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Projeto de Pesquisa CORRIGIDO 3 (1)

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FACULDADE UNA DE UBERLÂNDIA 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
Cristiano Peixoto de Oliveira Silva 
 
 
 
 
 
 
 
ASPECTOS DO CRIME PASSIONAL NO DIREITO PENAL BRASILEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uberlândia/MG 
2017 
 
 
Cristiano Peixoto de Oliveira Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASPECTOS DO CRIME PASSIONAL NO DIREITO PENAL BRASILEIRO 
 
 
 
 
 
 
Projeto de Pesquisa para Trabalho de 
Conclusão de Curso (TCC) do Curso de 
Direito da Faculdade UNA de Uberlândia 
como requisito parcial para aprovação. 
 
Orientador: Prof. Paulo Roberto Cardoso 
Brasileiro 
 
 
 
 
 
 
 
Uberlândia/MG 
2017 
 
 
SUMÁRIO 
1 TÍTULO ............................................................................................................... 3 
2 TEMA .................................................................................................................. 3 
2.1 Delimitação do tema ....................................................................................... 3 
2.2 Formulação do problema ............................................................................... 3 
2.3 Hipótese ........................................................................................................... 3 
3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 4 
3.1 Geral (intrínseco) ............................................................................................ 4 
3.2 Específicos (extrínsecos) ............................................................................... 4 
4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 4 
5 EMBASAMENTO TEÓRICO ............................................................................... 5 
5.1 Revisão de literatura....................................................................................... 5 
5.2 Referencial teórico........................................................................................ 12 
5.3 Definição de termos...................................................................................... 13 
6 METODOLOGIA ............................................................................................... 13 
6.1 Tipo de pesquisa .......................................................................................... 14 
6.2 Procedimento metodológico ....................................................................... 14 
6.2.1 Método (s) de abordagem ............................................................................ 14 
6.2.2 Método (s) de procedimento ......................................................................... 14 
6.3 Procedimento técnico .................................................................................. 14 
7 CRONOGRAMA ............................................................................................... 15 
8 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 15 
9 PLANO DE TRABALHO (SUMÁRIO) ............................................................... 16 
3 
 
 
 
1 TÍTULO 
Aspectos do crime passional no Direito Penal Brasileiro. 
2 TEMA 
O Tema à ser discutido diz respeito aos crimes passionais. 
2.1 Delimitação do tema 
Aspectos dos crimes passionais no Direito Penal Brasileiro. 
2.2 Formulação do problema 
Haveria um aparente conflito existente entre o judiciário, acerca de crime 
passional, e a atual legislação penal? É possível uma solução única à temática no 
ordenamento jurídico, haja vistas, o mesmo não possuir um texto específico à cerca 
do crime passional? 
2.3 Hipótese 
A hipótese se dá no âmbito do crime passional, acrescendo-se a análise da 
relevância do princípio do direito à vida em detrimento a defesa da honra, exaltando-
se os princípios de igualdade entre os sexos, com a consolidação desta pela 
Constituição Federal em 1988, conforme art. 5º, inciso I. 
4 
 
 
 
3 OBJETIVOS 
3.1 Geral (intrínseco) 
Apresentar o conceito de crime passional para melhor compreensão do que se 
trata o delito base deste trabalho, bem como analisar as condutas sociais e a posição 
do Judiciário e/ou Legislativo; buscando encontrar uma possível solução para a 
temática. 
3.2 Específicos (extrínsecos) 
 Melhorar o conhecimento na área do direito e processo penal; 
 Promover o crescimento profissional; 
 Auxiliar os Promotores de Justiça na pesquisa doutrinária e jurisprudencial; 
 Elaborar, sob supervisão, pareceres de mérito na área criminal; 
 Esclarecer o público em geral sobre a área criminal. 
4 JUSTIFICATIVA 
As vítimas de crimes passionais são, em sua maioria, mulheres, que vivem 
submissas aos seus maridos ou companheiros. Neste caso, a punição do crime 
passional recebe uma ajuda da Lei Maria da Penha, que foi criada para proteger a 
mulher vítima de qualquer violência doméstica ou familiar, dentre elas o crime 
passional. 
O homicídio passional pode ser punido de várias formas. Pode ser punido como 
homicídio qualificado ou como homicídio privilegiado, mas também temos muitos 
julgados em que os criminosos têm suas penas diminuídas ou até mesmo sua 
culpabilidade excluída, por força das teses utilizadas pela defesa. 
Enfim, acredita-se que o trabalho contribuirá para a expansão do entendimento 
sobre a temática em meio acadêmico, concatenando ideias antes esparsas e 
comparando conceitos históricos, sociológicos, filosóficos e jurídicos no intuito de 
constituir um panorama geral sobre o assunto. Tal abordagem também colabora com 
5 
 
 
 
o social, ao sugerir que haja um tipo penal próprio para o homicídio passional, tema 
que será discutido no decorrer do mesmo. 
5 EMBASAMENTO TEÓRICO 
5.1 Revisão de literatura 
Após diversas lutas sociais, o crime contra a mulher tornou-se condenatório por 
homicídio qualificado, cuja pena é alta e considerado crime hediondo. Tal previsão 
legal é verifica na Lei n. 8.072/1990 (Lei dos Crimes Hediondos), promulgada 
justamente para tentar conter o aumento da violência, reprimindo com maior 
severidade o crime grave, que passou a ser qualificado. 
O Caso Daniella Perez, crime passional ocorrido em 1992, em que a atriz foi 
assassinada a golpes de tesoura pelo ator Guilherme de Pádua, com quem fazia par 
romântico na novela “De Corpo e Alma”, fez com que a mídia levantasse a questão; e 
a campanha de recrudescimento da punição, liderada por Glória Perez, mãe da vítima, 
inconformada com o tratamento dado pelas leis ao autor de homicídio passional, 
emocionou todo o povo brasileiro, que já clamava por maior rigor penal. 
O fato, como dito anteriormente, levou o legislador a modificar a Lei dos Crimes 
Hediondos. É o que nos elucida Eluf (2007, p. 170): 
Dessa forma, o homicídio passional, considerado qualificado no mais das 
vezes, passou a receber tratamento mais severo, de forma que seu autor não 
teria direito a anistia, graça ou indulto; fiança e liberdade provisória; 
progressão no regime prisional, devendo a pena de reclusão ser cumprida 
em regime integralmente fechado. 
As lutas da mulher nas últimas décadas, a revolução feminina e o movimento 
emancipatório, aliado à evolução da medicina e tecnologia, marcaram novo rumo no 
ordenamento jurídico mundial, definindo uma nova sociedade e uma nova concepção 
de família. A sociedade patriarcal deu lugar a uma sociedade mais justa, embora o 
machismo ainda exista, contudo não há mais espaço para o pátrio poder, sucedido 
pelo poder familiar. 
Da “democratização” familiar que porvezes surge a violência: quando um não 
está satisfeito com o papel do outro fora do modelo patriarcal antes estabelecido; 
6 
 
 
 
surge o descontentamento, tendo como justificativa ilegítima a possível falha de 
papéis de cada gênero. A mulher, evidentemente, acaba levando a pior por causa da 
força, tornando-se vítima da violência masculina. Dias (2004, p. 57) denuncia: 
O medo, a dependência econômica, o sentimento de inferioridade, a baixa 
autoestima, decorrentes da ausência de pontos de realização pessoais, 
sempre impuseram à mulher a lei do silêncio. Raros os casos em que se 
encorajam a revelar a agressão ocorrida dentro do lar. 
O crime passional é aquele em que entre a vítima e o agressor há uma relação 
amorosa e/ou sexual; sabe-se também que na maioria das vezes é o homem quem 
pratica o crime contra sua companheira. 
A lei Maria da Penha foi crida a partir do caso nº 12.051/OEA, Maria da Penha, 
mulher que deu nome à lei, foi agredida pelo marido durante seis anos. No ano de 
1983 ela denuncia o cônjuge sobre duas tentativas de homicídio. O Marido de Maria 
só foi julgado e condenado 19 anos depois. Por essa razão o Comitê Latino-americano 
de Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM) e o Centro pela Justiça pelo Direito 
Internacional (CEJIL), juntamente com a vítima, formalizaram uma denúncia à 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. Essa Comissão implementou 
um relatório recomendando uma reforma no sistema legislativo nacional, para diminuir 
a violência contra a mulher. Após esse relatório, em 2006 foi aprovada a lei 11.340/06, 
que recebeu o nome de Lei Maria da Penha em homenagem a essa mulher que lutou 
bastante por justiça. 
Não há dúvidas que a Lei Maria da Penha, ajuda a punir com maior rigor os 
criminosos que praticam crimes contra a mulher, dentre estes criminosos estão os 
passionais, ou seja, a lei Maria da Penha é uma aliada na punição mais severa de 
crimes passionais que tem como vítima a mulher. 
Acerca da culpabilidade, é bastante pertinente a análise de que este instituto 
ainda não possui concepção unívoca. Tratando-se, portanto, de um conceito ainda em 
evolução. O artigo 28 do Código Penal, trata do crime comum o qual pode ser 
cometido por qualquer pessoa desde que se encontre em estado de emoção violenta, 
grande paixão e/ou em estado de embriaguez. 
Rogerio Greco (2010, p. 127), "traz a imputabilidade como elemento da culpa, 
não bastando a prática do delito por si só, devendo estar diretamente ligado a 
capacidade de compreensão do ato pelo agente". 
7 
 
 
 
Fernando Capez (2011) afirma que "para censurar um crime, a culpabilidade 
deve estar necessariamente fora dele", ou seja, não pode ser ao mesmo tempo 
pressuposto da composição de crime, pois, ele afirma que a fase de analisar a 
culpabilidade é necessária para examinar o grau de responsabilização que terá o autor 
de fato, determinando se o agente vai ou não responder pelo crime. 
Ao diferenciar a imputabilidade da responsabilidade penal, temos que a 
imputabilidade é um pressuposto da culpabilidade, pois o indivíduo é considerado 
imputável antes de cometer o delito, ou seja, sua culpa antecede o crime. A 
responsabilidade, por sua vez, vem depois, e representa a consequência que o agente 
terá que arcar com o cumprimento da pena. A responsabilidade penal, então, decorre 
da culpabilidade. 
Imputável é aquele que reúne as condições pessoais (entendimento e querer 
agir, ou seja, vontade e inteligência), que lhe possibilite entender o caráter ilícito do 
fato e agir de acordo com tal entendimento, dando, então, a capacidade de ser 
juridicamente responsável pela prática de um ato punível. 
De acordo com a teoria da imputabilidade moral, que preza pelo livre arbítrio, o 
homem é um ser inteligente e livre, podendo escolher entre o certo e o errado, o bem 
e o mal e, por isso, a ele se pode atribuir a responsabilidade pelos atos ilícitos que 
praticou. Essa atribuição é chamada imputação, de onde provém o termo 
imputabilidade, que significa aptidão para ser culpável. A responsabilidade penal, por 
sua vez, corresponde à consequência jurídica oriunda da prática de uma infração. O 
indivíduo tem pleno entendimento e deverá pagar pelo seu ato. 
Na semi-imputabilidade, ou responsabilidade diminuída, o que ocorre é que, na 
verdade, o agente é imputável e responsável, pois tem alguma consciência da ilicitude 
da conduta, mas a sanção é reduzida por ter agido com culpabilidade diminuída em 
consequência de sua condição pessoal. Assim prevê o artigo 26, parágrafo único da 
CF/88 (BRASIL, 2017): 
A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de 
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou 
de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
O inimputável, por sua vez, não tem capacidade de entendimento e 
autodeterminação, o juiz não poderá condenar com uma pena o autor de um delito se 
8 
 
 
 
este for considerado inimputável; deverá somente prolatar uma sentença penal de 
absolvição e aplicação de uma medida de segurança. O artigo 26, caput, do Código 
Penal (BRASIL, 2017) prevê: 
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou 
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Com a sentença penal, condenar o imputável e o semi-imputável, em caso de 
uma nova condenação, não será mais considerado primário, sendo tido como 
reincidente. 
O Código Penal de 1940 eliminou a excludente de ilicitude referente à paixão e 
à emoção (perturbação do sentido e da inteligência), que deixava impune o assassino 
chamado de “passional”, substituindo-a por uma nova categoria de delito, o homicídio 
privilegiado, no qual o passional não ficaria mais impune, apesar de receber uma pena 
menor que a atribuí ao homicídio simples. 
A legítima defesa da honra (figura jurídica utilizada pela defesa de um réu para 
justificar determinados crimes de natureza passional) é uma ofensa a todas as 
mulheres, pois a inferioriza, tratando como objeto de uso privado de determinado 
homem, sem direito a manifestar sua vontade. Devido à ligação direta que essa tutela 
de defesa tem com a enorme opressão da população feminina, tanto o criminoso 
passional como os advogados que fazem uso deste artifício em sua defesa, costumam 
ser escrachados pelo movimento feminista, movimento este que, têm grande 
importância para as conquistas que surgem sobre o assunto. Conforme explica Eluf 
(2007, p. 165): 
O homem que mata a companheira ou ex-companheira, alegando questões 
de “honra”, quer exercer, por meio da eliminação física, o ilimitado direito de 
posse que julga ter sobre a mulher e mostrar isso aos outros. Não é por acaso 
que a maioria dos homicidas passionais confessa o crime. Para eles, não faz 
sentido matar a esposa supostamente adúltera e a sociedade não ficar 
sabendo [...] 
A igualdade de todos perante a lei é absoluta (artigo 5º, “caput”, da Constituição 
Federal). As mulheres não são escravas sexuais de maridos ou namorados. Devem 
ter respeitada sua liberdade de escolha e a eventual pluralidade de parceiros não pode 
9 
 
 
 
afetar sua reputação, muito menos anular os seus direitos humanos. Mesmo porque, 
a sexualidade é direito de todas as pessoas e deve ser igualmente admitida e 
respeitada tanto no homem como na mulher. Complementa Nucci (2011, p. 273): 
O homicídio, caso aceito pelo direito como solução legítima para reparar a 
honra ferida, é o atestado nítido de involução, deregressão aos costumes 
mais bárbaros, passo indesejável quando se pretende construir, cada vez 
mais, uma sociedade amparada pelo respeito aos valores e direitos 
fundamentais do ser humano. 
A honra era sinal de confiabilidade, fazia com que sua palavra fosse seguida 
pelos demais, proporcionava-lhes crédito. Para estas pessoas, a honra significava, 
fidelidade e submissão a seu esposo. Como já foi visto, a honra é bem pessoal e 
intransferível; é também, acima de tudo, direito do indivíduo, inviolável, merecedor de 
proteção constitucional (artigo 5º, X, da Constituição Federal de 1988). O Código 
Penal (BRASIL, 2017) vigente em nosso país tipifica a honra, fundamentalmente, por 
meio da tutela dos delitos de calúnia, difamação e injúria, previstos no capítulo V, 
artigos 138, 139 e 140, a ver: 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como 
crime: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena 
- detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - 
detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. 
Apesar de a ofensa contra a honra consubstanciarem-se de diversa maneira, a 
conclusão da existência dessa ofensa é muito complicada, pois, como tratado 
anteriormente, a honra também tem caráter subjetivo e aquilo que uma pessoa 
acredita como ofensa pode não a ser para outra pessoa. Normalmente, a ofensa da 
honra pode consistir na palavra, desafeto, no gesto, no bofetão, na pancada, ou, 
ainda, nos risos, nas vaias e nas ironias. Portanto, a honra, direito absoluto é 
intrasferível. É o sentimento de dignidade que o leva a merecer respeito do todo. É 
por isso que, desde os tempos antigos até a atualidade, a honra, a dignidade, é levada 
em apreço. 
O homicídio simples é previsto no artigo 121 do Código Penal (BRASIL, 2017) 
traz a tipificação: “Matar alguém; Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos”. 
10 
 
 
 
A conduta típica “matar alguém” consiste em eliminar a vida de outrem. Esse 
crime pode ser praticado por qualquer pessoa (desde que não seja contra ela própria: 
“alguém” significa outro ser humano que não o agente), independentemente de 
condição ou qualidade especial, assim como o sujeito passivo pode ser qualquer ser 
humano, após o seu nascimento e desde que esteja vivo (cadáver não é alguém, pois 
já não dispõe de vida para lhe ser suprimida). 
O bem jurídico protegido pela norma penal é a vida humana bem indisponível. 
Homicídio simples é a figura básica, elementar, original na espécie. Trata-se de um 
tipo penal que se constitui tão somente do verbo e seu objeto, sem prescrever 
qualquer circunstância ou condição particular da ação do agente, a não ser aquela 
implícita em sua definição. Apesar de conciso, este tipo penal representa amplitude, 
visto que não estabelece nenhuma limitação à conduta de matar alguém, nisto 
residindo toda a sua abrangência. O legislador não ignorou determinada circunstância 
que pode concorrer no crime de homicídio, apenas disciplinou fora do tipo: alguma o 
qualifica, outra o privilegia. Assim assevera Bitencourt (2003, p. 54): 
O homicídio simples, em conceito, não é objeto de qualquer motivação 
especial, moral ou imoral, muito menos a natureza dos meios empregados ou 
dos modos de execução mostra alguma circunstância determinante, capaz 
de mudar a reprovabilidade, para além ou para aquém da simples conduta de 
matar alguém. 
O Código Penal Brasileiro (BRASIL, 2017) traz no seu artigo 121, § 2º, incisos 
I e II, a conduta do homicídio qualificado por motivo torpe e por motivo fútil, 
consideradas as principais qualificadoras do homicídio passional. Em síntese essa 
tipificação feita pelo código penal diz: art. 121- matar alguém; § 2º, I- mediante 
promessa ou paga de recompensa, ou outro motivo torpe; II- ou por motivo fútil; Pena 
de reclusão de 12 a 30 anos. 
Nucci (2011, p. 641) em sua obra define torpe como sendo: “atributo do que é 
repugnante, indecente, ignóbil, logo, provocador de excessiva repulsa à sociedade”. 
O criminoso passional é narcisista, ou seja, é aquele que se enamora que se acha o 
centro do mundo. E por isso não admite traição, sempre responsabiliza os outros pelos 
seus fracassos, podendo até chegar a cometer um homicídio. Assim as razões que 
levam a consequências tão extremas sempre serão ignóbeis, ou seja, o motivo torpe 
como descreve a própria lei. 
11 
 
 
 
Para Capez (2011) motivo torpe é aquele moralmente reprovável, que trânsito, 
causar repugnância geral, isto levando em consideração uma interpretação analógica 
feita pelo próprio legislador, já que no texto legal encontra-se uma enumeração 
casuística (paga e promessa de recompensa) e uma formulação genérica (qualquer 
outro motivo torpe). Desta forma qualquer outro motivo que se enquadre na definição 
de motivo torpe será qualificadora no homicídio. Eluf (2007, p. 11) defende que: 
É importante mostrar que o homicídio passional, em regra, é qualificado, não 
privilegiado. Qualificado pelo motivo que é torpe (vingança), pelo uso de 
recurso que dificulta ou impede a defesa da vítima (surpresa), pelo emprego 
de meio cruel (vários tiros ou facadas no rosto, no abdome, na virilha). Não é 
privilegiado porque, na grande maioria dos casos, o agente não se encontra 
sob o domínio de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da 
vitima. 
O primeiro parágrafo do artigo 121 do código penal brasileiro (BRASIL, 2017) 
traz a descrição de homicídio privilegiado. Assim descreve: “Art. 121, §1º Se o agente 
comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz 
pode reduzir a pena de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço)”. 
O crime possui uma causa especial de redução de pena. Nesse mesmo 
parágrafo é possível três situações diferentes. Na primeira a diminuinte será utilizada 
quando o sujeito ativo comete o delito compelido por um motivo de relevante valor 
social, como por exemplo, homem matar traidor da guerra. Com relação ao valor 
moral, o agente possui interesses particulares como o sentimento de compaixão, 
exemplo cita-se o homicida que com o intuito de livrar o sofrimento de um doente 
terminal desliga aparelho. A terceira atenuadora diz respeito ao homicídio emocional. 
O agente comete o homicídio logo em seguida à injusta provocação do agente, agindo 
de imediato. Sobre o relevante valor social sustenta Greco (2014, p. 133): 
Relevante valor social é aquele motivo que atende aos interesses da 
coletividade. Não interessa tão somente ao agente, mas, sim, ao corpo social. 
A morte de um traidor da pátria, no exemplo clássico da doutrina, atenderia à 
coletividade, encaixando-se no conceito de valor social. Podemos traçar um 
paralelo com a morte de um político corrupto por um agente revoltado com a 
situação de impunidade do país, em que o Direito Penal, de acordo com a 
sua característica de seletividade, escolhe somente a classe mais baixa, 
miserável, a fim de fazer valer a sua força. 
12 
 
 
 
Emoção e paixão confere sentimento diferente, emoção é uma reação bem 
rápida do sentido, já a paixão é um estado obsessivo, duradouro. Mas nenhuma das 
duas chega a apagar a consciência, visto que uma pessoa mesmo influenciada por 
forte pensamento se mantém consciente da coisa e é responsável seus atos. Por isso 
a lei brasileira só diminui a pena se o agente tiver se deixado dominar por uma violenta 
emoção logo em seguida a injusta provocação da vítima. 
A respeito do assunto crime passional, Eluf (2007) ensina que estes são 
cometidos em virtude da paixãosendo o crime passional sequente a uma paixão 
alicerçada no ódio, na posse, na vingança, no ciúme possuindo natureza psicológica, 
pois tem o poder de transformar a mente humana. Completa Eluf (2007, p. 112): 
Certos homicídios são chamados de ‘passionais’. O termo deriva de ‘paixão’; 
portanto, crime cometido por paixão. Todo crime é, de certa forma, passional, 
por resultar de uma paixão no sentido amplo do termo. Em linguagem jurídica, 
porém, convencionou-se chamar de ‘passional’ apenas os crimes cometidos 
em razão de relacionamento sexual ou amoroso. 
O emprego do termo homicídio por relacionamento sexual para definir o 
homicídio passional é totalmente adequado, tendo em vista que o assassino passional 
não age ou é movido por pensamento nobre, e sim por pensamento pernicioso. Isto 
fica bem claro quando se observa o modo de execução utilizado por tal ato criminoso. 
5.2 Referencial teórico 
O crime passional é motivado pelo sentimento de posse por parte de uma 
pessoa que se sente dona da outra, como se esta fosse sua propriedade, e quer que 
seu “amor” seja reconhecido, não admitindo ser rejeitado. Caso isso aconteça, a 
pessoa possessiva resolve tirar a vida da outra. Na maioria das vezes, esses 
homicidas alegam ter sido movidos pela emoção ou paixão. Juridicamente, o crime 
passional é considerado um delito como outro qualquer e não se enquadra na figura 
penal atenuante de "violenta emoção". A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 
5°, inciso I, dispõe sobre a igualdade de homens e mulheres quanto a direitos e 
obrigações. 
Modalidade criminal que alcançou notoriedade em virtude da benevolência 
judicial para com os criminosos, perpetuado desde os tempos remotos até o contexto 
13 
 
 
 
social atual, quando vem à tona reporta-nos à ideia dos crimes cuja ocorrência é 
originada em função de uma paixão embebida de ciúme, posse, alicerçada pela 
inaptidão de aceitação do fim de um relacionamento amoroso, podendo estar 
enraizado a fatores psicológicos ou sociais. 
Em assonância, Capez (2008, p. 40) observa: 
O homicídio passional, na sistemática penal vigente, não merece, por si só, 
qualquer contemplação, mas pode revestir-se das características de crime 
privilegiado desde que se apresentem concretamente todas as condições 
dispostas no §1° do art. 121 do CP. Desse modo, se o agente flagra sua 
esposa com o amante e, dominado por violenta emoção, desfere logo em 
seguida vários tiros contra eles, poderá responder pelo homicídio privilegiado, 
desde que presentes condições muito especiais. Finalmente, se a emoção ou 
a paixão estiverem ligadas a alguma doença ou deficiência mental, poderão 
excluir a imputabilidade do agente. 
Assim, torna-se importante o estudo na área, junto ao doutrinador do direito, 
visto a necessidade de atualização, afim de que a estrutura penal e seu sistema seja 
revisto constantemente, para que seja atingido o ponto essencial da aplicação do 
delito criminal de maneira correta. 
5.3 Definição de termos 
Para fins didáticos e especulativos, entende-se (delimita-se) como “passional” 
o crime praticado contra a mulher à nível de violência física e/ou psicológica, por seu 
cônjuge ou parceiro, relacionados emocionalmente ou sexualmente. 
6 METODOLOGIA 
Segue os materiais e métodos que servirão de base para o estudo que será 
realizado, elencando possíveis mídias e dispositivos de consulta, bem como 
procedimentos de pesquisa acadêmico-científica que serão adotados. 
14 
 
 
 
6.1 Tipo de pesquisa 
Adotar-se-á a pesquisa explicativa, registrando fatos, analisando-os, 
interpretando-os e identificando suas causas. Essa prática visa ampliar 
generalizações, definir leis mais amplas, estruturar e definir modelos teóricos, 
relacionar hipóteses em uma visão mais unitária do universo ou âmbito produtivo em 
geral e gerar hipóteses ou ideias por força de dedução lógica. 
6.2 Procedimento metodológico 
As abordagens de pesquisa serão qualitativas, abordando o objeto de pesquisa 
sem a preocupação de medir ou qualificar os dados coletados e sim pela lógica dos 
fatos. 
6.2.1 Método (s) de abordagem 
O método de abordagem diz respeito à concepção teórica utilizada na 
pesquisa; assim, o método de abordagem indicado será o dedutivo. 
6.2.2 Método (s) de procedimento 
Para atingir o escopo a que se propõem este trabalho, o método de 
procedimento mais completo e que alcançará o sucesso deste será o histórico. 
6.3 Procedimento técnico 
Pesquisa analítica desenvolvida a partir de material já publicado, como livros, 
artigos, periódicos, Internet, etc. 
15 
 
 
 
7 CRONOGRAMA 
Fases 
de Pesquisa 
FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO 
Identificação 
do Material 
Bibliográfico 
X 
Acesso as 
Obras 
Identificadas 
Leitura 
Interpretação 
X 
Redação 
do TCC 
X X 
Etapa de 
Revisão do 
Orientador 
 X X 
Protocolo 
(Época 
estabelecida) 
 X 
Defesa Final X 
Legenda: [X] Planejado 
8 REFERÊNCIAS 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal – parte geral. v. 2. 12. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2012. 
BRASIL. Código Penal. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Vade 
mecum. São Paulo: Saraiva, 2017. 
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral (arts. 1° a 120). v. 1. 15. ed. 
rev. e atualiz. – São Paulo: Saraiva, 2011. 
____. Curso de Processo Penal. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 
____. Curso de Direito Penal: parte especial. v.2. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 
DIAS, Maria Berenice. Conversando sobre justiça e os crimes contra as mulheres. 
Porto Alegre: Livraria do Advogado Ed., 2004. 
16 
 
 
 
ELUF, L. N. A paixão no banco dos réus: casos passionais célebres de Pontes 
Visgueiro a Pimenta Neves. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 
GRECO, R. Curso de Direito Penal - Parte especial. v. 2. 12. ed. Rio de Janeiro: 
Impetus, 2015. 
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal - Parte Geral I. v. 2. 31. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal: parte geral e parte especial. 
13. ed. São Paulo: Forense, 2017. 
9 PLANO DE TRABALHO (SUMÁRIO) 
1 INTRODUÇÃO 
2 ASPECTOS HISTÓRICOS DOS HOMICÍDIOS PASSIONAIS 
2.1 Homicídios passionais nas artes em geral 
2.2 Condição da mulher no Brasil e a evolução da legislação penal 
2.3 Evolução dos valores culturais: evolução e independência feminina 
2.4 Lei de violência doméstica e familiar contra a mulher 
3 ASPECTOS GERAIS DOS HOMICÍDIOS PASSIONAIS 
3.1 Culpabilidade 
3.2 Responsabilidade penal e imputabilidade 
3.3 A legítima defesa da honra como causa excludente de antijuridicidade 
3.4 Honra e crimes contra a honra 
3.5 A emoção e a paixão sob o ponto de vista jurídico 
4 CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES DE HOMICÍDIO 
4.1 Homicídio simples 
4.2 Homicídio privilegiado 
4.3 Homicídio qualificado 
4.4 Tipo Penal Próprio 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
REFERÊNCIAS

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