tem uma pegadinha (aliás, uma pegadona). 
A questão indica que “mercadorias procedentes do exterior” têm direito a isenção 
do imposto de importação. Isso engana muita gente, inclusive eu, que escorreguei 
nessa casca de banana na primeira vez que vi a questão. 
A isenção do II é só para mercadorias estrangeiras, não para mercadorias 
procedentes do exterior. Mercadorias nacionais exportadas para o exterior do Brasil 
e, posteriormente, importadas, apesar de serem “procedentes do exterior”, não 
terão direito à isenção. É exatamente o que diz o § 3o do artigo 505 do 
Regulamento Aduaneiro. 
Algum tempo depois, peguei de novo a questão para dar uma olhada e vi minha 
escorregada. 
 
Art. 505. A entrada de mercadorias estrangeiras na Zona Franca de 
Manaus, destinadas a seu consumo interno, industrialização em qualquer 
grau, inclusive beneficiamento, agropecuária, pesca, instalação e operação 
de indústrias e serviços de qualquer natureza, bem como a estocagem para 
reexportação, será isenta dos impostos de importação e sobre produtos 
industrializados. 
... 
§ 3o Os produtos nacionais exportados para o exterior e, posteriormente, 
importados pela Zona Franca de Manaus, não gozarão dos benefícios 
referidos neste artigo (Decreto-Lei no 1.435, de 16 de dezembro de 1975, 
art. 5o). 
 
Em relação ao ICMS, foi firmado em 1988 o Convênio ICM 65/88, que dispõe sobre 
a isenção do imposto sobre as remessas de bens para a ZFM: 
 
CONVÊNIO ICM 65/1988 
 
Isenta do ICM as remessas de 
produtos industrializados de origem 
nacional para comercialização ou 
industrialização na Zona Franca de 
Manaus, nas condições que 
especifica. 
 
O Ministro da Fazenda e os Secretários de Fazenda ou Finanças dos 
Estados e do Distrito Federal, na 52ª Reunião Ordinária do Conselho de 
Política Fazendária, realizada em Brasília, DF, no dia 6 de dezembro de 
1988, tendo em vista o disposto na Lei Complementar n° 24, de 7 de janeiro 
de 1975, resolvem celebrar o seguinte 
CONVÊNIO 
Cláusula primeira Ficam isentas do imposto as saídas de produtos 
industrializados de origem nacional para comercialização ou industrialização 
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na Zona Franca de Manaus, desde que o estabelecimento destinatário tenha 
domicílio no Município de Manaus. 
... 
 
Portanto, a questão é FALSA por causa do II, não por causa do ICMS. 
 
 
RESUMO 
 
Sobre a loja franca: 
 - é um regime aduaneiro especial; 
 - somente pode ser instalada em porto ou aeroporto e desde que este seja 
alfandegado; 
 - é instalada após processo licitatório; 
 - pode vender produtos nacionais ou estrangeiros; 
 - pode vender para recebimento em moeda nacional ou estrangeira, seja em 
espécie, seja por cartão de crédito ou cheque de viagem; 
 - os bens importados pela loja franca entram em consignação e recebem o 
benefício da suspensão dos impostos; 
 - bens nacionais podem ser adquiridos pela loja franca, os quais receberão o 
benefício da isenção dos impostos; 
 - os bens em poder da loja franca podem ser adquiridos por: (i) tripulante 
em viagem internacional de partida, (ii) passageiro entrando no ou saindo do país, 
(iii) passageiro em trânsito internacional, (iv) passageiro a bordo de aeronave ou 
embarcação em viagem internacional, (v) missão diplomática, repartição consular e 
representação de organismo internacional de caráter permanente, e seus 
integrantes e assemelhados, e (vi) empresa de navegação aérea ou marítima para 
consumo a bordo ou venda a passageiros; 
 - o passageiro chegando de viagem internacional obtém isenção de tributos 
ao comprar até US$ 500,00 em bens na loja franca, não se confundindo esse limite 
com aquele previsto para os bens trazidos como bagagem. Além do limite de valor, 
existem limites de quantidade para as aquisições na loja franca; 
 - caso o passageiro chegando de viagem internacional adquira na loja franca 
bens que, no total, superem US$ 500,00, será aplicado o Regime de Tributação 
Especial, com cobrança unicamente de imposto de importação à alíquota de 50% 
sobre o que exceder aquele valor. 
 
Sobre a Zona Franca de Manaus:- foi criada em 1967; 
 - prevê benefícios fiscais com intuito de desenvolver Manaus e arredores; 
 - na importação de bens, há desoneração de II, IPI, PIS e COFINS, com 
algumas exceções; 
 - na exportação, há isenção de IE, também com exceções; 
 - quando o restante do território nacional vende bens para a ZFM, tais 
vendas são equiparadas a exportações; 
 - quando o restante do território nacional adquire bens importados pela ZFM, 
isto é, nas operações de internação, há cobrança integral dos tributos como se a 
mercadoria estivesse sendo importada diretamente do exterior. Excepcionalmente, 
a cobrança integral não ocorre em quatro situações: (i) saída de bens para algumas 
Áreas de Livre Comércio, (ii) saída de bens para a Amazônia Ocidental, (iii) saída 
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de bens como bagagem de turistas, e (iv) saída de bens industrializados na ZFM 
com insumos estrangeiros. 
 - No caso dos bens industrializados na ZFM, a internação se fará com 
isenção do IPI e com cobrança do II proporcional à participação do insumo 
estrangeiro no produto final internado. 
 
Um abraço, 
Rodrigo Luz 
 
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QUESTÕES RESOLVIDAS NESTA AULA 
 
(TTN/1997) 77- As lojas francas instaladas na Zona Primária de porto e 
aeroporto destinam-se a venda de mercadoria 
a) nacional ou estrangeira a passageiros de viagens internacionais, contra 
pagamento em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível 
b) nacional ou estrangeira somente a passageiro de viagem internacional em 
trânsito pelo País, contra pagamento em moeda estrangeira conversível 
c) estrangeira ou nacional somente a passageiro de viagem internacional saindo do 
País, contra pagamento em moeda estrangeira conversível ou cheque de viagem 
d) estrangeira somente a passageiros de viagem internacional chegando ao País, 
contra pagamento em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível 
e) estrangeira ou nacional importada por firmas permissionárias de entrepostos 
aduaneiros, a passageiros e tripulantes de veículos em viagem internacional contra 
pagamento exclusivamente em moeda estrangeira conversível 
 
(TTN/1998) 54- No regime aduaneiro atípico de loja franca, 
a) poderá ser autorizado o seu funcionamento na zona primária de porto ou 
aeroporto, nos termos e condições fixados pelo Ministro da Fazenda, para venda de 
mercadoria nacional ou estrangeira, a passageiros de viagens internacionais, contra 
pagamento em cheque de viagem ou moeda estrangeira conversível 
b) somente poderá ser autorizado o seu funcionamento em zona primária de ponto 
de fronteira alfandegado para venda de mercadoria estrangeira a passageiros 
chegando de viagem internacional por via aérea, terrestre, fluvial ou lacustre 
c) poderá também ser autorizado o seu funcionamento em depósitos alfandegados 
de empresas de transporte rodoviário localizados em área contígua à de porto ou 
aeroporto alfandegado 
d) será autorizado seu funcionamento em recintos alfandegados de zona secundária 
próxima a porto ou aeroporto para venda de mercadoria nacional exclusivamente a 
passageiros com destino ao exterior 
e) somente poderão ser vendidas mercadorias nacionais ou estrangeiras a 
passageiros de viagens internacionais, sendo vedado nesse regime o fornecimento 
de produtos destinados ao uso ou consumo de bordo de embarcações ou 
aeronaves, de bandeira estrangeira, aportadas no país. 
 
(TRF/2003) 27- Assinale a opção correta. 
As lojas francas estão autorizadas a efetuar venda de mercadorias nacionais ou 
estrangeiras em portos e aeroportos alfandegados, a: 
a) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em 
moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito, 
sujeitas as vendas ao limite de valor de US$300.00 (Norma de Bagagem do 
Mercosul) e a limites quantitativos para determinados produtos; a passageiros e 
tripulantes, em viagem internacional de partida, cujo pagamento deve ser efetuado 
em moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de 
crédito, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de 
navegação aérea ou marítima, visando o consumo de bordo, em viagens 
internacionais, ou a venda a passageiro; a missões diplomáticas e a seus 
integrantes e assemelhados. 
b) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em 
moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de crédito, 
sujeitas as vendas ao limite de valor de US$500.00 e a limites quantitativos para 
determinados produtos, em venda única e objeto de nota de venda única; a 
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passageiros e tripulantes, em viagem internacional de partida, cujo pagamento 
deve ser efetuado em moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de 
viagem ou cartão de crédito, em venda única e objeto de nota de venda única; a 
empresas de navegação aérea ou marítima, em viagens internacionais, visando o 
consumo de bordo ou a venda a passageiro, quando em águas ou espaço aéreo 
internacionais; a missões diplomáticas e a seus integrantes e assemelhados. 
c) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em 
moeda estrangeira conversível, cheque, cheque de viagem ou cartão de crédito, 
sujeitas as vendas ao limite de valor de US$500.00 e a limites quantitativos para 
determinados produtos; a passageiros e tripulantes, em viagem internacional de 
partida, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de 
navegação aérea ou marítima, visando o consumo de bordo ou a venda a 
passageiro, em viagens internacionais, cujo pagamento deve ser efetuado em 
moeda estrangeira conversível, em espécie, cheque de viagem ou cartão de 
crédito; a missões diplomáticas e a seus integrantes e assemelhados. 
d) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento deve ser efetuado em 
moeda estrangeira conversível, cheque, cheque de viagem ou cartão de crédito, 
sujeitas as vendas ao limite de valor de US$300.00 (Norma de Bagagem do 
Mercosul) e a limites quantitativos para determinados produtos, em venda única e 
objeto de nota de venda única; a passageiros e tripulantes, em viagem 
internacional de partida, em venda única e objeto de nota de venda única; a 
empresas de navegação aérea ou marítima, visando o consumo de bordo ou a 
venda a passageiro, em viagens internacionais; a missões diplomáticas e a seus 
integrantes e assemelhados. 
e) passageiros e tripulantes em viagem internacional, cujo pagamento deve ser 
efetuado em moeda estrangeira conversível, cheque, cheque de viagem ou cartão 
de crédito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$500.00 e a limites 
quantitativos para determinados produtos; a passageiros em viagem internacional 
de partida, em venda única e objeto de nota de venda única; a empresas de 
navegação aérea ou marítima, em viagens internacionais, visando o consumo de 
bordo ou a venda a passageiro, fora do território aduaneiro; a missões diplomáticas 
e a seus integrantes e assemelhados. 
 
(AFRF/2002.1) 27- A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio 
de importação e de exportação e de incentivos fiscais especiais, 
estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro 
industrial, comercial e agropecuário dotado de condições econômicas que 
permitam seu desenvolvimento, em face dos fatores locais e da grande 
distância a que se encontram os centros consumidores de seus produtos. 
(Dec.Lei 288/67, art.1º, artigo 389 do Dec.91.030/85 - Regulamento 
Aduaneiro) (adaptada) 
Em face do enunciado, assinale a opção correta. 
a) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial,

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