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Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 32 AULA 00: AULA DEMONSTRATIVA SUMÁRIO PÁGINA 1 – Apresentação 1 - 3 2 - Globalização 4 - 12 3 – Crise Econômica Mundial 13 – 20 4 – Pré-Sal e Royalties 21 – 26 5 - BRICS 27 - 32 1 - APRESENTAÇÃO Olá, caros alunos do Estratégia! Sejam muito bem-vindos ao curso de Atualidades para o concurso da Polícia Federal. É uma enorme satisfação estar aqui com vocês! Nosso objetivo é fornecer-lhes os subsídios necessários para que possam obter um excelente resultado na prova objetiva de atualidades! Para isso, esse curso será construído a quatro mãos! Vamos nos apresentar! Meu nome é Igor Carneiro, sou Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília e ocupo o cargo de Analista de Comércio Exterior, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC. Quero parabenizá-los pela iniciativa de buscar aprofundamento acerca dos temas atuais. Além de ser uma matéria cada vez mais comum nos concursos públicos, sabemos que as questões de atualidade neste certame serão de suma importância para a aprovação, tendo em vista o altíssimo grau de concorrência. Permaneço, portanto, disponível para eventuais dúvidas e esclarecimentos pelo e-mail: igorcarneiro@estrategiaconcursos.com.br . Meu nome é Rafael Rocha, também Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília. Também sou Analista de Comércio Exterior, atualmente lotado no Ministério do Desenvolvimento, Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 32 Indústria e Comércio Exterior – MDIC. Sobre a importância do conhecimento de temas relevantes da atualidade, especialmente no que diz respeito ao concurso para a Polícia Federal, acredito que o Igor já tenha falado o suficiente. Tentaremos cobrir, neste curso, grande parte dos temas que consideramos passíveis de cobrança na prova, mas é claro que eventualmente dúvidas podem surgir. Assim, ratificando a posição de meu colega, reforço que estaremos à disposição de vocês durante todo o período do curso! Fiquem à vontade para entrar em contato conosco. Meu endereço de e-mail é rafaelrocha@estrategiaconcursos.com.br. Preparamos com dedicação este curso específico para provas objetivas acerca de temas de atualidade, a fim de ajudá-lo a construir não só a base factual para resolver qualquer questão objetiva colocada pela banca, mas também ser capaz de trabalhar conceitos e estabelecer conexões entre diferentes temáticas. Privilegiamos o foco no aprofundamento em assuntos que realmente são plausíveis de cobrança na prova, buscando sintetizá-los de maneira clara e evitando pormenores desnecessários a uma boa exposição. Esperamos que aproveitem o curso e que possamos acompanhá-los no caminho consistente rumo ao sucesso neste certame. No que diz respeito ao conteúdo, cabe mencionar que, ainda que o edital enumere alguns tópicos, o grande desafio da matéria Atualidades é a falta de delimitação acerca de que temas poderão ser cobrados pela banca. Vejamos o conteúdo previsto no edital: ATUALIDADES: Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes, política, economia, sociedade, educação, saúde, cultura, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável e ecologia, suas inter-relações e suas vinculações históricas. Pessoal, a abrangência do conteúdo é tão grande que dá margem para o examinador abordar praticamente qualquer assunto da atualidade. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 32 Entretanto, a tendência é que sejam priorizados os “temas da vez”! Buscaremos, assim, iniciar nossos estudos e despender mais tempo nas questões realmente relevantes em nosso contexto atual, mirando sempre os aspectos críticos de cada assunto. Nosso curso está dividido da seguinte forma: ASSUNTO DATA AULA 00 Aula Demonstrativa 03/03 AULA 01 Panorama Nacional I 15/03 AULA 02 Panorama Nacional II 28/03 AULA 03 Panorama Nacional III 04/04 AULA 04 Panorama Nacional IV 11/04 AULA 05 Panorama Internacional I 18/04 AULA 06 Panorama Internacional II 26/04 Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 32 2- GLOBALIZAÇÃO Conceito O termo globalização, advindo da palavra inglesa globalization, difundiu-se com grande sucesso a partir de meados da década de 1980. É importante mencionar que não há consenso quanto ao início do processo de globalização, havendo muitos estudiosos que apontam as Grandes Navegações européias dos séculos XV e XVI como o seu embrião. Características da globalização Como características da globalização, podem-se destacar a chamada diminuição das distâncias, bem como os surgimentos de uma economia e de uma sociedade global. Há que se ressaltar, ainda, a forte interdependência entre os mercados. Mas o que isso significa? Tais características explicam o fato de que um rumor na bolsa de valores de Buenos Aires (Argentina) possa ter efeitos profundos e quase instantâneos sobre o preço de ações em Milão (Itália). De modo semelhante, uma geada que destrua as plantações de laranja da Flórida (EUA) poderá resultar em incremento significativo dos rendimentos de um município do Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 32 interior de São Paulo. Por fim, como explicamos o sucesso de cantores pop como Shakira e Lady Gaga entre os jovens das mais variadas partes do mundo? Como um fenômeno complexo, a globalização tem certamente conseqüências boas e ruins. Entre os fatores positivos da globalização, pode-se destacar a ampla difusão do conhecimento, das tecnologias e da informação entre as sociedades, bem como o intenso intercâmbio comercial e cultural que ela proporciona. Por outro lado, é preciso que se tenha consciência de que a globalização tem seus ditos vencedores e perdedores, haja vista o fato de que esta exerce significativo impacto sobre as estruturas econômicas e sociais dos países. Ressalte-se que mesmo países desenvolvidos, como os Estados Unidos e a França, lidam com “problemas” decorrentes da globalização. Podemos citar o risco constante de perda de milhares de empregos em setores pouco competitivos dessas economias. Exemplo notório foi o surgimento do chamado rust belt (cinturão da ferrugem), no distrito industrial de Detroit (EUA), o antigo e pujante centro da produção de automóveis que definhou em face da concorrência de automóveis japoneses mais baratos e eficientes. No caso mencionado da França, basta citarmos as pressões feitas pelos agricultores franceses para que o governo os proteja da concorrência internacional de grandes produtores de alimentos, como o Brasil, por meio de subsídios e protecionismo comercial. Uma nova realidade O fimda União Soviética e conseqüente queda de vários regimes ditos comunistas fez emergir o sentimento de que as diferenças entre os povos dariam lugar à construção de um mundo mais homogêneo (com menos diferenças) e harmônico. No campo político, os teóricos e pensadores que defendiam o aprofundamento da globalização (conceito predominantemente econômico) foram denominados neoliberais por resgatarem diversas idéias clássicas da escola econômica liberal, cujo maior expoente foi o economista escocês Adam Smith, no século XVIII. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 32 Assim, o fim da chamada Guerra Fria (conflito ideológico entre os Estados Unidos e a União Soviética) e o rápido desenvolvimento das tecnologias de informação, comunicação e transporte possibilitaram um nível de integração política, econômica e cultural que teria efeitos diretos sobre a vida de todos. Diz-se, portanto, que a globalização está associada a uma Terceira Revolução Industrial, também denominada Revolução Técnico- científico-informacional. Um novo papel para o Estado? No fim do século XX, em face da integração crescente entre economias, sociedades e culturas, bem como da vitória do modelo neoliberal-democrático, muitos analistas chegaram a afirmar que caberia ao Estado um papel marginal na nova realidade, havendo mesmo o surgimento do conceito de “fim da História”, exposto pelo intelectual norte-americano Francis Fukuyama. O atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 expôs o grande abismo que ainda separava as civilizações ocidental e oriental, trazendo à tona a idéia de uma nova realidade em que persistiriam os conflitos, porém segundo uma lógica de “choque de civilizações”, conceito construído pelo intelectual Samuel Huntington. A segurança retorna ao topo da agenda internacional Após o ataque às Torres Gêmeas, as questões de segurança passaram a ocupar o topo da nova agenda mundial, em detrimento de iniciativas de cooperação e desenvolvimento. O governo de George W. Bush inaugurou, à época, uma doutrina de segurança (conhecida por “Doutrina Bush”), segundo a qual os EUA deveriam tratar os países acolhedores de terroristas como terroristas, criando a idéia de uma “Eixo do Mal” formado por países bandidos (rogue states) governados por governos tirânicos. Tal doutrina justificava, ainda, a idéia de “ataques preventivos” a países que ameaçassem a segurança dos EUA e a substituição Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 32 de seus governos por regimes democráticos. Com o apoio da ONU, portanto, os EUA iniciaram sua Guerra ao Afeganistão em outubro de 2001. Porém, em clara demonstração do viés unilateral de sua nova política externa, os EUA levaram a cabo, em 2003, uma guerra contra o Iraque sem qualquer respaldo das Nações Unidas (ONU) e sob a frágeis acusações de que o país teria consideráveis estoques de armas de destruição em massa (as quais nunca foram encontradas). Houve, portanto, grandes retrocessos no que se refere aos projetos de integração mundial. Se a globalização sonhada não era mais possível no campo social, ainda se falava na possibilidade de sua consolidação no campo econômico, a qual seria possível por meio da limitação do Estado e da adoção do chamado “paradigma do Estado mínimo”, que garantisse o fluxo global de capitais (recursos financeiros), inspirado no chamado Consenso de Washington (realizado em 1989), o qual consagrou o pensamento neoliberal como principal corrente do pensamento econômico à época. Entretanto, após a eclosão da atual crise global, ficou evidente a importância do Estado como interventor e regulador das forças econômicas e sociais. Abordaremos a crise mundial com mais detalhes no próximo tópico. Visões acerca da globalização Nos países em desenvolvimento, muitos críticos alegam que a globalização é causadora do agravamento dos quadros de desigualdade de renda e da submissão política de seus países aos interesses de grandes empresas globais. Em países desenvolvidos, por outro lado, os grandes influxos migratórios de populações de países em desenvolvimento, em busca de melhores condições de vida, expõem o elevado grau de desigualdade com que os frutos da globalização são distribuídos mundialmente. Vemos, ainda, que número crescente de temas passa a exigir uma abordagem global, em razão das complexas relações estabelecidas entre os povos. Cabe trazermos à memória a apreensão causada pela disseminação do vírus H1N1, que se tornou pandemia em 2009, e exigiu a coordenação de Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 32 medidas entre a maior da parte dos países para prevenir o alastramento da doença. Constatou-se que a saúde pode tornar-se claramente um problema mundial e uma obrigação comum de todos os Estados. Os crimes transnacionais, como o tráfico internacional de entorpecentes, por sua vez, têm exigido a intensificação da cooperação policial e jurídica entre os Estados, pois as organizações criminosas buscam aproveitar-se dos limites de soberania estatal para agir com desenvoltura, por meio de redes internacionais complexas. Fato relevante no cenário atual é que vemos a erosão de princípios antes consagrados no Consenso de Washington. Os países não mais defendem de forma consensual a abertura de seus mercados e o livre fluxo de capitais. Além disso, não é mais majoritária a opinião de que os Estados não devam intervir na economia. Ademais, pode-se dizer que houve uma desaceleração do processo de integração e uma reavaliação do papel interventor do Estado para a garantia do emprego e da renda. É importante ressaltar, no entanto, que não se pode falar em reversão do processo de globalização, uma vez que a integração mundial segue de modo constante em diversos aspectos da vida contemporânea. � Termos chave: abertura de mercado, livre fluxo de capitais, revolução técnico-científico-informacional, neoliberalismo, Consenso de Washington, vencedores e perdedores da globalização, diminuição das distâncias, crimes transnacionais, cooperação, Estado mínimo, interdependência, instabilidade financeira. QUESTÃO DE REVISÃO! 1 - (POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO-2002) O Estado brasileiro dos anos 90 hesitou em tornar-se um Estado normal, como fizeram a Argentina, o Chile, o México e outros. Normal, isto é, receptivo, submisso e subserviente aos comandos das estruturas hegemônicas do mundo globalizado. O passado nacional de sessenta anos somente foi avaliado de Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 32 forma negativa por um grupo de economistas que aprenderam nos programas de pós-graduação dos Estados Unidos da América (EUA) o credo neoliberal e estavam dispostos a aplicá-lo quando se tornavam autoridades da República. Esses economistas e algumas outras autoridades, cujo pensamento com eles se conformava, esforçaram-se por difundir a noção de globalização benéfica.Apesar de deter a maior soma de poder em matéria de relações internacionais do país, a esfera das relações econômicas, o grupo não se tornou hegemônico sobre a inteligência nacional do Brasil, como ocorreu em boa medida com o grupo epistêmico da Argentina. A maior parte do meio político, talvez possamos dizer o mesmo do meio diplomático, mas sobretudo do meio acadêmico, avaliou positivamente a estratégia de desenvolvimento brasileiro das últimas décadas e avançou o conceito de globalização assimétrica, que expressa uma interpretação mais nociva que benéfica para a periferia do capitalismo. O próprio presidente da República, embora ideologicamente simpático à expansão do neoliberalismo, usou o termo em conferências públicas, com o fim de denunciar efeitos contraproducentes da nova ordem internacional. Amado Luiz Cervo. Brasília: IBRI, 2001, p. 293-4 (com adaptações). Com o auxílio do texto acima, julgue os itens abaixo, relativos às diferentes acepções do conceito de globalização. 1- Intelectualidade, opinião pública e formuladores de políticas públicas convergiram suas visões, nos últimos dez anos, acerca dos elementos definidores do conceito de globalização. 2- Sob o manto da idéia de globalização benéfica, empresas e grupos econômicos bem equipados intelectual e materialmente conseguiram avançar seus interesses no jogo das relações internacionais. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 32 3- A dimensão assimétrica da globalização citada no texto é apenas uma construção política das esquerdas internacionais, saudosistas que são do velho modelo da economia política da planificação soviética. 4- No início do século XXI, a vida internacional, moldada pela expansão da economia política liberal, assiste ao fim da era de deflagrações bélicas que caracterizava a economia autárquica internacional do período da Guerra Fria. 5- Inglaterra, França e Alemanha são exemplos de “Estado normal”, de acordo com a definição apresentada nos dois primeiros períodos do texto. Gabarito: FVFFF Comentário: A idéia trazida pelo texto, quando trata de “Estado normal” refere-se ao conceito de Estado-mínimo, segundo o qual o Estado deveria abster-se de intervir na economia e propiciar a livre atuação das forças de mercado. Essa idéia contrapunha-se ao conceito de “Estado desenvolvimentista”, posto em prática a partir da década de 1930, segundo o qual o Estado deveria intervir em setores considerados estratégicos e nos quais não se verificasse o interesse ou a capacidade de atuação privada. Fala-se, também, da grande influência das empresas transnacionais no processo de globalização, haja vista seu vívido interesse na expansão de mercados e liberdades para fluxos financeiros. No item 3, a intenção é verificar o conhecimento do candidato acerca de uma das grandes contradições da globalização: o aumento do número de conflitos, apesar das promessas de paz e prosperidade que adviriam da integração mundial. Cabe apontarmos que a questão menciona o conceito de “economia autárquica”, a qual se entende como a antítese de uma economia integrada ou interdependente. De fato, cabe rememorarmos o conceito de Huntington acerca do “choque de civilizações”, que restou demonstrado com a deflagração, pelos EUA, da “guerra ao terror”. Além disso, verificou-se a continuidade do surgimento de conflitos no mundo pós-Guerra Fria, ainda que não mais motivados, preponderantemente, por razões ideológicas. Ressalte-se Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 32 a elevação do número de conflitos intra-estatais, sobretudo no continente africano. 2 - (TRE/GO- Técnico Judiciário – CESPE – 2005) Globalização é o nome que comumente se dá ao atual estágio da economia mundial. Novas e incessantes inovações tecnológicas ampliam a produção e estimulam a notável expansão do comércio em escala planetária. Afora esses aspectos considerados positivos, muito do que os defensores da globalização defendiam não se concretizou, pelo menos até hoje. O certo é que as reformas liberalizantes, a exemplo da abertura dos mercados, das privatizações das empresas públicas e da redução dos direitos trabalhistas, não trouxeram o desenvolvimento alardeado nem melhoraram a distribuição de renda. Aliás, em alguns países aconteceu o contrário. Com o auxílio do texto e considerando a realidade econômica mundial nos dias de hoje, assinale a opção incorreta. a) Na atualidade, o baixo nível educacional da maioria da população mundial impede o aumento da produção e, com isso, reduz o volume de comércio entre os países. b) O conhecimento científico-tecnológico desempenha importante papel na economia globalizada de hoje. c) Deduz-se do texto que nem tudo que chegou a ser sonhado por alguns com a globalização conseguiu concretizar-se. d) Segundo o texto, em alguns países, os efeitos da globalização foram bastante negativos, concentrando a renda e não trazendo o progresso. e) O Brasil foi um dos países que mais se empenharam em promover o que o texto chama de "reformas liberalizantes". Gabarito: letra “a”. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 32 Na verdade, não há relação direta entre o nível educacional das populações e os fluxos comerciais. Os únicos obstáculos ao incremento do comércio atualmente são as medidas protecionistas de que muitos países fazem uso para preservar seus mercados da concorrência estrangeira. Todas as demais afirmações coadunam-se com as análises da maioria dos especialistas acerca do contexto atual da globalização. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 32 3 – CRISE ECONÔMICA MUNDIAL Histórico Estamos ainda vivendo as conseqüências da crise mundial iniciada em 2008, cujo marco inicial foi a quebra do Lehman Brothers, um dos maiores bancos de investimentos dos Estados Unidos. A atual crise tem suas origens na frágil regulamentação do sistema bancário norte-americano e nas políticas monetária e fiscal excessivamente expansionistas do então governo de George W. Bush. O que seriam políticas monetária e fiscal expansionistas? O governo norte-americano controla a quantidade de moeda e de crédito em sua economia, por meio de alguns instrumentos, entre os quais se destacam a taxa de juros interbancária e a compra e venda de títulos públicos. Quando o governo decide aumentar a quantidade de moeda circulando na economia, por meio de medidas como diminuição da taxa de juros ou da compra de títulos da dívida, diz-se que pratica uma política monetária expansionista. No que se refere à política fiscal, basta lembrarmos que George W. Bush elegeu-se presidente, em 2001, com um forte discurso em que defendia o corte de impostos para os cidadãos, coerente com a retórica tradicional do partido republicano. Diz-se, portanto, que o governo pratica uma política fiscal Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ PolíciaFederal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 32 expansionista quando busca estimular a economia por meio da diminuição de impostos ou do incremento dos gastos públicos. Após a crise de confiança que atingiu a economia norte-americana, com o estouro da bolha especulativa da bolsa Nasdaq e o subseqüente ataque ao Word Trade Center, ambos no mesmo ano de 2001, o governo norte- americano buscava estimular a sua economia por meio de baixas taxas de juros e estímulo do consumo privado, por meio da diminuição de impostos. A estratégia inicialmente deu certo, ainda que os “déficits gêmeos” do governo (déficit na balança comercial e nas contas do governo) se mostrassem crescentes, em razão do elevado valor de importações e do engajamento do país em custosas operações militares. O excesso de dinheiro disponível e a confiança no crescimento econômico incentivaram os bancos a diminuírem seus critérios para o financiamento de imóveis. Desse modo, muitos norte-americanos sem qualquer comprovação de renda ou emprego estável tiveram diante de si a possibilidade de realizar o sonho universal da casa própria. Esses financiamentos mais arriscados foram então denominados subprime e estavam vinculados a contratos que estabeleciam taxas de juros pós-fixadas e vinculadas à então baixíssima taxa básica estabelecida pelo governo para a compra dos títulos de suas dívidas. Apesar de os contratos subprime serem significativamente mais arriscados que os títulos do governo, os investidores mostravam grande interesse em sua aquisição devido à atratividade das remunerações de suas taxas. Além disso, nos casos de inadimplência (default), os imóveis serviriam como garantia suficiente para compensação de eventuais prejuízos. No entanto, o grande volume de gastos do governo e o elevado nível de consumo da economia norte-americana ensejaram o aumento da inflação no país, o que levou os Estados Unidos a aumentar as taxas de juros, a fim de contê-la. O aumento das taxas de juros ocasionou o aumento das prestações de financiamento imobiliário de milhares de norte-americanos. Aqueles contratos classificados como subprime foram os primeiros em que se verificou a interrupção dos pagamentos, fazendo que muitos imóveis fossem a leilão Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 32 para quitação das dívidas de financiamento bancário. Eram tantos os financiamentos de alto risco que se constatou um grande aumento da oferta de imóveis nos Estados Unidos. Ora, se há mais imóveis sendo vendidos que gente interessada em comprar, o resultado é claro: queda generalizada nos preços dos imóveis! Os bancos não conseguiam mais se livrar dos milhares de imóveis que haviam retomado como garantia dos empréstimos, e seus clientes preferiam perder a casa a arcar com as altas prestações, sobretudo porque suas casas não valiam mais no mercado sequer metade do valor pelo qual elas haviam sido compradas. O agravamento da crise e o papel do Estado O chamado estouro da bolha imobiliária ocasionou a falência do Banco Lehman Brothers, importante detentor de títulos subprime, e o conseqüente alastramento da crise por meio do sistema financeiro mundial. A incerteza tomou conta dos mercados, e os bancos tendiam a reter seus recursos diante dos riscos. Lembremo-nos de que o capitalismo sem crédito bancário é como um motor sem óleo. As perspectivas eram sombrias. Os Estados foram apontados, portanto, como os únicos entes capazes de agir diante da situação e “lubrificar” o sistema por meio da elevação de seus gastos, os quais fariam a economia retomar seu crescimento. Essa era a lógica keynesiana (baseada nas teorias do economista John Maynard Keynes), por meio da adoção de medidas chamadas anticíclicas, as quais haviam sido aplicadas para tirar o mundo do cenário de Grande Depressão econômica vivida na década de 1930. A contaminação do Euro A palavra de ordem passou a ser endividamento como estratégia de retomada do crescimento, o que levou os Estados Unidos a injetar 700 bilhões de dólares em sua economia, enquanto os países da chamada Zona do Euro faziam pacotes econômicos semelhantes. O problema é que essa dívida precisaria ser paga um dia, e o mercado financeiro não se interessa em Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 32 emprestar a quem ele desconfia que não possa pagar. O alerta soou, portanto, quando a Grécia (integrante da Zona do Euro) viu-se diante de uma dívida equivalente a 144,9% de seu PIB e do esgotamento de suas fontes de crédito nos primeiros meses de 2010. Os mercados logo detectaram países que seguiam trajetórias de endividamento semelhantes à grega, como Portugal, Itália, Espanha e Irlanda, e, nesses países, as fontes de crédito também minguaram. Cunhou-se, então, o termo PIIGS, acrônimo em inglês que indicava os países que teriam dificuldades de arcar com seus compromissos financeiros e apresentavam, portanto, grau elevado de risco. Foi exigida a adoção de medidas severas de austeridade fiscal, o que significou a contenção de gastos do governo e até mesmo o aumento de tributos. A crise mostra-se ainda severa na Europa, com a desconfiança do mercado financeiro sobre grandes países, com França e Alemanha. Vale ressaltar que, em janeiro deste ano, a agência Standard & Poors rebaixou a nota da França de AAA, para AA+, lançando dúvidas sobre capacidade fiscal do governo francês. A existência do euro como moeda comum de vários países europeus passa a ter a sua viabilidade questionada por importantes economistas. A crise levou os países da Zona do Euro a firmarem um Pacto Fiscal em dezembro de 2011, por meio do qual se comprometem a conter o déficit público em 3% de seus respectivos PIBs e a compartilharem uma dívida pública única que soma 10 trilhões euros. O acordo ainda aguarda, no entanto, ratificação. A crise da dívida norte-americana Outro fato sem precedentes foi o rebaixamento da nota dos títulos da dívida dos EUA pelas agências de mercado, em agosto de 2011, após as árduas negociações no congresso norte-americano para elevação do teto da dívida, a qual havia atingido o limite de sua dívida de 14,3 trilhões de dólares. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 32 Atenção! É indiscutível a relevância deste tema e a possibilidade de sua cobrança em concurso. Espera-se que o candidato seja capaz de compreender os conceitos e mecanismos básicos da crise. Além disso, a situação do Brasil no atual cenário econômico mundial é algo que pode ser suscitado pelo examinador. Trataremos do panorama econômico brasileiro em uma próxima aula. � Termos chave: subprime, política monetária expansionista, bolha imobiliária, Keynes, keynesianismo, PIIGS, zona do euro, medidas anticíclicas, austeridade fiscal. QUESTÃO DE REVISÃO! 1- (BRDE – Analista de Sistemas – Desenvolvimento de Sistemas - 2012) A chamada “crise do Euro” é, na verdade, uma crise econômica do capitalismo e particularmenteeuropeia. São muitos os motivos e os problemas que afetam os países do Euro. Assinale a alternativa correta a respeito dessa crise na economia de países europeus. a) O Euro unificou as economias dos países que aderiram ao mesmo, uniformizando os investimentos na produção e no consumo de bens, havendo consenso entre os países membros, sobre esse assunto. A zona do euro substituiu, com vantagens, o antigo pacto da União Europeia, que deixou de existir. b) Os bancos, com seus financiamentos e taxas de juros, constituem um elemento importante da crise europeia que pode ser entendida, também, como uma crise do sistema financeiro, visto que cobram dos países aos quais fizeram empréstimos, juros e/ou dividendos que não condizem com os lucros da economia desses países devedores. Ocorre que os juros, por exemplo, estabelecidos pelos credores crescem mais do que os dividendos ou lucros reais das empresas devedoras. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 32 c) A crise do Euro manifestou-se principalmente em países da Europa Oriental, como a Grécia. Mas em vista do isolamento dessas nações, vem afetando pouco os países mais desenvolvidos da Europa Ocidental, como França e Espanha. d) A crise do euro não envolve problemas de liquidez ou de falta de dinheiro no mercado europeu. Portanto, a inflação não é uma ameaça ao sistema. Igualmente, o princípio do socorro mútuo e da partilha das dívidas de forma igualitária entre todos os países membros, afasta o risco de uma economia ruir. e) Apesar de a crise europeia estar ameaçada pela recessão e/ou pelo endividamento de alguns países, como a Itália, a Alemanha e a Grécia, há um entendimento entre os países do Euro que o bloco deve permanecer unido e que o setor público é o único que ainda não foi atingido e não apresentou déficit, constituindo o principal suporte da crise do setor privado. Gabarito: b Comentário: Comecemos por apontar que este ano o euro completa dez anos desde o início de sua circulação como moeda comum de vários países da União Européia, em 2002, sem muitas razões para comemorações. É preciso ter claro que não são todos os países da União Européia que concordaram com a idéia de uma moeda única. Alguns países, tais como Reino Unido e Dinamarca, preferiram manter a soberania sobre seus sistemas monetários. Com a crise atual, ficaram evidentes os grandes problemas que podem advir da adoção de uma política monetária única sem que haja igual acordo a respeito a respeito da uniformidade de uma política fiscal. A falta de controle sobre as dívidas de países europeus como a Grécia e a Espanha acabou por colocar em severo risco a sustentação de uma moeda comum. Não se pode falar, portanto, que os países Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 32 europeus lograram estabelecer políticas comuns no que se refere a investimentos públicos ou incentivos ao consumo. A prioridade para a recuperação da confiança no euro é, certamente, o fortalecimento de compromissos relacionados à política fiscal dos governos, com limitação mais severa dos déficits e acordo acerca da emissão de títulos de dívida pública. 2- (INVESTE-SP - Vunesp - Gerente - 2010) Os economistas sempre criam siglas com objetivo de concentrar conjuntos de países que apresentam algumas características econômicas semelhantes. Assim foi com os Brics e agora com os Piigs, que representam uma das principais fontes de preocupação daqueles que vislumbram a volta da crise global. Os Piigs são os países que: a) mantêm estreitas relações comerciais com a União Europeia e apresentam, atualmente, grandes déficits devido à redução das importações pelo bloco europeu. b) têm apresentado as finanças públicas em piores condições, com grandes déficits orçamentários e PIBs com crescimento zero ou em declínio. c) têm demonstrado interesse em participar da União Europeia, mas, sendo antigos países comunistas da Europa, apresentam sérios problemas econômicos e políticos. d) apresentam bolsas de valores em baixa porque negociam com ações das empresas automobilísticas que mais sofreram com a crise econômica de 2008. e) enfrentam conflitos étnicos cuja violência tem provocado fortes ondas de refugiados políticos que desestruturam suas respectivas economias Gabarito: b Comentário: Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha (Spain, em inglês) são os países denominados PIIGS (acrônimo que se assemelha à Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 32 palavra inglesa pigs, a qual significa porcos). Os países europeus mencionados têm apresentado desempenho econômico semelhante no que se refere a: elevado estoque de dívidas públicas, elevados déficits anuais e crescimento econômico pífio (ou mesmo recessão). Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 32 4-PRÉ-SAL E ROYALTIES: Histórico Em novembro de 2007, a Petrobrás surpreende o país ao anunciar a descoberta de uma enorme reserva de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, em grande profundidade e sob uma espessa camada de sal. As estimativas de reservas do Brasil então mais que dobraram, o que levou o governo a propor mudanças legais para o aproveitamento dos recursos. O termo pré-sal deve-se ao fato de as reservas de petróleo localizarem- se abaixo de uma camada de sal que pode atingir a espessura de até dois mil metros. Para se ter uma idéia do desafio tecnológico para a exploração desses recursos, basta dizer que a distância entre a superfície do mar e as reservas de petróleo pode atingir mais de 7 mil metros. Marco Regulatório Em dezembro de 2010, o Congresso aprova os primeiros projetos de regulamentação da exploração do pré-sal (marco regulatório). Decide- se pela Petro-Sal, uma nova estatal destinada a administrar as novas reservas, e o papel da Petrobrás é fortalecido como a empresa responsável pelas atividades de extração e prospecção. Além disso, o regime estabelecido é o de partilha, em que a União remunera as empresas privadas pela exploração, porém detém os direitos sobre o petróleo. Esse controle do Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 32 petróleo pelo governo é considerado de suma importância, pois seria possível a este controlar a oferta do produto no mercado. Cogita-se mesmo a participação brasileira no cartel formado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Emenda Ibsen Pinheiro A proposta de nova legislação ainda acarreta intenso debate, uma vez que alteraria a distribuição que cabe a cada ente da federação. As novas regras tendem a estabelecer uma divisão igualitária dos recursos entre todos os estados e municípios, diminuindo a concentração do repasse dos recursos – chamados royalties– a estados produtores, em comparação ao volume que receberiam de acordo com a antiga legislação. A idéia de distribuição igualitária não significa que todos os entes da federação receberão igual montante de recursos, mas que haverá uma distribuição que siga uma lógica de proporcionalidade e justiça na distribuição da riqueza que será gerada pelo pré-sal. Essa proposta de nova distribuição foi colocada em discussão pela chamada emenda Ibsen Pinheiro. Desse modo, os recursos da produção em mar, que hoje são destinados apenas aos estados e municípios produtores/confrontantes, seriam redistribuídos entre todos por meio dos Fundos de Participação dos Municípios (FPM) e Fundos de Participação dos Estados (FPE). Ou seja, os FPM/FPE, que hoje recebem R$ 770 milhões de royalties, passariam a receber cerca de R$ 13 bilhões. Potencial O pré-sal tem sido, portanto, tratado como um eldorado, pois possibilitaria a criação de um fundo social capaz de mitigar os graves problemas sociais que o país enfrenta. De acordo com o projeto de lei, os recursos gerados pela partilha de produção seriam destinados a atividades prioritárias, como cultura, ciência, educação, sustentabilidade ambiental e combate à pobreza. Recente proposta do Ministério da Educação sugere que ao Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 32 menos 30% do total sejam destinados à educação, ciência e tecnologia. Os recursos desse fundo seriam provenientes da participação da União na exploração dos recursos. Doença Holandesa É importante ressaltarmos, ainda, a preocupação do governo com a chamada “doença holandesa”. Pessoal, por que holandesa? Porque o fenômeno ganhou notoriedade após a descoberta, na década de 1960, de extensas reservas de gás natural em território holandês. Essa disfunção econômica é ocasionada pelo excesso de dólares que ingressam em países que se tornam grandes exportadores de recursos naturais, ensejando a valorização excessiva de suas moedas. Interessante observarmos que o grande influxo de dólares causado pela exportação de petróleo do pré-sal poderia levar setores da economia brasileira a ter grandes dificuldades de manter a competitividade de seus produtos frente ao preço de concorrentes importados. Haveria, portanto, risco real de desindustrialização e perda de milhares de empregos no setor secundário (indústria) da economia. � Termos chave: royalties, marco regulatório, partilha, fundo social, doença holandesa, desindustrialização, emenda Ibsen Pinheiro. Questões comentadas 1 – (TJSC – JUIZ DE DIREITO - 2003) A respeito da camada do pré-sal, julgue os itens a seguir: a) As reservas do pré-sal foram anunciadas há dez anos, depois da criação do modelo de partilha na exploração de petróleo. b) A PETROBRAS, principal empresa petrolífera nacional, deve-se tornar inteiramente estatal após o início da exploração do pré-sal. c) A exploração da camada do pré-sal pode vir acompanhada pela doença holandesa, problema que consiste no aumento de receita Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 32 de exportação de recursos naturais que pode causar a desindustrialização, devido à valorização cambial. Gabarito: F, F, V Comentário: Conforme exposto no texto, uma nova empresa pública, de capital 100% estatal, foi criada para administrar os recursos do pré-sal. No que se refere à Petrobrás, cabe dizer que o papel está relacionado a seu envolvimento nos projetos de prospecção e extração do petróleo do pré-sal. Por fim, é importante ressaltar a questão da “doença holandesa”, uma vez que é uma preocupação constante do governo evitar que aconteça no país um processo que desmonte o que é considerado hoje o maior parque industrial da América Latina. 2- (INVESTE-SP, Vunesp - Gerente – 2010 - adaptada) A “emenda Ibsen Pinheiro”, como está sendo chamada, provocou inúmeras manifestações pelo Brasil afora. Essa emenda trata: a) da internacionalização da exploração do petróleo do pré-sal, situação que é considerada, por muitos, lesiva aos interesses do Brasil b) de modificação da Constituição Federal, introduzindo artigos que suspendem o pagamento de royalties aos estados e municípios onde há extração de petróleo c) da criação de uma nova empresa de capital misto, específica para atuar na exploração de petróleo na região do pré-sal. d) da proibição de venda de ações da Petrobras em bolsas de valores, de modo que a empresa permaneça sob o controle do Estado. e) da distribuição dos royalties da exploração de petróleo, hoje destinados principalmente aos estados e municípios produtores, no sentido de que sejam estendidos a todos os estados da federação. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 32 Gabarito: e Comentário: A emenda Ibsen Pinheiro trata da distribuição dos royalties da exploração do petróleo de maneira igualitária entre estados e municípios, propondo alteração do antigo modelo. Ressalte-se que governadores de Estados como o Rio de Janeiro e São Paulo mostraram veemente oposição a essa proposta. (CESPE – 2010 – MS – Técnico de Comunicação Social) ( ) Royalties são a compensação financeira devida aos municípios a título de indenização pela exploração de recursos naturais. No caso do petróleo, essa compensação abrange a produção no respectivo território e em áreas próximas, particularmente na plataforma submarina, e se aplica, ainda, em função da localização de instalações petrolíferas no território do município. Gabarito: Certo. Pessoal, afirmativa corretíssima! É essa a definição de royalties no âmbito da exploração petrolífera. (AOCP – 2010 – Prefeitura de Camaçari/BA – Procurador Municipal) A Emenda Ibsen causou grande agitação entre os cidadãos cariocas levando, inclusive no dia 18 de março de 2010, centenas de pessoas de várias partes do estado do Rio de Janeiro às ruas para participarem de uma manifestação pública contra tal emenda. Assinale a alternativa INCORRETA. a) A Emenda Ibsen propõe mudanças na lei dos Royalties do petróleo fazendo uma distribuição igualitária entre os estados brasileiros. b) Os cariocas alegavam que o estado do Rio de Janeiro sofre grande impacto ambiental e social e por isso não é justo a divisão dos royalties de forma igualitária. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 32 c) A Bacia de Santos possui o maior poço de extração de petróleo do Rio de Janeiro e garante a atualmente a maior parte dos royalties. d) Segundo os noticiários, o debate sobre a necessidade de redistribuição dos royalties do petróleo surgiu por causa da descoberta de novas jazidas. e) O estado do Rio de Janeiro protesta pela mudança, também, porque é impedido de cobrar o ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Gabarito: Letra “c” Pessoal, esta é fácil! A alternativa incorreta é a letra “c”. O correto seria Bacia de Campos, responsável hoje pela maior parteda produção nacional de petróleo. Como comentamos, a Bacia de Santos é o local das descobertas mais recentes do pré-sal! Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 32 5- BRICS: Histórico A sigla original “BRIC” surgiu em 2001, com o lançamento de estudo econômico da consultoria norte-americana Goldman Sachs, elaborado pelo economista Jim O’Neill. No referido estudo, Brasil, Rússia, Índia e China foram apontados como os países emergentes de rápido crescimento e com chances de tornarem-se economias dominantes no mundo até 2050. O acrônimo acabou por tornar-se realidade política em 2006, quando os quatro países estabeleceram a primeira articulação conjunta. Formou-se, então, um agrupamento que visa ao diálogo, identificação de convergências, concertação política e econômica, bem como a ampliação de contatos de cooperação. É discurso comum entre os membros do BRIC a necessidade de reforma da governança global, o que significaria maior participação dos países em desenvolvimento nas decisões internacionais mais importantes. Números Os países do BRIC representam cerca de 40% da população mundial; já são responsáveis por 15% do PIB mundial e serão responsáveis por dois terços do crescimento econômico do mundo até 2015. Diz-se, portanto, que os países do BRIC são os motores do crescimento da economia mundial nos próximos anos. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 32 Destaque-se o papel crescente da classe média desses países, a qual deverá quadruplicar nos próximos dez anos e cujo poder de consumo deverá representar um mercado de US$ 20 trilhões. O avanço da classe média nesses países deverá ser puxado, sobretudo, por grandes oportunidades de trabalho no setor de serviços. África do Sul A III Cúpula do BRIC, em abril de 2011, confirmou o ingresso da África do Sul como mais novo membro do agrupamento. O BRIC tornou-se, então, BRICS (South Africa, em inglês). A decisão foi claramente política, pois o país não apresenta os mesmos índices de desempenho que os demais. Argumenta- se, no entanto, que seria importante a presença de um país africano para trazer mais legitimidade aos pleitos do grupo junto aos foros internacionais. É importante ressaltar que o BRICS não se trata de uma organização internacional e, portanto, não tem uma estrutura formal e permanente. O grupo é simplesmente fruto de um arranjo informal, que proporciona aos países do grupo mais força e influência nas decisões políticas. Os BRICS nas relações internacionais É preciso destacar, no entanto, que os BRICS nem sempre se mostram coesos em negociações internacionais. Nas negociações multilaterais de comércio, por exemplo, há grandes divergências de interesses. A Índia tem grande interesse na liberalização do setor serviços, a China, por sua vez, prega a redução de barreiras a bens industriais e o Brasil defende a redução de barreiras a produtos agrícolas. Além das diferenças quanto a suas estruturas econômicas, há relevantes diferenças políticas. A China e a Rússia são países onde há restrições à liberdade política, enquanto Índia, África do Sul e Brasil são exemplos de democracias multiétnicas. Por fim, são evidentes as grandes diferenças no que se refere ao desenvolvimento social desses países quando comparados os respectivos índices de desenvolvimento humano – IDH. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 32 � Termos chave: cooperação, agrupamento político, Goldman Sachs, diálogo e cooperação, reforma das instituições políticas mundiais, motores do crescimento mundial. Questões comentadas (Questão inédita) A respeito do agrupamento BRICS, julgue as assertivas abaixo: 1. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul agrupam-se, no chamado BRICS, em razão de apresentarem taxas de crescimento semelhantes 2. Os países do BRICS apresentam posição comum nas principais negociações internacionais 3. Depois da China, o Brasil é considerado o país de maior dinamismo econômico entre os BRICS. Gabarito: F, F, F Comentário: É importante destacar que, entre os países do BRIC, o ritmo de crescimento e o dinamismo econômico não são necessariamente próximos. Em 2011, segundo estimativas do FMI, a China mostrou-se a economia de mais rápido crescimento (9,47%), seguida por Índia (7,83%) e Rússia (4,28%). O Brasil (3,76%) só ficou na frente da África do Sul (3,39%). Há que se ressaltar, ainda, que os países dos BRICS nem sempre se mostram de acordo em negociações internacionais, como mencionado no caso das negociações comerciais. Outro exemplo importante é o distanciamento da Rússia de seus outros parceiros do BRICS nas negociações acerca das mudanças climáticas. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 32 (VUNESP – 2011 – SAP-SP – Oficial Administrativo) Os líderes do G-20, reunidos em Seul, manifestaram apoio à reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) que deu a economia como China e Brasil maior peso de decisão no organismo. (http://economia.uol.com.br, 12.11.10, adaptado) Acerca de sua composição, é correto afirmar que o G20 reúne a) apenas os países que integram o Conselho de Segurança da ONU. b) os países mais ricos do mundo e os principais emergentes. c) os países mais pobres do mundo, com economias dependentes. d) os países que recusam a intervenção do FMI. e) os países que não fazem parte de outros grupos, como o G8 e o BRIC. Gabarito: Letra “b” Pessoal, a alternativa correta é a letra “b”! Façamos, porém, uma observação relevante: trata-se, aqui, do chamado G-20 financeiro, estabelecido no ano de 1999 em decorrência das sucessivas crises financeiras que acometeram países emergentes naquela década. O grupo reúne os países em desenvolvimento e países desenvolvidos mais relevantes sistemicamente. Existe, também, o G-20 comercial, este composto por 23 países cujas economias dependem, em menor ou maior escala, das exportações agrícolas. Formado em 2003, defende, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), o acesso a mercados, a eliminação de subsídios à exportação e a redução dos subsídios à produção. Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 32 (TJ-SC – 2009 – TJ-SC – Analista Jurídico) Segundo o autor do livro “O choque das civilizações e a recomposição da ordem mundial” Samuel Huntington, o mundo está dividido em nove civilizações. Os países se agrupam de diversas maneiras, se ordenam segundo critérios econômicos, sociais e étnicos-culturais. Sobre a organização dos países no cenário mundial, todas as alternativas estão corretas, EXCETO: a) O Brasil é país que se destaca no cenário mundial pelo deu PIB, faz parte das 20 maiores economias do mundo, o G-20.Em alguns setores está emconsonância com os países modernizados da atualidade mas, conserva ainda atraso e miséria em vários indicadores sociais. b) Os países que compõem o grupo do BRIC se assemelham por terem uma grande população absoluta e acelerado crescimento econômico nos últimos anos. c) China e Índia são potências emergentes do século XXI, com destaque para suas exportações. A China exporta manufaturas e a Índia é exportadora de serviços no setor da tecnologia da informação. d) Os países de economias emergentes, como os do Sudeste Asiático, atraem investimentos graças não só à mão de obra e a incentivos fiscais, mas também por sua localização numa região de mercado consumidor atraente. e) O BRIC é um agrupamento formado por 4 países emergentes .A sigla corresponde às iniciais dos países que compõem o grupo: Brasil, Romênia, Indonésia e Coréia do Sul. Gabarito: Letra “e” Caros, esta é muito fácil! Como assim, Romênia, Indonésia, e Coréia do Sul? Já estamos cansados de saber que a sigla BRIC corresponde a Brasil, Rússia, Índia e China! Entretanto, é uma questão interessante pois traz, nos Acesse www.baixarveloz.net Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 32 demais itens, informações verdadeiras e que podem vir a ser objeto de novas questões.
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