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Aula 02Contabilidade publica

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Aula 02 – RECEITA PÚBLICA 
 
Olá amigos(as) concurseiros(as) 
 
Prontos para começar mais uma aula? 
 
Espero que a aula passada os tenha ajudado 
bastante e que a presente seja, também, de grande valia aos 
seus objetivos. 
 
O que estudaremos hoje é matéria presente em 
qualquer edital de Contabilidade Pública, e também bastante 
presente em provas de todas as bancas. Portanto de grande 
importância, como poderemos constatar através das questões 
que veremos no decorrer da aula. 
 
Lembrando que estou sempre pronto a responder 
dúvidas no fórum e aberto a críticas e sugestões que possam 
melhorar a nossa aula pelo email: 
otavio@pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
Então, vamos lá!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Como de costume, começaremos conceituando 
a receita pública. 
 
 De forma ampla, RECEITA engloba todo e 
qualquer recolhimento feito aos cofres públicos, ou seja, 
qualquer recurso arrecadado pelo poder público e que irá 
cobrir os gastos indispensáveis às necessidades da população, 
como saúde, educação, justiça e segurança. 
 
 A arrecadação de receitas pode advir de 
previsão legal, celebração de contratos ou quaisquer títulos 
de que derivem direitos a favor do Estado. 
 
Segundo o Manual da Receita Nacional editado 
pela Portaria Conjunta STN/SOF nº 3, de 2008, “receitas são 
aumentos nos benefícios econômicos durante o período 
contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de 
ativos ou diminuição de passivos, que resultem em aumento 
do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte 
dos proprietários da entidade.” 
 
RECEITA PÚBLICA 
Conceito, classificação e estágios. Receita orçamentária 
e extraorçamentária 
 
1. Conceito 
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 Ainda estudando o conceito de Receita 
Pública, ela pode ser abordada sob três enfoques: legal, 
patrimonial e orçamentário. 
 
 A abordagem sob o enfoque legal encontra-
se na Lei nº 4320/64, que prevê ingressos financeiros de 
natureza orçamentária (receita corrente e de capital) e de 
natureza extraorçamentária (receita extraorçamentária). 
 
 Sob o enfoque patrimonial, a receita é 
representada por operações que resultem em aumentos na 
situação líquida do patrimônio. Esses aumentos podem ser 
causados por transações que resultem da execução 
orçamentária (receita tributária, por exemplo) ou por 
transações que independam da execução orçamentária 
(como exemplo: incorporação de bens imóveis por doação). 
 
 A receita pode ser vista, ainda, sob o 
enfoque orçamentário, sendo desdobrada em receita 
orçamentária que aumentam a situação líquida 
patrimonial de forma efetiva e receita que não aumenta 
de forma efetiva a situação líquida patrimonial. 
 
 
 
 
 
 
Enfoque legal: 
 Receita orçamentária. 
 Receita extraorçamentária. 
 
Enfoque patrimonial: 
 Transações que resultem da execução orçamentária. 
 Transações que independem da execução orçamentária. 
 
Enfoque orçamentário: 
 Receita orçamentária que aumentam a situação líquida 
patrimonial (receita efetiva). 
 Receita orçamentária que não aumentam a situação 
líquida patrimonial (receita não efetiva). 
 
RELEMBRANDO 
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(ESAF-AFC-SFC-2000-adaptada) De acordo com as regras da 
contabilidade pública nacional, julgue o item Certo ou Errado 
 
Todos os ingressos são considerados receitas. 
 
Comentário: 
Todo ingresso de recursos aos cofres públicos é considerado 
receita em sentido lato sensu. 
 
Gabarito: Certo 
 
 
 
 
 
 
 Agora que já temos o conceito de receita 
pública, vejamos a sua classificação. 
 
 A receita pública, de forma geral, pode ser 
classificada como orçamentária e extraorçamentária. 
 
 Veremos, agora a definição de destas receitas, 
começando pela receita extraorçamentária. 
 
 A RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA é aquela 
constituída por valores provenientes de qualquer arrecadação 
que não integra o orçamento público. São, portanto, valores 
recebidos pelo Estado, mas que não são de sua propriedade e 
que terão de ser devolvidos. São ingressos transitórios. 
 
 São exemplos de receita extraorçamentária: 
depósitos de terceiros, salários não reclamados, consignações 
a pagar, recebimento de caução em dinheiro para garantia de 
contratos, etc. 
 
 Veja como cai em prova!!! 
 
2. Classificação da Receita 
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 Esses ingressos sempre representarão um 
passivo financeiro a ser restituído ao seu proprietário em 
ocasião oportuna. 
 
 Em alguns casos, haverá a possibilidade de 
essa receita converter-se em receita orçamentária. Como, por 
exemplo, quando houver inadimplência contratual de um 
fornecedor. Neste caso, a administração pública poderá 
apoderar-se da caução efetuada pelo contratado, incluindo 
esse valor no orçamento para que possa aplicá-lo em 
despesas. 
 Quais as características contábeis dessa 
receita? 
 Registrada como passivo financeiro 
 Não altera o Patrimônio Líquido 
 Geram dispêndios extraorçamentários 
 
 
 
(FCC-Analista Judiciário-Contabilidade-TRF 4ª Região-2010) 
É exemplo de receita extraorçamentária: 
(A) Depósito recebido como garantia para participação em 
licitação. 
(B) Multa relativa a tributos pagos em atraso. 
(C) Taxa cobrada pela prestação de serviços públicos. 
(D) Receita da divida ativa do ente público. 
(E) Receita de operações de empréstimo efetuadas pelo ente 
público. 
 
Comentário: 
Como vimos anteriormente, a receita extraorçamentária é 
aquela que entra nos cofres públicos temporariamente, sua 
principal característica é a transitoriedade. Depósito em 
garantia efetuado por participante em licitação exemplifica 
muito bem esse tipo de receita. 
 
Gabarito: A 
 Veja como cai em prova!!! 
 
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 Deixamos por último a receita orçamentária 
por ser mais rica em conteúdo e também mais cobrada em 
provas. 
 
 A RECEITA ORÇAMENTÁRIA é constituída 
pelos recursos auferidos na gestão, a serem computados na 
apuração do resultado do exercício. São ingressos de caráter 
permanente, utilizados para financiar as despesas 
orçamentárias (como gastos com educação, saúde, segurança 
e justiça) representados por valores constantes do 
orçamento, desdobrados nas categorias econômicas correntes 
e de capital, como veremos adiante. 
 
 A receita orçamentária, por sua vez, pode ser 
classificada de diversas formas: quanto à natureza 
(classificação econômica), quanto ao critério de afetação 
patrimonial, quanto ao critério de coercitividade, quanto à 
regularidade e por fontes de recursos. 
 
 Vamos estudar cada uma destas classificações, 
começando pela classificação quanto à natureza ou 
classificação econômica. 
 
1. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA 
OU CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA 
 
 Conforme nos informa o artigo 11 da Lei 
4.320/64, “a receita classificar-se-á nas seguintes categorias 
econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital.”As RECEITAS CORRENTES – são receitas 
provenientes de recursos financeiros recebidos de outras 
pessoas de direito público ou privado, que se destinam a 
atender despesas classificáveis como despesas correntes. As 
receitas correntes compreendem as receitas: 
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 Tributárias - receitas compostas por imposto, taxas 
e contribuição de melhoria; 
 De contribuições - receitas relativas a contribuições 
sociais e econômicas, geralmente destinadas à 
manutenção dos programas e serviços sociais e de e 
de interesse coletivo; 
 Patrimoniais - recursos provenientes da utilização 
do patrimônio público, como aluguéis, 
arrendamentos, foros, laudêmios, juros, participações 
e dividendos; 
 Agropecuárias - rendas advindas da produção 
vegetal, animal e derivados; 
 Industriais - recursos provenientes da indústria 
extrativa mineral, de transformação e de construção; 
 De serviços - ingressos originados da prestação de 
serviços comerciais, de transporte, de comunicação, 
financeiros, etc.; 
 De transferências correntes - recursos recebidos 
de outras pessoas de direito público ou privado, 
independentemente de contraprestação direta de 
bens ou serviços e 
 Outras receitas correntes - receitas originárias da 
cobrança de multas, juros, restituições, indenizações, 
receitas da dívida ativa, de alienações de bens 
apreendidos, de aplicações financeiras, entre outras. 
 
 As RECEITAS DE CAPITAL – são receitas 
provenientes da realização de recursos financeiros que 
constituem dívidas. Compreendem as receitas de: 
 
 Operações de Crédito - receitas provenientes da 
realização de recursos financeiros oriundos de 
constituição de dívidas, através de empréstimos e 
financiamentos, que podem ser internos ou externos; 
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 Alienação de bens – receitas captadas através da 
venda de bens patrimoniais, é a conversão, em 
espécie de bens e direitos; 
 Amortização de empréstimos – ingressos advindos 
do recebimento de valores dados anteriormente como 
empréstimo a outros entes de direito público; 
 Transferência de capital - recursos recebidos de 
outras pessoas de direito público ou privado, 
destinados a atender à formação de um bem de 
capital, da integralização de capital e 
 Outras receitas de capital – qualquer Receita de 
Capital não enquadrável nas fontes de recursos 
anteriores. 
 
 
 
 
 
RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS CORRENTES: 
- Receita tributária; 
- Receita de contribuições; 
- Receita patrimonial; 
- Receita agropecuária; 
- Receita industrial; 
- Receita de serviços; 
- Transferências correntes e 
- Outras receitas correntes. 
 
 
RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS DE CAPITAL: 
- Operações de crédito; 
- Alienação de bens; 
- Amortização de empréstimos; 
- Transferências de capital e 
- Outras receitas de capital. 
RELEMBRANDO 
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(ESAF – AFC- CGU - 2003/2004) Sobre as Receitas Públicas 
da União, indique a opção correta. 
a) a arrecadação consiste na entrega dos recursos ao Tesouro 
Nacional. 
b) como receitas correntes podemos citar as receitas 
tributárias e as oriundas de operações de crédito. 
c) como receitas de capital, podemos citar aquelas derivadas 
de alienações de bens imóveis e de recebimento de taxas por 
prestação de serviços. 
d) a remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional 
caracteriza-se como receita corrente. 
e) multas e juros de mora sobre impostos caracterizam-se 
como receitas correntes. 
 
Comentário: 
Altenativa A. Errada. O recolhimento consiste na entrega 
dos recursos ao Tesouro Nacional. O momento da 
arrecadação é aquele em que o contribuinte comparece ao 
agente arrecadador e paga. Falaremos desse conceito no 
tópico Estágios da Receita. 
Alternativa B. Errada. As receitas tributárias são receitas 
correntes, porém as oriundas de operações de crédito são 
receitas de capital. 
Alternativa C. Errada. As receitas derivadas de alienações 
de bens imóveis são receitas de capital, porém as de 
recebimento de taxas por prestação de serviços são receitas 
correntes. 
Alternativa D. Errada. Segundo o ementário de receita 
publicado juntamente com o Manual de Receitas Nacional esta 
receita classifica-se como receita de capital. 
Alternativa E. Certa. As receitas de Multas e Juros são 
classificadas como outras receitas correntes. 
 
Gabarito: E 
 
 
 Veja como cai em prova!!! 
 
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(FCC – Analista Judiciário–Contador–TJ-AP–2009) 
Considere os saldos das contas extraídas do Balancete de 
Verificação da Prefeitura XYZ, referentes às receitas 
arrecadadas em determinado mês: 
 
Imposto sobre serviços de qualquer natureza R$ 100.000,00 
Imposto Predial, Territorial e Urbano R$ 150.000,00 
Receita de produção vegetal R$ 30.000,00 
Receita de Contribuições sociais R$ 50.000,00 
Transferência de Convênios para Construção de Hospital R$ 250.000,00 
Alienação de bens móveis R$ 75.000,00 
Amortização de empréstimos R$ 300.000,00 
Operações de crédito internas R$ 350.000,00 
 
De acordo com essas informações, o valor das receitas 
correntes é, em R$, 
(A) 280.000,00 
(B) 330.000,00 
(C) 580.000,00 
(D) 630.000,00 
(E) 680.000,00 
 
Comentário: 
Das receitas elencadas acima, são receitas correntes: 
 Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS - 
receita tributária); 
 Imposto Predial, Territorial e Urbano (IPTU - receita 
tributária); 
 Receita de produção vegetal (receita agropecuária); 
 Receita de Contribuições sociais. 
 
ISS R$ 100.000,00 
IPTU R$ 150.000,00 
Receita de produção vegetal R$ 30.000,00 
Contribuições Sociais R$ 50.000,00 
Total R$ 330.000,00 
 
Gabarito: B 
 
 
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(FCC – Analista Judiciário– Contador–TJ-AP–2009 - Adaptada) 
Instruções: Para responder às questões de números 01 e 02 
considere as informações abaixo. 
No primeiro exercício financeiro de uma prefeitura do interior 
de um Estado Brasileiro, com base na Lei Orçamentária Anual 
- LOA, a previsão de receita foi de R$ 2.500.000,00 e a 
fixação de despesa corrente e da despesa de capital nos 
valores de R$ 2.000.000,00 e R$ 500.000,00, 
respectivamente. 
Durante o primeiro semestre, ocorreram os seguintes eventos 
contábeis: 
Arrecadação de impostos municipais no valor de 
R$ 1.200.000,00; 
Arrecadação de taxas de serviços no valor de R$ 300.000,00; 
Recebimento de receita de prestação de serviços no valor de 
R$ 80.000,00; 
Recebimento relativo à venda por leilão de veículos no valor 
de R$ 120.000,00, pelo valor de custo; 
Captação de empréstimo no exercício financeiro no valor de 
R$ 300.000,00; 
Recebimento de caução por conta de contrato de construção 
de edificações no valor de R$ 1.000.000,00. 
 
01. De acordo com os fatos descritos, após os lançamentos 
dos eventos contábeis, as receitas orçamentárias e 
extraorçamentárias são, respectivamente, 
(A) R$ 1.700.000,00 e R$ 1.300.000,00 
(B) R$ 1.700.000,00 e R$ 1.500.000,00 
(C) R$ 1.900.000,00 e R$ 300.000,00 
(D) R$ 1.900.000,00 e R$ 1.000.000,00 
(E) R$ 1.900.000,00 e R$ 1.300.000,00 
 
Comentário: 
São receitas orçamentárias: 
 Arrecadação de impostos municipais no valor de 
R$ 1.200.000,00; Arrecadação de taxas de serviços no valor de 
R$ 300.000,00; 
 Recebimento de receita de prestação de serviços no 
valor de R$ 80.000,00; 
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 Recebimento relativo à venda por leilão de veículos no 
valor de R$ 120.000,00, pelo valor de custo. 
 
Total = R$ 1.700.000,00 
 
São receitas extraorçamentárias: 
 Captação de empréstimo no exercício financeiro no valor 
de R$ 300.000,00; 
 Recebimento de caução por conta de contrato de 
construção de edificações no valor de R$ 1.000.000,00. 
 
Total = R$ 1.300.000,00 
Gabarito: A 
 
02. De acordo com os fatos descritos, após os lançamentos 
dos eventos contábeis, as receitas correntes e as receitas de 
capital são, respectivamente, 
(A) R$ 1.580.000,00 e R$ 320.000,00 
(B) R$ 1.580.000,00 e R$ 120.000,00 
(C) R$ 1.580.000,00 e R$ 420.000,00 
(D) R$ 1.780.000,00 e R$ 120.000,00 
(E) R$ 1.780.000,00 e R$ 420.000,00 
 
Comentário: 
São receitas correntes: 
 Arrecadação de impostos municipais no valor de 
R$ 1.200.000,00; 
 Arrecadação de taxas de serviços no valor de 
R$ 300.000,00; 
 Recebimento de receita de prestação de serviços no 
valor de R$ 80.000,00. 
 
Total = R$ 1.580.000,00 
 
É receita de capital: 
 Recebimento relativo à venda por leilão de veículos no 
valor de R$ 120.000,00, pelo valor de custo. 
 
Total = R$ 120.000,00 
Gabarito: B 
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 Complementando este tópico, ainda em seu 
artigo 11, § 2º, a Lei 4.320/64, afirma ser receita de capital o 
superávit do Orçamento Corrente. Porém em seu § 3º, diz 
que o superávit não constituirá item de receita orçamentária. 
 
 Isso parece contraditório, não é verdade? 
como pode uma receita de capital não ser item da receita 
orçamentária? 
 
 O que acontece é que o excesso de receita 
orçamentária corrente pode ser usada para financiar despesas 
de capital (compra de bens, amortização de dívida, entre 
outras). Geralmente o superávit do orçamento corrente é 
utilizado para cobrir o déficit de capital e essa receita 
(superávit) já foi considerada orçamentária no exercício em 
que houve o resultado positivo. 
 
 Portanto o superávit do orçamento corrente 
(excesso das receitas correntes) não pode ser classificado 
como recurso orçamentário, senão esse valor seria 
computado duas vezes como receita, uma vez no orçamento 
corrente e depois, de novo no orçamento de capital. 
 
 Mas, e se cair na prova, como ele é 
classificado? 
 
 
O superávit do orçamento corrente é classificado como 
receita de capital, não orçamentária. 
 
 
 
 
 
(CESPE – ACE/TCU – 2004) 
As classificações econômicas da receita e da despesa 
compreendem as mesmas categorias: correntes e capital. O 
superávit do orçamento corrente, que resulta do 
balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, 
constitui item da receita orçamentária de capital. 
 Veja como cai em prova!!! 
 
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Comentário: 
O superávit do orçamento corrente é uma receita de capital, 
porém, não é orçamentária, conforme preceitua o § 3º do art. 
11 da Lei 4.320/64. 
 
Gabarito: Errado 
 
2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO 
CRITÉRIO DE AFETAÇÃO 
PATRIMONIAL 
 
Este critério leva em consideração o efeito da 
receita orçamentária no patrimônio líquido dos entes públicos. 
Ele divide a receita orçamentária em efetiva e não efetiva. 
 
As RECEITAS EFETIVAS – são aqueles 
ingressos de recursos financeiros de natureza orçamentária 
que provocam um aumento no Patrimônio Líquido, porque 
originam-se de fatos modificativos aumentativos, ou seja, a 
elas não correspondem desincorporação de bens ou direitos, 
nem incorporação de dívidas. São receitas procedentes de 
serviços prestados, tributos arrecadados, aluguéis, juros, 
multas, etc. 
 
As RECEITAS NÃO EFETIVAS – são os 
ingressos orçamentários que não provocam aumento no 
Patrimônio Liquido, porque decorrem de mutação patrimonial, 
por serem originários de fatos permutativos, como por 
exemplo, a realização de operação de crédito – obtenção de 
empréstimos e financiamentos junto a bancos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não confundir receita orçamentária não efetiva com 
receita extraorçamentária!!! 
 
 Atenção 
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Apesar de ambas não provocarem 
alteração no Patrimônio Líquido: 
 
 A receita orçamentária não efetiva 
gera mutação patrimonial e é usada no 
pagamento das despesas orçamentárias. 
 
 A receita extraorçamentária representa 
um fato permutativo para o qual não há 
obrigação legal, não gera mutação 
patrimonial, tem caráter temporário e é 
usada apenas para cobrir gastos 
extraorçamentários. 
 
 
 
 
 
(CESPE – ACE/TCU – 2004) 
Receita orçamentária é a entrada que é acrescida ao 
patrimônio público como elemento novo e positivo, 
integrando-se a ele sem quaisquer reservas, condições ou 
correspondência no passivo. 
 
Comentário: 
A receita orçamentária pode ser: 
Efetiva - aquela que aumenta o patrimônio líquido (fato 
modificativo aumentativo). Exemplo: Receitas Tributárias. 
Não Efetiva – aquela que não aumenta o patrimônio líquido, 
sua entrada provoca correspondência no passivo (fato 
permutativo). Exemplo: Operações de Crédito. 
 
Gabarito: Errado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Veja como cai em prova!!! 
 
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3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À 
COERCITIVIDADE 
 
O critério de coercitividade distingue as 
receitas orçamentárias em originárias e derivadas. 
 
As RECEITAS ORIGINÁRIAS ou de economia 
privada, são aquelas que decorrem da utilização ou 
exploração do patrimônio público, através de prestação de 
serviços a particular ou outras rendas arrecadadas 
espontaneamente. Exemplo: aluguéis, juros, prestação de 
serviços, etc. 
 
As RECEITAS DERIVADAS ou de economia 
pública são aqueles ingressos que decorrem do poder que o 
Estado tem de exigir uma prestação pecuniária sobre o 
patrimônio, a renda e o lucro dos particulares (poder 
coercitivo). Exemplo: impostos, taxas, contribuições, etc. 
 
 
 
 
(CESPE- Contador-SEPLAG-IBRAM-2009) 
No Setor Público, a receita orçamentária corrente é 
classificada como receita originária ou receita derivada. 
Acerca das características das receitas originárias, julguem o 
item abaixo: 
 
São obtidas pelo Estado em função de sua autoridade 
coercitiva, mediante a arrecadação de tributos e multas. 
 
Comentário: 
As receitas originárias são decorrentes da utilização ou 
exploração do patrimônio público. As receitas que decorrem 
da coercitividade do Estado são as receitas derivadas. 
 
Gabarito: Errado 
 
 
 
 
 Veja como cai em prova!!! 
 
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4. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À 
REGULARIDADE DA RECEITA 
 
As receitas quanto a regularidade classificam-
se em ordinárias e extraordinárias 
 
As RECEITAS ORDINÁRIAS – são ingressos 
permanentes do Estado, arrecadados regularmente em cada 
período financeiro. Têm caráter de continuidade, são fontes 
duradouras de recursos para o Estado. 
 
As RECEITAS EXTRAORDINÁRIAS – são 
ingressos de caráter não contínuos, sua arrecadação acontece 
de forma excepcional, provêm de calamidades, doações, etc. 
 
5. CLASSIFICAÇÃO POR FONTES E 
DESTINAÇÃODE RECURSOS 
 
Classificar as receitas por fontes de recursos 
significa agrupar o recurso arrecadado de acordo com a sua 
fonte. Entende-se por fonte, a origem, a procedência do 
recurso. 
 
Para tornar possível essa identificação, foi 
instituído o mecanismo denominado Destinação de Recursos 
ou Fonte de Recursos. 
 
Destinação de Recursos é o processo pelo qual 
os recursos públicos são correlacionados a uma aplicação, 
desde a previsão da receita até a efetiva utilização dos 
recursos. A destinação pode ser classificada em: 
 
 Destinação Vinculada – é o processo 
de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em 
atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela 
norma. 
 
A vinculação deve ser regulamentada por 
normas legais que regem a aplicação dos recursos em órgãos, 
entidades ou fundos. Ou pode, também, ser de recursos 
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obtidos com finalidade específica, através de convênios e 
contratos de empréstimos e financiamentos; 
 
 Destinação Ordinária – por este 
processo é livre a alocação entre a origem e a aplicação de 
recursos, para atender a quaisquer finalidades. 
 
Existe um mecanismo utilizado para controlar 
as destinações da receita, por ele é possível identificar se os 
recursos são vinculados ou não, e no caso de serem 
vinculados, indicam a sua finalidade. Isso possibilita a 
transparência nos gastos públicos e o controle na fonte de 
financiamento de despesas. 
 
 Este mecanismo é a codificação denominada 
DESTINAÇÃO DE RECURSOS (DR) OU FONTE DE RECURSOS 
(FR). 
Vejamos mais detalhes sobre essa codificação. 
 
O código é composto no mínimo por 4 dígitos, 
podendo-se utilizar a partir do 5º dígito para atender 
peculiaridades internas: 
 
1º dígito: IDUSO – IDENTIFICADOR DE USO 
2º dígito: GRUPO DE DESTINAÇÃO DE 
RECURSOS 
3º e 4º dígitos: ESPECIFICAÇÃO DAS 
DESTINAÇÕES DE RECURSOS 
5º ao “nº” dígitos: DETALHAMENTO DAS 
DESTINAÇÕES DE RECURSOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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(ESAF - AFC - CGU 2003/2004) A receita da administração 
pública pode ser classificada quanto à natureza, ao poder de 
tributar, à coercitividade, quanto à afetação patrimonial e 
quanto à regularidade. Marque a opção falsa. 
 
a) Quanto à afetação patrimonial, as receitas são classificadas 
em orçamentárias e extra-orçamentárias. 
b) Quanto ao poder de tributar, a receita é dividida conforme 
a discriminação constitucional das rendas, em federal, 
estadual e municipal. 
c) Quanto à coercitividade, as receitas podem ser divididas 
em originárias e derivadas. 
d) Quanto à regularidade, as receitas podem ser desdobradas 
em ordinárias e extraordinárias. 
e) Na classificação quanto à natureza, diz-se que as receitas 
tributárias e as receitas de contribuições são exemplos de 
receitas correntes. 
 
Comentário: 
A alternativa “A” é a única incorreta. Quanto a afetação 
patrimonial a receita é classificada em efetiva e não-
efetiva. 
 
Gabarito: A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A Lei 4.320/67 em seu art. 8º, § 1º, define 
que os itens mencionados em seu art. 11, deverão ser 
identificados por números do código decimal. 
 Esses códigos são denominados de NATUREZA 
DA RECEITA e classificam a receita identificando a origem 
do recurso segundo seu fato gerador. Procurando refletir 
o fato gerador que ocasionou o ingresso dos recursos nos 
 Veja como cai em prova!!! 
 
3. Codificação da Receita Orçamentária 
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cofres públicos e deve conter todas as informações 
necessárias para as devidas vinculações. 
O código identificador da natureza de receita é 
desmembrado em níveis. Assim, na elaboração do orçamento 
público a codificação econômica da receita orçamentária é 
composta dos seguintes níveis: 
1º Nível – Categoria Econômica 
2º Nível – Origem 
3º Nível – Espécie 
4º Nível – Rubrica 
5º Nível – Alínea 
6º Nível – Subalínea 
 
1º Nível – Categoria Econômica – utilizado 
para mensurar o impacto das decisões do Governo na 
economia nacional (formação de capital, custeio, 
investimentos etc.). A Lei nº 4.320/64, em seu artigo 11, 
classifica a receita orçamentária em duas categorias 
econômicas: 
1. Receitas Correntes; 
2. Receitas de Capital; 
2º Nível – Origem – Identifica a procedência 
dos recursos públicos, em relação ao fato gerador dos 
ingressos das receitas (derivada, originária, transferências e 
outras), conforme segue: 
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1. Receitas Correntes: 
1.1 Receita Tributária; 
1.2 Receita de Contribuições; 
1.3 Receita Patrimonial; 
1.4 Receita Agropecuária; 
1.5 Receita Industrial; 
1.6 Receita de Serviços; 
1.7 Transferências Correntes; 
1.8 Outras Receitas Correntes. 
 
2. Receitas de Capital: 
2.1 Operações de Crédito; 
2.2 Alienação de Bens; 
2.3 Amortização de Empréstimos Concedidos; 
2.4 Transferência de Capital; 
2.5 Outras Receitas de Capital. 
3º Nível – Espécie – É o nível de 
classificação vinculado à Origem, composto por títulos que 
permitem qualificar com maior detalhe o fato gerador dos 
ingressos de tais receitas. 
4º Nível – Rubrica – É o detalhamento das 
espécies de receita. A rubrica busca identificar dentro de cada 
espécie de receita uma qualificação mais específica. Agrega 
determinadas receitas com características próprias e 
semelhantes entre si. 
5º Nível – Alínea – Funciona como uma 
qualificação da rubrica. Apresenta o nome da receita 
propriamente dita e que recebe o registro pela entrada de 
recursos financeiros. 
6º Nível - Subalínea – Constitui o nível mais 
analítico da receita. 
 
 
 
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Exemplificando: 
 A natureza da Receita 1113.01.03 – Imposto 
Sobre Produtos Industrializados de Automóveis, temos: 
 
1- Receitas Correntes (Categoria Econômica), 
1- Receitas Tributárias (Origem), 
1- Impostos (Espécie), 
3- Imposto sobre Produto e Circulação 
(Rubrica) 
01- Imposto Sobre Produtos Industrializados 
(Alínea), 
03- Imposto Sobre Produtos Industrializados 
de Automóveis (Subalínea) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Estágios são etapas por que passa a receita, 
desde a sua previsão até o controle e avaliação pelos órgãos 
públicos e pela sociedade. São divisões, de efeito didático, 
para possibilitar a melhor compreensão do processo 
orçamentário, definidas em leis. Os estágios da receita 
orçamentária seguem a ordem cronológica de ocorrência dos 
fatos. 
 
 Conforme o Manual da Receita Nacional, 
Portaria Conjunta STN/SOF nº 03/2008, a receita 
orçamentária pode ser dividida em três etapas: 
planejamento, execução (que por sua vez divide-se em 
lançamento, arrecadação e recolhimento) e controle e 
avaliação. 
4. Estágios da Receita Orçamentária 
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 Vamos estudar detalhadamente cada um 
deles. 
 
1) Planejamento – é o estágio em que se 
faz a previsão da receita, identificando as fontes de recurso e 
fazendo a mensuração de cada uma. 
No âmbito federal, para a estimativa de 
receitas orçamentárias, é usada uma metodologia de 
projeção com base no histórico da arrecadação de anos ou 
meses anteriores (base de cálculo), corrigida por 
parâmetrosde preço (efeito preço), de quantidade (efeito 
quantidade) e de alguma mudança de aplicação de alíquota 
em sua base de cálculo (efeito legislação). Este modelo 
dependerá da série histórica de arrecadação e de informações 
dos Órgãos ou Unidades Arrecadadoras, que estão 
diretamente envolvidas com a receita que se pretende 
projetar. 
 
A projeção das receitas é fundamental na 
determinação das despesas, pois é a base para a sua fixação 
na Lei Orçamentária Anual, na execução do orçamento e para 
a determinação das necessidades de financiamento do 
Governo. 
 
Além disso, a sua análise é muito importante 
para a concessão de créditos suplementares e especiais por 
excesso de arrecadação. 
 
 
2) Execução – esta etapa e dividida em 
três fases: 
 
2.1) Lançamento – é o momento em que se 
verifica a procedência do crédito fiscal, identifica-se o devedor 
ou o contribuinte e determina-se o valor a ser arrecadado. 
 
 
 
 
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Conforme arts. 52 e 53 da Lei 4320/64: 
 
 Art. 52. “São objeto de lançamento os 
impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento 
determinado em lei, regulamento ou contrato.” 
 
 Art. 53. “O lançamento da receita é ato da 
repartição competente, que verifica a procedência do crédito 
fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito 
desta.” 
 
 
 
 
 
 
 
O “lançamento” que é umas das fases por que 
passa a receita não pode ser confundido com “lançamento 
contábil”, visto que este representa registros a débito e a 
crédito e aquele não enseja qualquer registro contábil. 
 
 O lançamento da receita orçamentária pode 
ser: direto, por declaração ou por homologação. 
 
 DIRETO – é o lançamento de ofício, realizado 
pela autoridade fiscal, sem o envolvimento do 
contribuinte. Exemplos o IPTU e o ITR. 
 
 POR DECLARAÇÃO – lançamento realizado 
com base em declarações feitas pelo 
contribuinte. Exemplo o IR. 
 
 POR HOMOLOGAÇÃO – é também chamado de 
auto-lançamento ou lançamento indireto, pois 
o Estado homologa o valor que foi pago pelo 
contribuinte e depois fiscaliza a sua 
adequação. Exemplos o ICMS e o IPI. 
 
 2.2) Arrecadação – segundo o Manual da 
Receita Nacional “É a entrega, realizada pelos contribuintes 
 Atenção 
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ou devedores, aos agentes arrecadadores ou bancos 
autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro”. 
 
 2.3) Recolhimento – é o momento em que o 
produto da arrecadação é transferido aos cofres públicos. Os 
recursos são recolhidos à Conta Única do Tesouro Nacional, 
mantida no Banco Central do Brasil, segundo regulamenta a 
Instrução Normativa STN nº 04/2002, observando-se o 
Princípio da Unidade de Caixa, representado pelo controle 
centralizado dos recursos arrecadados em cada ente 
 
As etapas da receita orçamentária seguem a 
ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos, levando-se 
em consideração o modelo de orçamento existente no país e 
a tecnologia utilizada. Dessa forma, a ordem sistemática 
inicia-se com o planejamento e encerra-se com o 
recolhimento. 
 
O controle e a avaliação, por sua vez, 
possuem uma cronologia própria, pois pode ocorrer de modo 
prévio, concomitante ou posterior às etapas de planejamento 
e execução. 
 
 
 
 
(CESPE – Analista – Gestão Financeira – SERPRO – 2008) 
Estágio da receita orçamentária é cada passo identificado que 
evidencia o comportamento da receita e facilita o 
conhecimento e a gestão dos ingressos de recursos. Em 
conformidade aos estágios da receita, julgue os itens de 113 
a 114. 
 
113) Tendo ocorrido o fato gerador, há condições de se 
proceder ao registro contábil do direito a receber da fazenda 
pública. 
 
Comentário: 
Pelo princípio da competência e sob o enfoque patrimonial, a 
receita pública é registrada quando acontece o fato gerador. 
 Veja como cai em prova!!! 
 
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Portanto, quando a fazenda pública tem um direito a receber, 
deve-se fazer o registro contábil, tendo como contrapartida 
uma receita. Exemplo: lançamento do IPTU (envio da cartela 
ao contribuinte). 
 
Gabarito: Certo 
 
114) Os estágios de arrecadação e recolhimento ocorrem 
concomitantemente e representam o ingresso do recurso nos 
cofres públicos. 
 
Comentário: 
Em regra, a arrecadação acontece primeiro. Entretanto, 
quando o documento de arrecadação DARF é emitido 
diretamente no SIAFI, os recursos tornam-se disponíveis de 
imediato, acontecendo o recolhimento concomitante com a 
arrecadação. 
O ingresso de recursos nos cofres públicos é o estágio do 
recolhimento. 
 
Gabarito: Errado 
 
 
 3) Controle e avaliação – “Esta fase 
compreende a fiscalização realizada pela própria 
administração, pelos órgãos de controle e pela sociedade. 
 
 O controle do desempenho da arrecadação 
deve ser realizado em consonância com a previsão da receita, 
destacando as providências adotadas no âmbito da 
fiscalização das receitas e combate à sonegação, as ações de 
recuperação de créditos nas instâncias administrativa e 
judicial, bem como as demais medidas para incremento das 
receitas tributárias e de contribuições.” 
 
 Essa é a definição dada pelo Manual da 
Receita Nacional sobre a etapa de fiscalização e controle. 
 
Traçaremos, agora, um quadro sinótico 
comparando a receita orçamentária com a receita 
extraorçamentária. 
 
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RECEITA ORÇAMENTÁRIA 
 
 
RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA 
 Registrada como receita 
corrente ou de capital; 
 
 Registrada como passivo 
financeiro; 
 Financia a despesa 
orçamentária; 
 
 Não financia a despesa 
orçamentária; 
 Passa por estágios: 
1. Planejamento 
2. Execução 
 Lançamento 
 Arrecadação 
 Recolhimento 
3. Controle e avaliação 
 
 Não passam por estágios; 
 É classificada: 
1. Quanto à natureza ou 
classificação econômica 
(corrente e de capital) 
2. Quanto ao critério de 
afetação patrimonial 
(efetivas e não efetivas) 
3. Quanto à coercitividade 
(originárias e derivadas) 
4. Quanto à regularidade 
(ordinária e extraordinária) 
5. Por fontes de recursos 
(destinação vinculada e 
destinação ordinária) 
 
 Não segue nenhuma 
classificação 
 Tem caráter permanente 
 
 Tem caráter transitório 
 Pertence ao Estado 
 
 Pertence a terceiros 
 
 
 Bem, antes de encerrarmos a nossa aula 
trataremos ainda da dívida ativa. 
 
 A DÍVIDA ATIVA é constituída pelos créditos 
da Fazenda Pública, líquidos e certos, tributários ou não, que 
não foram pagos no vencimento. 
 
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 A dívida ativa da União deve ser apurada e 
inscrita na Procuradoria Geral da Fazenda. Os estados, DF e 
municípios dispõem de órgãos correspondentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 Não confunda dívida ativa com dívida 
passiva: 
 
 DIVIDA ATIVA são créditos que o Estado tem contra 
terceiros, compõe o ativo da União, estados, DF e 
Municípios; 
 
 DIVIDA PASSIVA são os débitos do Estado com 
terceiros, é o que constitui o seu passivo. 
 
 
 
 
 
 
(FCC- Analista Contábil-PGERJ-2009) 
O recebimento pelo Estado de valores inscritos em dívida 
ativa corresponde a uma: 
(A) Redução de dívidafundada. 
(B) Receita extraorçamentária. 
(C) Despesa extraorçamentária. 
(D) Despesa orçamentária. 
(E) Receita orçamentária. 
 
Comentário: 
A dívida ativa é considerada uma receita e pelo fato de o 
título ou tributo em atraso estar previsto no orçamento, é 
uma receita orçamentária. 
 
Gabarito: E 
 IMPORTANTE!!! 
 Veja como cai em prova!!! 
 
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Encerramos por aqui nossa aula. 
 
Fica uma lista de questões extraídas de provas anteriores 
para você treinar o que aprendeu. 
 
Obrigado pela atenção e conte sempre comigo! 
 
Um forte abraço! 
 
Profº Otávio Souza 
 
 
Questões: 
 
01. (CESPE – Advocacia Geral da União – Contador – 2010) 
Receitas públicas derivadas são as obtidas pelo Estado 
mediante sua autoridade coercitiva, sendo exigidas do 
cidadão como tributos ou multas, de forma compulsória. 
 
02. (CESPE – Analista Plan. Orçamento e Gestão-PE-2010) 
No que concerne à receita pública, assinale a opção correta. 
A) A natureza da receita busca identificar a origem da receita 
segundo seu fato gerador. 
B) O princípio da unidade de caixa deve ser obedecido no 
estágio da arrecadação. 
C) No estágio do lançamento devem ser aplicados os efeitos 
preço, quantidade e legislação. 
D) O estágio da liquidação é caracterizado pela entrega 
realizada pelos contribuintes ou devedores dos recursos ao 
tesouro. 
E) Os ingressos provenientes de operações de crédito são 
classificados como receitas correntes. 
 
 
 
 
 
 
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03. (ESAF-Analista-MPU-2004) 
Com base na classificação da receita pública por origem, 
indique a única opção que não é incluída nas receitas 
correntes. 
a) Receita Patrimonial. 
b) Operações de Crédito. 
c) Receita Tributária. 
d) Receita Agropecuária. 
e) Receita de Contribuições. 
 
04. (ESAF-SFC/2002) A receita pública caracteriza-se como 
um ingresso de recursos ao patrimônio público. Assinale a 
opção que não é considerada como receita corrente: 
a) receita de contribuições. 
b) receita da conversão, em espécie, de bens e direitos. 
c) receita patrimonial. 
d) receita agropecuária. 
e) receita industrial. 
 
05. (ESAF-AFC STN/2005) De acordo com as Finanças 
Públicas, afirma-se que os estágios da receita pública 
representam as fases percorridas pela receita na execução 
orçamentária. Aponte a opção correta que diz respeito ao ato 
pelo agente, pelo qual os agentes arrecadadores entregam 
diretamente ao tesouro público o produto da arrecadação. 
a) lançamento 
b) recolhimento 
c) previsão 
d) declaração 
e) arrecadação 
 
06. (FCC – Analista de Controle Externo – TCM-CE-2010) 
A empresa Boi Laranja S.A. presta serviços de assessoria na 
área de criação de gado. Para o desempenho de suas 
atividades, é proprietária, há dez anos, de um imóvel no 
município de Roxo. Em 2010 pagou o IPTU sobre esse imóvel. 
A prefeitura deverá contabilizar essa receita como 
(A) orçamentária, de capital e patrimonial, uma vez que 
decorreu do patrimônio da empresa. 
(B) extraorçamentária, corrente e de serviços, uma vez que a 
proprietária do imóvel é prestadora de serviços. 
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(C) extraorçamentária, corrente e agropecuária, uma vez que 
a atividade da empresa é de assessoria na área de criação de 
gado. 
(D) orçamentária, corrente e tributária, uma vez que 
decorreu de imposto de competência municipal. 
(E) orçamentária, de capital e imobiliária, uma vez que 
decorreu do imóvel pertencente à empresa. 
 
07. (FCC–Analista Judiciário-Contabilidade–TRE–PB – 2007) 
Como se contabilizam as entradas compensatórias de ativo e 
passivo financeiros? 
(A) as receitas: de forma extra-orçamentária; as despesas: 
de modo orçamentário. 
(B) de maneira orçamentária. 
(C) no sistema compensado do Balanço Patrimonial. 
(D) as receitas: de forma orçamentária; as despesas: de 
modo extra-orçamentário. 
(E) de forma extra-orçamentária. 
 
08. (CESPE – Defensoria Pública da União – Contador – 2010) 
A legislação e a doutrina classificam as receitas sob diversos 
critérios. Do ponto de vista das categorias econômicas, 
classifica-se como receita corrente 
A) o resultado do Banco Central do Brasil. 
B) amortização de empréstimo concedido para financiamento 
de despesas correntes. 
C) o superavit do orçamento corrente. 
D) a contribuição patronal para o plano de seguridade social 
do servidor público. 
E) a remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional. 
 
09. (CESPE–Analista Controle Externo–TCU–2008-adaptada) 
Julgue o item como CERTO ou ERRADO 
A lei nº 4.320/1964 representa o marco fundamental da 
classificação da receita orçamentária. Nesse lei, é explicitada 
a discriminação das origens de receitas pelas duas categorias 
econômicas básicas, com destaque, entre as receitas 
correntes, para as receitas tributárias compostas por 
impostos, taxas e contribuições sociais. 
 
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10. (CESPE – Analista Judiciário STF – 2008) 
Julgue o item como CERTO ou ERRADO 
Receitas imobiliárias e de valores mobiliários constituem 
receita patrimonial, que se classifica como receita corrente, 
para qualquer esfera da administração. 
 
11. (CESPE – Analista Judiciário – TJDFT – 2008 - adaptada) 
Julgue o item como CERTO ou ERRADO 
O estágio de planejamento trata da estimativa da 
arrecadação da receita, constante na Lei Orçamentária Anual, 
resultante da metodologia de projeção de receitas 
orçamentárias. 
 
12. (Aplicado em Simulado) 
Assinale a opção que, de acordo com a lei 4.320/64, contém 
uma receita de capital, mas que não constitui item da receita 
orçamentária. 
A) Receita Patrimonial. 
B) Receita Industrial. 
C) Receita da Divida Ativa não-tributária. 
D) Superávit do orçamento corrente. 
E) Transferências intergovernamentais para despesas 
correntes. 
 
 
Gabarito 
01. Certo 
02. A 
03. B 
04. B 
05. B 
06. D 
07. E 
08. D 
09. Certo 
10. Certo 
11. Certo 
12. D 
 
 
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Lista das questões comentadas na aula: 
 
01. (ESAF-AFC-SFC-2000-adaptada) De acordo com as regras 
da contabilidade pública nacional, julgue o item Certo ou 
Errado 
 
Todos os ingressos são considerados receitas. 
 
Gabarito: Certo 
 
02. (FCC-Analista Jud-Contabilidade-TRF4ª Região-2010) 
É exemplo de receita extraorçamentária: 
A) Depósito recebido como garantia para participação em 
licitação 
B) Multa relativa a tributos pagos em atraso 
C) Taxa cobrada pela prestação de serviços públicos 
D) Receita da divida ativa do ente público 
E) Receita de operações de empréstimo efetuadas pelo ente 
público 
 
Gabarito: A 
 
03. (ESAF – AFC- CGU - 2003/2004) Sobre as Receitas 
Públicas da União, indique a opção correta. 
a) a arrecadação consiste na entrega dos recursos ao Tesouro 
Nacional. 
b) como receitas correntes podemos citar as receitas 
tributárias e as oriundas de operações de crédito. 
c) como receitas de capital, podemos citar aquelas derivadas 
de alienações de bens imóveis e de recebimento de taxas por 
prestação de serviços. 
d) a remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional 
caracteriza-se como receita corrente. 
e) multas e juros de mora sobre impostos caracterizam-se 
como receitas correntes. 
 
Gabarito: E 
 
 
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04. (FCC – Analista Judiciário–Contador–TJ-AP–2009) 
Considere os saldos das contas extraídas do Balancete de 
Verificação da Prefeitura XYZ, referentes às receitas 
arrecadadas em determinado mês: 
 
Imposto sobre serviços de qualquer natureza R$ 100.000,00 
Imposto Predial, Territorial e Urbano R$ 150.000,00 
Receita de produção vegetal R$ 30.000,00 
Receita de Contribuições sociais R$ 50.000,00 
Transferência de Convênios para Construção de Hospital R$ 250.000,00 
Alienação de bens móveis R$ 75.000,00 
Amortização de empréstimos R$ 300.000,00 
Operações de crédito internas R$ 350.000,00 
 
De acordo com essas informações, o valor das receitas 
correntes é, em R$, 
(A) 280.000,00 
(B) 330.000,00 
(C) 580.000,00 
(D) 630.000,00 
(E) 680.000,00 
 
Gabarito: B 
 
05.(FCC–Analista Judiciário–Contador–TJ-AP–2009-Adaptada) 
Instruções: Para responder às questões de números 01 e 02 
considere as informações abaixo. 
No primeiro exercício financeiro de uma prefeitura do interior 
de um Estado Brasileiro, com base na Lei Orçamentária Anual 
- LOA, a previsão de receita foi de R$ 2.500.000,00 e a 
fixação de despesa corrente e da despesa de capital nos 
valores de R$ 2.000.000,00 e R$ 500.000,00, 
respectivamente. 
Durante o primeiro semestre, ocorreram os seguintes eventos 
contábeis: 
Arrecadação de impostos municipais no valor de 
R$ 1.200.000,00; 
Arrecadação de taxas de serviços no valor de R$ 300.000,00; 
Recebimento de receita de prestação de serviços no valor de 
R$ 80.000,00; 
Recebimento relativo à venda por leilão de veículos no valor 
de R$ 120.000,00, pelo valor de custo; 
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Captação de empréstimo no exercício financeiro no valor de 
R$ 300.000,00; 
Recebimento de caução por conta de contrato de construção 
de edificações no valor de R$ 1.000.000,00. 
 
01. De acordo com os fatos descritos, após os lançamentos 
dos eventos contábeis, as receitas orçamentárias e 
extraorçamentárias são, respectivamente, 
(A) R$ 1.700.000,00 e R$ 1.300.000,00 
(B) R$ 1.700.000,00 e R$ 1.500.000,00 
(C) R$ 1.900.000,00 e R$ 300.000,00 
(D) R$ 1.900.000,00 e R$ 1.000.000,00 
(E) R$ 1.900.000,00 e R$ 1.300.000,00 
 
Gabarito: A 
 
02. De acordo com os fatos descritos, após os lançamentos 
dos eventos contábeis, as receitas correntes e as receitas de 
capital são, respectivamente, 
(A) R$ 1.580.000,00 e R$ 320.000,00 
(B) R$ 1.580.000,00 e R$ 120.000,00 
(C) R$ 1.580.000,00 e R$ 420.000,00 
(D) R$ 1.780.000,00 e R$ 120.000,00 
(E) R$ 1.780.000,00 e R$ 420.000,00 
 
Gabarito: B 
 
06. (CESPE – ACE/TCU – 2004) 
As classificações econômicas da receita e da despesa 
compreendem as mesmas categorias: correntes e capital. O 
superávit do orçamento corrente, que resulta do 
balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, 
constitui item da receita orçamentária de capital. 
Gabarito: Errado 
 
07. (CESPE – ACE/TCU – 2004) 
Receita orçamentária é a entrada que é acrescida ao 
patrimônio público como elemento novo e positivo, 
integrando-se a ele sem quaisquer reservas, condições ou 
correspondência no passivo. 
 
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Gabarito: Errado 
 
08. (CESPE- Contador-SEPLAG-IBRAM-2009) 
No setor Público, a receita orçamentária corrente é 
classificada como receita originária ou receita derivada. 
Acerca das características das receitas originárias, julguem o 
item abaixo: 
São obtidas pelo Estado em função de sua autoridade 
coercitiva, mediante a arrecadação de tributos e multas 
 
Gabarito: Errado 
 
09.(ESAF - AFC - CGU 2003/2004) A receita da administração 
pública pode ser classificada quanto à natureza, ao poder de 
tributar, à coercitividade, quanto à afetação patrimonial e 
quanto à regularidade. Marque a opção falsa. 
 
a) Quanto à afetação patrimonial, as receitas são classificadas 
em orçamentárias e extra-orçamentárias. 
b) Quanto ao poder de tributar, a receita é dividida conforme 
a discriminação constitucional das rendas, em federal, 
estadual e municipal. 
c) Quanto à coercitividade, as receitas podem ser divididas 
em originárias e derivadas. 
d) Quanto à regularidade, as receitas podem ser desdobradas 
em ordinárias e extraordinárias. 
e) Na classificação quanto à natureza, diz-se que as receitas 
tributárias e as receitas de contribuições são exemplos de 
receitas correntes. 
 
Gabarito: A 
 
10. (CESPE – Analista – Gestão Financeira – SERPRO – 2008) 
Estágio da receita orçamentária é cada passo identificado que 
evidencia o comportamento da receita e facilita o 
conhecimento e a gestão dos ingressos de recursos. Em 
conformidade aos estágios da receita, julgue os itens de 113 
a 114. 
 
113) Tendo ocorrido o fato gerador, há condições de se 
proceder ao registro contábil do direito a receber da fazenda 
pública. 
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Gabarito: Certo 
 
114) Os estágios de arrecadação e recolhimento ocorrem 
concomitantemente e representam o ingresso do recurso nos 
cofres públicos. 
 
Gabarito: Errado 
 
11. (FCC- Analista Contábil-PGERJ-2009) 
O recebimento pelo Estado de valores inscritos em dívida 
ativa corresponde a uma: 
A) Redução de dívida fundada. 
B) Receita extraorçamentária. 
C) Despesa extraorçamentária. 
D) Despesa orçamentária. 
E) Receita orçamentária. 
 
Gabarito: E

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