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Aula 15 Comercio Internacional

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Curso On-Line Comércio Internacional 2010 
Professor: Luiz Roberto Missagia 
 
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
1 
AULA 15 
 
INCOTERMS 2010 
 
Olá pessoal. Na aula 06, onde tratamos de Contratos Internacionais de Compra e 
Venda, falamos sobre os Incoterms. Comentamos, inclusive, que uma nova versão 
estava sendo preparada e que em breve ficaria pronta, elaborada pela Câmara de 
Comércio Internacional (CCI). Pois bem, essa nova revisão foi concluída (Incoterms 
2010), e entrará em vigor em 01/01/2011. 
Naquela oportunidade, eu já havia antecipado as principais modificações. 
Recentemente, o professor Samir Keedi, um dos dois brasileiros que participou da 
revisão, publicou artigo no qual teceu alguns comentários a respeito. 
Assim, sugiro, primeiro, a releitura daquele ponto na aula 06, que continua 
válido. Seguem abaixo comentários adicionais acerca das modificações: 
1) Exclusão dos termos DAF, DES, DEQ e DDU, que prevêem o transporte da 
mercadoria (incluindo riscos e custos) até seu destino final. 
2) Inclusão de dois novos termos: 
 a) DAT (Delivered at Terminal) – para entrega em terminal de carga, 
armazém 
 b) DAP (Delivered at Place) – para entrega em local acertado entre as 
partes, que não seja um terminal 
3) Os incoterms passam de 13 (treze) para 11 (onze) fórmulas. 
4) A nova divisão é: 
a) Qualquer modalidade de transporte, incluisive multimodal: 
 - CIP, CPT, DAP, DAT, DDP, EXW, FCA 
b) Somente para transporte aquaviário: 
 - CFR, CIF, FAS, FOB 
 
Com a inclusão do DAT, o termo DEQ perdeu o sentido. No DAT a mercadoria 
pode ser entregue em um terminal, dentro ou fora da zona portuária. Já o termo 
DAP, por possibilitar entrega em local combinado, substitui os termos DAF, DES e 
DDU, com a mercadoria pronta para ser desembarcada do veículo transportador. O 
veículo transportador pode ser o próprio navio que fez o frete internacional, 
situação na qual o DAP teria o mesmo efeito do antigo DES. 
Na versão 2010, em relação aos Incoterms aquaviários FOB, CFR e CIF, a 
entrega da mercadoria passou a ser “a bordo”, e não mais “após cruzar a amurada 
do navio”. Isso gerava uma série de dúvidas na versão anterior, como por exemplo, 
no caso de um contêiner “despencar” enquanto estiver sendo carregado em um 
navio. 
Lembrem-se de que os incoterms definem o local de transferência dos riscos e 
dos custos do vendedor ao comprador. Nos termos “C” (CPT, CFR, CIP e CIF), o 
local nomeado no incoterm se refere ao local até onde o transporte está pago 
(transferência de custos), portanto é diferente do local de entrega (transferência de 
Curso On-Line Comércio Internacional 2010 
Professor: Luiz Roberto Missagia 
 
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
2 
risco). Nos demais termos, o local de entrega coincide com o local nomeado no 
termo. 
Exemplos: FOB Port Hamburgo (entrega no porto de Hamburgo, local até onde o 
transporte está pago pelo vendedor); CFR Rio (se o embarque for em Hamburgo, o 
risco é transferido em Hamburgo, mas o transporte está pago até o porto do Rio). 
Outro detalhe da versão Incoterms 2010. O texto cita explicitamente que os 
termos podem ser utilizados tanto nos contratos internacionais como nos contratos 
domésticos. Isso é muito importante para difundir a cultura dos incoterms 
nacionalmente, o que significa que as negociações entre comprador e vendedor 
situados no mesmo país podem utilizar como referência no contrato de compra e 
venda um dos incoterms/2010. 
Por fim, não se esqueçam de que, quando se trata de incoterms, uma versão 
nova não anula a anterior. Isso quer dizer que, no contrato, deve haver menção a 
qual das versões dos incoterms o mesmo se refere. 
 
 
(PONTOS 2.3 e 6 DO PROGRAMA ATRFB/2009) 
(PONTO 3 DO PROGRAMA AFRFB/2009) 
UNCTAD – CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE COMÉRCIO E 
DESENVOLVIMENTO (WWW.UNCTAD.ORG) 
 
Já vimos que a OMC, como evolução ao GATT, possui como objetivo maior o 
incremento do intercâmbio comercial entre os países-membros do Acordo. Para 
atingir esse objetivo, foi estabelecido cronograma de reduções tarifárias e não-
tarifárias. Também foram criadas regras para a adoção de medidas de proteção 
comercial, como medidas antidumping, medidas compensatórias e de salvaguarda, 
dentre diversas outras medidas. 
Mas nem todos os países ficaram satisfeitos com os resultados obtidos desde a 
implantação do GATT (1947). Os países subdesenvolvidos perceberam que as 
negociações realizadas raramente envolviam os produtos por eles exportados. 
Naquela época (2a metade do século XX), a pauta de exportações dos países menos 
desenvolvidos era composta basicamente por produtos primários, notadamente os 
agrícolas. Sendo assim, após alguns anos de existência do GATT, diversas críticas 
às negociações e aos resultados obtidos pelo sistema foram surgindo nesse sentido. 
Alegavam os países em desenvolvimento que não conseguiam mercados 
suficientes para seus produtos, e que dessa forma não estavam auferindo os 
benefícios do sistema multilateral de negociações comerciais. Diziam que as regras 
do sistema beneficiavam somente países exportadores de produtos industrializados. 
Vimos que as críticas desta natureza, formuladas pelos países subdesenvolvidos, 
encontraram apoio do economista argentino Raul Prebisch, com sua Tese de 
Deterioração dos Termos Internacionais de Troca, no âmbito da CEPAL (Comissão 
Econômica da ONU para a América Latina e o Caribe). 
Nessa linha então algumas ações foram realizadas. A primeira foi a criação da 
ALALC (Associação Latino-Americana de Livre Comércio), visando reforçar a 
integração dos países menos desenvolvidos no continente para incrementar o 
comércio entre eles, mantendo a proteção contra terceiros países. 
Porém, havia ainda a necessidade de prover apoio aos países considerados 
prejudicados pelas regras do GATT, abrangendo não somente as nações 
subdesenvolvidas da América Latina, mas sim de todo o mundo. Assim, foi criada, 
Curso On-Line Comércio Internacional 2010 
Professor: Luiz Roberto Missagia 
 
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
3 
na cidade de Genebra, em 1964, da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para 
o Comércio e o Desenvolvimento). 
A UNCTAD consiste em um organismo internacional como uma resposta aos 
anseios comerciais dos países menos desenvolvidos, ou em desenvolvimento, que 
desejavam obter mais mercado para seus produtos exportados. 
O comércio, para estes países, não estava trazendo o tão desejado crescimento 
econômico. A nova instituição viria exatamente com esse objetivo maior, que seria 
prover as oportunidades comerciais necessárias para inserir os países 
menos desenvolvidos no comércio mundial de forma ampla, visando o 
crescimento econômico destas nações. 
A entidade estabeleceria um vínculo entre os seguintes aspectos: 
- desenvolvimento econômico sustentável; 
- o comércio internacional; 
- investimentos globais. 
 
O enfoque da UNCTAD, assim, seria um pouco distinto daquele almejado pela 
Conferência Internacional sobre Comércio e Emprego, que resultou na Carta de 
Havana, base para a criação da Organização Internacional do Comércio (OIC), 
que acabou não saindo do papel. 
Vamos tentar demonstrar a situação difícil na qual se encontravam os países em 
desenvolvimento. A comercialização, ou o mercado dos produtos primários com os 
países desenvolvidos, era a principal fonte de receita de exportação dos países 
subdesenvolvidos. Este mercado vinha declinando drasticamente, por diversos 
motivos, como a baixa elasticidade-renda da demanda pelos produtos (a procura 
não aumenta na mesma proporção da renda), a descoberta de produtos sintéticos 
nas nações industrializadas, que substituem, como matéria-prima ou como 
produtos intermediários, os bens primários, além da quase auto-suficiência 
americana por produtos naturais.Restava a esses países a alternativa de exportarem produtos manufaturados, 
com o objetivo de alcançar os benefícios do comércio internacional. Porém, tratava-
se de tarefa bastante difícil, devido à baixa eficiência produtiva e comercial desse 
tipo de bem nas nações menos desenvolvidas, aliada à escassez de tecnologia, não 
sendo possível competir com as nações industrializadas, que possuem ganhos de 
escala e muita eficiência na produção e comércio destes artigos. 
O que eles (vamos chamar de PED os países em desenvolvimento) queriam, 
então, era que as nações industrializadas abrissem seus mercados para os produtos 
por eles (PED) exportados, reduzindo toda a sorte de barreiras comerciais impostas 
aos mesmos. Nas Rodadas de Negociação do GATT, quando o grupo dos países 
exportadores de bens primários tentava incluir esses itens nos esquemas de 
redução tarifária, os países industrializados alegavam impossibilidade de 
negociação, devido a alguns artigos do GATT, sendo o principal impeditivo a 
“Cláusula de Nação Mais Favorecida”: 
“Qualquer vantagem, favor, privilégio ou imunidade concedido por 
uma parte contratante a um produto originário de outro País ou 
destinado a ele, será concedido imediata e incondicionalmente a 
todo produto similar originário dos territórios de todas as demais 
partes contratantes ou a eles destinado. “. 
 
Curso On-Line Comércio Internacional 2010 
Professor: Luiz Roberto Missagia 
 
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
4 
Vejamos um exemplo de aplicação dessa cláusula: o Brasil exporta café para os 
EUA. Aí os exportadores brasileiros precisam que os EUA baixem as alíquotas 
(barreiras) para a importação do café brasileiro, para que eles possam vender 
mais. Só que o governo americano alega que, conforme a cláusula da nação mais 
favorecida, não poderia oferecer essa concessão ao Brasil, pois teria de estendê-la 
a todos os demais países signatários do GATT, em obediência ao Princípio da não-
discriminação entre países. 
Estava, assim, instaurado um impasse de interesses. Por um lado havia a 
necessidade de se criar políticas de apoio aos PED. Por outro lado havia a cláusula 
de nação mais favorecida, que impedia os países industrializados de concederem 
certas vantagens aos países subdesenvolvidos, sem concedê-las, também, a todos 
os demais participantes do GATT. 
Os países desenvolvidos alegavam, ainda, que os produtos agrícolas, 
basicamente os alimentícios, eram considerados essenciais, portanto seus 
governos poderiam aplicar medidas restritivas em nome na “Promoção da 
Segurança Nacional”. O GATT sempre previu esse tipo de restrição, aplicada com 
base em normas e regulamentos sobre classificação, controle de qualidade ou sobre 
a comercialização dos produtos destinados ao comércio internacional. 
Os países desenvolvidos estavam alegando que, abrindo seus mercados aos 
produtos agrícolas de outros países, poderiam acabar com suas produções internas, 
e aí ficar dependentes de importações de alimentos. Isso é uma das previsões para 
imposição de barreiras no GATT (Proteção à Segurança Nacional). 
Para piorar ainda mais a situação das nações prejudicadas, há o Princípio da 
Reciprocidade no GATT (hoje este princípio está em desuso), que normalmente 
pauta as negociações multilaterais. Este determina que, um país que receba uma 
certa concessão por parte de outra nação, como uma redução tarifária, por 
exemplo, deve oferecer à mesma um benefício equivalente, de forma a manter o 
equilíbrio das relações comerciais. 
Qual seria então a solução? Ora, haveria necessidade de se quebrar essa regra 
geral (em situações específicas), ou seja, criar mais exceção. 
Surgiu assim a idéia de se implementar um sistema de preferências tarifárias 
que fosse aplicado apenas em relação aos países subdesenvolvidos, em suas 
relações comerciais com os países desenvolvidos. Em relação aos demais países 
(que não os subdesenvolvidos), continuaria a ser aplicada a cláusula de nação mais 
favorecida (NMF). 
Estariam, dessa forma, os países desenvolvidos realizando concessões não 
recíprocas (sem esperar nada em troca) em favor das nações em 
desenvolvimento. Essa situação acabou por criar o Sistema de Preferências 
Comerciais (SGP), em 1970, a ser visto em seguida. 
A reciprocidade tampouco precisaria ser obedecida. Isso quer dizer que os países 
desenvolvidos não deveriam esperar receber benefícios equivalentes aos que 
concedessem aos países subdesenvolvidos. 
Então, vejam a dicotomia: a cláusula da nação mais favorecida é a sustentação 
do sistema multilateral do GATT, exigindo a extensão incondicional dos benefícios 
atribuídos a uma nação para todas as Partes Contratantes. A UNCTAD propôs a 
implementação de um sistema de exceção aos Princípios da Nação mais Favorecida 
e da Reciprocidade. O que fazer então se estas concessões não estavam de acordo 
com as normas do GATT? 
Como falamos, havia necessidade de se criar (mais uma) exceção. Assim, em 
uma das Rodadas de Negociação, a Rodada Tóquio, em 1979, foi inserida uma nova 
cláusula no GATT (Cláusula de Habilitação), com o fim de estabelecer uma 
Curso On-Line Comércio Internacional 2010 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
5 
espécie de exceção à cláusula da nação mais favorecida e ao princípio da 
reciprocidade de tratamento. 
Assim, a Cláusula de Habilitação (Rodada Tóquio, 1979) veio a “oficializar”, com 
relação ao GATT, as reduções unilaterais propostas pela UNCTAD (criada em 1964) 
e implementadas pelo SGP em 1970. 
Resumindo o que diz o Acordo, a Cláusula de Habilitação foi estabelecida para 
permitir o tratamento diferenciado e mais favorável aos países em 
desenvolvimento, sem a necessidade de concessão de tal tratamento às outras 
partes contratantes (exceção à cláusula NMF). Essa cláusula se aplica: 
a) às preferências concedidas pelas nações desenvolvidas aos produtos 
originários dos países em desenvolvimento, de acordo com o Sistema Geral de 
Preferências; 
b) ao tratamento diferencial em favor dos PED, com relação a medidas não-
tarifárias aplicadas conforme as regras do GATT; 
c) aos acordos comerciais realizados entre os países em desenvolvimento, com 
o objetivo de redução de barreiras tarifárias e não-tarifárias no comércio 
mútuo; 
d) ao tratamento especial concedido aos países de menor desenvolvimento 
econômico relativo, no universo dos países em desenvolvimento (PED), com 
relação às concessões realizadas aos PED. 
 
Quando se cria uma exceção como essa, há grande preocupação em não se 
reduzir o volume de comércio internacional como um todo. O objetivo deve ser 
sempre o de incrementá-lo. 
Assim, estabeleceram as partes que o tratamento: 
a) terá o objetivo de incrementar e facilitar o comércio de países em 
desenvolvimento, e não o de impor barreiras descabidas com relação ao 
comércio com as demais partes contratantes; 
b) não impedirá que negociações futuras estabeleçam novas reduções tarifárias e 
não tarifárias, que é o objetivo da cláusula NMF; 
c) sofrerá os ajustes necessários em função da necessidade de desenvolvimento 
dos países em desenvolvimento, devendo isso ser levado em conta quando da 
concessão realizada pelos países desenvolvidos em favor dos PED. 
 
 
Por fim, como exceção ao Princípio da Reciprocidade de Tratamento, o SGP 
define que as nações desenvolvidas não esperam obter concessões recíprocas nas 
negociações para redução de barreiras ao comércio com os países em 
desenvolvimento. 
Estariam os países desenvolvidos, assim, cientes de que as nações menos 
desenvolvidas não deveriam realizar concessões incompatíveis com suas 
necessidades de desenvolvimento, financeiras e comerciais. 
OBJETIVOS DA UNCTAD 
O objetivo maior da UNCTAD é o fomento do comércio internacional, como meio 
para acelerar o desenvolvimento econômico. A Conferênciaformula novas políticas 
e princípios neste sentido, fornecendo o apoio técnico necessário, e servindo de 
Curso On-Line Comércio Internacional 2010 
Professor: Luiz Roberto Missagia 
 
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
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meio para coordenar as ações dos governos, especialmente em relação aos países 
em desenvolvimento, dentro da realidade do mundo globalizado, inclusive nas 
áreas financeira, de tecnologia, de investimentos e do desenvolvimento 
sustentável. 
Como atua então a UNCTAD? Ela investiga as políticas domésticas dos países, no 
sentido de que, juntamente com as ações internacionais, levem ao 
desenvolvimento sustentável. Trata-se de um fórum para deliberações 
intergovernamentais para debates entre especialistas e troca de experiências. 
Suas ações consistem em observar e analisar políticas econômicas e de 
desenvolvimento, realizar coleta de dados, promovendo a cooperação técnica e a 
interação com a sociedade civil, com outras organizações, com os países e com o 
mundo da economia, sempre com ênfase para os países menos desenvolvidos e 
suas necessidades. 
Em consulta aos sites oficiais (www.unctad.org e www.mdic.gov.br), constata-se 
que, na prática, os trabalhos desenvolvidos pela UNCTAD são os seguintes: 
a) presta auxílio aos países em desenvolvimento, para que estes possam 
aproveitar os efeitos positivos da globalização; 
b) avalia os efeitos dos acordos da Rodada Uruguai sobre o comércio e o 
desenvolvimento e ajuda os países a aproveitar as oportunidades resultantes 
desses acordos; 
c) fomenta a diversificação nos países em desenvolvimento que dependem dos 
produtos básicos e ajuda-os a enfrentar os riscos comerciais; 
d) promove a integração do comércio, do meio ambiente e do desenvolvimento 
e, nesse campo, organiza diversas tarefas na Comissão sobre o Desenvolvimento 
Sustentável das Nações Unidas; 
e) analisa questões relacionadas com o direito e com as políticas da 
concorrência e ajuda os países a formular políticas e leis e a criar instituições. 
 
Guardem esse termo-chave: “geração de oportunidades comerciais”. É isso que 
a UNCTAD busca para os países em desenvolvimento, por meio do convencimento 
dos países desenvolvidos para que estes reduzam suas barreiras tarifárias e não 
tarifárias às importações originárias dos países menos desenvolvidos, e possam 
assim incrementar o consumo desses produtos em seus territórios. 
Na verdade a UNCTAD é um órgão subsidiário da ONU, de caráter permanente, 
mas a Conferência (seu órgão máximo) só acontece (no mínimo) a cada quatro 
anos. 
Conforme consta em seu site oficial (www.unctad.org), uma das principais 
funções da UNCTAD é "prover assistência técnica aos países em desenvolvimento, 
com atenção especial às necessidades dos menos desenvolvidos e das economias 
de transição" (tradução livre). 
Nos anos recentes, a atuação da UNCTAD tem se pautado: 
- nas pesquisas acerca do vinculo entre comércio, investimento, 
desenvolvimento empresarial e tecnologia; 
- apresentação de uma "agenda positiva" (proposta de formulação de suas 
posições) para os países em desenvolvimento nas negociações comerciais 
internacionais; 
- ampliação dos trabalhos sobre investimento internacional; 
Curso On-Line Comércio Internacional 2010 
Professor: Luiz Roberto Missagia 
 
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
7 
- expansão e diversificação da assistência técnica, incluindo formação de 
negociadores internacionais; promoção do empreendedorismo; direito e política; 
comércio e meio ambiente. 
Na estrutura da UNCTAD há uma Secretaria-Geral, que trabalha juntamente com 
os representantes dos países-membros e interage com os demais organismos da 
ONU e com as comissões regionais, e também com organizações governamentais e 
não-governamentais, setor privado, incluindo associações de comércio e indústria, 
instituições de pesquisa e universidades. 
Então, podemos afirmar que a UNCTAD consiste de um órgão com estrutura 
própria (tem uma secretaria que cuida dos assuntos administrativos e implementa 
as decisões). A Conferência mesmo, só ocorre de quatro em quatro anos, e é quem 
toma as decisões. 
O órgão máximo (de decisão) da UNCTAD é a conferência quadrienal. Durante 
essas reuniões, os países avaliam a situação do comércio atual e as questões de 
desenvolvimento, além de discutir diretrizes políticas e formular propostas. Trata-se 
de um órgão subsidiário da Assembléia Geral da ONU. 
Relatório da UNCTAD em 2010 
Em recente documento emitido pela UNCTAD (Relatório de Comércio e 
Desenvolvimento – 2010), tendo como ambiente a crise econômica iniciada em 
2008, a entidade alerta acerca da necessidade de um novo paradigma econômico, 
onde os países devem buscar o pleno emprego, aumento de produtividade e renda, 
mesmo que com intervenção do governo, uma vez que o desemprego é visto como 
principal elemento gerador da pobreza. 
A idéia é que os países não dependam somente das exportações para estimular 
o emprego. Deve sim, ser estimulada a demanda interna. Isso vale tanto para as 
economias desenvolvidas quanto para as emergentes. Não há como se falar mais 
em algum país que assuma o papel de “motor do crescimento”. Ao invés do foco 
único nas exportações, deve ser atribuída a devida atenção à política 
macroeconômica, visando promover o desenvolvimento econômico sustentável e a 
criação de emprego. 
A geração de emprego juntamente com o aumento da produtividade poderia 
implicar aumentos salariais, possibilitando assim atingir o objetivo de elevação da 
demanda doméstica, abandonando as políticas de salários baixos para gerar 
competitividade nas exportações. Nesse contexto, estaria também prevista a 
política monetária de juros baixos, permitindo o investimento em capital fixo. 
 
Curso On-Line Comércio Internacional 2010 
Professor: Luiz Roberto Missagia 
 
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
8 
O SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS (SGP) E O SISTEMA GLOBAL DE 
PREFERÊNCIAS COMERCIAIS (SGPC) 
SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS (SGP) 
Conforme visto acima, o SGP (Sistema Geral de Preferências) foi criado com o 
apoio da UNCTAD, em 1970. Por este acordo, os países desenvolvidos, integrantes 
ou membros da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, 
representando as economias mais sólidas do mundo, comprometem-se a reduzir 
substancialmente os impostos de importação incidentes sobre determinados 
produtos originários dos países em desenvolvimento. 
Vimos que o Acordo representou o afastamento da necessidade de estender a 
concessão aos demais membros do GATT (exceção à cláusula NMF). Também não 
havia necessidade de estabelecimento de concessões recíprocas por parte dos 
países beneficiados, portanto esse acordo era também uma exceção ao princípio de 
reciprocidade. Surgiram assim, os sistemas gerais de preferência (SGP) aplicados 
pela Comunidade Européia, pelo Japão e pela Noruega, na segunda metade de 
1971. 
O SGP consiste então em um sistema de acordos preferenciais em que as 
concessões efetuadas pelos países desenvolvidos são unilaterais e não 
recíprocas, em favor dos países em desenvolvimento. Os pontos negociados 
referem-se às margens tarifárias preferenciais para produtos importados, 
originários dos PED. O SGP pode ser aplicado para os produtos primários (ex: 
petróleo, soja, milho), semi-elaborados (ex: polpa de fruta), manufaturados 
(ex: máquinas) e semimanufaturados (ex: barras e tubos de ferro). 
 
Margem de preferência é o percentual de redução do imposto de importação. 
Assim, suponha que a alíquota do imposto de importação (II) para laranjas nos EUA 
seja de 10%. No SGP ele oferece margem de preferência (redução) de 40%. Assim, 
se um país participante do SGP (Brasil, por exemplo), quiser exportar com esse 
benefício, será cobrado do importador americano II à alíquota reduzida de 6%, queequivale aos 10% (alíquota normal) com redução de 40%. 
O benefício do SGP não é aplicado a todos os produtos, isto é, existem alguns 
produtos que não constam da lista de bens sujeitos ao benefício, vale dizer, há 
listas de exceção. 
As listas de produtos que terão direito ao tratamento preferencial e à 
abrangência desse tratamento serão elaboradas por cada um dos países 
outorgantes das vantagens. Vale lembrar, os países outorgantes deste sistema são 
os países desenvolvidos. 
De regra, a maior parte das mercadorias abrangidas pelo SGP não sofre 
nenhuma limitação quantitativa. Há, porém, para alguns produtos, a aplicação de 
contingentes tarifários globais, e para outros há tetos negociados pelos países 
desenvolvidos (cotas). É de ressaltar que o SGP não objetiva causar prejuízos aos 
países outorgantes das concessões, por isso eles podem se valer das prerrogativas 
das cláusulas de salvaguarda, quando na iminência de danos ou prejuízos a sua 
indústria de produtos similares. 
Na prática, isso quer dizer o seguinte: os países desenvolvidos concedem o 
benefício (redução de barreiras). Se a situação ficar ruim para suas indústrias 
domésticas, eles podem suspender as concessões. 
As concessões outorgadas são válidas para praticamente a totalidade dos 
participantes (com algumas exceções). Na verdade o país outorgante escolhe quem 
poderá receber o benefício. Isso não é uma contradição. O SGP é uma exceção à 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
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NMF em relação ao GATT, pois um país outorgante (ex: EUA), que ofereça 
benefícios aos participantes do SGP, não precisará estender esse benefício aos não 
participantes, mesmo aos que sejam membros do GATT (ex: Alemanha, Inglaterra, 
França). Agora, dentro do SGP, uma concessão oferecida por um outorgante (ex: 
EUA) deveria, em princípio, conforme a cláusula NMF, valer para todos os 
participantes do SGP (os países em desenvolvimento). Mas é claro que há 
exceções. Os Estados Unidos, por exemplo, mantêm restrições nas relações 
comerciais com alguns países (Síria, Irã, Coréia do Norte). Assim, se reserva ao 
direito de não oferecer quaisquer benefícios a esses países, já que, em princípio, 
não negocia com os mesmos (os outrora chamados componentes do “Eixo do Mal”). 
As autoridades aduaneiras dos países outorgantes do SGP (importadores) 
exigem a apresentação de um Certificado de Origem visado pelos órgãos oficiais 
competentes do país exportador. Como os acordos são revistos periodicamente, há 
a possibilidade de as listas de produtos favorecidos serem ampliadas. 
Cada país outorgante utiliza um sistema autônomo (temporário), onde define os 
países beneficiários, os produtos cobertos, a tarifa alfandegária e as regras para a 
concessão da preferência. 
O benefício do SGP consiste na redução parcial ou total do imposto de 
importação incidente sobre determinado produto originário e procedente de países 
em desenvolvimento. São beneficiados produtos agrícolas (capítulos 01 a 24 do SH) 
ou industriais (capítulos 25 a 97 do SH) que constem em suas listas positivas ou 
que não estejam expressamente mencionados em listas negativas (fonte: 
www.mdic.gov.br). 
Trata-se de um estímulo aos produtores-exportadores incipientes nos países em 
desenvolvimento, que necessitam de mercados mais abertos em uma etapa inicial 
de suas exportações. 
Conforme informação constante no site oficial do Ministério do Desenvolvimento 
(www.mdic.gov.br), valendo como resumo, o SGP possui as seguintes 
características: 
a) Unilateral e não-recíproco: os outorgantes concedem o tratamento tarifário 
preferencial, sem, contudo, obter o mesmo tratamento em contrapartida; 
b) Autônomo: cada outorgante possui seu próprio esquema, que contém a lista 
de produtos elegíveis ao benefício, respectivas margens de preferências (redução 
da tarifa alfandegária) e regras a serem cumpridas para a concessão do benefício, 
tais como Regras de Origem; 
c) Temporário: cada esquema é válido por um prazo determinado, mas, 
historicamente, os outorgantes têm sempre renovado seus esquemas; 
d) Autorizado no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC) por meio 
da “Cláusula de Habilitação”, por tempo indeterminado. 
Os países outorgantes do SGP (EUA, Austrália, países da União Européia, Suíça, 
Turquia, Canadá e outros) indicam quais são os produtos elegíveis ao tratamento 
tarifário preferencial de acordo com a classificação tarifária na sua própria 
nomenclatura. A nomenclatura de cada país difere em relação a dos demais, sendo 
porém, baseadas no Sistema Harmonizado (SH). 
A OBTENÇÃO DO BENEFÍCIO DO SGP 
Para um exportador obter o benefício do SGP, as condições impostas pelas 
partes outorgantes aos países beneficiários são: 
• que o produto conste das listas de mercadorias com direito ao SGP, 
divulgadas/atualizadas periodicamente pelos outorgantes; 
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10 
• que o produto seja originário do país beneficiário exportador (conforme as 
regras de origem do país outorgante); 
• que o produto seja transportado diretamente do país beneficiário exportador 
para o país outorgante importador; e 
• que seja apresentado à alfândega de desembarque do produto o Certificado 
de Origem de acordo com as regras estabelecidas pelos países outorgantes. 
 
Para determinação da origem dos produtos, devem ser atendidas as Regras de 
Origem estabelecidas pelos países outorgantes. São considerados originários os 
produtos inteiramente produzidos no país, podendo ser utilizados materiais ou 
partes importadas ou de origem indeterminada na composição do produto a ser 
exportado, de acordo com as Regras de Origem. 
Assim, para ser considerado como originário de um determinado país, os 
materiais ou partes importadas devem ter sido submetidos a uma transformação 
substancial, ou seja, uma transformação que altere substancialmente sua 
natureza e características. 
A comprovação da origem é realizada por meio da emissão de um Certificado 
de Origem. No Brasil, o Certificado é emitido por meio do Formulário A, emitido 
pelo Banco do Brasil, nas agências autorizadas pela SECEX. Este é o documento 
base necessário para a solicitação do tratamento preferencial e simultânea 
comprovação de origem junto às alfândegas estrangeiras. 
 
No Brasil, a administração do SGP é exercida pela Secretaria de Comércio 
Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 
(SECEX/MDIC), por meio do Departamento de Negociações Internacionais (DEINT), 
estando a seu cargo, conforme informações da página da INTERNET do Ministério 
do Desenvolvimento (www.mdic.gov.br): 
a) elaboração das normas e dispositivos que irão reger o SGP 
no Brasil, de acordo com as determinações dos países 
outorgantes, mantendo a devida coerência com relação à 
legislação brasileira; 
b) divulgação e constante atualização das informações 
recebidas dos países outorgantes, de interesse do público 
exportador e que servem de material de apoio para o trabalho 
das agências emissoras; e 
c) prestação de esclarecimentos às autoridades alfandegárias 
dos países outorgantes, sobre dúvidas porventura surgidas 
quanto ao atendimento às regras por eles determinadas. 
 
Mas afinal, quem são os países “desenvolvidos” (PD) ou “em desenvolvimento” 
(PED)? Na OMC, os países se auto declaram "desenvolvidos" ou "em 
desenvolvimento". Isso não quer dizer que aqueles que se auto declararam "em 
desenvolvimento" vão usufruir automaticamente dos benefícios unilaterais (como o 
SGP). Os demais países podem contestar essa definição com base em dados 
econômicos como PIB, exportações, balança comercial etc. Na prática, o país 
outorgante (importador desenvolvido) é quem elaboraa lista de produtos e de 
países que poderão exportar mercadorias para lá com a utilização do SGP. 
Como vimos, a OMC determina a utilização preferencial da tarifa, ao invés da 
cota, como barreira comercial. No caso do SGP, é a mesma coisa. Vejamos um 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
11 
exemplo. Os EUA concedem redução do imposto de importação sobre laranja aos 
pobretões, mas caso isso comece a lhe prejudicar (leia-se fabricantes de laranja 
dos EUA), o próprio sistema (SGP) prevê a hipótese de proteção por meio de 
salvaguarda. E a salvaguarda pode ser implementada por meio de aumento da 
tarifa (preferencialmente, mas não obrigatoriamente) ou de cota. 
No âmbito do SGP, os EUA elaboram sua lista de produtos em favor dos países 
em desenvolvimento. Eles (os EUA) é quem vão dizer quais os países que 
usufruirão dos benefícios. Certamente eles não estenderão esse benefício ao Irã, 
por exemplo. Reciprocidade seria se os países que utilizarem o benefício (ex: 
Brasil), tivessem que oferecer algo em troca. Isso não ocorre. O benefício é 
unilateral. É exceção à NMF e à reciprocidade, OK? Os pobretões não precisam 
conceder nada em troca. 
Em sua Portaria de Consolidação das Normas Administrativas de Comércio 
Exterior, a SECEX estabelece o seguinte quanto ao SGP (Portaria SECEX 10/2010): 
 
“Seção XX 
Sistema Geral de Preferência 
Art. 229. O Sistema Geral de Preferências – SGP - constitui um 
programa de benefícios tarifários concedidos pelos países 
industrializados aos países em desenvolvimento, na forma de 
redução ou isenção do imposto de importação incidente sobre 
determinados produtos. 
Art. 230. Informações sobre as relações de produtos e as 
condições a serem atendidas para obtenção do benefício, 
divulgadas anualmente pelos países outorgantes, podem ser 
obtidas junto às dependências do Banco do Brasil S.A., junto ao 
DEINT da SECEX, bem como no sistema eletrônico deste Ministério. 
Art. 231. Para fazerem jus ao tratamento preferencial do SGP, 
os produtos beneficiários devem estar acompanhados do 
certificado de origem – formulário A, cuja emissão está a cargo das 
dependências do Banco do Brasil autorizadas pela SECEX. 
§ 1º A solicitação da emissão do certificado de origem – 
formulário A, quando amparada pelas normas vigentes, deverá ser 
efetuada logo após a efetivação do embarque, mediante a 
apresentação da documentação pertinente. 
§ 2º Nos casos de embarque aéreo de bens, nas condições de 
transporte definidas pelos países outorgantes do SGP, a 
dependência autorizada do Banco do Brasil S.A. emitirá o 
certificado de origem formulário A, com base na documentação 
apresentada pelo exportador, na qual seja informada a rota, 
contando que o exportador se comprometa formalmente em apre- 
sentar o conhecimento de embarque a posteriori, no prazo máximo 
de 10 (dez) dias úteis a contar do embarque. 
§ 3º O exportador deverá apresentar o conhecimento de 
embarque ao órgão emissor do certificado de origem – formulário 
A, no prazo de até 10 (dez) dias da data de sua emissão, para 
comprovação das informações constantes no referido documento.” 
 
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12 
 
Vejamos uma situação fática. Imagine um exportador brasileiro de soja que 
venda a um importador japonês com redução do II (japonês) com base no SGP. 
Inicialmente, ele deve embarcar a mercadoria direto para o Japão. Embarcada a 
mercadoria, o transportador o entregará um documento chamado conhecimento de 
carga, onde ele (transportador) se compromete a entregar essa mercadoria lá no 
Japão. Depois o exportador brasileiro pega esse documento, vai ao Banco do Brasil 
e diz ao funcionário: "Ô meu amigo, eu acabei de embarcar essa soja aqui para o 
Japão. O importador japonês lá do outro lado precisa de um Certificado de Origem 
emitido por vocês para comprovar, junto à Alfândega japonesa que a soja é 
brasileira, e por isso ele (o importador) pagará menos imposto de importação (no 
Japão). Me dá logo esse certificado de origem aí pois o japonês é mestre em artes 
marciais!!!!". Bom, emitido o certificado de origem, o exportador brasileiro o envia, 
junto com o restante da documentação (conhecimento de carga, fatura, packing-list 
ou lista de embarque) ao importador japonês. Esse envio pode ser pelo correio ou 
pelo banco, dependendo da forma de pagamento acertada. Quando o importador 
japonês receber tudo do outro lado, entregará à Alfândega japonesa, que aceitará 
liberar a soja com redução do tributo. É mais ou menos assim que funciona. 
A regra é primeiro embarcar, aí o exportador pega o conhecimento de transporte 
emitido pelo transportador, leva ao BB, que emitirá o certificado de origem. Aí o 
exportador envia tudo ao importador no exterior. Como visto na norma, há uma 
exceção para transporte aéreo, pois ele é tão rápido (e caro) que se o exportador 
fosse esperar embarcar a mercadoria para depois emitir o certificado, haveria risco 
de a carga chegar no país do importador antes do certificado de origem. E aí o 
importador, que já pagou caro pelo transporte aéreo, ainda teria de pagar 
armazenagem de aeroporto (caríssima) porque a Alfândega (do país importador) só 
libera a mercadoria com o certificado de origem. Então a SECEX permite que o BB 
emita o certificado com o compromisso de o exportador entregar o conhecimento 
aéreo (efetivação do embarque) em até 10 dias após o embarque da mercadoria 
para o exterior. 
 
SISTEMA GLOBAL DE PREFERÊNCIAS COMERCIAIS (SGPC) 
 
Com o objetivo de promover o comércio mútuo e o desenvolvimento dos 
países envolvidos, contribuir para o aumento da produção e da taxa de emprego 
nestes países, em 1988 vários países subdesenvolvidos, dentre eles o Brasil, 
assinaram um acordo instituindo o chamado Sistema Global de Preferências 
Comerciais (SGPC), também com o apoio da UNCTAD. 
Só podem usufruir dos benefícios do SGPC exclusivamente os países em 
desenvolvimento membros do Grupo dos 77 (grupo de países pobres ou em 
desenvolvimento, do qual o Brasil faz parte, e que na verdade é composto por mais 
de cem países). 
Vale ressaltar que nem todos os membros do Grupo dos 77 têm acesso às 
vantagens do sistema. No Brasil, o Acordo entrou em vigor em 1991. 
Portanto, a diferença básica entre o SGP e o SGPC é a seguinte: o SGP consolida 
regras que oferecem aos países em desenvolvimento condições preferenciais de 
acesso a mercados dos países desenvolvidos; o SGPC, por sua vez, visa 
incrementar o comércio entre os países em desenvolvimento, por meio de 
reduções tarifárias (e não tarifárias também) mútuas e outros mecanismos, com 
base em acordos preferenciais, havendo tratamento benéfico aos países menos 
desenvolvidos. Em outras palavras: o SGP consiste em um sistema de concessões 
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dos ricos aos pobres, enquanto que o SGPC consiste em um sistema de concessões 
dos pobres aos pobres, com tratamento preferencial aos muito pobres. 
As listas de concessões negociadas apresentam as margens de preferência 
(reduções do II) de cada mercadoria. 
Assim, para usufruir do benefício é necessário que o país importador seja 
participante do SGPC. Depois se verifica se o produto está beneficiado e qual a 
margem de preferência. O produto dever ser originário do país exportador, 
conforme as Regras de Origem estabelecidas pelo outorgante. O produto deve, 
ainda, ser transportado diretamente do país beneficiário exportador para o país 
participante. Por fim, Deve ser apresentado o Certificado de Origem do SGPC à 
alfândega de desembaraço do produto(tudo semelhante ao SGP). No Brasil, o 
Certificado de Origem do SGPC é emitido pelas Federações das Indústrias 
credenciadas pelo Governo. 
Resumindo, O SGPC é um subsistema dentro do GATT (OMC), certo? A regra 
geral do GATT é a NMF, OK? Porém, o próprio GATT prevê a formação de acordos 
preferenciais onde só participam alguns membros da OMC. O SGPC é um exemplo 
desses acordos. Outros exemplos são os blocos econômicos (NAFTA, União 
Européia, ALADI, ...). 
A lógica do SGPC é fornecer oportunidades (concessões) iguais para todos, já 
que são todos países em desenvolvimento. Porém, quase todo tratado comercial (e 
o SGPC não é exceção) prevê algum tipo de favorecimento para os menos 
desenvolvidos ainda. Dentro do grupo dos pobres, há aqueles que são 
considerados muito pobres. E aí, será também uma exceção à NMF e à 
reciprocidade. Não tem jeito. Todo acordo tem isso. O NAFTA para o México, O 
Mercosul para Paraguai e Uruguai, a ALADI para Bolívia, Paraguai e Equador, a 
União Européia para os países ex-socialistas recém-chegados. E por aí vai... 
Não é objetivo do SGPC substituir os grupos econômicos sub-regionais, regionais 
ou inter-regionais, tampouco evitar que futuros grupos econômicos surjam. É 
objetivo do SGPC reforçar e suplementar estes grupos econômicos, como é 
caso da ALADI, do Mercosul e outros. 
Na mesma Portaria de Consolidação das Normas Administrativas de Comércio 
Exterior, a SECEX estabelece o seguinte quanto ao SGPC (Portaria SECEX 
10/2010): 
 
“Seção XXI 
Sistema Global de Preferências Comerciais 
Art. 232. O Acordo sobre o Sistema Global de Preferências 
Comerciais entre os Países em Desenvolvimento – SGPC - tem, por 
princípio, a concessão de vantagens mútuas de modo a trazer 
benefícios a todos os seus participantes, considerados seus níveis 
de desenvolvimento econômico e industrial, os padrões de seu 
comércio exterior, suas políticas e seus sistemas comerciais. 
Parágrafo único. As concessões outorgadas ao Brasil pelos 
países participantes do SGPC constam do Anexo IV do Acordo 
promulgado pelo Decreto nº 194, de 21 de agosto de 1991. 
Art. 233. Para fazerem jus ao tratamento preferencial do SGPC, 
os produtos beneficiários devem ser acompanhados do certificado 
de origem - SGPC.”. 
 
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NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS ENTRE PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO 
(NCPD) 
 
No âmbito do GATT, o Brasil promulgou, por meio do Decreto nº 72.573/73, o 
Protocolo Relativo às Negociações Comerciais entre Países em 
Desenvolvimento (NCPD). Trata-se de acordo onde alguns países em 
desenvolvimento estabeleceram “concessões” relativas às importações de produtos 
negociados entre si. É um acordo bastante antigo e muito pouco utilizado no Brasil 
atualmente, tendo em vista os demais acordos dos quais fazemos parte (SGPC, 
Mercosul, ALADI e acordos do Mercosul com outros países ou blocos). No âmbito 
deste acordo, está estabelecida uma alíquota preferencial para alguns produtos, 
valendo para os países signatários. 
Assim, vejamos um caso real. No código NCM 7302.10.90, são enquadrados 
“Trilhos para vias férreas”. A alíquota prevista da TEC para este código é 12%. Para 
países signatários do NCPD está prevista uma alíquota de 25%. Como assim? 
Alíquota maior que a da TEC? Qual se aplica? A da TEC, é claro (12%)! Na época 
em que foi assinado o acordo NCPD (anos 70), provavelmente essa alíquota de 
25% para os trilhos era mais favorável do que as alíquotas vigentes em alguns 
países. Hoje em dia, não há porque se utilizar esse acordo, pelo menos para esse 
código tarifário no Brasil. Porém, se o acordo for resgatado e houver alguma 
modificação no sentido de reduzir a alíquota preferencial de 25% para 5%, aí os 
importadores iriam utilizar o NCPD, pois poderiam pagar 5% ao invés de 12% na 
importação de trilhos, desde que a mercadoria seja originária de algum dos países 
em desenvolvimento signatários do NCPD. Deu pra entender? 
 
 
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RESUMO 
1) Nos anos que se sucederam à criação do GATT, os países subdesenvolvidos 
alegavam que os debates para reduções de barreiras raramente contemplavam os 
produtos por eles exportados, ou seja, diziam que não estavam usufruindo dos 
benefícios do sistema multilateral de comércio. 
2) Para a América Latina, já havia sido criada a ALALC, com o objetivo de 
incrementar o comércio na região. Mas faltava um organismo de apoio aos países 
em desenvolvimento de âmbito mundial. 
3) A UNCTAD foi criada na ONU, pois era o organismo para onde os PED 
correram para reclamar que o GATT não estava trazendo benefícios para eles. Com 
o apoio da UNCTAD, foi criado o SGP, como exceção às regras do GATT. Depois, o 
GATT "oficializou" essa exceção, por meio da Cláusula de Habilitação. 
4) Considerem PED = Países em desenvolvimento; PD = Países desenvolvidos. 
Os PED queriam que os PD reduzissem suas alíquotas para as exportações dos PED, 
certo? Os PD alegavam que não podiam fazer isso só para os PED, em virtude da 
NMF. Isso quer dizer que os PD teriam de reduzir também para os outros PD, e aí 
ficaria ruim. Então, criou-se um sistema de exceção (SGP), onde os PD 
concederiam reduções tarifárias SOMENTE aos PED. Por isso é uma exceção à NMF. 
Mas cada PD pode dizer que o benefício não será para todos os PED, mas somente 
para alguns. Além disso, os PED não precisariam conceder redução de nada em 
favor dos PD. Por isso o sistema também é exceção à reciprocidade. 
5) A UNCTAD possui diversas funções e objetivos institucionais, normalmente 
voltados para o desenvolvimento e geração de oportunidades comerciais 
(exportações) aos países em desenvolvimento, fornecendo a devida assistência 
técnica, e procurando compatibilizar a política doméstica dessas nações com as 
ações internacionais na área econômica. 
6) No SGP, cada país outorgante decide pra quem dará os benefícios, ou seja, a 
quais países o mesmo se aplicará, quais os produtos contemplados, qual a redução 
tarifária e quais as regras da concessão. É uma concessão de rico (importador) 
para pobre (exportador). 
7) Para usufruir dos benefícios do SGP, o exportador deve providenciar um 
Certificado de Origem do seu produto (ex: Café “Made in Brazil”) para comprovar 
que o mesmo foi produzido em um país beneficiário do Acordo. No Brasil, o 
Certificado de Origem do SGP é emitido pelo Banco do Brasil (Formulário A). 
8) Além de ser originária do país beneficiário, a mercadoria deve ser 
transportada diretamente do país beneficiário-exportador para o país outorgante-
importador, para usufruir das reduções do SGP. 
9) O SGPC é um sistema parecido com o SGP (mas não é igual), de concessões 
tarifárias e não-tarifárias, porém a aplicável ao comércio mútuo entre os países em 
desenvolvimento. 
 
PERGUNTAS DE CURSOS ANTERIORES 
 
Pergunta: “professor, eu não entendi muito bem se o SGP é ligado à ONU ou à 
OMC. E o SGPC é ligado à OMC?” 
Resposta: “O SGP é um acordo de preferência comercial entre países, onde 
alguns países (outorgantes) concedem redução de barreiras (basicamente do 
imposto de importação) para outros países (beneficiários). 
 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
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Assim, o SGP foi concebido na UNCTAD para atender interesses dos países em 
desenvolvimento. Esta fornece o apoio técnico necessário para que os exportadores 
possam se utilizar desse benefício. Por se tratar de uma exceção à cláusula NMF, 
teve de ser autorizado na OMC por meio da ‘Cláusula de Habilitação’ ”. 
----------------- 
Pergunta: “professor,há um formulário padrão para todos os países que 
utilizam o SGP?” 
Resposta: “No site da UNCTAD podemos encontrar uma Nota (emitida por ela) 
onde são especificados os países que aceitam o Formulário A. Lá você encontrará a 
informação, por exemplo, de que os EUA não exigem o Formulário A na importação 
de produtos amparados pelo SGP, mas sim um outro tipo de declaração.” 
------------------------ 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
1. Assinale a incorreta com relação ao SGP: 
a) Vantagens tarifárias são concedidas de modo não-uniforme, sendo que 
alguns países outorgaram a abolição total das tarifas; 
b) Há possibilidade de ampliação das listas de produtos favorecidos no decorrer 
das revisões periódicas; 
c) Concessão bilateral e recíproca, por parte dos países desenvolvidos, de 
margens tarifárias preferenciais para produtos importados, originários dos países 
em desenvolvimento; 
d) Países outorgantes estabeleceram critérios de origem e cláusulas de 
salvaguarda, que devem ser observados pelos beneficiários; 
e) Produtos beneficiados por tais preferências estão sujeitos a complexos 
mecanismos de cotas, como no caso da UE e do Japão. 
 
Comentário: 
O SGP não é um sistema de cotas, mas sim de redução tarifária. Essa é a base 
do sistema. Os países outorgantes-importadores concedem benefícios aos países 
beneficiários-exportadores. Mas o país outorgante pode estabelecer algum 
mecanismo de cota para melhor controlar as concessões. Por isso a letra E está 
correta. 
Sempre que se prevê algum tipo de preferência aos menos desenvolvidos, isso 
caracteriza exceção à NMF e à reciprocidade, portanto o sistema é unilateral (letra 
C errada). 
Resposta: Letra C 
 
2. Com relação à UNCTAD, é INCORRETO afirmar que: 
a) Apoiou a instituição do SGP, que prevê a concessão de reduções tarifárias 
pelos países desenvolvidos aos países emergentes somente para produtos 
agrícolas; 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
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b) Para que seus objetivos sejam atingidos, foi criada uma exceção à clausula 
de nação mais favorecida; 
c) Tem como objetivo fomentar o comércio e desenvolvimento dos países 
pouco beneficiados pelo grande volume de comércio mundial; 
d) É um organismo vinculado à ONU; 
e) Surgiu em virtude de críticas de nações subdesenvolvidas insatisfeitas com 
os resultados das negociações do GATT. 
 
Comentário: A letra A está errada porque o SGP prevê que os países 
desenvolvidos concedam reduções tarifárias aos países emergentes, para quaisquer 
tipos de produtos (primários, semi-elaborados ou industrializados). 
O SGP funciona como exceção à cláusula NMF, para que os países desenvolvidos 
não precisem estender os benefícios a todos os demais membros do GATT (letra B 
correta). 
Resposta: Letra A 
 
3. O SGPC: 
a) busca ampliar o acesso dos países emergentes aos mercados dos países 
desenvolvidos; 
b) visa incrementar o comércio mútuo entre nações subdesenvolvidas, por 
meio de concessões tarifárias e não tarifárias entre as mesmas; 
c) é um órgão vinculado à ONU; 
d) foi criado para reduzir a proliferação de blocos econômicos mundiais, 
agrupando vários países num bloco único; 
e) é um bloco econômico das Américas, cujas concessões tarifárias visam 
resultar na formação da ALCA. 
Comentário: A letra A se refere ao SGP. A letra B (correta) é a própria concepção 
do SGPC, qual seja, incrementar o comércio mútuo entre os países menos 
desenvolvidos. O SGPC não é organismo vinculado à ONU, mas sim um acordo 
comercial (letra C errada). O SGPC não tem a menor intenção de reduzir a 
formação de blocos econômicos, mas até de incentivá-los (letra D errada). O SGPC 
não é um bloco econômico das Américas, mas sim um acordo comercial de alcance 
mundial (letra E errada). 
Resposta: Letra B 
 
4. (AFTN/96) O Sistema Geral de Preferência (SGP) foi criado no seio da 
Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento – UNCTAD, 
com o objetivo de fomentar o comércio internacional, especialmente em benefício 
dos países em desenvolvimento, que há muito, vinham observando dificuldades 
cada vez maiores para sustentar seus programas de desenvolvimento e 
industrialização, face ao declínio da importância relativa dos bens primários 
tradicionais no comércio internacional. A principal característica do Sistema Geral 
de Preferência é a(o): 
a) Abertura de linhas especiais de crédito à exportação originária dos países em 
desenvolvimento; 
b) Estabelecimento de quotas preferenciais aos países em desenvolvimento; 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
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c) Estabelecimento de padrões menos rígidos para concessão de subsídios à 
exportação por parte dos governos dos países em desenvolvimento; 
d) Importação, pelos países industrializados de produtos manufaturados e 
serviços preferencialmente produzidos nos países em desenvolvimento; 
e) Eliminação total ou parcial, pelos países industrializados, de tarifas que 
incidem sobre produtos originários de países em desenvolvimento, sem exigência 
de reciprocidade. 
COMENTÁRIO: 
O SGP não estabelece qualquer mecanismo de financiamento às exportações, 
nem de redução de subsídios nos países exportadores. Sua atuação é na redução 
das tarifas aplicadas pelos países desenvolvidos nas importações de produtos 
originários dos PED (letras A e C erradas). 
O SGP abarca tanto produtos agrícolas quanto semimanufaturados e 
industrializados. 
A letra B está errada pois a base é a redução tarifária. Alguns países até impõem 
cotas para controlar as concessões tarifárias. 
A letra D está errada pois o sistema não se refere a serviços nem a dar 
preferência na importação a determinados países, mas sim a reduções tarifárias. 
Resposta: Letra E 
 
 
5. (ACOMEX/98) É possível a existência de diferentes organizações 
internacionais para tratar dos mesmos assuntos ou assuntos semelhantes. O 
objetivo da United Conference on Trade and Development (UNCTAD), quando foi 
criada, era: 
a) servir como contraponto ao GATT, que não previa a discussão do comércio 
de produtos agrícolas; 
b) aumentar o comércio internacional; 
c) estimular a liberalização comercial; 
d) permitir uma discussão de assuntos ligados à liberalização comercial e 
financeira; 
e) discutir e propor mudanças no sistema e nas normas de comércio existentes 
até então. 
COMENTÁRIO: 
O aumento do comércio internacional e o estímulo à liberalização comercial são 
conseqüências do objetivo específico da UNCTAD, qual seja, alterar o sistema do 
GATT para permitir concessões tarifárias não recíprocas e discriminatórias por parte 
dos países desenvolvidos em favor dos PED. A letra A até poderia ser cogitada, mas 
a letra E é muito mais abrangente, e a UNCTAD não se refere somente a discussões 
sobre comércio de produtos agrícolas. 
Resposta: Letra E 
 
6. (ACOMEX/2002) O Sistema Geral de Preferências (SGP) consiste em um 
conjunto de regras que oferece aos países em desenvolvimento condições 
preferenciais de acesso aos mercados de países desenvolvidos. A seu respeito, é 
correto afirmar que: 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
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a) entre as exigências feitas pelos países outorgantes com que devem cumprir 
os países beneficiários do SGP estão: i) que o produto seja transportado 
diretamente do país beneficiário exportador para o país outorgante importador; e ii) 
que se apresente à alfândega do país outorgante um certificado de origem 
específico, em conformidade com as regras de origem estabelecidas pelos países 
outorgantes. 
b) entre as exigências feitas pelos países outorgantes com que devem cumpriros países beneficiários do SGP estão: i) que o produto seja originário do país 
beneficiário exportador; e ii) que o produto seja transportado diretamente do país 
beneficiário exportador para o país outorgante importador por transportador com 
bandeira deste ou de outro país outorgante do SGP. 
c) os países outorgantes beneficiam com a redução total ou parcial do imposto 
de importação produtos industriais que constem em suas listas positivas ou que 
não estejam expressamente mencionados em suas listas negativas, não havendo 
concessões relativas a produtos agrícolas. 
d) entre as exigências feitas pelos países outorgantes com que devem cumprir 
os países beneficiários do SGP estão: i) que o produto seja originário do país 
beneficiário exportador; e ii) que o produto tenha alguma vez constado nas listas 
de mercadorias com direito aos benefícios do SGP publicadas pelos países 
outorgantes desde a vigência do SGP. 
e) os países outorgantes beneficiam com a redução total ou parcial do imposto 
de importação produtos industriais que constem em suas listas positivas, visto que 
o objetivo principal do SGP consiste em fomentar a industrialização das economias 
menos desenvolvidas. 
COMENTÁRIO: 
(a) (CORRETA) Para usufruir dos benefícios do SGP o produto deve ser fabricado 
no país beneficiário-exportador e transportado diretamente para o país outorgante-
importador. Ressalte-se que há outras exigências para usufruir do benefício; 
(b) (ERRADA) Não há exigência de bandeira (nacionalidade) do veículo 
transportador; 
(c) (ERRADA) Os PD elaboram as listas dos produtos sujeitos ao benefício (listas 
positivas) e as listas dos produtos que estão fora do SGP (listas negativas). Há 
concessões para vários tipos de produtos, principalmente para os agrícolas; 
(d) (ERRADA) O produto deve constar na lista de mercadorias com direito ao 
benefício, e não somente ter constado um dia; 
(e) (ERRADA) O objetivo principal não é fomentar a indústria nos países menos 
desenvolvidos, mas permitir que eles exportem mais para os países desenvolvidos, 
principalmente no tocante aos produtos primários. 
 
7. (AFRF/2000) Sentindo-se desconfortáveis no GATT os países em 
desenvolvimento (PEDs) passaram a expor seus pontos de vista na Organização 
das Nações Unidas (ONU) e a cogitar uma nova conferência internacional sobre 
comércio, mas com enfoque diferente da anterior (Conferência Internacional sobre 
Comércio e Emprego que resultou na Carta de Havana) e fazer uma sobre comércio 
e desenvolvimento; e que atenderia a aspectos de interesse dos PEDs que se 
sentiam marginalizados pelo GATT. 
 Contando com o apoio na ONU, da ex-URSS, dos ex-países socialistas, e dos 
países em desenvolvimento (PEDs), “periféricos” (Austrália, Países Nórdicos, etc.) 
iniciam uma batalha jurídica até que a Resolução 917 convoca uma Conferência das 
Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
20 
 Sobre a UNCTAD, não se pode fazer a seguinte afirmativa: 
a) Foi criada em 1964 em Genebra pelos PEDs com forte influência da 
Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL). 
b) Tem como principal missão fomentar o comércio internacional para acelerar 
o desenvolvimento econômico. 
c) Defendia o estabelecimento de Acordos Internacionais de Mercadorias 
(AIMs). 
d) Acredita que o livre comércio pode levar ao desenvolvimento pela teoria das 
vantagens comparativas. 
e) Defendia o Princípio da Deterioração das Relações de Troca. 
 
COMENTÁRIO: 
Exatamente por concordar que o livre comércio não estava beneficiando os 
países menos desenvolvidos, a UNCTAD procurou alterar o sistema, apoiando os 
acordos internacionais de mercadorias (reduções tarifárias setoriais). 
A alternativa D é a única incompatível com os objetivos da UNCTAD, pois foi 
criada exatamente devido às reclamações dos países subdesenvolvidos, que 
alegavam que suas Relações de Troca vinham sendo deterioradas, e que a Teoria 
das Vantagens Comparativas só vinha beneficiando os países industrializados. 
Resposta: Letra D 
 
8. (AFRF/2000) “É sabido que todo processo de desenvolvimento econômico 
exige volume apreciável de divisas para financiar a importação de bens de 
equipamento. Os países subdesenvolvidos dependem, para suas receitas de divisas, 
da exportação de produtos primários, cujo mercado vem declinando cada vez mais 
nos países industriais. 
 Em outubro de 1970, foi instituído pela Conferência das Nações Unidas sobre 
Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) o Sistema Geral de Preferências, conhecido 
por SGP.” 
 Acerca do Sistema Geral de Preferências (SGP) e do Sistema Global de 
Preferências Comerciais (SGPC), pode-se afirmar que: 
a) A principal diferença entre o GATT e o SGPC é que, enquanto o GATT utiliza 
o princípio da nação mais favorecida, o SGPC utiliza o sistema de acordos 
preferenciais dentro do sistema. 
b) O sistema foi incorporado ao GATT nos anos 70, com a cláusula de 
habilitação (Enabling Clause após a Rodada Tóquio). 
c) O SGP constitui um conjunto de regras gerais adotadas universalmente para 
estimular as exportações de bens dos PEDs, supervisionadas pela CEPAL. 
d) O SGPC defende uma eliminação de tarifas entre PEDs. 
e) A principal vantagem do SGP é a isenção das tarifas de importação. 
 
COMENTÁRIO: 
(a) (CORRETA) O SGPC é um subsistema dentro do GATT. A regra geral do GATT 
é a NMF, mas o próprio GATT prevê “panelinhas”, ou seja, acordos preferenciais. 
Um deles é o SGPC. Os blocos econômicos seriam um outro exemplo. Vejam. O 
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INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 
21 
GATT possui como regra geral a NMF, certo? Então como é que pode existir um 
sistema como o SGPC, de concessões mútuas, que só valem para os que estão 
nesse subsistema? Da mesma forma que existe a União Européia, a ALADI, o 
NAFTA, o Mercosul, ou seja, a regra do GATT é a NMF, mas se o benefício for 
concedido em um bloco regional ou em um acordo previsto no próprio GATT, como 
o SGPC, aí não precisa obedecer à NMF. Então, DENTRO das "panelinhas" 
(Mercosul, NAFTA, SGPC), a NMF vale também, como regra geral. É a essência de 
qualquer acordo. 
 
 
(b) (ERRADA) O SGP é que foi incorporado ao GATT pela Cláusula de Habilitação, 
nos anos 70. O SGPC só surgiu em 1988; 
(c) (ERRADA) As regras do SGP não são adotadas universalmente, valendo 
somente para os países beneficiados pelos outorgantes. Além disso, a supervisão é 
da UNCTAD, e não da CEPAL; 
(d) (ERRADA) O SGPC não intenta a eliminação de tarifas entre os PED. Visa 
apenas o estabelecimento de margens de preferência no comércio entre eles 
reduções tarifárias). 
(e) (ERRADA) O SGP não prevê somente a isenção da tarifa de importação, mas 
sim a sua redução, que pode chegar até 100%, o que equivaleria, na prática, a 
uma isenção. 
 
Na letra A, só se fala em SGPC e GATT. Na realidade, o SGP não utiliza acordos 
preferenciais. De fato, a definição utilizada para o SGPC é ampla, mas está correta. 
A alternativa B é um pouco estranha. O importante é saber que o SGP foi 
incorporado ao GATT pela Cláusula de Habilitação, instituída como exceção à 
cláusula NMF na Rodada Tóquio (1979). O SGPC é outro sistema, só para países em 
desenvolvimento, instituído em 1988 como acordo preferencial. 
 
 
Resposta: Letra A 
 
9. (AFRF/2002-2) Sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e 
Desenvolvimento (UNCTAD), é correto afirmar que: 
a) é uma conferência convocada a cada quatro anos pela Assembléia Geral das 
Nações Unidas, assistida por todos os seus membros, para discutir questões 
relacionadas ao comércio e aos investimentos sob a perspectiva dos interesses dos 
países em desenvolvimento.b) é um fórum constituído pelos países da Organização Econômica de 
Cooperação e Desenvolvimento (OECD) no âmbito da Assembléia Geral das Nações 
Unidas para coordenar políticas relacionadas ao comércio com os países em 
desenvolvimento. 
c) é um organismo intergovernamental vinculado à Assembléia Geral das 
Nações Unidas voltada para o tratamento de questões relacionadas à promoção do 
desenvolvimento econômico e seus vínculos com o comércio, as finanças e os 
investimentos internacionais. 
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22 
d) é uma conferência de caráter permanente integrada pelos países membros 
da Organização das Nações Unidas com o propósito de discutir questões comerciais 
e os entraves ao desenvolvimento dos países de menor desenvolvimento relativo. 
e) é um fórum permanente de consulta e de negociações comerciais, 
constituído por países em desenvolvimento no contexto da Assembléia Geral das 
Nações Unidas. 
COMENTÁRIO: 
(a) (ERRADA) De fato a Conferência ocorre a cada quatro anos, mas não são 
todos os membros da ONU que dela participam; 
Nem todos os países membros da ONU são membros participantes da UNCTAD. 
Em princípio, só os membros participam das reuniões. Porém, representantes de 
diversas outras entidades são convidados (BIRD, FMI, OCDE, ONGs, Federações 
Internacionais etc.). Imagino que não haveria problema algum em se convidar 
representantes de países não membros. 
(b) (ERRADA) O fórum não é constituído somente por membros da OCDE; 
(c) (CORRETA) A expressão-chave é “vínculo entre comércio e 
desenvolvimento”. A UNCTAD é um fórum para discussão de alternativas de 
desenvolvimento para os países que não conseguem "engrenar" na economia 
mundial. Porém, o seu foco principal é de fato o comércio. A Conferência, como o 
nome diz, é de "Comércio e Desenvolvimento", sendo investimentos e finanças 
termos ligados ao desenvolvimento. 
(d) (ERRADA) A Conferência não é permanente. Só se reúne a cada 4 anos. 
Porém, se estivermos nos referindo à UNCTAD como instituição 
intergovernamental, organismo subsidiário da ONU, aí pode até ser enquadrada 
como permanente, pois possui um Secretariado de funcionamento constante 
(vejam questão seguinte). 
(e) (ERRADA) Não se trata de fórum permanente de negociações comerciais 
(isso seria a OMC), e também não é constituído somente por países em 
desenvolvimento. 
 
 
Resposta: Letra C 
 
 
10. (AFRF/2002-1) A Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio e 
Desenvolvimento (UNCTAD) é entidade intergovernamental permanente que tem 
por objetivo principal: 
a) prestar apoio financeiro e logístico para operações de comércio exterior 
empreendidas por países em desenvolvimento. 
b) apoiar os processos de integração regional que envolvam países 
desenvolvidos e países em desenvolvimento. 
c) promover a inserção das pequenas e médias empresas dos países em 
desenvolvimento no comércio internacional. 
d) aumentar oportunidades de comércio, investimentos e de progresso nos 
países em desenvolvimento, assistindo-os em seu esforço de integração eqüitativa 
na economia mundial. 
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e) discutir estratégias de liberalização comercial envolvendo países em 
desenvolvimento. 
Comentário: 
A letra B está errada porque a UNCTAD não necessariamente apóia os processos 
de integração, mas sim oportunidades (reduções de tarifas) oferecidas pelos países 
desenvolvidos aos subdesenvolvidos, como é o caso do SGP. 
Na verdade, todas as assertivas têm alguma relação com a UNCTAD, mas a letra 
D é que inclui o seu objetivo principal, qual seja, a geração oportunidades de 
comércio, investimentos e progresso (desenvolvimento) nos países mais atrasados 
da economia mundial. 
Em outras palavras, os países em desenvolvimento reclamaram que a 
liberalização comercial, do jeito que foi implantada, ou seja, só envolvendo 
produtos industrializados, não estava bom para eles. Aí na ONU foi levantada a 
hipótese de que os países desenvolvidos abrissem mais seus mercados 
(liberalização comercial) especificamente para os produtos exportados pelos países 
em desenvolvimento, que eram produtos mais básicos. Daí foi criada a UNCTAD, 
que instituiu o SGP. 
A UNCTAD busca o desenvolvimento dos países necessitados por meio de 
soluções integradas relativas ao comércio exterior. Ela não promove empréstimos 
ou apoio financeiro aos países. Trata-se de um foro internacional de debates para 
encontrar soluções nesse sentido. Busca principalmente, acesso a mercados para 
incrementar as exportações desses países. Os organismos de apoio financeiro são o 
BIRD, o BID, o FMI. 
 
Resposta: Letra D 
 
11. (AFRF/2003) No marco da cooperação para o desenvolvimento, os países 
industrializados estabeleceram o Sistema Geral de Preferências (SGP), almejando 
facilitar o comércio com os países em desenvolvimento. O SGP consiste em: 
a) suspensão de tributos, em caráter definitivo, para importações de matérias-
primas e manufaturas procedentes de países em desenvolvimento. 
b) negociações que objetivam concessões mútuas de preferências tarifárias 
para os produtos menos competitivos e que são tornadas permanentes uma vez 
definidas. 
c) concessões tarifárias, outorgadas em base de não-reciprocidade, para 
exportações de manufaturas originárias e procedentes de países em 
desenvolvimento, segundo quantidades, condições de preços e períodos pré-
determinados. 
d) sistema de cotas e preços que beneficiam as importações de países em 
desenvolvimento e que é negociado no âmbito do Acordo Geral de Comércio e 
Tarifas (GATT). 
e) concessões tarifárias condicionais estendidas somente aos países de menor 
desenvolvimento econômico relativo e que abrangem as exportações de matérias-
primas e demais produtos primários deles procedentes. 
Comentário: 
O SGP pode envolver outros produtos, mas trata-se de redução do imposto de 
importação, e não de suspensão (letra A errada). A letra D fala em importações dos 
países em desenvolvimento. É exatamente o contrário!!!! O sistema é para 
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24 
beneficiar as EXPORTAÇÕES dos PED!!!! (ERRADA). Além disso, o sistema não é de 
cotas, mas sim de reduções tarifárias. 
A letra C não fala que é "somente" para manufaturas. Por isso foi considerada 
certa. A letra D fala em IMPORTAÇÕES dos PED (errada). A letra E está errada 
porque fala que as concessões são condicionais. Não são. O SGP é um sistema de 
concessões tarifárias INCONDICIONAIS (os países em desenvolvimento não 
precisam oferecer nada em troca), e abrange todo tipo de produto, não somente as 
matérias-primas e produtos primários. 
Resposta: Letra C 
Veja pergunta de curso anterior: 
Pergunta: “Prezado Missagia, Em relação à questão 11, a letra E foi dada como 
errada sob alegação de que as concessões são outorgadas incondicionalmente. 
Porém não seriam condições as imposições de que as mercadorias contenham 
certificados de origem e também sejam transportadas diretamente do exportador 
para o importador? Segundo a sua abordagem, a alternativa C está certa porque 
não se falou em "somente" produtos manufaturados. O que acha?” 
 
Resposta: “Quando se fala em concessões tarifárias condicionais, é porque teria 
que haver reciprocidade. Condicionada a receber algo em troca. No SGP não há 
reciprocidade. 
Outra coisa que está errada na letra E é que ela fala em países de menor 
desenvolvimento econômico relativo (PMDER). Na verdade, esse conceito se aplica 
dentro de um bloco econômico. Por exemplo, na ALADI, Brasil, Argentina e México 
são classificados como "Outrospaíses", e Bolívia, Equador e Paraguai como PMDER. 
No entanto, no SGP o Brasil recebe os benefícios porque é um ‘país em 
desenvolvimento’ ". 
--------------------- 
 
12. (AFRF/2003) A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e 
Desenvolvimento (UNCTAD) é a instância dedicada ao tratamento de questões 
afetas à participação e perspectivas dos países em desenvolvimento no comércio 
internacional. Sua agenda, no tocante ao comércio internacional, envolve temas 
como: 
a) sugestão de estratégias de abertura comercial e para a implementação do 
sistema de regras comerciais definido multilateralmente. 
b) identificação de instrumentos de política comercial em apoio aos esforços de 
desenvolvimento no contexto de globalização econômica, apoio técnico para 
permitir participação efetiva em negociações comerciais internacionais e para a 
superação de entraves à plena inserção no comércio internacional. 
c) geração de propostas e mecanismos alternativos para a resolução de 
disputas comerciais e para a construção de esquemas preferenciais entre países em 
desenvolvimento. 
d) identificação, junto aos países industrializados, de formas de cooperação 
para o desenvolvimento, de transferência de tecnologias e atração de 
investimentos. 
e) implementação de medidas de investimentos relacionadas ao comércio, de 
compromissos sociais e ambientais no marco de acordos comerciais firmados entre 
países desenvolvidos e países em desenvolvimento. 
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25 
 
Comentário: 
Digamos que a letra D não cita o principal objetivo da UNCTAD, relacionado à 
política comercial. De fato, se você entrar no site www.unctad.org verá que nos 
anos recentes a UNCTAD tem se ocupado da conexão entre comércio, 
investimentos, tecnologia e desenvolvimento empresarial. Mas isso não torna a 
letra D correta, pois, como disse, não falou sobre o principal (redução de barreiras). 
A letra E também não cita o principal objetivo da UNCTAD (redução de tarifas e 
geração de oportunidades para os PED). 
As letras A e C se referem mais a objetivos da OMC. 
Resposta: Letra B 
 
13. (AFRF/2005) Assinale C (Certo) ou E (Errado) 
( ) O “Formulário A”, documento expedido pela Secretaria de Comércio Exterior 
(Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), é o instrumento 
que atesta a origem do produto para fins de concessão de tratamento tributário 
diferenciado no âmbito do Sistema Geral de Preferências. 
 
Comentário: O Certificado de Origem para o SGP no Brasil é de fato o 
“Formulário A”, só que ele é emitido pelo Banco do Brasil, e não pela SECEX. 
Resposta: Errado 
 
14. (TRF/2005) Assinale a opção incorreta. 
a) Entre os países que participam do Sistema Global de Preferências Comerciais 
(SGPC) estão, por exemplo, Brasil, a Argentina, a Colômbia e o México. 
b) Com base no Sistema Geral de Preferências (SGP), o Brasil concede 
vantagens na importação de alguns produtos originários de países em 
desenvolvimento, ao reduzir o imposto de importação incidente sobre eles. 
c) Em regra, a prova documental necessária para que produto se beneficie do 
tratamento tributário preferencial do Sistema Geral de Preferência (SGP) é o 
Formulário A. 
d) Para que um exportador brasileiro se beneficie do tratamento preferencial do 
Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC), é necessário que obtenha um 
Certificado de Origem do SGPC, emitido pelas Federações de Indústrias 
credenciadas para tanto. 
e) Ao mesmo tempo em que certas importações feitas pelo Brasil podem-se 
beneficiar do SGPC, certas exportações brasileiras também se beneficiam do 
mesmo regime. 
 
Comentário: 
(a) (Correta) Achei um absurdo ser cobrado países que fazem parte do SGPC, 
porém, dá pra concluir que Brasil, Argentina, Colômbia e México são países em 
desenvolvimento, por isso estão lá no SGPC. 
(b) (Errada) O Brasil é país em desenvolvimento, por isso é beneficiário do SGP. 
Quem concede as vantagens do SGP são os países desenvolvidos. 
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(c) (Correta) No Brasil, o Certificado de Origem do SGP é o “Formulário A”, 
emitido pelo Banco do Brasil. 
(d) (Correta) Detalhe: o certificado de origem do SGP é emitido pelo Banco do 
Brasil (“Formulário A”), enquanto que o certificado de origem do SGPC é emitido 
pelas Federações de Indústrias; 
(e) (Correta) No SGP, o Brasil participa sempre como beneficiário (exportador), 
enquanto que, no SGPC, pode participar como beneficiário (exportador) ou como 
outorgante (importador), por ser um país em desenvolvimento. 
 
Resposta: Letra B 
 
15. (APEX/2009) Assinale a alternativa incorreta quanto ao Sistema Geral de 
Preferências (SGP). 
a) Trata-se de um acordo pelo qual os países desenvolvidos participantes 
comprometem-se a eliminar ou reduzir as tarifas sobre produtos originários dos 
países em desenvolvimento. 
b) O SGP, no âmbito da UNCTAD, foi a solução encontrada pelos países 
desenvolvidos para fomentar o comércio dos países em desenvolvimento sem 
desobedecer a cláusula do GATT da “nação mais favorecida”. 
c) As vantagens do SGP se materializam através da redução ou isenção do 
imposto de importação. 
d) Cada país outorgante da vantagem define que produtos estarão sujeitos ao 
tratamento preferencial, mas, uma vez assim definido, não pode retirar o benefício 
antes de decorrido prazo de dois anos da sua concessão. 
e) O país outorgante se reserva o direito de fazer uso da “cláusula de 
salvaguarda”, que lhe permite suspender o tratamento preferencial caso o volume 
de importações beneficiadas represente ameaça à indústria nacional. 
 
Comentário: 
 
O SGP é bastante flexível para os países outorgantes. Na realidade eles mesmos 
é que criaram o sistema. Por isso, é claro que, se o benefício estiver causando ou 
ameaçando causar dano a sua indústria doméstica, o mesmo pode ser suspenso. 
Isso está expresso, inclusive, na letra “E”. Sendo assim, a letra “D” é a única 
errada. As demais servem como ótimo resumo. 
 
Resposta: Letra D 
Veja pergunta de curso anterior 
 
Pergunta: “Na questão 15 a alternativa c) fala em "isenção". Na própria 
resolução da questão 8 letra e) o senhor fala que isenção está errado. Fiquei 
confuso.” 
 
 Resposta: “Realmente isso pode ter confundido um pouco, mas vamos lá. O 
SGP prevê a redução ou a isenção de tarifa de importação. Em uma situação 
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extrema, a redução pode chegar a 100%, que seria "equivalente" (efeito prático 
igual) a uma isenção de tarifas. Assim, poderíamos dizer que a letra C da questão 
15 está certa. Quanto à letra E da questão 08, há um comparativo entre o SGP e o 
SGPC. Ambos os sistemas prevêem redução de tarifas, que pode chegar a 100% 
(isenção). Assim, não dá pra dizer que a principal vantagem do SGP é a isenção de 
tarifas, já que essa não é a regra nem do SGP nem do SGPC. 
Entendo sua preocupação, mas de fato cada enunciado deve ser lido com muita 
atenção, para ver o que o examinador está pedindo. 
Muito boa a sua observação.” 
 
 
 
 
 
16. (ACE-MDIC/2008) O sistema multilateral de comércio, fundamentado nos 
princípios do GATT e subseqüentemente da OMC, rege o comércio entre países. 
Acerca desse sistema, julgue o item a seguir (Certo ou Errado) 
- Muitos países em desenvolvimento não utilizam todo o potencial do Sistema 
Geral de Preferência (SGP) para aumentar suas exportações porque a dinâmica 
desse sistema, cujas regras particularmente aquelas envolvendo as regras de 
origem —, além de complexas, são freqüentemente alteradas,

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