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* Criminologia Crítica e Política Criminal Unidade 03 Disciplina: CRIMINOLOGIA Prof. Alexandre Silva Poroski * Teoria das Penas A pena é a conseqüência jurídica principal que deriva da infração penal. * Teorias: Teoria da rotulação ou labeling approach (a sociedade tem os criminosos que quer!) Criminologia radical ou marxista (crítica) * Teoria labeling approach, Interacionismo simbólico, etiquetamento, rotulação ou reação social Surge na década de 1960 (Hans Becker); O crime não é uma qualidade da ação, mas o resultado de uma reação social; Crime – reação social – processo social (seleção) – condutas etiquetadas como delitivas O criminoso apenas se distingue do homem normal devido a rotulação que recebe de criminoso pelas instâncias formais de controle; “A sociedade tem os criminosos que quer.” Desvio primário e secundário Funcionamento das instâncias de controle social – reação social proveniente da ocorrência de um determinado delito é o traço comum dos delinquentes, ou seja, a resposta das audiências de controle Pressupõe o efeito da atividade das instâncias sociais de controle Por que certas pessoas são caracterizadas como delinqüentes? * Teoria Crítica, Radical ou Nova Criminologia Surge na década de 70 (Escola Criminal de Berkeley); Baseia-se na análise marxista da ordem social; Critica a teoria da rotulação, pois, fundamentalmente, não diferem da criminologia tradicional, funcionando para a conservação da ordem social opressiva; Defende que a criminologia tradicional forma técnicos e profissionais treinados para a luta contra o crime (em favor do Estado), já a radical prega a redefinição do próprio objeto da criminologia. Considera o problema criminal insolúvel em uma sociedade capitalista, sendo necessária a transformação da própria sociedade. Direto Penal é o direito desigual, está a serviço dos detentores do poder Não explica o fenômeno criminal na China e na extinta URSS * Desafios: Elaborar uma linha de política criminal alternativa Construir uma política das classes subalternas Mudar o papel da criminologia tradicional, redefinindo o objeto e o papel da investigação criminológica * Política Criminal Conceito: Segundo Fran Von Liszt “Política Criminal é o conjunto sistemático de princípios segundo os quais o Estado deve conduzir a luta contra o crime por meio da pena,instituições afins,e dos efeitos da pena e de suas medidas”. Deve indicar as mais eficazes estratégias da defesa social. Se o direito penal não é capaz de assegurar a proteção social, é preciso mudar a política, operar a reforma, eliminando os fatores causadores da criminalidade. * Relação com Criminologia e Direito Penal Criminologia: estudo empírico da violência Política Criminal: medidas de combate à violência Direito Penal: estudo, interpretação e sistematização das normas penais vigentes * Importância: O CRIMINÓLOGO estuda o fenômeno criminoso, fornecendo dados que a POLÍTICA CRIMINAL transforma, às vezes, em reivindicações de alteração ou mesmo de elaboração da legislação penal. Já a ciência do DIREITO PENAL normatiza essas reivindicações que passam a ter valor jurídico coativo. * Política Criminal É a ciência e a arte dos meios preventivos e repressivos de que o Estado, no seu tríplice papel de poder legislativo, executivo e judiciário, dispõe para consecução de seus objetivos na luta contra o crime. Atua em dois momentos: primeiro, montagem de estratégias de prevenção e o segundo quando a prevenção não alcança seus resultados, devendo utilizar a repressão de forma racional * Evolução histórica: 1889 – Fran Von Liszt e outros fundam a UNIÃO INTERNACIONAL DE DIREITO PENAL Estende-se até 1914, com eclosão da 1ª Guerra Mundial Publicação de um boletim que contribui com a propagação das idéias e princípios que formaram a Escola rotulada por Política Criminal * Princípios Fundamentais: Crime é fato social Missão do direito penal é a luta contra a criminalidade vista como um fato social Uso de medidas substitutivas Pena de acordo com a recuperação do criminoso, pena é finalística Dois tipos de criminosos: habituais e ocasionais Meio ambiente é o foco da criminalidade Meio social faz o delinqüente Contesta a eficácia da pena Tratamento diverso ao criminoso perigoso “máximo de defesa social com o mínimo de castigo individual”. * Principais êxitos da escola: - suspensão condicional da execução da pena (sursis) - tratamento tutelar aos menores delinqüentes - medidas de segurança - expansão do instituto do livramento condicional - idéias de prevenção do crime, defesa social * Política Criminal e Criminalidade Política criminal é o último passo da criminologia, pois após o estudo do criminoso, criminalidade e fatores, vem a fase da proposta das medidas solucionadoras, da sugestão de reformas nas normas e da eficaz organização e mecanismos do aparelho estatal capaz de executar as medidas consolidadas nas normas. * Lei e Ordem Maior Intervenção Legal, judicial e policial contra a criminalidade O principal punido é aquele que já é vítima dos processos de exclusão social. A Lei dos crimes hediondos (lei 8.072/90), e suas sucessivas alterações (leis 8.930/94, 9.677/98 e 9.695/98), representa, no Brasil, o marco inicial deste movimento, o qual recebeu quase que irrestrito acolhimento dos membros da sociedade. IMPORTANTE: Desde a edição da Lei dos crimes hediondos a criminalidade no Brasil somente aumentou. * Movimentos de Política Criminal Lei e Ordem – Estados Unidos População Carcerária - evolução: 1975 - 379.393 1995 - 1.585.401 Aumento de 418% Taxa de aprisionamento foi de 176 para 603 por grupo de 100.000 habitantes Orçamento passou de 9 bilhões de dólares em 1982 para 32 bilhões em 1992. Corrections Corporate of America é a empresa líder com quase metade das celas privadas dos EUA, responsável por 59 prisões em 19 estados e no exterior (Austrália, Inglaterra, Porto Rico) cresce 40% ao ano, negócios em torno de 300 milhões de dólares. Prisioneiros de cor representam 55% da população encarcerada apesar de representar 7% da população do país. * BRASIL Brasil também experimenta explosão na população carcerária: 1990 – 90.000 presos 1996 – 150.000 presos 2002 – 250.000 presos 2004 – 320.000 presos Lei dos Crimes Hediondos * Lei e Ordem Maior intervenção legal, judicial e policial contra a criminalidade de massa Expansão do Direto Penal “Cultura do medo” A perda de importância dos postulados jurídico-penais está intrinsecamente vinculada à contração de direitos fundamentais do ser humano, arduamente conquistados e consagrados universalmente, e se refletem, de forma incontestável, preponderantemente, na legislação penal produzida nos últimos anos. Garantismo penal x “cultura do medo” * Abolicionismo Oposição a toda forma de Direito Penal Vantagens do Direito Penal são inferiores aos custos Propõe um sistema informal e comunitário de soluções para a situação-problema, admite o estabelecimento de medidas coercitivas, bem como a aferição da responsabilidade pessoal e a presença da autoridade selecionada incumbida de obter a solução do conflito. Necessário que as instituições sejam aceitas pela sociedade e haja uma relação de vida comunitária entrem quem castiga e o castigado. * O abolicionismo está dividido em três subcorrentes A primeira prega a abolição do sistema penal (conhecida por anarquismo penal), não admite a intromissão do estado na solução dos conflitos A segunda corrente sustenta apenas a abolição da prisão A terceira subcorrente alega que deve ser extinta qualquer sanção penal que cause dor ou sofrimento pessoal * Minimalismo Penal (Intervenção Mínima) Coibir a violência formal e informal através do Garantismo (legalidade, proporcionalidade, igualdade) Redução da utilização do Direito Penal Direito Penal ésomente mais um dos instrumentos do Estado para perseguir suas funções (diminuir a violência). * Fragmentariedade Bens jurídicos relevantes devem ser tutelados pelo Direito Penal Verificar se ação praticada de fato gerou uma “ofensa” * Subsidiariedade Utilização do Direito Penal somente em casos necessários Pequenas ofensas devem ser resolvidas com outros mecanismos Intervenção mínima Imposição de sanções civis e administrativas Crime de Desobediência Descriminalização de condutas Despenalização * Teoria das Janelas Quebradas Em 1982 foi publicada na revista The Atlantic Monthly uma teoria elaborada por dois criminologistas americanos James Wilson e George Kelling, a Teoria Das Janelas Quebradas (Broken Windows Theory). Essa teoria tem por objetivo mostrar a relação de causalidade que existe entre a DESORDEM e a criminalidade. Os pequenos “desvios” devem ser combatidos, para que naquele local não ocorram crimes mais graves. Essa teoria serviu de embasamento para a política de “Tolerância Zero” implantada na cidade de Nova York na década de 90 pelo então Prefeito Rudolf Giuliani. * Tópicos Especiais Bullying: desejo consciente de maltratar outra pessoa, colocá-la sob tensão; Maioria das vezes com intensa repetição e desequilíbrio do poder Assédio moral
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